
Pois é, pela primeira vez escrevo sobre um piloto português
“de gema”. E faço por uma razão em especial:
hoje ele completa 35 anos de vida! O puto que não percebia de anúncios, mas de carros cresceu e tornou-se num piloto mais maduro. Mas a rapidez continua lá, e o sucesso também. Este ano vai participar no desafio da
Peugeot nas
24 Horas de Le Mans, a bordo do modelo 908, na tentativa de contrariar o favoritismo dos
Audi R10 a diesel.
Mas a vida dele começa muito antes:
Pedro Lamy Viçoso nasceu a
20 de Março de 1972, na
Aldeia Galega, perto de Alenquer. O seu pai, António Lamy, também foi piloto, mas de ralies. Aos 5 anos, o pai dá-lhe uma mota, que o faz com que competisse no mini-motocross, tornando-se tetra-campeão nacional na categoria. Aos 13 anos, vira-se para o karting, ganhando o
título nacional em 1988.
Sendo assim, é altura de passar para os monolugares. Vai para a
Formula Ford, onde ganha o título nacional de
1989,
aos 17 anos! No ano seguinte vai para a
Formula Opel-Lotus, na altura uma categoria de formação, onde se bate contra futuros companheiros de Formula 1 como
Rubens Barrichello,
Shiniji Nakano ou
David Coulthard. Nesse ano, juntamente com
Diogo Castro Santos, ganham em
Spa-Francochamps a
Taça das Nações. No ano seguinte, continua na Formula Opel, onde ganha o título com autoridade, contra o seu maior rival: o compatriota
Diogo Castro Santos. E repetem o título da Taça das Nações, desta vez, no
Estoril.
Em
1992, apoiado por
Domingos Piedade, vai para a
Formula 3, mais concretamente para a equipa de
Willi Weber, então o “manager” de
Michael Schumacher. Ganha a competição logo no seu primeiro ano. Para além disso, ganha a
Marlboro Masters de Zandvoort e acaba em segundo lugar no
GP de Macau.
Em
1993, vai para a
Formula 3000, mais concretamente para a
Crypton Engineering, equipa que no ano anterior tinha levado
Luca Badoer ao título. Ganha em
Pau, uma prova citadina tão ou mais difícil do que o Mónaco, mas falha o assalto ao título devido aos vários erros que comete no final da época, nomeadamente na prova de
Spa-Francochamps. Quem leva a melhor nessa luta vai ser o francês
Olivier Panis.
Entretanto, no mesmo circuito belga,
Alex Zanardi bate violentamente nos treinos para o GP belga. A
Lotus tem que arranjar um substituto, e dá uma chance a
Pedro Lamy. Este aceita, e os responsáveis da
Lotus ficam agradados com o piloto. Na prova seguinte, em Monza, o português estreia-se na Formula 1, aos 21 anos. Fica em 24º lugar na grelha e desiste a poucas voltas do fim, quando seguia no
11º lugar. Apesar de tudo, foi uma boa estreia, e fica até ao final da temporada, alinhando nas quatro últimas corridas, sem contudo chegar aos pontos.
Em
1994, continua na
Lotus, desta vez com motores
Mugen-Honda. No
Brasil e em
Aida, faz boas corridas, embora fique nos últimos lugares. Em
San Marino, não foge à regra, mas envolve-se nos trágicos acontecimentos desse fim de semana, quando na partida para o GP, o seu
Lotus colide violentamente de lado com o
Benetton do finlandês
Letho. Os destroços de ambos os carros irão ferir seis pessoas, mas os dois safam-se sem nenhum arranhão.
Mas duas semanas depois, em
Silverstone, ao testar o carro com as novas modificações feitas pela FIA, despista-se a mais de 240 km/h na zona da Bridge, e parte ambas as pernas. A convalescença vai ser longa (cerca de um ano), mas volta à Formula 1.

A meio de
1995, a
Minardi contrata-o para substituir o italiano
Pierluigi Martini, e começa a correr a prtir do
GP da Hungria. Na etapa final, na
Austrália, consegue algo inédito:
torna-se no primeiro português a pontuar num Mundial de Formula 1, com um
sexto lugar. Esse ponto faz com que se classifique no 18º lugar da classificação final.
Em 1996,
Lamy fica a tempo inteiro na
Minardi, tendo como companheiro de equipa um estreante:
Giancarlo Fisichella. A temporada corre mal, pois os parcos recursos implicam pouco desenvolvimento do carro, e no final, os zero pontos reflectem as dificuldades típicas de uma equipa de final de pelotão.
Eis a sua carreira na Formula 1:
32 Grandes prémios, em quatro temporadas, 1 ponto.
Depois da carreira na
Formula 1, Lamy vai para o campeonato
FIA GT, pela
ORECA, sendo um concorrente regular nas 24 Horas de Le Mans. Em
1999 corre pela Mercedes, quer na sua equipa de
GT, como na
DTM, mas sai ao fim de algum tempo, porque se queixa de ser preterido em favor de outros pilotos.
Continua nos GT’s, onde consegue bons resultados: Ganha as
24 horas de Nurburgring por duas vezes (2003 e 2004); ganha os
V8 Star alemães (2003), e corre pela equipa oficial da
Aston Martin durante dois anos, tendo ganho em 2006 a
Le Mans Séries na categoria
GT1.
Este ano, vai fazer parceria com os pilotos
Stephane Sarrazin,
Nicolas Minassian,
Marc Gene,
Sebastien Bourdais e
Jacques Villeneuve na equipa oficial da
Peugeot para a
European Le Mans Séries, e para as
24 Horas de Le Mans, a bordo de um
Peugeot 908 Diesel.
Lamy guiará com
Minassian e
Sarrazin.