sábado, 28 de julho de 2012

Youtube Motorsport Classical: Para alem da vida


É enorme: tirando o video (dividido em cinco partes) sobre a carreira de Ayrton Senna, nunca vi o Antti Kalhola a fazer um video tão longo como agora. Ao todo são 21 minutos e meio, mais dez do que, por exemplo, o video que o Matthias Manizer (Mattzel89) publicou há precisamente duas semanas. O título é "Beyond Life" (Para Além da Vida) e logo de inicio se mostram algumas das superstições e coincidências do automobilismo. 

Que Antonio e Alberto Ascari, pai e filho, morreram com a mesma idade, mas com trinta anos de diferença, num dia 26. Que Phil Hill e Mario Andretti venceram os seus campeonatos em Monza, a dez de setembro, contra os seus companheiros de equipa, que acabariam por morrer em acidentes na mesma pista, com dezassete anos de diferença. Que Patrick Depailler tinha um ídolo, Jean Behra, que morrera numa corrida na Alemanha a 1 de agosto, e cujo destino seria precisamente esse, 21 anos depois. Ou que o acidente mortal de Gilles Villeneuve e o acidente que terminou com a carreira de Didier Pironi, aconteceram num dia oito, com três meses de intervalo de diferença. E que Villeneuve foi conhecido pelo seu numero 27, numero esse que Jean Alesi usava quando venceu pela unica vez, em 1995, no circuito... Gilles Villeneuve, no Canadá.

Há mais, muito mais coincidências, ao longo do video, quer na Formula 1, quer nos ralis. Não vos contarei todas, claro. Mas que no automobilismo, tal como na vida, as coisas andam todas ligadas, isso andam.


Formula 1 em Cartoons - GP Hungria (GP Toons)

Isto é inédito, pois confesso nunca ter visto um cartoon pré-corrida, como fez hoje o Hector Garcia no seu GP Toons, onde se pode ver que, amanhã, Lewis Hamilton pode não ter a sua vida muito facilitada no Hungaroring... 

Noticias: PURE em dificuldades de desenvolvimento

Com a chegada dos motores Turbo para 2014, a PURE, firma criada o ano passado por Craig Pollock, é uma das que está a construir motores para serem fornecidos às equipas que pretendem competir na Formula 1 - e provavelmente outras categorias, mas esta sexta-feira se tornou noticia pelo facto de ter anunciado dificuldades de financiamento e que iria suspender temporariamente as operações de desenvolvimento do motor.

Gostaria de avisar os meus colegas que trabalham em Colónia que somos obrigados a suspender nossas atividades a partir de 1 de agosto. Com efeito, os fundos que estavam esperando dos nossos investidores não estão disponíveis e que não vai nos permitir começar este projeto em pé de igualdade.", começou por afirmar o engenheiro Gilles Simon num email ao qual a revista britânica Autosport teve acesso.

"Esperamos que esta situação seja resolvida rapidamente, mas não tenho idéia de quando isso pode ser possível ou quando pode ser capaz de colocar o projeto em funcionamento novamente. Peço desculpas por esta situação que está fora de nosso controle.”, concluiu Simon.

A razão é fiscal: que as autoridades suiças querem que Pollock ache financiamento na União Europeia, para além dos financiadores americanos que tem neste momento. Neste momento, o motor está a ser desenvolvido em Colónia, em instalações que foram outrora usadas pela Toyota, na sua aventura da Formula 1.

A PURE foi lançada no ano passado, com a "benção" de Jean Todt, o presidente da FIA, e espera que seja uma das quatro forncedoras de motores para a categoria máxima de automobilismo, ao lado da Mercedes, Ferrari e Renault. 

GP3: Antonio Felix da Costa vence de forma imperial

Antonio Felix da Costa venceu pela segunda vez na temporada uma corrida de GP3. Depois de um mau fim de semana em Hockenheim, o piloto português da Carlin teve uma corrida verdadeiramente imperial ao conseguir a vitória e a volta mais rápida, levando ao todo 27 pontos e dando à Carlin a sua terceira vitória no campeonato.

Partindo do segundo lugar, Felix da Costa teve uma partida verdadeiramente imperial, dominando a corrida de uma ponta à outra, terminando com uma vantagem de quatro segundos sobre o alemão Daniel Abt, da Lotus-ART. O neozelandês Mitch Evans completou o pódio, consolidando a sua liderança no campeonato, aproveitando a má corrida do "poleman" Aaro Vaino. O finlandês foi quinto, sendo superado pelo italiano da Ocean, Kevin Ceccon, enquanto que o americano Conor Daly foi sexto.
Sabia que tinha de passar para a liderança no arranque e assim foi, depois fui aumentando a vantagem para o Daniel Abt e consegui ainda fazer a melhor volta da corrida. Esta vitória vem no momento certo e quero dedica-la ao meu pai, à minha equipa de management e todos os portugueses. É fantástico vencer com tantos olhos importantes do mundo da Fórmula 1 a assistirem à corrida, estou muito feliz e com sensação de dever cumprido”, referiu no final da corrida.

Quanto às senhoras, a melhor foi a britânica Alice Powell, que foi 19ª, um lugar na frente da italiana Vicky Piria, enquanto que Carmen Jordá foi 14ª a duas voltas do vencedor.

No campeonato, Evans continua na frente enquanto que Felix da Costa ascendeu agora à quarta posição, com 85 pontos, mais dois do que Conor Daly. A segunda corrida da GP3 será amanhã de manhã, com o italiano Davide Fumarelli a partir da pole-position e Felix da Costa do oitavo posto. 

Formula 1 2012 - Ronda 11, Hungria (Qualificação)

Lewis Hamilton e a McLaren estavam em dívida desde Barcelona, quando ele conseguiu a pole-position apenas retirado para o Williams de Pastor Maldonado por causa do tempo ter sido feito sob bandeiras amarelas. Pois bem, demorou cinco corridas mas conseguiu: Hamilton, que sempre foi o melhor no Hungaroring, acabou a qualificação na "pole-position", superando por 418 centésimos o Lotus de Romain Grosjean. E por fim, a McLaren podia dizer com toda a propriedade que tinha alcançado a 150ª pole-position da sua história, depois da "falsa partida" de Barcelona.

No final dessa qualificação, o seu setimento era de regozijo: “É fantástico ver que as evoluções aerodinâmicas estão a funcionar e que conseguimos colocar o carro no nível em que está este fim de semana”, começou por referir. “Não estamos a dizer que estamos descontraídos, mas correu tudo bem”, acrescentou.

