sábado, 25 de setembro de 2021

Youtube Rally Testing: O teste de Kalle Rovanpera para a Finlândia

Falta menos de uma semana para o Rali da Finlândia, e os pilotos preparam-se afincadamente para a prova, e um deles é o provável favorito para a vitória, o local Kalle Rovanpera, no seu Toyota Yaris WRC.

E na semana que passou, colocaram este video em "maximum attack" do jovem piloto, preparando-se para aquele que poderá ser o mais importante rali da temporada, para ele.

Formula 1 2021 - Ronda 15, Sochi (Qualificação)


Havia expectativa em relação à Rússia nesta última semana. Algo que nunca tinha aconecido nestas encostas do Cáucaso. E a razão era simples: o tempo. Com tempestades previstas para todo o fim de semana - chove desde terça-feira - a ideia de ver o primeiro GP da Rússia molhado em toda a sua história criou expectativas, mas também receios de que seria algo parecido com Spa-Francochamps, onde ninguém arrancaria sem ser atrás do Safety Car e fossem atribuídos metade dos pontos, numa segunda parte de uma farsa que começou em Spa-Francochamps, e fez muar todas as ideias que existiam sobre a imprevisibilidade da chuva.

Aliás, o terceiro treino livre foi cancelado devido à chuva persistente e a FIA afirmou que a qualificação dependia de saber se o helicóptero médico da FIA poderia descolar ou não, como dizia o comunicado oficial.

Foi emitido um horário atualizado, sendo a sessão seguinte a qualificação para Formula 1, à hora inicialmente prevista. Embora as condições na pista tenham melhorado, ainda há tempo inclemente na área local que está a afetar a rede de aeroportos e estradas. É por isso que não haverá nenhuma corrida daqui até à qualificação de F1, altura em que esperamos que o aeroporto local reabra para que o nosso helicóptero médico possa voltar a estar operacional e a sessão possa prosseguir como planeado”.

Logo, as perspetivas para mais tarde não eram lá muito boas...

Mas ainda antes de sabermos que isto iria ser uma qualificação molhada, anunciou-se que Max Verstappen e Charles Leclerc iriam mudar de motores, logo, iriam partir de trás, na última fila da grelha. E foi por isso que, sabendo que tudo seria inútil, Max Verstappen decidiu participar na qualificação como espectador, como o piloto monegasco da Ferrari. De facto, poupam nos carros para amanhã, mas terão muito para recuperar...

Já não estava a chover, mas os intermédios ainda não eram os aconselháveis, e todos começaram a andar de forma cautelosa na pista. E se exageravam, eram logo castigados, como Antonio Giovinazzi sentiu logo que começou a dar as suas primeiras voltas. Mas quem aproveitou bem esta parte foram os Mercedes, que se colocaram no topo da tabela de tempos, marcando posição.

E no final, para fazerem companhia a Max Verstappen, os Alfa Romeo e os Haas, com Mick Schumacher a dar "calendários" de avanço sobre o piloto caseiro, estes foram os eliminados da Q1 em Sochi.

Passando para a Q2, os Mercedes voltaram a dar nas vistas, primeiro com Bottas, e depois com Hamilton. Sergio Perez era quarto, mas não era capaz de contrariar os Flechas Negras. Parecia que os Alpha Tauri poderiam ser melhores que o carro oficial, graças a Pierre Gasly, mas nos últimos momentos, foram incapazes de contrariar alguns avanços da concorrência, como por exemplo, o Williams de George Russell, que conseguiu tempo para a Q3. 

No final, para além de Latifi e Leclerc, que nem sequer saíram para a pista, ficaram de fora o Aston Martin de Sebastian Vettel e os Alpha Tauri de Gasly e Yuki Tsunoda. Em constraste, por exemplo, os Alpine seguiram em frente, bem como o Aston Martin de Lance Stroll.

A Q3 era importante, e não só por causa da definição da grelha. É que o tempo já secava o bastante a pista para as primeiras tentativas com os pneus slick. E claro, a Mercedes tinha tudo para triunfar, se metesse esses pneus logo, logo, seriam imbatíveis.

Parecia que as primeiras voltas iriam confirmar isso, primeiro, com Bottas a marcar 1.44,710, para depois Hamilton elevar a fasquia para 1.44,050, mas com Norris logo atrás, quatro milésimos melhor que o finlandês. E ali começaram os riscos: primeiro Russell, e depois, Sainz Jr, pediram slicks para tentarem a sua sorte... no preciso momento em que Hamilton batia na entrada das boxes e tinha de trocar de nariz! Trabalho inesperado de última hora, mas o suficiente para também colocar slicks.

E claro, o final foi o que foi. Primeiro Sainz Jr, que meteu o carro no topo da tabela de tempos, e depois, Lando Norris, que na sua tentativa com slicks, fez 1.41,993 e conseguiu a sua primeiroa pole-position da sua carreira. E George Russell não ficou atrás, com 1.42,983, fazendo o terceiro melhor tempo. Hamilton tentou também arriscar com slicks, mas acabou por se despistar e bater no muro, acabando ali a sua qualificação e não conseguiu mais que o quarto posto. Valtteri Bottas ficou quatro lugares mais abaixo.  


