sábado, 8 de março de 2025

As imagens do dia





Hoje é sábado, 8 de março. É dia Internacional da Mulher, e ao longo da história dos ralis, existiram muitas que andaram a bordo de potentes máquinas, conseguindo até resultados de relevo. Os mais antigos lembram de Pat Moss, a irmã de Stirling Moss, que triunfou em provas nos anos 50 e 60, ao ponto de ter uma fama paralela ao seu irmão, na "pré-história" dos ralis. E nos anos 80, os feitos de Michele Mouton, nas máquinas de Grupo B, onde venceu quatro provas à geral e foi vice-campeã em 1982, passando para a história como sendo a única mulher que domou as máquinas de Grupo B. 

Mas hoje falarei de outra mulher, que pouco ou nada é falado: a escocesa Louise Aitken-Walker. E é um pouco injusto, porque falamos de alguém que ganhou títulos sancionados pela FIA. Nascida a 21 de janeiro de 1960, em Duns, na fronteira com a Inglaterra - mesmo lugar onde nasceu Andrew Cowan e onde morou Jim Clark e a sua família - começou a correr em 1979, num Ford Fiesta, dpeois da marca ter feito um concurso para encontrar uma mulher para pilotar ralis. Aitken, que é fã de cavalos e a mais nova de oito irmãos - seis meninas e dois rapazes - acabou por ser a escolhida. E ela se deu bem. Nos anos seguintes, ela correu nos ralis britânicos, com a sua participação ocasional no RAC Rally, pelo menos por uma década. 

Contudo, em 1989, as coisas foram diferentes. Primeiro, uma participação no Campeonato de Turismos, na classe C, a bordo de um Vauxhall Astra GTE, acabando na segunda posição, em 1990, decidiu apostar numa temporada inteira no Campeonato do mundo de ralis. O objetivo? Ser a campeã na Taça das Senhoras. E o carro era o mesmo: um Vauxhall Astra GTE, que no continente europeu, era o Opel Kadett GTi. A navegadora iria ser a sueca Tina Thorner, que já tinha andado com gente como Lars-Erik Torph.

Depois de ter estado perto dos pontos, com um 11º posto no rali de Monte Carlo, na frente da sua rival, a italiana Paola de Martini, o próximo rali era o de Portugal. Disputado no inicio de março, o rali foi sempre chuvoso. E no primeiro dia, as coisas poderiam ter acabado muito mal para ela.

A quarta especial era o de Figueiró dos Vinhos, perto da barragem do Cabril. Em piso de terra e debaixo de chuva, Aitken-Walker andava entre os lugares pontuáveis quando numa curva para a esquerda, falhou o ponto de travagem e o carro tombou mais de 30 metros, rumo à albufeira. O carro entrou na água e parou cerca de 10 metros de profundidade, enquanto que as testemunhas esperavam, de respiração suspensa, para que ambas aparecessem à superfície. 

Isso só aconteceu cerca de um minuto depois, para alívio de tudo e todos. Um cameraman amador gravou o incidente e pouco depois, a noticia do seu acidente correu mundo. Anos depois, em 2023, contou ao site Dirtfish o que realmente aconteceu

E tudo começou mal desde o começo, com uma intoxicação alimentar e o instinto feminino a afirmar que algo de mau poderia acontecer.

Foi uma coisa estranha porque nunca me senti confortável em Portugal", começou por afirmar, na entrevista à dirtfish.com. "Era o aniversário da Tina, saímos, alguém lhe pôs qualquer coisa na bebida, então tivemos ali um problema. Tivemos uma intoxicação alimentar, uma intoxicação alimentar muito grave, aconteceu-nos outra coisa e tive um mau pressentimento. Liguei ao Graham [Walker, o marido] e disse-lhe: ‘Estou com um mau pressentimento em relação a este acontecimento’. E ele me respondeu: ‘Oh, não sejas idiota, ganhaste ao Monte Carlo e é tudo emocionante’. Mas, de qualquer forma, na primeira noite houve um superespecial e pela primeira vez na minha vida vi o Hannu Mikkola a ter uma avaria e pensei: 'Sabem, queria que fosse eu'. Era apenas algo estranho.", continuou.

No dia seguinte estávamos a todo o vapor, tudo estava ótimo, foi apenas uma coisa estúpida, estúpida, estúpida que te aconteceu, que tenho a certeza que todos os pilotos terão em algum momento (...). Era um dia [ensolarado], com pneus slick [calçados] e depois o céu abriu-se, mas quero dizer, granizo como bolas de golfe e, ah, foi uma chuva torrencial. E estas pequenas estradas, elas retinham a água, então quando chegava ao seu ponto de travagem... porque eu lembro-me de tocar isto várias vezes e fazia assim [cruza os braços para demonstrar a curva] então pensei, fui eu? Mas não, virei-me e ele simplesmente deslizou para fora do penhasco.", começou por descrever o acidente.

Saímos do lado direito [da estrada], eu estava do lado esquerdo [do carro], e a Tina começou a falar sueco e eu pensei: 'que raio é que ela está a falar?' E eu sabia, eu sabia que algo estava muito errado, e fechei os olhos porque pensei que íamos ribanceira abaixo, e que foi o que aconteceu. Como é que ambos saímos vivos disto, não sei.

Foi como levar uma pancada na cara com um peixe molhado!” conseguiu rir-se quando descreve o momento em que o carro embateu na água. “Estava um frio de rachar, que choque levei. Caiu de cabeça para baixo, sabe, imediatamente na água, eu pensei: 'Ah, bem, vou afundar-me com o navio', se é que me entendem. Mas não entrei em pânico quando estava lá em baixo. Não entrei em pânico, estava no controlo, e sei que se vão rir, mas eu trabalhava na piscina, era guarda de praia e adorava água, por isso nunca tive medo da água. Mas quando começa a inalar, já está muito próximo. E eu estava a inalar a água."

Meu Deus, eu estava doente como um cão quando acordei, mas nunca entrei em pânico. Pensei que não conseguiria sair do carro, mas que era mesmo isso. Era disso que estava a falar, era dessa conversa que tinha tido com Graham três dias antes. Foi estranho.", concluiu.

Apesar do choque, ela decidiu continuar, e na Córsega, era sexta na geral quando teve um problema na correia do motor, acabando por abandonar, e assim, largar uma grande chance de pontuar. Contudo, nos quatro ralis seguintes, conseguiu quatro vitórias na categoria e acabou por triunfar na Taça FIA das Senhoras, a primeira britânica a ganhar um Mundial de ralis, antes de Colin McRae e Richard Burns

E os britânicos não esqueceram: no final desse ano, conquistou a Troféu Seagrave, que celebra os feitos britânicos nos desportos motorizados, ganho por gente como Jackie Stewart, Jim Clark, Malcom Campbell e Stirling Moss, entre outros, e foi condecorada com o MBE, Membro do Império Britânico, pelos seus feitos desportivos.  

