sábado, 28 de novembro de 2020

A imagem do dia


Na foto, Bertrand Gachot nas ruas de Phoenix, no fim de semana de abertura da Formula 1 em 1991. A primeira corrida de sempre da Jordan. 

No fim de semana em que se comemoram os 30 anos da primeira saída da Jordan numa pista de Formula 1, falei ontem sobre as primeiras voltas que foram dadas com John Watson ao volante e como eles arranaram o dinheiro para completar a primeira temporada, desde a Pepsi até a Fujifilm, tudo porque tinham em comum... a cor verde. E como certos acasos deram no conjunto que combinou muito bem, dando-lhes 13 pontos e o quinto lugar no campeonato de Construtores, apesar de terem tido quatro pilotos. Mas com dois deles, começaram as suas carreiras na Formula 1: Michael Schumacher e Alessandro Zanardi.

No meio das minhas pesquisas, dei por mim a ler um artigo da Motorsport britânica sobre como surgiu o moelo 191. Já vos falei sobre as "chatices" com a Porsche - curiosamente, para compensar pela ludança de nome, a marca emprestou-lhe um 911 por 18 meses... - mas houve outros pormenores deliciosos que agora se conta por aqui.

Primeiro, a ideia da Formula 1 surgiu depois de uma conversa com Jean Alesi, depois de este ter assinado um contrato com a Tyrrell no verão de 1989. E de como a equipa do tio Ken e a dele, que dominava na Formula 3000, serem parecidas, e no final da conversa, o francês ter dito que não seria má ideia se desse o pulo. Já agora, foi na Jordan que Alesi fechou a sua carreira na Formula 1, no verão de 2001, depois de uma saída a mal da Prost.

Jordan lembrou-se de Gary Anderson, que nessa altura trabalhava na Reynard, e ele praticamente o assediou para que fosse trabalhar com ele, insistindo até que ele aceitasse a proposta. 

Anos depois, Andersson recordou: 

Eu disse:‘ Você está louco. Não tenho experiência. ' Continuei a dizer não até que, finalmente, com EJ a assediar-me, pensei:' Bem, provavelmente vou me cansar disso depois de alguns meses, mas porque não?' Eu tive que ir falar com Rick [Gorne, Diretor Administrativo da Reynard] e ele dizer ‘Gary vai se juntar a eles. E a parte triste é que ele está levando Andrew Green e Mark Smith com ele!'”

A apresentação a carbono não foi nenhum lance de génio por parte de Jordan. Era que... não tinham dinheiro para o pintar. Mas com o Ford V8, num ano em que boa parte do pelotão andava com motores V12 - Ferrari, Lamborghini e Honda - o bom chassis e o motor pequeno, mas potente e fiável era meio caminho andado para o sucesso.

Assim que o carro entrou na pista no primeiro dia, fiquei com uma ideia muito boa de como iria ser”, disse Jordan. “Às vezes, tem problemas inerentes e às vezes você pode resolver. Mas se o carro funcionar imediatamente, você poderá fazer melhorias e torná-lo [ainda] melhor. Quando John dirigia o carro, ele dizia“ Pff! É tão fácil de dirigir!”.

John Watson foi, de facto, o primeiro a guiar o carro, mas em Phoenix, era como comentador que assistia aos primeiros quilómetros da equipa na Formula 1. E nesse ano, ainda havia a temida pré-qualificação, do qual todos os novatos tinham de entrar, e eles tinham a companhia da Lambo, para além da Osella e Coloni, que nesse ano tinha Pedro Matos Chaves, o primeiro português em 26 anos a participar num fim de semana de Formula 1.

Eu estava em Phoenix para a primeira corrida do ano”, lembra Watson, “Eddie estava aflito, porque ele tinha colocado tudo o que tinha nesta equipa. Eles tiveram que passar obrigatoriamente pela pré-qualificação até o meio da temporada - uma pressão adicional inacreditável em cima das pressões normais de estar na Fórmula 1.

