sábado, 14 de dezembro de 2024

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Houve grandes pilotos britânicos antes da II Guerra Mundial, que se mostraram perante o mundo, batendo recordes do mundo. Gente como Malcom Campbell, John Cobb e Henry Seagrave foram alguns desses pilotos cujas carreiras foram seguidas atentamente nos jornais e revistas, cujos perfis foram filmados nos cine-jornais da época. 

Contudo, houve um piloto que, para chegar ao topo, até colocou a sua lealdade em jogo. Querendo pertencer à elite do Grande Prémio, foi para a Alemanha e conseguiu triunfar, perante o mundo. Contudo, numa altura em que o mundo estava à beira de uma catástrofe, e as suas lealdades estavam em jogo, um acidente mortal não só cortou abruptamente a sua carreira que a marca onde correu, em tributo, decidiu limpar sempre a sua sepultura. 

Hoje em dia, todos esqueceram que, antes de Stirling Moss, existiu Richard Seaman

Nascido a 4 de fevereiro de 1913 em Chichester, no sul britânico, cresceu em berço de ouro, a ponto de ir estudar no Trinity College, em Cambridge. Os pais queriam que fosse ou advogado ou deputado do Partido Conservador, mas em 1931, aos 18 anos, foi ver uma corrida e ficou logo apaixonado pelo automobilismo. Três anos depois, comprou um MG e foi para a Europa continental para ganhar experiência. Pouco depois, arranjou um ERA e competiu na classe das Pequenas Viaturas, onde começou a triunfar, e claro, a dar nas vistas, quer nas pistas, quer nas subidas de montanha, nomeadamente no Mont Ventoux, em França - agora mais conhecida pelas chegadas da Volta à França em Bicicleta. 

Em 1936, arranjou um Delage, e altamente modificado, começou a andar em todas as grandes competições de então, quer com um ERA, quer com um Delage, e as suas performances foram suficientemente interessantes para no final desse verão, Alfred Neubauer, o diretor de corrida da Mercedes, o convidou a fazer um teste com um dos seus carros. A ideia? Ter um estrangeiro na sua equipa, ao lado de Rudolf Caracciola e Hans Stuck.

No final, houve um convite oficial, no qual ele aceitou... contra os desejos da mãe, que não o queria correr "numa equipa nazi". Seaman não queria saber da politica, queria triunfar no melhor carro, e os melhores em 1937 eram os alemães. Contudo, na primeira grande corrida pela marca, o GP da Alemanha, evolveu-se com o seu companheiro de equipa, Ernst von Delius, que acabou por morrer. Ficou magoado no acidente, mas recuperou a tempo da última corrida do ano, o GP de Itália, onde foi quarto. 

Em 1938, sem Stuck, que foi para a Auto Union por causa do acidente mortal de Bernd Rosemeyer, Seaman lidava com outro piloto em ascensão, Hermann Lang. Mas em agosto, no GP da Alemanha, conseguiu o fantástico: triunfou perante os alemães! O primeiro não-alemão a ganhar um GP numa máquina alemã - nem Nuvolari o conseguiria! No final, tocou-se o "God Save The King", com ele a fazer a saudação, perante o embaraço dos seus compatriotas, numa das piores alturas em termos políticos: a Alemanha já tinha anexado a Áustria e já tinha olho na região dos Sudetas, na Checoslováquia, e as tensões estavam de tal ponto altas que o GP da Grã-Bretanha, em Donington Park, foi inicialmente cancelado, antes de acontecer a 30 de outubro. 

Para piorar as coisas, Seaman encantou-se e casou-se com Erica Popp, então com 17 anos, e filha de um dos donos da BMW. Como presente, ganharam uma casa nos Alpes alemães. E tudo com o som dos tanques a artilharia a serem ouvidos na Europa Central... 

A temporada de 1939 começava com o GP da Bélgica, em Spa-Francochamps, que se realizaria em fins de junho. No fim de semana da corrida, esta iria decorrer debaixo de muita chuva. Na partida, Seaman foi para a liderança, e começou a afastar-se da concorrência, querendo aproveitar o asfalto molhado. Seaman basicamente corria sem freio até chegar ao pé da região de Bruneville, onde à 22ª volta, uma poça de água o faz perder o controlo do seu Mercedes, onde se despistou e bateu contra uma árvore. O carro atingiu o depósito de combustível e explodiu, derramando para o seu corpo. Foi socorrido e levados para o hospital, com graves queimaduras. Acabaria por morrer poucas horas mais tarde, não sem afirmar à Mercedes que tinha sido o responsável pelo acidente, por causa da sua condução no limite. Tinha 26 anos.