E claro, a McLarens comemorava a sua primeira pole-position desde 2012, na altura com... Lewis Hamilton. E duas semanas depois do triunfo de Daniel Ricciardo, em Itália, continuam na crista da onda. "É uma sensação incrível. Não sei o que dizer. Você nunca pensa que vai conseguir uma pole até realmente conseguir, mas aqui estamos. Tenho que agradecer muito à equipa. Não é realmente o que esperávamos, mas aproveitamos ao máximo a oportunidade!", disse Norris, no final, ainda incrédulo com o que aconteceu.

E ao lado de Norris teremos Carlos Sainz Jr, no seu Ferrari, e de novo, George Russell, no seu Williams, que pela segunda vez na temporada, poderá está a caminho de um pódio, com este terceiro posto na grelha. 

E amanhã temos corrida. Não se sabe como será com o tempo ainda a prever chuva, mas muitos apostam que será uma corrida pouco aborrecida. Vamos lá ver... 

sexta-feira, 24 de setembro de 2021

A imagem do dia


Nino Vacarella
era um ídolo na sua terra natal. E Targa Florio a sua casa. Vic Elford disse certo que dia que "ele conhecia aquelas estradas como se fosse a palma a sua mão". Que andava mais à vontade que a concorrência, era certo. E naquela região empobrecia e quase esquecida de Itália, ele era um herói. Não era raro ver-se um graffiti com a inscrição "Viva Nino!". Porque para os locais, era o seu motivo de orgulho. Nem os outros compatriotas, especialmente os do norte, mereciam tanta atenção ou adulação que aquele diretor de colégio merecia.

Vencedor por três vezes, há quem jure que a sua melhor corrida foi uma em que... não ganhou. 

Estamos em maio de 1967. A Scuderia está ainda abalada pela morte de Lorenzo Bandini, ocorrida três dias depois do GP do Mónaco, e ele também era um excelente piloto de Endurance, e habitual companheiro de equipa de Vacarella. Para o seu lugar, vai Ludovico Scarfiotti, que também já não queria ficar muito tempo a correr na Scuderia, porque ali, a sua expectativa de vida encurtaria mais que o normal. Ambos correriam num 330P4, apesar da concorrência da Porsche e de um Chaparral 2F de Jim Hall e James "Hap" Sharp, que tinha uma asa traseira, a primeira a ser vista num carro de corridas, para garantir o "downforce" e agarrar o carro à estrada.

O Ferrari partiu para a frente, com Vacarella ao volante, e adapta-se às curvas apertadas das estradas sicilianas, para gaudio dos locais. Já o Chaparral era o contrário: lento e pesado, atrasa-se bastante e o atrito dos pneus faz com que tenha furos atrás de furos, acabando por abandonar, destruído e derrotado. E os Porsches, mais concretamente os 910/6 e os 910/8, faziam a sua parte. Vacarella era veloz, e parecia levar a melhor. 

Contudo, quando passava por Collesano, na segunda volta, exagerou numa das curvas e espetou-se contra uma parede, causando danos em todo o seu lado direito. Tentou levar o carro para ser reparado, mas era inútil. Daí esta expressão, quando sabe que tinha a vitória na mão, e desperdiçou-a. E se calhar, fazia tudo isto pelo seu companheiro desaparecido dias antes. 

Apesar do acidente e da desilusão que tenha causado entre os seus, a adoração que eles tinham para ele nunca abrandou. Paredes pintadas com "Viva Nino!" apareciam sempre que se aproximava mais uma edição da Targa Florio, e eles esperavam todos os anos que acabasse a corrida no lugar mais alto do pódio. E foi o que tiveram nos anos seguintes, especialmente em 1971 e 1975, ambos num Alfa Romeo T33.

E já agora, quem ganhou naquele ano? Foram os Porsche, que monopolizaram o pódio, com o australiano Paul Hawkins e o alemão Rolf Stommelen a serem coroados como vencedores. 

IndyCar: Grosjean é piloto Andretti em 2022


É oficial: Romain Grosjean será piloto da Andretti para 2022. Depois de uma temporada de estreia na Dale Coyne, onde conseguiu três pódios e boas prestações, sobretudo, em pistas mais convencionais - pois ele não queria experimentar as ovais - na próxima temporada, ele andará numa das principais equipas da competição, a par da Chip Ganassi e da Penske.

Estou muito feliz por ir para a Andretti e guiar o carro 28 ano que vem. É uma honra enorme estar em uma equipa do calibre da Andretti, um nome tão conhecido no automobilismo mundo fora. Muito feliz e orgulhoso por guiar para eles. Espero que tenhamos muito sucesso juntos, é a meta de todos. Também gostaria de agradecer a Dale Coyne por ter me dado a oportunidade de vir para a Indy. Adorei muito a chance e me ajudou a chegar a uma das melhores equipas do mundo”, disse o piloto.