Mas toda essa publicidade apanhou-a em choque. Queria o campeonato, mas não esperawa as consequências. 

O que a publicidade ou o que todas as pessoas de RP queriam fazer era problema deles, tudo o que eu queria era levar este campeonato para o Reino Unido. Mas, meu Deus, eu estava quase a chorar no RAC. Eu não podia acreditar, toda a gente estava a dar-te palmadinhas e a dar-te [parabéns], eu nunca tinha passado por isto na minha vida antes. O apoio que recebi foi inacreditável e eu não podia acreditar, uma menina de Duns e todas estas pessoas a quererem conhecer-te e a quererem falar sobre ti. Foi ótimo, foi ótimo, mas não percebi o gigantesco que era quando realmente ganharmos o campeonato.

Agora, quando se pensa nisso, já caiu a ficha, mas na altura era só trabalho, trabalho, trabalho, mas sim, foi incrível. Tens os troféus, prémios e fotos para o provar, por isso sim, ótimo.

No ano seguinte, passou para um Ford Sierra Cosworth 4x4 e um décimo lugar no RAC foi o seu melhor resultado, conseguindo o seu primeiro - e único ponto - da sua carreira, pois no final de 1991, pendurou o capacete para prosseguir a sua vida com a família. Hoje em dia, vive em Duns, onde gere um concessionário com o marido, mas o mundo dos ralis não a esqueceu: em 2002, entrou no Scottish Sports Hall of Fame, ao lado de gente como os fuebolistas Alex Ferguson, Dennis Law e Kenny Dalglish, o golfista Colin Montgomery, o ciclista Chris Hoy e os heróis automobilísticos como Clark, Dário Franchitti, McRae e Stewart. 

CPR 2025 - Rali Serras de Fafe (Final)


Kris Meeke acabou a ganhar o rali Serras de Fafe, primeira prova do Campeonato de Portugal de Ralis (CPR). O piloto da Toyota levou a melhor sobre Dani Sordo, no seu Hyundai i20 Rally2, a 32,3 segundos,  e Armindo Araujo, a 1.38.8, no seu Skoda Fabia Rally2, na frente de Ricardo Teodósio, a 2.57,2, em ritmo de adaptação do seu Toyota. 

O segundo dia ficou marcado pela desistência de Martins Sesks, no seu Ford Fiesta Rally2 da Past Racing, por causa de problemas de direção, na sétima especial do rali, quando andava ao ritmo dos primeiros. 

Mas comecemos pelo principio. Depois das três especiais desta sexta-feira, o dia de sábado começava com muita chuva, e oito especiais, com passagens duplas por Luílhas, Cabeceias de Basto, Seixoso e Lameirinha, a última das quais a Power Stage.


Na primeira passagem por Luílhas, Sesks era o melhor, 1,4 segundos sobre Meeke e 13,7 sobre Armindo, com Teodósio em quarto, a 17 segundos. Sordo atrasou-se, perdendo 47,4 segundos na especial devido a um furo. Sesks continuou a acelerar na quinta especial, a primeira passagem por Cabeceiras de Basto, com 3,5 segundos de vantagem sobre Meeke, seis segundos sobre Sordo e 21,3 sobre Armindo, com o letão a passar para o comando pela mínima das vantagens: 0,1 segundos. 

Contudo, na sexta especial, segunda passagem por Luílhas, o golpe de teatro: Sesks tinha problemas de direção, dificuldades para andar, e a desistência foi inevitável. Meeke foi o vencedor, 13,4 segundos sobre Ricardo Teodósio e 14,2 sobre Dani Sordo. Com isso, o britânico da Toyota passava para o comando, com quase um minuto e 25 segundos sobre Sordo. 

No final da manhã, segunda passagem por Cabeceiras de Basto, Sordo foi o melhor, agora que Meeke decidiu abrandar o seu ritmo, para levar o carro até ao final, 2,6 segundos sobre Ricardo Teodósio, 6,4 sobre Gil Membrado e 6,8 sobre Armindo Araújo. Meeke perdia 49,2 segundos, também por causa de um furo, e a diferença entre os dois (Meeke para Sordo) era de 35,2 segundos. 


Na parte da tarde, Meeke tinha os seus problemas resolvidos e ganhou na primeira passagem por Seixoso, ganhando 5,4 segundos sobre Sordo, 15,0 sobre Armindo e 17,4 sobre José Pedro Fontes. O britânico voltou a ganhar na primeira passagem por Lameirinha, 5,2 segundos na frente de Dani Sordo - que se queixava da afinação do seu carro - e 15,3 sobre Armindo. Ele continuou a acelerar na segunda passagem por Seixoso, quatro segundos na frente de Armindo Araújo, 4,4 sobre Dani Sordo e 16,2 sobre Ricardo Teodósio. 


Na Power Stage, Sordo levou a melhor, 17,3 segundos sobre um Meeke totalmente a controlar a situação, Armindo foi o terceiro, a 21,4 e o quarto melhor foi Ricardo Teodósio, a 36,9. Pequeno detalhe: o quinto, Ernesto Cunha, chegou coim um atraso de... 1.05,2 segundos sobre o vencedor da Power Stage. José Pedro fontes perdeu quase dois minutos na Power Stage, por causa da transmissão, acumulando com os problemas que teve no final da manhã. 

Depois dos quatro primeiros, Pedro Meireles foi o quinto, a 4.53,8, sempre constante, sem estragos, na ferente de José Pedro Fontes, a 6,20,8, e a sofrer com a transmissão do seu Citroen C3, que quebrou por duas vezes. Ernesto Cunha foi o sétimo, a 6.43,7, passando na última especial o Ford de Gil Membrado, oitavo a 7.12,1.  

A fechar o "top ten" ficaram o Hyundai i20 N5 de Miguel Carvalho, a 10.47,2 e o Peugeot 208 Rally4 de Guilherme Meireles, e vencedor na classe 2 Rodas Motrizes, a 14.12,7.

O Campeonato de Portugal de Ralis continua com o rali do Algarve, que acontecerá no fim de semana de 28 e 29 de março, à volta de Lagos. 

sexta-feira, 7 de março de 2025

A imagem do dia (II)






"Titanak". Foi o que chamaram a ele depois do que lhe aconteceu. E nem era a primeira vez que isso aconteceu - 25 anos antes, em Portugal, a britânica Louise Aitken-Walker também acabou no fundo da albufeira de Cabril com o seu Opel Kadett GTE - mas as imagens "onboard" do Ford Fiesta WRC a ficar inundado ficaram nos anais dos ralis. Até há maquetes do acontecimento!