Seaman foi enterrado no Putnam Valley Cemetery, nos arredores de Londres. A Mercedes colocou uma fotografia dele em todos os seus concessionários, e Hitler, sempre um entusiasta do automobilismo, enviou uma coroa de flores, para (mais um...) embaraço da família. A sua campa é periodicamente cuidada até nos dias de hoje.

Quanto a Popp, emigrou para a América, casou-se mais duas vezes até morrer em 1990, aos 69 anos.   

O legado é algo dúbio. O facto de, três meses depois da sua morte, começou a II Guerra Mundial, fez esquecer rapidamente Seaman, e muitos sempre pensaram que ele, por causa de ele correr para eles, e por causa do seu casamento com Popp, iria ficar do lado alemão da coisa. Na realidade, ele queria correr com os melhores carros, a sua lealdade era secundária.  

Há um excelente livro sobre ele, de seu nome "A Race With Love and Death", do Richard Williams, que é o mesmo que escreveu uma biografia sobre o Ayrton Senna.  

Youtube Automotive Vídeo: McLaren, 1969

Em 1969, a McLaren já era uma potência no automobilismo. Correndo e ganhando na Formula 1, já tinha montado carros para a Can-Am e para aquilo que iria ser a Formula 5000, uma competição que misturava os chassis da Formula 1 com os motores da competição americana, que julgava ser uma alternativa mais barata que a categoria máxima do automobilismo.

Filmado pela BBC para o programa "Wheelhouse", eles foram à sede da fábrica, onde eram montados os carros das diversas competições em que participava. E ali, temos uma entrevista ao piloto, construtor e fundador da equipa, para além de outra com a família, nomeadamente a mulher e a filha de Bruce McLaren

Detalhe: estamos em 1969 e a entrevista é feita a cores!    

sexta-feira, 13 de dezembro de 2024

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Hoje saíram os números que serão usados na temporada de 2025, e há algumas coisas interessantes. Entre os novatos há algumas trocas, e o uso de alguns dos números mais icónicos do automobilismo voltarão a ser usados. O número 5 foi escolhido por Gabriel Bortoleto, piloto da Sauber-Audi, o mesmo número que foi usado por gente como Jim Clark, Jackie Stewart, Niki Lauda, Mário Andretti, Nelson Piquet, Michael Schumacher, Emerson Fittipaldi, Nigel Mansell, e ultimamente, Sebastian Vettel

Andrea Kimi Antonelli, piloto da Mercedes, terá o número 12, o mesmo usado por gente como James Hunt, Gilles Villeneuve, Nigel Mansell, Ayrton Senna e Nelson Piquet, entre outros.

Jack Doohan terá o número 7, usado por gente como Nelson Piquet, Alain Prost, Riccardo Patrese, ou Kimi Raikkonen e Oliver Bearman será o 87 na Haas F1.    

Aqui há números poderosos, e estes novos pilotos terão grandes sapatos para os calçar. O palmarés deles não depende do número, e entende-se que com eles, tentarão impressionar. Mas espera-se que tenham a capacidade de calçar estes sapatos. Sabendo-se também que, por exemplo, Toto Wolff quer fazer de Antonelli um melhor piloto que é agora, e os brasileiros terem imensas esperanças que ele chegue e "arrase" a concorrência, os números que escolheram são bem ambiciosos da parte deles. Para eles, o céu é o limite, mas não se pode pensar que ganhará na primeira corrida - pelo contrário.

Acho para mim que 2026 será a temporada a ter em conta, com eles a lidarem com os novos regulamentos. 2025 irá servir para aprenderem os circuitos, adaptarem-se aos carros e melhorarem os seus instintos. 

Youtube Automotive Video: o regresso do Renault 5 Turbo

Há que tempos, desde que a Renault decidiu que o Renault 5 iria voltar a ser fabricado, como elétrico, que se fala na ideia do regresso da sua versão Turbo, que existiu entre 1980 e 1985, e era fabricado em Dieppe, na fábrica da Alpine. E quem se recorda dele, era um carro com "esteroides", e algum palmarés nos ralis. 

Agora, neste vídeo, o presidente da Renault, Luca di Meo, mostra o que será o "Renault Turbo 3E". um carro com 500 cavalos, aceleração dos 0 aos 100 em cerca de três segundos, e um visual que faz lembrar o tal carro com "esteroides" que era há 40 anos. 

