sábado, 18 de dezembro de 2021

Enurance (II): Porsche apresenta novo carro e anuncia primeiros pilotos


A Porsche e a Penske mostraram este sabado as primeiras imagens do protótipo LMDh que irá disputar quer o Mundial de Endurance, quer a IMSA a partir de 2023. E no anuncio oficial, para além de mostrarem alguns dos ângulos do carro, anunciou os seus primeiros dois pilotos, que se encarregarão de desenvolver o carro ao longo do ano que vêm.

 O carro de corrida híbrido de 500 kW (680 cv) será construído pela firma Multimatic e está programado para completar numerosos teste em 2022.

Quanto a pilotos, os dois primeiros foram anunciados para o IMSA: o brasileiro Felipe Nasr e o americano Dane Cameron. Segundo a marca alemã, eles estarão "envolvidos intensamente no desenvolvimento do protótipo LMDh da Porsche", de acordo com um comunicado da fabricante alemã.

O desporto automóvel sempre teve um papel especial na estratégia empresarial da Porsche, e há mais de 70 anos que utilizamos as corridas como laboratório para as nossas tecnologias mais recentes. Enfrentamos hoje grandes desafios – tanto em termos desportivos como organizacionais. Estamos determinados a desempenhar um papel ativo na formação do futuro, assegurando ao mesmo tempo que mantemos o nosso ADN ligado ao desporto motorizado”, disse Oliver Blume, Presidente do Conselho Executivo da Porsche AG, na Noite dos Campeões Porsche.


Com estreia marcada para 2023, o protótipo LMDh será inscrito pela Porsche Penske Motorsport tanto no WEC como no IMSA. Ou seja, as mesmas máquinas lutarão pela vitória em Daytona, Sebring e nas 24 Horas de Le Mans, o que significa que as três grandes corridas de endurance voltam a estar ao alcance da vitória de uma marca.  A gestão destas atividades estará nas mãos do experiente suíço Urs Kuratle, vindo da Sauber.

Estamos a trabalhar com o nosso parceiro Penske no desenvolvimento do novo protótipo LMDh e colaboramos sempre de perto com o fabricante de chassis Multimatic”, explica Thomas Laudenbach, o novo diretor desportivo da marca. “Em Janeiro, iniciaremos testes intensivos para assegurar que estamos preparados de forma ótima para a nossa estreia na competição de 2023”, concluiu.

Endurance: Toyota considera terceiro carro em 2023


A Toyota correrá com dois carros em 2022 para toda a temporada de Endurance, mas considera que num futuro próximo, quando estiver a concorrer contra marcas como Audi, Porsche, Peugeot, Ferrari e outros, um terceiro carro para as 24 Horas de Le Mans será uma boa hipótese. E esse carro seria bom para Sebastien Ogier, seu piloto de ralis, que este ano cumpriu a sua última temporada a tempo inteiro.

Colocar um terceiro carro é um grande trabalho, e nos últimos anos tivemos apenas dois carros para todas as corridas no WEC e Le Mans”, explicou o japonês Kamui Kobayashi, piloto e agora team principal, durante a gala da FIA ao Motorsport.com. “Se quisermos colocar em pista um terceiro carro, temos de preparar todos os mecânicos, engenheiros, também do lado do piloto. Eu diria que vai ser muito difícil para 2022, porque o tempo é um pouco curto. Mas poderia ser uma opção para 2023." continuou. 

"E claro que Sebastien [Ogier], quando pilotou no Bahrein, foi rápido. Vir de rali para asfalto, e sportscars, é uma grande diferença, mas Sebastien esteve muito bem desde início. Penso que isso pode ser bastante interessante, se ele quiser correr em Le Mans com o nosso carro. Vamos tentar dar-lhe mais oportunidades de pilotar e vamos ver se fazemos um terceiro carro; penso que provavelmente sim, isso pode ser uma oportunidade para ele”, concluiu.

A Toyota terá algumas mudanças no alinhamento, com a retirada de Kazuki Nakajima como piloto, para ser o direto desportivo da marca, e a acumulação de Kobayashi como piloto e dirigente. No lugar de Nakajima aparece outro piloto japonês, Ryo Hirakawa, que correrá ao lado do suíço Sebastien Buemi e do argentino José Maria Lopez

Noticias: Ben Sulayem vai avaliar continuidade de Masi


Mohammed Ben Sulayem, o novo presidente da FIA, tem problemas entre mãos para resolver nos seus primeiros tempos na organização. E uma delas tem a ver com a posição de Director de Corrida Permanente do Campeonato do Mundo FIA de Fórmula 1, o australiano Michael Masi. Em conversa com os jornalistas após a sua eleição, em Paris, afirmou que não quer tomar nenhuma decisão sem uma investigação minuciosa da sua parte.

“[A partir de sábado] terei uma reunião com a equipa, irei examinar todos os assuntos que podem melhorar a FIA ou se há problemas sobre isso, mas eu definitivamente não tiro conclusões precipitadas ou tomo decisões sem consultar a minha equipa", comentou.

Fortemente contestado pela Mercedes após as suas decisões nas voltas finais do GP de Abu Dhabi, o relatório da FIA na passada quarta-feira responsabilizou-o pelas suas decisões, deixando-o numa posição delicada, vulnerável aos pedidos de demissão por parte da Mercedes e dos fãs de Lewis Hamilton, que se viram injustiçados por um título que se julgavam seu.

sexta-feira, 17 de dezembro de 2021

Noticias: Todt com discurso duro para Wolff e Mercedes


De saída da FIA, Jean Todt ainda teve tempo para comentar, na gala da federação, ontem à noite, em Paris, sobre a polémica do momento, e afirmou que a Mercedes teve muita sorte em não ser punida pelas suas atitudes em relação ao que aconteceu em Abu Dhabi e o protesto que fez após a vitória de Max Verstappen no campeonato, sobre Lewis Hamilton.

