sábado, 16 de março de 2013

DTM: Ralf Schumacher abandona competição

Depois de ter sido confirmado que iria correr mais uma temporada no DTM, Ralf Schumacher afinal decidiu voltar com a palavra atrás e anunciou a sua retirada, decidindo aceitar um cargo de gestão da Mucke Motorsport. O lugar de Schumacher na Mercedes será ocupado por Pascal Wehrlein, que disputou o ano passado o título da Formula 3 Euro Series.

Para Ralf - ou "Half Schumacher", como os seus detratores gostam de o gozar - é o final de carreira aos 37 anos, depois de 52 corridas nos Turismos alemães, dois segundos lugares e uma pole-position. O melhor que ele conseguiu foi ter sido oitavo classificado no campeonato em 2011, com o Mercedes da HWA Team.

Em relação à Formula 1, o seu legado é maior: em onze temporadas, corridas em equipas como Jordan, Williams e Toyota, venceu por seis vezes, conseguiu seis pole-positions e oito voltas mais rápidas, para além de ter obtido 27 pódios e 329 pontos. Apesar de bom palmarés, nunca conseguiu sair da sombra do irmão, que por essa altura, dominava a Formula 1.

A homofobia de Stirling Moss

Por estes dias, o veterano Stirling Moss viu-se envolvido numa polémica na Grã-Bretanha. O ex-piloto de 83 anos foi acusado de "homofóbico" por ter afirmado que não queria que o seu papel fosse interpretado por um ator homossexual. Numa entrevista ao jornal "Daily Mirror", Moss usou uma expressão pejorativa para afirmar a sua oposição:

Gostaria que o ator que me interpretasse fosse masculino, não uma "bicha" ou algo do género. Acho que seria difícil para alguém que é homossexual ser persuasivo nesse papel, porque eu passei a minha vida a conduzir carros e a correr atrás de mulheres”, começou por afirmar.

As suas declarações surgiram quando estava a ser entrevistado sobre o filme "Rush", que vai ser estreado em setembro deste ano e que fala sobre o duelo entre Niki Lauda e James Hunt, na temporada de 1976. As reações a tais declarações não se fizeram esperar, com um deles, Peter Thatchel, ter afirmado que Moss usou uma "linguagem homofóbica e vulgar": “É uma pena que um herói do desporto britânico tenha usado essa linguagem vulgar e homofóbica. Preconceito não tem lugar no desporto”, afirmou.

Pouco tempo depois, Moss pediu desculpa pelas suas afirmações: “Peço desculpa se ofendi alguém, mas estou dececionado por alguém ser tão pobre de espírito e tomar isso como uma ofensa. Não tive essa intenção.”, comentou.

Sem querer justificar as afirmações de Moss, procuro entender aquilo que ele afirmou na seguinte forma: estamos a ver alguém que foi educado num determinado tempo. No seu tempo, para terem uma ideia, a homossexualidade era proíbida, com o risco dessas pessoas terem de passar por uma pena de prisão. Somente em 1969 é que esse banimento foi levantado no reino de Sua Majestade. E Moss é o produto de um tempo em que as pessoas que gostam de outras do mesmo sexo eram vistos como "doentes", e que deveriam ser tratados. E claro, essas pessoas eram vistas - ou pretendiam que fossem retratados como - seres efeminados, magros, até cobardes, quando sabemos que em muitos aspectos, são o contrário. E o velho Moss ainda pensa assim, e temia que fosse ao cinema e o seu papel fosse interpretado por um... "larilas".

Na realidade, é um preconceito terrivelmente errado. Há homens encorpados e fortes que são homossexuais. Há até jogadores de rugby que o são, sejam eles assumidos ou não. Há "petrolheads" que são "gays" na própria Grã-Bretanha. O exemplo mais evidente é o ator Stephen Fry, um dos mais conhecidos cómicos britânicos, que adora carros e é homossexual assumido. E muitos sabem que já tivemos, pelo menos, um piloto de Formula 1 "gay" na pessoa de Mike Beuttler, que correu pela March em 1972 e 1973, e que morreu em 1988 em São Francisco, vítima de HIV.

Em suma, o preconceito, quer de Moss, quer de muitos outros, assumidos ou encapotados, existe. E no desporto, o supra-sumo do macho, que se senta na frente de televisão, comendo batatas fritas e bebendo cerveja, por ser o último reduto dos machos viris, tem dificuldade em entender que os homossexuais são mais normais do que ele julga. E está a ver muitos deles a jogar debaixo das suas barbas...

Formula 1 2013 - Ronda 1, Austrália (Qualificação, primeira parte)

É a terceira vez na história da Formula 1 que uma qualificação foi adiada. Das duas vezes anteriores, ambas aconteceram no Japão, e ambas foram pelas mesmas razões: o mau tempo. A enorme carga de água que caiu no circuito de Albert Park fez entupir os bueiros na zona e as áreas com água causaram diversos despistes, e com os destroços espalhados pela pista, os organizadores não tiveram outra solução que interromper a qualificação após os primeiros minutos, esperando que a chuva amainasse.

