sábado, 18 de outubro de 2014

CNR 2014 - Rali de Castelo Branco

O Campeonato Nacional de Ralis de 2014 terminou esta tarde com a realização do Rali de Castelo Branco, a prova de encerramento, com a vitória do Porsche de José Pedro Fontes. Trinta anos depois da última vez, o rali de Castelo Branco regressava ao campeonato nacional em substituição do Rali do Algarve, e embora o campeonato já estava decidido há bastante tempo, ainda havia uma coisa a resolver entre Fontes e Adruzilo Lopes: o segundo lugar.

Com uma lista de 18 inscritos onde se assinalava o regresso de Pedro Meireles, no seu Skoda Fabia S2000, o veterano Rui Madeira, que vinha apresentar o projeto do DS3 R1, para iniciação aos ralis, João Barros, Diogo Salvi (ambos em Ford Fiesta R5) e Ricardo Teodósio, entre outros, a prova começou na sexta-feira à noite com a especial de abertura, no centro da cidade, onde João Barros levou a melhor por 0,3 segundos sobre Mitsubishi Lancer EVO IX de Carlos Martins.

Com o levantar do dia seguinte, José Pedro Fontes começou a impor-se, começando o dia dando um avanço de 4,4 segundos sobre João Barros, enquanto que aconteciam as primeiras baixas: Pedro Meireles e Ricardo Teodósio não arrancavam para a prova, enquanto que Daniel Nunes tinha problemas de motor. Na terceira especial, José Pedro Fontes estava mais descansado quando viu João Barros parado na classificativa devido a problemas de eletrónica no seu Ford Fiesta, abrindo a diferença para um minuto e 55 segundos para o novo segundo classificado, Carlos Martins. As coisas alargaram-se para os dois minutos e treze segundos, após a PEC 4, enquanto que Marco Cid era o terceiro, ao volante do Renault Clio S1600.

Na parte da tarde, o domínio continuou, alargando a diferença para três minutos e 18 segundos para Carlos Martins, enquanto que Salvi passava para o terceiro lugar, em troca com Marco Cid. No final, José Pedro Fontes passeou a sua vantagem até ao final, sem alterações na classificação geral, conseguindo vencer com uma diferença de três minutos e onze segundos sobre o segundo classificado, Carlos Martins. Diogo Salvi fechou o pódio, numa prova onde apenas terminaram nove dos 18 carros inscritos.

O CNR de 2014 acabou, ano que vem haverá mais.

A foto do dia

Com o título mundial de Construtores por parte da Mercedes - o primeiro da sua carreira - a marca alemã larga as suas publicidades para comemorar o campeonato, juntando Nico Rosberg e Lewis Hamilton. E por vezes acontecem estes resultados...

Youtube Only in Russia: Um acidente sem cinto de segurança...

Por vezes, não ter o cinto de segurança colocado têm destas coisas: o senhor que seguia neste jipe e foi vitima de colisão com o carro que estava a passar no cruzamento, foi projetado e sobreviveu sem ferimentos de maior. Valeu o facto de não ter o cinto colocado e não ter nenhum carro a passar por ali naquele momento...

sexta-feira, 17 de outubro de 2014

Youtube Motorsport Demonstration: Um Audi sem condutor

Antes, era coisa de ficção cientifica. Agora, parece ser uma inevitabilidade. Este filme da Audi demonstra a capacidade que a marca têm para controlar um carro à distância, dando mais um passo rumo ao carro sem condutor, guiado por ele mesmo.

Este video têm imagens do teste - num modelo RS7 - em dois locais: o "onboard" é no circuito de Oscherschleben, enquanto que as imagens do carro são em Hockenheim, onde vai fazer uma demonstração este fim de semana, antes da última ronda do DTM.

A insustentável situação do fundo do pelotão

Andei a ler hoje um artigo do Luis Vasconcelos, na Autosport portuguesa, sobre a situação da Marussia. E pelo que leio, as coisas não são boas... e falamos de uma equipa que vai receber dinheiro porque pontuou pela primeira vez na sua carreira. Não falo sobre a difícil situação por causa do acidente do Jules Bianchi, em Suzuka, mas em algo que já vêm de trás.

