Em vez de escolher a edição do ano passado, onde falaria da terceira vitória de Helio Castroneves na "Brickyard", fazendo-o no piloto estrangeiro com mais vitórias na competição, decidi recuar até à edição de 2006, pois é especial. Não só porque foram dois americanos a lutar pela vitória, mas foi também uma das chegadas mais curtas da história da competição.
Já houve chegadas assim. Em 1982, Gordon Johncock bateu Rick Mears no último instante, e dez anos mais tarde, foi a vez de Al Unser Jr. conseguir resistir aos ataques do canadiano Scott Goodyear para ficar quase lado a lado na meta. Mas em 2006 foi uma luta entre um piloto consagrado, Sam Hornish Jr., então com 25 anos e duas vezes vencedor do campeonato, e Marco Andretti, com 19 anos, um dos mais jovens de sempre a correr nas 500 Milhas e o mais novo descendente de uma familia ilustre: os Andretti, pois era filho de Michael e neto de Mario.
Mas a corrida, mais do que a batalha entre dois elementos da nova geração, teve o seu quê de dramático. Hornish Jr, piloto da Penske, teve problemas nas boxes devido à mangueira de reabastecimento e atrasou-se. Conseguiu recuperar o suficiente para chegar-se ao pé de Andretti neto, que tinha passado o seu pai e defendia-se dos ataques dos seus adversários.
Com a corrida a chegar às suas voltas finais, parecia que Marco Andretti estava a caminho da vitória e de se tornar no mais jovem piloto de sempre a ganhar a mais importante prova em monolugares. Passa o seu pai a três voltas do fim e aguenta os ataques de Hornish Jr, especialmente na penultima volta. Contudo, Hornish Jr. tem uma última chance e aproveita-a... nos metros finais. E foi assim que se tornou no último americano a vencer na Brickyard.
sábado, 29 de maio de 2010
Youtube Indy 500 Classic: Sam Hornish Jr. e a vitória nos últimos metros
WRC 2010 - Ronda 6, Portugal (2º dia)

"Consegui defender-me bem ao longo do dia e mantive uma boa vantagem. Amanhã, sei que vai ser difícil mas vamos ver como vai correr. Loeb vai ter menos vantagem já que será o segundo na estrada", afirmou Ogier. Para amanhã, Ogier está em boa posição para conseguir a sua primeira vitória na prova, mas isso poderá depender, também, da hipótese da existência de eventuais ordens de equipa da equipa principal da Citroën.


Atrás de Hirvonen, o norueguês Henning Solberg, no seu Stobart-Ford, é sexto, num dia atribulado para ele, devido a problemas na direcção e na bomba de gasolina do seu Ford. Logo a seguir vem o outro Stobart-Ford de Matthew Wilson, ao passo que a seguir vem o Subaru Impreza do norueguês Mads Ostberg, no oitavo posto.


O Rali de Portugal termina amanhã.
The End: Dennis Hopper (1936-2010)

Nascido a 17 de Maio de 1936 em Dodge City, no Kansas, mudou-se para Kansas City aos nove anos. Aos treze, mudou-se para San Diego, na California, onde se interessou por teatro. Passou pelo Actor's Studio, onde fez amizade com um dos mestres do horror, Vincent Price, que fez despertar o amor pela arte e lhe introduziu os classicos, como William Shakespeare. Em 1955, aos 19 anos, fez os seus primeiros filmes. E não foram uns quaisquer: "Rebelde sem Causa" e "O Gigante", com James Dean, no qual tiveram uma grande amizade, terminada abruptamente pela morte de Dean, num acidente de carro.
Nos anos 60 teve papéis em filmes como "Os Quatro Fillhos de Katie Elder" (1965), com John Wayne e Dean Martin, "O Presidiário" (1967), com Paul Newman, "Velha Raposa" (1969), de novo com John Wayne. Desenvolveu amizades com a velha lenda do Oeste e com Elvis Presley, quando este tentou a sua sorte no cinema.