O principal problema era a pré-qualificação às oito da manhã [numa pista fria], era que os Pirellis sempre foram mais rápidos”, diz Jordan, “Com o passar do dia, os Goodyears [usados por Jordan] ficaram melhores, certamente eram melhores pneus de corrida.” Ali, as coisas foram agridoces: Bertrand Gachot passou sem dificuldades, enquanto Andrea De Cesaris falhou uma marcha e fez o quinto melhor tempo, acabando ali o seu fim de semana. 

Mas o resto é conhecido, e nos anos seguintes, cresceu para ser uma das mais reconheciveis equipas do meio do pelotão, ficando até 2005, para depois ter uma quantidade incrivel de nomes, desde Midland até Racing Point, para em 2021 serem a Aston Martin. Mas o espirito da Jordan continua lá.

Formula 1 2020 - Ronda 15, Shakir (Qualificação)


E agora vamos para a reta final do campeonato. Está tudo decidido, mas serão três semanas bem duras, pois será uma corrida atrás de outra, nas Arábias. Duas no Bahrein e a corrida de encerramento, em Abu Dhabi. Nenhuma das pists é interessante, e até se pode dizer que a temporada já fechou, cumpre-se o calendário e vamos pensar em 2021. Mas como espero sempre o inesperado, e este é o fim de semana onde eles irão correr no anel exterior do circuito de Shakir, eu tenho de pensar que mesmo essa pista chata pode dar grandes corridas. Como aconteceu em 2014.  

E ainda tinha mais uma coisa que poderá acontecer ainda nesta temporada: Lewis Hamilton poderá alcançar as cem pole-positions, o que significaria algo inédito. Mais do que ter tudo, é elevar a fasquia para o nível de... lenda.

Assim sendo, quando a qualificação começou, findo o dia naquelas bandas, os carros começaram a andar debaixo de temperatuas amenas. Max Verstappen foi o primeiro a fazer um tempo relevante, com 1.28,885, antes de Lewis Hamilton aparecer e fazer 1.28,343, seguido de Valtteri Bottas, que andeou relativamente perto, com 1.28,767. Pierre Gasly conseguiu o quarto melhor tempo, seguido por Carlos Sainz Jr, no seu McLaren. Quem não estava grande coisa eram os Ferrari, atolados no meio da tabela. Aliás, Charles Leclerc reclamava que a sua qualificação era "um desastre". Nada que não se soubesse... 

No final da Q1, entre os eliminados estão... - mais ou menos - os do costume: os Alfa Romeo, os Haas e o Williams de Nicholas Latifi. George Russell foi para a Q2, e o Lando Norris esteve perto de ficar em zona perigosa, mas safou-se. Quem fez um grande tempo foi Lance Stroll, a três centésimos de Hamilton. A Racing Point dava ar da sua graça...

Na Q2, todos os pilotos, menos os da Alpha Tauri, usavam pneus médios para dar as suas voltas. As coisas andaram normalmente até que Carços Sainz Jr teve um problema no seu carro, fez um pião no final da reta da meta e ficou parado, sem se poder sair dali pelos seus próprios meios. Sessão interrompida por alguns minutos para poder tirar o carro a sua posição delicada, e quando recomeçou, Max Verstappen tentou marcar a diferença, primeiro com um tempo de 1.28,025, antes de Hamilton ter tirado quase meio segundo, fazendo 1.27,586. E de uma certa maneira, foi essa a hierarquia na fase final da sessão.

Atrás, entre os que ficaram de fora, estiveram os Ferrari, o Racing Point de Lance Stroll, o poleman da Turquia, o Williams de George Russell, e claro, Sainz Jr. Mercedes, Red Bull, Renault,Alpha Tauri, o Racing Point de Sergio Perez e o McLaren de Lando Norris foram adiante, para a fase final.