Mas para que se chegasse a esta conclusão, o filme da qualificação começou com a Q1 e os melhores a serem britânicos: os McLaren de Lewis Hamilton e Jenson Button, mais o Force India de Paul di Resta. Atrás, para além dos três do costume, o piloto a quem lhe saiu a "fava" desta Q1 foi o Toro Rosso de Daniel Ricciardo. Mas foi por pouco que os Red Bull iriam acompanhar essa gente toda, pois Mark Webber foi 15º e Sebastian Vettel era apenas o 17º na grelha, o que deixava de mostrar as grandes dificuldades que eles estavam a ter na qualificação húngara.

Assim sendo, as expectativas para a Q2 iriam ser altas, e no final, claro, havia algumas surpresas: do lado mau, a eliminação de Mark Webber (11º), a de Nico Rosberg (13º) e ainda pior, a de Michael Schumacher, o 17º, e a confirmar que a Mercedes teve uma má qualificação. Do lado bom, as Williams de Pastor Maldonado e Bruno Senna, que pela primeira vez nesta temporada, conseguiam entrar na Q3, e Sebastien Vettel, que se esforçou e colocou o seu carro por lá. E Felipe Massa também se esforçou e colocou dois Ferrari na Q3 pela segunda vez no ano.

Assim sendo, para a parte final, as expectativas andavam altas, embora todos soubessem que de uma certa forma, os McLaren estavam num dia bom. E assim foi, apesar da boa surpresa que foi Romain Grosjean. Será que ele aceitou as liçoes de condução de Jackie Stewart? Sebastian Vettel foi o terceiro, na frente de Jenson Button. Apesar deste quarto posto, isso significa também que no conjunto dos resultados, os McLaren estiveram melhores do que a Lotus, que colocou Kimi Raikkonen no quinto posto.

Mas a Q3 mostrou-nos mais duas equipas que colocaram os seus pilotos no "top ten": a Ferrari, que colocou Fernando Alonso no sexto posto, um lugar à frente de Felipe Massa, e na Williams, com Pastor Maldonado a ser oitavo, um lugar na frente de Bruno Senna. Nico Hulkenberg fechou o "top ten".

Assim sendo, parece que a McLaren confirmou neste fim de semana húngaro que está de volta aos lugares da frente. Mas as coisas, amanhã, na corrida, podem ser completamente diferentes, como Hamilton avisou na conferência de imprensa após a qualificação: “Não há nenhum segredo para a corrida de amanhã, é igual para todos. Temos de manter a calma e gerir os pneus. A estratégia de pneus será importante amanhã e a degradação será interessante de seguir. Sabemos que os Lotus são rápidos em séries longas, tal como a Red Bull, pelo que temos de manter a concentração”, referiu.

Veremos, porque prevê-se chuva para amanhã. 

sexta-feira, 27 de julho de 2012

Extra-Campeonato: a boa e a má parte dos Jogos Olimpicos

É hoje. Vai ser hoje. está a acontecer agora. Sete anos depois de ser escolhida, quatro anos depois da última vez que vimos tudo isto em Pequim, agora é a vez de Londres acolher pela terceira vez na sua história os Jogos Olímpicos, depois de eventos em 1908 e 1948. Os Jogos Olímpicos são definitivamente a coisa desportiva mais importante do mundo, pois coloca lá todas as nações reconhecidas pelas Nações Unidas e pelo Comité Olímpico Internacional. Por lá andarão dez mil e quinhentos atletas de todo o mundo, dando o seu melhor para chegar às medalhas. Mas para muitos, só participarem lá já é um feito, pois trabalharam muito para chegar, demonstrando que são os melhores do seu país, mesmo que a medalha seja uma mera ilusão.

Pessoalmente, eu gosto muito dos Jogos Olímpicos. Ainda me lembro da primeira vez que vi uma cerimónia de abertura, em 1984, em Los Angeles. Tinha então oito anos, e para mim foi algo que me fascinou quase de imediato. Não sabia, então, que todo o Bloco de Leste tinha boicotado os Jogos Olímpicos, com retaliação pelo boicote americano e ocidental pelos Jogos de Moscovo. Lembro-me de ver na TV os feitos de Joaquim Cruz, o brasileiro que venceu os 800 metros, e que por causa disso, provavelmente, me deu um especial fascinio por essa distância, mas também vibrei, especialmente com a medalha de ouro de Carlos Lopes, na Maratona.

Para quem me lê no Brasil, o feito de Lopes foi quase o equivalente a vencer a Copa do Mundo ou algo parecido. É que até ali, nenhum atleta português tinha vencido uma prova nos Jogos Olímpicos. Vencer medalhas, sim. Mas a de ouro, nunca. E quando milhares de pessoas ficaram de pé, sem dormir, madrugada adentro, a vibrar e a chorar quando ouviram pela primeira vez o hino nacional a ser tocado num evento como estes, sabiam que estavam a viver um momento único, como se nunca pensaram que tal coisa iria acontecer nas suas vidas.

Os anos passaram, e o meu fascínio tem os seus altos e baixos. Mas por um tempo pensei em ser atleta olimpico, quando tinha doze anos. Pensei entre natação e atletismo - os tais 800 metros... - mas nunca consegui grandes resultados. A febre passou e concentrei-me noutras coisas.

Eu posso estar adormecido nestas coisas, mas sinto que por estes dias, a minha febre está a voltar. Tem um lado bom - vou estar mais atento à televisão - mas tem um lado mau. O lado mau chama-se "medalhite". Não que eu exija que todos os atletas que estão na delegação olímpica ganhem medalhas, mas sei que a cada quatro anos, as pessoas acordam de uma letargia e depois pensam que isto é como no futebol, que "vamos buscar o caneco" ou que "o caneco é nosso". Vivo em Portugal, um pais cujos niveis de atividade fisica são das mais baixas da Europa. O numero de atletas filiados em clubes é baixo, seja em que modalidade for.

É certo que se verificaram avanços nos últimos anos em várias modalidades individuais, como o atletismo, o judo, a canoagem, o triatlo, o ciclismo, os saltos de trampolim, o ténis de mesa. Temos muitos campeões e finalistas europeus, mas estamos desfalcados de muitos dos nossos bons atletas. O campeão olimpico do triplo salto, o Nelson Évora, está de fora devido a lesão. Francis Obikwelu e Naide Gomes, a saltadora em comprimento, está também de fora. Vanessa Fernandes, a medalha de prata no triatlo em Pequim, está também de fora porque teve um esgotamento nervoso em 2010. Portanto, as expectativas portuguesas andam em baixo. E num pais em que consegue uma média de duas a três medalhas por cada edição dos Jogos Olimpicos, teme-se o pior.