Se forem ler o artigo, podem ver que a equipa é bancada por um oligarca, Andrey Cheglakov. E que este é praticamente um dos poucos a pagar as contas por lá, a par de Max Chilton e os seus milhões vindos do seu pai, o dono da AON. E aparentemente, Cheglakov está numa situação em que se fartou de injetar dinheiro na equipa, com poucos resultados, e considera abandonar tudo no final da época, apesar de no ano que vêm, receber uma injeção de 35 milhões de euros, fruto do nono lugar de Bianchi no Mónaco. Claro que Alexander Rossi deverá trazer algum dinheiro para os cofres nas três corridas que faltam até ao final da temporada, mas ver-se-á se será suficiente para continuar em 2015.

Estas noticias aparecem numa altura em que muitos falam no futuro nebuloso da Caterham, vendida em julho a um misterioso "consórcio suiço-árabe" aconselhado por Colin Kolles. Quem acompanha tudo isto nas últimas semanas, sabe da história dos bens apreendidos pelo oficial de justiça britânico na sua sede de Leafield, e agora, a noticia de que os carros - e pelos vistos, os projetos para 2015 e mais alguns ativos - estão na garagem de Kolles na Alemanha, provavelmente podendo ser aproveitado para o projeto da "Forza Rossa". E mesmo quando Mandredi Ravetto anuncia aos quatro cantos do mundo que tudo está bem, há quem diga que isso é só para consumo interno.

Já agora, uma pesquisa relativamente aprofundada no Google pode dizer que Ravetto, um italiano da zona do Veneto, no nordeste, antes de ser diretor da Caterham, tinha sido politico num partido do centro em Itália. Portanto, podem ter uma ideia do seu discurso otimista.

Contudo, o que mais me preocupa e a Sauber. Estava a ler esta semana o Facebook de um amigo meu, o Sal Chiaparetta, onde explicava a difícil situação da equipa de Peter Sauber. E quem lesse, iria ver a difícil situação: menos engenheiros do que o normal nas viagens da equipa para fora da Europa, e o conselho dado aos funcionários para procurarem outras paragens. Sei que desde há ano e meio, as coisas andavam más e viam nos russos - através de Serguei Sirotkin - uma salvação, mas a situação politica naquele país, e as sanções internacionais ao país dirigido a Vladimir Putin fizeram com que as negociações tenham colapsado. E a Sauber, como sabem, é uma das duas equipas que ainda não pontuou nesta temporada...

A equipa de Hinwill têm duas hipóteses: ou pede mais dinheiro aos mexicanos, através de Esteban Gutierrez (ou outro piloto), ou então fecha as portas de vez. E isso seria horrivel para Peter Sauber, que fundou a equipa há quase 45 anos e sempre a geriu com sageza nos 21 anos que já leva de Formula 1, sendo um dos últimos moicanos, a par de Frank Williams. Nem mesmo quando a BMW saiu da marca, em 2008, as coisas foram tão complicadas como agora.

Caso o pior aconteça, as contas são certas: ficaremos com um pelotão reduzido a 16 carros. É abaixo do mínimo que as televisões e os circuitos exigem à FOM para pagar os valores que Bernie Ecclestone exige, que são de vinte carros. E grelhas vazias é algo que ele não quer, pois caso contrário, todos ficam libertos dos contratos assinados pelo anãozinho, incluindo aquele dos cem anos. E claro, ele quer ser indispensável até ao dia da sua morte...

