sábado, 20 de junho de 2009

Noticias: Felix da Costa vence em Oberschleben

Ao mesmo tempo que temos Alvaro Parente a correr em Silverstone, Tiago Monteiro a correr em Brno, também há um piloto português a correr em provas internacionais este fim de semana. Trata-se de António Felix da Costa, o "Formiga", que corre no circuito alemão de Oberschleben a jornada dupla da Formula Renault NEC 2.0. E sabem que mais? Ganhou!




Depois de ter conseguido a "pole-position" no dia anterior, o piloto que corre pela Motopark Acadeny começou logo na partida a ganhar terreno aos seus mais directos adversários, ao ponto de na oitava volta já contar com... de três segundos de vantagem para o seu mais directo perseguidor, o que numa prova de curta duração, é muito. Uma vitória autoritária e convincente para o piloto português.


"Apesar de já ter ganho várias corridas este ano, desde o início que perseguia a pole e, felizmente, desta vez consegui. Voltei a conseguir um bom arranque que me permitiu ganhar uma boa vantagem para os meus adversários. As condições meteorológicas aqui na Alemanha têm estado muito instáveis começou novamente à chover, deixando a pista bastante escorregadia. Como estávamos com slicks era preciso uma atenção redobrada, mas felizmente estava com um excelente ritmo e consegui vencer com alguma margem para o meu mais directo adversário", declarou.


Amanhã, Felix da Costa irá partir do oitavo lugar, uma vez que aqui na Formula Renault 2.0 NEC a grelha de partida é invertida para os oito primeiros classificados da corrida de hoje. Esperemos que não seja impeditivo de mais um bom resultado.

GP2 - Ronda 5, Grã-Bretanha (Corrida 1)



O brasileiro Alberto Valério venceu a corrida desta tarde em silverstone, numa prova em que Karun Chandhok voltou a pontuar para a Ocean, terminando a corrida na sexta posição, mas vui o seu companheiro Alvaro Parente a durar apenas... uma volta.


Largando do terceiro posto, Parente acabou por fazer uma má largada, perdendo diversas posições. Apertado por outro piloto, ele e o russo Vitaly Petrov acabaram por se tocar à entrada da curva Copse, com o português a danificar irremediavelmente o seu monolugar. Ainda fez uma volta em ritmo lento para chegar às boxes, no sentido de tentar solucionar o problema, mas já não era possivel.


Enquanto isso, o seu companheiro Chandhok, que largara da 11ª posição, continuava a trepar na classificação, envolvendo-se na luta pelos últimos lugares pontuáveis. Primeiro, destacou-se na sua ultrapassagem arriscada sobre austroárabe Andreas Zuber, logo após as paragens nas boxes. O piloto indiano da Ocean Racing centrou a sua 'mira' depois no quinto lugar de Romain Grosjean, mas o piloto francês defendeu-se sempre da melhor maneira ao longo da última metade da corrida, impedindo que Chandhok o ultrapassasse.



Este sexto lugar é agora a melhor classificação de sempre da Ocean Racing Tech, e amanhã partirá da segunda fila, com boas hipóteses de pontuar, ou então de um pódio. Quanto a Parente, terá mais uma vez a tarefa muito árdua de subir na classificação, já que irá sair do 24º e último lugar da grelha.



Na corrida propriamente dita, começou com Grosjean na frente, com a pressão de Valério, que o conseguiu ultrapassar no final da oitava volta. O brasileiro da Piquet Motorsports manteve-se, a partir daí, longe de quaisquer percalços, a caminho da sua primeira vitória do ano. Pouco depois, era a vez de outro brasileiro, Lucas di Grassi, a passar o francês para o segundo lugar, deixando claro que Grosjean estava a sentir dificuldades no controlo do seu Barwa Addax. o francês perdeu mais dois lugares para o alemão Nico Hulkenberg e o mexicano Sergio Perez. O venezuelano Pastor Maldonado e Andreas Zuber fecharam os lugares pontuáveis.

Formula 1 - Ronda 8, Silverstone (Qualificação)

Com a grande bomba do fim de semana inglês, certamente que muitos mais olhos estiveram virados para Silverstone, mas pouco serão aqueles os que estavam verdadeiramente interessados no que passava na pista, e mais, muito mais, no que se comentava nos bastidores. Depois da FOTA ter largado a bomba do campeonato paralelo, a partir de 2010, a FIA reagiu, com Max Mosley a dizer que não estava preocupado. Mas Bernie Ecclestone e a FOTA decidiram ficar calados, cada qual com as suas razões.


Sendo assim, passamos para a pista. Sabia-se que a Red Bull poderia desafiar o dominio da Brawn GP, especialmente agora, que mostrava uma nova frente e outras novidades aerodinâmicas, que esperavam eles, pudesse conquistar os segundos que faltavam para superar os Brawn GP. E nos treinos livres de ontem, mostrou-se que estava em forma. Mas esta manhã, na terceira sessão livre, os Williams dominavam a primeira fila, demonstrando que tinham um chassis bem equilibrado para hoje. Isso significaria que poderiamos ter o equilibrio do costume, numa pista seca, mas fria, devido ao instável tempo britânico...



A primeira parte da corrida mostrou que os Williams até estavam bem afinados, mas a Red Bull e a Brawn GP também mostravam as suas garras, com curiosamente... Rubens Barrichello a ser bastante melhor do que Jenson Button. Aliás, iria ser assim durante toda a qualificação. Mas esta Q1 ficou curta demais após o forte acidente de Adrian Sutil, que destruiu o seu Force India. Assim, por causa disso, Lewis Hamilton não teve uma boa chance para melhorar o seu tempo e ficou de novo na Q1, com o 19º e último tempo. Incrivel, mas real! O campeão do mundo partirá da última fila da grelha para amanhã.


