sábado, 13 de abril de 2024

Noticias: Félix da Costa desclassificado


O piloto da Porsche, António Félix da Costa, foi desclassificado do ePrix de Misano, corrida que ganhou esta tarde, devido a uma inconformidade com a mola do acelerador do seu carro. A Formula E afirma que foram usados molas dos aceleradores que nesta temporada, deixaram de ser legais, logo, o carro não está em conformidade e o piloto foi retirado a sua vitória, para ser entregue a Oliver Rowland, da Nissan. 

A Porsche já disse que irá apelar da decisão. 

No comunicado da Formula E sobre a desclassificação, afirma-se o seguinte:

Nas verificações [técnicas] pós-corrida, a mola amortecedora do acelerador montada no carro 13 durante a corrida não estava em conformidade com um dos três itens opcionais declarados no catálogo GEN3 Spark. O chefe da equipa e o representante do fabricante explicaram que desde o início da 9ª temporada eles não mudaram a mola do amortecedor do acelerador."

O dirigente da equipa aceitou que a peça lacrada, conforme consta no anexo do Relatório Técnico 13, foi montada no carro 13 e foi lacrada na presença do mecânico-chefe da equipe. O chefe da equipa afirmou também que na lista do Spark [pedais] a parte selada não está listada. Ele explicou que normalmente as alterações do catálogo do Spark são destacadas para que todos possam ver as alterações, mas não as remoções.", continuou.

O Delegado Técnico da FIA confirmou este procedimento."

Os representantes da Spark confirmaram que esta peça estava listada na lista de peças dos carros Gen2, mas não no atual carro Gen3. Também confirmaram que a retirada de peças desse catálogo não está destacada nem cancelada.”, concluiu.

Reagindo no Instagram, Felix da Costa questionou:

"A mola amortecedora do acelerador era uma peça original do Spark que foi usada durante todo o ano passado e foi removida do livro de regras sem notificação às equipas... quantos outros carros existem com estas molas?"

Amanhã será a segunda corrida da competição elétrica no circuito de Misano.

Formula E: Félix da Costa triunfa em Misano


António Félix da Costa foi o grande triunfador da primeira corrida de Misano, que aconteceu na tarde deste sábado. O piloto da Porsche foi o melhor e conseguiu a sua primeira vitória no campeonato, especialmente quando veio de 14º da grelha de partida para acabar no lugar mais alto do pódio. A acompanhá-lo estavam os britânicos Oliver Rowland, da Nissan, e Jake Dennis, da Andretti. 

Com Mitch Evans na pole-position e o piloto português apenas na 14ª posição, parecia que ele não teria muitas chances de ficar muito alto na classificação, por causa da igualdade entre os carros. Logo, o melhor tinha de ser alguém com a melhor estratégia.

Na partida, Evans conseguiu aguentar a carga do pelotão atrás dele, para as 28 voltas que teria, à partida, este ePrix. Alguns metros mais tarde, Edoardo Mortara acabou na berma, vitima de um toque. Nas voltas seguintes, os pilotos começaram a organizar as suas táticas, especialmente no Attack Mode, mas na quinta passagem pela meta, novo toque, desta vex entre Jean-Eric Vergne e Nick Cassidy, com o piloto da Jaguar e ficar com o carro danificado. Nesta altura, Félix da Costa liderava, com Pascal Wehrlein, seu companheiro de equipa, a ir à boxe por causa de danos na asa frontal, também, depois de ter subido na traseira de Vergne.  

As trocas de liderança eram rápidas, com os pilotos a ficaram pouco tempo no primeiro lugar, preferindo, por um lado, preservar energia, por outro, estar no melhor lugar possível quando for o momento certo, ou seja, nos metros finais. 

E foi isso que aconteceu na volta 26, quando Félix da Costa passou Oliver Rowland. Ambos distanciaram-se de Vergne, que se defendia dos ataques de Dennis pelo terceiro lugar. No final, o piloto do Porsche aproveitou uma maior carga residual para aumentar a sua vantagem sobre o rival da Nissan, criando assim uma margem de meio segundo que se revelou decisiva até à meta, e claro, conseguiu a primeira vitória de 2024, a segunda da Porsche no campeonato. 


Feliz da vida, comentou depois a sua vitória:

"Recuperamos treze lugares na corrida e vencemos, não podia estar mais contente. A nossa estratégia de gestão de energia foi perfeita e isso foi a chave da vitória. Consegui estar em posição de ter mais energia que os meus adversários na luta da vitória e nas últimas voltas fiz uso disso para passar para 1º, mantendo bem protegida essa posição. Tem sido um início de época complicado, mas já tínhamos feito boas corridas no Brasil e São Paulo e hoje foi um dia perfeito, mostrámos que estamos vivos e fortes e prontos para lutar até ao fim! Amanhã é um novo dia, com mais uma corrida e queremos mais, vamos trabalhar para voltar a estar fortes e lutar para trazer bons pontos para Portugal”.

No campeonato, Rowland lidera com 73 pontos, mais cinco que Jake Dennis, enquanto Pascal Wehrlein é o terceiro, com 63. Com esta vitória, Félix da Costa subiu para o sétimo posto, tendo agora 45 pontos. 