E a parte final da qualificação... foi um anti-climax. Primeiro, toos andavam com os macios da Pirelli, e depois de pilotos como Norris, Perez e Gasly começaram a aquecer, fazendo bons tempos, Lewis Hamilton entrou na pista e colocou toda a gente em respeito com 1.27,677. Max Verstappen não ficou longe, apenas 166 centésimos mais lento, e parecia que iria ameaçar. Mas na volta final, Hamilton tirou 413 centésimos do seu tempo, com Bottas a ficar em segundo, com 1.27,553, 289 centésimos mais lento que o britânico. 


E foi assim que Hamilton conseguiu a sua pole numero 98 da sua carreira.

O que será amanhã? Pode ser um longo bocejo. Mas não conseguimos adivinhar o futuro, apesar dessa probabilidade. Ao longo da história, poderemos sempre pensar no imprevisivel. É também por isso que muita gente vai ver estas corridas. 

Noticias: Brawn afirma que Ferrari deveria apostar em 2022


Ross Brawn
acrdita que a Ferrari deveria apostar mais tarde para poder ter uma chance de superar a Mercedes. Mais concretamente em 2022, quando entrarem ops novos regulamentos. Numa entrevista à Gazzetta dello Sport, o antigo diretor tecnico da Ferrari afirmou que a temporada de 2020 é para esquecer na Scuderia - sexto lugar no Mundial de Construtores - e que todo o trabalho deve ser para daqui a dois anos, porque 2021 será um ano de tranisção.

2022 é uma grande oportunidade para a Ferrari com os novos regulamentos. Não tenho dúvidas de que estão a trabalhar arduamente em Maranello no carro do próximo ano, mas a prioridade deve ser 2022. Não podem desperdiçar essa oportunidade”, afirmou.

Apesar do mau momento, a Scuderia está a ter melhores resultados nas últimas provas e o terceiro lugar poderá estar ao seu alcance.

sexta-feira, 27 de novembro de 2020

A imagem do dia



Faz agora trinta anos que o mundo conheceu o Jordan 911. Hein? Não é outro número? Como podem ver pelas imagens... não. Eddie Jordan, o dono da equipa, escolheu este número, desconhecendo que ele iria em colisão com a Porsche, que reclamou dos direitos da sua famosa marca. Ele mudou a sequência, e ficou o 191, cujas primeiras voltas foram dadas neste final de semana no circuito de Silverstone, com o veterano John Watson ao volante.

Para Eddie Jordan, então com 42 anos, era o culminar de um sonho, desde os seus tempos em que corria no fim de semana, enquanto trabalhava num banco durante a semana. A sua carreira como piloto foi até à Formula 2, mas depois, em 1980, ele decidiu que ser "manager" o levaria mais longe. Nos nove anos seguintes, chegou até à Formula 3000 tendo como pilotos gente como Johnny HerbertMartin Donnelly ou Jean Alesi, do qual foi campeão em 1989. Nesse ano, Alesi teve de fazer "part-time" na Tyrrell, que no final da primavera, despediu Michele Alboreto e colocou o jovem e veloz francês na equipa, graças ao apoio da tabaqueira Camel.

Com a dimensão da Tyrrell, Jordan sonhou com a ideia de dar "o passo seguinte", e ele tinha gente competente para o fazer. Sabia de Gary Anderson, um projetista que na altura trabalhava para a Reynard, e que aceitou depois de muita insistência por parte de Jordan. O carro era para ter o Judd V8, mas após um encontro casual com um representante da Cosworth, ele perguntou se não queriam ficar com o motor deles, bem mais eficaz. Naturalmente, eles aceitaram. 

Depois, foi a parte do patrocinador, que foi mais complicado. A primeira escolha era a Q8, a petrolifera nacional do Kuwait, mas a invasão iraquiana de agosto de 1990 complicou as coisas. A Camel foi a seguir, mas depois de a R.J. Reynolds ter dito que iria sair da Lotus, decidiu apostar as suas fichas na Benetton. A PepsiCo, através da marca 7Up, foi a escolhida... e calhou bem. Era que a marca apoiava Michael Jackson, e iria investir bastante no seu "tour", mas ele ficou doente e o "dinheiro a mais" era o ideal para cair nas mãos de Jordan. A 7Up foi a marca escolhida, e o carro ganhou a cor verde que todos conhecemos.