Recolhidos os destroços, passou-se para a Q2, onde continuou o duelo a três, com o melhor a ser... Kazuki Nakajima, da Williams. Mas Vettel e Webber não andavam muito longe e estavam dispostos a sair de Silverstone com o melhor resultado possivel e bater a Brawn. Nessa altura, já tinham Jenson Button em lugares que ainda não tinha pisado esta época... no final da Q2, com os Williams, Toyota, os Brawn, os Red Bull, o Ferrari de Kimi Raikonnen e o Renault de Fernando Alonso a ganharem o direito de correr nos últimos dez minutos dos treinos, outros como Felipe Massa, Robert Kubica, Heiki Kovalainen, Nelson Piquet Jr. ou Nick Heidfeld, o treino terminava ali.



E nos dez minutos finais, os mais leves tentaram o seu melhor para ficar com o melhor lugar à partida, e aí, os Red Bull deram todo o seu potencial. Sebastien Vettel não deu hipóteses à concorrência, e Mark Webber tenhou acompanhá-lo, com a concorrência de Rubens Barrichello. Mas depois de calçar um último jogo de pneus, o jovem piloto alemão levou a melhor e conseguia a sua quarta pole-position da sua carreira, terceira para a Red Bull.



"Foi um fim-de-semana fantástico. Não tivemos quaisquer problemas desde o inicio do Grande Prémio. As novas peças que trouxemos para o carro funcionaram em pleno", começou por dizer o jovem piloto alemão, visivelmente satisfeito com a sua 'pole'. "Na Q3 fiz tudo bem e penso que fiz a melhor volta do fim-de-semana, dei o máximo e até fiquei surpreendido com a minha própria rapidez. Esteve perto da perfeição", acrescentou.


Quanto a Rubinho (1B para o Groo), que larga da primeira fila mais uma vez, e agora à frente de Button, era um homem feliz, embora sem ter conseguido fazer a "pole-position": "Estou muito satisfeito com este resultado. Foi um fim-de-semana muito difícil, os Red Bull estão a fazer um grande trabalho e vão ser difíceis de bater amanhã. Penso que na Q3 fiz a minha melhor volta do grande prémio, tenho mesmo que confirmar se respirei ao longo de toda a volta", afirmou o brasileiro da Brawn GP, que ainda teve tempo para gracejar com a sua prestação. "Vai ser difícil bater os Red Bull mas é para isso que cá estou", concluiu o paulista.


Mas o espírito de Mark Webber, o terceiro classificado, era radicalmente diferente dos outros dois. Especificamente devido ao facto de Kimi Raikonnen, aparentemente, lhe ter estragado a sua volta mais rápida. E como é australiano, não foi meigo: "Podia ter sido melhor, mas apanhei o Kimi na minha última volta, não sei bem o que é que ele estava a pensar, se estava a dormir ou a beber vodka, mas ele devia estar fora da trajectória e não estava. Consegui uma boa volta ainda assim, cumprimentos ao Sebastian e à equipa pelo excelente trabalho. Vamos tentar ter uma boa corrida amanhã", afirmou.



E amanhã, 60 voltas nos esperam em Silverstone. Será, aparentemente, a última corrida neste mítico circuito inglês. E digo aparentemente, porque com as novas perspectivas da Formula 1, poderá ter ganho uma segunda vida... Ah, e pode ser que chova!

sexta-feira, 19 de junho de 2009

GP2 - Ronda 5, Grã-Bretanha(Qualificação)

Deixando um pouco de lado as polémicas nos bastidores, a GP2 teve esta tarde a sua sessão de qualificação para a corrida de amanhã, e se Romain Grosjean deu o seu melhor e vai partir da "pole-position" na corrida de amahhã, ao lado do brasileiro Alberto Valério, vai ter logo atrás de si... Alvaro Parente. O piloto da ORT conseguiu esta tarde a sua melhor qualificação de sempre ao seviço da equipa de Tiago Monteiro, ao partir da terceira posição da grelha.


Apesar de não ter conseguido tirar o melhor partido do primeiro jogo de pneus, devido ao muito tráfego em pista na altura, com o segundo "set" de pneumáticos, tudo foi diferente, pois conseguiu andar ao seu melhor nível, sem interferências de maior, guindando-se ao terceiro posto, ficando a escassos décimos de segundo de Valério, o segundo mais rápido.


No final da qualificação, Alvaro Parente era um piloto feliz: "O carro está muito bem equilibrado, é muito rápido nas curvas de alta, o que é muito importante neste circuito. Nas curvas mais lentas está um pouco solto, mas é assim que um carro é competitivo em Silverstone. Este resultado é muito importante para mim e para a equipa depois dos problemas que temos tido ao longo do ano e estou muito satisfeito por ter alcançado um bom lugar na grelha de partida", explicou.


Para a prova de amanhã, as expectativas do piloto portuense são naturalmente elevadas. Para além de partir de uma boa posição, tem ao seu dispor um carro rápido. "Sinto-me bem e muito motivado, o que me deixa confiante de poder alcançar um lugar no pódio na corrida de amanhã. É claro que o objectivo de qualquer piloto é lutar sempre pela vitória e julgo que poderei bater-me por ela, mas é necessário ter uma postura prudente de modo a poder garantir um bom resultado" concluiu.