Neste vídeo, o carro é revelado como um "easter egg" na série documental "Anatomy of a Comeback" da Amazon Prime Video, onde, segundo eles, terá tração traseira, motores elétricos duplos e os elementos de design exclusivos de seus antecessores, tudo para homenagear o seu legado nos ralis.  

WRC: Dirigentes aplaudem os novos regulamentos para 2027


Os novos regulamentos do WRC para 2027, apresentados nesta semana, causaram reações positivas por parte de alguns dos diretores desportivos das marcas que estão atualmente na competição, como a Toyota, Ford e a Hyundai. Estas três marcas, através de Jari-Matti Latvala, da Toyota, Malcom Wilson, da M-Sport (Ford) e Cyril Abiteboul, da Hyundai, acham que existem alguns aspetos positivos, mas outros como o custo de um Rally1, que pretendem que custe 345 mil euros, acham que tem de ser modificado para fazer lucrar a competição.

Da parte da Toyota, Latvala fala que os novos regulamentos para o WRC estão na direção certa para embaratecer os custos e atrair mais equipas, apesar de não ser totalmente perfeito.  

Temos trabalhado arduamente com a FIA para contribuir o mais possível para os regulamentos de 2027. Acreditamos que as principais linhas do projeto de regulamentos estão bem formuladas e vão na direção correta. Ainda acreditamos que há um trabalho importante a fazer para finalizar e melhorar alguns dos detalhes, mas nesta fase isso é totalmente normal”, disse o ex-piloto finlandês.


Latvala refere que há muitas preocupações relativamente a alguns pontos, como o custo dos novos carros, previsto para 345 mil euros, contra os atuais 1,1 milhões dos Rally1. Segundo ele, é um valor irreal, apesar de alguns comentadores afirmar que os Rally2 não são muito mais baratos que estes novos carros de ralis.

Já Cyril Abiteboul, que também tem estado envolvido nas discussões dos novos regulamentos, considera positiva a direção que a FIA está a fazer em relação a isso, e que ajudará na continuidade da marca para além de 2026.

É sempre positivo para os construtores disporem de um roteiro a longo prazo para os campeonatos que possamos avaliar e melhorar em conjunto. Congratulamo-nos com os importantes esforços que têm sido feitos para reduzir os custos, uma vez que o WRC precisa de estabilizar e desenvolver a sua base de fabricantes. Também esperamos desenvolver o valor do desporto, apresentando carros espetaculares em formatos de rali emocionantes para aumentar a base de adeptos”, comentou.


Do lado da M-Sport, Malcom Wilson poderá ver os novos regulamentos como uma tábua de salvação para a continuidade do seu projeto, como também pode dar muito mais possibilidades de ajudar a desenvolver jovens pilotos dentro da sua equipa.

Penso que os regulamentos aprovados até à data são o caminho certo para o WRC. Precisamos de novas entradas, mais equipas e pilotos a competir ao mais alto nível, e estes regulamentos para 2027 vão encorajar isso. Permitir-nos-á dar uma oportunidade a mais jovens pilotos, o que é essencial para o sucesso a longo prazo do desporto, e é também muito importante tornar o WRC mais acessível, permitindo às equipas competir ao lado dos construtores.”, comentou.

Todos esperam que este novo tipo de regulamentos não só os convença a manter as marcas na competição, como também atraia outras como a Lancia, que anda a desenvolver um programa para o Rally2, que poderá ser a base para os novos Rally1 que surgirão dentro de três anos.

quinta-feira, 12 de dezembro de 2024

Youtube Automotive Video: Hyundai RN24, um Ioniq5 com esteroides!

Ainda há céticos em relação ao futuro elétrico, mas a Hyundai decidiu recentemente construir um carro em "esteroides". O conceito é interessante: pegar num Ioniq5 e transformá-lo num carro que é uma mistura de carro de rali a lembrar os "Ghynhanas" do Ken Block

O carro é rápido e ágil, mas claro, não passa de um conceito cujos componentes poderão estar nos carros da marca num futuro mais ou menos distante (ou próximo). 

Noticias: Alonso admite que 2026 poderá ser o seu último ano


O espanhol Fernando Alonso admite que a temporada de 2026 poderá ser a última na Formula 1. Nessa temporada, ele terá 45 anos e passará 20 sobre a conquista do seu segundo título. Mas também será a temporada onde os novos regulamentos irão ser implementados. E ele, que é piloto da Aston Martin, terá o seu contrato terminado nessa temporada, com Adrian Newey a desenhar o seu chassis. Logo, tem de mostrar serviço, para saber se ainda é capaz de ser competitivo e ganhar.