Hopper tornou-se numa personalidade prestigiada, mas pouco depois, em 1971, fez "The Last Movie", com Peter Fonda, Michelle Philipps e Kris Kristoferson. Apesar de ter ganho em Veneza, o filme foi atacado pelos criticos e tornou-se num fracasso de bilheteira. Isso fez piorar as coisas a Hopper, tornando-se em "persona non grata" em Hollywood e o afundou mais no alcool e nas drogas. O seu segundo casamento, com Michelle Philipps, foi um dos mais curtos do entretenimento: divorciaram-se uma semana depois de se casarem.

Em 1986, volta à ribalta ao protagonizar o vilão Frank Booth no filme "Veludo Azul", de David Lynch. O seu desempenho foi elogiado pela critica e no final do ano é nomeado para o seu primeiro Oscar, como actor secundário. E nos anos 90, fez papéis de vilão como "Speed" (1994), com Sandra Bullock e Keanu Reeves, e "Waterworld" (1995), com Kevin Costner.
Também fez vários trabalhos na TV, algo que fazia desde os anos 60. Participou como convidado em séries desde "Bonanza" e "5ª Dimensão", nos anos 60, até à série "24", onde foi o vilão Victor Drazen, na primeira série.


No final, pode-se dizer que soube viver a vida. Cheia de altos e baixos, no final teve o reconhecimento que merece. Ars lunga, vita brevis.
Formula 1 2010 - Ronda 7, Turquia (Qualificação)


Jenson Button vai fazer companhia a Sebastian Vettel na segunda fila, conseguindo superar as duas máquinas da Mercedes, que monopolizam a terceira linha da grelha de partida, com o veterano Michael Schumacher a ser superior a Nico Rosberg. Robert Kubica é o sétimo, à frente de Felipe Massa, o melhor dos Ferrari. Este discreto oitavo posto é algo desilusório, dadas as expectativas que muita gente tinha da Scuderia, que comemora aqui a sua 800ª participação em Grandes Prémios.
O "top ten" fecha com o russo Vitaly Petrov, da Renault, e o japonês Kamui Koboyashi, da Sauber.


Amanhã será dia de Grande Prémio. Mais do mesmo ou algo completamente diferente? Que se saiba, não choverá durante a hora da corrida...
GP Memória - Monaco 1960

Com a notada ausência de Harry Schell, morto duas semanas antes no International Trophy de Silverstone, a Ferrari decidira aderir à tendência dos carros com motor traseiro. Adquiriu um Cooper, estudou-o e construiu o seu primeiro chassis com motor traseiro, o 246P, que estreou nas ruas do Principado nas mãos do americano Richie Ginther. O seu compatriota Phil Hill, o britânico Cliff Allison e o alemão Wolfgang Von Trips ficavam com o modelo de motor frontal.
Entretanto, Rob Walker decidiu trocar de chassis, da Cooper para a Lotus, esperando dar um carro competitivo para Stirling Moss. Na equipa oficial, alinhavam os britânicos Innes Ireland e Alan Stacey, pilotos escolhidos por Colin Chapman para correrem no modelo 18, mas ele também tinha na sua equipa uma das lendas em duas rodas: John Surtees.
A Cooper corria oficialmente com o campeão do mundo, Jack Brabham, acompanhado do vencedor do GP da Argentina, Bruce McLaren, e de Bruce Halford. Outros que correm com chassis Cooper são os britânicos Tony Brooks e Chris Bristow, pela Yeoman Credit; outro britânico, Roy Salvadori, pela High Eficiency Motors; e pela Scuderia Centro-Sud, o francês Maurice Trintignant, o americano Masen Gregory e o britânico Ian Burgess. Um Cooper com motor Ferrari estava nas mãos do italiano Giorgio Scarlatti.

Na qualificação, Stirling Moss levou a melhor sobre Jack Brabham e Tony Brooks, enquanto que na segunda fila estava o Cooper de Bristow e o BRM de Bonnier. Na terceira fila estavam o BRM de Hill, o Lotus de Ireland e o Ferrari de Von Trips, enquanto que Richie Ginther e Bruce McLaren fechavam o "top ten".



Na frente, Moss controla os acontecimentos, mas pouco depois tem de ir às boxes, devido a problemas elétricos, enquanto que Bonnier recupera a liderança. Moss parte em busca do sueco, e consegue alcançá-lo. Pouco depois, na volta 83, Bonnier despista-se e parte a suspensão, deixando o segundo lugar nas mãos do Cooper oficial de Bruce McLaren, com o Ferrari de Phil Hill logo atrás.