Em Paris, o francês deu o exemplo do futebol para afirmar que declarações criticando a atuação das entidades superiores como a Federação, são puníveis com suspensão.

"O presidente do clube de futebol do Lyon não tem permissão para participar em dez jogos porque falou mal de um árbitro", disse Todt. "Talvez estejamos a ser demasiado permissivos, talvez tenhamos deixar passar demais no passado. Por um lado, deveria haver um diálogo entre a FIA, pilotos, equipas e detentores de direitos, mas essa abertura não deve ser dirigida contra nós.", afirmou, criticando Toto Wolff por ter atacado as decisões que Michael Masi teve na corrida que resultou na ultrapassagem do piloto da Red Bull na última volta.

Para além disso, Todt espera que a FIA "supere os apelos" para que Lewis Hamilton e Toto Wolff sejam penalizados por terem faltado à Gala da FIA, que decorreu ontem à noite em Paris.

Esta noite [quinta-feira] devemos celebrar em vez de tentar entrar em qualquer tipo de controvérsia. De certa forma, lamento porque a Mercedes deveria ter melhor recompensa. Oito vezes campeão mundial entre os construtores e é único. Este jovem [Max Verstappen] fez um trabalho notável, é isso que devemos fazer em vez de dizer: vamos castigar porque ele não vem ou ele disse isso? Honestamente, não creio que seja essa a plataforma para falar sobre isso, deveríamos estar acima disso. Passei 12 anos como presidente da FIA e as pessoas perguntaram-me ‘qual é o seu sentimento?', e eu sou muito sincero e digo 70 por cento [que] estou feliz por sair e entre esses 70 por cento é por causa de coisas como esta”, concluiu.

Todt, de 75 anos, esteve à frente da FIA durante doze, e o seu mandato terminou hoje, com a eleição de Mohammed Ben Sulayem como seu sucessor. 

Noticias: Mohammed Ben Sulayem eleito presidente da FIA


O árabe Mohammed Ben Sulayem foi eleito presidente da FIA no lugar de Jean Todt. O dirigente e ex-piloto de ralis, catorze vezes campeão do Médio Oriente, recebeu os votos de 61,2 por cento das associações, contra os 36,6 por cento do seu opositor, o britânico Graham Stoker.

No momento da eleição, agradeceu ao seu opositor pela luta travada e também a Jean Todt pelo trabalho feito nos seus mandatos à frente do órgão máximo do automobilismo.

Estou muito honrado por hoje ter sido eleito Presidente da FIA na conclusão da Assembleia Geral Anual em Paris. Agradeço a todos os clubes membros por sua estima e confiança. Parabenizo Graham [Stoker] por sua campanha e seu envolvimento com a Federação. para expressar a minha infinita gratidão em nome da FIA e dos seus membros a Jean Todt por tudo o que foi alcançado nos últimos 12 anos. Estou empenhado em prosseguir este importante trabalho e fazer com que o desporto motorizado e a mobilidade avancem mais.”, declarou.

A equipa de Mohammed Ben Sulayem vai ser composta pelo espanhol Carmelo Sanz de Barros (Presidente do Senado), Tim Shearman (Vice-Presidente para a Mobilidade) e pelo escocês Robert Reid, que vai ser o vice-presidente para o desporto automóvel. Reid foi antigo navegador de Richard Burns ao longo de toda a sua carreira.

Entre os vice-presidentes, destacam-se a brasileira Fabiana Ecclestone, que vai ser a vice-presidente para o desporto automóvel na América do Sul, e claro, a mulher de Bernie Ecclestone, e o moçambicano Rodrigo Ferreira Rocha, que vai ser o vice-presidente para o desporto automóvel em África.

No programa de Ben Sulayem, os seus principais compromissos está de transformar a FIA na principal protagonista sobre mobilidade sustentável; reforçar a diversidade e a inclusão; desenvolver novos mercados e audiências para assegurar o crescimento a longo prazo do desporto automóvel; abraçar as tecnologias digitais e reforçar o envolvimento mundial com as autoridades reguladoras. O novo presidente do organismo federativo, reforçou várias vezes, que era necessário expandir o desporto automóvel e melhorar as condições para o surgimento de jovens pilotos.

quinta-feira, 16 de dezembro de 2021

Noticias: Mercedes retira recurso à FIA e Max Verstappen é declarado campeão


A Mercedes decidiu esta quinta-feira retirar o recurso que apresentou depois do GP de Abu Dhabi para contestar o resultado do Grande Prémio, onde perdeu o campeonato a favor da Red Bull e de Max Verstappen. Esta decisão surge depois de ontem à noite, a FIA ter emitido um comunicado referente à corrida, onde critica as decisões do seu diretor de corrida, Michael Masi.

Na carta dirigida à FIA, a marca de Brackley afirmou:

"A razão pela qual protestámos contra o resultado da corrida no domingo foi porque o regulamento do Safety Car foi aplicado de uma nova forma que afetou o resultado da corrida, depois do Lewis ter estado na liderança e na rota para ganhar o Campeonato do Mundo.

Interpusemos recurso no interesse da justiça desportiva, e desde então temos mantido um diálogo construtivo com a FIA e a Fórmula 1 para criar clareza para o futuro, para que todos os concorrentes conheçam as regras sob as quais estão a correr, e como serão aplicadas.