Essa é a má parte. Mas se falo da perspectiva portuguesa, a brasileira não deverá ser muito melhor. Afinal de contas, estamos a falar do país que vai receber os próximos Jogos Olimpicos, no Rio de Janeiro, que vai ter de fazer um enorme investimento em termos de infraestruturas e também em termos humanos, para não passar mal no quadro das medalhas. E o Brasil vai querer bater o recorde de medalhas aqui em Londres, para depois "pulverizar" no Rio. Não é fácil, não será fácil. As pressões serão enormes.

Francamente, gostaria de ver os Jogos tal qual como é e como deveria ser: uma celebração. E espero vê-los dessa forma. Mas o outro lado vai assombrar ao longo destes 16 dias, isso sei eu. As pessoas tem uma auto-estima muito bipolar...

Formula 1 2012 - Ronda 11, Hungria (Treinos)

Uma semana depois de Hockenheim, o circo da Formula 1 já está instalado no Hungaroring, onde se vai disputar a 11ª e última jornada do campeonato antes de todos meterem férias por um mês. E na travada pista húngara, como acontece em quase todas as corridas, normalmente os treinos pouco ou nada significam - aliás, a possibilidade de chuva no dia da corrida é real - e assim, estes treinos servem para fazer afinações e testar soluções de corrida.

Assim sendo, tem de se levar relativamente a sério os tempos de Lewis Hamilton nas duas sessões de treinos livres, onde ele esteve no topo da tabela de tempos, da primeira vez, esteve 101 centésimos mais veloz do que Jenson Button, enquanto que da segunda, foi mais veloz em 185 centésimos sobre o Lotus-Renault de Kimi Raikkonen. Contudo, tem de se dizer que a chuva apareceu em força na segunda sessão de treinos livres, quando faltavam meia hora para o final da sessão, pelo que os piloto se concentraram em fazer um bom tempo o mais depressa possível.

Uma coisa é certa: ambos os McLaren parecem querer recuperar a boa forma que andou perdida nas últimas corridas e que apareceu um pouco na semana passada em Hockenheim. Fernando Alonso foi o terceiro na primeira sessão, seguido por Nico Rosberg e Romain Grosjean. Michael Schumacher foi o sexto.

Interessante foi ver Valtteri Bottas, o terceiro piloto da Williams, no nono posto, dois lugares na frente de Pastor Maldonado. Talvez seja por causa do novo posto de "Toto" Wolff ou então da sua namorada olímpica, o certo é que isso lhe acrescentou mais confiança. Mas na segunda sessão, quando Bruno Senna ficou com o carro, este fez o terceiro melhor tempo, a 258 centésimos de Hamilton. Já agora, nessa segunda sessão, Felipe Massa foi o quarto, na frente de Fernando Alonso e Jenson Button. Paul di Resta foi o sétimo.

Os Red Bull, passada a polémica sobre o mapeamento dos motores, andaram discretos nestes sessões de treinos livres. Na primeira sessão, Mark Webber foi 13º, na frente de Sebastian Vettel, apenas 15º, enquanto que na segunda, foram oitavo (Vettel) e 14º (Webber)

A segunda sessão, como foi dito atrás, decorrer debaixo de chuva na segunda metade da sessão, fazendo com que Michael Schumacher se despistasse pela segunda sessão consecutiva, depois de ter feito o mesmo em Hockenheim. O veterano alemão despistou-se na curva 11, mas os danos não foram muito grandes.

Amanhã é dia de qualificação, e vai se ver se este acontecerá debaixo de chuva ou sob piso seco. Pode ser que debaixo deste último, os McLaren dêm um ar da sua graça, ou então, poderemos ver mais da Ferrari, como temos visto nas duas últimas qualificações. A ver vamos.

GP Memória - Alemanha 1997

Quinze dias depois de Silverstone, máquinas e pilotos estavam de volta à competição na pista alemã de Hockenheim, palco do GP da Alemanha. A grande novidade no pelotão era o regresso de Gerhard Berger à Benetton, após três corridas de ausência, devido a uma operação ao septo nasal, para curar a sua sinusite, que para piorar as coisas, nesse período, viu morrer o seu pai, vítima de um acidente de aviação na sua Austria natal.

O regresso do divertido e veterano Berger tinha sido profusamente saudado no "paddock", mas todos mal sabiam que aquilo iria ser o principio de um fim de semana de sonho para o austriaco. A começar, ele fazia a pole-position no seu Benetton, apenas 22 centésimos mais veloz do que Giancarlo Fisichella, no seu Jordan. Mika Hakkinen, no seu McLaren-Mercedes, era o terceiro, seguido por Michael Schumacher. Heinz-Harald Frentzen era o quinto, no seu Williams, na frente do segundo Benetton de Jean Alesi. Ralf Schumacher, no segundo Jordan, era o sétimo, seguido pelo segundo McLaren de David Coulthard. E a fechar o "top ten", Jacques Villeneuve, que feito uma má qualificação, e o segundo Ferrari de Eddie Irvine.

A corrida começou com Berger a disparar para a frente, com Fisichella a tentar aguentar os avanços de Schumacher e Hakkinen. Atrás, Frentzen e Irvine colidiam e arrastaram-se pelas boxes, acabando ambos por abandonar. Metros depois, a transmissão do McLaren de David Coulthard quebrou-se, levando-o a despistar-se e a abandonar também a corrida.

Nas voltas seguintes, Berger afastava-se de Fisichella, enquanto que este aguentava Schumacher. As coisas não iriam mudar muito até que ao primeiro reabastecimento, quando Berger parou e caiu para o terceiro lugar, atrás de Fisichella e Hakkinen. Quando voltou, passou facilmente o finlandês e foi atrás do italiano, que só pararia a meio da corrida para o seu unico reabastecimento. Voltaria em segundo e disposto a apanhar Berger.

Na frente, o austríaco controlava as operações com o seu Benetton, esperando que os eventos do ano anterior não se repetissem. Na volta 27, o motor Ford do Stewart tripulado pelo dinamarquês Jan Magnussen explode perto da zona do Estádio e isso irá ter um papel crucial no desfecho da corrida algumas voltas depois. Entretanto, na volta 33, Villeneuve desiste devido a despiste na primeira chicane, quando tentava ultrapassar o Prost de Jarno Trulli.

A onze voltas do fim, Berger para pela segunda vez, deixando Fisichella na liderança. Mas esta dura apenas duas voltas, pois Berger passou-o rapidamente. O italiano tentou acompanhar o austriaco, mas quando o Jordan passa pelos destroços, na volta 40, uma das peças do motor de Magnussen fura o pneu traseiro esquerdo, levando depois a danificar o radiador. Apesar de ter ido às boxes, acaba por parar no meio da pista, acabando ali uma excelente corrida da parte do italiano.