As outras marcas, como a FujiFilm e o Turismo da Irlanda, também foram escolhidas por causa de algo em comum: a cor verde. Jordan disse que os japoneses deram mais dinheiro que a Pepsi, mas tinham espaço menor no carro. O que sobrou, foi usado no marketing, muito dele feito nas embaixadas irlandesas nos países onde o calendário passava, isto no inicio da expansão irlandesa como o "sillicon valley" da Europa...

No final, quando o carro rolou na pré-qualificação do GP dos Estados Unidos, nas ruas de Phoenix, todos estavam nervosos, mas tinham a certeza que, quer o conjunto funcionava, que os seus pilotos, o italiano Andrea de Cesaris e o belga Bertrand Gachot, iriam tomar conta do recado. E o resto... foi história.

quinta-feira, 26 de novembro de 2020

Youtube Motorport Video: Estará Mick Schumacher pronto para a Formula 1?

O ano de 2021 poderá ser aquele em que veremos Mick Schumacher, filho de Michael Schumacher, a bordo de um carro de Formula 1. Provavelmente num carro da Haas, Contudo, há quem ache que ele vai ser igual ao pai, mas também há os céticos. 

Para saber como isto vai ser, o Josh Revell fez um video sobre ele, e sobre os filhos dos pais campeões, que também é a atual tendência no automobilismo.

quarta-feira, 25 de novembro de 2020

Noticias: Perez quer lutar pelo quarto posto


Sergio Perez
quer manter o quarto lugar da classificação geral nas três corridas que faltam até ao fim do campeonato. Na semana do primeiro GP em terras barenitas, o piloto mexicano, segundo classificado no GP da Turquia, afirmou que pretende manter a regularidade e também manter os bons resultados que costuma ter na pista de Shakir.

Foi um momento muito especial na minha carreira [pódio no Bahrein] e é incrível pensar que aconteceu apenas na minha terceira corrida com a equipa. É incrível pensar que conquistamos mais cinco pódios juntos desde aquele dia. É sempre uma sensação ótima para revisitar o circuito e relembrar 2014.“, afirmou, recordando o terceiro lugar na corrida desse ano.

Quero lutar pelo quarto lugar no Campeonato de Pilotos e conseguimos assumir essa posição depois de um ótimo resultado na Turquia. Isso dá-me confiança para as últimas corridas. Queremos lutar por pódios e encerrar esta era em alta para a equipa e para mim.“, concluiu.

terça-feira, 24 de novembro de 2020

Endurance: Vaillante quer voltar a Le Mans em 2023


A Vaillante, mitica marca de fição, criada por Jean Graton, irá regressar a Le Mans em 2023 a bordo de um Mirage. A noticia vem no site francês endurance-info, e poderá servir para um duplo centenário: o das 24 Horas de Le Mans e do criador de Michel Vaillant, Jean Graton

A ideia é o resultado de uma colaboração entre Frédéric de Brabant, chefe da estrutura Mirage Racing na FFSA GT, e Jean-Louis Dauger, responsável pelo desenvolvimento da marca Vaillant. Se há uma história a ser contada na pista, também há uma história a ser contada em um álbum, pois de Brabant, que dirige a produtora Prodster, esteve por trás das câmeras no documentário “Michel Vaillant, le rêve du Mans”, filmado durante as 24 Horas de Le Mans 2017.

“O objetivo é claro”, disse Frédéric de Brabant ao Endurance-Info. “Estar no início das 24 Horas de Le Mans com um Vaillante-Mirage em 2023. Paixão e sonho impulsionam-nos a lançar tal projeto. Queremos contar uma história ao longo de três anos. O nome Vaillante estará lá a partir de 2021? A decisão não foi tomada porque não queremos estragar o nome Vaillant. Colocar a Mirage Racing nas 24 Horas de Le Mans seria algo excepcional e quero muito experimentar isso. Já tenho uma história com Michel Vaillant e Le Mans depois do documentário feito em 2017.”, conpletou.

