sábado, 28 de dezembro de 2024

WRC: M-Sport defende escolha de Josh McErelan


O Diretor da M-Sport Ford World Rally Team, Richard Millener, teve que vir a público por estes dias para responder aos críticos que questionaram a sua decisão de contratar o irlandês Josh McErlean para uma campanha completa no Mundial de Ralis, poucos dias depois do seu anuncio. 

Millener defendeu a escolha de Josh McErlean como segundo piloto de fábrica para a temporada de 2025. Aos 25 anos, McErlean ‘bateu’ outros candidatos e foi confirmado para todas as 14 rondas do WRC, ao lado de Eoin Treacy, seu navegador. Os críticos afirmam que a sua idade é sinónimo de falta de maturidade da sua parte, e ainda por cima, o apoio da federação irlandesa, também pesa nas criticas. Millener afirmou que não é assim:

Será um grande desafio para o Josh – todos nós sabemos isso – mas se surgir uma oportunidade como esta, seria uma loucura da parte dele não a ter agarrado pela simples razão de que isso pode nunca mais acontecer”, disse Millener, comentando em declarações ao jornal Belfast Telegraph.

Estou confiante de que podemos ajudar o Josh a progredir ao longo do ano, não há expectativas ou pressão sobre ele. O Campeonato Mundial de Ralis continua a clamar por oportunidades para os jovens talentos e, quando isso acontece, as pessoas gostam de se queixar disso - não se pode ganhar - mas a M-Sport Ford tem tudo a ver com dar oportunidades às pessoas e nós estamos muito felizes em trabalhar com o Josh.", concluiu.

A M-Sport, que viu partir Adrien Formaux para a Hyundai no final desta temporada, tem o luxemburguês Gregoire Munster como piloto permanente, ao lado de McErlean. Outros poderão se juntar a ele ao longo da temporada, como o letão Martins Sesks, que fez três ralis com um Puma Rally1 em 2024.   

sexta-feira, 27 de dezembro de 2024

Youtube Formula 1 Vídeo: Tsunoda, o tramado

A saga da Red Bull é interessante, pelo menos nestes tempos que correm. E claro, no meio destas coisas, perguntamos: que raio anda a fazer o Yuki Tsunoda na Racing Bulls? Muitos falam que é um favor que fazem à Honda - a marca japonesa tem essa tradição de meter seus pilotos como condição para ter os seus motores - e o melhor exemplo disso é o Liam Lawson, que tem duas meias temporadas, e ter sido batido pelo piloto japonês, já ter ido para a Red Bull, correndo ao lado de Max Verstappen

E claro, gente como o Josh Revell, perguntam: porque é que o Yuki foi "tramado"? Ou haverá outros planos para ele? Afinal de contas, ele sempre foi mais rápido que o neozelandês, nas corridas em que estiveram juntos. 

Mas pensando bem... a Honda vai fornecer motores para a Aston Martin em 2026, não é?

Noticias: Complicações no rali da Suécia


O rali da Suécia, que acontecerá entre os dias 13 e 16 de fevereiro, poderá estar em risco. É que os organizadores do rali tem um acordo com as autoridades do povo Sami, situado no norte do país, e este expirou em 2024. E ainda não renovaram, correndo o risco de não passagem em 14 dos 18 troços previstos, por serem áreas protegidas.

Segundo conta o jornal local Folkbladet, os Sami de Rans informaram os organizadores durante o verão passado que se opõem à realização do rali nas zonas de pastagem de renas em 2025. É que durante o período em que o acordo esteve em vigor, so Samis acederam a um período experimental, mas pelos vistos não estão contentes com o que sucedeu, e dizem que a prova não foi planeada nem executada segundo as suas expectativas.

Erik Åström, o Diretor do Rali da Suécia, respondendo a um pedido de comentário sobre a situação ao Folkbladet, não quis comentar sobre o assunto: “Não tenho comentários a fazer neste momento, uma vez que a consulta está em curso e por respeito a todas as partes envolvidas”, afirmou.

Organizar o rali da Suécia tem sido uma saga nos últimos tempos. Durante muito tempo, o centro nevrálgico era na região de Karlstad, no centro do país, mas começaram a ter problemas com a neve, que começou a escassear em fevereiro, e a colocar o rali em risco. A situação foi resolvida colocando o rali mais a norte, mas aparentemente, nem todos estão de acordo com a realização da prova... 