Assim, saudamos a decisão da FIA de colocar de pé uma comissão para analisar minuciosamente o que aconteceu em Abu Dhabi e para melhorar a robustez das regras, a governação e a tomada de decisões na Fórmula 1. Congratulamo-nos igualmente com o facto de terem convidado as equipas e os condutores a participar."

Na missiva, a equipa também deu os parabéns à Red Bull e a Max Verstappen pelo campeonato conquistado e elogia Lewis Hamilton pelo trabalho e esforço que deu ao longo da temporada para fazer com que o campeonato se decidisse na última corrida do ano.

"Gostaríamos de expressar o nosso sincero respeito pelos vossos feitos nesta temporada. Fizeram deste combate pelo título do Campeonato de Fórmula 1 verdadeiramente épico. Max, felicitamos-te a ti e a toda a tua equipa. Estamos ansiosos por levar a luta até ti na pista, na próxima temporada.

E por último, embora este Campeonato de Pilotos não tenha terminado da forma que esperávamos, não podíamos estar mais orgulhosos da nossa equipa.

Lewis, és o maior piloto de Fórmula 1 na história da Fórmula 1, e expulsaste o teu coração por cada volta desta incrível temporada. És um desportista impecável dentro e fora da pista e ‘entregaste’ um desempenho impecável. Como puro concorrente e como modelo para milhões de pessoas em todo o mundo, saudamos-te.

Valtteri, tens sido uma parte importante desta equipa, ajudando a conquistar cinco Campeonatos de Construtores em cinco épocas. Um obrigado também para ti."


Contudo, apesar desta carta cheia de fair-play, nem Toto Wolff, nem Lewis Hamilton estarão presentes na Gala da FIA que acontecerá esta noite em Paris, e o próprio Wolff coloca dúvidas sobre se o piloto britânico esteja disposto a correr em 2022. 

"É evidente que se pode perder entusiasmo. E começa-se a questionar se todo o trabalho que se tem vindo a fazer, o suor, as lágrimas e o sangue podem realmente ser demonstrados, ao trazer os melhores desempenhos nas pistas, depois de percebermos que nos podem ser tirados aleatoriamente.", começou por dizer Wolff à motorsport.com.

"Espero sinceramente que o Lewis continue a correr, porque ele é o maior piloto de todos os tempos. Ele, quando se olha do ponto de vista das últimas quatro corridas, dominou-as a todas no domingo, não havia sequer dúvida de quem ganhou a corrida. E isso devia ter sido suficiente para ganhar o campeonato mundial.", concluiu.

Formula E: Saiu o calendário definitivo


O calendário definitivo da Formula E saiu nesta quarta-feira, e a grande novidade foi a saída da China e a duplicação dos ePrix de Roma e de Berlim, preenchendo também a vaga que ainda estava em aberto. E claro, com a nova temporada, também aparecerão o novo formato de qualificação, onde se dividirão em dois grupos e os oito melhores se defrontarão entre si até chegar a uma final. 

Para além disso, foi aprovado um novo regulamento financeiro para as equipas e construtores, visando um teto orçamental de 10 a 13 milhões de euros na temporada 9 e 10, subindo para os 15 milhões a partir da 11ª temporada, e isso inclui os custos dos pilotos e outros custos associados à segunda fase do carro Gen3, facilitando o investimento contínuo em talento e desenvolvimento. 

Para os construtores, haverá um regulamento separado, com um teto de 25 milhões de euros ao longo de duas épocas consecutivas, a partir da época 9, e isso inclui custos de investigação e desenvolvimento, atividades de fabrico e serviços contínuos obrigatórios de apoio às equipas da Fórmula E.

Este controlo orçamental surge numa altura em que se falava de equipas com orçamentos a rondar os 40 milhões de euros para desenvolver os seus "powertrains" no intuito de aumentar a potência. Estes novos regulamentos serão aplicados e fiscalizados através da FIA.

Eis o calendário completo.

28-29 Janeiro 2022 - Ad Diyriah (Arábia Saudita) 
12 de fevereiro - Cidade do México (México) 
9-10 de abril - Roma (Itália) 
30 de abril - Monte Carlo (Mónaco) 
14-15 de maio - Berlim (Alemanha) 
4 de junho - Jakarta (Indonésia) 
2 de julho - Vanccouver (Canadá) 
16-17 de julho - Nova Iorque (Estados Unidos) 
30-31 de julho - Londres (Reino Unido) 
13-14 de agosto - Seoul (Coreia do Sul)

quarta-feira, 15 de dezembro de 2021

A(s) image(ns) do dia




As imagens podem ser contrastantes, mas são igualmente merecedoras. Enquanto Lewis Hamilton recebia a sua condecoração de cavaleiro no Castelo de Windsor, perante o príncipe Carlos, mais acima, em Milton Keynes, Max Verstappen era recebido em festa na sede da Red Bull com fumos laranjas, a cor dos Países Baixos.

Numa temporada definida apenas na última volta, e com gente ainda inconformada com o resultado, as imagens parecem mais de satisfação não só por aquilo que fizeram ao longo do ano, como também por aquilo que fizeram na carreira, os seus serviços desportivos, de prestígio para a nação britânica - sete títulos mundiais, igualando Michael Schumacher - e o seu legado para além do desporto.

Para a Red Bull, passar a ideia de que a Mercedes não é invencível foi ótimo para a sua autoestima, mas também para a Formula 1, que está a ganhar cada vez mais adeptos por causa de programas como o "Drive to Survive". Uma temporada disputadíssima, com momentos de tensão, e numa era onde as quebras mecânicas são pouco mais do que zero, um momento de fraqueza revelou-se decisivo. Poderia ter sido em Baku, quando o pneu de Max Verstappen rebentou, ou em Silverstone, quando ambos colidiram na entrada da curva Copse, mas foi apenas quando numa situação de Safety Car, e um foi às boxes e o outro não. Com duas máquinas idênticas, foram momentos humanos os mais decisivos.