Já se previa desde há muito tempo que a chuva iria fazer a sua aparição na qualificação, mas desconhecia-se que a chuva fosse assim tão forte. Quando fez, primeiro na terceira sessão de treinos livres, e depois no horário da qualificação, a violência da carga de água causou preocupações entre aqueles que o assistiam. Mesmo assim, os pilotos sairam à pista, não evitando alguns despistes. A Q1 aconteceu, com os Marussia e os Caterham a ficarem pelo caminho - com Jules Bianchi a ser o melhor do pelotão do fundo - e o Sauber de Esteban Gutierrez e o Williams de Pastor Maldonado a serem as restantes vitimas, mesmo que o piloto mexicano da Sauber a ser vitima de um despiste.

Mas foi a partir daqui que as coisas se complicaram. Quando se ia para a Q2, a FIA e a organização do Grande Prémio decidiu que precisava de tempo para limpar os destroços na pista, logo, foi colocado o Safety Car para ver até que ponto estavam garantidas as condições mínimas  explicado depois por Charlie Whitting. Depois, a FIA entendeu que precisava de 20 minutos para realizar os trabalhos necessários, fazendo adiar ainda mais a qualificação. Mas a verdade é que nunca parou de chover verdadeiramente. 

E quando as coisas pareciam que iam se acalmar, outro problema surgiu: a luz natural. Desde há algum tempo que a Formula 1 começa na Austrália às 17 horas de domingo, por causa do horário europeu, onde as pessoas vêm a corrida pelas sete da manhã, um horário mais "civilizado" do que acordar a meio da noite. Pois bem, os adiamentos fizeram com que as coisas ficassem mais próximas do pôr do sol em Melbourne, e para piorar as coisas, a chuvada fez com que acontecessem algumas infiltrações na sala de imprensa, fazendo com que existisse um "apagão", complicando as coisas ate na transmissão do sinal da Sky Sports.

Com tudo isto, a FIA decidiu que o melhor seria interromper a sessão, adiando o resto para a manhã de domingo, por volta da meia-noite, hora portuguesa. Assim sendo, só lá é que acontecerá a segunda parte desta qualificação atribulada, do qual a chuva teve um papel decisivo neste resultado.

Youtube Rally Promo: as cores de Robert Kubica nos ralis


Já é sabido desde ha uns dias que Robert Kubica irá correr no Europeu de Ralis e no Mundial WRC a bordo de um Citroen DS3 RRC. Contudo, há dois dias, apareceu no Youtube o video do carro do piloto polaco com as cores que vai usar nesta temporada, a partir do Rali Islas Canárias, e que aqui o poderemos ver quer no Rali de Portugal, quer depois, no Rali dos Açores.

Até que ficou engraçado...

Os direitos humanos também contam no mundo corporativo

Desde ontem se sabe que a McLaren e a Vodafone decidiram não renovar o seu contrato a partir de 2013. Mas o que não se sabia é que um dos grandes motivos pelos quais a operadora mundial de telemóveis decidiu não renovar o contrato tinha a ver com a "espinha" que a Formula 1 tem cravada no seu pescoço: Bahrein.

A imprensa inglesa fala hoje que o acordo - que valia cerca de 50 milhões de libras por ano - terminará no final deste ano e apesar de oficialmente ter dito que tinha a ver com coisas como "uma redefinição das prioridades no futuro", como afirmou Morten Lundal, o chefe do departamento comercial da marca, na realidade, o facto da Formula 1 ter ido no ano passado ao conturbado GP do Bahrein, apesar de todas as opiniões em contrário, também pesou na decisão.

Com esta decisão da marca, coloca-se de novo em cima da mesa a questão barenita. É que a Formula 1 estará lá a 21 de abril e a situação ainda não está resolvida. A maioria xiita continua em conflito com a família real, que é sunita, e dois anos após o seu inicio, os conflitos, apesar de serem poucos e de baixa intensidade, existem. Há pouco mais de duas semanas, um jovem manifestante morreu em conflitos com a policia, por exemplo.

E a FIA sabe que um novo regresso ao Bahrein irá significar um novo conflito, algo que quer o governo, quer os manifestantes têm o conhecimento e que poderão usar a Formula 1 como instrumento no intuito de fazer valer os seus objetivos. E se em 2012 os manifestantes estiveram algo desorganizados - e pacificos -  para que pudessem fazer açoes de grande impacto, nada garante que façam algo mais organizado - e mais perigoso - para 2013. E caso algo de mau aconteça e Bernie Ecclestone não tome uma atitude, isso poderá fazer com que outras marcas possam seguir o mesmo rumo da Vodafone.

sexta-feira, 15 de março de 2013

Tamara Ecclestone conseguiu o que queria

Parece que conseguiu: Tamara Ecclestone, a filha mais velha de Bernie Ecclestone, será capa da Playboy americana no próximo mês de maio. O jornal inglês "The Sun" afirmou na sua edição de ontem que ela estará em oito páginas da publicação americana, na mesma altura em que anunciou - de modo inesperado, diga-se - que se iria casar com Jay Rutland, de 31 anos, um corretor da bolsa.

