domingo, 20 de abril de 2025

A imagem do dia


Na foto: Ayrton Senna, algures numa das sessões de qualificação do GP de Portugal de 1985, olhando para a pista, depois de parar o seu Lotus 97T devido a algum problema mecânico. 

Muita gente fala que o Estoril foi o lugar da sua primeira vitória, mas esquece-se que foi no Estoril que Senna conseguiu a primeira das suas 65 pole-positions que obteve ao longo da sua carreira. Quando Peter Warr o quis para a Lotus, algures durante a sua temporada na Toleman, ele sabia que poderia ser o piloto que levasse a equipa para o topo onde esteve nas décadas anteriores, graças a Colin Chapman e a pilotos como Jim Clark, Jochen Rindt, Emerson Fittipaldi ou Ronnie Peterson. E no período pós-Chapman, o facto de terem conseguido os motores Renault Turbo e a competência de alguém como Gerard Ducarouge, que projetou todos os carros desde 1983, mostrava que, a eles, só precisavam de um piloto sobredotado - ou com estofo de campeão - para preencher os critérios para colocar a equipa de volta a títulos que não ganhavam desde 1978.

Senna adaptou-se bem ao carro, mas no Rio, não deu muito nas vistas. Mas na primeira sessão de treinos, na sexta-feira, Senna fez um tempo canhão de 1.21,708, cerca de um segundo melhor que o Ferrari de Michele Alboreto, que tinha o segundo melhor tempo na sessão, com 1.22,831. Tempos superiores a um segundo não eram incomuns. Mexer no Turbo para conseguir o máximo da potência, para uma volta-canhão, era habitual, e os próprios motores já eram potentes. 850 cavalos em corrida poderiam ser mil na qualificação. 

No sábado, Senna melhorou o seu tempo, conseguindo 1.21,007, mas desta vez, a margem foi mais curta: 413 centésimos sore Alain Prost, no seu McLaren. Mas tirando ele e o Williams-Honda de Keke Rosberg, terceiro a 897 centésimos, estes foram os únicos que ficaram a menos de um segundo do piloto da Lotus. Com isso, Senna dava à Lotus a sua primeira pole-position desde o GP de Dallas do ano anterior, com Nigel Mansell ao volante. 

Senna dava até mais de um segundo sobre o seu companheiro de equipa, Elio de Angelis. Mais concretamente, 1.152 segundos sobre o piloto italiano, que partia da quarta posição. De uma certa forma, conseguir a sua primeira pole-position na Formula 1 era um feito, de uma certa forma, era o seu cartão de visita para o futuro. Mas no dia seguinte, o tempo piorou e o resto acabou por ser história, ofuscando os feitos destas sessões de qualificação... 

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