Fontes:
http://www.grandprix.com/gpe/rr086.html
http://en.wikipedia.org/wiki/1960_Monaco_Grand_Prix
sexta-feira, 28 de maio de 2010
Youtube Indy 500 Classic: 2005, a primeira vez de Danica Patrick
Ao longo dos anos, houve mulheres na categoria máxima do automobilismo americano. Janet Guthrie e Lyn St. James foram duas delas, e no inicio da década houve Sarah Fisher, que hoje em dia tem uma equipa na Indy. Mas em 2005 assistiu-se à entrada em cena de uma jovem rapariga de 23 anos, que teve uma curta passagem por Inglaterra e a Formula Ford. Tratava-se de Danica Patrick, e alinhava na equipa de Bobby Rahal e David Letterman. Na sua primeira ocasião impressionou tudo e todos, ao alinhar na grelha na quarta posição, apesar de ter confessado estar muito nervosa na ocasião.
Se nos treinos deu nas vistas, na corrida foi ainda melhor. Foi uma das protagonistas e passou várias vezes pela liderança, para no final acabar em quarto lugar e ser a "Rookie da Corrida". Pela primeira vez na história, esse feito cabia a uma mulher, e no final do ano, era coroada como "Rookie do Ano", sendo também a primeira mulher a conseguir tal feito. E claro, o quarto posto foi o melhor de sempre por parte dela nas 500 Milhas até 2009, altura em que terminou a corrida no terceiro posto.
Aqui, a reputação de Danica, agora com 28 anos, começou a ser construida, para agora ser definitivamente uma das mais reconhecidas do meio. E a mais bem sucedida mulher no automobilismo mundial desde os tempos de Michelle Mouton, no inicio dos anos 80, no Mundial de Ralis. E após Danica, outras mulheres entraram na competição como a venezuelana Milka Duno, e este ano a suiça Simona di Silverstro e a brasileira Ana Beatriz "Bia" Figueiredo.
WRC 2010 - Ronda 6, Portugal (1º dia)

A manhã começou com Sordo ao ataque, mas a partir da quarta classificativa, quem dominava o assunto era Ogier. O piloto da Junior Team aproveitou as dificuldades de Sordo em controlar o seu andamento quando começou a ter um desgaste permaturo dos seus pneus de terra:
"Os nossos pneus estão com algumas dificuldades, andei muito depressa mas o Ogier tambem andou muito bem. De qualquer forma, estrou muito satisfeito com o carro", referiu o piloto espanhol, que depois de finalizar a quarta secção, chegou mesmo a sair do carro para controlar o desgaste dos pneumáticos. Para piorar as coisas, à tarde teve um problemas com os travões, fazendo perder mais algum tempo: "Na última especial do dia, travei forte para o gancho e senti que o carro não desacelerava. Os pneus também já estavam completamente destruídos pelo que perdi 15 segundos. Mas vou continuar a tentar", referiu.




O rali prossegue amanhã.
Formula 1 2010 - Ronda 7, Turquia (Treinos)

Num circuito favorável aos carros da esquadra de Woking, Hamilton foi na primeira sessão de treinos o único dos pilotos a rodar na casa do segundo 28, fazendo uma volta completa em 1.28,653 segundos, acabando mesmo por deixar o seu companheiro de equipa, Jenson Button, a quase um segundo de distância.

Sebastian Vettel foi o melhor dos Red Bull, ao registar o quinto melhor tempo, ficando na frente dos dois Renault de Robert Kubica e Vitaly Petrov. Na equipa gaulesa, se a vantagem voltou a pender para o lado de Kubica, Petrov não ficou muito longe, porque o russo conhece bem o traçado turco dos tempos da GP2. O Red Bull de Mark Webber foi o oitavo, embora seja de prever que os dois carros de Milton Keynes não tenham dado o seu máximo nesta sessão. O Ferrari de Fernando Alonso e o Force India de Adrian Sutil fecharam o "top ten" nessa sessão.
Na Lotus, o melhor foi Heiki Kovalainen, que apesar de ter ficado no 19º posto, já está a memos de um segundo do Toro Rosso de Jaime Alguersuari, enquanto que o Hispania de Karun Chandhok surpreendeu ao fazer o 21º tempo, batendo os dois Virgin.

