sábado, 26 de abril de 2025

A imagem do dia




Há 50 anos, a Formula 1 chegava a paragens europeias, e o normal era começar em Espanha. Mas aquele final de semana foi tudo menos... normal. Onde os paus que nascem tortos, tarde ou nunca se endireitaram.

Em meados dos anos 70, sempre que a competição começava na Argentina e Brasil, e depois efetuava uma paragem na África do Sul, a Espanha era o país que recebia a Formula 1 quando chegavam ao continente europeu. E da mesma maneira como era feito o Reino Unido e em França, e algumas ocasiões, na Bélgica, alternavam a pista. Em anos pares, a corrida acontecia em Jarama, nos arredores de Madrid, e nos ímpares, era em Barcelona, numa pista urbana à volta do Parque de Montjuich. Se na pista permanente, em Madrid, as coisas eram algo sinuosas, em Montjuich, era bem mais rápido, logo, mais perigoso. Aliás, em 1969, já tinha havido um acidente sério com os Lotus de Graham Hill e Jochen Rindt, com o austríaco a acabar com um nariz partido. 

Os eventos de 1975 foram descobertos por acaso, e um dos pilotos mais ativos na denuncia da situação foi Emerson Fittipaldi. Tinha sido ele que descobriu, na quinta-feira antes da corrida, quando andava na pista, da má colocação dos guard-rails. Preocupado, falou com alguns dos seus colegas, que por esta altura já se reuniam na GPDA, a Grand Prix Drivers Association. Falando entre eles no recinto do Estádio de Montjuich, que dali a uns anos, em 1992, iria ser o palco dos Jogos Olímpicos, tomaram uma decisão, que foi comunicada por Graham Hill: não iriam participar na qualificação.

Isso causou pânico entre a organização, que ameaçou apreender os carros, caso não fizessem isso. Houve tensão entre ambas as partes, até que Jacky Ickx, que não era membro da GPDA, decidir sair da pista para marcar as suas voltas. Pouco depois, mais alguns pilotos fizeram o mesmo, e os funcionários decidiram percorrer o circuito para reparar os estragos existentes. Em algumas ocasiões, alguns mecânicos foram até acompanhá-los nessa tarefa. As coisas estavam complicadas, e para piorar as coisas, Emerson, independentemente de como esta situação iria acabar, tinha tomado uma decisão: não iria correr. Deu três voltas em ritmo lento, marcou o pior tempo, e quando encostou o carro às boxes, arrumou as suas coisas e foi embora, rumando para Genebra, onde ele vivia então. 

Curiosamente, o seu gesto foi acompanhado por mais alguns pilotos: o seu irmão, Wilson, e Arturo Merzario. E enquanto isso acontecia, acontecia um contra-relógio para que a corrida acontecesse, com gente como Ken Tyrrell a andar ao longo da pista com uma chave de fendas na mão para apertar algum parafuso solto. Isto era a qualquer preço, e as consequências viriam a seguir.   

WRC 2025 - Rali Islas Canárias (Dia 2)


Kalle Rovanpera continua a liderar o rali Islas Canárias no final do segundo dia deste rali, dando 45,2 segundos de vantagem sobe a concorrência, nomeadamente o seu companheiro de equipa, o outro Toyota de Sebastien Ogier. Depois de 13 especiais, sete dos quais cumpridos neste sábado, Rovanpera é o primeiro de uma armada de Toyotas, que ocupam... as quatro primeiras posições.

Terceiro é... o terceiro Toyota de Elfyn Evans, a 1.08,1, já com alguma distância do quarto classificado... o Toyota de Katsuta Takamoto, a 1.43,9. Em quinto, e o melhor dos Hyundai, está o carro de Adrien Formaux, já a uma distância de 2.09,6.

Está a correr muito bem”, começou por afirmar Rovanperä no final deste sábado. “Fizemos algumas pequenas alterações no carro de tarde e senti-me ainda melhor do que de manhã, o que foi bom. Acho que os dois primeiros também estavam a limpar um pouco, por isso a aderência foi mais consistente e bastante agradável.”, continuou.

Olhando para o Super Domingo – onde estão disponíveis até dez pontos de bónus para além dos 25 atribuídos por uma vitória absoluta – o piloto de 24 anos acrescentou: “Precisamos dos pontos, por isso só espero ter a mesma sensação no carro – que tudo seja fácil. Se não, então temos de pensar também no panorama geral. Mas, se tudo correr bem, é claro que temos de tentar trazer alguns pontos.”, concluiu.

Com passagens duplas por Moya-Gáldar, Arucas-Figas, Tejeda-San Mateo, acabando o dia na super-especial de Las Palmas, Rowanpera começou a dominar as especiais. Ganhou as especiais da manhã, com Ogier a ser o único a acompanhar... mas não muito. No final da manhã, a diferença tinha sido largada para os 36,9 para Ogier e 53,2 para Evans. Na parte da tarde, a mesma coisa continuava, com o finlandês a alargar a vantagem para os 45,2, no final do dia, com alguns incidentes pelo caminho.


O primeiro dos quais foi na 11ª especial, quando Gregoire Munster, então nono, bateu na 11ª especial, com o seu Ford, acabando fora de estrada e atrasou-se na classificação geral. Na especial seguinte, a de Tejeda-San Mateo, Sami Pajari sofre um acidente, destruindo o lado direito do seu Toyota, acabando por desistir.  