Mas conte-se a história. Estamos no rali do México de 2015, a contar para o Mundial de ralis. Os eventos que se contam aqui aconteceram no segundo dia, na especial "Los Mexicanos".O estónio Ott Tanak estava a fundo quando numa curva, tocou numa pedra e saiu fora da estrada. A parte que interessa é que erra curva ia dar à albufeira de uma barragem, e o carro, depois de uns capotanços, caiu de pé na água. Ele e o seu navegador, Raigo Molder, depois de virem que não estavam feridos, tiveram o sangue-frio suficiente para saírem do carro antes deste se afundar no fundo da barragem, a mais de uma dezenas de metros de profundidade.

E tudo isto foi captado em vídeo, perante os olhares de milhões um pouco por todo o mundo. 

Mas essa oi a primeira parte. Horas depois, a equipa de assistência foi ao local e conseguiu rebocar o carro do fundo, e o Ford reapareceu perante os olhares de todos, quase como se estivessem a resgatar o Titanic ou algo assim. E quando chegou ao parque de assistência, decidiram passar a noite em claro para colocar o carro em ordem para que Tanak pudesse regressar à estrada no dia seguinte. E conseguiram, perante os aplausos de tudo e todos!

Anos depois, em março de 2022, o pessoal do Dirtfish decidiu recordar os eventos dessa altura, Tanak contou que a certa altura, o cabo do intercomunicador tinha ficado preso no seu capacete, à medida que o carro se afundava. “Senti como se o capacete me estivesse a sugar”, recorda Tänak. “Parecia irreal que eu saísse vivo daquilo.

Não há nenhum processo escrito para algo deste género. Só tem de fazer o que puder e tentar manter a calma”, afirmou Richard Millener, diretor da equipa M-Sport.

No regresso, debaixo das regras do Rally2, as chances de pontuar eram remotas, mesmo para um rali duro como aquele que era o mexicano. Acabou na 22ª posição, e no pódio, comemorou com... máscaras de mergulho, um sinal de que perante situações-limite, nada como um bom momento de humor. 

As imagens do dia




Caso Fernando Alonso ganhe uma corrida em 2025, poderá, com os seus 43, ou 44 anos, ser o piloto mais velho de sempre a triunfar, igualando um recorde que faz 55 anos em 2025. 

E esse recorde foi alcançado a 7 de março de 1970, no circuito sul-africano de Kyalami. Faz hoje 55 anos. Contudo, o seu vencedor, Jack Brabham, era um piloto que há quase cinco anos procurava retirar-se da competição, devido a pressões familiares, especialmente da sua mulher. Porque não fazia? Não tinha alguém que o substituísse, nem como piloto, nem como proprietário.

Os primeiros sinais de que queria retirar-se apareceram em 1964, dois anos depois de ter fundado a sua equipa. Aos 38 anos, considerou que o americano Dan Gurney poderia ser o seu sucessor, como piloto, e a partir de 1965, passou a participar em menos corridas, preparando não só o chassis para a temporada seguinte, a primeira com os novos regulamentos de motores de 3 litros - preparados pela local Repco - como começaria a ficar mais em funções de direção, ao lado do seu braço direito, Ron Tauranac. Como companheiro de equipa de Gurney, ficaria um neozelandês, Dennis Hulme.

Contudo, no final de 1965, Gurney foi ter com Brabham e disse que tinha os seus próprios planos: montar a sua equipa. Contrariado, fez toda a temporada de 1966 como piloto, e aos 40 anos... tornou-se campeão do mundo. Nessa temporada, Hulme estava a seu lado e ele começou a pensar nele como seu sucessor. E o título de 1967, contra um Lotus 49 muito frágil, mas com um motor que prometia muito, o Cosworth de oito cilindros, parecia indicar isso. Mas no final do ano, ele decidiu ir para a equipa do seu compatriota, Bruce McLaren - e antigo companheiro de equipa de Brabham nos tempos da Cooper.

Em 1968 chega o austríaco Jochen Rindt, um piloto em ascensão na Cooper, com capacidade de ganhar corridas. Contudo, o motor Repco foi finalmente superado pelos Cosworth, e Brabham viu-se em dificuldades. Decidiu ficar com esse motor a partir de 1969, e queria que Rindt ficasse com ele, ajudando a colocar a equipa dos carris e ele poder ir embora tranquilamente. Mas, apesar de dois pódios e duas pole-positions, o austríaco atraiu a atenção de Colin Chapman, na Lotus, e ele pediu conselho a Brabham. 

A resposta ficou nos anais: "Se queres ser campeão do mundo, vai para a Lotus. Se queres sair vivo da Formula 1, fica na Brabham". Rindt escolheu a Lotus.

Para 1969, Brabham acolheu outra vedeta em ascensão, o belga Jacky Ickx. Então com 24 anos, tinha vindo da Ferrari, onde ganhara uma corrida à chuva, em Rouen. O carro era equilibrado e funcional, mas sem deslumbres visuais. O belga ganhou duas corridas, uma delas no mítico Nurburging Nordschleife - o outro foi em Mosport, no Canadá - enquanto Brabham, então com 43 anos, sofria. Um acidente durante uma sessão de testes causou sérias lesões nos pés, e só recuperou o suficiente para apenas na parte final, conseguir bons resultados: dois pódios, uma pole-position no México, para juntar o que tinha conseguido na África do Sul.

E chegamos a 1970. Perto de ter 44 anos, e apesar de ter prometido à mulher que iria regressar à Austrália com os filhos, e ter vendido a sua parte da equipa a Tauranac, não conseguia encontrar um piloto capaz de o substituir. Ickx regressara à Ferrari, Rindt decidiu ficar na Lotus, apesar de ambos terem conversado seriamente sobre um regresso, cortado quando Chapman lhe aumentou o salário. Por causa disso tudo, Brabham estava à partida da primeira corrida do ano, em Kyalami.

Apesar da idade, Brabham ainda era competitivo. Terceiro tempo nos treinos, atrás dos recém-chegados March de Jackie Stewart e Chris Amon, na corrida, ele não largou bem, superado por Ickx, o Matra de Jean-Pierre Beltoise e o BRM de Jackie Oliver. Sexto no final da primeira volta, passou a reagir, andando mais rápido que o resto do pelotão, e no inicio da sétima volta, já era segundo, atrás de Stewart. E não abrandou: foi atrás do escocês, batendo a volta mais rápida pelo meio, e no inicio da 20ª volta, passava o piloto da March e ficava com a liderança.

E não abrandou: cinco voltas depois, a diferença para o escocês tinha-se alargado para cinco segundos. A parir dali, estabilizou-se nos dez segundos, por alturas da 50ª volta, e limitou-se a gerir o carro até à meta, conseguindo ali a sua 14ª vitória, na frente do McLaren de Dennis Hulme e do carro de Stewart.

Quando conseguiu, era o quarto piloto mais velho de sempre na Formula 1. Mais idoso que ele, apenas Giuseppe "Nino" Farina, que conseguiu com 45 anos, Juan Manuel Fangio, com as suas vitórias em 1957, aos 46 anos, e Luigi Fagioli, que em 1951, partilhou com Fangio a vitória do GP de França. Com ele a caminho dos 52 anos.        