E é por causa disso que se entende o famoso tweet do Adam Parr, depois de Monza: os três carros por equipa. Como sabem, existe há muito um "Grupo de Estratégia", que alberga sete das dez equipas que estão neste momento na Formula 1: Mercedes, Red Bull, Lotus, Ferrari, Williams e McLaren. A Toro Rosso pode ser incluída nesse grupo, por ser a equipa B da Red Bull. São 14 carros. E dos que ficam por fora, estão para além das três citadas, está a Force India. Apesar de ser sustentada por um dos homens mais ricos da India, Vijay Mallya, e ser uma boa equipa do meio do pelotão, graças ao motor Mercedes, os sarilhos que ele teve no seu país nos últimos tempos - a falência da Kingfisher Airlines é a maior de todas - fazem com que esteja vulnerável, e esses sarilhos se contaminem à sua equipa. Mas por agora, parece manter-se saudável.

Mas meter mais um carro em cada uma dessas oito equipas - agora incluo a Force India faz com que passemos de 16 para 24 carros. Justamente o ideal para que tudo se mantenha. Mas há um contra, e não falo nos monopólios dos pódios que poderão acontecer. É a menor quantidade de equipas a pontuar. Se calcularmos bem, o minimo de equipas a pontuar por corrida é de cinco, neste momento. Caso as equipas de três carros avancem, isso será reduzido a quatro, e uma equipa do meio do pelotão - vamos colocar de novo a Force India - que pontua frequentemente, acabará por ver as suas hipóteses drasticamente reduzidas. E ainda há a hipótese perversa de termos seis carros da mesma marca nos dez primeiros. Basta ter três carros da Red Bull e outros três da Toro Rosso... 

Mas o que parece ser um disparate, agora parece ser uma hipótese sedutora. Isto, se o Grupo de Estratégia continuar a fazer "ouvidos moucos" à ideia da FIA e de Jean Todt de cortar nos custos, para fazer da Formula 1 algo mais viável. A ideia da FIA de limitar os gastos a cem milhões de euros parece ser mais viável do que a manter "budgets" de 300 milhões de euros por parte de Mercedes, Ferrari ou de Red Bull para serem campeões do mundo. É que graças aos incentivos de Bernie Ecclestone, há uma "guerra surda" entre FIA e as equipas para o controlo da Formula 1. São duas maneiras de ver isto, e neste complexo xadrez de como andam as coisas, têm o potencial de destruir uma industria que rende 1500 milhões de euros por cada ano, e do qual todos querem esse bolo. Quanto menos partilharem, melhor.

quinta-feira, 16 de outubro de 2014

A foto do dia

Há precisamente 40 anos, em Brasilia, um projeto ousado era apresentado. Era a de um chassis construido no Brasil, por brasileiros. O projeto da Copersucar veio da mente de Wilson Fittipaldi, que no final de 1973 tinha decidido pendurar o capacete e perseguir algo que já tinha feino no final dos anos 60, com projetos como o Fitti-Porsche ou o Fusca com dois motores, e que tinham causado sensação nas pistas brasileiras.

Wilson Fittipaldi conseguiu o apoio da cooperativa açucareira Copersucar para financiar o projeto, e o chassis era projetado nas oficinas da marca, ao lado do circuito de Interlagos. O chassis, com apoio da Embraer para as ajudas aerodinâmicas, fora desenhado por Ricardo Divila, um jovem desenhador de 28 anos, e o conjunto do esforço conjunto resultou no FD01 (as iniciais de Fittipaldi-Divila), que iria ser estreado em janeiro de 1975, na Argentina.

A 16 de outubro de 1974, a apresentação não poderia ser auspiciosa: no Salão Negro do Palácio do Congresso Nacional, perante o então presidente da República, Ernesto Geisel, o carro era apresentado ao mundo como o desafio brasileiro perante os "tubarões" da Grã-Bretanha, Itália, Estados Unidos e França. Nos anos 70, qualquer equipa poderia construir um chassis competente, bastando colocar uma unidade de motor Cosworth V8 e arriscava a ser campeão do mundo. E numa altura em que Emerson Fittipaldi estava nas bocas do mundo (a apresentação acontecia dez dias depois de se sagrar bicampeão do mundo), este chassis de linhas arrojadas queria conquistar o mundo da Formula 1.