Estamos muito animados por receber Romain na família Andretti. Ele já tinha [conseguido] feitos importantes antes de vir para a Indy, mas ver a temporada de estreia dele foi algo muito incrível, para dizer o mínimo. O vasto conhecimento de automobilismo [da parte] dele vai nos ajudar numa temporada forte que teremos para 2022”, comentou Michael Andretti, o diretor de equipa.

Grosjean junta-se aos americanos Alexander Rossi e Colton Hertha na equipa, faltando um lugar para preencher. Segundo conta a imprensa especializada, o candidato provável poderá ser o canadiano Devlin DeFrancesco, atual sexto classificado na Indy Lights. 

A competição termina neste domingo nas ruas de Long Beach. 

Os cenários em Sochi


Com o boletim meteorológico agora a confirmar que sábado será um dia de chuva, os organizadores decidiram fazer algumas modificações para fazer com que tudo corra sobre rodas e evitar o que aconteceu em Spa-Fancochamps, por exemplo. Com a primeira corrida de Formula 3 a decorrer esta tarde, em vez de ser no sábado de manhã, como estava inicialmente programado, espera-se que no sábado, a sessão de qualificação possa ser adiada conforme o estado do tempo.

Para Fernando Alonso, o facto de esta ser uma pista plana, ao contrário da pista belga, por exemplo, poderá acrescentar outro tipo de dificuldades.

É uma pista muito plana, não há mudanças de elevação aqui, então a água permanece bastante na pista”, começou por dizer o piloto espanhol da Alpine. “Lembro-me de que a Curva 1 foi bastante difícil, que normalmente não é uma curva, mas foi uma verdadeira curva no molhado. Para domingo, [vou] cruzar os dedos, não está tão molhado ou não chove muito, porque a visibilidade vai ser ruim, e não queremos ver nada parecido com Spa, com certeza.”, concluiu.

Já Andreas Seidl, responsável da McLaren, disse que se estudavam diferentes cenários para se conseguir realizar todas as sessões, possivelmente para estarem melhor preparados se acontecer algo parecido com o que aconteceu em Spa-Francorchamps.

Já ontem houve um bom diálogo apenas para nos prepararmos para diferentes cenários para este fim de semana. Portanto, penso que todos estão preparados para reagir dependendo de como o estado do tempo continuar a evoluir”, afirmou.

Resta esperar para ver o que poderá acontecer amanhã, pois, para além da Formula 1, haverá também provas da Formula 2 e da Formula 3. caso haja chuva forte e constante - prevê-se 20 milímetros cúbicos de chuva para a tarde de sábado - ver se pode ser compatível ou se será uma longa espera. 

Youtube Rally Video: Hannu Mikkola, Finlândia 1985

Hannu Mikkola, falecido no passado dia 25 de fevereiro, é o homenageado da edição deste ano do Rali da Finlândia, que acontecerá na semana que vêm, mas em 1985, ele estava no seu auge, controlando alguns dos monstros do Grupo B, como o Audi Quattro S2, que naquela altura tinha visto algum do seu domínio contestado pelo Peugeot 205 Ti16, numa constelação de estrelas liderada pelos seus compatriotas Ari Vatanen e Timo Salonen, e toda aquela maquinaria era controlada pelo pulso firme de Jean Todt.

O carro foi construído de propósito para aquele rali, um pouco para contrariar os avanços da marca francesa, mas também para mostrar ao mundo que, ali, eles mandavam. E que tinham o finlandês certo para a tarefa. Infelizmente, Mikkola não chegou ao fim, mas a máquina alemã perdurou.

O filme desse Rali dos 1000 Lagos de há 36 anos foi hoje mostrado pelo amjayes no seu canal do Youtube. Dura meia hora, mas nem darão pelo tempo a passar!

quinta-feira, 23 de setembro de 2021

W Series: Ronda dupla em Austin substitui a Cidade do México


A W Series terminará no final de outubro com uma rodada dupla no circuito de Austin, em vez de ser no Autódromo Hermanos Rodriguez. O facto da corrida mexicana ter sido movida no calendário causou problemas logísticos dos quais só foram resolvidos com esta modificação. 

Assim sendo, nos dias 23 e 24 de outubro, estarão 50 pontos em disputa pela vitória no campeonato, numa altura em que Jamie Chadwick e Alice Powell estão empatados na liderança, ambos com 109 pontos, 34 à frente da finlandesa Emma Kimilainen.

Catherine Bond Muir, a diretora da W Series, afirmou sobre esta mudança: "Estamos, é claro, desapontados por não podermos concluir nossa temporada de 2021 no Autódromo Hermanos Rodriguez, onde o apoio à W Series e a nossa missão é muito forte. No entanto, as mudanças no calendário da Fórmula 1 teriam resultado em uma corrida independente da série por lá, o que seria logisticamente impossível para nós."