Depois dos cinco primeiros, está Thierry Neuville, sexto, não muito longe de Formaux, mas a passar por um tempo difícil, seguido por Ott Tanak, a 2.47,3. Oitavo é Yohan Rossel, o melhor dos Rally2, a 5.45.9, não muito longe de Alejandro Cachon, a 6.04,7, no seu Toyota Yaris Rally2. No décimo e último lugar pontuável, está o Ford Fiesta Rally1 de Josh McErlean, a 6.12,3.

O rali Islas Canárias acaba este domingo, com a realização das últimas cinco especiais. 

sexta-feira, 25 de abril de 2025

WRC 2025 - Rali Islas Canárias (Dia 1)


O finlandês Kalle Rovanpera lidera o rali das Canárias, concluídas que estão as primeiras seis especiais do dia. O piloto da Toyota tem uma vantagem de 26,8 segundos sobre Sebastien Ogier, noutro Toyota, e Elfyn Evans, a 36,4. Num rali de asfalto, os Toyotas dominam, deixando os Hyundai bem longe, com o francês Thierry Neuville a ser o melhor... a 1,13,3, na sexta posição, com Ott Tanak logo atrás, a 1.14,1.

Estreando-se no calendário do WRC, apesar de ter tradição no Europeu de ralis, o rali Canárias foi o regresso do rali a paragens espanholas, depois de muitos anos na Catalunha. E nesta estreia, andaram em asfalto, algo que era um regresso, depois de Monte Carlo. 

E logo no shakedown, uma amostra das coisas que haveriam de vir, com Kalle Rowanpera a ganhar, deixando a concorrência para trás.

Depois disso, passaram-se para as classificativas propriamente ditas. Passagens duplas por Valsequillo - Telde, Valleseco - Artenara e La Aldea - Mogán, onde Rovanpera ganhou em todas. Logo na primeira especial do dia, começou com 6,5 segundos de vantagem sobre Elfyn Evans, 9,1 sobre Ogier e 12,8 sobre Adrien Formaux, o melhor dos Hyundai. Neuville teve algumas dificuldades no arranque e foi detetada uma poça de óleo no seu lugar de partida.

Na segunda especial, o finlandês conseguiu uma vantagem de 6,7 segundos sobre Ogier, 9,8 sobre Evans e 11,8 sobe Formaux. E no final da manhã, a vantagem de Rovanpera era agora de dois segundos sobre Ogier e 3,9 sobre Evans. Mas mesmo com isso, Rovanpera queixava-se do carro: "Tive muito mais dificuldade nesta etapa do que nas outras, principalmente no início. Não sei porquê, mas tínhamos muita subviragem e não conseguia equilibrar o carro.", comentou.


Na parte da tarde, o mesmo espetáculo: Rowanpera ganhou todas as especiais, e a vantagem alargou-se parente os seus companheiros de equipa e os pilotos da Hyundai, que ficavam cada vez mais para trás. No inicio da tarde, a diferença era de 17,8 segundos, e três classificativas mais tarde, tinha-se alargado para 26,8, com Oliver Solberg a ser o incidente mais relevante, com problemas de transmissão no seu Toyota GR Yaris Rally2.
 
"Tentamos sempre extrair mais da configuração. Estas duas últimas etapas foram muito boas, mas vamos ver como será a última, uma vez que tivemos um pouco de dificuldade lá de manhã.", disse o finlandês.

Depois dos três primeiros, Sami Pajari é o quarto, a 53,3, com Katsuta Takamoto a não estar longe, a 1.06,0, no quinto posto. Depois, vem os três Hyundai, com Neuville, Tanak e Adrien Formaux no oitavo lugar, a 1.14,8. A fechar o "top ten" estão os Ford Puma Rally1 de Gregoire Munster, a 2.11,0 e o Citoen C3 Rally2 de Yohan Rossel, a 2.50,7.

O rali das Canárias prossegue este sábado, com a realização de mais sete especiais.

Noticias: FIA e pilotos chegam a acordo para o assunto da linguagem


FIA e WoRDA chegaram a acordo nesta semana, antes do rali das Canárias, sobre a linguagem usada pelos pilotos. A partir de agora, as regras são aliviadas: os palavrões ditos no calor do momento — como nas entrevistas pós-troço ou via rádio — já não serão punidos. Apenas declarações feitas em conferências de imprensa ou zonas oficiais dos media continuam sob restrição. 

Ambos celebraram a união dos pilotos como essencial para alcançar este resultado: “Estou contente pelo facto da FIA ter ouvido e aceite os argumentos e especialmente por todos estarem a trabalhar em conjunto e foi bom ver todo o apoio de todos os pilotos de ralis, Rally1 e Rally2, o que mostra que estamos juntos”, disse Kalle Rovanpera, quando falou sobre o acordo. 

Recorde-se que tudo isto aconteceu depois do rali da Suécia, quando Adrien Formaux desabafou depois de um acidente na última especial do dia, rendendo uma multa de 20 mil euros, dez mil dos quais de forma suspensa. Por causa disso, os pilotos decidiram fundar uma associação, a WoRDA (World Rally Drivers Association) para defender os seus interesses, e anunciaram um boicote às declarações à imprensa durante o fim de semana do rali do Safari, no Quénia.

