sábado, 18 de julho de 2009

Videos do Mantovani - GP da Alemanha




O Bruno Mantovani desta vez teve mais algum trabalho devido a o facto de ter perdido a primeira versão desta animação, porque... se esqueceu de gravar. Mas não deixou de fazer na mesma e o resultado é este que vemos: O segredo do sucesso para a primeira vitória de Mark Webber tem a var que coloca um microfone à frente do Rubens Barrichello e um doce à frente do Sebastian Vettel. E ainda tem tempo para colocar outra coisa à frente do Nelsinho Piquet, que para saberem o que é, vejam o video...


Vale sempre a pena ver os desenhos e videos do Mantovani. São imperdíveis!

Formula Renault: Felix da Costa é terceiro em Le Mans

O fim de semana da Formula Renualt no circuito francês de Le Mans até está a correr bem para António Felix da Costa. Apesar de não estar no primeiro posto, que nos treinos, quer na primeira corrida, o facto de estar a controlar o seu adversário principal, o espanhol Albert Costa, faz com que continue na liderança do campeonato, apesar de esta tarde ter apenas ficado na terceira posição.



Após ter conquistado o quarto posto da grelha na primeira qualificação, esta manhã (os vinte primeiros estiveram separados por menos de um segundo) Félix da Costa voltou a realizar um excelente arranque na corrida disputada esta tarde, que lhe permitiu ascender de imediato ao terceiro posto, lugar onde ficou até à bandeira de xadrez.


"Depois do arranque, tive que me defender dos ataques do Pic que vinha bastante rápido nas três primeiras voltas, e ai perdi algum terreno para os dois primeiros classificados. Ainda tentei atacar, mas não foi possível recuperar o tempo perdido apesar de estar com um bom ritmo. Consegui mais um pódio no Europeu, continuo na liderança do campeonato e, para a corrida de amanhã, largando atrás dos meus adversários directos o meu objectivo passa por não perder pontos para eles e sair de Le Mans com uma vantagem mais folgada na liderança do campeonato", comentou o jovem piloto português de 17 anos no nseu site oficial (www.felixdacosta.net)


A corrida foi ganha pelo francês Jean Eric Vergne, que obteve a 'pole' e esteve sempre na frente da corrida, batendo Albert Costa, que ficou na segunda posição.


Para a corrida de amanhã, Félix da Costa irá largar, uma vez mais, do quarto posto, com o português a esperar efectuar um bom resultado para continuar na liderança do campeonato. "Espero que com um bom arranque e pequenas alterações no set up possa lutar com os dois [Albert Costa e Vergne] e se possível superá-los. Vai ser uma corrida ao ataque", afirmou o piloto.

GP Memória - Grã-Bretanha 1959

Duas semanas depois de Reims, a Formula 1 mudava-se de armas e bagagens para o circuito inglês de Aitree, perto de Liverpool, para ser disputado o GP da Grã-Bretanha. Nesta corrida em particular, o numero de inscritos aumentou substancialmente, dado que foram permitidas algumas participações de Formulas 2, momeadamente Coopers, guiados por algumas das promessas do automobilismo britânico, como Alan Stacey, Chris Bristow, David Piper, Trevor Taylor ou Henry Taylor. Ao todo, 30 pilotos estavam inscritos para correr em Aintree, o que fez com que os organizadores introduzissem um sistema de qualificação, e apenas 24 pilotos alinhariam para a corrida.


Aintree significava o regresso da Aston Martin na lista de inscritos. Emplogados com a sua vitória em Le Mans, algumas semanas antes, a marca tinha perspectivas de conseguir um bom resultado, e tinha inscrito a sua dupla vitoriosa: o americano Carrol Shelby e o britânico Roy Salvadori. A BRM tinha três carros oficiais, para o sueco Jo Bonnier, o americano Harry Schell e o inglês Ron Flockhart, e um privado, inscrito pela British Racing Partnership, para Stirling Moss. Na Lotus, Colin Chapman tinha Graham Hill e Innes Ireland, mas durante os treinos, Ireland fica doente e é substituido por Alan Stacey.

Quanto à Cooper, inscrevia três carros oficiais, para o australiano Jack Brabham, o neozelandês Bruce McLaren e o americano Masten Gregory. Havia muitos outros Coopers inscritos, quer em Formula 1, quer em Formula 2, mas pode-se dizer que Rob Walker tinha um carro para Maurice Trintrignant, Ian Burgess e o alemão Hans Hermann corriam com um Cooper-Maserati inscrito pela Scuderia Centro-Sud, de Mimmo Dei.

A grande ausente desta etapa era a Ferrari. Devido a várias greves que afectavam a Itália naquele periodo, os carros não puderam ser embarcados a tempo de participar em Aintree. Sendo assim, libertaram Tony Brooks para que pudesse participar no Grande Prémio, com um Vanwall do ano anterior. Não era o unico a participar numa máquina sem ser um Cooper, BRM ou Lotus: o brasileiro Fritz D'Orey participava num Maserati da Scuderia Centro Sud, Bryan Naylor participava num JBW de fabrico próprio e um jovem Mike Parkes usava um Fry-Climax para fazer a sua estreia na Formula 1.


Nos treinos, Jack Brabham leva a melhor no seu Cooper, seguido por Salvadori, no seu Aston Martin, e de Harry Schell no seu BRM. Na segunda fila estavam o francês Maurice Trintrignant e o americano Masten Gregory, ambos em Cooper, enquanto que na terceira fila estavam o segundo Aston Martin de Carrol Shelby, o BRM privado de Stirling Moss e o Cooper de Bruce McLaren. A fechar o Top Ten ficaram o Lotus de Graham Hill e o BRM de Jo Bonnier.


Na partida, Sábado, 18 de julho de 1959, o Cooper de Brabham partiu melhor, e aos poucos o piloto australiano conseguiu um avanço que o fez não ser mais incomodado pelo pelotão, rumo a uma vitória que só seria tirada se tivesse algum tipo de problema. Seguia-se Moss, Salvadori, Trintrignant, Gregory e Schell. O resto da corrida foi mais decidido nos lugares secundários do que na frente. Moss segurou o seu BRM na segunda posição, e tudo indicava que seria assim até que foi obrigado a fazer uma paragem extra, regressando no quarto lugar.



Nas voltas seguintes, livrou-se facilmente de Trintrignant e foi em busca do Cooper do jovem McLaren, e quando o apanhou, a poucas voltas do fim, entrou num duelo com o neozelandês, então com 22 anos. Ambos disputaram o segundo lugar taco-a-taco até aos metros finais, quando Moss "puxou dos seus galões" e superou o piloto da Cooper por um décimo de segundo. O BRM de Harry Schell foi quarto e o Cooper de Maurice Trintrignant fechou os pontos, na quinta posição.