Numa entrevista à BBC nesta semana, começa a afirmar, sobre se lutará pelo título: 

"Porque não? Sei que 2026 é provavelmente a minha única oportunidade, porque 2025 é extremamente difícil, mas continuo a sonhar. A Fórmula 1 é para sonhadores, provavelmente, porque tudo pode acontecer. Vamos ver".

Para além disso, Alonso sente-se animado com a chegada de Adrian Newey à equipa, e acha que num chassis desenhado por ele, poderá ter a sua última grande chance de um terceiro título na categoria máxima. 

"As expectativas serão altas porque é um carro novo, mudança de regulamento, carro feito por Adrian. Provavelmente - ou pelo menos para começar - será a minha última temporada na Fórmula 1. Porque o meu contrato termina no final de 2026. É tempo de apresentar resultados e o tempo da verdade. As expectativas são elevadas", concluiu.

quarta-feira, 11 de dezembro de 2024

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O interesse de Franco Colapinto, que não tem lugar na Formula 1 como piloto titular em 2025, arrefeceu nas últimas semanas nos lados da Red Bull, por causa dos seus mais resultados nas últimas corridas. Contudo, não na Alpine. Flávio Briatore andou a conversar em Abu Dhabi com a empresária de Colapinto, Maria Catarineu, provavelmente para arranjar um lugar na Alpine para 2025. 

Se calhar, poderá existir algo no horizonte, mas se for algo positivo, vem com uma clausula: o argentino não correrá no inicio de 2025. Mas mais tarde... a estória poderá ser outra.

E se calhar é isso que explica o contrato que Jack Doohan tem na Alpine. Ele tem duas avaliações, uma a maio da temporada, ou seja, antes das férias de verão, e a outra, no final do ano, em Abu Dhabi. E se as coisas correrem mal até ao verão para o australiano, Colapinto estaria pronto para saltar para o carro.

Se isso for verdade, significa duas coisas. A primeira, que a clausula de rescisão é baixa, muito baixa, ou seja, ele poderá livrar de Doohan à primeira chance, depois de ter dado uma chance. E segundo, se contratar Colapinto agora, ele será um fantasma a pairar sobre a equipa, esperando que um deles escorregue e ele fique com o lugar. Só que em 2024, ele era assim, e ninguém queria saber dele, pois estava na Formula 2. Agora que tem tudo atrás dele, desde as claques argentinas, e já mostrou todo o seu talento - falta consistência, é verdade - mas a ideia de duas meias temporadas no seu palmarés - é essa a chance que se coloca - poderá ser a sua grande chance. 

Recordo: em 2026, a Alpine terá motores Merceces. Que nos novos regulamentos, poderão ser os favoritos para a vitória. E eles poderão fazer nessa temporada aquilo que a Williams fez em 2014.

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A situação de Sérgio Pérez na Red Bull é mais complexa que se parece. E ele é uma peça de equilíbrio de uma equipa que pode estar a um passo da desagregação interna. Depois da "estória" do inicio da temporada, com o escândalo de assédio sobre Christian Horner, as coisas acalmaram-se bastante, mesmo com a noticia da saída de Adrian Newey e de mais alguns engenheiros, deixando a equipa  com quase nada em termos de trunfos para a concorrência. E o novo motor Ford, apesar de ser construído com muito "input" da própria Red Bull, poderá não ser o grande motor que é o Honda - e que em 2026 estará na Aston Martin.  

Quem acompanha a estória, sabe que o seu empresário, Julian Jakobi, pediu uma enorme quantidade de dinheiro caso ele seja despedido. Mas há pior: "Checo" terá dito a "insiders" que iria jogar a bosta no ventilador sobre Horner e Marko caso lhe deem o chuto no rabo no final da temporada. Afinal de contas, assinou um contrato para 2025, e quer cumpri-lo escrupulosamente. Mesmo que seja uma muleta de Max e com todos a perguntarem o que anda ali a fazer. Em suma, uma garantia de vida.

É um pouco irónico, mas "Checo" colocou a Red Bull refém. E se calhar, 2025 será um inferno em Milton Keynes, mesmo com Max. porque ele só sai... se quiser. É uma chatice, mas é mais barato que processos e o nome espalhado no chão pela imprensa sensacionalista... ou pior.

E claro, Liam Lawson correrá mais uma temporada na Racing Bulls.          