Agora, com o rali das Canárias à porta, ambos os lados dialogaram e chegaram a um acordo entre as partes, regulando o palavreado durante as provas. 

quinta-feira, 24 de abril de 2025

Formula E: Organização estende contrato com Londres até 2026


A organização da Formula E anunciou esta quarta-feira que estendeu a sua parceria com o Excel London, garantindo à icónica pista de corrida indoor/outdoor como etapa do calendário mundial da categoria, pelo menos, até o final da temporada de 2026, enquanto aguarda a validação do Conselho Mundial da FIA.

A extensão do contrato também significa que os fãs londrinos poderão acompanhar o ciclo de vida completo do Gen 3 Evo, já que essa geração de carros entrará na pista pela última vez no Reino Unido, antes da chegada do tão aguardado carro Gen 4-spec, no final de 2026.

Organizado desde 2021, famoso por abrigar centenas de eventos de negócios, entretenimento e desporto, que atraem milhões de visitantes todos os anos, em 2024,quando quase 50 mil espectadores lotaram o local no fim de semana de 20 e 21 julho, quando Pascal Wehrlein, no seu Porsche, conquistou seu primeiro título no Campeonato Mundial.

Desde a nossa corrida inaugural, em 2021, tem sido incrível para o Excel sediar um espetáculo esportivo como esse e trabalhar com a Fórmula E na criação do único circuito interno/externo. Também foi uma honra para a Excel e Londres sediar a final da temporada do campeonato e para os fãs britânicos testemunharem um campeão mundial de automobilismo coroado em solo britânico.", começou por afirmar Damian Norman, Diretor de Entretenimento Imersivo e Eventos do Excel London. 

"Também desenvolvemos uma grande colaboração com a Fórmula E, desde a definição do Recorde Mundial de Velocidade em Terra Indoor do Guinness até a garantia de que o evento seja alimentado com energia cem por cento renovável, por isso estamos muito satisfeitos em dar continuidade a isso em 2026”, concluiu.


Do lado da Formula E, Alberto Longo, Diretor do Campeonato, afirmou:

Temos o prazer de estender nosso relacionamento com o Excel London, que tem sido a casa perfeita para a Fórmula E nos últimos anos. As condições exclusivas da pista e o espaço para eventos oferecem aos fãs e pilotos o melhor do nosso esporte, reunindo as melhores corridas e entretenimento em um local verdadeiramente único no coração da capital, tudo isso de forma sustentável”.

A Formula E encerrará a sua temporada em Londres, no fim de semana de 26 e 27 de julho.

WRC: Já é conhecida a lista de inscritos do Rali de Portugal


O Rali de Portugal, quinto rali do WRC de 2025, terá 95 carros inscritos. A lista foi divulgada esta quinta-feira, e para além dos 12 Rally1 inscritos, haverá também 55 Rally2 presentes, num dos ralis mais concorridos até agora. Na categoria principal, para além do regresso de Sebastien Ogier (Toyota GR Yaris Rally1) e de Martins Sesks (Ford Puma Rally1), teremos Diogo Salvi, que navegado por Axel Coronado, será o primeiro português a conduzir um Rally1 desde 2012. Ele terá o número 2 na porta.

Do lado dos Rally2, os mais destacados são o sueco Oliver Solberg (Toyota GR Yaris Rally2), o francês Yohan Rossel (Citroen C3 Rally2), o britânico Gus Greensmith (Skoda Fabia RS Rally2) e o francês Pierre-Louis Loubet (Ford Fiesta MK II), que está de regresso ao WRC.

O polaco Kajetan Kajetanowicz (Toyota GR Yaris Rally2), o francês Pablo Sarrazin (Citroen C3 Rally2), o russo (com licença búlgara) Nikolay Gryazin (Skoda Fabia RS Rally2), e os espanhóis Alejandro Cachón (Toyota GR Yaris Rally2) e Diego Ruiloba (Citroen C3 Rally2) também estarão presentes.

Para além desse contingente internacional, temos os presentes no Campeonato de Portugal de Ralis. A começar por Gonçalo Henriques (Hyundai I20 N Rally2), que é uma ótima surpresa, pois ganhou mais uma prova das três inicialmente previstas para participar na equipa Hyundai Portugal.

Para além disso, Dani Sordo (Hyundai I20 N Rally2), Kris Meeke (Toyota GR Yaris Rally2), Ricardo Teodósio (Toyota GR Yaris Rally2), Pedro Almeida (Skoda Fabia RS Rally2), José Pedro Fontes (Citroen C3 Rally2), Pedro Meireles (Skoda Fabia RS Rally2), Armindo Araújo (Skoda Fabia Rs Rally2), Ernesto Cunha (Skoda Fabia Evo Rally2), Ricardo Filipe (Skoda Fabia Rally2), serão alguns dos presentes na prova.

O rali de Portugal acontecerá entre os dias 15 a 18 de maio. 

quarta-feira, 23 de abril de 2025

Noticias: Cadillac pode construir motores... em 2029


A FIA e a Cadillac, através da General Motors, anunciaram hoje que começarão a construir os seus próprios motores a partir da temporada de 2029, um ano mais tarde que o planeado.  O registo oficial para esse estatuto representa um marco importante no projecto e é um dos pilares por detrás da aceitação da sua candidatura para entrar na Fórmula 1 e tornar-se na décima primeira equipa na grelha, a partir da próxima temporada.