A Formula E continua no domingo, para a segunda corrida na pista de Misano.

sexta-feira, 12 de abril de 2024

Noticias: Domenicalli e FIA elogiam calendário de 2025


A divulgação do calendário da Formula 1 para 2025, num ano em que a Formula 1 fará as suas bodas de diamante, deixou felizes os responsáveis da Formula 1 e da FIA, que colaboram entre si para a acomodação do calendário, apesar deste ser o maior de sempre, com 24 corridas. 

Apesar de tudo, este calendário continua com as alterações iniciadas esta temporada, com o enfase num melhor fluxo geográfico das corridas, com o ajuntamento do máximo corridas no mesmo continente na data mais próxima, apesar de ainda existirem coisas como Miami em maio e Montreal em junho, destacados da maior parte das corridas nas Américas, que acontecem no inicio do outono, por exemplo.

No momento do anúncio do calendário, o Diretor Executivo e Presidente da Fórmula 1, Stefano Domenicali disse que: “2025 será um ano especial, pois celebramos o 75º aniversário do Campeonato do Mundo de Fórmula 1 da FIA, e é esse legado e experiência que nos permite apresentar um calendário tão forte."

Mais uma vez, visitaremos 24 locais incríveis em todo o mundo, oferecendo corridas, hospitalidade e entretenimento de primeira classe, que serão apreciados por milhões de fãs em todo o mundo. Estamos gratos à FIA, aos nossos promotores, aos parceiros das cidades anfitriãs e a todas as federações nacionais relacionadas pelo seu empenho e apoio na realização deste calendário e na garantia do que promete ser mais um ano fantástico para a Fórmula 1. Gostaria também de prestar homenagem às nossas equipas e pilotos de Formula 1, os heróis do nosso desporto, e aos nossos fãs em todo o mundo por continuarem a seguir com um entusiasmo incrível.”, concluiu.

Do lado da FIA, o seu Presidente, Mohammed Ben Sulayem, acrescentou: “O calendário do Campeonato do Mundo de Fórmula 1 da FIA de 2025, aprovado pelo Conselho Mundial do Desporto Automóvel, é mais uma ilustração da nossa missão colectiva de cumprir os objectivos de sustentabilidade através da regionalização dos eventos. Embora o nosso foco esteja na estabilidade geral da Fórmula 1, também temos um dever partilhado para com o ambiente e para com a saúde e o bem-estar do pessoal que viaja.

A Formula One Management, sob a direção de Stefano Domenicali, produziu um calendário que combina bem os circuitos tradicionais e os locais modernos.", continuou.

Agradecemos às federações anfitriãs, aos organizadores locais e aos muitos milhares de voluntários da FIA pelos seus esforços incansáveis para fazer da Fórmula 1 um espetáculo verdadeiramente global e de grande audiência, enquanto nos preparamos para celebrar o 75º ano do desporto.”, concluiu.

Youtube Formula 1 Vídeo: Quando os pilotos andaram à porrada!

Hoje em dia, os pilotos da Formula 1 dão-se todos bem, trocam umas piadas e tal. Mas claro, nem sempre foi assim. Há uma grande história de brigas entre pilotos, ou de pilotos com outras pessoas, que vem de há muito, mas muito tempo. É mais antigo que o "combate de boxe" entre o Nelson Piquet e o Eliseo Salazar... que a propósito, é mais velho que o "combate" entre Ayrton Senna e Eddie Irvine... 

Como disse alguém: "parece que todos os brasileiros praticam secretamente jiu-jujitsu". Não creio, apesar do "combate" entre Chico Serra e Raul Boesel.

E é sobre isso que refere o mais recente vídeo do Josh Revell

Noticias: Divulgado o calendário de 2025 da Formula 1


A FIA e a Liberty Media anunciaram nesta sexta-feira o calendário para 2025, e se continuam os 24 Grandes Prémios, a grande novidade é que o começo da temporada, marcada para o dia 16 de março, será em Melbourne, na Austrália. As corridas do Bahrein e da Arábia Saudita., que este anos são as duas primeiras do calendário, acabarão por acontecer no inicio de abril, por causa do Ramadão. 

O final será a 7 de dezembro, em Abu Dhabi, uma semana depois da corrida em Losail, no Qatar. 

Há mais algumas alterações na colocação do calendário, como a deslocação de Suzuka e Xangai para a segunda e terceira corridas do ano, enquanto o GP do Canadá, marcado para o dia 15 de junho, poderá coincidir com as 24 Horas de Le Mans, dependendo da marcação no calendário da Endurance. 

A corrida de Las Wegas continua a acontecer no sábado à noite, ao contrário de Bahrein e Arábia Saudita, que regressam ao domingo.

quinta-feira, 11 de abril de 2024

Noticias: Alonso confirmado na Aston Martin


A Aston Martin anunciou esta quita-feira que Fernando Alonso vai permanecer na equipa de Fórmula 1 com um novo contrato plurianual, que acaba no final da temporada de 2026. Termina desta forma a especulação quanto ao futuro do bicampeão mundial, que começou por causa da possibilidade de poder ir ou para a Mercedes, ou até, para a Red Bull.