Hoje em dia, sabemos o final da história. Durou oito temporadas (1975-82), 44 pontos e três pódios. Os irmãos Fittipaldi sofreram, com muitos baixos e alguns altos, O projeto foi fortemente criticado na altura, por uma imprensa que não entendia o que era isto, e do qual achavam que o segundo lugar era "o primeiro dos últimos". Após 40 anos, está a ser dado o reconhecimento de um projeto que se tornou na aventura brasileira no mundo elitista da Formula 1, em algo que muitos o chamam de "Clube Piranha", onde todos se comem uns aos outros. Os chassis que foram feitos, muitos foram recuperados e alguns ainda correm em corridas de Formula 1 históricos.

Hoje, é um motivo de orgulho para o automobilismo brasileiro.

A exposição do Ricardo D'Assis Cordeiro - Classic Cars de Portimão

A complementar o Algarve Historic Festival, que vai acontecer este fim de semana no Autódromo de Portimão, vai acontecer uma exposição de arte automobilística que será feito pelo Ricardo D'Assis Cordeiro, onde exporá alguns dos seus mais recentes trabalhos.

Para quem não conhece, o Ricardo faz pinturas de automóveis clássicos desde há algum tempo, e a sua exposição em Portimão já faz parte do programa. E os quadros vão estar expostos na boxe da Racing School, para que todos possam ver no intervalo das corridas.

E já agora, quem não conhece - ou está curioso para ver o conjunto da sua obra - podem espreitar no seu sitio: http://dassiscordeiro-classiccars.blogspot.pt/  

Youtube Motorsport Demonstration: Um Formula 1 em Bathurst


Bathurst é uma das catedrais mundiais do automobilismo, mas o que não sabia que tinha acontecido no fim de semana dos 1000 km de Bathurst era que tinha havido a demonstração de um Formula 1 de dois lugares. Onde vi no WTF1.co.uk é que eles falam que era um Minardi, outros falam que é um Tyrrell bi-lugar, mas tenho a certeza que a equipa do velho lenhador não fez um carro desses. A Minardi, isso sim.

Mas mesmo assim, ver um carro destes a rolar num circuito destes deve ser fantástico.

quarta-feira, 15 de outubro de 2014

Quem pagaria por uma cabeça decapitada num filme?




Quem contou esta foi o Lucas Giavoni, do grupo do Facebook F1 Lado B. Por estes dias foi feito mais um leilão de artigos que fizeram parte do filme "Rush", realizado por Ron Howard e que relatou o duelo entre Niki Lauda e James Hunt na temporada de 1976. E entre os artigos em leilão, um deles é arrepiante: o modelo que foi usado na cena de Watkins Glen, onde o realizador misturou os acidentes fatais de Francois Cevért e de Helmuth Koinigg, e fez um cena.

O preço? 380 libras, à volta de 400 euros. O humor dessa pessoa deve ser bem arrepiante. 

Caterham: Ravetto afirma que o futuro é risonho

Manfredi Ravetto afirma que apesar das noticias em contrário, a Caterham continua a trabalhar para terminar a temporada e preparar-se para 2015. Numa entrevista publicada hoje no site oficial da equipa, Ravetto refutou os rumores sobre o futuro da equipa e manifestou otimismo para a fase final do campeonato: 

Estamos em alta e continuamos lutando dia após dia, mesmo que haja alguns comentários negativos ou o ceticismo de algumas pessoas que ficariam felizes de nos ver fracassar. Que nós fazemos é responder com fatos, começando com o aperfeiçoamento técnico dos carros e estabilização do lado financeiro da equips -, mas nós só queremos lembrar a todos que nós não fomos os que deixaram a equipe em um estado crítico. Sabemos que ainda existe um caminho duro pela frente e nós não esperamos que seja fácil, mas vamos lidar com cada situação com determinação”, afirmou. 