A mesma sorte não teve Felipe Massa, seu companheiro de equipa, com o piloto brasileiro a não fazer melhor do que o décimo tempo, sendo o protagonista de um despiste na desafiante curva 8, acabando por estragar um jogo de pneus macios, mesmo que não tenha danificado qualquer elemento no seu carro. Entre os dois Ferrari ficaram os dois Mercedes, com Rosberg a ser superior que Michael Schumacher, e os dois Renault, onde Robert Kubica ficou à frente de Vitaly Petrov.

Amanhã na qualificação é que se verá quem é o mais forte. E os tempos de hoje não devem ser levados muito a sério, pois não é aqui que os pilotos dão o seu máximo...
O piloto do dia: Markus Höttinger




A prova foi tremendamente acidentada, mas os eventos que rondaram o acidente mortal de Höttinger começaram na terceira volta, quando os carros do italiano Andrea de Cesaris e do alemão Manfred Winkelhock, dois futuros pilotos de Formula 1, tocaram-se na primeira curva da pista, causando um rastro de óleo e outros destroços. Na volta seguinte, outros dois pilotos que correrão na Formula 1, o jovem neozelandês Mike Thackwell e o britânico Derek Warwick, tocaram-se no mesmo sitio e uma das rodas, o de Warwick se soltou na pista. Este caiu na trajectória de Höttinger, sendo atingido em cheio, num acidente similar ao que aconteceu a Henry Surtees, 29 anos mais tarde. Perdendo o controlo da viatura, Höttinger ainda bateu no carro do irlandês Bernard Devaney, mas este saiu ileso.
Höttinger foi retirado do carro com um grave traumatismo craniano e levado de helicóptero para o hospital de Mannheim, mas foi pronunciado morto à chegada. Tinha 23 anos. A corrida foi interrompida na volta 27, com os organizadores a declarar o italiano Teo Fabi como vencedor, com o brasileiro Chico Serra a terminar no quarto lugar.
Este foi um golpe forte nas esperanças austriacas em ter um dos seus pilotos na categoria máxima do automobilismo. Tanto que o programa desportivo da ORF "Sport on Montag" iria dar no dia seguinte a noticia de que Höttinger iria estrear-se na Formula 1 em Zeltweg, em Agosto daquele ano. Curiosamente, esse foi o lugar onde estreou outro dos participantes da Formula 2 daquela temporada, o britânico Nigel Mansell.

Fontes:
http://autoracing.suite101.com/article.cfm/markus_hoettinger
http://en.wikipedia.org/wiki/Markus_H%C3%B6ttinger
http://en.wikipedia.org/wiki/Hans-Georg_B%C3%BCrger
http://pandinigp.blogspot.com/2008/02/frmula-2-markus-httinger-e-o-maurer.html
http://www.motorsportmemorial.org/focus.php?db=ct&n=682
GP Memória - Monaco 1995

E nestes quinze dias o pelotão da formula 1 tinha sofrido duas mudanças com impacto: Nigel Mansell fartara-se da McLaren e saia pela porta pequena, depois de duas corridas frustrantes em Imola e Barcelona. Na realidade, foi até um alívio para Ron Dennis, pois não gostava do estilo de trabalho do "brutânico". Assim, o piloto de testes, Mark Blundell, fazia de novo o papel de piloto titular e quanto a Mansell, aos 41 anos, e depois de passagens pela Lotus, Williams e Ferrari, um titulo mundial ganho e três perdidos (thanks, Nelson Piquet!) a sua carreira terminava pela porta pequena.
Na Sauber, o austriaco Karl Wendlinger tinha problemas em recuperar o ritmo após o acidente que sofrera um ano antes e foi substituido pelo francês Jean-Christophe Bouillon, piloto de testes da Williams.
E no final de semana monegasco, uma nuvem negra pairava sobre a Simtek. Com dívidas na ordem dos dez milhões de dólares, a equipa afirmou que caso os patrocinadores não pagassem o que deviam, ou não arranjassem os seus próprios patrocinios, iriam abandonar a competição imediatamente, nem sequer embarcariam para o Canadá.