Garantir o futuro a longo prazo de Fernando com a Aston Martin Aramco é uma notícia fantástica. Construímos uma forte relação de trabalho ao longo dos últimos 18 meses e partilhamos a mesma determinação em ver este projeto bem sucedido.", começou por afirmar o chefe de equipa, Mike Krack

"Temos mantido um diálogo constante ao longo dos últimos meses e o Fernando tem sido fiel à sua palavra: quando decidiu que queria continuar a correr, falou connosco primeiro. O Fernando demonstrou que acredita em nós e nós acreditamos nele. Ele tem fome de sucesso, está a conduzir melhor do que nunca, está mais em forma do que nunca e está completamente dedicado a fazer da Aston Martin Aramco uma força competitiva.", continuou. 

"Este acordo leva-nos até 2026, altura em que iniciamos a nossa parceria de unidade de potência de trabalho com a Honda. Estamos ansiosos por criar mais memórias incríveis e alcançar mais sucesso juntos”, concluiu.

Falando aos média após o anúncio, Alonso confirmou o contrato plurianual que o manterá associado à marca mesmo após pendurar o capacete, num futuro próximo.

De certa forma, [isto] é um projeto para a vida toda para mim, este é o contrato mais longo que já assinei na minha carreira”, começou por afirmar o bicampeão mundial. “Isto é algo que me manterá ligado à Aston por muitos e muitos anos. Vamos ver qual função, vamos ver quantos anos mais irei pilotar."

Mas mesmo depois de pendurar o capacete, usarei [os meus] mais de 25 anos de experiência na Fórmula 1, além de outros 10 ou 15 fora da Formula 1, ou seja, quase 40 anos de experiência no automobilismo em benefício de uma equipa que me deu esta oportunidade como esta neste momento na minha carreira Então, isso também é muito atraente para mim e estou extremamente motivado para os próximos anos.”, continuou.

Questionado pela Autosport britânica sobre se era crucial assinar um acordo de longo prazo que incluísse a temporada de 2026, para que pudesse avaliar a parceria entre a Aston e a Honda, que começará nessa temporada, respondeu: “Sim, foi um passo importante. Não vou mentir: comprometer-me com um projeto de um ano não fazia sentido para mim."

WRC: Ford estreará nova asa na Croácia


A M-Sport irá estrear uma nova asa nos Puma Rally1 no Rali da Croácia, que acontecerá na semana que vem. Segundo conta a Autosport britânica, essa evolução passa por uma asa traseira modificada que visa melhorar o desempenho aerodinâmico. 

Richard Millener, o diretor da M-Sport, afirma que essa nova asa traseira não proporcionará uma vantagem imediata significativa, mas sim pequenos ganhos e servirá principalmente para ajudar nas velocidades mais elevadas. 

"Nosso plano sempre foi estreá-lo na Croácia. Tudo correu bem, para ser honesto, e esse sempre foi o tipo de data que estávamos tentando almejar", começou por afirmar Millener. “Ela [a asa traseira] não vai nos deixar 10 segundos por quilômetro mais rápidos de um momento para outro. Existem apenas pequenas coisas que você pode fazer, e são pequenos ajustes que estamos procurando no momento.”, continuou.

Isso deve nos ajudar em velocidades mais altas e, combinado com algumas outras mudanças de afinação, pode fazer a diferença para o carro. É um desenvolvimento constante, estamos um pouco mais atrasados que as outras equipes na asa traseira, mas estamos tentando ficar o mais próximo possível da oposição.", concluiu.

A Ford conseguiu bons resultados nas duas últimas provas do campeonato, na Suécia e no Safari, com o francês Adrien Formaux, conseguindo dois terceiros lugares. Apesar de tudo, o desenvolvimento dos Ford ainda está muito atrás das outras duas marcas oficiais no WRC, Hyundai e sobretudo, Toyota. 

Formula E: Félix da Costa quer lutar pelo pódio em Misano


Depois de duas boas corridas para António Félix da Costa, onde acabou por pontuar, a Formula E está na Europa, mais concretamente no circuito italiano de Misano, para a jornada dupla da competição elétrica, e a segunda num circuito permanente, depois da Cidade do México. 

O piloto de Cascais parte ao ataque, com vontade de lutar pelo pódio em ambas as corridas de Misano, numa temporada onde há houve cinco vencedores diferentes em cinco corridas, e espera que a Porsche tenha sorte no final de semana italiano, e claro, ele saia beneficiado desse desejo de ter boas corridas.

"Estamos num bom momento, vimos de duas boas corridas, onde mostrámos bom andamento. Este fim-de-semana será bastante intenso, com duas corridas, num circuito novo para todos, portanto uma boa oportunidade para trazer bons pontos para casa. O nível das equipas da Fórmula E está muito alto, mas o objectivo nesta fase é olhar corrida a corrida, lutar em cada prova pelos lugares do pódio, mostrando agressividade em pista, sem olhar para as contas do campeonato. Estou motivado e com vontade de correr em Misano, vamos com tudo!"