"Será uma maneira adequada de terminar nossa temporada de oito corridas sem fôlego e repleta de ação, e promete ser um fim de semana muito especial, pois celebramos tudo o que a Série W representa e os avanços gigantes que fizemos desde o lançamento, há três anos.", continuou.

"Se me tivessem dito que faríamos duas corridas no mesmo fim de semana em um dos eventos principais da Formula 1 apenas na nossa segunda temporada, eu teria me beliscado. Os pilotos da W Series produziram muitas corridas maravilhosas já este ano, aproveitando a oportunidade para brilhar no melhor palco do automobilismo."

"Eu sei que eles vão lutar de forma plana novamente no COTA, onde tudo estará em jogo e um final de arquibancada para a temporada está garantido com Alice Powell e Jamie Chadwick empatados em pontos no topo da classificação do campeonato.", concluiu.

The End: Nino Vacarella (1933-2021)


Nino Vacarella, um dos melhores pilotos de endurance do seu tempo, morreu hoje aos 88 anos de idade, em Palermo, a sua cidade natal. Ao serviço da Ferrari, venceu as 24 Horas de Le Mans em 1964, ao lado do francês Jean Guichet, venceu as 12 Horas de Sebring em 1970, ao lado de Mário Andretti e Ignazio Giunti, e venceu a Targa Florio por três ocasiões: 1965, 1971 e 1975.

Nascido a 4 de março de 1933, começou a correr no inicio da idade adulta no Fiat 1100 do seu pai, enquanto tomava conta do estabelecimento de ensino da família, o Instituto Oriani, que tinha caído nas suas mãos e os da sua irmã, após a morte prematura do seu pai. Participa primeiro em rampas, mas depois de em 1958, ter corrido num Lancia Aurelia 2500, com sucesso, e no ano seguinte, num Maserati, também com sucesso, o Conde Volpi o convidou para correr na sua equipa, a Scuderia Serenissima, de Veneza. Correndo com Maseratis, começa a dar nas vistas nos grandes eventos de Endurance, especialmente a Targa Florio, o seu "quintal". Em 1960, ao lado do experiente Umberto Magioli, liderou a prova por duas voltas, antes do carro quebrar. Continuou a correr em 1961 ao lado de gente como Ludovico Scarfiotti, Giorgio Scarlatti e Carlo Maria Abate, começando a participar pela primeira vez nas 24 Horas de Le Mans e nas 12 Horas de Sebring, sem resultados relevantes, mas mostrando correr ao lado dos melhores pilotos de então.

E foi também em 1961 que teve a sua estreia na Formula 1, quanto correu no GP de Itália num De Tomaso-Alfa Romeo que a Scuderia Serenissima inscreveu, acabando por não terminar a prova. No ano seguinte, participou em três provas, não se qualificando no Mónaco e conseguindo um nono posto em Monza, num Lotus 24. 

No final de 1962, Vacarella é contratado para correr na Ferrari, ao lado dos britânicos Mike Parkes e John Surtees. A ideia é de correr quer na Formula 1, quer na Endurance, mas é nesta última que consegue os seus maiores feitos. É segundo em Sebring, ao lado de Willy Mairesse e Lorenzo Bandini, mas apenas em 1964 é que consegue o seu primeiro grande feito na Scuderia, ao triunfar nas 24 Horas de Le Mans, no Ferrari 250TR, ao lado do francês Jean Guichet. Voltaria a correr com ele cinco anos depois, num Matra M630, para ser quinto da geral.


Mas por fim, em 1965, triunfou na "sua" Targa Florio, ao lado de Bandini. Dois anos depois, em 1967, eles pareciam ir a caminho de novo triunfo, mas um despiste no seu Ferrari 330 os impediu de continuar devido aos estragos sofridos pelo carro. Já nessa altura, era um ídolo na sua terra natal e era frequente ler inscrições de "Viva Nino" nas paredes à volta do circuito de Madonie.

Em 1970, triunfou em Sebring, ao lado de Mário Andretti e Ignazio Giunti, numa prova onde a corrida foi decidida nos últimas instantes, depois de uma prova de trás para a frente por parte do italo-americano, que conseguiu bater o Porsche 908 dos americanos Pete Revson... e Steve McQueen. Contudo, no final do ano, saiu da Ferrari e rumou para a rival Alfa Romeo, que nesta altura, desenvilvia os T33. Foi terceiro em Sebring, em 1971, antes de nova vitória na "sua" Targa Florio, e em 1972, foi de novo terceiro em Sebring e quarto em Le Mans, ao lado de Andrea de Adamich.

Em 1975, aos 42 anos, Vacarella venceu pela terceira e última vez na Targa Florio, de novo a bordo de um Alfa Romeo T33, ao lado de Arturo Merzário, numa vitória popular numa altura em que correr ali com aqueles carros começava a ser demasiadamente perigoso nas estradas estreitas daquele canto da Sicilia. Pouco depois, pendurou o capacete e se dedicou ao ensino na escola familiar.