"GM Performance Power Units LLC, uma unidade formada por TWG Motorsports e a General Motors paea construir unidades de potência para a Cadillac Formula 1 Team, foi oficialmente aprovada pela FIA como fornecedor da FIA Formula One World Championship a partir a temporada de 2029. A Cadillac Formula 1 Team juntar-se-á na grelha em 2026 e usará unidades de potencia da Ferrari até que os motores da GM sem homologados para seu uso.", começa por afirmar o comunicado oficial.

"Desenvolvimento e testes da tecnologia motorizada estão a decorrer, enquanto planos estão a ser feitos para a construção de uma instalação da Performance Power Units LLC, perto do Centro Técnico da GM no Charlotte Technical Center, em 2026. 

"No inicio do ano, o veterano da industria, Russell O'Blenes, foi nomeado o CEO desta secção.'Com esta aprovação por parte da FIA, continuaremos a aelerar os nossos esforços para traxer uma unidade de potência americana na grelha de partida', afirmou". 

A unidade de potência, caso esteja pronta nessa altura, poderá ser usada para apenas duas temporadas, já que a FIA quer implementar um novo regulamento para 2031.

Youtube Road Challenge Vídeo: O desafio do Alaska

Já tinha saudades de um desafio destes: Ir ao Alaska, mais concretamente, ao Dalton Highway, ou seja, ir de uma ponta à outra do maior estado nos EUA, em carrinhas que custaram pouco mais de... 800 dólares. Um escolheu um monovolume, o outro um pick-up da Nissan com uma pá, para limpar a neve, mas eles não estão na melhor das condições. Assim sendo, irá-se ver se eles conseguem, ou não, chegar ao final do desafio, e se assim for, que obstáculos passarão.

Isto é o mais recente desafio do pessoal do site Donut, e dura uma hora. Acho que será interessante. 

 

terça-feira, 22 de abril de 2025

As imagens do dia








Vinte e um mil e quinhentos espectadores para ver um carro parado à entrada das boxes de um circuito é algo invulgar, e o comum dos mortais iria pensar para quê tudo isto. Ainda por cima, estava a chover, era Páscoa e no dia seguinte, morre o Papa. Mas aquilo era o Lotus 97T de Ayrton Senna, estávamos no Autódromo do Estoril e aquilo era o dia 21 de abril, 40 anos depois do GP de Portugal de 1985, a prova onde Senna ganhou pela primeira vez na sua carreira, e todos vieram recordar aquele dia que ficou na sua memória.

Muitos deles, provavelmente, eram crianças quando tudo isso aconteceu. 

O facto de ter chovido nesse dia até parecia uma bênção dos céus, e chegaram a colocar o carro numa das curvas, à chuva, porque aquele carro sofrera uma avaria num dos seus componentes - a bomba de óleo, que não podia ser reparado a tempo - mas isso não impediu a presença de Bruno Senna e Clive Chapman, nomeadamente, o sobrinho de Senna e o filho de Colin Chapman, o fundador da Lotus, pois o carro estava na posse da Classic Team Lotus, e já tinha andado, alguns dias antes, em Goodwood.

A coisa era para ser algo discreto, mas com a passagem das pessoas pelo autódromo, nos dois dias em que lá esteve, transformou algo que iria ser pouco mais que simbólico para algo que tocou fortemente nas pessoas que trabalham na Classic Team Lotus, alguns deles também estiveram ali em 1985, naquele domingo chuvoso de primavera.  

Aliás, o próprio Clive Chapman disse da importância daquela vitória na história da equipa, na entrevista à Autosport portuguesa, no Estoril:

"É uma grande emoção. Temos aqui uma fotografia na parede da Team Lotus em 1985, com o carro e com o Elio [de Angelis] em Ketteringham Hall… Pensamos em todo o trabalho que foi investido naquele carro. A minha mãe era a diretora da equipa na altura porque o meu pai tinha falecido três anos antes. Ela decidiu manter a equipa viva, com Peter Warr, o diretor da equipa, e todos permaneceram unidos com um objetivo: voltar a vencer.”, começou por afirmar.

Ganhar numa corrida tão difícil, tão cedo na época, foi extraordinário. O Ayrton não só venceu — fez a pole position, a volta mais rápida, liderou cada volta da corrida e terminou com mais de um minuto de vantagem. Ele deu uma volta a todos, menos ao segundo classificado. Isso não acontece todos os dias.

Temos outra imagem icónica: a equipa a saltar de alegria quando o Ayrton cruza a meta. Foi a última vez que a FIA permitiu que os mecânicos estivessem na pista a celebrar, porque o Nigel Mansell teve de desviar-se deles em plena reta e ainda foi à relva. Foi um momento caótico, arriscado… mas absolutamente inesquecível. Kenny Szymanski, o tipo dos pneus que aparece a festejar nas fotos, veio de Nova Iorque. Ontem à noite, em Cascais, num bom restaurante local, estava ali sentado com quatro membros da equipa na altura. Estava a ouvi-los a recordar e partilhar esse momento novamente. Sentimo-nos honrados. Temos o privilégio de estar lá e ouvir as suas histórias e é fantástico.

Durante dois anos e meio, a equipa viveu num estado de luto silencioso. O meu pai morreu de forma súbita. Foi traumático, mas não houve tempo para parar. Na Fórmula 1, tem-se de continuar. A minha mãe assumiu o risco de manter a equipa, mas quase todos permaneceram na estrutura. Mas aquela vitória… foi como uma libertação. Um momento de catarse. Acho que foi aí que a emoção da perda do meu pai finalmente se soltou dentro da equipa.