Os mais recentes rumores dão conta de que a equipa poderá ter colocado os seus carros na Alemanha, em instalações pertencentes a Colin Kolles, no sentido de não só evitar surpresas desagradáveis, como também para aproveitar alguns dos bens da equipa para o projeto futuro da Forza Rossa, um projeto que se fala há muito tempo com base na Roménia. 

Sobre a razão da retirada de Kamui Kobayashi em Sochi, Ravetto afirmou que decidiram tirar o carro da corrida devido a problemas com o sobreaquecimento dos travões. 

Fiquei muito surpreso ao ouvir o Kamui afirmar que recebeu instruções sobre a poupança de peças provenientes da gestão da equipa. Na realidade, nós vimos através da telemetria que havia um potencial problema com os travões e decidimos evitar riscos. Para que fique claro: nós instruimos Kamui para parar porque a segurança de nossos pilotos é a nossa principal preocupação“, concluiu.

Nesta altura, a Caterham está no último lugar no campeonato de construtores e precisa de conseguir pontuar para chegar ao ambicionado décimo lugar, suficiente para aliviar as finanças da equipa na próxima temporada.

terça-feira, 14 de outubro de 2014

Noticias: Mateschitz admite mais um ano com Vergne

A vaga aberta com a ascensão do russo Daniil Kvyat para a Red Bull em 2015 poderá propriamente não ser preenchida... se depender de Dietrich Matescitz. O patrão da marca de energéticos austriaca afirmou esta terça-feira ao site alemão Speedweek que estaria a favor da permanência de Jean-Eric Vergne na próxima temporada, no sentido de ajudar o holandês Max Verstappen a ambientar-se na Formula 1. "É um argumento decidir por alguém mais experiente ao lado de um jovem piloto", começou por comentar.

Já em relação a Sebastian Vettel, afirmou que para ele, esta foi a altura ideal para sair e que esta foi pacifica para ambas as partes. "Nós já vínhamos percebendo há algumas semanas que algo se passava com Sebastian. Às vezes, é hora de mudar. Seb venceu quatro vezes conosco e ele chegou aqui muito jovem. Agora é hora de levarmos outro menino para o topo", afirmou.

"Quando ao Seb, nós desejamos apenas o melhor. A separação foi feita em consenso e é boa para ambas as partes", concluiu. Caso Vergne seja confirmado, ele ficará pela quarta temporada consecutiva na equipa, o que será um recorde, e tapará o caminho a Carlos Sainz Jr, que neste momento está prestes a ganhar o título na World Series by Renault.

Coluche e a cólera do Alain Prost

A coisa apareceu ontem na Autosport britânica. Alain Prost, o tetracampeão do mundo, exprimiu a sua indignação pelo facto do que aconteceu a Jules Bianchi há pouco mais de uma semana se ter devido ao trator que estava a manobrar no momento em que retirava o carro de Adrian Sutil para um sitio seguro. "Os carros e os circuitos melhoraram [em termos de segurança]. Só falhou uma coisa, a porra daquele camião na pista", declarou.

Ainda que tenha considerado que a FIA merece respeito "pelo que fez nos últimos 20 anos em matéria de segurança", Prost afirmou que lhe parece incrível que a organização tenha permitido a presença do trator dentro dos limites do circuito com os bólides a circularem a grande velocidade, mesmo debaixo de bandeiras amarelas. 

"Fiquei indignado, realmente furioso com o acidente. Há um procedimento estabelecido, mas as condições meteorológicas estavam a piorar e a visibilidade estava muito má. Não podes proceder da mesma forma se as condições são assim tão más. Deveriam ter optado pelo risco zero", salientou.

A "porra do camião" pode ser traduzido para o francês como "putain de camion". E isso fez-me recuar 28 anos no tempo, e recordar um famoso comediante francês, Coluche de seu nome. Amante de carros, e sobretudo de motos (bateu um recorde de velocidade em Nardo, em setembro de 1985, quando conseguiu 252 km/hora com uma moto de 750cc), Coluche morreu aos 41 anos de idade, a 19 de junho de 1986, quando um camião fez uma manobra proibida bem na frente dele, em circunstâncias semelhantes ao que aconteceu com o motociclista japonês Norifume Abe, em 2007.