The End: Walter Cronkite (1916-2009)

Foi o homem que os americanos mais confiavam, batendo presidentes, politicos e lideres religiosos. As suas aparições na CBS Evening News, entre 1962 e 1981 eram seguidas por milhões, e a sua opinião incisiva fez tremer presidentes. Foi um modelo de rigor e profissionalismo, e marcou um jornalismo que, numa era de imediatismo, parece estar em vias de extinção. O jornalismo americano da segunda metade do século XX nunca será entendido completamente sem ele. Este senhor chamava-se Walter Cronkite e morreu esta noite, aos 92 anos de idade.

De origem holandesa, Cronkite foi jornalista de profissão durante anos, cobriu batalhas na II Guerra Mundial pela agência de noticias UPI (United Press International), e depois de uma cirta passagem por Moscovo como correspondente, em 1946, entrou para a televisão no final dos anos 40, ainda este era um meio novo em todos os aspectos. Fora recrutado por uma lenda da rádio, Edward P. Murrow, em 1950, para fazer parte da CBS, estação da qual só saiu 31 anos depois, quando o seu nome ficou definitivamente cravado na história da televisão americana. O termo "âncora" (anchorman no original), foi cunhado em 1952, quando Cronkite era o apresentador das Convenções Democrata e Republicana, que ocorreram nesse Verão. Dez anos depois, em 1962, substituiu Douglas Edwards (1917-1990) como o apresentador do CBS Evening News, e ficou por lá nos dezanove anos seguintes.


Durante esse tempo todo, Cronkite noticiou em directo, acontecimentos importantes na história da segunda metade do século XX. No especial sobre o assassinato de John F. Kennedy, foi ele que deu a noticia oficial: "De Dallas, no Texas, a noticia aparentemente oficial: Presidente Kennedy morreu às 13 horas locais, 14 Horas na costa Leste, há uns 38 minutos atrás". Emocionado, tirou os óculos por um momento, e fez uma pausa, enquanto tentava manter a compostura, para referir logo a seguir: "O Vice-Presidente Johnson já abandonou o hospital em Dallas, mas desconhece-se onde de dirige. Presumivelmente, vai tomar em breve o juramento e tornar-se-à no 36º Presidente dos Estados Unidos". Dois dias depois, a transmissão das cerimónias fúnebres fora de novo interrompida para que desse a noticia da morte de Lee Harvey Oswald, o assassino de Kennedy, por Jack Ruby.


Quando sabia que era preciso, não coibiu de dar a sua opinão sobre a guerra do Vietname. Muitos afirmam que a viragem na percepção que os americanos tinham sobre a guerra foi quando disse que esta não podia ser ganha no terreno, após a sua visita à frente de combate, durante a ofensiva do Tet. Para ele, aquilo era uma caixa de Pandora, e o escalamento dos combates "poderia significar um conflito de proporções cósmicas", e que deveria ser resolvido na mesa de negociações. Quando o presidente Lyndon Johnson ouviu isso, afirmou: "Se perdi o Cronkite, então perdi a América". Poucos dias depois, anunciou que não iria recandidatar-se.


Mas Cronkite esteve também no maior feito cientifico do século XX: a chegada do Homem à Lua. Entusiasta (chegou a fazer testes na NASA), seguiu a conquista espacial passo a passo, e esteve por várias vezes no Cabo Canaveral para fazer directos dos lançamentos do programa Apollo. No lançamento do Apollo 11, em Julho de 1969, seguiu a missão a par e passo, e quando Neil Armstrong pisou a Lua e afirmou a frase "Um pequeno passo para o Homem, Um grande salto para a Humanidade", não conteve o seu entusiasmo.


Entrevistou presidentes desde Eisenhower a Clinton, foi o primeiro a dar cobertura nacional ao escândalo Watergate, falou sobre mundanices, relatou golpes de estado e revoluções. Na hora do CBS Evening News, uma média de 20 milhões de espectadores o seguia atentamente. Foi eleito como o "Homem Mais Confiável da América" e muitos o tratavam de "Tio Walter". A sua frase que encerrava os telejornais, "That's the way it is" (É assim, tal como foi), tornou-se na sua marca. Por alturas da cirse dos reféns, na Embaixada Americana no Irão, entre 1979 e 1981, acrescentava "dia xx da crise dos reféns no Irão".


Após 21 anos de serviço como "pivot", despediu-se dos americanos a 6 de Março de 1981, com a seguinte frase: "Os velhos pivots não se vão embora, voltam sempre". E foi o que fez nos anos seguintes, apresentando programas especiais, dando ainda mais destaque ao seu papel de "Velho Sábio", defendendo a Liberdade e a Democracia, promovendo o Espaço e demonstrando a sua oposição à Guerra no Iraque, permanecendo activo até para além dos 90 anos.


Para o fim, uma nota pessoal: uma boa razão para que eu me tornasse jornalista foi devido a este homem. Pela sua postura, confiança e integridade, pela sua postura calma e confiante, pelo facto da sua objectividade ser um padrão, uma ética de trabalho, inspirou-me a seguir esta profissão. Certamente, tal como aconteceu a mim, muitos dos que andam por aí escolheram esta profissão ou devem muito deles a este senhor. E quando se olhar para a história da segunda metade do Século XX, através das imagens televisivas, Walter Cronkite será um nome incontornável, e provavelmente, um exemplo para as gerações futuras.


"And that's the way it is". Pois foi, caro Walter. Ars lunga, vita brevis.

sexta-feira, 17 de julho de 2009

Provavelmente, o melhor piloto da sua geração



"Conheci pilotos mais corajosos do que eu. Estão mortos"

Juan Manuel Fangio, 1911-95

Ainda me lembro do dia em que anunciaram na televisão a morte de Juan Manuel Fangio. Era algo que se esperava havia algum tempo, dado que ele se encontrava doente com complicações a nivel renal, creio eu. Aliás, até me lembro, no inicio de 1995, de ler noticias de que os organizadores do GP da Argentina, que tinha voltado ao calendário da Formula 1 naquele ano, temiam que Fangio morresse nesse fim de semana, pois caso contrário teriam de cancelar a corrida.


Hoje, assinalam-se os 14 anos da sua morte. Durante mais de 50 anos, vários foram os pilotos que tentaram alcançar os cinco títulos mundiais de Fangio, mas foi somente em 2002 é que Michael Schumacher o igualou, e demorou apenas mais um ano para superar essa marca. O argentino ainda viu o inicio de carreira do campeão alemão, e viu a ele conquistar o seu primeiro título mundial. Se tivesse vivido mais tempo, provavelmente teria assistido ao seu auge. Mas os 84 anos que viveu, e a sua carreira cheia de vitórias sem grandes incidentes em corrida, exceptuando uma em 1952, que o colocou fora de combate durante um ano, lhe deu uma capacidade de sobrevivência impar entre os do seu tempo, apenas igualado por Froilan Gonzalez e Stirling Moss.