Já o seu companheiro de equipa, o indiano Karun Chandhok, não teve assim tanta sorte. Depois de ter estado muito tempo nos oito primeiros, uma má passagem pela pista fez com que caisse para a 11ª posição da grelha, lugar onde partirá amanhã. A primeira corrida da GP2 será a partir das 14 horas.

As reacções à separação da FOTA

O "day after" do anuncio da separação das equipas FOTA do Mundial de Formula 1 dirigido por Max Mosley e Bernie Ecclestone, está a ser digerido por muita gente nos bastidores do circuito de Silverstone, entre as duas sessões de treinos livres desta sexta-feira. E como podem imaginar, ao longo do dia se ouviram muitas declarações de pessoas ligadas ao assunto, demonstrando as suas razões porque acreditam (ou não) num campeonato rebelde.

Mario Thissen, o director da BMW Sauber, representa uma das equipas "rebeldes", e justificou a razão pelo qual estes tomaram uma decisão tão radical: "As equipas da FOTA esforçaram-se até ao fim para chegar a um acordo, mas lamentavelmente a FIA recusou-se a retroceder na sua posição rígida, insistindo que as equipas deveriam inscrever-se primeiro antes de quaisquer negociações sobre as regras. Isso era inaceitável para nós", diz o engenheiro alemão. Sendo assim, "a FOTA não teve outra alternativa que não seguir em frente com os preparativos para um novo campeonato", concluiu.

"Desde a sua fundação, em Setembro do ano passado, a FOTA comprometeu-se a reduzir de custos na Fórmula 1, reforçando o seu apelo e o apoio às pequenas equipas independentes. Durante este curto período de tempo, alcançou-se mais do que nunca na história da Fórmula 1. Não iremos fazer qualquer outra declaração sobre o assunto durante este fim-de-semana. Queremos concentrar-nos totalmente na corrida e proporcionar aos fãs o espectáculo que merecem", concluiu.



MOSLEY MINIMIZA, STEWART APELA AO TIO BERNIE

Já do lado da FIA, esta reagiu: Max Mosley a conceder uma longa entrevista à cadeia de televisão BBC, onde minimiza o gesto, afirmando que tudo não passa de uma manobra de intimidação, e que mais cedo ou mais tarde, estas acabarão por abandonar a ideia.


"Estas coisas acabam sempre com um entendimento. Eles não se podem dar ao luxo de não correr na F1 e nós ficaríamos muito relutantes em ter um campeonato do Mundo de F1 sem eles, e eu falo das oito equipas. Estou totalmente confiante num [que as equipas ficarão] porque no fim as pessoas fazem aquilo que é do seu interesse. É do interesse das equipas estarem na Formula 1 e não existe, na verdade, nenhuma questão fundamental que os impeça de continuar", começou por afirmar, referindo-se depois ao provável campeonato paralelo.

"Não o levo tão a sério quanto algumas pessoas porque sei que é tudo fachada e postura. Tudo irá acabar algures entre o início de 2010 e Março de 2010, altura da primeira corrida. Tudo isto vai parar, tudo vai acalmar e todos irão competir. Eles podem ser muito duros agora porque não têm nada com que se preocupar até Março de 2010. Estamos a nove meses de distancia. Toda a gente pode fazer pose e marcar uma posição, mas todos sabemos que quando chegarmos a Melbourne em 2010 haverá um Mundial de Formula 1 e toda a gente que puder estar nele estará", continuou.


Ele tem toda a razão: estamos a nove meses de distância. Tudo pode acontecer, até ele ser corrido da Formula 1 ou então não poder estar vivo nessa altura... Quem lê a entrevista, fica com a sensação de que ele ainda não percebeu, ou então não leva muito a sério o gesto de ontem por parte da FOTA. Com a situação actual, só demonstra que ele deve viver num mundo paralelo, pois no seu blog, James Allen disse no seu blog que "nunca as equipas FOTA estiveram tão unidas na sua ideia do campeonato paralelo, só para correrem com Max Mosley". Com dois campos determinados em correr um com o outro, tirem as vossas conclusões.

Já o escocês Jackie Stewart, tricampeão do Mundo de Formula 1, afirmou que esta era uma decisão esperada: "Já se estava a adivinhar há algum tempo", declarou.

"Penso que as equipas sentem-se incomodadas de alguma maneira já desde há muito tempo. Eu já há muito que defendo a necessidade de reestruturar a FIA e é preciso que exista uma governação mais aberta. Se isso tivesse ocorrido [antes] não estaríamos na posição em que estamos agora", afirmou o ex-piloto escocês, que completou recentemente 70 anos.

"Penso que as equipas querem que o Max [Mosley] se vá embora, porque algumas das decisões tomadas nos últimos anos foram, sinceramente, muito questionáveis... acho que muita gente está farta daquele tipo de atitude ditatorial. Penso que neste momento, as equipas não têm de fazer nada. Apenas têm de decidir como vão fazer aquilo que disseram que vão fazer. Penso que agora depende da FIA de fazer uma proposta totalmente diferente", cloncluiu.

Contudo, apelou a Bernie Ecclestone para que este intervenha, de forma a evitar que a separação se concretize. "A parte mais importante que se tem de envolver agora é o Bernie [Ecclestone], porque, afinal de contas, ele detém os direitos comerciais. Tenho a certeza de que ele não quer um campeonato paralelo, porque isso iria ameaçar seriamente a CVC [proprietários da F1] e os direitos do Bernie Ecclestone", afirmou.