Sobre Vacarella, Enzo Ferrari escreveu na sua autobiografia:

"Calmo e sóbrio por fora, você podia sentir que dentro dele queimava o fogo e a paixão de sua terra natal. O percurso do Madonie destacou suas habilidades como piloto de estrada e foi preciso algo especial para ele não vencer ou pelo menos estar entre os líderes."

Até hoje, Vacarella e Guichet eram a dupla mais antiga ainda viva a triunfar nas 24 Horas de Le Mans, durando 57 anos depois de terem triunfado em La Sarthe. E de uma certa maneira, era já um dos últimos representantes de uma geração já distante, heróis dos nossos pais que arriscavam a vida todas as vezes que iam para a estrada, pela adrenalina da ocasião. Ars longa, vita brevis, Nino. 

quarta-feira, 22 de setembro de 2021

A imagem do dia (II)


A manobra de Villeneuve sobre Schumacher - ah, como ficamos iludidos! - calhou precisamente cinco anos depois de ter acontecido esta imagem das boxes no mesmo Autódromo do Estoril. O azarado foi Nigel Mansell, mas a culpa tem de ser atribuida a ambos os lados, especialmente os mecânicos, que se esqueceram de apertar a porca do Williams, que perseguia a liderança para colocar Ayrton Senna sob pressão no campeonato. E provavelmente, este momento entregou o campeonato ao piloto brasileiro.

Quando a Formula 1 chegou ao Autódromo do Estoril, Mansell tinha batido Senna em Monza e reduzido a distância do campeonato para 18 pontos - 59 contra os 77 do brasileiro - mas como este tinha sido segundo na corrida italiana, parecia ter tudo controlado. Mansell estava sob pressão, muita. o FW14 teve problemas de juventude, e nas primeiras chances de vitória, como no Canadá, tinha desperdiçado. Só conseguiu a sua primeira vitória em Magny-Cours, mas a seguir, triunfou em Silverstone - onde deu a famosa boleia a Senna - e Hockenheim, e aqueceu o Mundial.

E para piorar as coisas, na qualificação, Senna ficou na sua frente. Não fizera a pole - essa ficou nas mãos de Ricciardo Patrese - ambos ficaram na segunda fila. Mansell fez uma das suas largadas - quase derruba Senna - para ver se ficava com o primeiro posto, mas Patrese e Gerhard Berger tentaram bloqueá-lo. Foi segundo, e parecia que o italiano ia embora. Mas na volta 18, o britânico passou o italiano e ele parecia que voltaria a triunfar.

Mas na volta 29, Mansell vai às boxes para uma paragem prolongada. E deu no que deu. O "brutânico" não era virgem nestas situações. Menos de um ano antes, em Suzuka, ainda na Ferrari, liderava a prova quando foi às boxes e queimou a embraiagem, deixando escapar uma vitória certa. Mas ali, as suas chances de vitória e de ter uma chance na luta pelo título, foram definitivamente por água abaixo. Verdade que depois voltou a vencer em Barcelona, mas o mal tinha acontecido e o título mundial encaminhava alegremente para as mãos do brasileiro. 

No final, Patrese triunfou e Senna ainda conseguiu mais seis pontos, ao ser segundo. Até poderia ser campeão em Espanha, se ele não terminasse a corrida. Mas nessa tarde, o que ficou na mente foi aquela má manobra da Williams. A pressa é sempre inimiga da perfeição... 

A imagem do dia


Ontem falei dos quatro pilotos que se sentaram por cima do muro das boxes. Hoje, falo da ultrapassagem que apanhou Michael Schumacher "com as calças na mão", do qual faz hoje 25 anos. E na última vez que a Formula 1 correu no Estoril. 

Jacques Villeneuve tinha a aura toda em 1996. Campeão da CART, vencedor das 500 Milhas de Indianapolis, filho de Gilles Villeneuve, piloto da Williams, a equipa que ganhava tudo, contra um Schumacher que tinha ido para a Ferrari para reconstruir uma equipa e levá-la para o cume, não interessava o tempo que durasse. Villeneuve era jovem, fresco e todos olhavam para ele com esperança e altas expectativas. E era o que andava a fazer naquela temporada.

Quando a Formula 1 chegou a Portugal, Schumacher tinha acabado de vencer em Monza, e via-se que a Ferrari tinha evoluído imenso com o seu chassis. Damon Hill estava mais preocupado com o seu companheiro de equipa, e sabiam que Schumacher não seria ameaça, mas depois do que tinha conseguido nessa prova, já entendiam que num futuro próximo, ele voltaria para a primeira linha.

A manobra aconteceu quando ambos lutavam pela terceira posição. Villeneuve tinha ido às boxes para o primeiro reabastecimeto e tinha apanhado o alemão. Aproximou-se e colocou-se lado a lado, por fora, na Parabólica, e parecia que o canadiano ia levar a melhor, antes de aparecer pela frente o Minardi de Giovanni Lavvaggi - descrito como "desesperadamente lento" por um dos comentadores - e parecia que Villeneuve tinha de levantar o pé. Na realidade, ele acelerou ainda mais e conseguiu manobrar para ficar na frente do alemão, e depois de passar o italiano, que era companheiro do Pedro Lamy, manteve-se na frente do alemão.