A sua sobrevivência ao volante deveu-se ao facto de ser um piloto consistente nas suas corridas, que permitu alcançar com mais calma os seus objectivos. O facto de ter conquistado 24 vitórias em 51 Grandes Prémios asseguram essa eficácia.


Depois de terminar a sua carreira, teve bastante tempo para gozar a reforma. Sendo representante da Merccedes, fez imensas demonstrações ao volante do modelo W196, o carro que dominou a cena nas temporadas de 1954 e 55. E no video que coloco aqui, na sua aparição no lendário festival de clássicos, em Pebble Beach, no inicio dos anos 90, onde faz um sentido tributo aos automóveis: "Os carros deram-me a possibilidade de conhecer o Mundo. Conheci imensa gente e conquistei imensos amigos. Portanto não posso esquecer o automobilismo"


E os carros nos deram a conhecer este campeão. Em todos os sentidos. Gracias, Maestro!

As ambições de Antonio Felix da Costa

Duas semanas depois de Silverstone, a European Formula Renault 2.0 prossegue este fim de semana no circuito Bugatti, em Le Mans, a o actual lider desse campeonato, Antonio Felix da Costa, pretende ampliar a liderança que tem sobre os seus mais directos adversários, nomeadamente o espanhol Albert Costa, numa altura em que já faltam seis corridas para o final de um campeonato onde o piloto português é lider:

"A equipa tem progredido muito nas últimas provas, melhorámos muito em termos do set-up do carro. Alcançámos três vitórias nas últimas quatro corridas o que me faz encarar esta prova com ainda mais confiança e muito moralizado. Quero vencer para me distanciar dos meus adversários, principalmente do Albert Costa. Para isso, na qualificação nada pode falhar e partir da 'pole-position' seria um passo importante para atingir este objectivo." declarou.


"Se dissesse que não tenho a ambição de me sagrar Campeão Europeu estaria a mentir, no entanto ainda faltam 6 corridas e muita coisa pode acontecer, pelo que tenho que continuar a pensar prova a prova, dar o meu melhor e somar o maior número de pontos possível cada vez que me sento no carro", concluiu o piloto português que corre pelos alemães da Motorpark Academy.


O programa da Formula Renault 2.0 começa esta sexta-feira com os treinos livres, seguido depois pela qualificação, na manhã de Sábado, e a corrida à tarde. No Domingo de manhã acontecerá a segunda corrida da categoria.

Pelo prazer de correr




Sempre que o jovem finlandês Antti Kalhola coloca um video no Youtube, o meu correio recebe uma mensagem a anunciar isso. E porque é que sigo as mensagens de um jovem com quase metade da minha idade? Se você for um desses que faz essa pergunta, é porque nunca viu os videos dele. Porque são fenomenais.


O "must" disto tudo é que desta vez, temos de tudo: Formula 1, Turismos, Le Mans Series, CART... todos os desportos de pista, em circuitos miticos como o Nurburgring Nordschleife, por exemplo. Vê-los disputando metro a metro, entrando em briga (fisica, até!) pela superação. Dos seus limites, ao seu adversário. E neste video em particular, começa e acaba com citações de outra lenda do automobilismo: Ayrton Senna.

quinta-feira, 16 de julho de 2009

Extra-Campeonato: "Nós escolhemos ir à Lua"

"Escolhemos ir à Lua. Escolhemos ir à Lua e fazer as outras coisas nesta década, não porque são desafios fáceis de se fazer, mas porque são os mais difíceis (...) porque este é um desafio que estamos dispostos a aceitar, um que não estamos dispostos a adiar, e é um desafio que nós queremos vencer!" (...)


John F. Kennedy (1917-63), discursando em Houston e 12 de Setembro de 1962


Foi provavelmente o maior desafio da década para os americanos. Embalados pela corrida espacial, e pelo facto de terem perdido para os soviéticos algumas "primeiras vezes" como o lançamento espacial e o primeiro homem no Espaço (Yuri Gagarin), o então presidente John F. Kennedy decidiu que, para conseguir bater os soviéticos, teria de pensar em mandar um homem para a Lua até ao final da década. Reforçou o orçamento para a NASA, ordenou a construção do Centro Espacial de Houston e novas instalações no Cabo Canaveral, na Florida, para que fosse lançado um foguetão capaz de impulsionar uma força suficiente para colocar três homens em orbita e ir à Lua, colocar uma bandeira americana e voltar, sãos e salvos.

Kennedy não viveu para ver isto, mas isto foi considerado como um designio nacional, e um objectivo a alcançar. Essas esperanças e sonhos aconteceram a 21 de Julho de 1969, quando Neil Armstrong e Buzz Aldrin, no módulo Eagle, aterrou no Mar da Tranquilidade e afirmou as palavras imortais: "Um pequeno passo para o Homem, um grande pulo para a Humanidade".



Desde há algum tempo que se preparavam algumas coisas para comemorar o 40º aniversário da missão da Apollo 11, a nave que levou Buzz Aldrin, Neil Armstrong e Mike Collins para a lua, sendo que os dois primeiros entraram na história como sendo os primeiros terráqueos a pisar a superficie de outro corpo celestial (neste caso, a Lua, o satélite da Terra).

O mais original, e provavelmente o mais noticiado de todos é este, elaborado pela Biblioteca John F. Kennedy: uma recriação, em tempo real, da missão lunar. A partida foi hoje, pelas 14 horas de Lisboa, e agora a nave, já separada dos seus propulsores, está a caminho da Lua. O nome do site é a famosa frase de Kennedy: "We choose the Moon!". E podem segui-lo via Twitter, por exemplo. É uma forma de mostrar às gerações mais novas o que foi a aventura espacial e o que foi o capítulo mais importante da aventura espacial norte-americana.


Outra boa visão do que aconteceu há quarenta anos atrás é como isto foi acompanhado pelas cadeias americanas, em especial a CBS. O lendário "pivot" Walter Cronkite, um assumido entusiasta pela corrida espacial, relata não só aqui os procedimentos que a Apollo 11 tem de fazer para chegar à Lua, como também a partida do gigantesco e poderoso Saturno V. A não perder!

Formula 1 em Cartoons - Bonecos do Bruno (Alemanha)

O "Boneco" é obra do açoriano Bruno Rafael, e certamente que o "cartoon" deve ter sido feito na segunda feira, pois os senhores em questão foram muito referidos depois da corrida do dia anterior. Acho piada saber que eles já se consideravam como "desempregados" e a pedir boleia para casa...




Já agora, quem estiver mais atento, hão de reparar naquilo que os Red Bull tem nos seus dorsos. Já vem desde Inglaterra!

Não são só os brasileiros a gozar com o Rubinho...