A corrida terá lugar numa versão mais curta do traçado de Misano World Circuit Marco Simoncelli, com 14 curvas e 3381 metros de perímetro. O programa do fim-de-semana inicia-se na sexta-feira com uma sessão de treinos livres, e no sábado, de manhã, pelas 9:20 horas, (hora de Lisboa) é a qualificação, para a partir das 13:45, começar a corrida. O mesmo programa acontece no domingo, e ambas as corridas da competição elétrica terão transmissão nas telas portuguesas nos canais Eleven e na Eurosport. 

quarta-feira, 10 de abril de 2024

A(s) image(ns) do dia





Soube esta tarde que Ted Toleman, um dos fundadores da equipa com o mesmo nome, morreu aos 86 anos nas Filipinas. Durante cinco temporadas (1981-85) montou aquela que - na minha opinião e provavelmente, de muitos outros - foi uma das melhores equipas médias da Formula 1 dos anos 80 do século XX. E claro, esta história merece ser contada. 

A Toleman era uma firma de autocarros no Reino Unido, montado pelo avô de Toleman em 1926. Cerca de meio século mais tarde, Ted (Edward Norwan como nome de batismo) e o seu irmão, Alex Toleman, decidiram usar os recursos da firma para montar uma equipa de competição. O próprio Ted tinha corrido em corridas de barcos "offshore", mas começou na Formula Ford 2000, em 1977. No ano seguinte, arranjaram um chassis March para tentarem a sua sorte na Formula 2. Quase ao mesmo tempo, decidiram fazer a primeira das suas boas decisões: contrataram um projetista. O escolhido foi um sul-africano, então com 34 anos, vindo da Royale, e a ideia era de desenhar os seus carros para a Formula 2, para, claro, ganhar o campeonato. O seu nome era Rory Bryne

Ao mesmo tempo, também contrataram um diretor de equipa competente: Alex Hawkridge. Mais tarde contrataram o ex-piloto Peter Gethin (McLaren e BRM) para funções diretivas. 

Com o tempo, também contrataram jovens pilotos com experiência e ambição. Um deles era Derek Warwick, que tinha lutado pelo campeonato de Formula 3 com dois jovens brasileiros, Nelson Piquet e Chico Serra, e Brian Henton, que tinha até experiência de Formula 1. Em 1979, lutaram pelo título, graças a Henton, e nessa altura, decidiram ir contratar os serviços de um preparador de motores, com experiência de piloto - chegou a correr num Grande Prémio, em 1967 - de seu nome Brian Hart.

Com organização, alcançaram o seu grande objetivo em 1980: o campeonato de Formula 2. Foi ganho com tal domínio que imediatamente, começaram a trabalhar para o passo seguinte, a chegada à Formula 1. E foi ali que começaram a fazer algumas decisões de longo prazo. A primeira delas? Um motor Turbo, numa altura em que apenas Renault e Ferrari tinham isso. Pediram a Brian Hart para que montasse esses motores, que pagariam o seu desenvolvimento. Decidiram seguir o caminho das pedras, em vez de ir pelo mais fácil, comprar uns Cosworth e poupar uns cobres. 

E entrada foi muito difícil: em 1981, com Henton e Warwick, apenas conseguiram qualificar-se em duas corridas. O TG181 era pesado, dificilmente manobrável e claro, lento. Depois, ganhou um nome: "General Belgrano", batizado pelo navio argentino afundado pelos britânicos na Guerra das Falkland/Malvinas. Mas com o tempo, a equipa melhorou, ao ponto de Warwick conseguir uma volta mais rápida em Zandvoort e um brilharete em Brands Hatch, chegando a rodar na segunda posição. Foram dois anos difíceis, mas aprenderam com eles. 

Em 1982, Henton foi substituído pelo italiano Teo Fabi, mas sem grandes chances, rumou para os Estados Unidos no ano seguinte, para correr no campeonato CART. No seu lugar apareceu Bruno Giacomelli, ex-Alfa Romeo. 

No final de 1982, estreou-se o TG183, que tinha asas duplas e radiadores na asa dianteira, nas mãos de Warwick, e com mas modificações feitas ao longo dessa temporada, melhorou consideravelmente os resultados gerais. Aliado ao desenvolvimento dos Hart, conseguiram resultados melhores na grelha e o primeiro resultado de sonho: o quarto lugar de Warwick no GP dos Países Baixos de 1983. Com 10 pontos e o nono posto do campeonato de Construtores, começaram a ser alvo de atenção, e claro, eles mesmos tinham ambições.

Uma nova dupla apareceu em 1984. Os Toleman pareciam que tinham conseguido o "jackpot" quando contrataram o brasileiro Ayrton Senna, campeão britânico de Formula 3, e que tinha testado em carros da Williams, McLaren e Brabham. A seu lado estava o venezuelano Johnny Ceccoto, que tinha corrido pela Theodore no ano anterior. Senna pontuou logo na segunda corrida, com um sexto lugar em Kyalami, mas quando o TG184 se estreia em Dijon, em França, os resultados melhoram dramaticamente. Ao ponto do novato Senna começar a sonhar com vitórias. Especialmente no molhado Mónaco.

Nessa corrida, partindo de 13º, subiu lugar atrás de lugar, e aproveitou as suas capacidades na chuva para chegar ao segundo lugar, ficando atrás do McLaren de Alain Prost, que não era bom no molhado. O ritmo dele era tão elevado que a certa altura, acertou com os guard-rails na chicane do Porto, não destruindo as suspensões, mas machucando o suficiente para saber que poderiam não aguentar até ao final da corrida.