Como disse no domingo: glória aos campeões, honra aos vencidos. E em 2022, com novas máquinas, e novos tipos de pneus, veremos que tipo de campeonato isto nos providenciará. 

A experiência de Pato O'Ward


O mexicano Patricio (Pato) O'Ward, um dos valores em ascensão da IndyCar, teve a recompensa de testar um McLaren MCL35 em Abu Dhabi dpeois da boa temporada que fez este ano. E na segunda-feira, deu 78 voltas a bordo do carro e ficou impressionado com as sensações que teve a bordo do bólido, que afirmou nada ter a ver com o carro da IndyCar.

E foi o isso que disse, quando saiu do carro:

Que carro. Fiquei bastante impressionado com o que o carro é capaz de fazer nas curvas rápidas. Estava à espera de algo ridículo, mas isto vai para além de ridículo. Posso falar pelo meu pescoço (risos)… estava a lutar para manter a cabeça no lugar.", começou por dizer.

 "As minhas limitações para ir para mais depressa com os pneus macios no final, teve mais a ver com não conseguir ver por ia nas curvas rápidas. Era tanta a carga sobre a minha cabeça que não conseguia segurar e olhar na direção certa. Foi mesmo muito fixe e estou contente com aquilo que consegui fazer. Senti-me bem com o carro e consegui ser rápido nalgumas zonas, por certo há coisas que virão com o tempo, ainda me estou a acostumar, mas estou feliz, muito feliz”, afirmou. 

O'Ward, de 22 anos, conquistou duas vitórias em 2021, e ficou no terceiro lugar no campeonato, para além de um quarto posto nas 500 Milhas de Indianápolis deste ano, vencidas por Hélio Castro Neves. Tudo a bordo do Arrow McLaren Schmidt-Peterson, a equipa que a McLaren tem na IndyCar, e que lhe prometeu este teste e caso de vitória.

O mexicano gostou do teste e afirmou que com isto, se sente um pouco "em casa".

Isto significa que estou a acrescentar ao legado de algo que já é tão especial. Deixa-me orgulhoso por saber que faço parte de um grupo tão grande de pessoas, de uma equipa tão grande. Na McLaren sente-se como se estivesse em casa.

Pato O'Ward continua em 2022 na IndyCar ao lado do sueco Felix Rosenqvist

As reações da derrota da Mercedes na Formula 1


A discussão do título de Formula 1 de 2021 ainda não acabou, e alguns já afirmam que o apelo da Mercedes é mais uma forma de dizer ao mundo que não sabe perder. E não é só Helmut Marko que o diz. Gente como Norbert Haug e Bernie Ecclestone apoiam essa decisão de largar o apelo e sancionar o título de Max Verstappen.

Numa declaração à Servus TV, Marko ridicularizou a Mercedes ao afirmar que viajou "com os melhores advogados", contrastando com eles. “Nós viajamos com os melhores engenheiros. A Mercedes viaja com os melhores advogados", começou por dizer. “Compreendemos a frustração. Mas se perdes, tens que aceitar isso. O que eu não entendo é que eles também tiveram a oportunidade de fazer uma paragem nas boxes e não fizeram isso. Portanto, foi o erro deles.”, continuou.

Levamos apenas os engenheiros mais bem pagos para tirar o máximo proveito do carro. Portanto, não podemos realmente entender como eles se comportaram após a corrida”, concluiu.

Curiosamente, quem se junta nos apelos para que a Mercedes abandone o apelo é Norbert Haug, antigo diretor desportivo da Mercedes nos tempos da McLaren, entre 1997 e 2004. O alemão afirma que esta reação é em parte, emocional.

"Viram a sua equipa parceira [o Williams de Nicolas Latifi] bater na parede e todos sabiam que, se o safety car saísse, seria difícil para eles. Não importa o que eles fizessem, era problemático. É claro que a raiva vem à tona. Não fizeram nada de errado e ainda assim perderam. Mas ninguém vai esquecer que foi uma temporada incrível.”, começou por dizer.

Via da regra, esses recursos não são frequentemente acatados. Não quero ver os acontecimentos da perspetiva da Mercedes, mas o automobilismo treina-te a aceitar estas derrotas”, concluiu o alemão.

Já Bernie Ecclestone, o antigo todo-poderoso da Formula 1, de 91 anos, não gostou do final da corrida e de uma certa maneira, lamenta este final do campeonato. “O desporto está a sofrer porque não se trata mais apenas de competição, mas apenas do interesse de alguns indivíduos”, disse Ecclestone ao jornal Munchner Merkur. “Todos estes chefes de equipa no rádio, a tentar influenciar as decisões do diretor da prova durante a prova, significa apenas que a grande competição entre Max e Lewis está completamente perdida.”, continuou.

Amanhã é a gala de prémios da FIA e a Mercedes ainda continua com a intenção de recorrer ao Tribunal de Apelo da FIA, em Paris, e as coisas poderão se atrasar na confirmação dos campeonatos, correndo o risco de só se decidir em 2022.

terça-feira, 14 de dezembro de 2021

A imagem do dia


Na foto, o Lotus numero cem mil, um Evora vermelho, construído em 2018. E a seu lado, sentado nos jardins da sua casa, Hazel Chapman, a viúva de Colin Chapman, antes de dar a sua assinatura, simbolo da sua concordância para poder andar na estrada. 