CPR 2025 - Rali Serras de Fafe (Dia 1)


O britânico Kris Meeke lidera o primeiro dia do rali Serras de Fafe, concluídas que estão as primeiras três especiais da prova. O piloto da Toyota Caetano tem uma vantagem de 4,8 segundos sobre o letão Martins Sesks, e 7,1 sobre o espanhol Dani Sordo. E os três já se distanciaram dos portugueses, com o Skoda de Armindo Araújo a ser o melhor, a 58,6.

Os três pilotos estão praticamente a dar "calendários" perante a concorrência nacional. Armindo é o único que não está a um minuto dos três primeiros, todos os outros estão. Contudo, o piloto de Santo Tirso reconhece que está a ter tido um dia abaixo do esperado.

O rali começou com Sesks a ganhar no "shakedown", seguido por Sordo e Meeke. E logo na primeira especial do dia, o inglês partiu ao ataque, na especial de Boticas/Vale do Tâmega. Ali, o piloto da Toyota conseguiu uma vantagem de 5,5 segundos sobre Sesks e 11,3 sobre Sordo. Quanto era Armindo, que perdera... 27,5 segundos para o britânico. Com as más condições atmosféricas, os locais sofriam mais nas estradas. 

Na segunda especial, primeira passagem por Boticas/Senhor do Monte, Meeke voltava a ganhar, 2,4 sobre Sesks e 11,8 sobe Sordo e 19,4 sobre Armindo. Pedro Almeida sofria um toque que motivava a quebra de um braço de suspensão, com o piloto e o seu navegador obrigados a desistir. 


Na primeira passagem por Montim, Sesks foi o melhor, 1,7 segundos na frente de Sordo, 3,1 sobre Meeke e 13,1 sobre o Citroen de José Pedro Fontes

Depois dos quatro primeiros, José Pedro Fontes é quinto, a 1,16,1, no seu Citroen C3 Rally2. N~so muito longe está o Toyota de Ricardo Teodósio, a 1.31,4, na frente de Pedro Meireles, a 1.39,1, no seu Skoda Fabia Rally2. Ruben Rodrigues é oitavo, a 1.44,4, noutro Toyota, e a fechar o "top ten", o Hyundai i20 de Hugo Lopes, a 1.48,9, e o Ford do espanhol Gil Membrado, a 2.04,6.  

Amanhã, teremos as restantes oito especiais, com o dia a arrancar cedo, estando o primeiro troço agendado para as oito da manhã, num dia que será decisivo para as contas deste Rali. 

O fim do apoio britânico à FIA


Mohammed Ben Sulayem recandidata-se este ano à presidência da FIA e tudo indicava que isto seria um "pró-forma", com um candidato único, ou um opositor que fizesse o papel de "corpo presente", para que alguns votassem nele, mas que não colocassem em dúvida a maioria qualificada que teria para mais um mandato tranquilo. 

Contudo, as tensões no último ano, especialmente com o código de conduta aos pilotos, aplicando uma "mordaça" para as palavras que dizem em público, deram algumas tomadas de posição por parte dos pilotos, quer de Formula 1, quer do WRC - este último, depois da multa de 10 mil euros ao Adrien Formaux, no final do rali da Suécia - fizeram com que algumas federações entrassem em rutura com Sulayem. E uma delas foi o Reino Unido, através da sua entidade representativa, a Motorsport UK. E especialmente, Dawid Richards.

Fundador e antigo presidente da Prodrive, e depois diretor da BAR, na Formula 1, era vice-presidente da FIA até entrar em rutura com Ben Sulayem, quando foi impedido de assistir, em meados do mês passado, a uma reunião do Conselho Mundial, por não querer assinar um acordo de confidencialidade ditado por Ben Sulayem. Sabia-se que iria haver uma resposta, e esta apareceu na quarta-feira, quando apresentou uma carta aberta onde aponta graves falhas a Ben Sulayem, especialmente na parte de cumprir o que tinha prometido, quando concorreu à presidência da FIA, tendo, então, sido apoiado pela Motorsport UK.


Na carta aberta, Richards afirma:

Receio que, nos últimos três anos, tenha havido uma falha distinta em cumprir estas promessas. De facto, a situação tem piorado progressivamente, com relatos dos media a confirmar que numerosos membros seniores da FIA e oficiais voluntários foram despedidos ou demitiram-se sob uma núvem opaca”, pode ler-se no documento.

Depois, continua: “Além disso, o âmbito dos Comités de Auditoria e Ética foi severamente limitado e agora carece de autonomia da autoridade do presidente, enquanto o nosso representante do Reino Unido, que contestou certos assuntos, foi sumariamente removido juntamente com o presidente do Comité de Auditoria”.

Richards aponta ainda que mesmo outros órgãos foram diminuídos, perdendo pluralidade: 

Várias técnicas também foram implementadas com o efeito de limitar a função adequada do Conselho Mundial de Desporto Motorizado, principalmente o uso de votação eletrónica, que remove a oportunidade de discussão e debate necessários sobre assuntos chave. Isso tem se tornado cada vez mais preocupante e a gota d'água para mim, há três semanas, foi ser solicitado a assinar um novo acordo de confidencialidade que considerei uma 'ordem de silêncio'”.

Estas acções da FIA estão em violação dos seus próprios Estatutos. Como resultado, informamos a FIA que, a menos que abordem as questões que levantamos, estaremos prontos a tomar mais medidas legais”, concluiu.

Com este ataque, os especialistas afirmam que Richards poderá ter acordado com alguém para que se candidate contra Ben Sulayem nas eleições que acontecerão este ano. Uma das hipóteses foi avançada pela imprensa italiana, que fala em Susie Wolff, a mulher de Toto Wolff, que no ano passado, foi alvo de uma investigação por parte da FIA para saber se existira conflitos de interesse. uma investigação que foi arquivada pouco depois, com muitos a afirmar em surdina que poderá ter sido uma maneira de intimidá-los a tentar a presidência da FIA. 


Uma coisa é certa, mesmo que Ben Sulayem possa ter os apoios das federações africanas, asiáticas e sul-americanas, ter a Motorsport UK contra ele poderá ter impacto na corrida, pois pode arrastar as federações europeias. Mas que os britânicos agora estão em guerra com ele, isso é certo.   

CPR: Armindo Araújo quer começar a temporada de forma positiva


Na semana de arranque do campeonato, com o rali Serras de Fafe, Armindo Araújo e o seu navegador, Luís Ramalho, falaram sobre a temporada que aí vem, que será mais competitivo que nunca, com a chegada de Dani Sordo e a entrada da equipa oficial da Toyota, com um Yaris Rally2 para Kris Meeke. Ambos prometem iniciar o campeonato com a mesma determinação de sempre e lutar, desde a primeira especial, pelo melhor resultado possível.