Mas esta foi interrompida na volta 29, graças à intervenção de Jacky Ickx, o diretor da corrida, e Prost foi declarado o vencedor. Mas todos tinham olhos no jovem de 24 anos, que tinha mostrado o que era capaz de fazer em condições difíceis. 

E claro, todos ficaram de olho nele.

Um segundo pódio em Brands Hatch (num fim de semana difícil, com o acidente de Ceccoto na curva Paddock Hill, com o venezuelano a fraturar os tornozelos e não regressar mais à Formula 1) fez com que a Lotus corresse atrás de Senna com um contrato na mão, e ele assinou. O anuncio aconteceu no fim de semana de Zandvoort, mas com um detalhe: não foi do conhecimento da Toleman. E claro, eles ficaram furiosos, sobretudo Hawkridge. É que no meio desta história de sucesso, houve espinhos. E alguns deles iriam picá-los, mais tarde. 

Uns tempos antes, Toleman denunciou unilateralmente o contrato com a Pirelli, trocando pela Michelin. Contudo, semanas antes da corrida neerlandesa, anunciou que ia embora da Formula 1 no final dessa temporada, deixando apenas com a Goodyear, que também tinha tido uma relação amarga. Por agora, não se importaram, porque tinham coisas mais prementes: castigaram Senna, impedindo de correr no GP de Itália, em Monza, e contrataram o sueco Stefan Johansson, que tinha estado na Tyrrell, para um lugar que tinha ficado vago desde Brands Hatch. Ele aproveitou bem o carro que tinha, acabando na quarta posição, e com Senna de regresso, tiverem um final apoteótico no Estoril, com o brasileiro a conseguir o terceiro pódio do ano, um terceiro lugar, e acabando a temporada com 16 pontos. 

Mas a partir daqui... a equipa esteve à beira da extinção. O TG185 foi apresentado, mas a Toleman não tinha fornecedor de pneus. Nem Goodyear, nem Pirelli, alegando que as cotas estavam preenchidas. E os pilotos - tinham convencido John Watson a correr no lugar de Senna, com Johansson a seu lado - foram à sua vida, e a equipa não participou nas três primeiras corridas do campeonato. Ali, entra a Benetton, que decide comprá-la, e com isso, também compraram a Spirit, fundindo ambas as equipas, e claro, ficando com o contrato da Pirelli. 

A partir dali, correram com um chassis, para o regressado Teo Fabi - tinha estado na Brabham em 1984. A marca iria mudar de nome em 1986, mas usaram os Hart Turbo para uma última façanha, no GP da Alemanha, no renovado Nurburgring, quando conseguiram uma inesperada pole-position. Não deu resultados na corrida - acabou por desistir - aliás, a Toleman não conseguiu qualquer ponto em 1985, graças à fragilidade dos Hart Turbo.

No final, em 70 Grandes Prémios, conseguiu 26 pontos, uma pole, duas voltas mais rápidas, três pódios e deu a primeira chance a um dos melhores pilotos de sempre do automobilismo. Nada mau para uma equipa de tamanho médio. 

A partir de 1986, a Toleman virou Benetton, que em 2002, se transformou em Renault, para depois, em 2010, se tornar Lotus, e mais tarde regressar à Renault, e agora se chama Alpine. São 44 temporadas ininterruptas, com muitas roupagens, e se calhar, mais outras no futuro. Mas tudo começou com dois irmãos com gosto e ambições no automobilismo.       

Noticias: Andretti inaugura fábrica em Silverstone


A Andretti inaugurou nesta quarta-feira em Silverstone as suas instalações europeias. Esta nova instalação em Silverstone, serve para concentrar as suas equipas da Formula E e da WEC, que tem um Cadillac inscrito na classe Hypercar, mas muitos sabem que é para a sua tentativa de montar uma equipa na Formula 1, que apesar de ter sido rejeitada no final de 2023, a equipa continua a tentar. Tanto que está a preparar a sua inscrição na Formula 2 e Formula 3, para formar pilotos rumo a uma competição que, acreditam, poderão chegar dentro em breve.

"Embarcamos na próxima etapa dos nossos preparativos para entrar no Campeonato Mundial de Fórmula 1 da FIA com a abertura de uma nova instalação no Silverstone Park, Reino Unido", pode-se ler no comunicado de imprensa da Andretti. "Juntamente com a força de trabalho existente da Andretti Cadillac UK de aproximadamente 80 pessoas, tivemos a honra de inaugurar hoje esta nova casa britânica para nossa família Andretti mais ampla", continuou.

Na inauguração das instalações, estiveram os Andrettis, Mário Andretti e o seu filho, Michael Andretti. Este último falou da fábrica e o que significa esta presença no "motosport walley" britânico.

Estamos em todos os tipos de séries de corrida, mas estar na Formula 1 é o máximo. E é por isso que acho que para a nossa marca seria enorme. E isso apenas completará nosso objetivo, que é estar em todos os principais eventos de corrida esportiva do mundo. E obviamente, chegar à Formula 1 é o melhor de tudo. Então é um grande objetivo, é um objetivo nosso já há alguns anos. E estamos bem aí, estaremos lá. E sentimos fortemente que estaremos lá.", começou por afirmar.