Colin Chapman foi um génio. Obsessivo com a velocidade, a potência e a leveza, pegou em certas características que faziam eles objetos de admiração e inveja, e transformou em carros vencedores. Pegava nos regulamentos, observava os seus vazios e preenchia-os com as suas criações, e com isso venceu sete campeonatos do mundo de construtores, e seis de pilotos, com gente como Jim Clark, Graham Hill, Jochen Rindt, Enerson Fittipaldi, Ronnie Peterson, Mário Andretti e Nigel Mansell a correrem debaixo das suas cores enquanto foi vivo. Depois da sua morte, e até fechar as portas, treze anos depois, outros pilotos como Ayrton Senna, Nelson Piquet, Darek Warwick e Alex Zanardi - para não esquecermos de Pedro Lamy - correram também pelas suas cores.

Chapman puxava os limites e ultrapassava-os, e muitas das vezes, os seus pilotos pagavam o preço mais alto. Certo dia, no final de 1968, Jack Brabham disse a Jochen Rindt: "Se queres ser campeão do mundo, aceita o convite da Lotus. Se queres permanecer vivo, fica na Brabham". O austríaco aceitou o convite de Chapman e tornou-se campeão do mundo. Infelizmente, não viveu para receber o troféu. Depois de Enzo Ferrari, a Lotus foi a segunda equipa que mais matou pilotos. Chris Bristow, Jim Clark, Jochen Rindt, Ronnie Peterson, foram aqueles que pagaram o preço mais alto ao volante dos carros de Hethel.

No meio disto tudo, no seu canto, e de forma discreta, estava Hazel. A mulher que - aparentemente, era esse o apelido carinhoso que Colin dava a ela - deu o nome à marca e assistiu à ascensão e culminar da marca quer nas pistas, quer nas estradas. Mais do que ser alguém que ficou ao lado do marido, era uma astuta mulher de negócios por si mesma. Ele a colocava em todos os conselhos de administração das empresas, foi ela que convenceu os pais a financiarem o primeiro carro dele, o Mark 1.

E passou as tempestades com ele, especialmente aquela que acabou por o derrubar, na madrugada de 16 de dezembro de 1982, quando assinou um acordo para ajudar a DeLorean na sua fábrica na Irlanda do Norte, e a redesenhar o DMC-12, a partir do Lotus Esprit. 

Quando morreu, Hazel e o seu filho Clive continuaram com a empresa. Continuou interessada no grupo, nos carros de estrada e os de corrida, quis conhecer - e fez amizade - com alguns dos pilotos que o seu marido os contratou. E mais tarde, decidiram, de um certo modo, largar as duas partes do Grupo Lotus e apostar na preservação do seu legado. A divisão de automóveis de estrada, em perigo por causa do colapso das vendas nos Estados Unidos, e das complicações com a DeLorean quando Chapman morreu, acabou em várias mãos, entre os quais a GM e a Proton, até estar neste momento na chinesa Geely, dona de 51 por cento e a construir o primeiro supercarro elétrico da marca. E a Team Lotus, que persistiu até 1994, vendida no final da década de 80 a Peter Collins e Peter Wright, com a família a cuidar dos carros de museu, a Classic Team Lotus, nas mãos de Clive Chapman.

Hazel Chapman, a viúva de Colin, morreu hoje aos 94 anos, quase 39 após a morte do marido. Até ao fim, sempre quis saber como andavam as coisas na marca que deu o seu nome e ajudou a criar.

Youtube Formula 1 Video: As comunicações de Abu Dhabi

Abu Dhabi decidiu tudo, e nesse final de semana, o pessoal da Formula 1 fez uma seleção de comunicações dos pilotos ao longo do final de semana. Houve alegria, risos, insultos, espanto e derrotas, mas uma coisa não podemos queixar: nada disto é aborrecido.

Noticias: Piloto lança petição para substituir Michael Masi por Eduardo Freitas


A decisão da Formula 1 em 2021 colocou debaixo de fogo Michael Masi, o australiano que substituiu Charlie Whitting em 2019, após a mote deste, a poucos dias do GP da Austrália. As comunicações via rádio para Toto Wolff e Christian Horner, a sua interpretação dos regulamentos, do qual ninguém saiu bem na fotografia, especialmente quando juntou Max Verstappen e Lewis Hamilton antes da volta final da corrida. 

Agora, um piloto de GT, o britânico Bradley Philpot, decidiu lançar uma petição para a substituição de Masi por alguém mais experiente. E quem ele sugere para o lugar? O português Eduardo Freitas, diretor de corrida para as provas de Endurance, desde o Mundial até as 24 Horas de Le Mans. E apresenta a sua experiência, calma e autoridade como fatores a ter em conta. 

Na petição, o autor refere que "Freitas tem mais de 20 anos de experiência de Diretor de Corrida de alto nível e é considerado em todo o mundo como uma voz de consistência e autoridade". Para além disso, Philpot afirma que esta escolha tem de ser "vital que a confiança dos espectadores e dos fãs seja restaurada na fiscalização das corridas de Formula 1, que foi desgastada ao longo da temporada de 2021."

Apesar do prestigio que ele têm entre os pilotos da Endurance e as equipas, Freitas, que tem mais de vinte anos de experiência, nunca teve ambições de ser o diretor de corrida da Formula 1, e normalmente, a FIA - que vai escolher o seu presidente na sexta-feira - normalmente acede a petições. Ainda por cima, pouco ou nada decide já na Formula 1, que está nas mãos da Liberty Media, apenas limita-se a sancionar as decisões que eles tomam.