É um assunto para seguir nas próximas semanas.  

quinta-feira, 26 de dezembro de 2024

Youtube Formula 1 Video: Bernie Ecclestone e a sua coleção (que colocou à venda, parte 4)

Desde há uns dias que Tom Hartley Jr fala com Bernie Ecclestone sobre a sua coleção de carros antigos que decidiu colocar à venda, agora que tem 94 anos e achou bem vender tudo enquanto ainda é vivo. Neste episódio, Bernie fala sobre os seus carros mais antigos. Desde os carros que participaram na primeira corrida de Formula 1, a 13 de maio de 1950 - um Talbot-Lago, um Maserati e um BRM - até carros dos Grand Prix dos anos 30, um Mercedes W125 e um Auto Union C-Type, de 1937, que na altura, foi o carro mais potente de sempre: 750 cavalos. Algo que apenas foi passado em 1980, com os Renault Turbo.

São mais 15 minutos de conversas e passeios com os carros que marcaram a história do automobilismo. Que vale a pena.

WRC: Ogier faz o rali de Portugal em 2025?


O francês Sebastien Ogier irá regressar a um programa parcial com a Toyota em 2025, depois da Toyota o ter pedido para fazer a parte final de 2024 para tentar ganhar o Mundial de pilotos, e um dos ralis que fará é o de Portugal. Apesar de ele dever fazer, no máximo, sete ralis, ainda não se sabe quais serão todos eles, mas dois são conhecidos: Monte Carlo e... Japão. Mas ele quer fazer o rali das Canárias, que é estreia no Mundial, e acontece perto do rali de Portugal.

Vou estar em Monte Carlo, mas provavelmente depois disso vou falhar alguns ralis e vou ter uma pequena paragem depois de Monte Carlo”, revelou ao Rallyjournal. Ou seja, ele não participará quer no rali da Suécia, em fevereiro, quer no rali Safári, no Quénia, em março. Depois, é provável que participará no rali das Canárias, duas semanas antes do rali de Portugal, um dos seus favoritos. 

Nestas ocasiões, a Toyota inscreverá cinco carros, e é provável que partilhe o carro com o sueco Oliver Solberg, que fará a temporada pela equipa, mas com um carro Rally2, com o objetivo de ganhar o campeonato. Contudo, como contam apenas seis ralis, o resto poderá ser feito com um Rally1, e se o fixer em "tandem" com Ogier, a vida fica mais facilitada para a equipa oficial, que em 2025 alinhará com Kalle Rovanpera, Elfyn Evans, Takamoto Katsuta e Sami Pajari

quarta-feira, 25 de dezembro de 2024

O cartão de Natal da Formula 1


A Formula 1 decidiu publicar neste dia de Natal o seu postal natalício, onde todos os pilotos de 2024 convivem em sã convivência, e com mais algumas novidades. As camisolas trocadas são as dos pilotos que estão a mudar de equipa - podem ver Lewis Hamilton a segurar uma camisola da Ferrari, por exemplo - os novatos estão a segurar chapéus natalícios no canto interior esquerdo - podem ver Gabriel Bortoleto, Jack Doohan e Andrea Kimi Antonelli - e até as mascotes surgem debaixo da mesa, como o Roscoe (o bulldog de Lewis) e o Leo Leclerc (o daschund de Charles Leclerc).

Pelos vistos, a Formula 1 decidiu adotar desde há uns anos para cá o postal que o Bernie Ecclestone mandava por esta altura com desenhos humorísticos, e do qual se tornou popular.   

E claro, tudo começa a ficar pronto para 2025. Nova temporada, novas emoções.

terça-feira, 24 de dezembro de 2024

Feliz Natal a todos!


Hoje é dia 24, e na altura em que escrevo estas linhas, faltam poucas horas para abrir os presentes. Claro que o balanço do ano é daqui a uma semana, mas esta é uma boa altura para falar do que foi este ano que está quase a acabar. 

Para mim foi uma coisa fixe. Andei a colaborar para um museu - na realidade, foi para o Jornal dos Clássicos, que é um lugar fixe, com gente fixe. Mas sobretudo, andei este ano a embrenhar-me ainda mais nas redes sociais. Estou cada vez mais convencido que o futuro passará mais por ali, quer queiramos, quer não. E se crias conteúdos, é a maneira como tens de das nas vistas e fazer aquilo que mais gostas. 