Quando chegaram à meta, Gerhard Berger comemorava o seu regresso com uma vitória irrepreensível, seguido pelo Ferrari de Michael Schumacher e o McLaren de Mika Hakkinen. Nos restantes lugares pontuáveis ficava o Prost de Jarno Trulli - os seus primeiros pontos na Formula 1 - o Jordan de Ralf Schumacher e o segundo Benetton de Jean Alesi.

No final, era um jubilante Gerhard Berger comemorava a sua vitória, fazendo com que se completasse o círculo. É que pouco depois, iria anunciar a sua retirada da competição, e aquela iria ser a sua última vitória na Formula 1, quase onze anos depois da sua primeira vitória pela Benetton. E também iria ser a última vitória da equipa até à sua absorção pela Renault, em 2002.

quinta-feira, 26 de julho de 2012

A mais recente aparição de Robert Kubica

São poucas as noticias sobre Robert Kubica, logo, quando aparece num evento, é noticia. Desta vez aconteceu que ele fora convidado no domingo passado para aparecer nos bastidores do Rali  Cittá de Lucca, em Itália, o mesmo onde ocorreu o acidente mortal de de Valerio Cattelani. Aí se fotografou e deu autógrafos aos presentes. Contudo, o polaco não permitiu que lhe fotografassem a sua mão direita, apesar de ele se manifestar numa forma muito aproximada da que tinha por alturas do acidente.

Muitos referem que ele recuperou muita da mobilidade dessa mão direita, gravemente afetada pelo acidente de fevereiro passado, mas entretanto, parece que ele mudou de método em termos de fisioterapia, para permitir uma recuperação mais veloz dessa mobilidade. Roberto Chinchero, jornalista italiano que acompanha de perto Kubica, afirmou que muito provavelmente voltará a competir em 2013, desconhecendo se será num carro de formula 1 ou num de ralis. "Kubica estava dirigindo seu carro particular, estava indo muito bem e muito rapidamente. Como se a 06 de fevereiro não tivesse acontecido nada" afirmou na sua conta do Twitter.

Assim sendo, continua a ser uma incógnita se ele regressará à competição, seja ele num Formula 1, seja ele num rali. É certo que a sua última operação foi no final de maio, ao cotovelo, para que pudesse recuperar a totalidade da sua funcionalidade.

Mas também a abordagem do próprio Kubica sobre esse assunto - do qual nada fala - faz com que as especulações sobre o eventual regresso ou então que algum dia voltará a correr sejam grandes. O que faz até agora é fisioterapia e quando tiver algo a dizer que seja relevante, ele dirá.

A sereia de Bottas

Sei reconhecer uma beleza quando vejo uma. Já a tinha visto o ano passado, quando posou ao lado de Valteri Bottas, quando este conquistou o campeonato de GP3. Mas não sabia que ela também é famosa por mérito próprio. É que Emilia Pikkarainen, de 19 anos, é nadadora. Olimpica. E com essa idade, vai estar pela segunda vez nuns Jogos Olimpicos, nadando nos 100 e 200 metros mariposa (borboleta), bem como os 200 metros estilos (medley), estilos no qual é recordista nacional. 

Quem conta isto hoje é o Luis Fernando Ramos, o Ico. Ele conta também que Bottas vai querer ver as prestações dela na piscina olimpica londrina, mas que provavelmente falhará as eliminatórias, pois vão acontecer no fim de semana húngaro. Mas nos dias seguintes deverá voar para Londres, no sentido de ir vê-la pelo menos nas eliminatórias dos 200 metros estilos.

Em relação ao palmarés internacional de Pikkarainen, é modesto: apenas uma medalha de bronze no Europeu de pista curta de 2010, na cidade holandesa de Eindhoven, quando nadou na equipa de estafetas finlandesa nos 4x50 metros estilos. Em Pequim, dois anos antes, e ainda com a idade de 15 anos, tinha 46ª na sua eliminatória dos 100 metros mariposa. O seu irmão Ville Pikkarainen também é nadador na seleção, mas nas camadas mais jovens.

Pode-se dizer que neste caso em particular, a cara metade de Bottas é uma verdadeira sereia.

Noticias: Maria de Villota já saiu do hospital

Depois de alguns dias no Hospital de la Paz em Madrid, a piloto Maria de Villota já teve alta para completar a sua recuperação em casa. Apesar desta boa noticia, De Villota, de 32 anos, irá ter de voltar para fazer as devidas operações para corrigir as suas graves lesões na face, sofridas no dia 3 de julho no aerodromo de Duxford, quando fazia os seus testes em linha reta, a bordo do seu Marussia.

A condição do paciente é boa e nos dias em que esteve internado no nosso hospital, recebeu a atenção dos nossos departamentos de cirurgia plástica, neurologia e oftalmologia que continuarão a seguir a paciente.” lê-se no comunicado do hospital.

Entretanto, segundo a revista alemã Auto Motor und Sport, a Marussia poderá apresentar nos próximos dias as suas conclusões ao acidente de De Villiota. A revista fala que a equipa chegou à conclusão que o acidente se deveu a “uma cadeia de desafortunadas circunstâncias e erros”. 

Na descrição da revista é referido que a piloto espanhola deveria ter feito uma curva antes de se imobilizar nas boxes, e que se esqueceu de premir o botão “neutro”, que coloca a caixa de velocidade em ponto morto, mas não conseguiu premir a patilha da embraiagem. Assim, com o carro engatado, pneus e travões frios, perdeu o controlo do carro e acabou por bater na placa elevatória do camião a cerca de 80 km/hora. 

5ª Coluna: E o Acordo, já está assinado?

Estamos entre dois Grandes Prémios, a uma semana de um agosto totalmente dedicado às férias. Mas quando o "paddock" regressar para correr no circuito de Spa-Francochamps, uma das coisas do qual ainda terá de resolver é algo chamado Acordo (ou Pacto) de Concordia. É um assunto do qual muito pouco se sabe, mas que tem de ser resolvido este ano, sob pena da situação se complicar para construtores, promotores e a própria FIA.

Segundo diz Joe Saward esta quarta-feira, o grande obstáculo por estes tempos é a relutância da Mercedes em assinar o Pacto devido a várias coisas. Uma delas é a percentagem extra que Red Bull e Ferrari irão receber por parte de Bernie Ecclestone, devido à sua antiguidade e palmarés. A Mercedes quer uma parte semelhante, não tanto por si mas pelo passado das equipas anteriormente encarnadas como a Brawn GP, Honda, BAR e Tyrrell. Mas também surgiu novo obstáculo na forma do "caso Gribowsky", no qual se provou que o financeiro alemão Gerhard Gribowsky recebeu um suborno de mais de 40 milhões de dólares por parte de Bernie Ecclestone, em 2002, quando o Grupo Kirch foi à falência. Como é sabido, Ecclestone alega que foi chantageado, mas a Procuradoria de Munique não cai nessa justificação e a partir de agora, tenta evitar solo alemão com medo de ser detido para interrogatório.