"O Bernie sabe como fazer as coisas, ele teve muito sucesso na Formula 1 e o desporto tem tido sucesso com muitas coisas do que ele tem feito. Por isso, ele terá um papel muito importante naquilo que irá acontecer nos próximos dois ou três dias. Mas, francamente, as equipas já tomaram a sua decisão e penso que não irão falar com a FIA este fim-de-semana", concluiu.

Pois é... Bernie Ecclestone anda muito silencioso. Enfim, tem todo o fim de semana para falar. Mas se calhar não fala, pois quer ver se safa disto e negoceie os direitos do campeonato rebelde, querem ver?

Às 400 mil visitas, uma reflexão sobre a actual situação

Confesso que é bastante irónico saber que hoje, no dia em que este blog chega à incrível marca das 400 mil pageviews, seja o "day after" da histórica decisão das equipas FOTA de sair da Formula 1 para criar um campeonato rebelde, sem intermediários e sem Max Mosley.


Máquinas e pilotos correm este fim-de-semana no histórico circuito inglês, palco do primeiro Grande Prémio oficial da Formula 1, no já longínquo dia 13 de Maio de 1950. É também simbolicamente irónico que, no ano em que Bernie Ecclestone "enxota" este circuito do calendário, a favor de Donington Park, a Formula 1, tal como a conhecemos hoje, poderá ter alcançado o seu fim. Ou então, se quiserem ser mais místicos, "completou o círculo".


Muitos culpam Max Mosley por este desfecho. Eu direi que todos são culpados. Digo isto porque a questão que se move aqui, e sempre disse isto nos vários artigos que escrevi nos meses que esta polémica leva, é o dinheiro e o poder. Quando se vê que Bernie Ecclestone assina contratos chorudos, em que ele fica com a "parte de leão" (e é por isso que ele é um dos homens mais ricos de Inglaterra), pode-se ver a razão pela qual a FOTA se quer separar da FIA: não querem intermediários.


Quando as equipas FOTA, não são propriamente anjinhas. Mas acho que mesmo os menos escrupulosos, como Flavio Briatore (que nunca escondeu a sua vontade de ficar com o lugar de Eccclestone), provavelmente já tinham ficado fartos das prepotências do tio Max, e dos seus disparates em termos de regulamento. Hoje foi o tecto orçamental (não tão disparatado assim no papel, os valores propostos é que sim), mas ontem foi o sistema das vitórias para definir o campeão do mundo, ou ainda mais atrás, coisas como a impossibilidade de trocar de pneus durante os reabastecimentos (em 2005), ou então os pneus com rasgos (1998-2008) e a possibilidade de discutir a pole-position através de uma única volta (também em 2005). Seria longo e fastidioso enumerar os disparates do Tio Max desde 1992, mas um dia, eles teriam de dizer "enough is enough!"


Claro, a FIA já diz hoje que o culpado disto tudo é a FOTA. Mas quando se tem um presidente cuja postura nos negócios é "my way, or the highway" e quando lucrava com a desunião entre as equipas para se manter no poder (o seu seguro de vida era a lealdade da Ferrari à competição), pode-se dizer que o seu trunfo era este. E a postura nas últimas semanas, de tentar destruir a FOTA, retirando as equipas da associação, uma a uma (conseguiu com a Williams e a Force India), mostrava que a sua aposta era aquela, para manter-se no poder e aplicar as regras que quisesse e bem entendesse. Aparentemente, falhou.


Que calendário teremos em 2010? Bom, o Mónaco é certo. Toda a gente sabe que o contrato que a FIA tem com o Principado refere que o Grande Prémio só avança com a presença da Ferrari na lista de inscritos. Sem Ferrari na FIA, não há Monaco GP. Ora, com a "jóia da coroa", podemos incluir mais alguns circuitos. Desde já, os americanos - Montreal e Indianápolis - e eventualmente Buenos Aires. Já o Brasil parece complicado, pelo menos de começo. Só Interlagos é que está em condições, já que Jacarépaguá está perdido.


Na Ásia, Shangai sim. Fuji talvez (é da Toyota) Sepang não sei, e Singapura não acredito. No Médio Oriente, talvez Bahrein e Losail, no Qatar. E a Europa, o leque é vasto: desde o "nosso" Portimão, até Imola, tudo é possivel. Silverstone, Spa-Francochamps, acredito que Monza vá para a FOTA, Magny-Cours (ou Le Mans, versão Bugatti), Zeltweg, Jerez... O que não falta são circuitos.


E em relação ao fim-de-semana desportivo? Acho que está estragado. Pelo menos o centro das atenções não vai ser tanto o que se passa na pista. Saber se Jenson Button vai ser outra vez "poleman", ou se desta vez os Red Bull vão dar luta, ou se McLaren e Ferrari vão entrar na Q3, se o Nico Rosberg vai voltar a ser o "rei das sextas-feiras", etc, etc... tudo isso a que, nós, os fãs deste desporto, nos interessa. E não ficaria admirado se no domingo, algum dos lados manifestar uma posição de força...


E quanto ao futuro? Bem, muitas pessoas falam que vai ser exactamente como foi nos Estados Unidos, após a "racha" entre CART e IRL, no final de 1995: uma competição dupla, que se enfraqueceu perante a NASCAR, e que ao final de treze anos, no inicio de 2008, acabou com Tony George a ficar com as equipas CART e ficar com a IRL. Falaram de "reunificação" mas no fundo, foi uma categoria a ficar com a outra. Essa pode ser uma hipótese, e acredito que a médio prazo, após o desaparecimento físico de Bernie Ecclestone e Max Mosley, isso possa acontecer.