E para mim, comecei a ver isso a partir do verão. Curiosamente, depois do meu aniversário. Como este sitio tem página do Facebook, resolvi fazer algumas modificações, porque achei que andava estagnado em termos de crescimento. Essas modificações fizeram que ele começasse a crescer de forma consistente, com algumas "explosões". Dois desses momentos de "explosão" aconteceram, primeiro, em setembro, quando escrevi dois "posts" sobre o último episódio do "The Grand Tour", onde em conjunto, tiwe mais de 2200 "gostos" e centenas de comentários. Isso passou a ser norma. Mais ainda quando apareceram mais alguns, como o post da última corrida do Michele Alboreto ou a do Cadillac.

Mas quando no inicio do mês, falei sobre a venda da coleção de automóveis do Bernie Ecclestone, as coisas foram acima do telhado. Para cima de 5500 "likes", centenas de comentários e partilhas, quase mil cada um, mostra que isto se tornou num lugar onde as pessoas gostam de andar por aqui. E responder aos comentários - a dita "interação" - também ajudou um pouco na exposição da página noutros lados. 

Para complementar as coisas, a fuga do pessoal do Twitter (recuso a chamar aquilo que X) para outras redes sociais como o Bluesky e o Threads ajudou bastante na divulgação das minhas coisas, especialmente quando começo a escrever as estórias de automobilismo. Com o tempo, começo a ser mais conhecido, e entender que criar conteúdos é melhor que absorvê-los. Dá sentido a isto tudo. 

Portanto, quero agradecer aos mais de 7800 seguidores no Facebook, aos mais de 400 que tenho no Instagram, aos quase 400 no Threads, aos mais de dois mil no Twitter - sim, ainda não desliguei aquilo, mas ali consigo estar em contacto com bons amigos que arranjei e que ainda não foram embora - e como comecei neste outono a fazer vídeos no TikTok, aos quase 50 seguidores que gostam do que falo. Ainda falta o Youtube, mas quero guardar para fazer algo melhor. 

Dito isto, desejo-vos um Feliz Natal a todos. Que tenham muitas prendas, que vos encontre felizes com as vossas famílias, com aqueles que mais amam, que vos encontre em paz com o mundo e sobretudo, com vocês mesmos. 

E claro, vemo-nos em breve! O ano que vêm aí será cheio de coisas boas, garantido. Até mais!   

segunda-feira, 23 de dezembro de 2024

A(s) image(ns) do dia




Lembro-me que existiam uns rumores, mas era mais a expectativa. E as esperanças. 

Neste dia, há precisamente 15 anos, a Mercedes anunciava que Michael Schumacher iria guiar para eles a partir da temporada de 2010, no lugar de Jenson Button, o campeão do mundo, que ia para a McLaren, no lugar de Heikki Kovalainen, e claro, iria guiar ao lado de Lewis Hamilton. A seu lado, outro alemão: Nico Rosberg, este vindo da Williams. 

As expectativas eram grandes, lembro-me bem. Todos esperavam que as sua capacidades estivessem intactas e que lutasse pelo oitavo título mundial. Lembro até de gente a escrever afirmando que receavam pelo filho do Keke Rosberg, achando que ele estaria sob brasas para bater o alemão, então a caminho dos 41 anos, e que tinha de provar algo ao mundo. E claro, não poderíamos esquecer da própria Mercedes, que 15 anos depois de ter chegado à Formula 1 como fornecedora de motores - pela Sauber, antes de ir para a McLaren - iria montar a sua equipa. 55 anos depois de ter ido embora da Formula 1.

Mas na altura também me lembrei do "hype" que tinha causado este regresso. Especialmente quase quatro meses antes, em agosto, quando Felipe Massa se acidentou nos treinos para o GP da Hungria, com a mola vinda do Brawn de Rubens Barrichello. Ele chegou a testar, mas a lesão no pescoço que tinha sofrido em 2007, num teste, o impediu de entrar no carro quase imediatamente, para fazer o resto da temporada. 