WRC: Hyundai multada no Japão


A Hyundai foi multada em 50 mil euros devido a irregularidades detetadas em dois dos Hyundai i20 Rally1 no Rali do Japão. Os carros de Thierry Neuville e Andreas Mikkelsen tinham o diferencial traseiro não conforme com a ficha de homologação, depois das verificações finais do rali.

Aparentemente, nas verificações finais dos carros, após o rali do Japão, a parte exterior do do diferencial traseiro não estava conforme as fotos submetidas na homologação feita em Janeiro deste ano. A caixa correta deveria ser a mesma que foi homologada inicialmente em 2022.

Feita a audição da equipa, que assumiu tratar-se de um erro administrativo, a FIA decidiu penalizar a equipa com 25 mil euros de multa imediata e outros 25 mil euros suspensos até ao final do campeonato de 2025. E recordou que em casos semelhantes, a pena prevista no regulamento teria sido a de desclassificação. Contudo, depois do Tribunal de Apelação Internacional ter aberto a jurisprudência de em "circunstâncias excecionais" optar pela multa pecuniária, a FIA decidiu-se por essa pena, para evitar um longo processo legal que um evidente recurso ao Tribunal de Apelo teria dado.

Com o campeonato acabado, o WRC agora regressa no final de janeiro de 2025, com o rali de Monte Carlo.

Youtube Motoring Vídeo: Os carros de um ditador deposto

Um ditador não tem um carro na garagem: tem centenas, senão milhares. Quando na noite de sábado para domingo, Bashar al-Assad fugiu, rumo para Moscovo, para não ser abatido e ter o seu cadáver arrastado pela rua pelo povo em fúria, querendo vingar-se de 13 anos de guerra civil, deixou tudo para trás: palácios, mobiliário, roupas, quadros, mas sobretudo... carros. 

Nesta reportagem da CNN, que mostra uma das garagens - aparentemente, existem outras, com dezenas de carros de diwersos tipos - só nesta reportagem poderemos ver carros raros como um Ferrari F50, um Lamborghini Diablo, dois Buicks descapotáveis, um Lincoln Continental, dois Mercedes 600 "Grosse" - o carro dos ditadores - muitos Audis, Mercedes, Toyotas Land Cruisers, muitos clássicos e modernos. 

E claro, as garagens dos ditadores são muito maiores e bem mais diversos que os nossos. Afinal de contas, compram com o erário público da nação. 

terça-feira, 10 de dezembro de 2024

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Alguém sabe quem foram os rivais da Andretti para o lugar da 11ª equipa? Se não sabem, falo de um candidato: a Hitech. A equipa, fundada em 2003, está bem implantada na Formula 2 e na Formula 3, entrará em 2025 da F1 Academy, a competição para mulheres, e todos afirmam que é uma das melhores e mais bem organizadas. Quando eles não foram escolhidos, eles disseram que iriam recorrer da decisão, mas até agora não surgiu nenhuma decisão, nem a favor, nem contra. 

Contudo, aconteceu um novo desenvolvimento nestas semanas que poderá determinar o futuro da equipa, até nas suas aspirações para a categoria máxima do automobilismo: foram comprados pela Toyota. 

A marca japonesa, desde há umas semanas a esta parte, começou a envolver-se mais na competição, década e meia depois de terem saído da Formula 1. Primeiro, um acordo de parceria técnica com a Haas para ajudar no desenvolvimento da equipa, e agora, com a compra da Hitech, poderão ter três direções: envolver-se com a Haas, envolver-se com a Alpine, ou então... a sua própria equipa. A partir de 2028, sem apressar as coisas. 

Há alguns dias, Mohammed Ben Sulayem mostrou-se aberto para a inclusão de uma 12ª equipa, elevando o pelotão para 24 carros. Não se sabe qual é a reação das equipas para a ideia de ver os seus lucros vindos da FOM, logo, da Liberty Media, serem ainda mais divididos, mas com a ideia de mais um construtor na competição, isso seria compensado com mais entradas de dinheiro, logo, mais lucros. 

E a Toyota, nos últimos anos, está a investir forte no automobilismo, sempre para ganhar. Endurance - querem construir um protótipo em hidrogénio para começar a competir em 2028 - os ralis, o WRX, ou seja, rallycross, e há rumores que poderá ter os seus olhos na IndyCar, querendo fazer companhia à Honda e Chevrolet. 

A Hitech tem como sócio maioritário o britânico Oliver Oakes, que agora é um dos diretores da... Alpine, e que lucrou bastante com a venda da Hitech pelos japoneses. E tê-los por ali, nas categorias de promoção sem pensar na maior de todas, pode passar por um erro, a não ser que queriam alimentar a sua equipa na Endurance. E ao longo dos anos, não precisaram de ter equipas para ter bons pilotos para preencher os seus Hypercars. Portanto, poucos creem que isto tenha acontecido só porque a Toyota tem dinheiro a queimar nos seus bolsos. Há algo mais.   