Queremos começar o ano de forma muito positiva e estamos a trabalhar para chegarmos a Fafe na máxima força. Sabemos que temos de dar tudo de início a fim para conseguirmos lutar pela vitória e vamos focados nesse objetivo. Essa é a nossa forma de encarar todas as provas e só isso permitiu que, nestas últimas sete temporadas, tenhamos conseguido vencer campeonatos e ter estado sempre na luta por eles até ao derradeiro metro. Importa começarmos bem e estamos confiantes que podemos consegui-lo”, começa por dizer Armindo Araújo.


Com muitos candidatos à discussão dos primeiros lugares é expectável que a prova organizada pela Demoporto seja bastante animada e, pelas previsões meteorológicas, muito exigente a todos os níveis.

Temos uma grande quantidade de pilotos com carros da última geração e isso é muito positivo para a competitividade do campeonato. Todos querem certamente começar a temporada de forma positiva, pelo que antevejo uma grande luta durante todas as especiais. Voltaremos, ao que tudo indica, a ter chuva em Fafe e isso trará maiores dificuldades a todos, mas tornará tudo mais imprevisível. Estamos preparados para tudo”, concluiu.


O Rali Serras de Fafe será disputado em terra e terá 10 especiais de classificação. 

quinta-feira, 6 de março de 2025

A imagem do dia (II)





Como se recordam, no passado dia 1 de dezembro do ano passado, falei aqui que o Bernie Ecclestone anunciou que iria vender a sua coleção privada de carros de Formula 1, muitos deles pertencentes à sua antiga equipa, a Brabham. Entre eles, o BT44, o BT46B "Ventoinha", o BT49 ou o BT52, entre outros. 

E claro mais alguns carros antigos, como um exemplar do W196, de 1955, ou um Vanwall, de 1958, e alguns Ferraris, incluindo alguns 312, do inicio dos anos 70, guiados por gente como Jacky Ickx ou Niki Lauda

A coleção, cerca de 60 carros, não iria para leilão, mas seria vendido diretamente no concessionário de luxo que pertencia a Tom Hartley Jr, que aproveitou a presença da coleção no armazém para fazer alguns programas que podem ver no seu canal do Youtube.  

Hoje soube-se quem comprou a coleção. E os cerca de 60 carros foram comprados por uma pessoa: o austríaco Mark Mateschitz, filho de Dietrich Mateschitz, um dos fundadores da Red Bull, falecido em 2022. Atualmente com 33 anos, ele herdou os 49 por cento que pertenciam ao pai, e está na frente de, entre outras coisas, da fundação Wings or Life. E a coleção foi toda comprada por ele, logo, não haverá separação.

Quanto é que tudo isto custou? A avaliação estava entre 400 e 600 milhões de euros. Creio que o preço acordado anda por aí... 

As imagens do dia






A história de hoje é, no mínimo, um exemplo de determinação. E de superação. E aconteceu há precisamente 55 anos, na África do Sul.

Mas para falar desta história, tenho de recuar a outubro de 1969, durante o GP dos Estados Unidos, em Watkins Glen. Na altura, Graham Hill, então com 40 anos, guiada o seu Lotus oficial quando sofreu um furo lento no seu carro. Saiu do carro, empurrou-o por ele mesmo, desapertando os cintos, e tratou de ir até às boxes para resolver o problema. Contudo, não conseguiu, porque o pneu explodiu e ele, desapertado, foi projetado para fora do seu carro, magoando-se seriamente nas pernas e nos joelhos. 

Mesmo assim, Hill, conhecido pelo seu bom humor, sempre teve uma frase pronta para cada situação, disse, no regresso a Londres no avião da BOAC - de maca - afirmou: "já disse à minha mulher que não dançarei nos próximos tempos". 

A partir dali, foram semanas de cirurgia e sobretudo, reabilitação. Com ambos os joelhos particularmente afetados pelo acidente, parecia não recuperar a tempo da primeira corrida do ano, na Árica do Sul, no segundo fim de semana de março. Mas por incrível que pareça, iria alinhar.

O seu estado não era o melhor. Andava, mas não muito, e para entrar e sair do seu Lotus, tinha de ser içado para dentro. Ele sentia dores sempre que andava no carro, mas a sua vontade de correr, mostrar que não estava acabado para a Formula 1 era maior. Afinal, tinha quase 41 anos e tinha amor ao que fazia. 

Apesar de ter ficado a 2,3 segundos do "poleman" Jackie Stewart, no seu March, isso só lhe deu a 19ª posição em 23 carros inscritos. E as perspetivas de corrida não eram boas: 80 voltas, com calor e o sol do verão austral em cima deles. Seria um milagre, se acabasse a corrida. E nos pontos, seria um feito digno de aplauso.

Aliás, receando que ele nem pudesse estar apto para correr, Rob Walker tinha consigo Brian Redman, pronto para entrar no carro. E chegou até a dar algumas voltas, para se habituar e estar preparado. Acabou por não acontecer.

Mas Graham era uma velha raposa. Afinal de contas, dois anos antes, em 1968, tinha evitado o fim da Lotus, depois da morte de Jim Clark, quando ganhou as corridas de Jarama, em Espanha, e Mónaco, conseguindo o impulso para ganhar o título desse ano, o segundo da sua carreira, e ainda ganhou mais uma corrida quando estava à beira dos 40 anos. Com um carro que conhecia, o Lotus 49, embora estivesse inscrito pela Rob Walker Racing, Calma e paulatinamente, subiu posições e resistiu aos elementos, contra um corpo frágil que rapidamente, começou a sentir as dores nas partes afetadas por um acidente sofrido cinco meses antes. 

Mas no final das 80 voltas, ganhas por Jack Brabham, no seu carro, batendo o McLaren de Dennis Hulme e o March de Jackie Stewart, apenas quatro pilotos chegaram ao fim na mesma volta. No sexto lugar, a uma volta do vencedor, estava... Graham Hill. E era mais aplaudido que Brabham, especialmente quando os mecânicos o decidiram tirar do carro, porque ele não se conseguia mexer-te, exausto de duas horas de corrida. Testemunhas afirmam que viram mecânicos em lágrimas com aquilo que ele tinha acabado de realizar.

Até ao final dos seus dias, considerou esta corrida como sendo das melhores da sua carreira. Tão importante como vitórias em lugares importantes quanto Mónaco, Le Mans ou Indianápolis. E justifica-se: não só calou os críticos, que o davam como acabado, como aumentou o seu amor pelo automobilismo. E não perdeu o humor.    

CPR: Sordo quer lutar rali a rali pelo campeonato


Os espanhóis Dani Sordo e Cândido Carrera estão a encarar o novo desafio do Campeonato de Portugal de Ralis com determinação. 