Assim sendo, preparou-se melhor. E ainda tinha mais uma coisa a seu favor: Ross Brawn. Ele, que tinha ficado com a equipa depois da fuga da Honda da Formula 1, e o transformou naquilo que se viu em 2009, via com bons olhos o regresso de Schumacher. Afinal de contas, os dois, mais outros como Rory Bryne e Jean Todt, tinham ajudado a  transformar a Ferrari na máquina imbatível do inicio do século. 

E claro, todos pensaram: Brawn, Mercedes e Schumacher... são os favoritos, não são?

A realidade encarregou-se de deitar na cara dos crentes um balde de água fria. Três temporadas foram suficientes para mostrar a Schumacher que a nova geração era suficientemente boa para ele, e até Nico Rosberg era não só capaz de o acompanhar, como de o superar. Um pódio foi manifestamente insuficiente, mas vê-lo competir ao lado de gente como Sebastian Vettel, Fernando Alonso, Lewis Hamilton e outros, alguns deles ainda por aqui não há muito tempo...

WRC: Hyundai altera estrutura para 2025


Com o Mundial a começar dentro de um mês, em Monte Carlo, a Hyundai Motorsport anunciou uma série de alterações na estrutura da sua equipa antes da nova temporada. Pablo Marcos, chefe de equipa na Hyundai entre 2021 e 2023, irá regressar, mas o diretor da equipa e presidente, Cyril Abiteboul, revelou que o seu trabalho será diferente desta vez.

Para além disso, o gestor do programa da equipa no WRC, Christian Loriaux, vai deixar a Hyundai. O aspeto técnico do trabalho de Loriaux será desempenhado por François-Xavier Demaison. Cyril Abiteboul, o diretor, falou das alterações e justificou-as desta forma.

Toda a gente na Hyundai Motorsport está a desfrutar de uma pausa bem merecida da competição, no entanto – como é frequentemente o caso nesta altura do ano – estamos a fazer algumas mudanças chave dentro da empresa para apoiar o nosso impulso de 2025 e adaptarmo-nos ao nosso ambiente.", começou por explicar.

Tivemos uma época de 2024 muito forte, mas não conseguimos alcançar tudo o que nos propusemos, por isso, olhando para um ano transformador para as nossas operações de desporto motorizado, passámos algum tempo a considerar como podemos simplificar a nossa organização. Por isso, temos o prazer de dar as boas-vindas ao Pablo Marcos de volta à Hyundai Motorsport como Diretor de Equipa. As suas funções são muito diferentes das que desempenhou entre 2021 e 2023, estando agora exclusivamente focado na concretização dos nossos objetivos desportivos e de desempenho no WRC.", continuou.

Tolga Ozakinci irá agora supervisionar as infraestruturas dos nossos eventos de rali e de competição, bem como trabalhar com os nossos fornecedores e parceiros associados, sendo alguns deles partilhados entre programas.", declarou.

Por último, gostaríamos de agradecer ao Christian pela sua contribuição para a nossa missão ao longo dos últimos três anos. Ele foi um grande apoio pessoal quando entrei no mundo dos ralis e desejamos-lhe tudo de bom para os seus futuros empreendimentos.”, concluiu.

A Hyundai correr em 2025 com quatro carros, sendo a grande novidade a chegada do francês Adrien Formaux, vindo da M-Sport, que fará companhia e Ott Tanak e Thierry Neuville, o atual campeão do mundo.   

Youtube Testing Video: Senna e Schumacher, Hockenheim, 1992

E eis uma prenda de Natal antecipada (a pessoa em questão meteu no Youtube nesta sexta-feira): um teste no verão de 1992, no circuito de Hockenheim. Dá ideia que isto deve ter acontecido antes ou depois do GP de Alemanha, porque normalmente faziam-se alguns testes neste circuito naquela altura do ano. Aliás, no ano anterior, o Senna tinha tido um dos seus piores acidentes da sua carreira quando testava ali.

Mas a história conta-se da seguinte forma: os dois testavam na pista quando Michael Schumacher andava numa volta rápida e o Ayrton Senna deve tê-lo atrapalhado numa curva, e a partir dali, começaram em despique um com o outro o resto da tarde, ao ponto de os dois quase partirem para a briga. Aliás, Schumacher, na sua primeira temporada completa na Formula 1, já tinha tido as suas primeiras tensões com o brasileiro, nomeadamente o incidente da primeira volta no GP de França, em Magny-Cours. 