Na outra ponta da fila estava o Williams de Damon Hill, o "poleman". A seu lado estava Michael Schumacher, no Benetton-Renault, enquanto que na segunda fila estavam o segundo Williams de David Coulthard e o Ferrari de Michael Schumacher, que superara Jean Alesi. Ao lado do piloto francês estava o McLaren-Mercedes de Mika Hakkinen, enquanto que o segundo Benetton de Johnny Herbert era o sétimo a partir. Logo a seguir estava o Ligier-Mugen Honda de Martin Brundle, com o Jordan de Eddie Irvine e o segundo McLaren-Mercedes de Mark Blundell a fechar o "top ten".

Na segunda partida, boa parte do pelotão queimou a partida, e os organizadores decidiram atribuir dez segundos de penalização a mais de dez pilotos. Um deles foi o Pacific de Andrea Montermini, que atrasou a sua paragem em mais de três voltas e pouco depois foi presenteado com a bandeira negra, desclassificando-o.

Mais atrás, os problemas do carro de Coulthard levaram a melhor à volta 16, e Alesi herdou a posição até à volta 40, quando o Ligier de Brundle despistou-se à frente do francês e este não pode evitá-lo. No final, o lugar mais baixo do pódio ficou nas mãos do veterano Berger. o segundo Benetton de Johnny Herbert, o McLaren de Mark Blundell e o Sauber de Heinz-Harald Frentzen ficaram nos restantes lugares pontuáveis.

Fontes:
http://www.grandprix.com/gpe/rr569.html
http://en.wikipedia.org/wiki/1995_Monaco_Grand_Prix
quinta-feira, 27 de maio de 2010
WRC 2010 - Ronda 6, Portugal (Shakedown)

O segundo a partir vai ser o surpreendente Frederico Villagra, o argentino da Munchi's, que foi 0.1 segundos mais lento que Hirvonen, enquanto que Petter Solberg foi o terceiro. Sebastien Löeb, provavelmente a pensar no dia de amanhã, foi apenas o oitavo a partir, 1,5 segundos atrás do piloto da Ford, que tem muitas esperanças em vencer nas classificativas portuguesas.

Amanhã pelas 9:30 da manhã começará o rali a sério, nas serras algarvias. E nestas duras classificativas de terra, tudo pode acontecer.
Youtube Indy 500 Classic: o duelo de 1989
Hoje falo de uma edição emblemática para o automobilismo brasileiro: o ano de 1989. Desde 1966 que não ganhava um piloto estrangeiro na mítica Brickyard, e desde o meio da década de 80 se verificava a entrada de pilotos vindos de outros países que não o Canadá ou o México. O italiano Teo Fabi, o brasileiro Emerson Fittipaldi e o holandês Arie Luyendyk eram três exemplos de estrangeiros que vieram interromper o dominio dos pilotos americanos na CART.
E o ano de 1989 era uma altura critica. Com as lendas como Al e Bobby Unser, A.J. Foyt e Rick Mears a reformarem-se, mesmo ainda com a presença nas pistas de Mario Andretti, pilotos como Danny Sullivan e herdeiros como Michael Andretti e Al Unser Jr., a presença estrangeira já não podia ser ignorada. E na edição de 1989, houve um grande duelo, entre o americano e o estrangeiro. E o resultado final mudou muito em termos do futuro da CART.
Numa corrida muito disputada, ASl Unser Jr. e Emerson Fittipaldi estavam juntos na última volta, e iriam disputar palmo a palmo pela vitória. Só que na Curva 3, ambos tocam-se e o americano bate no muro, enquanto que Fittipaldi seguiu em frente, rumo à primeira das suas duas vitórias no Brickyard. Mas o toque, que poderia ser palco de polémica, não foi mais do que um incidente de corrida. E Unser Jr. teve uma grande demonstração de "fair play" quando o elogiou, na berma da pista.
Fittipaldi tornou-se no primeiro vencedor a receber mais de um milhão de dólares, e no final do ano, o brasileiro campeão da Formula 1 em 1972 e 74 tornou-se no primeiro estrangeiro a ganhar o campeonato CART. E foi o primeiro do contigente brasileiro que invade os Estados Unidos desde o inicio da década de 90.
5ª Coluna: Divórcios, escolhas e o regresso à América