O nome Vaillant esteve por três vezes na pista de La Sarthe: com um chassis Courage em 1997, um Lola em 2002, para ajudar no filme homónimo, e em 2017 no Rebellion de LMP1. 

segunda-feira, 23 de novembro de 2020

Noticias: Mercedes de 2021 "com resultados excecionais no túnel de vento"


A Mercedes é a equipa a bater pelo resto do pelotão, dado o dominio que está a ter nos campeonatos desde 2014. Contudo, a Motorsport italiana conta que o novo chassis está a ter "resultados excecionais no túnel de vento". Caso assim seja verdade, as restantes equipas poderão estar em sarilhos bem grandes.

Com os monolugares de 2021 a ter menos dez por cento de força descendente, pelos vistos, a Mercedes poderá já ter compensado essa perda ganhando noutras zonas do carro.  Segundo refere a publicação italiana: “A Mercedes já testou os novos desenvolvimentos no túnel de vento e os resultados foram extraordinários”.

Resta saber se a concorrência terá conseguido melhor nos seus projetos, porque caso contrário, eles poderão ser inalcançaveis e um oitavo título de Lewis Hamilton poderá ser inevitável antes da mudança de regulamentos em 2022. 

Vende-se: Relógio usado em "Le Mans"


Os relógios são um bem comum, mas quando são feitos com luxo e requinte, tornam-se objetos de desejo. Especialmente, quando aparecem num filme de culto. Cinquenta anos depois de ter aparecido no pulso de Steve McQueen, o Heuer Monaco que foi isto no filme "Le Mans" irá a leilão no próximo dia 12 de dezembro, e poderá valer... meio milhão de dólares.

O relógio foi desenhado pessoalmente por Jack Heuer, descendente do fundador da marca, e foi escolhido pessoalmente pelo ator, podemdo ser isto quer nas cenas do filme, quer na publicidade estática. Contudo, não foi o único Heuer Monaco que foi usado: outro exemplar foi vendido em 2012 num leilão em Los Angeles por 650 mil dólares.

O exemplar em questão foi pferecido por McQueen ao mecânico Haig Altouin no último dia de filmagens, no final de 1970. Anos depois, no documentário "Steve McQueen: The Man & Le Mans", o mecânico recordou o que ele disse quando ofereceu o relógio: "Obrigado por me manter vivo durante todos estes dias." Ele queria recusar o presente, mas o relógio já dinha a decdicatória escrita na parte de trás.

“É um dos pouquíssimos relógios já oferecidos que tem uma ligação direta com a lenda de Hollywood, o rei do cool, Steve McQueen”, disse Paul Boutros, chefe de relógios da Phillips, Américas, a realizadora do leilão. “Destes relógios Heuer Monaco usados nas filmagens de Le Mans, este é o último a chegar ao mercado. É um dos únicos dois que foram mantidos por Steve McQueen e oferecidos a pessoas próximas a ele."

Este, vindo diretamente da pessoa para quem McQueen o presenteou, é o melhor que pode acontecer no que diz respeito à proveniência.”, concluiu.

domingo, 22 de novembro de 2020

A(s) image(ns) do dia




Barba e cabelo... e unhas. Foi uma corrida onde dominou de fio a pavio. Se há dúvidas sobre o que aconteceu, acho que muitas delas foram resolvidas hoje, com esta prova em casa. Miguel Oliveira tem estofo de campeão, isso é uma certeza, especialmente depois de um fim de semana domiadora em casa. E ele não é piloto oficial da KTM, ele está no equivalente à Toro Rosso.