Só este novo obstáculo poderá fazer com que a Mercedes, num caso extremo, decida que o melhor é não assinar o acordo, para que tenha as "mãos livres" para poder ir embora da Formula 1 quando quiser e bem lhe apetecer, e sem ter de pagar qualquer tipo de penalização. Nada mais justo para a marca de Estugarda.

Este exemplo serve para demonstrar que, ao contrário daquilo que Bernie Ecclestone anda a falar pelos quatro cantos da Terra, as coisas andam muito longe da realidade. E quando ouves Martin Withmarsh, o patrão da McLaren (e presidente da FOTA), a falar na CNN que as equipas se devem unir, é mais um sinal para fora de que no mundo hereméticamente fechado da Formula 1, há algo de podre se passa por estes tempos.

É sabido que existem muitas "guerras surdas" neste momento. Do muito pouco que se sabe, mesmo por parte dos "insiders", nota-se que existe por ali muita "guerra fria". As equipas, que querem um pedaço maior das receitas. A FIA, na figura de Jean Todt, que quer recuperar algum do domínio que teve no passado, e Ecclestone, claro, que quer manter o seu pulso de ferro sobre um negócio que lhe rende centenas de milhões de dólares por ano. Só que, claro, Ecclestone vai a caminho dos 82 anos, tem agora este caso com o Gerhard Gribowsky entre mãos - e que agora faz com que evite a Alemanha como se Adolf Hitler e o partido nazi ainda estivesse no poder - e a crise mundial contiunua a moer as finanças de toda a gente, e não é só na Europa.

No final, creio que o Acordo será assinado, com ou sem a Mercedes pelo caminho. Mas como este será muito provavelmente o último durante a existência de Bernie Ecclestone, pode significar que a tempestade será adiada por mais alguns anos. Com as equipas historicamente desunidas - apesar de ter aparecido a FOTA - do qual Ecclestone soube aproveitar essa desunião para levar sempre a melhor, quando haver novas reuniões com vista a novo Acordo, as hipóteses de tudo isto acabar numa tempestade que abalará as fundações da Formula 1 são reais.

GP Memória - Alemanha 1987

Quinze dias depois da sensacional vitória de Nigel Mansell em Silverstone, máquinas e pilotos estavam na pista alemã de Hockenheim para disputar a oitava prova do campeonato mundial de Formula 1 daquela temporada. Com os Williams-Honda na mó de cima, apesar da oposição da Lotus e da McLaren, parecia que a distância e a velocidade do autódromo alemão seria favorável às cores da Williams.

E assim foi: no final das duas sessões de qualificação, os motores monopolizaram a primeira fila da grelha, com o Williams de Nigel Mansell na frente do Lotus de Ayrton Senna. Alain Prost era o terceiro, no seu McLaren TAG-Porsche, à frente do segundo Williams de Nelson Piquet. Na terceira fila estava o Ferrari de Michele Alboreto, na frente do Benetton-Ford de Thierry Boutsen. Andrea de Cesaris era o sétimo, na frente do segundo McLaren-TAG Porsche de Stefan Johansson. A fechar o "top ten" estava o segundo Benetton-Ford de Teo Fabi e o segundo Ferrari de Gerhard Berger

Debaixo de um sol de verão, a grelha formou-se para mais uma corrida, e quando o sinal verde foi aceso, Senna largou melhor que Mansell. O "brutânico" teve uma má largada e foi momentâneamente superado por Prost, mas depois voltou ao segundo posto, indo atrás de Senna. No inicio da segunda volta, Mansell passou Senna para a liderança e logo a seguir, Prost e Piquet fizeram o mesmo, pois o brasileiro da Lotus alinhava com o seu carro de reserva, com um motor menos potente.

Na volta sete, Prost chega-se a Mansell e consegue ultrapassá-lo. A partir dali e até à volta 19, não houve novidades. Nessa altura, o francês troca de pneus e o britânico fica com o primeiro lugar, que o perde na volta 23, quando é a a vez dele de ir às boxes para colocar um novo jogo. Por essa altura, Senna lidava com problemas de manobrabilidade, que o impedia de ser mais veloz do que os outros, fazendo-o cair para o quinto lugar, atrás de Johansson.

Mas na volta 25, o motor Honda de Mansell explode e o britânico acaba por desistir, deixando Prost a respirar mais tranquilamente. Parecia que a partir dali, Prost estava a caminho de uma vitória tranquila - que seria a sua 28ª e assim bateria o recorde de Jackie Stewart - mas na volta 39, o alternador do seu McLaren quebra e acaba por desistir.

Assim sendo, Nelson Piquet herda a liderança e vai assim até à mata, vencendo pela primeira vez na temporada e ficando assim com a comando do campeonato. Stefan Johansson chega ao segundo lugar - apesar de ter tido um furo nos metros finais da corrida que o fez atravessar a meta em três rodas - enquanto que Ayrton Senna completava o pódio no terceiro lugar. Nos restantes lugares pontuáveis ficavam os Tyrrell de Philippe Streiff e Jonathan Palmer, bem como  Lola-Larrouuse de Philippe Alliot, conseguindo aqui o seu primeiro ponto para a marca.

GP Memória - Alemanha 1992

Quinze dias depois dos fãs britânicos terem invadido a pista para aplaudirem e celebrarem Nigel Mansell, que parecia imparável a caminho do seu mais que merecido título mundial, máquinas e pilotos estavam em Hockenheim para o GP da Alemanha. Uma pista que naquela temporada estava mais composta do que o habitual, pois graças às prestações de Michael Schumacher, pela primeira vez em 15 anos, havia um piloto alemão nos primeiros lugares da grelha e com possibilidade de vitória ou de pódio.

Nas pré-qualificações, nada demais, excepto o facto do Andrea Moda de Perry McCarthy ter falhado uma verificação de peso e ter sido excluido da qualificação pelos comissários. Roberto Moreno, apesar dos seus esforços, não conseguiu qualificar o seu carro para a segunda fase.

Na qualificação própriamente dita, o melhor foram os Williams, que monopolizaram a primeira linha, com Mansell a ser melhor do que Riccardo Patrese. A segunda linha era também um monopolio, mas dos McLaren, com Ayrton Senna na frente de Gerhard Berger. Jean Alesi era o quinto, seguido do Benetton de Michael Schumacher. Os Ligier de Eric Comas e de Thierry Boutsen monopolizavam a quarta fila da grelha, enquanto que a fechar o "top ten" estavam o segundo Benetton de Martin Brundle e o March-Ilmor de Karl Wendlinger.