Pois não. Os queixumes de Rubens Barrichello sobre o carro da Brawn, especialmente depois do episódio do passado Domingo, no Nurburgring, fizeram com que um grupo de ingleses inspirados elaborasse um video gozando com esses queixumes, tendo como base a musica "Ruby", dos britânicos Kaiser Chiefs.


O resultado é sensacional, e fica demonstrado, mais uma vez, que todo o seu talento como piloto (que o tem) se evapora nas mentes das pessoas no momento em que abre a boca para falar aos microfones, pelo menos nos primeiros minutos após a conclusão das corridas...

Já é oficial: sai Bourdais, entra Alguesuari na Toro Rosso

A Toro Rosso confirmou oficialmente aquilo que se vinha a ser falado desde o fim de semana alemão: Sebastien Bourdais foi dispensado de correr na Toro Rosso para o resto da temporada, e será substituido pelo jovem (19 anos!) espanhol Jaime Alguesuari, campeão da Formula 3 britânica em 2008 e actualmente na World Series by Renault.


"No segundo ano do Sébastien connosco, a parceria não foi ao encontro das nossas expectativas e, como tal, decidimos substitui-lo com efeito a partir do próximo Grande Prémio de Formula 1", afirmou Franz Tost, director da equipa, no seu comunicado oficial.


Ainda que o nome do piloto que irá substituir Bourdais na equipa de Faenza não tenha sido dito, a verdade é que Alguersuari será o escolhido, sabendo-se, no entanto, que a Toro Rosso deverá esperar até ao final deste fim-de-semana, após a sua participação nas provas da World Series by Renault. O outro piloto da equipa, Sebastien Buemi, afirmou que a equipa tem marcado um teste em pista com Alguesuari, para que este se adapte o mais depressa possivel à potência e às reacções de um carro de Formula 1.

Bourdais, de 30 anos e tetracampeão da CART, nos Estados Unidos, viu interrompida após 27 participações, tendo conseguido como melhor resultado dois sétimos lugares, na Austrália e na Belgica 2008. Ao todo, conseguiu seis pontos nas suas duas temporadas na categoria máxima.

A 5ª Coluna desta semana - Estreias em pista e Silly Season no seu melhor

Olá a todos! Espero que tenham gostado do fim-de-semana competitivo que passou. Para mim foi rico em emoções, quer na pista, quer depois nas notícias que circularam pela imprensa… todas muito ricas, mas… nenhuma delas confirmada no momento em que escrevo estas linhas. O que faz reflectir sobre o actual jornalismo automobilístico.


Formula 1 – A primeira vez de Mark Webber


E ao 130º Grande Prémio da sua carreira, Mark Webber subiu ao lugar mais alto do pódio. Depois da sua auspiciosa estreia em sua casa, no já distante ano de 2002, ao serviço da Minardi, julgava-se que o piloto australiano, actualmente com 32 anos, chegasse rapidamente ao estatuto de campeão. Mas as suas passagens pela Jaguar e pela Williams não lhe deram a vitória que muito ansiava, e parecia que após a sua chegada à Red Bull, em 2007, iria pelo mesmo caminho. Mas em 2009, mesmo tendo como companheiro o jovem e talentoso alemão Sebastien Vettel, que em principio lhe ofuscaria em termos de talento na equipa das bebidas energéticas, Webber conseguiu ser um piloto regular, graças também ao facto de este ano ter um bom carro para conduzir. Sendo assim, a vitória estaria ao seu alcance. Mas com Vettel sempre a ganhar, Nurburgring seria um local improvável, pois sendo na Alemanha, muitos pensariam que seria o quintal do piloto mais jovem.


Afinal, não foi assim: Webber fez a pole-position, a primeira de um australiano desde 1980, e mesmo superado por Rubens Barrichello no momento da partida, e de ter passado pelo pitlane uma vez extra devido ao toque com o piloto brasileiro, Foi melhor do que Vettel, que esteve discreto, e que Barrichello, que sofreu com os seus erros e com o facto de, mais uma vez, os pneus da Brawn não funcionarem em temperaturas baixas. Até se viu os Brawn a ziguezaguearem em plena pista, como se esta estivesse molhada! Resultado: pela primeira vez este ano, nenhuma Brawn esteve no pódio!


Mas em compensação, um Ferrari voltou ao pódio este ano, depois do Mónaco. Foi no lugar mais baixo, mas é um bom princípio, depois do arranque desastroso. Afinal, foi Felipe Massa que esteve lá, compensando o bom fim-de-semana que teve. Embora superado pelos McLaren nos treinos, por exemplo, tiveram uma corrida melhor do que os carros de Woking. Lewis Hamilton tentou liderar na primeira curva e estragou tudo, com um furo, que lhe fez cair para a última posição, e lá ficou até ao fim, e Heiki Kovalainen esteve discreto. Kimi Raikonnen sempre seguiu o piloto brasileiro, bateu em Adrian Sutil, quando disputavam o sexto posto, e desistiu depois, com problemas no seu carro. Oficialmente…


Agora resta saber se esta prestação da Ferrari foi um “one-off” ou haverá mais. Acho que a primeira hipótese deve ser a mais correcta, pois estes já disseram que iriam se concentrar no carro de 2010. Pois… eles e o resto do pelotão, tirando Brawn GP e Red Bull!


Para finalizar, a vitória de Webber, não só é a primeira para a Austrália desde o GP de Las Vegas de 1981 (vitória de Alan Jones, numa corrida que deu o título de pilotos a Nelson Piquet), mas também irá causar uma forte dor de cabeça no seio da Red Bull e mais concretamente a Christian Horner, o seu director: quem escolherá para o ataque ao título? Após nove Grandes Prémios este ano, Vettel tem duas vitórias, e Webber uma, mas ambos estão separados por… um ponto e meio. A regularidade do australiano compensou o facto de Vettel já ter desistido por duas vezes, na Austrália e no Mónaco. Embora o alemão tenha vantagem, esta é muito curta e pode ser facilmente invertida na próxima corrida.


GP2 – Vitórias em casa e a redenção de Álvaro Parente


A GP2 é uma das séries de suporte à Formula 1, e serve para animar o fim de semana, fazendo com que os directores de equipa dêem umas espreitadelas nos talentos emergentes, para ver se existe alguma “pepita de ouro” a saltar fora. Mas no meio de “jovens lobos” extremamente dispostos a darem uma de pé de chumbo, mas sem cabeça… há algumas boas excepções. Como o vencedor das duas corridas deste fim de semana alemão: Nico Hulkenberg.