Contudo, quem quiser espreitar a petição, pode seguir este link

segunda-feira, 13 de dezembro de 2021

A(s) image(ns) do dia







Ontem à tarde, o desempate de Abu Dhabi acabou na última volta, num argumento do qual parece que foi Hollywood que a fez - não fiquem admirados... - mas não é sobre o que aconteceu por lá que quero falar hoje. Como sabem, pela segunda vez na história da Formula 1 houve um empate na tabela entre os dois primeiros, o primeiro dos quais em 1974, quando Clay Regazzoni e Emerson Fittipaldi empataram com 52 pontos cada, com o brasileiro a desempatar a seu favor no quesito vitórias - três contra uma do suíço da Ferrari.

Hoje conto o que foi essa corrida de desempate. E não só foi uma prova de sobrevivência, envolveu mortes também. E acabou com uma das raras dobradinhas da história da Brabham. 

Sim, já contei a história desta corrida, mas foi em 2007. Mas quem imaginaria na altura uma coisa que vivemos 14 anos depois?

Como contei ontem, ainda havia um terceiro piloto a espreitar o título em 1974: o sul-africano Jody Scheckter. Mas ele tinha desistido no Canadá por causa de um problema nos travões e tinha quatro pontos para recuperar. Tinha de ficar na frente deles - ou seja, vencer - e eles ou teriam de desistir ou, no máximo, serem quintos para ele ter uma chance. Logo, as hipóteses eram diminutas, por várias razões: os carros quebravam, não como agora, e outros poderiam atrapalhar as coisas.

Como foi com os Brabham. Carlos Reutemann fez a pole-position e esteve imbatível em todo o fim de semana, o primeiro grande momento de "Lole" na Formula 1, que acabou por vencer o seu terceiro Grande Prémio do ano, depois da África do Sul e da Áustria, com o seu BT44.

Na grelha, Scheckter era o melhor, sexto, contra o oitavo tempo de Emerson e o nono de Regazzoni.

O suíço nunca teve a chance de lutar pelo campeonato. Sem que se soubesse, tinha um braço da suspensão defeituoso, e nunca teve o ritmo de corrida adequado para apanhar Emerson e ter a chance de ganhar, ou superar o brasileiro. E para piorar as coisas, Niki Lauda, que era para secundar Regazzoni na luta pelo título, também desistiu na volta 38, com problemas na suspensão.

Mas antes, na volta dez, houve drama. Partindo de 23º na grelha, o Surtees do austríaco Hemut Koinigg se despistou num das curvas da pista. Parecia não ter tido tempo para travar, e ele entrou dentro dos guard-rails, que acabaram por o decapitar. Precisamente um ano depois da morte violenta de Francois Cevért, aquele acidente marcaria o Grande Prémio e mostrava a periculosidade da Formula 1, geração e meia antes.

Sempre na frente de Regazzoni, Emerson Fittipaldi só se teve de preocupar com Scheckter. Atrás dele, mas sempre a controlar, ficou aliviado quando na volta 44, o sistema de combustível do seu Tyrrell se rompeu e ficou de lado, a ver os outros passar. Tudo terminado. O brasileiro só precisava de pontuar e era campeão do mundo.

E no pódio, foi o que foi: Reutemann imparável, José Carlos Pace a comemorar o seu primeiro pódio da carreira no dia em que fazia 30 anos, e James Hunt, o único repetente de 1973 por aquelas bandas. Mas era tradição dos organizadores trazerem o campeão do mundo ao pódio, para poder ser brindado pela multidão. E foi. Numa corrida que milhões seguiram no Brasil em direto - contam-me que a gravação dessa corrida, a cores, foi destruído num incêndio em 1979, creio eu - os festejos deverão ter sido de arromba.

E para finalizar, aquela foi a última corrida de Dennis Hulme, e a prova de regresso de Mário Andretti a categoria máxima de automobilismo. Um já tinha sido campeão do mundo, outro iria ser.

Nicholas Latifi, o novo Timo Glock


Nicholas Latifi tornou-se no centro de todas as atenções... especialmente as indesejadas. A cinco voltas do fim, depois de uma briga com Mick Schumacher, ele bateu o seu Williams num das curvas, causando a entrada do Safety Car. E como na altura, Lewis Hamilton estava com cerca de onze segundos de diferença para Max Verstappen, e este ter trocado de pneus para o atacar quando o Safety Car se retirasse. O que aconteceu na volta final, e Max atacou Lewis para vencer a corrida, e ficar com o campeonato.

Comparado com Timo Glock, o piloto que perdeu posições na disputa pelo título de 2008 no Brasil, entregando o campeonato a... Lewis Hamilton, o piloto da Williams está a ser hostilizado nas redes sociais nas últimas 24 horas e desculpou-se pelo erro cometido. 

"Nunca foi minha intenção e só posso me desculpar por influenciar e criar uma oportunidade. Eu cometi um erro.", disse o piloto canadiano à espn.com

Ele acrescentou: "Estávamos realmente lutando para ter aderência na próxima sequência de curvas e, especialmente, onde acabei saindo. Aquele tem sido uma curva complicada para mim durante todo o fim-de-semana, por isso pneus sujos, ar sujo e cometi um erro."

"Não estava ciente da situação da corrida até então. Obviamente, nunca foi minha intenção influenciar isso inadvertidamente, mas cometi um erro e estraguei a minha própria corrida."

Foi uma corrida dura, em que lutámos pelo ritmo, no final do Grande Prémio eu estava a lutar com o Mick Schumacher e fui forçado a uma saída ligeiramente larga, mas justa, na curva nove. Os meus pneus sujaram-se ao passar por fora da pista e posteriormente cometi um erro e, infelizmente, despistei-me. Isto obviamente não era como eu queria terminar a época, por isso é dececionante”, concluiu.