O Ayrton era um talento inacreditável, mas também um líder. Era muito consciente da importância da equipa. Sabia que precisava deles para alcançar os seus objetivos, mas, ao mesmo tempo tinha uma enorme determinação pessoal — ele sabia que podia ser campeão do mundo, e não queria desperdiçar essa oportunidade.

E questionado sobre como seria a relação entre os dois, Clive não hesitou: seria... atribulado.

O Ayrton tinha um caráter forte e, embora ciente da importância da equipa, também entendia a importância de se aperceber das suas capacidades. Ele sabia que podia ser campeão. O meu pai olhava para a equipa como um todo e o piloto era mais um membro. A equipa estava sempre em primeiro lugar. Teria sido uma relação picante. Mas creio que o Peter Warr foi a pessoa certa para lidar com o Ayrton. O Peter tinha mais capacidade de encontrar compromissos.

A 97T é lindo, mas exige muito. No domingo em Goodwood, por exemplo, estava tudo perfeito… e de repente o motor falhou. Dá-se aquele baque no coração. Mas mesmo assim, vale a pena. Fazemos isto porque adoramos. Não para mostrar, não por dinheiro. Simplesmente porque estes carros merecem viver.

Noticias: Hugo Lopes não alinha no Terras D'Aboboreira


O segundo piloto jovem da Hyundai Portugal, Hugo Lopes, chegou seriamente a pensar alinhar no rali Terras D'Aboboreira, mas a falta de um i20N Rally2 disponível fez com que esses planos caíssem por terra, logo, fica adiada uma próxima vez, ainda por cima, com muitos inscritos que querem aproveitar a proximidade com o rali de Portugal. 

Em declarações ao portal Sportmotores.com, afirmou a razão da sua ausência: 

"Com muita pena minha esta é uma luta que já terminou, por não ter conseguido reunir as condições que considerava ideais", começou por afirmar, revelando que a ideia surgiu depois da prova de Fafe:

"Foi um rali feito em condições tão difíceis que gostaria de conseguir fazer outra prova em terra. A SportS&You não tinha carro e apesar de ter procurado, os Hyundai não são carros que abundem no mercado para alugar. As opções que eu tinha não me davam as garantias que eu desejava. A este nível, e com as verbas envolvidas, ou se fazem as coisas bem feitas ou então é melhor não fazer", concluiu.

Agora, o seu regresso acabará por ser no rali de Castelo Branco, em junho, e já em asfalto. Contudo, de acordo com a mesma noticia, ele está a tentar viabilizar a participação no Rali Vinho da Madeira, prova que estava fora do programa inicial.

O piloto navegado por Magda Oliveira tem uma prova de Rally2 como prémio da vitória na Peugeot Rally Cup Portugal, e o objetivo é transformar esse prémio em mais uma participação com o Hyundai i20 N Rally2, que ficariam num total de quatro.

O rali Terras D'Aboboreira acontece entre os dias 2 e 3 de maio, em dez especiais à volta de Amarante, Marco e Baião.

CPR: Terras D'Aboboreira tem 71 inscritos


A organização do rali Terras D'Aboboreira anunciou que estão inscritos 71 carros para a prova, 23 dos quais Rally2... e um Rally1, o Hyundai de Adrien Formaux. Este número representa o segundo maior da história do evento organizado pelo Clube Automóvel de Amarante. Esta prova, a terceira do Campeonato de Portugal de Ralis (CPR), também marcará o arranque do FIA European Rally Trophy.

Por causa da proximidade do rali de Portugal, e dos troços fazerem parte dela, a lista de inscritos é rica, pois tem nomes como o francês Yohan Rossel, o espanhol Jan Solans, o boliviano Marco Bulacia, Diego Ruiloba, o finlandês Roope Korhonen e o letão Martins Sesks, que faz aqui oi seu segundo rali em terras portuguesas - esteve em Fafe - e estará com um Ford Fiesta Rally2 em Amarante antes de competir com um Puma Rally1 no WRC.

Do lado do CPR, todos os principais nomes estarão presentes, a começar por Kris Meeke, passando por Dani Sordo, e depois por Armindo Araújo, Pedro Almeida, Ricardo Teodósio, Ruben Rodrigues e José Pedro Fontes, entre outros.

O Terras D'Aboboreira terá dez especiais, que acontecerão entre os dias 2 e 3 de maio, com passagens por Amarante, Marco, Baião, Marão e Aboboreira, com Marco, Amarante e Aboboreira e serem duplas.  

segunda-feira, 21 de abril de 2025

A imagem do dia


Há 40 anos, naquela tarde chuvosa do Autódromo do Estoril, vimos Ayrton Senna fazer a condução da sua vida - ou uma das conduções da sua vida. Mas, como no Mónaco, quase um ano antes, houve outro piloto que andou nas sombras, a mostrar as suas performances, e num carro inferior. Esse piloto foi o alemão Stefan Bellof

Contudo, isso esteve muito perto de não acontecer. A razão tinha a ver com problemas com os contratos que tinha, quer na Formula 1, quer na Endurance. E as coisas foram ao ponto de Tyrrell ir procurar outro piloto, antes de se decidir por uma solução anterior. 