E para finalizar, volto ao assunto do topo: este blog, com pouco menos de dois anos e meio, alcançou hoje a impressionante marca das 400 mil pageviews. Durante este tempo todo, alcancei coisas que não julgava conseguir, pelo menos nesta altura. Gosto de saber que o meu blog é uma referência, e que fiz imensos amigos (virtuais, é certo), mas posso dizer que agora, mesmo com um trabalho que por vezes me ocupa o tempo todo, o meu amor pelo automobilismo e a minha vontade de escrever no blog continuam intactos. Posso dizer que é isto que me faz cumprir dois dos meus sonhos básicos de adolescência.

Aos amigos, admiradores e visitantes ocasionais... obrigado a todos. E o automobilismo vai continuar, é garantido!

Formula 1 em Cartoons - Minidrivers (FOTA vs FIA)

Pois é, com o anuncio oficial da série rebelde, contra a FIA (Max Mosley e Bernie Ecclestone), já começaram a haver pessoal que factura com isto. O site espanhol Minidrivers meteu esta manhã um cartoon sobre o estado de espítito dos pilotos e das equipas sobre o fim da Formula 1, tal qual conhecemos...




Confesso que já vi Carnavais menos festivos.

É oficial! FOTA vai lançar a sua própria série

Podemos gravar nas nossas memórias o dia 18 de Junho de 2009, meus amigos. Pois hoje, oficialmente, a FOTA anunciou em Silvestone, no final de quatro horas de reunião, que irá criar a sua própria série em 2010. O comunicado oficial, divulgado esta noite e assinado por Ferrari, McLaren, BMW, Renault, Toyota, Red Bull, Toro Rosso e Brawn, criticou abertamente a atitude da FIA e de Bernie Ecclestone, de pura e simplesmente ignoraram as pretensões das equipas, nas matérias que os dividiam, nomeadamente o tecto orçamental. Eis o comunicado:



"Desde a formação da FOTA em Setembro, as equipas têm trabalhado unidas e procuraram engajar a FIA e o detentor dos direitos comerciais para desenvolver e melhorar o desporto automóvel. Uma crise financeira sem precedentes colocou diante da comunidade da Formula 1 enormes desafios. A FOTA orgulha-se de ter estipulado medidas substanciais de corte de custos, as maiores na história de nosso desporto.


As construtoras, em particular, ofereceram assistência às equipas independentes, alguns dos quais provavelmente não estariam na Formula 1 se não fossem as iniciativas da FOTA. As equipas incluidas nesta organização concordaram voluntariamente em reduzir seus custos de forma a chegar a um modelo sustentável para o futuro.


Logo a seguir, todas as marcas anunciaram à FIA e ao detentor dos direitos comerciais a sua disposição de assumir um compromisso até o final da temporada de 2012.

(...)

A FIA e o detentor dos direitos comerciais, Bernie Ecclestone, fizeram uma campanha com o objectivo declarado de dividir a FOTA.

(...)

Os desejos da maioria das equipas foram pura e simplesmente ignorados. Para além disso, desde 2006, as equipas FOTA reclamam o direito a receber dezenas de milhões de dólares, que foram retidas pelo detentor dos direitos comerciais. Apesar destas divergências, e da ausência de um ambiente favorável a um compromisso, a FOTA genuinamente procurou durante os últimos meses, de forma incansavel, um compromisso que satisfazesse ambas as partes.


Ficou claro, assim, que as marcas não podem continuar a assumir tal compromisso relativo aos valores fundamentais deste desporto, e sendo assim, decidiram declinar o pedido da FIA em alterar suas inscrições condicionais para o Mundial de 2010.


Sendo assim, estas marcas não têm outra alternativa que não iniciar a preparação de um novo Campeonato, que reflicta os valores dos seus participantes e seus parceiros. Esta categoria irá ter uma gestão transparente, um único regulamento, e irá encorajar a entrada de novas marcas, ao mesmo tempo que irá escutar os desejos dos verdadeiros fãs de automobilismo, inclusivé oferecendo preços mais baixos, assim como a entrada de novos parceiros e novos accionistas.


Estamos convencidos que maioria dos pilotos, estrelas, marcas, patrocinadores, promotores e companhias historicamente associadas ao mais alto nível do automobilismo estarão todos do lado dessa nova categoria.


Assim, a Formula 1 tal como conhecemos, morreu hoje. E como "rei morto, rei posto", resta saber agora como será a nova série. O Autosport português desta semana refere que um calendário oficial poderá acontecer no final de Julho, após o GP da Hungria, acompanhado por um pacote comercial, certamente muito mais atractivo daquele apresentado por actualmente por Bernie Ecclestone.


Agora resta saber uma coisa: com a Formula 1 a prazo, resta saber como Mosley irá agir até ao final da temporada. Será que vai hostilizar em pista as equipas FOTA, sem sinal de represália? Esperemos que não, mas não ficaria surpreendido...

quinta-feira, 18 de junho de 2009

O novo capacete de Jenson Button

Esta vi hoje no Blog do Capelli. Sempre por alturas do GP de Inglaterra, Jenson Button faz do seu GP caseiro em algo de especial, lançando um concurso onde pede aos fãs para que lhe desenhem um capacete. E ele, por um fim de semana, anda com o desenho vencedor. Já tinha feito isso no ano passado, mas este ano vai ser um pouco diferente, pois estamos a falar... do actual lider do campeonato.