Para piorar as coisas, Lattifi ainda recebeu elogios de Christian Horner, que agradeceu pela sua intervenção involuntária para a decisão do título... e prometeu uma provisão vitalícia de Red Bull.

Youtube Rally Testing: Sebastien Ogier no Toyota Yaris Rally1

O campeão do mundo de ralis, Sebastien Ogier, já andou no novo carro de 2022, o Toyota Yaris Rally1, nas estradas dos Alpes, perto de Monte Carlo, a um mês do começo do campeonato. E os testes tiveram direito a despiste e tudo, sem as consequências da batida que o Thierry Neuville teve com o seu Hyundai i20 e que levou à saída de Andrea Adamo da estrutura.

Em relação ao que sentiu, Ogier contou ao wrc.com que "o carro reage de forma diferente do que estávamos habituados nos últimos 5 anos. Há novos parâmetros para nós que temos de nos habituar: temos de nos adaptar à regeneração e como usar o boost elétrico," declarou.

Ogier correu no carro durante todo o fim de semana, mas um toque durante a tarde de domingo forçou a uma paragem de algumas horas, compensado por passagens noturnas pelas classificativas.

Como é sabido, Ogier abandonou o WRC a tempo inteiro no final desta temporada, a fará algumas provas em 2022, num carro que será partilhado por Esapekka Lappi. Eis o video dos testes. 

domingo, 12 de dezembro de 2021

A imagem do dia


No meio isto tudo, esquecemos que hoje é o dia e aniversário de Emerson Fittipaldi. Mas no dia do seu 75º aniversário, o facto e tê-lo passado em Abu Dhabi, na boxe da McLaren, nem foi por acaso: é que ao longo esta semana, se falou muito nele por causa do empate que existia no campeonato entre Max Verstappen e Lewis Hamilton. É que era a segunda vez que aconteceu, e a primeira tinha sido em 1974 entre ele e o Ferrari de Clay Regazzoni.

Tudo isso aconteceu após o GP do Canadá desse ano, num duelo que estava a ser a quatro, entre ele, "Regga", o outro Ferrari de Niki Lauda e o Tyrrell de Jody Scheckter. Estava a ser um ano muito competitivo, e que na corrida anterior, em Monza, Emerson conseguiu um decisivo segundo lugar, que apesar de ter mantido na terceira posição no campeonato, estava a meros quatro pontos da liderança. E em Mosport, palco da corrida canadiana, o brasileiro tinha conseguido fazer a pole-position, contra um dos seus maiores rivais, Niki Lauda.

Contudo, nessa corrida, disputado no frio canadiano - apesar de ser o final do verão - foi um duelo entre Ferrari e McLaren. Regazzoni seguia arás, esperando algum deslize da parte de ambos os pilotos para aproveitar, mas quem andou na frente da frente até à volta 67 foi Niki Lauda, que partira melhor que o McLaren do brasileiro, porque na classificação, aquela era a sua última chance de alcançr o título, porque desistira em Monza.

E foi nessa altura que, por causa de um incidente anterior, o austríaco passou por cima de destroços e se despistou, batendo fortemente nos guard-rails e acabando ali a corrida. Fittipaldi aproveitou bem a ocasião para não só herdar a liderança e se distanciar da concorrência. Contudo, Regazzoni ficou em segundo, superando o Lotus de Ronnie Peterson, e com isso empataram na classificação. 

Provavelmente, de todas as vitórias do piloto brasileiro, esta deve estar no pódio, atrás de Monza 1972 e Watkins Glen 1970, porque foi a que lhe catapultou para o bicampeonato. 

E o terceiro candidato, Jody Scheckter? Teve um problema com os travões na volta 43 e acabou por abandonar. Mas o facto de estar a quatro pontos de ambos o fazia ainda ter chances de título. E tudo se decidiu em Watkins Glen, a seu favor.

Formula 1 2021 - Ronda 23, Abu Dhabi (Corrida)


Daqui, não podiam passar. Hoje, decidia-se tudo - tem de ser, dentro de três semanas estamos em 2022... - e hoje saberemos que tipo de história será escrita. O de um piloto que alcançará oito títulos, algo inédito na Formula 1, ou alguém que, depois de oito anos de domínio Mercedes, bateu um piloto dessa equipa, com as mesmas armas do adversário. Foram 22 corridas, na temporada mais longa da história da Formula 1, e onde de março a dezembro, ficamos amarrados nos ecrãs neste duelo ao segundo entre dois excelentes pilotos, muito velozes e consistentes. Um duelo para entrar na história.

Mas em dia de despedidas - de Kimi Raikkonen, da Honda, de Antonio Giovinazzi - a primeira novidade do dia foi saber que Mikita Mazepin acusou positivo à CoVid-19 e apenas 21 pilotos iriam alinhar na corrida de hoje. 

E falavam-se de estratégias, especialmente para Verstappen, que largava com moles: trocar para duros entre a volta 18 e a 22, e voltar para médios vinte voltas dpeois, na 42, ou então, um plano B, onde pararia para duro entre a volta 13 e 20, e continuaria com eles até à meta. Quanto a Hamilton, que partida de médios, provavelmente ficaria mais tempo, trocando de pneu médio para duro entre as voltas 19 e 26, e um plano B, com duas paragens: troca de pneu médio para duro entre as voltas 17 e 23 e troca de duro para médio entre as voltas 36 e 43.