Coluche era popularissimo em França, não só pela comédia, como também pelas suas provocações e pelo seu trabalho caritativo. Chegou a ser candidato presidencial (e houve alturas em que teve 16 por cento das intenções de voto!) especialmente pela ideia do "Restos au coeur", onde se coletavam dinheiro, comida e roupas, para serem entregues aos necessitados e sem-abrigo. A ideia ainda vive até hoje, com mais de 40 mil voluntários, em 2500 restaurantes por toda a França.

A morte de Coluche foi tão sentida que um dos seus amigos, Renaud, fez um álbum chamado "Putain de Camion", que foi um sucesso em França. 

De uma certa maneira, percebo a cólera de Prost. Foi uma "putain de camion" que provavelmente acabou a carreira de Jules Bianchi. E vamos a ver se sobreviverá a isto. 

Formula 1 em Cartoons - Rússia (Thomson Studio)

Segundo o canadiano Bruce Thomson - e concordo plenamente com ele - a corrida alcançou o seu objetivo. Ela foi tão aborrecida que o centro das atenções passou para o presidente russo e claro, os outros dois anões, Bernie Ecclestone e Jean Todt...

O preço do sucesso na Mercedes

A Mercedes venceu pela primeira vez na sua história o título de Construtores na Formula 1, depois de uma temporada dominadora, onde apenas Daniel Ricciardo interferiu no monopólio e na luta pelo título entre Lewis Hamilton e Nico Rosberg. Contudo, isso teve um preço: um bónus de sete milhões de libras (pouco mais de 7,5 milhões de euros), como conta hoje o jornal "The Guardian". Em Brackley, cada um dos funcionários vai receber até dez mil libras de bónus, pouco mais de 12 mil euros. Mas esses sete milhões poderão ser um ponto de partida, já que certos engenheiros e outros responsáveis - Paddy Lowe e Toto Wolff, por exemplo - poderão receber somas bem gordas, provavelmente na ordem de algumas centenas de milhares, senão alguns milhões de libras.

Já os pilotos também poderão ter bónus, embora os 20 milhões que ganha Hamilton e os 16 milhões que ganha Rosberg devem ser mais do que suficiente para que os bónus sejam considerados como "covas no dente"...

Claro, Toto Wolff explica a razão: "Os dois rapazes fazem parte do sucesso desta equipa, conhecem-se muito bem e respeitam-se um ao outro. A nossa prioridade agora é de os manter na equipa para além de 2016", comentou.

Contudo, toda esta felicidade dentro da Mercedes está perturbada por causa de uma pequena nuvem negra: Abu Dhabi. A história dos "pontos a dobrar" na última corrida poderá ser prejudicial na luta entre os pilotos, e apesar de Lewis Hamilton ter uma vantagem que começa a ser confortável - 17 pontos - poderá desaparecer completamente caso tenha um problema, ou pior: ambos sofram uma colisão e o título poderá cair nas mãos de Daniel Ricciardo.

Apesar de ser uma hipótese pouco plausível, poderá acontecer. E Wolff nao é fã da corrida com os pontos a dobrar. "Não, não, não. Nem mesmo agora. Eu entendo por que o detentor dos direitos comerciais quer [os pontos a dobrar], porque ela vai ser tão emocionante até o fim.

"A partir da perspectiva dele, compreendo-a a cem por cento. Sob nossa perspectiva, dá um pouco mais de um ponto de interrogação. Ele poderia balançar na direção em que, se você tiver uma desistência, você pode estar perdendo todos os pontos ou você poderia estar a fazer cinquenta. E isso não é bom para o desporto", concluiu.

Ações da GoPro descem... por causa de Schumacher

Mexer no assunto "Michael Schumacher" está-se a ver que é cada vez mais sensível, quase como se fosse uma "teoria da conspiração" ou algo pior. Depois da má tradução, foi agora a vez do "affaire Moncet" que deu brado ao ponto de hoje, as ações da empresa GoPro terem caído oito por cento depois do antigo comentador Jean-Louis Moncet ter dito no fim de semana que a causa do acidente que feriu gravemente Michael Schumacher tinha sido o peso da câmara GoPro que levava no seu capacete.