Muitos falam que ele é o verdadeiro sucessor de Michael Schumacher. Tem muito talento, isso é certo, e neste momento é o terceiro piloto da Williams, mas faltava-lhe alguma consistência para poder dizer que ele seria um sério candidato à vitória na competição. Este fim-de-semana alemão, conseguiu algo que não acontecia desde o GP de Itália de 2006: vencer as duas corridas do fim-de-semana.Depois de ter feito a pole-position, passeou toda a sua classe, demonstrando que é um piloto de futuro. E quando um dos actuais pilotos da Williams sair (Nico Rosberg ou Kazuki Nakajima), Frank Williams o lembrará de dar o lugar a Hulkenberg, para que se estreie na categoria máxima da competição.


Num fim-de-semana onde os brasileiros não andaram bem, tivemos em compensação Álvaro Parente. Por fim, depois de vários fins-de-semana frustrantes, onde os bons desempenhos nos treinos não eram correspondidos em corrida, em Nurbrurging redimiu-se: sexto no Sábado, aproveitou a inversão da grelha na corrida de Domingo para terminar a corrida na segunda posição, dando à Ocean Racing Tech o seu melhor resultado de sempre e o segundo pódio da época. Por fim, o seu talento foi compensado com pontos.


"Este foi um fim-de-semana muito positivo e que já merecíamos um resultado deste tipo. Agora temos que continuar a trabalhar para mantermos os bons resultados e até para melhorar, porque o nosso objectivo passa sempre pela vitória", apontou o piloto portuense, no final da segunda corrida.

Agora veremos se o bom fim-de-semana de Parente tenha continuidade nas próximas corridas. O seu talento merece uma oportunidade para tentar a Formula 1, não acham?


O mercado de pilotos: entradas e saídas, e uma afirmação não confirmada


O dia seguinte da corrida alemã foi pródigo em notícias sobre substituições de pilotos. De todos os rumores que apareceram a público (saída de Kimi Raikonnen e Heiki Kovalainen, troca de Bourdais por Alguesuari, troca de Piquet Jr. por Grosjean), só o caso da Toro Rosso se revela como a mais verdadeira.


Aliás, o caso de Nelson Piquet Jr. merece ser dissecado, pois é um bom exemplo como funciona um pouco o jornalismo na actualidade, pelo menos na maneira como se captam e divulgam noticias. Toda a gente sabe há muito tempo que a sua posição na Renault é periclitante, mas o carro deste ano é uma “cadeira eléctrica”, ao qual nem mesmo todo o talento de Fernando Alonso é capaz de o transformar num carro vencedor. Só por aí se pode dar alguma tolerância ao piloto brasileiro.


Mas na Segunda-feira à noite, no Brasil, Galvão Bueno, o homem que faz os comentários na Rede Globo, anuncia aos quatro cantos que ele está despedido. A razão? Uma cláusula existente no contrato de Piquet Jr onde afirma que caso não tenha metade dos pontos de Alonso, serão dispensados os seus serviços e substituído por Romain Grosjean. Se tal cláusula existe, não sei dizer, mas no “paddock” alemão, esse rumor era muito forte. No dia seguinte, muitos davam a declaração do Galvão como um facto e o noticiavam, até sites noticiosos. Mas fora do Brasil, ninguém falava sobre isso.


Pessoalmente, estava de pé atrás. Quando o James Allen não fala sobre isso, quando o Autosport inglês especula, sem referir factos, quando o Twitter pessoal do Lucas di Grassi diz “sei que nada sei” e Flávio Briatore ironizava com a situação, todos esses indícios mostravam que havia algo que não batia certo. Mas por outro lado, o Twitter de Nelson Piquet Jr, sempre activo, estava desligado desde Sábado, também era sinal do contrário…


Mas Nelsinho apareceu e deixou a seguinte mensagem:

NelsonPiquet_ Aí Galvão, vc está errado, meu bom! Te vejo na Hungria! E vamo torcer para q o carro esteja melhor lá! Valeu pelo apoio de todo mundo! Abcs!


Galvão desculpou-se mais tarde pela informação errada, mas isto fez reflectir sobre a maneira como se faz jornalismo nesta era de revolução digital, de Net, Blogger e agora Twitter. Com meios mais independentes, gratuitos e rápidos do que os meios tradicionais, como a TV, a coisa começa a raiar o ridículo. Sempre aprendi que o bom jornalismo é aquele que diz os factos todos, o mais completo possível do que ser o primeiro a relatá-los, pois caem no descrédito. Mas aparentemente, os jornais, rádios e TV's de hoje em dia não se importam de serem ridicularizadas por darem certas noticias cedo demais, como foi no caso da morte de Michael Jackson, há umas semanas atrás.


E tão importante como a rapidez, a fidedignidade das notícias também é importante. Fazer cópias de cópias de uma notícia vinda de agências, sem consultar outras fontes, faz com que muitas vezes se coloquem “noticias” que se revelam no final não serem verdadeiras. Preguiça, poupança de custos e alguma arrogância fazem com que certo jornalismo esteja hoje em dia na lama.


Sobre o assunto Bourdais/Algesuari… confesso que não entendo muito bem. Tem 19 anos, é certo que ganhou no ano passado a Formula 3 britânica e corre este ano na World Séries by Renault, com resultados modestos, diga-se. Mas só tem 300 km de rodagem num Formula 1, um carro com 800 cavalos de potência, e nada mais. É só por ser espanhol que vai substituir o Sebastien Bourdais? Só pode ser! Não o acho capaz de conduzir um Formula 1 e “pegar de estaca”, como aconteceu ao Vettel. Numa equipa onde já tem outro “rookie”, o suíço Sebastien Buemi, a ideia que se fica é que a STR cumpre cada vez mais o papel de “equipa B” da Red Bull. E temo que o rapazinho se queime: não o vejo ser outro Alonso, apesar do seu talento, e creio que só vai entrar na história como o piloto mais novo de sempre num Grande Prémio. Espero que não tenha a mesma história do actual detentor do recorde, o neozelandês Mike Thackwell, que passou ao lado de uma grande carreira…


E outra coisa: não lhe fica bem falar mal do Bourdais, agora que sai pela porta pequena. “Parece que este ano ele não deu tudo, como deveria fazer. Acredito sinceramente que a decisão tomada pela Red Bull é justa, mas nunca é bom ver alguém ser mandado embora a metade da época”, afirmou na segunda-feira na Rádio Calalunya.


Estas declarações podem ser explicadas como arrogância juvenil, mas ao dizer isso fez com que neste momento haja alguns milhares de pessoas a desejarem vê-lo espalhar pelo comprido. A formiga não pode ter catarro… ou então, como diz Sua Majestade, D. Juan Carlos: “Porque no te callas?”


As eleições na FIA: A história repete-se?


Max Mosley confirmou ontem aquilo que disse a 24 de Junho: não concorrerá as eleições para a presidência da FIA, que terão lugar em Outubro. Oficialmente afirmou que queria ter tempo para a família, especialmente depois da morte do filho mais velho, mas tudo indica que foi devido ao acordo FOTA-FIA, que serviu para enterrar o machado de guerra relacionado com a criação de uma série paralela.