Também estamos a construir uma equipe fantástica, isso é algo que será único na Formula 1, construir uma verdadeira equipe de Formula 1 do zero com grandes cérebros. Isso é algo que acho que pode pegar muitas pessoas desprevenidas quando finalmente entrarmos na rede.”, continuou.

O sócio da Andretti Global, Dan Towriss, enfatizou que a instalação da nova base no Reino Unido foi um momento chave na história da marca.

Eu diria que um passo importante é hoje: abrir nossas instalações em Silverstone”, começou por afirmar. “É também continuar a adquirir o talento necessário, a ter as pessoas, os recursos financeiros, os recursos técnicos capazes de ter uma equipa competitiva. E então estamos reunindo os recursos. Michael, eu e o Mário temos algumas coisas para fazer nos bastidores, mas vamos cuidar dos negócios lá. E enquanto isso acontece, continuamos a construir a equipa.”, afirmou.

Em relação à parceria com a Cadillac, Towriss afirmou: 

A colaboração com a General Motors é fantástica, pois ouvimos como todos trabalham juntos, em todos os fusos horários. A tecnologia permite que as coisas aconteçam em tempo real, é tão emocionante. E então, apenas para continuar a capitalizar essa oportunidade.", começou por afirmar.

Queremos apenas continuar construindo. Este é um passo importante hoje e continuaremos a construir. Temos uma instalação em Fishers [nos Estados Unidos] que também está sendo construída, apenas para garantir que teremos instalações de classe mundial para que gente de classe mundial possam construir uma equipa de classe mundial.”, concluiu.

terça-feira, 9 de abril de 2024

A imagem do dia


Neste Abril passam 50 anos do recomeço da democracia em Portugal. É todos os jornais que existiam nesse tempo - e mais alguns - estão a trazer imagens de arquivo de 1974. É claro, desportivos como A Bola trazem as específicas, e trouxe hoje a imagem deste Fiat 124 Spyder. É não era uma imagem qualquer: é a do Rali de Portugal.

E no inicio de 1974, realizar uma prova automobilística era um ato de coragem.

Tempos antes, a 6 de Outubro de 1973, rebenta uma guerra no Médio Oriente, entre Israel e os países árabes, a guerra do Yom Kippur. Semanas depois, quando Israel ganha, com o auxílio americano, que faz uma ponte aérea - com escala na base das Lajes - o mundo árabe retaliar com a carteira. Começa o primeiro choque petrolífero.

No meio de uma escalada de preços, de racionamento de combustível, o automobilismo pagou um preço elevado. Não na Fórmula 1, mas os ralis sofreram, com o cancelamento do rali de Monte Carlo e da Suécia.

Mas não o rali de Portugal. Graças aos bons ofícios de Carlos Torres, o dinâmico organizador do então Rally TAP, consegue-se gasolina da Venezuela para a realização de um rali encurtado, mas iria acontecer. Mas mesmo esse rali encurtado não deixou de ser duro. Por exemplo, chegaram a andar 24 horas seguidas, sem parar, entre classificativas, numa verdadeira prova de resistência. 

No final, acabou numa tripla de Fiats 124, da equipa oficial. O italiano Rafaelle Pinto foi o melhor, naquela que veio a ser a sua primeira - e única vitória - na frente do seu compatriota Alcide Paganelli e de um jovem finlandês, Markku Alen de seu nome, que então com 22 anos, conseguia um dos seus primeiros resultados de relevo no Mundial de ralis, o primeiro com a Fiat. Um ano depois, em julho, ou seja, nas agitações da jovem democracia portuguesa, conseguiria a primeira das suas cinco vitórias nesta terra.  

Youtube Automotive Vídeo: Hammond e um recuperado Jaguar XKR V8

O pessoal do Drivetribe gosta de aproveitar o facto do Richard Hammond ter a sua própria oficina de recuperação de automóveis antigos para tentar encontrar algumas pérolas automobilísticas e recuperá-las para mais tarde poder vender. E no caso, foi este (algo) raro Jaguar XKR com caixa manual e motor V8. 

Assim sendo, agora que o caro foi recuperado, o próprio Hammond mostrou-o neste vídeo, agora que o irão vender para arranjar um novo dono.  

segunda-feira, 8 de abril de 2024

A imagem do dia


Esta segunda-feira, parte dos Estados Unidos passou por um eclipse solar total, o primeiro em sete anos. Hoje, ele passou por estados como o Texas, Indiana, Ohio, Pensilvânia e Nova Iorque, entre outros. E um dos sítios onde todos puderam assistir ao espetáculo na sua totalidade foi no Indianápolis Motor Speedway. 50 mil espectadores foram lá para ver algo que demora muito menos que uma volta de qualificação das 500 Milhas, que acontecerá dentro de um mês.

A NASA decidiu fazer uma transmissão em direto de lá e contou com a presença de Alexander Rossi, o vencedor da edição de 2016, onde explicou a colaboração do sol no aquecimento, quer do asfalto, quer dos pneus, necessários para uma boa volta no "Brickyard". A explicação é instrutiva, mas o que todos queriam ver era o espetáculo que não aparece todos os anos, nem em todas as décadas. A última passagem no território americano foi em 2017, mas antes, tinha sido em 1979, e o próximo só aparecerá lá para... 2045.