Com o sol a pôr-se, o autódromo ficou ao rubro com os carros a rolarem para a volta de aquecimento. E na partida, Hamilton largou muito bem e ficou na frente, até que a meio da primeira volta, Verstappen tentou de novo passá-lo. Ficaram lado a lado, tocam-se e o britanico teve de ir para a escapatória. Contudo, manteve-se na frente, e apesar disso, foi uma manobra... legal. Com isso, Hamilton estava na frente, com uma vantagem de 1,4 segundos.

Lentamente, com o passar das voltas, o britânico foi para a frente, ganhando mais um segundo, enquanto Verstappen começava a queixar-se da degradação dos pneus traseiros. Cerca da volta dez, 4,3 segundos separavam Lewis de Max. Pouco depois, Max trocou para duros, mesma coisa que Max, e as posições se mantiveram. Na frente estava Sergio Perez, determinado a ficar por lá o mais tempo possivel.

Na volta 19, Hamilton já estava na traseira de Perez, com o mexicano a fazer o impossível para se defender. Durou volta e meia, mas serviu perfeitamente para que Verstappen apanhar o britânico, fazendo baixar a vantagem de Hamilton para cerca de dois segundos. O seu companheiro disse que ele "era uma lenda!"

As coisas agora estão na parte da gestão. Apesar de Hamilton ser o mais veloz, ele não fugia de Verstappen, que apesar de ser mais lento, as diferenças eram mínimas. E pela volta 27, Kimi Raikkonen teve problemas de travões e bateu no muro. Um final melancólico para o longevo finlandês. Quase ao mesmo tempo, George Russell também saída da Williams... pela porta pequena.

As coisas estavam numa espécie de impasse, mas Hamilton parecia ter a situação controlada. A vantagem tinha aumentado para cinco segundos, e todos sabiam como será a segunda paragem. Mas isso na volta 34 parecia que iria mudar um pouco com o Virtual Safety Car por causa da paragem de Antonio Giovinazzi em zona proibida. Verstappen foi para as boxes, meter duros, enquanto Hamilton... não, ficou na pista. Tática que será decisiva?

Quando regressou, Hamilton começou a ganhar segundos, esperando que a sua frescura seja suficiente para apanhar o britânico. Quase um segundo por volta, o neerlandês da Red Bull chegava-se à sua traseira, e a emoção subia. Mas a dez voltas do final, a diferença era de 11.5 segundos. Já não havia tempo. Como diziam os brasileiros, "esta festa virou um enterro".

Mas... a cinco voltas do fim, Nicholas Lattifi bateu forte e o Safty Car foi obrigado a entrar para tirar o piloto da Williams. E do enterro... o mundo inteiro ficou com os olhos postos no ecrã. A corrida, que tinha tudo para cair nas mãos de Hamilton, voltava a estaca zero. Verstappen meteu moles, para apanhar Hamilton num recomeço que esperavam que aconteceria nas duas voltas finais, e Hamilton manteve-se na pista, confiando que aqueles pneus aguentariam até ao ataque final de Max... se acontecesse.

Carro retirado, a Mercedes queria que Max não passasse os carros dobrados, para ter o maior espaço possível. Mas Michael Masi disse que ele poderia ficar atrás de Hamilton, e assim o fez. 

E a uma volta do fim, a corrida recomeçou. Todo o campeonato estaria concentrado naquele momento. Todas aquelas 22 corridas. Todos os erros, ultrapassagens, decisões estratégicas, corridas que não aconteceram. Shakir, Baku, Silverstone, Spa-Francochamps, todos aqueles momentos... tudo estava concentrado naquela última volta.

Max ao ataque, e na primeira oportunidade, ele passou. Intimidante, mas limpo. Hamilton atacou, usando a asa móvel, andando no limite, mas o neerlandês defende-se bem, usando a melhor linha. Atacou uma segunda vez, mas Max aguentou esses ataques. Depois, Hamilton abdicou, o piloto da Red Bull avançou e na meta, cruzou em primeiro lugar. Campeão do mundo. E porque liderou na volta decisiva. Como... Hamilton, em 2008, que (não) liderou, mas conseguiu o ponto que precisava para ser campeão do mundo na última curva da última volta. 


E acabou. Em festa. Hamilton e Max cumprimentaram-se, como bons desportistas que são. O neerlandês entrava na história, não só o campeão que merecia ser, mas como ele conseguiu bater Lewis Hamilton, sendo ele o piloto com a melhor máquina. E a Red Bull conseguiu ainda melhor: foi a equipa que interrompeu o domínio dos Mercedes, que perdurava desde 2014. E na última corrida da Honda da Formula 1 - nos próximos tempos.

Foi duro, longo e exaustivo. Qualquer um deles ficaria bem com o ceptro, e no final, foi decidido da maneira que todos queriam. A começar pela Netflix... mas lá está: é um campeonato para a História.     

Youtube Formula One Video (II): A carreira de Kimi Raikkonen, narrada pelo próprio

Kimi Raikkonen sai da Formula 1 aos 42 anos, e provavelmente, é de vez. 

Mas antes de sair, o pessoal da Formula 1 decidiu fazer uma animação sobre a sua carreira. E a surpresa é que ela é narrada... pelo próprio. 

Formula One Video: Como é estar numa batalha pelo título?

A poucas horas do dia em que tudo será decidido, o pessoal da Formula 1 foi perguntar a gente que esteve metido em batalhas semelhantes qual era a sensação de estar na situação em que está agora Lewis Hamilton e Max Verstappen. E neste video vemos gente como Alain Prost, Damon Hill, Felipe Massa e Jacques Villeneuve contam as suas experiências.