Segundo se conta, as ações chegaram a valer menos dez por cento, mas fizeram uma recuperação mais para o fim da sessão. As coisas chegaram a um ponto em que Moncet teve que falar no Twitter que tinha sido "mal interpretado". De facto, as câmaras são tão leves que não acredito que o seu peso tenha sido um fator para tal acidente.

De facto, falar de Schumacher parece ser algo semelhante a tocar em cactos ou deitar-se numa cama de faquires...

segunda-feira, 13 de outubro de 2014

Youtube Rally Onboard: Robert Kubica no luso-fusco


A 15ª especial do Rali de França/Alsácia foi feita praticamente no final do dia, no meio de floresta cerrada. Podia ser que os pilotos pudessem ir com mais calma e preservarem o carro, mas parece que Robert Kubica não está para aí virado. A bordo do seu Ford Fiesta WRC, ele foi sempre a fundo, apesar da pouca luz existente. E tinha as luzes ligadas...

Sem medo e com tomates de titânio, este é Robert Kubica nos ralis. É verdade que muitas vezes isto acaba na valeta - e em França isso aconteceu quando ia a caminho da sua melhor classificação de sempre - mas que é um senhor que anda sempre ao máximo, lá isso é.

Já agora, vi isto no WTF1.co.uk

Youtube Motorsport Ad: Os anúncios da Lauda Air


Toda a gente sabe que o Niki Lauda teve uma companhia aérea com o seu nome, a Lauda Air, que voava em meados dos anos 80 e inicio dos anos 90 para destinos na Ásia e Austrália (hoje em dia têm uma low-cost, a Niki), mas até agora não tinha visto os anúncios que fazia nessa altura.

O primeiro está em alemão e é de 1988, o segundo é mais tardio, de 1991. E está em inglês. 

domingo, 12 de outubro de 2014

Formula 1 em Cartoons - GP da Rússia (Pilotoons)

O grande momento do GP russo aconteceu nos primeiros metros da corrida, com aquela travagem aparatosa do Nico Rosberg quando quis passar Lewis Hamilton. E deu no que deu. Eis esse momento, desenhado pelo Bruno Mantovani nos seus Pilotoons.

Youtube Motorsport Racing: o final dramático de Bathurst 2014

Eu vi a corrida dos 1000 km de Bathurst até perto das três e meia da manhã, quando esta foi interrompida devido a problemas com o asfalto que se desfazia em sítios como a Curva 2 e o "The Dip", que causavam alguns acidentes e uma degradação massiva dos pneus. 

Fui para a cama e só depois de acordar é que soube do resultado. E como sempre, este não decepcionou. Oito horas depois de rer começado, ela acabou com um final dramático... por causa da gasolina. Jaimie Whincup, que tinha partido de 14º e fez uma corrida sempre ao ataque, chegou ao fim sem combustível e viu o triunfo fugir para as mãos de Chaz Mostert

Tudo isto altura em que o sol já desaparecia no horizonte em Mount Panorama...

Formula 1 2014 - Ronda 16, Rússia (Corrida)

Uma semana depois dos eventos no Japão, a Formula 1 chega à Rússia com Jules Bianchi no pensamento e o campeonato prestes a ser definido entre os pilotos da Mercedes. O cenário é contratante, da noite para o dia, onde se passou de um circuito clássico para um cenário feito num ambiente novo em folha, num circuito desenhado por Hermann Tilke, para que o cenário de Sochi não se degrade após ter recebido os Jogos Olimpicos de inverno. E para que não esqueçamos o cenário construído para a glória do "regime putinista", nesta cidade à beira do Mar Negro. E claro, havia a expectativa de Vladimir Putin aparecer no local, pois foi ele que fez força para que a formula 1 viesse para lá cem anos depois de ter sido organizado o último Grande Prémio russo...