Esta totalidade é um momento único, porque não se repetirá mais... ali, em Indianápolis, se calhar em 2099, mas não será tão "total" como foi hoje. Ou seja, este é um acontecimento único, de uma vida. Quando reaparecer, se calhar passarão séculos desde este dia. Que fica guardado na memória dos que experienciaram. 

Apesar de tudo, este é um grande espetáculo, o que a Natureza nos dá.  

Youtube Formula 1 Vídeo: Roland Ratzenberger (Parte 1)

Saiu nesta segunda-feira a primeira parte do documentário sobre Roland Ratzenberger, o piloto que morreu no sábado do GP de San Marino de 1994. A produção demorou cerca de uma década, e aqui, fala das suas origens no automobilismo, a sua fome e sede de vencer. 

Entre os que falam por aqui está o campeão do DTM, Manuel Reuter, e Franz Tost, o antigo diretor da Toro Rosso e um dos que acompanhou nos seus primeiros tempos de automobilismo, na Áustria.  

A possibilidade de um regresso


Sebastian Vettel tirou um tempo para ele mesmo em 2022, aos 36 anos de idade, e depois de 16 temporadas na categoria mais importante do automobilismo. Recentemente, o seu nome regressou à ribalta pelo fato de ter ido à pista de Aragon para testar com a Porsche no sentido de saber se poderá correr ou não no Mundial de Endurance ou nas 24 Horas de Le Mans. Segundo contam as noticias, o piloto alemão fez dois turnos duplos completos, e apesar da marca ter gostado do que viu, acha que fazê-lo correr em 2024 seria prematuro. 

Tudo indica que em 2024, a marca queira apontar para a vitória, e é por isso que terá um terceiro carro oficial para a clássica da Endurance francesa, e que será pilotado pelo francês Mathieu Jaminet, o brasileiro Felipe Nasr e pelo britânico Nick Tandy. Mas à Porsche interessa ter Vettel, porque o pretende que seja um embaixador da marca, e também acha que em 2025, poderá estar pronto para correr em Le Mans e ajudar nas ambições da marca alemã de triunfar novamente, 55 anos depois do seu primeiro triunfo, em 1970. 

Claro, resta saber que quererá o piloto. Aparentemente, deseja uma espécie de regresso, e vê com bons olhos a oportunidade da Porsche. Mas não deseja regressar à vida preenchida dos tempos da Formula 1, e a ideia é fazer algumas corridas no WEC, nunca a tempo inteiro. Nos testes em que fez em Aragon, o piloto reparou que precisa de ganhar ritmo em termos de consistência, e que precisa de mais um grande teste no sentido de saber se é capaz de satisfazer os critérios e claro, tentar a vitória em Le Mans. Aliás, a Porsche queria fazer um teste nos dias 10 e 11 de abril em Paul Ricard, e teria Vettel como participante, mas essa hipótese já caiu por terra.


Assim sendo, as chances poderão acontecer, mas não é para já. Mas seria interessante assistir ao regresso de um piloto popular pelo seu bom humor, e pelas causas que defende.  

domingo, 7 de abril de 2024

A imagem do dia




A vida de Bruce Kessler foram muitas coisas. Essencialmente, foi realizador, essencialmente e filmes e séries de televisão nos anos 70 e 80, nas séries produzidas por Stephen J. Cannell. E isso wai desde "Os Soldados da Fortuna" (Esquadrão Classe A no Brasil) até "Missão: Impossível", passando por "CHIPs", "The Rockford Files" e "The Monkees", entre outros.

Mas Kessler, morto nesta quinta-feira aos 87 anos, tinha sido um ativo desportista na sua juventude. Ao ponto de ter sido amigo de Lance Reventlow, filho de Barbara Hutton, a herdeira da Woolworth, uma das mais ricas do mundo e que teve sete maridos, com o pai de Lance a ser o segundo. Reventlow foi a figura por trás do projeto Scarab, que tentou a sua sorte na Formula 1 em 1959-60, com um motor na frente numa altura em que todos estavam a colocar um motor atrás.

As coisas começam muito antes, na Califórnia onde cresceu. Aos 16 anos, ele, filho de um designer de roupas, adquiriu um Jaguar XK120 e correu em pistas como Willow Springs e Riverside. Ali conheceu e fez amizade com Reventlow, e em 1955, aos 19 anos, ambos tinham um Mercedes-Benz SL e iam a Willow Springs quando, a 30 de setembro, cruzam-se uma estação de serviço com o Porsche 550 Spyder conduzido por James Dean, uma estrela em ascensão de Hollywood. Combinaram em jantar juntos, mais tarde, mas o que ambos não sabiam é que seriam os últimos que iriam vê-lo vivo.

Em 1958, Kessler foi correr para a Europa, quando teve a chance de correr nas ruas do Mónaco. Numa corrida com 30 inscritos para 16 lugares, caiu numa equipa inglesa, a Connaught, que estava à beira da falência. Ao lado de Paul Emery, tentaram se qualificar, mas não tiveram chances. O patrão deles, então com 27 anos, estava a ficar exasperado e chegou a sentar no carro para saber o que se passava, sem intenções de marcar um tempo. Kessler conseguiu o 20º melhor tempo, a 10 segundos da pole-position. E o seu patrão era um tal de Bernie Ecclestone

Kessler continuou a correr até ao final de 1959. No Examiner Grand Prix, em Pomona, perdeu o controle do seu carro e ficou severamente ferido. Depois de algumas semanas em coma, decide que o melhor seria pendurar o capacete. Tinha então 23 anos. 