O capacete que Button vai usar este fim de semana tem o habitual: uma bandeira britânica, tipica do piloto inglês, com uma particularidade: uma frase em inglês que diz "Push the Button", um trocadilho à inglesa com o seu nome... nada mau. Uma nota divertida, numa era onde a politica de bastidores domina as noticias...

Guerra FOTA-FIA faz atrasar projectos futuros

A indecisão na Formula 1 faz com que alguns dos circuitos que poderão receber a competição no futuro, como a coreia do Sul e a India, comecem a pensar duas vezes por qual campeonato é que irão alinhar, a partir de 2010.


Na Coreia do Sul, onde já se trabalhava a fundo para criar as estruturas necessárias à realização dum primeiro Grande Prémio na próxima temporada, as contratações e negociações com possíveis colaboradores estão paradas, devido á guerra FOTA-FIA. Até se saber quem corre em que campeonato no próximo ano, nada feito.


No caso da Índia, que receberá o Mundial em 2011, a situação é ainda mais caótica, pois a presença garantida da Force India no Mundial da FIA fez com que alguns quisessem continuar a avançar com a construção da pista, que será construida nos arredores de Nova Delhi, mas a provável ausência da Ferrari fez com que o governo local decidisse suspender temporariamente as obras. Isso faz com que os planos de Ecclestone, de construir mais circuitos fora da Europa, estejam um pouco paradas, à espera de uma resolução do conflito.

Formula 1 em Cartoons - Bonecos do Bruno (FOTA vs FIA)

Já ouvi dizer que ambas as partes conseguiram ontem uma espécie de acordo ou algo parecido. Não sei. Quero esperar para ver, para ser honesto, pois o Tio Max não cedeu completamente. Até lá, acredito que a situação é mesmo esta que o Bruno colocou aqui. E ainda acho que pode haver um campeonato paralelo...

The End: Peter Arundell (1933-2009)

O piloto inglês Peter Arundell, que competiu pela Lotus entre 1964 e 1966, morreu esta terça-feira aos 75 anos, na sua casa de Norfolk, vítima de grave doença respiratória.




Arrundell nasceu a 8 de Novembro de 1933 em Illford, no Essex. Após servir na Força Aérea Britânica, começou a correr profissionalmente com 21 anos, a bordo de um MG. No inicio da década de 60, passou para a Formula Junior, onde venceu os campeonatos de 1962 e 63, a bordo de um Lotus. As suas vitórias eram de tal forma convincentes que os seus adversários o acusaram de ter um motor ilegal. Acusações essas que os comissários o negaram, depois de verificarem a sua máquina. Para além dessas vitórias no campeonato, venceu também corridas de prestigio em Monza e no Mónaco, também em Formula Junior.


Estas vitórias fizeram com que Colin Chapman o contratasse para a sua equipa de Formula 1 na temporada de 1964, ao lado de Jim Clark. Tinha tido uma primeira tentativa, no GP de frança de 1963, mas não correu. A sua primeira corrida foi no Mónaco, onde se notava com o seu capacete vermelho. Teve uma actuação surpreendente que foi recompensada com um pódio. Repetiu a proeza na corrida seguinte, em Zandvoort, chegou a liderar o GP da Belgica e voltou a pontuar no GP de França, conseguindo onze pontos nas suas primeiras quatro corridas, sendo um dos melhores "rookies" de sempre na Formula 1, só superado por Jackie Stewart (1965) e Lewis Hamilton (2007).


Contudo, esta brilhante temporada teve um final abrupto quando numa prova de Formula 2, no circuito francês de Reims, perdeu o controlo do seu carro e sofreu um embate do carro pilotado pelo americano Richie Ginther. Cuspido para fora do carro, sofreu várias fracturas e ficou de fora durante ano e meio, sendo substituido por Mike Spence.


Depois de recuperar das suas lesões, Colin Chapman lhe deu mais uma chance na temporada de 1966, a bordo da Lotus. Mas a sua rapidez tinha desaparecido, e conseguiu apenas um ponto em Watkins Glen. Continuou a correr até 1969, altura em que se retirou de competição e mudou-se para os Estados Unidos. Aí fundou em finais dos anos 70 uma empresa de software especializada em... jogos de video para adultos, a Mystique. Após a sua falência, em 1983, regressou a Inglaterra onde era presença assidua nos eventos de automóveis antigos.


E assim se vai mais um membro de uma rara espécie de pilotos que competiram na era a Formula 1 de 1.5 litros, e que teve a chance de sobreviver para contar a história. Ars lunga, vita brevis.

5ª Coluna: Alegrias e tristezas do automobilismo

Bom dia a todos. A semana que passou foi fértil em eventos, e indo para além do contínuo diferendo entre FIA e FOTA, houve também eventos históricos, com a vitória da Peugeot nas 24 horas de Le Mans, onde finalmente o modelo 908 estreou-se na lista de vencedores da clássica da Endurance, 16 anos depois da sua última vitória. Mas também foi um fim-de-semana onde no outro lado do Atlântico, a sombra da morte pairou numa competição automobilística.


Le Mans: Por fim, a vitória da Peugeot!