No final, foi um belo presente, e ainda por cima, Villeneuve acabou por ganhar, na frente de Hill e Schumacher, na quarta vitória da sua carreira, e ainda iria ter uma chance de alcançar o título mundial. Contudo, no Japão, ele acabou por desistir e Hill foi coroado como vencedor, o primeiro filho de campeão a ser campeão. 

O que não sabíamos, naquela tarde, era que iria demorar 24 anos e uma pandemia para voltar a ver as máquinas da Formula 1 na nossa terra, e noutro circuito. 

Youtube Formula 1 Video: A genialidade de Fangio

Na atualidade, apenas os fãs que melhor conhecem a história podem falar com autoridade sobre Juan Manuel Fangio, o argentino que aos 40 anos foi para a Europa e maravilhou o automobilismo na sua primeira década, vencendo cinco títulos mundiais e 24 corridas, algumas em condições quase impossíveis.

E sendo falado por pessoas que não o viram correr, e alguns deles, nunca o viram vivo, é outro feito. Portanto, ver um video do Josh Revell onde fala de "El Chueco" é um feito. Portanto, vamos lá apreciar aquilo que ele fez sobre ele. 

Russel não tem nada a perder, afirma Rosberg


George Russell não tem nada a perder em 2022. Quem afirma é Nico Rosberg, antigo piloto da Mercedes e campeão em 2016, o único que conseguiu bater Lewis Hamilton. Para ele, mais do que o potencial que já demonstrou, é o facto de provavelmente, 90 em cada cem pessoas não acreditam que seja o aluno que supere o mestre e seja o novo comandante da Mercedes. E aconselha-o a conquistar a equipa, para o ter a seu lado.

Ele não tem nada a perder, ninguém espera que ele leve a melhor sobre Hamilton. Mas se o fizer, é o maior herói de sempre”, disse o piloto alemão. “Ele precisa de se rodear de boas pessoas e de jogar um elemento da equipa. Levar os rapazes a jantar fora, coisas desse género. As pessoas precisam de ver que te preocupas com eles. Lewis não fez isso no início porque era tão rápido, e achava que não precisava de fazer mais”, aconselhou.

Russell correrá na Mercedes em 2022, depois de três temporadas na Williams, onde conseguiu um pódio e algumas corridas nos pontos. A Formula 1 continua neste final de semana em Sochi, na última corrida europeia de 2021.

terça-feira, 21 de setembro de 2021

A imagem do dia

 


Deve haver dezenas de imagens deste momento. Para o assinalar, decidi ser um pouco diferente. Ao colocar Bernie Ecclestone aqui, basicamente estou a falar quem foi a pessoa que esteve por trás da ideia. Como é sabido, ele faria de tudo para colocar a Formula 1 no topo das noticias, e a três provas do fim, quatro pilotos poderiam ser campeões, embora Ayrton Senna já estava a ficar um pouco mais distante.

Contudo, a soberba pole-position que tinha feito na qualificação, no seu Lotus-Renault, colocou toda a gente de boca aberta, e dando esperança para que ele pudesse lutar pelo titulo mundial. Nigel Mansell liderava com 61 pontos, cinco na frente de Nelson Piquet, oito na frente de Alain Prost e treze de Ayrton Senna, que tinha 48. Mas com 27 pontos em jogo, imaginem que o brasileiro da Lotus ganhasse as três corridas seguintes?

Ecclestone sabia montar um bom espectáculo. E no final da qualificação, juntou os quatro e a imprensa em peso tirou essa foto diante da bancada A do Autódromo do Estoril. E esperavam que a corrida fosse emocionante, para saber qual deles iria ceder na corrida para o título daquele ano. E será que foi?

Nem por isso. Mansell foi-se embora na partida e só o viram na meta. Senna andou no segundo posto por muito tempo, até que ficou sem gasolina na volta final, acabando na qureta posição, sendo passado por Prost e Piquet, que compuseram o pódio. O quarto posto de Senna praticamente o afastou do título, talvez a última chance do Lotus-Renault, e parecia que o britânico ia a caminho de um inevitável título mundial. 

Vocês conhecem o final da história. E se calhar, são estes os motivos pelos quais estes momentos são inesquecíveis aos nossos olhos. Mas não isto não foi uma coisa espontânea. Foi aquele baixinho de camisa branca que montou tudo. Tanto que fez a mesma coisa 24 anos depois, na Coreia do Sul, com cinco pilotos. Mas nada bate o original.

Youtube Rally Video: Juha Kankkunen, Finlândia 1994

Continuando com os vídeos de ralis passados, agora que o Rali da Finlândia se aproxima a passos largos- estamos a uma semana e meia do evento - trago aqui a edição de 1994 da prova, onde Juha Kankkunen teve uma corrida que começou muito mal, com um capotamento na segunda especial, caindo para a... 76ª posição! Contudo, acabou muito bem, quase a roçar o milagre, chegando aos pontos no nono posto e assegurando o título de Construtores à Toyota... 