Nas vésperas do Rali Serras de Fafe, a dupla está aqui para lutar pelo título e demonstrar a competitividade do Hyundai i20 N Rally2 nos exigentes troços nacionais. O piloto espanhol, com vasta experiência no WRC, traz consigo não apenas a ambição de vencer, mas também um conhecimento profundo das características do carro, o que poderá ser um trunfo decisivo ao longo da temporada.

Os pilotos terão ao seu dispor a versão Step2 do Hyundai i20 N Rally2, correspondente às últimas especificações desenvolvidas pela Hyundai Motorsport no final da temporada passada.

Sinto-me empolgado com esta oportunidade proporcionada pelo Team Hyundai Portugal para disputar o Campeonato de Portugal de Ralis com o Hyundai i20 N Rally2 que me é bastante familiar.", começou por afirmar.

"Estou desejoso que comece esta primeira prova da época, em Fafe, numa região que é um verdadeiro santuário dos ralis. Tenho a certeza que me vou sentir ‘em casa’ e, para já, posso dizer que fui muito bem acolhido, o que coloca a motivação num patamar elevadíssimo. Sei que será um campeonato muito competitivo, mas estou pronto para discutir a vitória rali a rali e dar o máximo contributo para que a Hyundai volte a sagrar-se campeã.”, concluiu Sordo.

O Serras de Fafe acontecerá neste final de semana e terá 10 especiais a serem percorridas. 

Noticias: Vasseur reconhece uma temporada equilibrada


Com uma temporada de 2025 a avizinhar-se bem equilibrada, Frédéric Vasseur, diretor desportivo da Ferrari, está confiante de que tanto Lewis Hamilton como Charles Leclerc vencerão corridas este ano, mas admite que os títulos serão mais difíceis que em 2024.

Numa entrevista concedida esta semana à Gazetta dello Sport, o francês confia nos seus pilotos, mas avisa que o título poderá envolver mais fatores, para além do puro talento. Aliás, o francês sublinha que haverá quatro equipas capazes de vencer corridas – McLaren, Ferrari, Red Bull e Mercedes – na época que se avizinha, sendo preponderante a forma como cada uma delas evoluirá os respetivos carros ao longo do ano.

São ambos capazes de vencer Grandes Prémios e lutar pelo Mundial. Queremos impor-nos com ambos e espero que ambos ganhem corridas este ano. Para o campeonato, teremos de esperar pela segunda parte da temporada para perceber onde estaremos para lutar”, apontou o chefe de equipa da Scuderia na entrevista. 

"Talvez tenhamos pela frente a temporada mais emocionante dos últimos trinta anos porque há quatro equipas que terminaram o ano passado muito próximas e que agora querem vencer. Para nós, será fundamental desenvolver bem o carro e trabalhar com os pilotos para estarmos prontos. O resto veremos na pista”, concluiu.

A Ferrari terminou a temporada passada como a que mais pontos somou depois do Verão, lutando pelo título até ao final com a McLaren, o que coloca entre as favoritas para 2025. A Formula 1 começa entre os dias 13 e 15 de março em Melbourne, na Austrália.

Youtube Rally Testing: Martins Sesks em Fafe

Nas vésperas do Rali Serras de Fafe, o letão Martins Sesks foi testar com o Ford Fiesta da Past Racing para a prova de abertura do Campeonato de Portugal de ralis. E porque é que ele anda por aqui? Simples: o Serras de Fafe tem troços que fazem parte do Rali de Portugal. E é por isso que ainda virá ao Terras D'Aboboreira, porque também tem troços que fazem parte desse rali. 

Neste vídeo, vê-se ele a preparar-se para a prova, quer no parque de assistência, quer, depois a andar a fundo nos troços.  

CPR: Teodósio vai lutar pelo título


Na semana do começo do Campeonato de Portugal de Ralis (CPR), com o Serras de Fafe, Ricardo Teodósio e José Teixeira, seu habitual navegador, voltam a marcar presença na competição organizada pela Federação Portuguesa de Automobilismo e Karting (FPA), ao volante de um novíssimo Toyota GR Yaris Rally2, assistido pela Sports & You.

Depois de duas temporadas com o Hyundai i20 Rally2, na equipa oficial da marca, o piloto algarvio regressa aos bólidos privados, com um carro que prova ser aquele que todos desejam andar, especialmente agora, que a Toyota regressa como equipa oficial e a Hyundai o substituiu por Dani Sordo.

Tricampeão nacional (2019, 2021 e 2023), o seu grande objetivo é lutar por vitórias, a começar já em Fafe. 

 “É muito bom podermos estar aqui na partida de mais um CPR. Depois do título alcançado em 2023, a temporada 2024 não correu como esperávamos, mas a nossa família #24 voltou a unir-se, demos as nossas cores e imagem ao projeto, e conseguimos captar a atenção dos nossos parceiros e patrocinadores que viabilizaram o projeto. Queremos estar a cem por cento já na primeira ronda, em Fafe, onde nos queremos bater de igual para igual com os outros candidatos ao título!”, explicou Ricardo Teodósio.

José Teixeira, por seu lado, não esconde a confiança neste novo projeto com o Toyota GR Yaris Rally2.

Estamos a preparar este Campeonato Portugal de Ralis de uma forma muito profissional e isso dá-nos uma motivação especial. Temos a família #24 reunida e unida para o ataque a uma temporada que promete ser desafiante. Vamos à luta e com muita vontade de vencer especiais, ralis e o campeonato”, afirmou o habitual navegador de Ricardo Teodósio.

O Serras de Fafe acontece este fim de semana de 7 e 8 de março, com a realização de dez especiais. 

quarta-feira, 5 de março de 2025

Youtube Rally Vídeo: Os testes de Kris Meeke em Vieira do Minho

O Campeonato de Portugal de Ralis começa neste final de semana do o rali Serras de Fafe, e a grande novidade é a chegada da Toyota, com a sua equipa oficial. O carro, o Yaris GR Rally2, será guiado pelo campeão nacional, Kris Meeke, em conjunto com o seu navegador, Stuart Loudon, estão a preparar-se para a prova. 

Nestas imagens, eles estão na classificativa de Vieira do Minho, para se prepararem contra uma forte concorrência que este ano terá Dani Sordo no Hyundai i20 Rally2, e os portugueses, desde Ricardo Teodósio, que terá também um Toyota Yaris GR Rally2, passando por gente como José Pedro Fontes, no seu Citroen C3 Rally2, ou Armindo Araújo, no seu Skoda Fabia Evo, entre outros.   

Noticias: Marko dá o favoritismo à McLaren na temporada


Os testes da pré-temporada no Bahrein deram um equilíbrio entre McLaren, Ferrari, Mercedes e Red Bull, bem diferente da primeira parte do campeonato passado, onde Max Verstappen conseguiu as vitórias suficientes para a distância necessária para se tornar tetracampeão mundial. 

E é por isso que Helmut Marko tenha afirmado esta semana que a McLaren é a “clara” favorita, destacando a sua vantagem nos testes. Embora a Red Bull não se assuste com isso, Marko reconheceu um défice de até três décimos de segundo na gestão de pneus na corrida. 