O fim-de-semana passado foi o mais sagrado da Endurance. Perante 250 mil pessoas, Peugeot, Audi, Aston Martin e Pescarolo, entre outras equipas, disputaram a vitória na corrida mais longa e mais demolidora do mundo: as 24 Horas de Le Mans, que este ano vai na sua 77ª edição. Sabia-se que iria ser mais uma batalha entre Áudi e a Peugeot, com a entrada este ano dos Aston Martin, pintados com as cores da Gulf, que 40 anos antes, graças aos Porsche 917 inscritos pela equipa de John Wyler, tinham captado a imaginação de toda uma geração.


Apesar da corrida ter começado nos bastidores, com um protesto da Peugeot devido à frente do Audi R15, (que tiveram de a modificar) isso cedo foi esquecido quando começou a corrida, e viu-se que as novas máquinas de Inglostadt não estavam prontas para segurar as máquinas de Sochaux, agora com a experiência de três temporadas em competição. Se não fosse o azar do Pedro Lamy logo na primeira hora, quando lhe bateram na saída das boxes com o… 908 da Pescarolo, eventualmente o piloto português teria voltado a subir ao pódio, como em 2007. Mas como forma de consolo, terminou a corrida na sexta posição da geral e o melhor dos portugueses presentes. Tiago Monteiro, que corria ao lado de Bruno Senna no seu ORECA, não terminou a corrida, e João Barbosa levou o outro Pescarolo ao oitavo lugar final.


Na corrida propriamente dita, os Audi cedo demonstraram que não iam dominar a corrida como nos anos anteriores. Desde mudar por várias vezes a sua frente “revolucionária” até aos despistes do carro numero 2, conduzido na altura por Lucas Luhr, e o atraso do carro numero 3, somente o carro numero 1, de Tom Kristiensen, Alan McNish e Rinaldo Capello é que chegou ao fim num lugar relevante, o terceiro. E assim, 17 anos depois, a Peugeot vencia de novo, estreando o modelo 908 na galeria dos vencedores, mas… com o carro errado!


A ideia deles era que o carro numero 8, de Frank Montagny, Stéphane Sarrazin e Sebastien Bourdais, fosse o vencedor, para ter uma vitória totalmente “bleu” (carro, motor, pneus e pilotos franceses), mas o vencedor acabou por ser os pilotos do… terceiro carro, conduzido por Alexander Wurz, David Brabham e Marc Gene. Para piorar um pouco as coisas, o director da marca, Olivier Quesnel, pediu aos franceses para abrandar o ritmo e não entrar em lutas inúteis, pois os pilotos do carro numero 9 estavam no comando desde a nona hora, e não queriam largar o osso por nada deste mundo. E em nome da equipa, dos carros que a Peugeot tinha de vender na segunda-feira e do facto que eles queriam ganhar esta prova por tudo neste mundo, lá tiveram de contar os ânimos. E os franceses subiram ao pódio com cara de poucos amigos…


Para finalizar, os Aston Martin portaram-se bem, para primeira vez. O melhor foi o carro 007, de Jan Charouz, Thomas Enge e Stephan Mücke, que terminou na quarta posição


No meu caso em particular, como não fui ver a corrida “in loco”, a melhor maneira foi assistir na TV os eventos. Sorte de quem tem TV Cabo, assisti à corrida na Eurosport, especialmente a parte da madrugada. Assistir a uma tertúlia televisiva, com a passagem de convidados como o Domingos Piedade, a contar as suas historietas dos tempos da Joest (como director desportivo, venceu duas edições nos anos 80), ou então o Hugo Ribeiro, que juntamente com o seu irmão Vítor, mantêm o site Le Mans Portugal (http://www.lemansportugal.com/). Provavelmente por ser um evento diferente, a cobertura tinha de ser diferente. Mas foi muito mais divertido do que o normal…


FOTA vs FIA: Agora sim, a corda está esticada!


Voltar a este assunto é cada vez mais uma chatice, no sentido em que nenhum dos lados cede, e a especulação sobre o futuro da categoria é tão delirante como a pior da “silly season”. Depois do anúncio das equipas para 2010, esta sexta-feira, que nada resolveu, esta semana houve mais uma reunião para tentar resolver as diferenças, sem resultados. A cada vez que oiço as partes, dá-me a sensação que tudo isto é inútil. A cada vez que oiço Max Mosley a dizer “aceito as vossas propostas, mas primeiro inscrevam-se incondicionalmente”, fico cada vez mais convencido de que o patrão da FIA, esse velho jarreta, quer é fazer a Formula 1 à sua maneira, destruindo a FOTA e submetendo-as ao seu “diktat”.


Se até agora a FOTA está unida, apesar de todos os truques e tentativas de Mosley para a quebrar (o caso das inscrições incondicionais da Ferrari, Red Bull e Toro Rosso foi o último exemplo, que foi violentamente contestado pela FOTA), então temos todas as razões para acreditar que a cisão é cada vez mais inevitável. Agora temos um novo prazo: 19 de Junho, ou seja… amanhã. O que acontecerá, após a passagem desse prazo? As duas partes estão irredutíveis, teremos algum boicote ao GP de Inglaterra? Não creio. Mas se calhar, a cisão será cada vez mais uma inevitabilidade.


Já agora, uma nota final em relação às equipas inscritas. Uma das três aceites é uma tal de Manor. Essa equipa tem como colaborador Nick Wirth, o homem por detrás da Simtek, 15 anos atrás. Wirth é um estreito colaborador de Max Mosley. E como ainda não sabemos bem quem são os elementos por detrás dessa empresa, não ficaria espantado se o Tio Max seja parte interessada. E não sou eu só a levantar a questão: o Becken Lima, do F1 Around (http://www.f1around.wordpress.com/) tinha levantado essa questão logo na passada sexta-feira…


WRC: Uau! Sebastien Löeb desistiu.