Mas na realidade, aquela condução "maníaca" de Kankkunen houve muita habilidade, experiência ao volante e atitude de "nada a perder". 

Noticias: Sochi será muito chuvoso


Depois de sol em Monza, Sochi, palco do GP de Rússia, poderá ser muito chuvoso. O tempo previsto para o final de semana na cidade à borda do Mar Negro é e chuva o tempo todo. Sexta, sábado e domingo, poderá ter ora aguaceiros, ora chuva intensa, com temperaturas a rondar os 18 graus ao longo do fim de semana.

Como é sabido que a Formula 1 terá muitos cuidados com este tipo de tempo - foi isso que vimos em Spa-Francochamps, com a floresta das Ardenas a não ajudar - não se saberá muito bem como é que a pista se comportará com este tipo de tempo, porque este Grande Prémio nunca foi corrido neste tipo de condições meteorológicas. 

Evidentemente, mais para o final da semana se saberá como ficará o tempo. Mas em caso de precipitação, não será uma corrida normal, isso é certo. 

 

segunda-feira, 20 de setembro de 2021

Noticias: Tost elogia Tsunoda


A primeira temporada de Yuki Tsunoda pode não ser tranquila, mas a Alpha Tauri está contente com o desempenho do piloto japonês de 21 anos. Franz Tost, o diretor da marca, afirmou quem apesar de não estar a par de Pierre Gasly, tem feito um trabalho razoável e diz que nunca pensou em substituir o jovem nipónico:

Nunca pensei em substituí-lo, porque hoje em dia, se trouxermos um estreante para a Fórmula 1, temos de lhe dar tempo. A Fórmula 1 é tão complexa, tão difícil que não se pode esperar que um jovem venha, e mostre ao aos pilotos experientes como se faz. Yuki até agora tem feito um trabalho razoavelmente bom.", começou por dizer. 

"Ele tem sido rápido, terminou em Budapeste na sexta posição e na sua primeira corrida foi nono no Bahrein. Claro que teve alguns acidentes, mas eu digo sempre que o período de acidentes faz parte do processo educativo, como é que alguém vai encontrar o limite se não lhe for permitido acidentes. Agora espero que este período esteja terminado agora.”, continuou

Estamos ansiosos pela segunda metade da época, embora não se torne fácil porque todos estes jovens pilotos não conhecem nem a América, nem o México, nem São Paulo, nem a Turquia. Arábia Saudita ninguém conhece, pelo que há muito trabalho à nossa frente para o levar a um bom nível mas, ao lado de Pierre Gasly, que é hoje um dos pilotos mais rápidos da Fórmula 1, ele pode aprender muito, pode comparar os dados e as suas capacidades. Penso que ele vai melhorar e estou ansioso por ver este alinhamento de pilotos no próximo ano, quando teremos um carro novo, pelo menos teremos uma constante e isso é importante para nós”, concluiu.

A Formula 1 volta à ação no final da semana em Sochi, quando faltam oito provas para o final do campeonato. 

Youtube Automobile Vídeo: A obsessão pela velocidade em terra

Velocidade é uma coisa fabulosa, certo? A ideia de seres o mais rápido de todos, ou até tocar os limites da física é uma sensação próxima da maravilha, da experiência religiosa. Contudo, quando as marcas de supercarros começam a dizer que o seu carro alcançou velocidades acima dos 500 km/hora em estradas normais, as pessoas tem duas reações: as de espanto... e as de desconfiança. 

Em 2020, o SSC Tuatara reclamou ter alcançado 532 km/hora numa estrada no Nevada, mas cedo apareceram gente que colocou tudo em séries dúvidas, até o video, que poderia ter sido adulterado. Claro, a polémica instalou-se e no final, descobriu-se que aquela velocidade não aconteceu.  

Agora, o Noah Sykes, do Donut Media, decidiu fazer um video sobre esta polémica, explicando o que aconteceu e porque é que aconteceu. 

domingo, 19 de setembro de 2021

A imagem do dia


Há precisamente 50 anos, acontecia a primeira corrida que acabou antes de tempo. Em Mosport, no Canadá, a tempestade que caiu ao longo do dia e da corrida, Jackie Stewart levava a melhor sobre a concorrência, mas a prova terminou na volta 64, das 80 previstas.

Contudo, no meio de uma corrida onde, em termos de campeonato, tudo já estava decidido desde há muito, a grande novidade foi um McLaren, e um piloto que, sendo novato na categoria máxima do automobilismo, mostrou-se e tornou-se no piloto do dia: Mark Donohue. E claro, foi também a primeira vez que a Formula 1 ouvia falar de Roger Penske.