É difícil dizer exatamente o que isso parece, porque as condições meteorológicas eram completamente fora do normal. Estava frio, havia vento forte. Até estava a chover. Foi apenas o caso na quarta-feira, quando estávamos a par da McLaren. Mas na sexta-feira, o último dia, diria que continuámos a ficar dois ou três décimos nos 'stints' longos. Além disso, o desgaste dos pneus da McLaren também foi significativamente melhor do que os nossos dados indicavam. A McLaren é a favorita em todo o lado com este carro”, comentou.

Poderá ser, de uma certa forma, declarações para esconder o jogo, mas com os problemas que eles tiveram ao longo da temporada passada em termos de chassis, pode-se afirmar que a temporada de 2025 não será fácil para Max Verstappen e o seu novo companheiro de equipa, Liam Lawson. Até se pode afirmar que será bem mais equilibrada que nos anos anteriores. 

A Formula 1 começa no fim de semana de 15 de março, em Melbourne, na Austrália.

CPR: Serras de Fafe com 44 inscritos


Já foi divulgada a lista de inscritos para o rali Serras de Fafe, que acontecerá no fim de semana de 7 e 8 de março. Ao todo, estarão 44 pilotos inscritos, numa prova que contará não só para o Campeonato de Portugal de Ralis (CPR) como também para a Taça da Europa de Ralis. E entre os inscritos, estará gente que fará deste rali uma prova de ensaio do rali de Portugal, como o letão Martins Sesks, que correrá aqui com um Ford Fiesta Rally2 da espanhola Past Racing.

Contudo, a lista de inscritos também inclui outras estrelas como o espanhol Gil Membrado, que aos 17 anos, está noutro Ford Fiesta Rally2 da Past Racing, e já está referido pela Red Bull. E com isso, os Rally2 inscritos são 16. 

Os organizadores estão a prever um rali competitivo, apesar do tempo chuvoso previsto para sexta e sábado, que poderá aguçar as capacidades dos pilotos presentes, desde os favoritos Kris Meeke e Dani Sordo, até aos nacionais, como Armindo Araújo (Skoda Fabia RS Rallye2), José Pedro Fontes (Citroen C3 Rally2), Ricardo Teodósio (Toyota Yaris Rally2), Rúben Rodrigues (Toyota Yaris Rally2), Pedro Almeida (Skoda Fabia RS Rally2), Pedro Meireles (Skoda Fabia RS Rally2), Hugo Lopes (Hyundai i20 N Rally2), Ernesto Cunha (Skoda Fabia Rally2 Evo), Paulo Neto (Skoda Fabia Rally2 Evo), Lucas Simões (Skoda Fabia Rally2 Evo), Ricardo Filipe (Skoda Fabia R5) e Paulo Caldeira (Skoda Fabia Rally2 Evo), entre outros.

Para além dos Rally2, há os pilotos que competem no CPR 2RM (Duas Rodas Motrizes), e são predominantemente Peugeots 208 Rally4, com uma lista de pilotos que inclui Ricardo Sousa, Guilherme Meireles, Pedro Silva, Rafael Cardeira, Anton Korzun, Diogo Marujo ou ainda, entre outros, o vencedor em 2024 do Clio Trophy Portugal, Danny Carreira.

O rali Serras de Fafe, organizado pela DemoPorto, terá dez especiais de classificação, todas em terra.

terça-feira, 4 de março de 2025

As imagens do dia




Ando a fazer uma coisa grande para um assunto especifico: os 40 anos da primeira corrida da Minardi na Formula 1, que aconteceu a 7 de abril de 1985, ou seja, há 40 anos. Já falei aqui num artigo sobre um assunto que envolveu Flávio Briatore e como ele roubou os motores Mugen-Honda que a Minardi tinha arranjado para 1995. 

Hoje é algo mais interessante. Pouca gente não se lembra, mas no final de 1990, Giancarlo Minardi, de Faenza, conseguiu um acordo que poucos poderiam acreditar que acontecesse: ter motores Ferrari! Sim, uns V12 da equipa de Maranello, de uma equipa que até ali, quase nunca tinha fornecido os seus motores a outras equipas. Um carro era mais frequente - e esse "frequente" foi algumas situações que podem ser contados com os dedos de uma mão. Um delas com o próprio Minardi, quando conseguiu que, em 1976, emprestasse um 312T para duas corridas extra-campeonato no Reino Unido, com Giancarlo Martini (tio de Pierluigi Martini) ao volante.

Pois bem, no final de 1990, depois de um ano frustrante - não conseguiram pontos - Minardi decidiu ir de forma ousada e foi perguntar ao seu vizinho - Faenza e Maranello estão a 103 quilómetros entre eles, com a cidade de Bolonha pelo meio - se não poderiam fazer um contrato com eles. E responderam sim.

Explica-se: com Ferrari morto desde 1988, as mentalidades começaram a mudar um pouco dentro da fábrica. E as amizades com o vizinho ajudaram no contrato que acabaria por ser assinado e anunciado: pela primeira vez na história da Formula 1, haveria motores da Ferrari no chassis de outra equipa. No acordo, o seu piloto de testes, Gianni Morbidelli, ficaria na equipa ao lado de Pierluigi Martini.

Desenhado por Aldo Costa, o chassis M191 estreou-se em Phoenix, primeira corrida do ano, e em Imola - onde mais uma vez, foi uma prova debaixo de chuva – Martini consegue um excelente resultado numa corrida de atrito. Quarto classificado, a uma volta do vencedor, Ayrton Senna, parecia mostrar que a aposta tinha sido bem sucedida, numa temporada onde tinham trocado os pneus Pirelli pelos Goodyear. Contudo, a realidade era que, se esperava muita potência e muitos bons resultados por causa dos V12 de Maranello, a realidade era que os Minardi tinham motores construídos... em 1989, sem atualizações. Mais tarde, conseguiram motores com especificações de 1990. E foi com esses motores que aconteceu o melhor momento da Minardi na temporada. E como em 1989 - quando Pierluigi Martini chegou ao quinto posto e liderou a corrida por uma volta - foi no Estoril. 

Na qualificação, Martini andou bem, conseguido o sétimo melhor tempo na primeira sessão de qualificação, na sexta-feira. Apesar de ter piorado no sábado, no domingo, andou bem, com um bom ritmo de corrida, ao ponto de, a partir da 40ª volta, estar a acossar... o Ferrari de Jean Alesi! E por uma posição de pódio! Apesar da pressão quase avassaladora, o sangue-frio do francês levou a melhor e ele conseguiu o lugar mais baixo do pódio, a menos de dez segundos de Martini, ambos na mesma volta do vencedor, o Williams de Riccardo Patrese.