Anos depois, em 2008, com Schumacher já retirado, ele mesmo admitiu que andou a fazer "brake test" naquele dia com Senna porque andava chateado com as manobras que ele e o Gerhard Berger, companheiro de Senna na McLaren em 1992, faziam sobre os mais novos. Claro, Senna não achou graça alguma e no final, os dois quase entraram à pancada. E a partir dali deverá ter começado mais uma rivalidade em pista, que durou até o brasileiro morrer.  

domingo, 22 de dezembro de 2024

A imagem do dia





Estamos no ano 2000, em Estugarda. Na sede da Mercedes, perante 40 mil pessoas, a McLaren prepara-se para o Mundial de Formula 1, numa apresentação com Mika Hakkinen e David Coulthard, o primeiro a celebrar o seu segundo título mundial. Contudo, pouco depois, um idoso de cabelos totalmente brancos sobe ao palco e diz algumas palavras comparativas entre o seu tempo e o de agora, onde observa carros em fibra da carbono. 

O que poucos tinham entendido é que ali estava um dos sobreviventes então vivos da era do Grand Prix, mais de 65 anos antes. Então com 94 anos, este antigo piloto não era um qualquer: era Manfred von Brauchitsch, um dos cinco pilotos mais famosos da era, a par de Hermann Lang, Bernd Rosemeyer, Hans Stuck Sr. e Rudolf Caracciola. E a história dele, que atravessa todo o século XX, apanha todos os momentos da história da Alemanha: o império, a primeira República, o III Reich, a divisão entre dois blocos, o Ocidental e o Oriental, e depois a união alemã. 

Nascido a 15 de agosto de 1905 em Hamburgo, na Alemanha, era filho e sobrinho de militares - seu tio seria Walter von Brauchitsch, um dos generais de Adolf Hitler na II Guerra Mundial - mas sendo muito novo para participar na I Guerra Mundial, foi para a "Reichswehr", muito mais reduzida na altura da republica de Weimar. Ao mesmo tempo correu em motociclismo, mas em 1928, um acidente o deixou ferido e pior: inapto para o serviço militar. Não seguiria a carreira familiar.

Pouco depois, foi para os automóveis, sendo contratado pela Mercedes em 1932, em substituição de Rudolf Caracciola, que tinha ido para a Alfa Romeo. Ali, ganhou uma corrida no circuito de Avus, em Berlim, e a sua reputação foi tal que quando a marca decidiu participar no campeonato europeu, em 1933, foi para a equipa oficial, ao lado do regressado Caracciola e Hans Stuck. Para evitar confusões, decidiu usar um capacete vermelho para dar nas vistas. Mas também ganhou outra reputação: atrair a má sorte. 

O melhor exemplo aconteceu em 1935, no GP da Alemanha, na pista de Nurburgring. 

Com os carros alemães mais que favoritos, no inicio da última volta, Brauchitsch liderava a corrida, com 35 segundos de avanço sobre o segundo classificado, o Alfa Romeo de Tazio Nuvolari, contudo, porque puxou tanto pelo carro que os seus pneus estavam no limite. A meio, o pneu traseiro esquerdo furou e ficou como alvo a abater pelo italiano, que o passou, mesmo com um carro inferior, para conseguir uma das vitórias mais improváveis da história do automobilismo. Brauchitsch acabou em quinto, com seis minutos de atraso. 

Duas voltas antes da chegada, o pneu dianteiro esquerdo começou a mostrar a sua faixa de marcação, o que indicava que estava a chegar à carcaça”, recorda von Brauchitsch, numa entrevista feita no ano 2000 na Motorsport britânica.

Percebi pela reação dos espectadores, principalmente na descida para a Adenau, que entenderam que estava em apuros. Após a corrida, Neubauer culpou-me por não ter parado, mas eu não queria entrar nas boxes e talvez encontrar-me na mesma situação que Eddie Irvine enfrentou em Nurburgring na época passada [1999]. Não há pneus suficientes!

Três anos depois, na mesma pista, ele ia reabastecer, na 11ª volta, quando, nas boxes, pate do combustível derramou-se no seu carro, pegando fogo. Brauchitsch saltou logo fora do carro, com a ajuda de Alfred Neubauer, e depois de terem apagado as chamas, regressou ao carro para arrancar, tentando recuperar o tempo perdido. Contudo, algumas curvas depois, a mais de 190 km/hora, o volante saltou fora do carro e ficou com ele nas mãos! Travou, despistou-se e o carro ficou danificado, mas ele não ficou ferido. Em suma, um milagre.