Como seria de esperar, quatro pilotos ficariam de fora desta corrida: os Brabham-Judd de Eric Van de Poele e de Damon Hill, o Jordan-Yamaha de Stefano Modena e o Fondmetal-Judd de Andrea Chiesa.

Num domingo de sol e perante mais de 120 mil espectadores, a corrida começa com Patrese a partir melhor, mas Mansell ficou com a liderança na travagem para a primeira chicane. A partir dali, o britânico começou a afastar-se do resto do pelotão, para ver se fazia uma corrida tranquila. Berger seguia atrás de Senna, mas na volta 16, tem problemas de motor e acaba por abandonar, deixando Schumacher no quarto posto.

A acção começa quando Mansell e Patrese decidem ir às boxes, mas Senna e Schumacher não. Isso deixa o brasileiro na liderança, com o britânico a chegar-se perto dele, depois de se livrar do piloto alemão. Mas Senna defende as suas trajetórias contra o piloto da Williams, e ele até comete um erros na segunda chicane, que o obriga a sair um pouco da pista. Contudo, recupera o tempo suficiente para o passar algumas centenas de metros adiante, na terceira chicane.

Pouco depois, Patrese chega-se a Schumacher, mas o jovem alemão defende fortemente o seu lugar e somente na volta 32, quando trava na Ostkurwe, é que Patrese passa o piloto da Benetton. Pouco depois, parte em perseguição a Senna e apanha-o em quatro voltas, comelando uma batalha pelo segundo lugar. Senna defenderá a sua trajetória para evitar a ultrapassagem de um veloz Patrese, e isto vai ser assim até à última volta, quando na zona do Stadium, Patrese trava tarde demais na zona suja da pista e despista-se, ficando preso numa saliência e não conseguindo voltar à pista, perdendo um terceiro lugar certo.

No final, Mansell vencia calmamente pela oitava vez naquela temporada, deixando-o com o dobro de pontos do segundo classificado e deixando-o a um pódio de ser campeão. Senna foi o segundo e Schumacher herdou o terceiro lugar de Patrese. Nos restantes lugares pontuáveis ficaram o segundo Benetton de Brundle, o Ferrari de Alesi e o Ligier de Comas.     

Formula 1 em Cartoons: A nova ameaça de Bruno Senna (GP Toons)

O anuncio de Toto Wolff como numero dois da Williams fez com que as coisas não estejam muito boas para os lados do Bruno Senna. E o Hector Garcia, da GP Toons, mostra a razão desse receio...

quarta-feira, 25 de julho de 2012

Fibra de Carbono - Episódio 17

No episódio desta semana, falamos essencialmente sobre o GP da Alemanha, do triunfo de Fernando Alonso e da vantagem que conseguiu construir face aos seus adversários, nomeadamente os Red Bull de Sebastian Vettel e de Mark Webber

Falamos também sobre a penalização de Sebastian Vettel devido à sua ultrapassagem "por fora" a Jenson Button, sobre a utilidade das escapatórias de asfalto, que pode levar a abusos, e também sobre a resistência dos carros na atualidade, que fazem com que os pilotos desistam muito menos do que no passado, mas que são penalizados, caso troquem de material quado não devem fazer. 

Quanto à imagem do Kimi Raikkonen que ilustra este post: nada a ver com o podcast, mas é a piada do momento.

GP Memória - França 1982

Uma semana depois de Brands Hatch, máquinas e pilotos atravessaram o Canal da Mancha e decidiram rumar para sul, mais concretamente para Paul Ricard, onde iriam disputar o GP de França. A grande novidade era que a fratura que Nigel Mansell sofrera no seu pulso direito tinha voltado a abrir e fora obrigado a descansar por mais alguns dias. No seu lugar veio o seu compatriota Geoff Lees, campeão da Formula 2 no ano anterior.

Com trinta carros na lista de inscritos, dos quais só passavam 26, a Renault queria impressionar a todos que era mais do que um carro potente, mas que não vencia corridas. Assim sendo, decidiu reforçar um pouco mais os seus carros de ordem a que pudessem dominar o fim de semana. E assim foi: monopolizaram a primeira fila da grelha, mas o melhor foi René Arnoux, que bateu Alain Prost. Na segunda fila estavam o Ferrari de Didier Pironi e o Brabham-BMW de Riccardo Patrese, enquanto que na terceira estavam o segundo Ferrari de Patrick Tambay e o segundo Brabham-BMW de Nelson Piquet. Andrea de Cesaris era o sétimo na grelha e o melhor dos não-Turbo, acompanhado pelo seu companheiro de equipa, Bruno Giacomelli. A fechar o "top ten" estavam o McLaren de Niki Lauda e o Williams de Keke Rosberg.

Os quatro azarados, do qual iriam ver a corrida das boxes, eram o Ensign de Roberto Guerrero, o Fittipaldi de Chico Serra, o Theodore de Jan Lammers e o March de Raul Boesel.

A corrida começa com Arnoux a ir para a frente, seguido de Prost, mas cedo ambos foram passados pelos Brabham, que queriam experimentar a estratégia de parar para reabastecer a meio da corrida, no sentido de ver se era viável. Patrese, e depois Piquet, passaram Prost no segundo lugar, enquanto que o italiano ia atrás de Arnoux, para alcançar a liderança. Ele passou-o, mas na oitava volta, o motor BMW do Brabham explode, impedindo-o de continuar.

À 11ª volta, no final da reta Mistral, houve um acidente espectacular, quando o Arrows de Mauro Baldi e o March de Jochen Mass se desentendem e o carro do alemão acaba na rede, muito perto de uma bancada cheia de espectadores. Ambos os pilotos sairam dali sem ferimentos, nem houve ferimentos graves nos espectadores, mas para Mass foi o sinal de que era altura de abandonar a competição, algo que fez logo a seguir.

Na frente, Piquet liderava, mas por pouco tempo. Na 24ª volta, quando estava prestes a fazer a sua paragem nas boxes, o motor BMW explode e acaba por ficar a ver os Renault na pista, a ficarem com os dois primeiros lugares. A partir dali, Prost esperava que Arnoux lembrasse do acordo que tinham feito naquele final de semana que, caso a Renault ficasse com os dois primeiros lugares, Arnoux teria de ceder o primeiro posto a favor de Prost, porque este último tinha mais pontos na classificação geral.