Tudo começou no final da temporada anterior. Desde a sua chegada à Formula 1 que Bellof tinha um contrato quer na Formula 1, quer na Endurance, este, que vinha de antes de 1984, quando foi correr com a Tyrrell. Na Endurance, era piloto oficial da Porsche, correndo no 956, ao lado de gente como Jochen Mass, Derek Bell e Jacky Ickx, entre outros. Isso deu-lhe jeito quando Tyrrell foi excluída da Formula 1, descoberta a falcatrua dos depósitos de água para arrefecer os travões, que não era um truque para tentar competir com os Turbo, eles quer tinham um Cosworth atmosférico de 8 cilindros.

Quando a equipa foi excluída, foi para a equipa oficial da Porsche, onde ganhou quatro corridas, acabando por ser campeão do mundo da modalidade. Mas no final do ano, ele saiu da equipa para correr para a Brun Racing, ao lado do belga Thierry Boutsen, que também era piloto de Formula 1, pela Arrows. Contudo, Tyrrell estava menos que contente com a situação de Bellof e Brun, e decidiu despedi-lo, colocando no seu lugar o sueco Stefan Johansson, que tinha ido para lá depois de ficar sem lugar na Toleman. 

Contudo, poucos dias depois dessa corrida, René Arnoux sai da Ferrari e Johansson torna-se o seu substituto. E para o lugar, Tyrrell decide falar com a Elf, sua patrocinadora de longos anos, para saber da disponibilidade de Philippe Streiff, que tinha corrido na última corrida de 1984 no terceiro carro da Renault. Contudo, as coisas resolveram-se no sentido de ter o alemão no carro. 

Na qualificação, Bellof conseguiu ficar na 21ª posição da grelha, na frente de Martin Brundle, seu companheiros de equipa, e sendo o melhor dos atmosféricos, mas a 6,277 segundos da pole de Senna. Mas foi na corrida que ele deu nas vistas. Com danos da asa dianteira no inicio da corrida, causada pelo contacto com o RAM de Manfred Winkelhock, Bellof aproveitou bem a sua capacidade de andar na chuva para conseguir uma corrida sem erros de maior, e no final, conseguiu um sexto lugar, a duas voltas do vencedor, alcançando o seu primeiro ponto da sua carreira. 

Mais uma vez, ele tinha mostrado as suas capacidades perante um carro inferior, e também mostrava ter o potencial de campeão. Só queriam que lhe dessem um motor Turbo, e tudo correria bem.  

Norris: "Red Bull e Ferrari são tão rápidos quanto nós"


O britânico Lando Norris não teve um fim de semana fácil. Batendo no muro na Q3 da qualificação do GP da Arabia Saudita, ele partiu de décimo e conseguiu recuperar até ficar na traseira de Charles Leclerc, à beira do pódio, mas isso foi o suficiente para perder a liderança do campeonato para o seu companheiro de equipa, Oscar Piastri

Refletindo sobre a sua própria corrida e o fim de semana, Norris ficou satisfeito com a recuperação após uma qualificação difícil e referiu que foi uma pena não ter conseguido um pódio. Reconheceu que precisa de ter um melhor desempenho aos sábados para evitar dificultar a vida durante as corridas.

Penso que foi o melhor que podíamos ter feito hoje. Foi uma pena não ter conseguido um pódio”, começou por falar Norris, depois do GP saudita. “Estivemos perto. É sempre difícil julgar essas coisas. Charles fez uma boa corrida. Ele fez um bom primeiro stint. Ele deu a si mesmo a oportunidade de ter um bom jogo de pneus na segunda metade. Acho que só fiz cinco voltas depois disso. Não foi o suficiente para o apanhar. Estou satisfeito no geral. Eu dificulto a minha vida, especialmente numa corrida como esta. Teria sido muito mais rápido, muito mais calmo, se tivesse apenas conduzido na frente. De certa forma, é um pouco mais fácil, por isso tenho de me ajudar um pouco e ter melhores sábados.”, continuou.

Norris admitiu que a McLaren tem provavelmente o carro mais rápido em média, mas enfatizou que não é por uma grande margem e que eles ainda têm trabalho a fazer.

Não entendo por que as pessoas estão tão surpresas”, disse Norris sobre as corridas de Max Verstappen e Charles Leclerc na Arábia Saudita.

Eles [Ferrari e Red Bull] são tão rápidos na qualificação como na maioria das sessões. São tão rápidos como nós na corrida. As pessoas, só porque somos rápidos nos treinos, continuam a dizer essas tretas. Podem continuar a dizer o que quiserem. Não acreditamos que estejamos muito à frente. Penso que o Max foi provavelmente o mais rápido hoje, se não tivesse sofrido aquela penalização de cinco segundos. Temos trabalho a fazer."

As pessoas estão sempre a dizer que somos os melhores, mais rápidos ou blá blá blá. É só porque mostramos um pouco mais de ritmo nos treinos e não nos sobra nada quando chegamos à qualificação. É a nossa maneira de fazer as coisas. É assim que otimizamos o nosso programa. Se não o fizéssemos dessa forma, estaríamos ainda mais atrasados. Estou satisfeito com o trabalho que estamos a fazer. As pessoas precisam de se recalibrar… temos um excelente carro e provavelmente o mais rápido em média, de certeza. Claramente, não é o suficiente”, concluiu.

Piastri: "Quero liderar o campeonato depois da última corrida"


Apesar de estar feliz com a vitória em Jeddah e a liderança do campeonato, Oscar Piastri reafirma que é muito cedo e por isso quer manter o foco em vencer todas as corridas e liderar após a 24ª ronda, afirmando que é a única que importa estar na frente. 