Quando a guerra chegou, em setembro de 1939, tinha 36 anos e a sua carreira estava, essencialmente, acabada. Foi trabalhar para a Junkers, como secretário particular de Heinrich Koppenberg, chefe de pessoal, e em 1943, foi para o Ministério da Produção e Armamento, como consultor, trabalhando para Albert Speer. Estava inscrito no NSKK,  mas não era membro do Partido Nazi.

No final da guerra, os sarilhos aumentaram para ele. Apesar de ser um dos fundadores do renovado Automóvel Clube Alemão, em 1948, foi para a Argentina no ano seguinte, e tentar regressar à competição, sem sucesso. No regresso, em 1950, começou a falar com dirigentes do regime da Alemanha do Leste, que tinha sido declarada no ano anterior. E quando a sua autobiografia foi lançada numa editora de Berlim-Leste, foi acusado de traição e evasão fiscal, e ficou detido por oito meses. No dia de Ano Novo de 1954, antes de ser julgado, deixou a sua mulher e escapou para a Alemanha Oriental. 

Anos depois, no ano 2000, numa entrevista feita à Motorsport, afirmou "que era um espirito livre" e não queria viver no ambiente conservador de Konrad Adenauer. 

Ali, tornou-se o presidente do Clube Automóvel da RDA, e depois, membro do Comité Olímpico, onde chegou a ser condecorado pelo Comité Olímpico Internacional, em 1988, por propagar os ideais desportivos. Até ao fim, era convidado pela Mercedes pra diversos eventos, especialmente na Alemanha Ocidental, onde ia frequentemente, pois tinha privilégios de alto funcionário. 

Acabaria por morrer a 5 de fevereiro de 2003, aos 97 anos. Foi dos últimos pilotos de Grand Prix que chegaram ao século XXI.   

Noticias: Horner acha Hadjar muito telantoso


O patrão da Red Bull elogiou Isack Hadjar pelo seu impressionante desempenho durante o teste de pós-temporada em Abu Dhabi. Poucos dias depois de ter sido anunciado como piloto da Racing Bulls para 2025, no lugar de Liam Lawson, que foi para a Red Bull, no lugar de Sérgio Pérez, Horner descreveu o piloto franco-argelino de 20 anos como um talento em bruto, mas promissor, com uma velocidade significativa, embora tenha reconhecido que Hadjar ainda precisa de aperfeiçoamento.

Isack [Hadjar] é outro talento”, começou por falar Horner, em declarações ao RacingNews365.com “Ele é rápido. Ele saltou para o carro, foi mais rápido do que Yuki no teste da semana passada, o que chamou a atenção. Ele é definitivamente um talento em bruto e precisa de um pouco de polimento, mas ele tem a velocidade”, continuou. 

Na Fórmula 2, ele teve a infelicidade de não participar da última corrida devido a problemas técnicos com o software de largada, pelo que entendi. Mas ele também impressionou, especialmente com a sua velocidade. Vai ser interessante ver como as coisas se desenrolam.”, concluiu.

Vice-campeão de Fórmula 2 em 2024, batido por Gabriel Bortoleto, durante o teste de pós-temporada em Abu Dhabi, conduziu o RB20 ao lado de Yuki Tsunoda, e os seus tempos e o seu ritmo foram considerados superiores aos do japonês, que irá ser o seu companheiro de equipa. 

Youtube Rally Documentary: A construção de um campeão do mundo

Eis algo interessante para ver neste Natal: um documentário de 90 minutos sobre a temporada de 2024 do WRC, mais particularmente da Hyundai. Este foi uma temporada importante para a marca coreana, que na sua 11ª temporada seguida no Mundial de ralis, ganhou o campeonato de Pilotos, com o belga Thierry Neuville.

Neste documentário, feito pela marca, mostra-se os bastidores do campeonato, onde não só se mostram os ralis em ângulos diferentes do habitual, como também há entrevistas com gente como Esapekka Lappi, Ott Tanak e Dani Sordo, o manager Cyril Abiteboul, tudo numa temporada onde as coisas foram decididas no último rali, no último dia. 

É algo interessante de se ver neste Natal, se não quiser assistir aos habituais filmes da quadra...