Os ralies de terra são normalmente desgastantes para pneus e suspensões. Mas o Rali da Acrópole, em paragens gregas, costuma ser ainda mais desgastante do que o normal. E após termos visto as seis vitórias consecutivas de Sebastien Löeb nesta época e ficarmos convencidos que isto iria ser um “passeio no parque” por parte do francês da Citroen, em duas provas, vimos a sorte a mudar de um lado para o outro, com a Ford a vencer as duas últimas provas. Jari-Matti Latvala foi o vencedor na Sardenha, e agora foi Mikko Hirvonen.


E os desgastantes troços gregos fizeram as suas vítimas, como é de costume. Mas não se esperava que Sebastien Löeb fizesse uma curva demasiado cedo e capotasse espectacularmente o seu Citroen C4, tornando-o impossível de reparar. Para o francês, era a sua primeira desistência desde o Rali da Suécia do ano passado. Outros também não acabaram o rali, como o seu companheiro Daniel Sordo, ou os irmãos Solberg, Petter e Henning. Com isso, quem aproveitou bem foi o francês Sebastien Ogier, que levou o seu carro à segunda posição da geral, e ver nos restantes lugares pontuáveis gente como o argentino Frederico Villagra, quarto classificado, ou o zimbabueano Conrad Rautenbach, o quinto, é algo anormal. Mas os que terminam são autênticos sobreviventes…


Assim, o “passeio no parque” tornou-se um pouco mais complicado, pois agora tem Mikko Hirvonen a sete pontos do piloto francês. O possível sexto título mundial tornou-se num osso um pouco mais duro de roer.


Uma palavra final para Armindo Araújo. O piloto português que corre na categoria de Produção, lutou pela vitória contra o qatari Nasser Al-Attiyah e o local Lambros Athanassoulas, mas terminou a corrida na terceira posição final, perdendo o comando para Al-Attiyah. Contudo, Armindo está a somente quatro pontos da liderança, logo, todas as hipóteses de conquistar o título estão presentes. O chato é que agora só competirá em Novembro, altura em que acontecerá o Rali de Gales.


Um requiem para Carlos Pardo (1975-2009)

Deixei para o fim a nota triste deste fim-de-semana. No passado Domingo, durante uma prova na NASCAR mexicana, na oval de Puebla, que costuma ser palco de uma ronda do WTCC, o piloto Carlos Pardo morreu quando liderava a corrida, na última volta da competição. Pardo levou um toque de traseira por parte de Jorge Goeters, que o fez perder o controlo do seu carro e o faz bater no muro de protecção, que tinha um reforço com barreiras cheias de água. Apesar da rapidez dos socorros, Pardo foi declarado morto 45 minutos depois do acidente. Tinha 33 anos e fora campeão da categoria em 2004.


Uma morte em competição é sempre triste. É mais chocante quando o assistimos em directo, numa era destas, onde a segurança é sempre importante. E ainda por cima, neste caso em particular, Pardo tinha a mulher e os filhos a assistir à corrida, e o seu irmão, Ruben Pardo, também participava como concorrente.


Quem leu o meu post de segunda-feira sobre o assunto (http://continental-circus.blogspot.com/2009/06/requiem-para-carlos-pardo-1975-2009.html), notou o meu desgosto pela NASCAR e o facto de nunca ter gostado do aspecto do circuito/oval de Puebla, cujo asfalto considero como horrível, para não falar no tipo de desenho. Confesso que nunca percebi a razão pelo qual a FIA aprovou aquele circuito para corridas. Nelson Piquet disse certo dia que vamos aos circuitos “para ver o circo pegar fogo”. Acredito, mas nunca passa pela nossa cabeça ver corridas com o propósito de assistir a mortes em directo…

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Stewart: "As ditaduras não duram para sempre"

Nesta altura de guerra entre FOTA e FIA, mais uma voz se levanta em relação à actual situação. E não é uma qualquer: é Sir Jackie Stewart. O tri-campeão do mundo e ex-patrão da Stewart Racing, e conhecido recentemente pela sua oposição a Max Mosley, disse o que pensa em relação à situação actual.




"Pode-se dizer que é preciso um ditador - e sim, funciona - mas sabem que mais? Não dura para sempre. Júlio César era muito bom no que fazia, e o que aconteceu? Perdeu o seu império", afirmou Stewart ao jornal Daily Telegraph.



"Penso que a FIA, mais do que tudo, precisa de ser reestruturada e de ter uma governação apropriada, não uma pessoa a dizer 'tem de haver [o sistema de recuperação de energia] KERS', não uma pessoa que diga que todas as equipas vão à falência se não controlarem os gastos. Eles [a FIA] nem deveriam estar envolvidos na parte comercial do desporto.


Quanto à guerra FIA-FOTA, Stewart disse que os patrocinadores começam a questionar a sua presença na competição: "Tive duas grandes multinacionais a ligar-me nas duas últimas semanas e a perguntarem-me 'Jackie, que é que vais fazer em relação ao teu desporto?'. Disseram-me 'Tens de falar com eles, tens de acabar com esta lavagem de roupa suja em público. É completamente hediondo e nenhum dos nossos clientes gosta disso'", afirmou Stewart. Já agora, resta dizer que campeão escocês trabalha aogra como relações públicas do Royal Bank of Scotland, um dos patrocinadores da Williams...