Foi curto, mas não perdeu o gosto. Tanto que em 1961, ele decide fazer uma curta-metragem com os Scarab, em Willow Springs, que deu o nome de "The Sound of Speed", e quatro anos depois, em 1965, ajudou Howard Hawks a fazer "Red Line 7000", um filme sobre pilotos da NASCAR que pretendem  De uma certa forma, foi a sua entrada na sua segunda vida. E se como "hobby", preferia o tiro aos pratos, em Hollywood, a sua vida anterior nunca andou longe.     

Formula 1 2024 - Ronda 4, Japão (Corrida)


Depois dos eventos da madrugada passada, creio que toda a gente tem baixas expectativas sobre o que se passará neste domingo: o domínio dos Red Bull, monopolizando a primeira linha da grelha de partida para a corrida deste final de semana só nos faz acreditar que o tempo, caso chova, pudesse dar algo que fizesse sair daquilo que será, provavelmente, uma temporada de domínio dos Red Bull.

Mas a realidade é esta: não chove no Japão, e Max provavelmente é o favorito à vitória. E se calhar, temos dobradinha. Para quem se levantar a meio da noite, na Europa, pode-se pensar se valerá a pena. Olhe, se aparecer as cerejeiras em flor nas imagens, apecie-as.


O momento de maior agitação foi partida. Se Max Verstappen conseguiu manter a liderança nas primeiras curvas, que era o que lhe interessava, seguido por Sérgio Pérez, com o terceiro lugar a ficar nas mãos de Lando Norris, depois de se superar a Carlos Sainz Jr. Mas atrás é que havia sarilho: Daniel Ricciardo tentava superar o Williams de Alex Albon, mas ambos tocaram-se, o australiano fez um pião e os dois carros acabaram no muro de pneus, causando a amostragem, primeiro, das bandeiras amarelas, depois das vermelhas. Corrida parada.

Depois de algum tempo a compor os muros de pneus no seu lugar, tudo regressou à primeira ordem, mas apenas com 18 pilotos a alinhar nesta segunda partida. E como na primeira, tudo na mesma: Max na frente, Checo segundo, Norris terceiro, na frente de Sainz Jr. E claro, sem batidas significativas no fundo do pelotão.

A partir daqui, Max começou a distanciar-se da concorrência, graças aos seus pneus médios - todos usavam, exceto os Mercedes, que tinham duros, calçados por Lewis Hamilton e George Russell - e até à 12ª volta, as coisas andaram relativamente calmas. Nessa altura, Norris foi às boxes colocar duros. Pouco depois, numa repetição, um momento interessante: Yuki Tsunoda faz orgulhar os locais quando passou o Alpine de Pierre Gasly por fora nas curvas Dunlop. Aliás, o principio de temporada do piloto japonês da Racing Bulls está a ser bem interessante...  

Na volta 17, Max foi às boxes trocar de pneus, deixando a liderança para Leclerc, pois Checo e Sainz Jr também foram às boxes colocar novos compósitos. Quando regressou à pista, atrás dele, Lando Norris passava por fora Lewis Hamilton para ser quarto. Apesar de tudo, existiam coisas interessantes para seguir na pista.

Atrás, os Red Bull trabalhavam pacientemente para chegarem à frente, ora passando carros, ora esperando pela ocasião dos outros irem trocar de pneus. Norris ia bem e também tentava chegar aos da frente, porque os seus compósitos eram mais velhos, enquanto o espanhol da Ferrari fazia o mesmo. Alguns metros mais adiante, passava Lewis Hamilton para ser sexto, a ia atrás dos Red Bull para ver se não perdia muito tempo. 

Com o tempo, e como Leclerc não tinha mudado de pneus, na volta 21, Max apanhou-o e regressou à liderança. Norris ia atrás, mas Checo já lhe cheirava os escapes. Alguns metros depois, na Spoon, o espanhol da Ferrari apanhava Russell e ficava com o quinto lugar, a menos de segundo e meio de Checo, o segundo piloto da Red Bull. Na volta seguinte, o mexicano apanhava Norris e era terceiro. 


Lelcerc resistia a Checo - se calhar, queria apenas uma paragem para pneus - mas na volta 26, depois de mudar, faz uma travagem além do normal deu o segundo lugar ao piloto mexicano. 

A normalidade foi alterada quando Sainz Jr foi às boxes para a sua segunda paragem, colocando duros para ir até ao fim. A partir dali, foi uma corrida de recuperação até chegar ao terceiro posto, passando Norris e depois, Leclerc, para ser o terceiro classificado, porque os dois primeiros... estão inalcançáveis. 


Foi assim até ao final: dobradinha para os Red Bull, 12,6 segundos a separar primeiro de segundo, com Sainz Jr a ser o melhor dos Ferrari, numa corrida com vencedor previsível, mas com duelos interessantes pelo meio. E no final, algo para alegrar os japoneses: Yuki conseguiu um ponto para a equipa, em casa.

Enfim, eis um domingo num canto do Japão. Não há muito mais a afirmar. E só temos quatro corridas no campeonato.