No final da temporada, com Morbidelli a ser substituído por Roberto Moreno, na Austália, porque o piloto de testes foi chamado para substituir... Alain Prost, a equipa ficou com seis pontos. Contudo, no final do ano, a Ferrari assinou contrato com outra equipa, a Scuderia Itália, e para 1992, a Minardi escolheu outra motorização, a Lamborghini, também com os seus V12. Os resultados foram bem piores - apenas um ponto com Christian Fittipaldi, que entrou na equipa para substituir Martini - mas os tempos onde eles foram os primeiros a ter motores do Cavalino sem ser a casa-mãe... não tem preço.

CPR: José Pedro Fontes quer participar na festa


Na semana em que começa o Campeonato de Portugal de Ralis (CPR) com o rali Serras de Fafe, conceituadíssima, pois inclui alguns dos troços mais míticos dos ralis em Portugal, José Pedro Fontes e a sua navegadora, Inês Ponte, não irão faltar à chamada e estarão, de novo, presentes nos troços do CPR a bordo do Citroen C3 Rally2, numa temporada que tudo indica que será dos mais competitivos da sempre.

Questionado sobre os objetivos para esta temporada, ele afirma serem os mesmos: lutar pelas vitórias nos ralis e apresentar a melhor performance aos comandos de uma viatura que recebeu, recentemente, uma nova atualização.

"Vamos estar de novo presentes em toda a temporada do CPR 2025. A chegada de nomes sonantes e os projetos nacionais reforçados foram o catalisador para uma decisão fácil, a de continuar a lutar pelo CPR. O chamamento da competição foi mais forte e tínhamos de estar presentes nesta edição que promete ser memorável. Com o Citroën Rally Team temos todas as condições para chegar aos lugares de topo em cada rali, sendo que vamos trabalhar arduamente para que tal aconteça. A preparação da época já há muito que começou, sendo agora tempo de colocar a atenção na primeira prova do ano.", afirmou.

Fontes considera que o rali Serras de Fafe é o palco ideal para o arranque da temporada: "É muito bom começar com um rali desta qualidade. É publica a minha preferência por pisos de asfalto, mas nos últimos anos temo-nos aproximado dos lugares cimeiros nos troços de terra e queremos manter essa tendência. A fórmula mantém-se para 2025, com muita confiança e muita vontade de lutar pelos melhores lugares, fruto não só das evoluções entretanto implementadas no nosso C3 Rally2, como também para comemorar a minha décima época a representar a marca Citroën, algo que é, para mim, um enorme orgulho", concluiu.

O serras de Fafe terá dez especiais e contará não só para o CPR, como também contará para o Troféu Europeu de Ralis (ERT).

segunda-feira, 3 de março de 2025

Endurance: Divulgada a lista de inscritos para as 24 Horas de Le Mans


As 24 Horas de Le Mans de 2025, que acontecerão no fim de semana de 14 e 15 de junho, na sua 92ª edição, terão um número de 62 carros inscritos, dos quais 21 serão Hypercars. Para além disso, 19 serão da categoria LMP2 e 24 na categoria LMGTE3.

Dos Hypercars, a grande novidade serão os dois carros da Aston Martin, mas para além disso, estarão quatro da Cadillac, quer da Team JOTA, quer da Action Express Racing, que serão acompanhados pela estreia da Wayne Taylor Racing, com um carro para os irmãos Jordan e Ricky Taylor, acompanhados por Filipe Albuquerque, o primeiro português confirmado para a classe Hypercar.

No lado da Porsche, também estarão confirmados pelo menos três carros, e todos os lugares estão preenchidos... menos um: o Porsche Penske Motorsport 963 numero 4, onde se falta saber quem acompanhará o brasileiro Felipe Nasr e o britânico Nick Tandy. Alguns falam de António Félix da Costa, mas o alemão Pascal Wehrlein, piloto oficial da marca na Formula E, é outra grande chance... 

Ferrari - que conseguiu um excelente resultado no Qatar, monopolizando o pódio - irá inscrever três carros, os mesmos que tem no campeonato, e o resto do pelotão inscreverá um mínimo de dois carros. Ou seja, para além da Aston Martin, BMW, Peugeot, Toyota e Alpine lá estarão.

A categoria LMP2 promete ser igualmente competitiva, com 17 carros e pilotos do calibre do reserva da Peugeot, como o francês Théo Pourchaire, e da tricampeã da W Series, a britânica Jamie Chadwick, que competirá pela IDEC Sport como parte dos preparativos da Genesis Magma Racing (Hyundai) para a sua estreia no WEC Hypercar de 2026.

Na LMEGT3, a grelha terá carros da Aston Martin, da Ford, BMW, Ferrari, Cadillac, Lexus, McLaren, Mercedes-AMG – o fabricante alemão regressa a La Sarthe pela primeira vez em mais de um quarto de século – e Porsche. Num dos Ford oficiais, há mais um piloto português, Bernardo Sousa, que tem mais fama de ser piloto de ralis do que de pista. 

Tudo indica que será uma edição tão competitiva como nos últimos anos, o que poderá aumentar um pouco mais os 329 mil espectadores que apareceram em 2024, com esta quantidade de carros inscritos...

domingo, 2 de março de 2025

Noticias: Alpine satisfeita com Doohan


Jack Doohan é um piloto que está nos olhos de todos, especialmente aqueles que afirmam que poderá ter ida curta na Alpine. Contudo, depois dos testes do Bahrein, onde as coisas correram bem, em termos de tempos e performance, Oliver Oakes, o chefe de equipa e proprietário da equipa Hitech TGR, mostrou-se satisfeito com a forma como o seu piloto está a abordar toda a polémica e a sua estreia na Fórmula 1... e aproveitou para "alfinetar" os "fazedores de desgraças".

"Vocês (n.d.r.: os jornalistas) todos questionaram Jack bastante sobre isso. Mérito para ele, manteve-se focado e continuou com o seu Inverno e a fazer o seu trabalho", começou por dizer o inglês, que prosseguiu: "[Doohan] fez um trabalho brilhante para a equipa (n.d.r.: nos testes), e estamos felizes por tê-lo. E sobre essas histórias do Franco (Colapinto), o Jack tem a sua chance, e estou ansioso para vê-lo correr esta temporada”, concluiu.

Promovido a piloto titular da formação do construtor gaulês, tendo mesmo disputado o último Grande Prémio da temporada passada no lugar de Esteban Ocon - que este ano foi para a Haas - o piloto australiano, filho de Mick Doohan, cedo começou a aparecer boatos de que poderia perder o seu lugar ainda durante 2025 para o argentino Franco Colapinto, especialmente depois da equipa o ter pedido emprestado da Williams. Para piorar as coisas, aparentemente, ele tem a obrigatoriedade de provar o seu potencial nas cinco primeiras corridas do ano, caso contrário, o seu lugar fica em perigo.

A temporada começa precisamente em casa dele, Melbourne, dentro de duas semanas.