Noticias: Ferrari anuncia parceria com a Cadillac


De uma certa maneira, era esperado, mas a Ferrari anunciou esta terça-feira que irá fornecer motores à Cadillac nas duas primeiras temporadas onde estará na Formula 1, ou seja, de 2026 a 2028. Para além disso, a equipa terá caixas de velocidades também da Ferrari, e o seu chassis será feito pela Dallara, onde basicamente será uma "Haas II", pelo menos, nestes primeiros anos na categoria máxima do automobilismo.

"[Anunciamos] um acordo plurianual a partir de 2026 com a Andretti Formula Racing LLC, referente ao fornecimento de unidades de potência e caixas de velocidades à equipa liderada pela TWG Global e General Motors, sujeito à Andretti Formula Racing LLC receber confirmação por escrito da FIA – F1 de que sua candidatura no Campeonato FIA de Fórmula 1 de 2026 foi aceite e aprovada", afirmou a Ferrari, no comunicado oficial.

Com isso, a Cadillac-Andretti será a terceira equipa do pelotão a usar os V6 turbohíbridos italianos, juntamente com a estrutura oficial e a Haas. Ela estará na Formula 1 a partir de 2026, depois da sua candidatura ter sido aprovada pelas restantes equipas no fim de semana do GP de Las Vegas.

WRC Solberg pilotará em 2025 com um Toyota


O sueco Oliver Solberg, filho do campeão do mundo de 2003, Petter Solberg, terá em 2025 um programa parcial pela Toyota, quer no WRC2, quer no WRC1. A ideia é de ser campeão na categoria WRC2, onde Sami Pajari alcançou em 2024, com um Toyota GR Yaris Rally2.

Para além dessa temporada com um WRC2, é provavel que ele faça algumas provas de Rally1 em 2025. O foco estará agora em mostrar tudo o que vale em WRC2 e convencer os responsáveis da marca a dar-lhe uma oportunidade no topo dos ralis.

A Printsport é uma equipa muito profissional e bem sucedida.", começou por afirmar o piloto de 23 anos. "Conheço muitos dos seus elementos do passado, por isso pareceu-me a decisão certa. E, claro, sabemos tudo sobre o Toyota GR Yaris Rally2 – é incrível pensar que este carro só foi lançado pela primeira vez há 11 meses. Vou ficar a saber mais sobre as sensações do Yaris quando o conduzir pela primeira vez, mas penso que todos apreciaram o trabalho de desenvolvimento da Toyota Gazoo Racing.", continuou. 

"Sei que é um carro rápido – sei o quanto me esforcei para ficar à frente do Jari-Matti [Latvala, chefe de equipa da TGR] quando ele conduziu um na Finlândia este ano! A Printsport tem um bom calendário de testes até 2025 e, como sempre, tenho a certeza de que a Toyota Gazoo Racing irá apresentar alguns desenvolvimentos adicionais. Há um bom plano para estarmos tão bem preparados quanto possível.”, declarou.

O objetivo para 2025 é definitivamente lutar pelo título”, confirmou Solberg. “Estou muito orgulhoso do que alcançámos este ano e perder o campeonato por três pontos dói, sem dúvida. Mas agora só estou a olhar para a frente. Como disse, estou muito orgulhoso do que eu e o Elliott fizemos e deixar a Škoda não foi uma decisão fácil – estou muito grato a todos da Škoda Motorsport e a toda a equipa Toksport nos últimos dois anos. O objetivo agora é tentar ganhar o maior número de rondas do WRC2 e, claro, o campeonato na próxima época.”, concluiu.

segunda-feira, 9 de dezembro de 2024

Youtube Formula 1 Vídeo: Ecclestone e a sua coleção (que colocou à venda, parte II)

Como sabem, há uma semana, Bernie Ecclestone anunciou que iria colocar a sua coleção de 69 carros à venda, com a ajuda de Tom Hartley, que irá vender os carros um a um, a um preço que poderá ser superior a 600 milhões e euros - quanto mais tempo passa, mais isto parece ser mais lucrativo para os bolsos do "anãozinho" de 94 anos, que decidiu não esperar para morrer para colocar a sua coleção à venda. 