Na entrevista pós-corrida saudita, o piloto australiano da McLaren expressou satisfação com a sua vitória, destacando a dificuldade da corrida devido à forte pressão de Max Verstappen.

"Não foi a mais fácil das vitórias. Acho que o arranque foi difícil, o primeiro turno foi difícil atrás do Max. Depois, quando já tinha ar limpo, foi um pouco mais fácil de gerir. Mas mesmo assim não me podia dar ao luxo de tirar o pé do acelerador. Foi uma corrida difícil, e o Max estava rápido atrás de mim, por isso tive de continuar a esforçar-me. E, sim, acho que consegui controlá-lo razoavelmente bem, mas foi um pouco mais apertado do que eu gostaria.”, começou por afirmar.

Consegui um ótimo arranque e fiquei ao lado do carro dele. A partir daí, sabia que tinha de travar bastante tarde, mas sabia que tinha carro suficiente ao meu lado para fazer a curva. Obviamente, ambos travámos muito tarde. Para mim, travei o mais tarde possível, mantendo-me na pista. E penso que a forma como a situação se desenrolou é como deveria ter sido tratada.”, continuou, falando sobre a situação entre ele e Max Verstappen na primeira curva da primeira volta. 

E sobre o facto de ter ficado agora com a liderança do campeonato, apesar de estar contente, afirmou que a única que importa será aquela após a última corrida da temporada.

"Já disse antes que não me incomoda muito o facto de estar a liderar o campeonato, mas estou orgulhoso do trabalho e das razões pelas quais estamos a liderar o campeonato. O início do ano em Melbourne não foi muito bom em termos de resultados. Mas desde o momento em que entrei na pista esta época, senti que estava num bom lugar. Liderar o campeonato é o resultado de todo o trabalho árduo que fizemos na pré-época, o trabalho árduo que eu fiz pessoalmente, o trabalho árduo que a equipa fez. Estou orgulhoso, mas eu quero liderar o campeonato e depois da última corrida, da quinta, é-me indiferente”, concluiu.

A Formula 1 regressa dentro de duas semanas, em Miami, na primeira passagem da Formula 1 por terras americanas.

domingo, 20 de abril de 2025

A imagem do dia


Na foto: Ayrton Senna, algures numa das sessões de qualificação do GP de Portugal de 1985, olhando para a pista, depois de parar o seu Lotus 97T devido a algum problema mecânico. 

Muita gente fala que o Estoril foi o lugar da sua primeira vitória, mas esquece-se que foi no Estoril que Senna conseguiu a primeira das suas 65 pole-positions que obteve ao longo da sua carreira. Quando Peter Warr o quis para a Lotus, algures durante a sua temporada na Toleman, ele sabia que poderia ser o piloto que levasse a equipa para o topo onde esteve nas décadas anteriores, graças a Colin Chapman e a pilotos como Jim Clark, Jochen Rindt, Emerson Fittipaldi ou Ronnie Peterson. E no período pós-Chapman, o facto de terem conseguido os motores Renault Turbo e a competência de alguém como Gerard Ducarouge, que projetou todos os carros desde 1983, mostrava que, a eles, só precisavam de um piloto sobredotado - ou com estofo de campeão - para preencher os critérios para colocar a equipa de volta a títulos que não ganhavam desde 1978.

Senna adaptou-se bem ao carro, mas no Rio, não deu muito nas vistas. Mas na primeira sessão de treinos, na sexta-feira, Senna fez um tempo canhão de 1.21,708, cerca de um segundo melhor que o Ferrari de Michele Alboreto, que tinha o segundo melhor tempo na sessão, com 1.22,831. Tempos superiores a um segundo não eram incomuns. Mexer no Turbo para conseguir o máximo da potência, para uma volta-canhão, era habitual, e os próprios motores já eram potentes. 850 cavalos em corrida poderiam ser mil na qualificação. 

No sábado, Senna melhorou o seu tempo, conseguindo 1.21,007, mas desta vez, a margem foi mais curta: 413 centésimos sore Alain Prost, no seu McLaren. Mas tirando ele e o Williams-Honda de Keke Rosberg, terceiro a 897 centésimos, estes foram os únicos que ficaram a menos de um segundo do piloto da Lotus. Com isso, Senna dava à Lotus a sua primeira pole-position desde o GP de Dallas do ano anterior, com Nigel Mansell ao volante. 

Senna dava até mais de um segundo sobre o seu companheiro de equipa, Elio de Angelis. Mais concretamente, 1.152 segundos sobre o piloto italiano, que partia da quarta posição. De uma certa forma, conseguir a sua primeira pole-position na Formula 1 era um feito, de uma certa forma, era o seu cartão de visita para o futuro. Mas no dia seguinte, o tempo piorou e o resto acabou por ser história, ofuscando os feitos destas sessões de qualificação... 

Formula 1 2025 - Ronda 5, Jeddah (Corrida)


Hoje é dia de Páscoa, mas isso não acontece em todos os lugares. E sempre foi assim. Para vos lembrar, quando em 1993, Ayrton Senna fez todo aquele espetáculo em Donington Park, debaixo de chuva, eu estava na casa dos meus tios porque era... Domingo de Páscoa. Se o Natal é sagrado, a Páscoa é um pouco menos. Se fosse, teríamos corridas no sábado ou segunda de Páscoa, como acontecia em certos países calvinistas (Páscoa e sem ser Páscoa). 