Mas Mosley, mesmo arrumado, ainda mexe: quer que o francês Jean Todt seja o seu sucessor nos destinos da organização. E apelou para a sua candidatura. "Acredito que a pessoa ideal para me suceder seja Jean Todt. É indiscutivelmente um dos grandes 'managers' da nossa geração, e inquestionavelmente da minha. Espero que endereçam o vosso apoio, caso ele se decida candidatar", afirmou, numa carta enviada aos presidentes das Federações nacionais, e divulgada ontem pelo Autosport britânico.


Jean Todt tem estado silencioso durante todo este tempo, quer durante a tempestade FIA vs FOTA, quer agora, nesta corrida pela presidência. Mas aparentemente andou a fazer algum trabalho de bastidores, estando nestes últimos dias a falar com os presidentes de algumas federações africanas, tentando garantir o seu apoio para as eleições. Se herdar a máquina de Mosley, pode ser que as coisas fiquem facilitadas para ele. Mas Todt tem muitas desvantagens, a saber:

- Ele é francês, e o antecessor de Mosley foi Jean-Marie Balestre, outro francês.
- Ele tem muitos “anticorpos” na Formula 1, nomeadamente na Ferrari.
- Tem o apoio de Max Mosley, que neste momento é visto como se “tivesse a peste”.


E a FIA não pode ser vista como um feudo anglo-francês, já que os seus presidentes só vieram desses países, e a França nem acolhe este ano o Grande Prémio. Portanto, por muito que Todt traga ideias novas, vontade de trabalhar e seja um técnico com experiência de competição (foi navegador de Ralis nos anos 70 e 80), existem mais defeitos do que virtudes na sua candidatura.


Quem andou pelo paddock no fim-de-semana alemão foi o até agora único candidato oficial: Ari Vatanen andou a espalhar o seu charme finlandês, falando especialmente com os chefes de equipa da Formula 1, já que tem o apoio da FOTA e das federações europeias. E ele, à partida, tem vantagem: não é da Formula 1, é finlandês e tem experiência política no Parlamento Europeu. E para melhorar as coisas, não causa anticorpos, como no caso de Jean Todt.


Mas ainda falta muito para Outubro, e ainda não sabemos se Todt confirma ou não a sua candidatura. Caso seja afirmativo, será a repetição dos duelos nas classificativas, especialmente no campeonato de 1981, onde Vatanen, o piloto, bateu Todt, o navegador (de Guy Frequin), no Rali RAC. Esperemos que seja um duelo leal e elevado.


E ponto, por esta semana é tudo. No fim-de-semana que aí vem, essencialmente teremos o WTCC em Brands Hatch e pouco mais de interesse para ver. Semana que vem discutiremos isto e muito mais. Até lá!

GP Memória - Grã-Bretanha 1989

Uma semana depois de Paul Ricard, a Formula 1 estava agora numa das catedrais do automobilismo: o rápido circuito de Silverstone. Numa temporada onde existiam 38 carros para 26 lugares, esta corrida era um balizador, pois significava que tinham chegado ao meio da temporada. E nessa altura, iria haver mudanças nas equipas que iriam disputar a pré-qualificação. Brabham, Dallara, Rial e Onyx quase tinham garantido a passagem para disputarem directamente a qualificação, enquanto que a AGS, Minardi e Larrousse estavam em perigo de descer ao inferno pré-qualificativo.

Antes do fim de semana competitivo, os oito curtos dias entre os Grandes Prémios de França e Inglaterra foram os suficientes para que na Arrows, Derek Warwick voltasse á equipa, debelada a sua lesão. E na AGS, Joachim Winkelhock era substituido pelo francês Yannick Dalmas, que tinha sido despedido da Larrousse. E na mesma Larrousse, Eric Bernard iria fazer uma segunda corrida, mas havia um substituto á vista: o italiano Michele Alboreto, despedido da Tyrrell, iria correr a segunda metade de temporada para a equipa francesa.


Na pré-qualificação de sexta-feira, os Brabham de Stefano Modena e Martin Brundle passaram facilmente, sendo acompanhados pelo Onyx de Bertrand Gachot e pelo Osella de Nicola Larini. Essa pré-qualificação deixou surpreendentemente de fora o segundo Onyx de Stefan Johansson, que tinha sido quinto classificado oito dias antes, em Paul Ricard, e o Dallara do italiano Alex Caffi.


Um dia e meio depois, após o final das sessões de qualificação, Ayrton Senna levava a melhor sobre Alain Prost, numa primeira fila monopolizada pela McLaren. A Ferrari monopolizava a segunda fila, com Nigel Mansell à frente de Gerhard Berger, enquanto que na terceira fila, o Williams-Renault de Riccardo Patrese tinha a seu lado o March-Judd de Mauricio Gugelmin. A mesma disposição se repetia na quarta fila, desta vez com Thierry Boutsen à frente de Ivan Capelli. A fechar o "top ten" estava o Benetton de Alessandro Nannini e o Lotus de Nelson Piquet.


Dos quatro pilotos que tiveram o azar de ficar de fora da corrida, estava um nome surpreendente, como o americano Eddie Cheever, no seu Arrows. Os outros três eram um pouco mais conhecidos: o Rial de Christian Danner, o Ligier de René Arnoux e o AGS de Gabriele Tarquini.


No dia da corrida, as coisas começavam antes do seu inicio: Gugelmin teve problemas na pré-grelha e teve de largar das boxes, tal como Nicola Larini, no seu Osella. Na partida, Prost larga melhor, mas Senna reage melhor na primeira curva e ultrapassa-o, tomando a liderança. Mais atrás, um momento estranho: Larini, que largara das boxes e estava um pouco distante do resto do pelotão, tem quase um encontro imediato com um peão que atravessava a Curva Woodcote. Esse peão era... Jean-Marie Balestre, o então presidente da FISA, que tinha visto a partida em companhia de Roland Bruynsereade, o inspector de segurança dos Grandes Prémios. Para um paladino da segurança como era Balestre, estar um local perigoso, a fazer uma manobra proíbida tinha o seu quê de ironia...


A corrida prosseguia na frente, com Senna a tentar escapar de Prost. Mas na volta doze, à entrada da Curva Becketts, a caixa de velocidades do piloto brasileiro encrava em terceira velocidade e despista-se, causando a sua desistência. Prost herda o primeiro lugar, e tinha Nigel Mansell atrás, mas não em posição de ameaça.


A partir dali, combateram uma batalha á distância, mas a diferença, que era de doze segundos, nem se encurtou, nem se alargou, significando que as coisas se manteriam. Para melhorar as coisas, na volta 43, Mansell tem um furo e perde muito tempo nas boxes, o que deixou o piloto francês muito tranquilo a caminho da sua segunda vitória consecutiva.