A escolha da cidade texana não é muito estranha, dado que o Texas tem alguma tradição automobilistica, nomeadamente na NASCAR. Mas o facto de a prova ser disputada num autódromo desenhado por Hermann Tilke faz pensar um pouco no pior, por dois motivos: o primeiro é a má fama dos circuitos desenhados pelo gabinete chefiado pelo projectista alemão, demasiado travados e sem serem excitantes, com uma ou duas excepções. A segunda é saber se será suficientemente atraente para os americanos. É certo que um mercado de 300 milhões de consumidores é potencialmente bom, mas nos Estados Unidos, a Formula 1 é um corpo estranho. Sempre o foi.

Para mim a escolha de Austin é somente o resultado de alguém que estendeu umas malas cheias de dólares e uns terrenos para erguer um complexo, para ganhar dinheiro com isso. Bernie fez o resto, mas... sinto cepticismo. A acontecer, tem de ser rentável, e fazer um circuito só para receber um evento por ano, não serve. No passado houve casos desses, como por exemplo o Ontario Motor Speedway, na California, construido no inicio dos anos 70 e que década e meia depois, após a falência da entidade promotora, foi demolida para dar lugar a uma urbanização.
Portanto, até 2012, estou como São Tomé: ver para querer.

Mas houve sempre tensões entre os dois lados. Primeiro foi devido às dívidas entre a Dallara e a Hispania, que impediu a transmissão de dados sobre o desenvolvimento do carro, fazendo com que nunca passasse da última fila e agora tem a ver com as criticas ao carro propriamente dito. Com a ajuda do Tio Bernie, pelo menos esses são os rumores do paddock, as dívidas foram saldadas e a equipa tem as mãos livres para construir o seu próprio chassis em 2011. Veremos se há dinheiro para tal, pois continuam a haver rumores sobre a continuidade do projecto até ao final da temporada... Veremos.

E é tudo. Espero que gozem o "gordo" fim de semana automobilistico. Vai valer a pena!
GP Memória - Monaco 1990

Sem alterações no pelotão da Formula 1, a competição começou com a pré-qualificação, onde os Larrousse de Aguri Suzuki e Eric Bernard foram os mais rápidos, seguido pelo Eurobrun de Roberto Moreno e pelo Osella de Olivier Grouillard, enquanto que o resto dos pilotos ficaram de fora: os AGS de Gabriele Tarquini e Yannick Dalmas, o Eurobrun de Claudio Langes, o Coloni de Bertrand Gachot e o Life de Bruno Giacomelli. Desses, somente os Larrousse iriam conseguir alinhar na corrida.

Fora da qualificação ficaram o Osella de Grouillard, o Eurobrun de Moreno, o Arrows de Michele Alboreto e o March de Mauricio Gugelmin.

Mas a primeira consequência disso fora o acidente entre Prost e Berger na descida do Mirabeau. O austriaco tentou aproveitar o buraco que o francês criara após ter sido ultrapassado pelo Tyrrell de Alesi, mas que Prost fechou logo, tornando a colisão inevitável. A corrida foi prontamente interrompida e nova largada foi marcada. Aí, Senna manteve a liderança em Ste. Devote... e não mais o largou até ao fim. Seguiam-se Prost, Alesi, Berger, Patrese e Boutsen, enquanto que o Dallara de Pirro ficava parado na pista, com problemas de combustivel.

Na frente, Senna tinha a corrida na mão, e a partir da volta 30, quando a bateria do Ferrari de alain Prost deixou de funcionar, essa liderança ficou ainda mais confortável. Mais atrás, Nelson Piquet tentava passar Thierry Boutsen na luta pelo quinto posto, mas despistou-se na descida para o gancho Loews. Foi empurrado pelos comissários e logo a seguir desclassificado.

No final, Senna baixa o ritmo, mas cruza a linha de meta no primeiro posto, à frente de Alesi e Berger. O Williams de Thierry Boutsen, o Arrows de Alex Caffi e o Larrousse de Eric Bernard preencheram os restantes lugares pontuáveis.
Fontes:
http://www.grandprix.com/gpe/rr488.html
http://en.wikipedia.org/wiki/1990_Monaco_Grand_Prix