Mas nos países muçulmanos, Domingo é dia de semana, e há pessoal que se quer entreter neste dia. Ainda por cima, depois de uma qualificação onde parece que Max Verstappen está a tirar leite de pedra do seu Red Bull, batendo os McLaren, que parece serem os melhores carros do pelotão. 

Claro, para hoje, as expectativas estavam altas. Ainda por cima, com Lando Norris de décimo, depois de ter batido no muro na Q3, quando se preparava para marcar uma volta. O atual líder do campeonato teria uma tarefa difícil nesta tarde, e muito provavelmente, perderia a liderança no final desta corrida, que iria arrancar quando o sol se pusesse no horizonte. 

E foi o que aconteceu. Primeiro de tudo, os pneus que iam partir: médios entre os da frente, duros aos pilotos da cauda do pelotão. E com os que calçam os médios poderiam ir para as boxes a partir da volta 16, esses poderão apostar numa só paragem (os duros aguentam até à volta 34, no seu extremo). E numa noite quente e húmida para ajudar, de certa forma.


Na partida, Max Verstappen não largou bem e na primeira curva, Oscar Piastri estava a seu lado, e o empurrou, de uma certa forma, para o lado, onde, sem grandes chances, Max foi pela escapatória, onde aclerou e manteve a liderança. Atrás, Yuki Tsunoda e Pierre Gasly discutiram uma posição numa das curvas mais apertadas do circuito, e ambos tocaram, com Tsunoda a dar um pião e Gasly a bater no muro, acabando por ser o primeiro desistente da corrida. Tsunoda não foi longe, também, acabando por desistir.

A corrida ficou debaixo de Safety Car nas primeiras três voltas, e o incidente da primeira curva estava a ser investigada. A decisão foi tomada quando o carro foi recolhido às boxes, e o neerlandês tinha uma penalização de cinco segundos, caindo tecnicamente para o sétimo posto, dando a liderança para Oscar Piastri. Atrás, Norris começava a fazer a sua corrida de recuperação, tentando chegar a um objetivo de pódio, que aparentava ser possível. Pela volta 13, lutava com Lewis Hamilton pelo sexto posto, com ambos os carros a trocarem de posições ao longo das voltas seguintes. Mas as coisas resolveram-se na volta 15, com o britânico da McLaren a levar a melhor.  

Na frente, Max tentava afastar-se de Piastri, mas o australiano começava a apertar, de uma certa maneira, porque ele estava no alcance do DRS. George Russell era o terceiro, começando a afastar-se de Leclerc, mas não muito. Pela volta 15, a diferença entre terceiro e quarto era de 2,3 segundos.

Norris, entretanto, chegava-se a Andrea Kimi Antonelli e no inicio da volta 19, já era quinto, com o piloto da McLaren a não resistir muito aos avanços dele. E foi nesta altura que começaram as primeiras paragens nas boxes, com Piastri a colocar duros na volta 20. Antonelli e Alonso também vieram nessa altura. Max puxava pelos pneus o mais que podia, tentando ganhar o mais que podia. Russell foi na volta seguinte, e Max na 22ª, colocando duros. Regressou atrás de Piastri, que por esta altura, dava tudo para ficar na frente dele, passado Hamilton pelo meio. 

Na volta 23, Norris, com os duros, era segundo não longe de Leclerc, a 3,5 segundos. Piastri era terceiro, enquanto Max tentava passar Hamilton, o que conseguiu algum tempo depois. E o primeiro dos que meteram duros, Charles Leclerc, meteu pneus novos na volta 30, deixando Norris na liderança. Ele ficou por ali nas voltas seguintes, com Piastri a aproximar-se, ficando a 2,3 no final da volta 34.


Norris acabou por ir para a troca de pneus na volta 35, caindo para quinto, e com pneus médios, e novos. Com isso ele começou a aumentar o ritmo para ver quanto á que conseguiria apanhar, já que Piastri era o líder, 4,5 segundos na frente de Max. Problema é que, nesta altura, como toda a gente, ele tinha 15 voltas para o final. Nesta altura, Leclerc estava colado na traseira de George Russell, conseguiu passá-lo na volta 37 para ser terceiro. Quatro voltas depois, foi apanhado por Norris, que era o piloto mais rápido na pista, mas numa altura em que os comissários estavam a investigar uma possível infração durante a sua troca de pneus. Pouco tempo depois, estes afirmaram que não havia nada de censurável. 

Independentemente disso, Norris estava a apanhar Leclerc para tentar um lugar no pódio, enquanto na frente, Piastri estava tranquilo, apesar de Max ter feito algumas voltas rápidas, para se aproximar. 

No inicio da última volta, a diferença era de 1,3 segundos, mas Norris não conseguia apanhá-lo para ficar com o lugar mais baixo do pódio, conseguindo que o monegasco ficasse com o primeiro pódio da temporada para a Ferrari. Atrás, nos últimos lugares pontuáveis, os Williams conseguiam oitavo e nono lugar, Com Carlos Sainx Jr na frente de Alex Albon, e ambos na frente do Racing Bulls de Isack Hadjar, que ficou com o ponto final. 


Foi assim que acabou a corrida saudita. Não foi chata, mas não tão excitante quanto a prova barenita. O Safety Car entrou pelas razões certas, e pode-se afirmar que o campeonato está a ficar bem interessante. Agora, com novo líder, são duas semanas até 4 de maio, para Miami, na primeira passagem da Formula 1 por terras americanas.