Mas quatro voltas depois, Prost tem problemas a trocar um dos pneus, o traseiro direito, e perde quase 24 segundos, vendo a sua liderança de novo ameaçada por Mansell. Contudo, as posições mantiveram-se e o piloto francês vencia pela segunda vez consecutiva, a quarta vitória da época. Mansell era segundo e o Benetton de Alessandro Nannini completava o pódio na terceira posição, batendo perto do fim o Lotus de Nelson Piquet.

Uma última nota vai para os dois últimos lugares pontuáveis: a Minardi era uma das equipas com a corda na garanta, pois ainda não tinha pontuado nessa época, e precisava de pelo menos três pontos para evitar a descida ao inferno das pré-qualificações. Os seus dois pilotos, o italiano Pierluigi Martini e o espanhol Luis Perez-Sala, rodaram juntos durante boa parte da corrida, numa corrida consistente, e aproveitaram as desistências para conseguirem o quinto e sexto lugares, respectivamente, safando-se definitivamente do inferno pré-qualificativo. Para Luis Perez-Sala, será a unica vez que pontuará na sua carreira, e conseguirá o primeiro ponto para a Espanha em 32 anos. Tem que passar mais dez para que um espanhol volte a pontuar.


Fontes:


Santos, Francisco - Formula 1 89/90, Ed. Talento, Lisboa/São Paulo, 1989

quarta-feira, 15 de julho de 2009

As notas de Nurburgring

Com algum atraso, já estão disponiveis as notas do Troféu Blogueiros em relação ao GP da Alemanha, que aconteceu no passado Domingo em Nurbrurgring.




No meio das notas dadas por todos nós, o mais engraçado é ver que o Pezzolo já não dá mais "notas dez" aos pilotos. parece que decidiu bancar agora de "mau da fita". Pensava que o "Sr. Mauzinho" era eu! Enfim, agora parece estar ao contrário, pois ando a dar boas notas a alguns senhores, mesmo quando eles não merecem...


Enfim, quando quiserem comentar, estão à vontade.

Sai de cena, mas quer mexer nos bastidores...

Max Mosley anunciou oficialmente esta manhã que não irá candidatar-se de novo à presidente da FIA no próximo mês de Outubro, pondo fim a 16 anos de presidência no orgão máximo do automobilismo mundial. "Do ponto de vista pessoal, seria muito dificil mudar de opinião e recandidatar-me em Outubro", afirmou, numa carta enviada às federações nacionais. Nessa mesma carta, Mosley afirmou que a idade, e a perda recente do seu filho Alex fizeram com que começasse a pensar mais na sua vida pessoal do que com as obrigações com a FIA. Oficialmente...


Contudo, apesar deste afastamento, não deixa de querer influenciar a eleição para o seu sucessor, ao afirmar que queria ver como sucessor o ex-director desportivo da Ferrari, Jean Todt. "Acredito que a pessoa ideal para me suceder seja Jean Todt. É indiscutivelmente um dos grandes "managers" da nossa geração, e inquestionavelmente da minha. Espero que enderçem o vosso apoio, caso ele se decida candidatar", explica o britânico.


Por agora, nada tenho contra Jean Todt, mas vê-lo avançar numa facção "pró-Mosley", e ainda por cima sem formação politica, e numa candidatura de continuidade... não obrigado. Claro, temos de ver se avança nesta aventura ou não. Mas reparem: o antecessor de Mosley foi Jean-Marie Balestre, um francês. Desde quando que a FIA é um feudo franco-inglês, reservado apenas a personagens vindos da área da Formula 1? O tempo dos clubes reservados à elite já acabou, estamos no século XXI e o automobilismo precisa de uma mudança!

terça-feira, 14 de julho de 2009

Sobre o rumor do dia no Brasil...

NelsonPiquet_ Aí Galvão, vc está errado, meu bom! Te vejo na Hungria! E vamo torcer para q o carro esteja melhor lá! Valeu pelo apoio de todo mundo! Abcs!

Esta foi a mensagem que o Nelson Piquet Jr. colocou no Twitter para desmentir os rumores que voavam desde ontem à noite no Brasil. Galvão Bueno, o homem que comenta a formula 1 há mais de 30 anos, afirmara no seu programa que Nelson Piquet Jr. foi sumariamente despedido da Renault devido à clausula do seu contrato, que aparentemente, tinha que pontuar pelo menos metade daquilo que Fernando Alonso tem nesta temporada. Isso era algo que foi muito falado durante o fim de semana alemão, onde também se falou muito que Sebastien Bourdais iria ser substituido pelo espanhol Jaime Alguersauri na Toro Rosso.


Se no último caso, a coisa até é mais ou menos oficial (o jovem espanhol já "arrotou" a sua arrogância juvenil em declarações à imprensa) no outro caso, alguém somou dois mais dois e deu a noticia. Parece que esquece que as relações humanas sõ muito mais complexas do que a pura matemática. E quando tu, que estás na Europa, lês coisas à uma da manhã, nove da noite no Brasil, dás o beneficio da dúvida porque as redacções estão fechadas. Mas quando no dia seguinte, lês as fontes mais fidedignas (as inglesas, por exemplo), e nada te dizem, quando lês o Lucas di Grassi no Twitter e ele desmente categoricamente, é porque isto é mais uma "galvanada" do que propriamente uma noticia com fundamento.


Até que o lugar do Piquet pode estar em perigo. Até que daqui a uns dias ou umas semanas isto pode ser verdade. Mas agora pensemos assim: estamos em Julho, é Verão aqui na Europa. Tá tudo a entrar em férias, as coisas são feitas com maior leveza. Até nas noticias. É por isso que existe a "silly season". E como tivemos uma temporada agitada, com ameaças de cisão, nada como uns "despedimentos" para aquecer as coisas. E ainda por cima, ele é um dos pilotos em risco, numa profissão que tem apenas 20 vagas em todo o mundo...


Para finalizar, deixo uma nota sobre a forma de fazer jornalismo na actualidade: a mania de querer ser "exclusivo" ou "ser mais rápido do que a concorrência" está a raiar há muito tempo o ridiculo. Sempre aprendi que o bom jornalismo é aquele que diz os factos todos, o mais completo possivel do que ser o primeiro a relatá-los, pois caem no descrédito. Mas aparentemente, os jornais, rádios e TV's de hoje em dia não se importam de serem ridicularizadas por darem certas noticias cedo demais...