No meio disto tudo, ele sentou-se ao lado de Hartley para falar dos carros que tem, e neste episódio, fala dos Ferraris que acabou por colecionar ao longo dos anos. Desde o 375 que deu a vitória a Alberto Ascari no GP de Itália de 1951, aos carros que Niki Lauda usou no seu tempo na Scuderia, passando pelo carro de 2002, pertencente a Michael Schumacher.  

Formula E: Felix da Costa contente com pódio


António Félix da Costa teve um bom arranque de temporada na Formula E, e mostrou o seu contentamento com mais uma ida ao pódio. O piloto da Porsche lutou pela vitória, e acabou na segunda posição, lutando pela vitória, que acabou nas mãos do neozelandês Nick Cassidy, da Jaguar. 

Com este resultado - mais a volta mais rápida, que lhe deu um ponto extra - Félix da Costa solidificou o seu segundo lugar no campeonato de uma temporada que mal começou. E claro, a Porsche mantém-se competitiva na luta dos lugares cimeiros, como aconteceu na temporada passada.

"Estou contente com a nossa solidez no dia de hoje [sábado], tantos na qualificação como na corrida estive sempre rápido e senti-me muito confiante com o carro. Foi uma corrida estranha, que foi interrompida duas vezes com bandeira encarnada e quem tinha ainda 'attack modes' acabou por tirar proveito disso, como foi o caso do Evans que venceu com essa estrelinha.", começou por afirmar. 

"Saio de São Paulo contente, é sempre bom começar o ano com um segundo lugar e agora é continuar a trabalhar para nos mantermos competitivos na próxima corrida no México. Queria ainda dizer que o nosso desporto voltou a mostrar-nos que o perigo existe e é real, felizmente o Pascal está bem, depois do acidente feio que teve, isso é mesmo o mais importante do dia de hoje!", concluiu.

A Formula E regressa agora dentro de um mês, depois do Ano Novo, quando forem correr no Autódromo Hermanos Rodriguez no fim de semana de 11 de janeiro, para a segunda corrida da temporada. 

domingo, 8 de dezembro de 2024

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Enquanto na tarde deste domingo, Lando Norris liderava do principio até ao fim no GP de Abu Dhabi, conquistando uma vitória sem mácula, numa corrida algo agitada, num mundo paralelo, Sonny Hayes (Brad Pitt) subia ao lugar mais algo do pódio, acompanhado por Charles Leclerc e George Russell. Com esta vitória, parece que iria sair da Formula 1 pela porta grande, vencendo na última corrida da sua carreira, depois de um regresso à Formula 1 para ajudar o seu companheiro de equipa.

Pelo menos, estas são as fotos que esta tarde vi em alguns sítios, como a Autosport britânica e o site motorsport.com.  

Coloquei isto em algumas redes sociais. Se numa, as reações foram pouco mais que indiferença, noutro mais novo, o Threads, tive mais de 300 "gostos", com algumas pessoas a reagirem por escrito, afirmando que o filme irá parecer artificial, ou que tudo isto poderá ser um gigantesco "flop", que já juram não ir ver. Ainda antes do filme aparecer nos cinemas ou no "streaming" onde irá passar, no próximo verão.

Sinceramente, para uma pessoa como eu, que vi sozinho o "Lamborghini" num dia de semana, e era o único espectador, tudo que aparecer depois será um ganho. Tenho de ver o lixo para poder afirmar que é mesmo um lixo, não arroto antecipadamente a comida que tenho na boca. Irei ver, ainda por cima, há três anos, foi o "hype" que foi com o "Top Gun: Maverick", que com o mesmo realizador e o mesmo produtor, passou dos mil milhões de dólares. 

As sentenças são dadas depois do filme se estrear. Há coisas que aparentam ser irrealistas? É capaz. Mas sinceramente, estão a dar esperança ao Fernando Alonso... e esperem mais seis meses para podermos ver isto nas salas de cinema ou nas salas de estar das nossas casas. Eu sou mais clássico.    

Formula 1 2024 - Ronda 24, Abu Dhabi (Corrida)


E por fim, chegou-se à meta. 

Demorou muito tempo, estiveram em todos os continentes, exceto em África, mas depois de ter começado em março, em dezembro, a três semanas do Natal, chegou a Abu Dhabi para a bandeira de xadrez do campeonato. Altura de despedidas - Carlos Sainz Jr sai da Ferrari, Lewis Hamilton da Mercedes, (se calhar) Checo Pérez da Red Bull, e tantos, tantos outros.  