Para Bernie Ecclestone, era outro sonho dos seus sonhos concretizados. Ele queria esta corrida desde os tempos da União Soviética, tento trocado cartas com o Politburo soviético, no inicio dos anos 80 do século XX. Houve conversas e hipóteses, e existe até um autódromo construído em Moscovo com esse propósito, mas Sochi era melhor, para dar uso ao parque olímpico, que foi construído de propósito para os Jogos Olímpicos de Inverno deste ano...

A corrida começou com Lewis Hamilton a ser mais veloz, mas Nico Rosberg tentou passá-lo no final da segunda curva, travando forte. Contudo, saiu fora e teve de devolver a posição para o inglês. O alemão depois disse que tinha vibração num dos pneus e teve de ir para as boxes para trocar, que o fez no final da primeira volta. A mesma coisa fez Felipe Massa.

Na frente, Hamilton distanciava-se de Valtteri Bottas, Jenson Button e Fernando Alonso, enquanto que Daniel Ricciardo perdeu posições para Jean-Eric Vergne e Kevin Magnussen. Com o passar das voltas, o inglês afastava-se da concorrência, conseguindo 2,5 segundos de avanço ao fim de seis voltas. Mas ambos estavam a distanciar-se de Button, com nove segundos de diferença.

Com o passar das voltas, as coisas estavam estacionárias. Previa-se que só haveria uma paragem para pneus, e não havia lutas dignas desse registo, O que se poderia observar era como é que Rosberg e Massa iriam recuperar do fundo do pelotão. E o primeiro a desistir foi o único Marussia de Max Chilton.

Na frente Hamilton estava descontraido, controlando a distância para Bottas. Parecia que tudo estava a correr bem para ele, com o seu maior rival fora do seu alcance. A meio da corrida, aconteceram as paragens nas boxes, e na volta 29, houve um arrepio na espinha quando Grosjean e Sutil tocaram-se na segunda curva, felizmente sem consequências. Mais tarde, o piloto francês teve uma penalização de cinco segundos.

Entretanto, Rosberg apanhou Bottas e conseguiu ficar com o segundo lugar, numa ultrapassagem musculada na curva 2, "empurrando" o Williams do finlandês. A partir daqui, o interesse esteve fora dali, quando Bernie Ecclestone recebeu Vladimir Putin, o presidente da Russia. Nunca o Inferno esteve tão presente em coma da terra como agora. E com o passar dos minutos e a amostragem das imagens dos anõezinhos (Jean Todt também esteve lá) fiquei com a ideia de que o realizador era norte-coreano... e claro, temeu-se a entrada do Safety Car, pois há quem pudesse pensar que isso seria um pretexto para que ele entrasse dentro do carro e vencesse a corrida com cinco voltas de avanço ou algo assim. Não se esqueçam, isto é a Rússia!

No final, Bottas tentou apanhar Rosberg, e parecia que iria dar alguma coisa, mas não deu. A hierarquia ficou estabelecida e Lewis Hamilton venceu pela quarta vez seguida nesta temporada, a segunda vez que tal acontece. E a sua vantagem alargou-se para 17 pontos, embora, claro, isso ainda não seja determinante para decidir alguma coisa. Mas a dobradinha da Mercedes foi mais do que suficiente para que a marca alemã comemorasse o seu primeiro título de construtores da sua história, cinco anos depois da sua anterior encarnação, a Brawn GP, ter conquistado o seu título mundial.

No final, uma segunda constatação: graças aos pneus - ou nem por isso - este circuito de Sochi fez o impossível: termos saudades de Yeongam, Valencia e Buddh, tilkódromos construídos e superfaturados, e agora abandonados à sua sorte porque "acabou a mama". Em suma: Sochi poderá entrar na história como a corrida mais chata da década. Parabéns aos envolvidos.

Quanto à Formula 1, agora vai fazer uma pausa de três semanas, até Austin.