GP Memória - Grã-Bretanha 1979

Quinze dias depois de Dijon, num Grande Prémio histórico, em todos os sentidos, ainda se discutia o final dessa corrida. Se os espectadores presentes na pista e na televisão tinham delirado com o duelo final entre Gilles Villeneuve e René Arnoux, os elementos do GPDA, como Niki Lauda, Jody Scheckter e Emerson Fittipaldi não acharam piada nenhuma. Assim sendo, chamaram-nos para uma reunião no sentido de “puxar as orelhas” dos pilotos. Só que a reacção deles foi de desprezo…

No pelotão, havia algumas alterações e novidades em termos de chassis. A Williams apresentava algumas alterações aerodinâmicas no FW07, a McLaren apresentava o modelo M28, para John Watson, que se esperava ser uma evolução, para melhor, do problemático M26, enquanto que a Alfa Romeo, que estava na sua temporada de regresso, decidira ausentar-se da prova britânica, para começar a construir o seu novo modelo 179. A Wolf também apresentava em Silverstone o novo modelo WR9, no qual iriam correr no resto da época, e esperavam melhorar as suas performances, que até então tinham sido medíocres, com Keke Rosberg ao volante.

Sendo assim, os inscritos estavam reduzidos a 26, mas apenas 24 é que se qualificariam para a corrida de... Sábado. O melhor nos treinos foi Alan Jones, que não só conseguia a sua primeira pole-position da sua carreira, mas também a primeira da Williams. Ao seu lado tinha o recente vencedor do GP de França, Jean-Pierre Jabouille, batido por 0,6 segundos. No terceiro lugar estava o Brabham Alfa-Romeo de Nelson Piquet, que tinha conseguido bater o segundo Williams de Clay Regazzoni. Na terceira fila estava René Arnoux, no segundo Renault, que tinha a seu lado o segundo Brabham de Niki Lauda. Após ele vinha o McLaren de John Watson, o Lotus de Carlos Reutemann, o segundo Lotus de Mário Andretti e o Ligier-Cosworth de Jacques Laffite.

Jody Scheckter e Gilles Villeneuve eram apenas 11º e 13º da grelha, respectivamente, e entre eles estava o Shadow do jovem Elio de Angelis. Keke Rosberg era 14º.

O alemão Hans Stuck, em ATS, e o carro de Arturo Merzário foram os que ficaram com a fava, ao não conseguirem qualificar. O último a conseguir a qualificação foi o Copersucar de Emerson Fittipaldi.

A corrida arranca com Jones na frente, seguido de Jabouille, Regazzoni e Piquet. O brasileiro tentou acompanhá-los, mas despistou-se no final da primeira volta. Lauda ficou com o quarto lugar, seguido de Arnoux e… Villeneuve. Numa das suas imensas partidas-canhão típicas do rápido canadiano, tinha conseguido chegar à zona dos pontos. Pouco depois, Lauda atrasa-se e Arnoux sobe para quarto.

Na volta 17, Jabouille tem de ir às boxes devido ao desgaste prematuro dos pneus, fazendo com que Regazzoni ficasse com o segundo posto. Jabouille voltou á pista, mas poucas voltas depois, o seu motor sobreaqueceu e explodiu.

Após isso, tudo indicava que a Williams ia a caminho de uma tarde de sonho, com uma vitória de Jones e dobradinha para os carros de Frank Williams. Contudo, à volta 38, o motor Cosworth sobreaqueceu e o australiano desistiu, entregando a liderança ao veterano piloto suíço. Arnoux subia ao segundo posto e Villeneuve ao terceiro. Contudo, mais atrás vinha o Tyrrell de Jean-Pierre Jarier, que fazia uma corrida de trás para a frente, e já tinha chegado à zona dos pontos, depois de ultrapassar o McLaren de Watson. Na volta 44, Laffite desiste, e poucas voltas depois é a vez de Villeneuve, fazendo com que o francês da Tyrrell ficasse com o lugar mais baixo do pódio.

Quando a bandeira xadrez caiu, na volta 70, Regazzoni dava à Williams uma vitória que Frank Williams seguia há quase dez anos, altura da sua entrada na Formula 1. E para Clay Regazzoni, então com 39 anos, era a sua primeira vitória em quatro temporadas, a primeira desde que tinha saído da Ferrari. Depois do trio Regazzoni-Arnoux-Jarier, os restantes lugares pontuáveis ficaram para o McLaren de Watson, o Ferrari de Scheckter e o Ligier do belga Jacky Ickx, no seu regresso à Formula 1, para substituir o lesionado Patrick Depailler.


Fontes:


http://en.wikipedia.org/wiki/1979_British_Grand_Prix
http://www.grandprix.com/gpe/rr322.html

Formula 1 em Cartoons - Mantovani (Alemanha)

O regresso da Formula 1 à activa significa que volta também em força os cartoons que os humoristas de plantão fazem. Uns desenham, levando à letra a máxima que que "uma imagem vale por mil palavras", enquanto que outros interpretam as imagens que vêm e colocam um balão, afirmando o que eles deverão estar a dizer naquele momento. Pelo menos nas mentes dos que criam os balões...




Com sabem, Mark Webber sofreu um acidente durante o defeso, no qual fracturou a perna. A partir de então, o Bruno Mantovani decidiu recriar na dupla da Red Bull uma espécie de "Chupeta & Muleta", brincando com a juventude de Sebastian Vettel, uma dupla fantástica que conduz cada um o seu carro que lhes dá asas. Com o Adrian Newey a desenhar esses carros, sem dúvida eles não só batem asas, como também deram è Red Bull, então virgem de vitórias, três oportunidades de subir ao mais alto lugar do pódio. E no Domingo, dia do meu aniversário, e pela primeira vez desde 1981, o hino australiano voltou a ser ouvido, graças a Webber. E o desenho do Mantovani mostra o que se passou nesse dia histórico para a Formula 1, onde Felipe Massa voltou aos pódios!

A capa do Autosport desta semana

Depois de uma capa questionável (isso para mim nunca é impeditivo de comprar a revista, desde já aviso), esta semana as coisas sairam melhor, embora ache que o Alvaro Parente deveria ter um destaque um pouco maior. Mas como ele foi apenas ao pódio, aceita-se.


Assim sendo, esta semana o maior destaque tem a ver com a vitória de Mark Webber na Alemanha, a sua primeira na Formula 1 e a primeira de um australiano deade 1981. E como essa vitória ameaçou ainda mais o dominio da Brawn GP: "Webber também conta" é o título da capa. No canto intferior direito, fala-se do bom resultado para as cores portuguesas na GP2, com Alvaro Parente e a Ocean Racing a conseguir um pódio em Nurburgring. "Parente renasce na Alemanha", é a chamada de atenção para o assunto.


Para finalizar, uma chamada para os Clássicos no Circuito da Boavista, onde teve como cabeça de cartaz o lendário Stirling Moss, o "ultimo moicano" de uma geração dourada de pilotos que desafiaram a morte nas pistas europeias. Bem, parece que vale a pena ler!