Só que na corrida, Arnoux deslumbrou-se com a liderança e esqueceu-se do acordo, e como isto era algo tão raro nos carros franceses - já conhecidos por quebrarem bastante - ele ficou na frente o mais que podia. E ao contrário do normal, o carro aguentou até ao fim e o francês venceu a corrida, à frente de Prost, que no pódio iria mostrar que estava visivelmente agastado por ele ter "rasgado" o acordo. O Ferrari de Didier Pironi foi o terceiro, completando o pódio, seguido pelo outro Ferrari de Patrick Tambay, enquanto que a fechar os pontos ficavam o Williams de Keke Rosberg e o Tyrrell de Michele Alboreto.

terça-feira, 24 de julho de 2012

Wolff, Williams, Bottas e o destino de Bruno Senna

A noticia de hoje num "paddock" da Formula 1 que está de viagem entre Mannheim e Budapeste é, digamos assim, uma formalidade de algo que já se sabia em termos oficiosos. É como se um casal de união de facto decidisse formalizar a sua união com um casamento. E foi isso o que aconteceu com o anuncio da Christian "Toto" Wolff no papel de diretor-executivo da Williams, meses depois da saída de Adam Parr.

Wolff, de 38 anos e casado com a piloto de DTM Susie Stoddart, tem uma participação minoritária na empresa e depois da reforma de Patrick Head, no final do ano passado, parece ser cada vez mais desenhado no papel de sucessor de Frank Williams, que fez 70 anos em 2012 e desde 1986 que está confinado a uma cadeira de rodas, após um acidente no sul de França, quando regressava de uma sessão de testes.

A dupla, claro, não parou de elogiar um ao outro no comunicado oficial da equipa. “É uma grande honra para mim ajudar a Sir Frank no seu papel de chefe da equipe Williams. Sou acionista desde 2009 e estou animado em poder trazer minhas responsabilidades a um nível maior. Juntos, trabalharemos incansavelmente para tornar a organização a mais bem sucedida possível”, garantiu o austríaco. 

O novo papel de Toto, trabalhando mais perto de mim, diz respeito à Williams olhando em frente e garantindo uma bem sucedida administração da companhia. Estou animado com essa nova relação de trabalho e acredito que a parceria tornará a equipe de Fórmula 1 mais forte”, afirmou Frank Williams.

No paddock, esta noticia foi bem vista. Segundo diz o Luis Fernando Ramos, o Ico, todos tem boa impressão de Wolff, ao contrário de Adam Parr, que nunca teve a simpatia no paddock devido ao seu estilo de liderança e pelo facto de ele nunca ter conseguido grandes patrocínios durante o tempo em que lá esteve. Wolff segurou o barco e foi buscar algumas das pessoas que fizeram do FW34 o carro que é agora, assegurando o regresso às vitórias da equipa, através de Pastor Maldonado. E claro, Wolff é um ex-piloto, casado com uma piloto, portanto, o automobilismo corre-lhe no sangue, exatamente o mesmo espírito lutador que Frank Williams têm.

Mas a chegada de Wolff ao segundo cargo mais importante da equipa significa que o finlandês Valteri Bottas será piloto da equipa em 2013. E isso faz com que o lugar de um dos atuais pilotos está em perigo. Pastor Maldonado pode dar 50 milhões de dólares por ano, vindos da estatal venezuelana PDVSA, e a primeira vitória da equipa desde 2004, mas é inconstante e para alguns dos pilotos, um perigo público. Bruno Senna também pagou pelo seu lugar, mas é menos veloz do que Maldonado, apesar de chegar mais vezes aos pontos. 

Resta saber o que eles irão decidir no final do ano, quando fizerem o balanço da temporada. E apesar de faltar dez corridas para o fim, os rumores que Mika Salo coloca para fora, por muito disparatados que sejam, são para ser levados a sério. E sabem quem é o elo mais fraco...  

Sobre as fatalidades nos ralis

O acidente mortal de sábado à noite/madrugada de domingo no Rally Cittá de Lucca, em Itália, veio colocar ao de cima, mais uma vez, a segurança dos carros de rali e das provas em si mesmas. É verdade que já vão em onze as mortes este ano, em vários ralis um pouco por toda a Europa, desde a Itália - é a segunda vez que acontece - até à Republica Checa, passando pela França e Belgica.

Primeiro que tudo, ver alguém a pagar o preço mais alto de um desporto que apesar de toda a segurança já é triste. Mas ainda ficas mais triste quando sabes das circunstâncias do acidente mortal e da dupla envolvida. Valerio Catelani e Daniela Bertoneri eram um casal que tinham uma paixão em comum, que era os ralis. Apesar de gerirem um bar, eram entusiastas o suficiente para terem um Peugeot 207 S2000 e participarem em ralis locais.

Para piorar as coisas, quando o azar acontece, ele nunca vem só. O carro bateu num muro do qual ficou de cabeça para baixo, arrastando-se até uma valeta, do qual eles não conseguiram sair a tempo, devido ao fogo. Quase me fez lembrar o acidente de Henri Toivonen, 26 anos antes, na Volta à Córsega, mas aí as circunstâncias eram diferentes. No caso do piloto finlandês, em 1986, os carros eram de fibra de vidro, tubulares. Agora são chassis a sério. Mas independentemente disso tudo, pelas circunstâncias e pelas fotos que vi, cheguei à conclusão que foi uma enorme fatalidade. Da maneira como o carro caiu, eles não tinham fuga possível.

Mais do que azares a acontecerem numa altura em concreto - há ralis todos os fins de semana um pouco por toda a Europa, sejam eles locais, nacionais ou regionais - e sabendo da segurança que estes carros têm e os protegem de muitos acidentes, creio que deve ser altura da FIA pensar no reforço da segurança desse tipo de carros. Ter "roll-bars" no carro é uma coisa, mas por exemplo, reforçar o chassis no lado do condutor e do navegador para evitar que "guard-rails" e troncos de árvore atravessem carro adentro, como aconteceu com Robert Kubica e como aconteceu de forma fatal com Gareth Roberts (navegador de Craig Breen) na Targa Florio, é outra. 

Sempre fui contido nesse aspecto porque sei parar para pensar e ver no que podia e devia ser feito e no que foi uma pura fatalidade. Acho que a haver algo a fazer, a FIA deveria regular o reforço dos carros na zona entre o motor e os pilotos, de forma a evitar que um guard-rail penetre aquele habitáculo. Criar uma célula de segurança mais forte que existe até agora nos carros de ralis seria uma forma de oferecer mais segurança e diminuir o risco de acidentes mortais. Acho que se deveria fazer algo nesse caso, porque é algo que é alcançável, porque há meios e material para tal.