O que Miguel Oliveira fez neste fim de semana no Autódromo do Algarve, na prova de encerramento do Muindial, confirma as esperanças de muita gente. É o concretizar de um sonho. Um português a vencer no Grande Prémio de Portugal de MotoGP, depois de ter conseguido a pole-position, e pelo caminho fez a volta mais rápida, é praticamente a realidade. E parece que não acreditamos nisso. 

A grande pena é ver o autódromo vazio. Mas ainda vivemos em pandemia, aliás, estamos em plena segunda vaga, que está a ser bem pior que a primeira. Se tivessemos público, teria sido fantástico. Mas este é um ano bem anormal...

O futuro vai ser bom. O mundo descobriu o Autódromo de Portimão, e viu que é um excelente circuito, desafiador, daquele que todos adoram, desde os pilotos aos fãs. É uma montanha russa, um claso contraste com as planuras dos tilkódromos. E termos tido este ano a Formula 1 e a MotoGP neste circuito - num caso de "portas que se fecham, janelas que se abrem" - mostrou que aqui há qualidade. E as trouxemos sem dinheiro, apenas porque estávamos mais disponíveis na altura.

Agora... do que se sabe é que iremos ter no calendário da MotoGP em 2021 por cinco anos, pelo menos. E se discute a data, do qual se fala em abril, que é "época baixa" no Algarve. Ou seja, poderá ser a prova de abertura do Mundial na Europa, depois de começar no Qatar e passar por Austin, no Circuito das Américas. Abril ainda é uma data arriscada porque poderiemos estar ainda a passar pela pandemia, apesar dos anuncios quase em catadupa de que as vacinas desenvolvidas andam a ter uma eficácia acima dos 90 por cento, venham de onde virerem.

Mas a Formula 1 também seria um "ouro sobre azul" numa altura em que a Liberty Media quer 24 corridas no campeonato, e algumas delas a rodar, ano sim, ano não. Sabendo agora que há pelo menos 30 locais para receber automobilismo ao mais alto nível, ou seja com a Classe 1 da FIA, nunca a chance de receber a categoria máxima do automobilismo no nosso país esteve tão perto. E ainda por cima, até se pode receber fora da "época alta" seria excepcional para todos na região. Só falta o dinheiro e a vontade politica, porque o resto... já temos!

Quanto ao Miguel, parabéns! E que este seja o principio de muito mais.  

Rumor do Dia: Lewis Hamilton coroado cavaleiro pela Raínha?


Apesar da fonte ser totalmente duvidosa - é o jornal The Sun - Lewis Hamilton poderá estar a caminho de uma condecoração com grau de Cavalheiro. O piloto, que no próximo dia 7 de janeiro fará 36 anos, poderá acabar por ser o quarto piloto campeão do mundo de Formula 1 a ser chamado de "Sir" e o primeiro ainda no ativo a levar esse título. Os outros três foram o australiano Jack Brabham, o escocês Jackie Stewart e Stirling Moss, que nunca ganhou qualquer título mundial, mas foi o piloto mais popular da sua geração.

Apesar de ele morar no Mónaco e ter uma fortuna pessoal no valor de 250 milhões de euros, do qual é fonte de criticas por viver num paraíso fiscal, ele refuta afirmando que tudo está conforme a lei. Numa entrevista em 2017, Hamilton disse isso mesmo:

O que as pessoas não percebem é que pago impostos aqui, mas não ganho todo o meu dinheiro [no Reino Unido]. Eu corro em 19 países, então ganho meu dinheiro em 20 lugares diferentes e pago impostos em vários lugares diferentes, e eu pago muito aqui também. Estou contribuindo para o país. Não só isso, eu ajudo a manter uma equipa com mais de mil pessoas empregadas.”, comentou na altura.

A honra poderá acontecer 12 anos depois do seu MBE (Member of the British Empire), concedida após o seu primeiro título mundial, e acontecerá numa altura em que, para além de ter igualado Michael Schumacher em termos de títulos mundiais, tambem detêm o recorde de vitórias, com 94 triunfos, alcançados na semana passada, na Turquia.