Ao contrário do que acontece em Losail, ali em Abu Dhabi, espera-se pelo por do sol para que os carros alinhem nas suas posições na grelha e esperem para que as luzes se apaguem pela última vez na temporada. Ou seja, com o sol no horizonte, as cortinas corriam numa das temporadas mais imprevisíveis desde 2021. Especialmente quando nada esperava isto, no inicio da temporada. 


Na partida, Norris largou bem e manteve o primeiro lugar na primeira curva, mas atrás... o Inferno quase gelou. Max queria tirar o segundo lugar de Oscar Piastri e tudo o que conseguiu foi tirá-lo da pista e ele acabou com um pião que assustou todo o pelotão. Ambos caíram para o fundo da grelha, mas nenhum deles acabou a sua corrida por ali. Aliás, a alguns, foi uma corrida de recuperação, especialmente para Charles Leclerc, que recuperou muitas posições, para chegar aos pontos o mais depressa possível. Afinal, um dos McLaren estava de fora, e ter os dois Ferrari nos pontos seria ótimo para as suas aspirações para o título. 

Max acabou com 10 segundos de penalização, por ter causado o acidente, e a perda de alguns pontos na super-licença. Mas isso não foi suficiente para que ele ficasse inibido destes gestos. Até afirmou que, se tirassem os outros pontos em 2025, que aproveitaria e tiraria uma licença paternal!  

Mas quem também ficou com danos, e de forma permanente, foi Sérgio Pérez, que se despistou na curva seis encostou o carro ainda na volta. Falar a expressão "final melancólico" começa a ser redundante...

Nessa altura, para piorar - um bocadinho - as coisas, Piastri, na sua tentativa de recuperação, acabou por bater na traseira do Williams de Franco Colapinto. Os comissários viram aquilo e ele acabou com 10 segundos de penalização. 


Claro, nas voltas seguintes, com Norris na frente de Sainz Jr em segundo quem era o terceiro classificado era Pierre Gasly. O piloto da Alpine aproveitou muito bem a situação e ficou nessa posição enquanto os outros recuperavam o tempo perdido. Mas até lá, tinha os seus 10 minutos de fama.

Na volta 21, Leclerc foi às boxes trocar de pneus, colocando duros para tentar chegar ao final da corrida, e parecendo que era isso que o resto do pelotão iria fazer. Nesta altura, ele já era quarto, e regressou à pista na oitava posição.  

As trocas continuavam, com Sainz Jr e Norris a trocar de pneumáticos nas voltas 26 e 27, respetivamente, mas o britânico manteve a vantagem sobre os Ferrari. Quase ao mesmo tempo, atrás, mais um final melancólico: a Williams pediu a Franco Colapinto para que fosse à box e parasse o carro de vex. Segunda desistência da corrida, segundo final melancólico da temporada. Sim, sim, já começa a não ser imaginativo... 


Na volta 31, mais sarilhos: Magnussen e Bottas tocam-se, depois do finlandês ter travado tarde demais para evitar a colisão. Com danos no seu lado direito, sem parte da asa dianteira e com um furo. Claro, com suspeita de danos no braço da suspensão, apesar do finlandês ter chegado às boxes, não saiu mais dali. Não era o final que Bottas queria para a sua longa carreira na Formula 1.  

Na volta 35 foi Hamilton a ir às boxes, naquela que era a sua última paragem para trocar de pneus na sua longa história pela Mercedes, e uma das últimas da temporada. Por esta altura, a noite tinha caído, e alguns pilotos continuavam a sua recuperação. Piastri queria chegar aos pontos e colaborar para o título de Construtores da McLaren, e Max queria passar o máxima do que podia, para chegar o mais alto possível. No final, o neerlandês chegou ao sexto posto, e Piastri conseguiu passar nas voltas finais o Williams de Alex Albon, não sem antes apanhar um susto quando ficou colado na sua traseira, saindo de pista. 

E na última volta, Hamilton passou Russell. Cortesia ou no braço?


Independentemente disto tudo, Norris fazia uma corrida sem mácula, e com isso, chegava à meta como vencedor, na frente dos Ferrari. Parecia que, só com ele, a McLaren tinha conseguido o tal título que procuravam. Mas quase no final, Piastri conseguiu um ponto, e isso, apesar de ser mínimo, confirmou o título que a equipa de Woking procurava desde... o século passado.  

No final, o fogo de artificio habitual do final do ano mostrara não só o final normal de uma temporada. E a ideia de que o final de algo raro tinha chegado. Espera-se que 2025 não seja não dominante como se teme, mas... espera-se que as pessoas não tenham saudades desta temporada.