A fazer isso, diminuiria os acidentes mortais. Mas não os eliminaria por completo. O automobilismo foi, é e será sempre um desporto perigoso. Daí que os carros sejam mais fortes do que o normal e os pilotos sejam mais experimentados e os testes mais exigentes do que o normal. Mas o "risco zero" não existe, é uma utopia. O Acaso encontrará sempre uma forma de demonstrar que levará a melhor, como aconteceu este domingo a um casal italiano que estava ali porque adorava o seu "hobby".

segunda-feira, 23 de julho de 2012

Youtube Comedy: Comédia, Carros e Café


Acabei de ver isto esta tarde. É o primeiro "webpisódio" do mais recente programa de Jerry Seinfeld, onde ele convida amigos seus a tomar um café, levando-os a bordo de clássicos dos automóveis. Como convidado, ele escolheu o seu amigo e co-criador do programa "Seinfeld", Larry David, que também criou o "Curb Your Enthusiasm" (conhecido em Portugal como 'Calma, Larry!'). O carro e o café são pretextos para conversa. 

E como o seu amigo diz no final: "Finalmente voltaste a criar um programa sobre nada." E aparentemente pelo "teaser", os seus próximos convidados serão tão interessantes como o Larry David. Já vi Alec Baldwin, Michael Richards (o Cosmo Kramer na série), Chris Rock e Ricky Gervais

Vai ser algo muito interessante de se ver...

A ausência de Bernie e a traição de Tamara

Como eu suspeitava, Bernie Ecclestone não apareceu em Hockemheim neste fim de semana, muito provavelmente devido aos seus receios de ser interrogado pelas autoridades bávaras devido ao seu envolvimento com Gerhard Gribowsky, no caso em que ele afirma ter pago um suborno para ficar com os direitos televisivos da Formula 1 em 2002, mas que alegou ter feito sob chantagem.

Mas a Vanessa Ruiz, da Tazio, falou hoje que poderá ter havido outro motivo para que Ecclestone tivesse estado ausente. É uma uma das suas filhas, a Tamara, separou-se este fim de semana do seu namorado (ou marido, não ando por dentro destas cusquices sobre o seu estado civil) dez anos mais velho, Omar Khanyi, que o acusa de ser infiel. E uma das revelações que ela faz ao jornal "The Sun" é bombástica: "Não tínhamos sexo há mais de um ano"

Não é ela que quer posar nua na Playboy? 

Enfim, mais um problema que o velho papá terá de resolver.

A pose da vitória

Entre mais um Grande Prémio e o começo dos Jogos Olimpicos, que acontecerão esta sexta-feira em Londres, no passado dia 17, quando passeava pela Net, dei por mim a ler este artigo vindo do jornal "Público" que publicava este curioso artigo da revista americana "Science and Human Behavior" em que se analisava as expressões de vitória que os seres humanos têm, o seu grau de espontaneidade e o que podemos diferenciar de algo distintivo do fabricado, como o de mostrar aos outros "Who's the Boss", ou algo assim. E descobriu-se que há a vitória e há o orgulho pessoal, que são expressões completamente destrinçadas.

Eis o artigo na íntegra:

A "pose de vitória" é um gesto universal de triunfo e não de orgulho pessoal

17.07.2012 - 17:52 Por Ana Gerschenfeld

Braços estendidos em forma de “V”, punhos fechados, expressão tensa do rosto, por vezes acompanhada de um grito. É a chamada “pose de vitória”, a que já nos habituámos quando um atleta ganha uma competição. Mas qual é a emoção que a motiva?

Há uns anos, David Matsumoto, da Universidade Estadual de São Francisco, e colegas, tinham analisado uma série de atletas olímpicos e chegado à conclusão de que as suas reacções emocionais imediatas a uma vitória ou a um fracasso – que para os cientistas revelavam, respectivamente, sentimentos de orgulho e de vergonha – eram independentes da cultura do desportista e estavam “programadas” nos circuitos cerebrais de todos os seres humanos.

Mas agora, Matsumoto quis saber se algumas das expressões que na altura tinham sido classificadas como sendo de orgulho não seriam indicadoras de uma outra emoção, bem diferente. Mais precisamente: seria a pose de vitória o reflexo, não do orgulho pessoal sentido pelo atleta no momento da vitória, mas uma emoção ainda mais imediata?

Num estudo que deverá ser publicado na edição de Setembro da revista Evolution and Human Behavior, a sua equipa sugere agora que, efectivamente, a pose de vitória – tão característica, universal e inata – é, afinal, uma expressão de triunfo. A confirmar-se este resultado, o triunfo passaria a ter o estatuto de emoção de pleno direito e não o de componente de outra emoção humana mais complexa.

No novo estudo, os cientistas mostraram a um grupo de voluntários de duas culturas bastante diferentes – norte-americana e sul-coreana – fotografias de judocas de 17 países que tinham acabado de ganhar uma medalha nos Jogos Olímpicos de 2004. E pediram-lhes para definir a emoção retratada, escolhendo-a numa lista de possibilidades que lhes fora fornecida (e da qual constavam, obviamente, “triunfo” e “orgulho”). 

Após uma série de testes deste tipo, constataram que a pose da vitória tinha sido classificada como sendo uma expressão de triunfo. Pelo contrário, nas que foram classificadas como expressões de orgulho, a atitude do atleta era diferente: braços afastados do corpo, mãos abertas, um ligeiro sorriso.

Uma das maiores diferenças entre o triunfo e o orgulho é visível na cara”, diz Matsumoto (ex-treinador olímpico de judo premiado) em comunicado. “Quando alguém se sente triunfante após um concurso ou um desafio, a cara pode apresentar uma expressão bastante agressiva. Como o Michael Phelps quando ganhou os JO [de natação] de 2008. É muito diferente do pequeno sorriso que vemos quando alguém se sente orgulhoso de si próprio.

Uma análise mais aprofundada das fotografias apresentadas aos participantes mostrou ainda que a expressão de triunfo surgia, em média, quatro segundos depois da vitória do judoca, ao passo que as expressões de orgulho surgiam, em média, 16 segundos depois do desfecho do encontro. Para Matsumoto, o facto de a expressão de triunfo anteceder a de orgulho tem uma explicação simples: as expressões de triunfo são declarações de sucesso, enquanto as de orgulho ocorrem quando a pessoa se sente satisfeita de si própria – o que exige alguns instantes de auto-avaliação.

Transportando isto para o automobilismo, pode-se distrinçar isso de modo fácil. Ver pilotos a quererem sair do carro em andamento, levantando o punho ou gritando dentro do seu capacete, como era no passado é mais espontâneo do que o Sebastian Vettel a colocar o dedo indicador em riste. Como é um gesto que já se tornou frequente, pode-se dizer que é a imagem de marca do alemão. O "salto de canguru" Webber também poderá ser considerado como algo espontâneo, mas a melhor altura para ver ambas as expressões será no instante após terem estacionado o carro na boxe, após a corrida, e depois, no pódio, quando se entregam os prémios ou se ouvem os hinos.

Mas de uma certa forma, este estudo e esta explicação das expressões de vitória no final de qualquer realização desportiva, é um assunto interessante. E vai ser mais uma coisa do qual iremos estar a observar no futuro.