Em 1971, ambos andavam em tudo que era carro. Desde a Can-Am, até à IndyCar, passando pela Trans-Am, faziam mais de três dezenas de corridas e mostrando que tinham sucesso. A meio de setembro, com um fim de semana vago, e depois de terem corrido contra boa parte do pelotão da Formula 1 no Questor Grand Prix, na California, viu-se que seria uma boa ideia se corressem nas provas americanas da Formula 1. Alugaram um McLaren M16 e conseguiu um digno oitavo posto na grelha de partida.

A corrida foi uma de sobrevivência, entre Stewart e Ronnie Peterson, no seu March. A chuva foi constante, mas o problema era a visibilidade, que era diminuta, ao ponto em que  organização decidiu que o melhor era acabar a corrida por ali. Na volta 64, mostraram a bandeira vermelha e com mais de 75 por cento realizado, todos os pontos seriam atribuidos. Já Donohue, apesar de não estar habituado a estas condições, adaptou-se e subiu paulatinamente na classificação geral, e foi o último a ficar na mesma volta do vencedor, na frente até do McLaren oficial de Dennis Hulme. Um resultado que ninguém esperava, mas não era tão surpreendente, dada a grande experiência automobilística e grande capacidade de adaptação por parte do "Capitain Nice".

Contudo, havia outras prioridades. Por causa da Can-Am, somente três anos depois é que Donohue e Penske regressariam à Formula 1, numa aventura com final prematuro e trágico. 

Sobre "Schumacher", a minha critica


Consegui ver esta noite o documentário "Schumacher", mesmo não tendo Netflix, confesso. Para documentário, é grande - maior que "Senna", por exemplo - mas ao longo de quase duas horas de filme, dá-nos uma ideia do que foi o primeiro dos pilotos a alcançar sete títulos mundiais, e como conseguiu lá chegar. Antes de o ver, li algumas criticas sobre o documentário, mas queria ver por mim mesmo para saber se aquilo que falam tem algum fundo de verdade. Porque, tal como Senna, observei a carreira do piloto alemão desde o inicio. E até antes do inicio, quando ele era um dos pilotos juniores da Mercedes na Endurance, ao lado de Karl Wendlinger e Heinz-Harald Frentzen.

O filme, feito por Hanns-Bruno Kammertöns, Vanessa Nöcker, Benjamin Seikel e Michael Wech, começa com uma imagem de Schumacher de férias, a fazer mergulho, com a família, antes de passar por ele a sair do túnel do Mónaco, a bordo de um dos seus Ferrari vencedores de títulos. E a partir daqui, é a vida dele, contada pela família, com as cenas de pista entrecortadas com a ida familiar, de uma forma extremamente acessível, nunca vista antes, e se calhar, depois. E é assim ao longo dessas quase duas horas de duração.

Há cenas marcantes: Imola, 1994. Adelaide, nesse mesmo ano. Aida, 1995. Todas as cenas que o marcaram e depois, deram os títulos à Benetton. E depois, a Ferrari e a razão porque ele foi para lá. 

O mais surpreendente no filme é o papel de Niki Lauda. Pouco falado, mas o austríaco esteve por trás da contratação de Schumacher na Ferrari, como consultor. No mesmo tipo de coisa fez 16 anos depois quando contratou Lewis Hamilton para a Mercedes - em substituição de... Schumacher - deu o primeiro passo para a era que se abriu na Scuderia. E ali, todos falam da sua ética obsessiva de trabalho, do primeiro a entrar e o último a sair, sempre tentando alcançar os cem por cento que podia tolerar para ser aquilo que era: um piloto muito bom, com "killer instinct" e que faria de tudo para se manter por lá.

E o mais interessante nele: nunca aceita as responsabilidades em caso de acidente. Acha que sempre tem razão. E se calhar é por isso que foi sempre tão odiado como amado. 

Mais cenas: Barcelona, 1996. Jerez, 1997. Spa, 1998. Silverstone, 1999. Pontos mais baixos que altos na sua dura caminhada na Scuderia para alcançar o topo. E as dúvidas. Depois, Monza 2000, onde chega aos 41 triunfos, iguala Senna e chora na conferência de imprensa. A partir daqui, são mais os altos que os baixos. Os títulos mundiais e o domínio que muitos queriam e achavam que a Scuderia merecia. 

E depois, o final, com o acidente que teve perto do ano novo de 2014. As reações da família indicam algo do qual todos entendem desde então: Schumacher é um "vegetal" e pouco evoluirá da sua condição até à sua morte física, daqui a provavelmente, muitos anos. Não dizendo, nem mostrando nada, as suas reações corporais dizem tudo: nada será como dantes. E as expressões de Mick Schumacher, que segue os passos do pai, também dizem bastante.

Que conclusão se tira? É um documentário sobre Michael Schumacher, mas há coisas que deixam de fora. Algo completo duraria provavelmente umas quatro horas de duração, mas havia um objetivo conquistado: mostrar que era um ser humano, determinado em vencer. E que triunfou no caminho que tinha escolhido para viver a vida. E como ser humano que é, com virtudes e defeitos, uma família que o adora, apesar de tudo, que se expôs para contar a sua versão da história. É isso.