Veremos como ficarão as fotos da senhora, daqui a uns tempos. Mas decerto que muitos quererão ver o resultado.


Formula 1 2013 - Ronda 1, Austrália (Treinos)

Por fim, depois de quatro meses em que os fanáticos ressacavam com a falta de corridas, a Formula 1 está de volta à ativa. Em paragens australianas, e sem Bernie Ecclestone por ali - está a sentir o peso dos anos... - a Formula 1 vai viver aquela que será a última temporada com o atual regulamento, já que em 2014 será o ano dos motores 1.6 Turbo. Por causa desse "congelamento", a incerteza poderá ser a nota dominante nesta temporada, especialmente por causa dos novos pneus da Pirelli, algo do qual as equipas ficaram especialmente perturbadas, após o seu degradamento precoce nos testes de pré-época, nos frios asfaltos espanhóis.

Normalmente, os treinos livres são um longo jogo de sombras, com as equipas a esconderem o jogo. Nesse campo, a Red Bull sempre foi muito boa nesse jogo, deixando tudo para a qualificação, mas quer no primeiro treino, quer no segundo, foi Sebastien Vettel a ser o mais veloz a bordo da sua "Heidi", o que é anormal em treinos livres. Mudança de regras ou todos começaram a jogar o mesmo jogo? ainda nada se sabe, o melhor é esperar pela qualificação.

Vejamos as tabelas de tempos: os Red Bull andaram sempre na frente, seguido da Ferrari (Felipe Massa foi o segundo no primeiro treino livre, na frente de Fernando Alonso) e os Mercedes deram um ar da sua graça no segundo treinos livre, com Nico Rosberg a ser o terceiro, atrás de Vettel e Mark Webber. Perigosamente longe estiveram os McLaren de Jenson Button e Sergio Perez, o que poderá indicar que eles farão o papel da Ferrari em 2012, onde estiveram aflitos com as performances dos seus carros. Mas isso era um problema que Martin Withmarsh tinha avisado por alturas dos testes de pré-época, e já afirmou que o objectivo da equipa é apenas alcançar pontos, mas com o passar das semanas a equipa pretende desenvolver agressivamente o MP4-28.

Quem também anda pelos primeiros lugares são a Lotus e a Sauber, demonstrando que os seus carros são bem-nascidos. no primeiro caso, andam ao nível dos Mercedes, e no segundo, ficam atrás dos Toro Rosso e da Williams, para começarem, e andam ao nível da Force India, o que podem significar que andarão a visitar frequentemente a zona pontuável. Mais para o fim do pelotão, os suspeitos do costume: Marussia e Caterham, embora haja um equilibrio entre os dois, e Jules Bianchi é bastante melhor do que Max Chilton e os Caterham de Charles Pic e Gierdo van der Garde.

Mais logo será a qualificação, e ali, muita gente vai ter de mostrar o jogo.

Rumor do Dia: Citroen pode pedir a Löeb que faça mais ralis

O rumor do dia vêm ao Autosport britânico: a Citroen poderá pedir a Sebastien Löeb para que faça mais ralis no sentido de ajudar a marca a conseguir vencer o título de Construtores, contra a Volkswagen de Sebastien Ogier. O rumor é persistente, mas deve se ter intensificado ao longo dos últimos dias, especialmente depois da marca francesa ter sido cilindrada no México por Ogier, e também porque Löeb ontem ter decidido cancelar a inscrição da sua equipa nas 24 Horas de Le Mans, devido à falta de dinheiro suficiente para colocar o seu carro na prova francesa.

Sobre isso, Yves Matton afirmou que tal decisão não passa por ele: "Sabe que essa decisão não passa por mim. E talvez ele não queira isso. Tal pedido não passa pela minha cabeça e estou feliz com a decisão que ele tomou, de participar em apenas quatro ralis nesta temporada", começou por afirmar à Autosport britânica. Contudo, Matton deixou a porta aberta nesse assunto: "Se no final da temporada achar que seria bom se fizesse um rali extra e com isso conseguimos o titulo de Construtores, sim, poderei pedir esse favor", afirmou. 

Sobre as dificuldades no campeonato, Matton ainda se mostra confiante: "Não estamos a entrar em pânico, estamos confiantes que chegaremos lá. Sebastien Ogier está a demonstrar algo de forma incrivel, mas é assim. Só temos de continuar a lutar e a acreditar", concluiu. 

quinta-feira, 14 de março de 2013

GP Memória - Africa do Sul 1993

No final de 1992, a Formula 1 estava a viver tempos agitados. Todos queriam estar na Williams, a equipa que tinha naquele ano tinha dominado aquele campeonato, e com o anuncio, após aquele GP de Itália, que Nigel Mansell iria sair da equipa para correr na CART, os melhores pilotos queriam ficar naquele lugar, ignorando que no inicio de 1992, Frank Williams tinha contratado Alain Prost. Mesmo com Ayrton Senna a afirmar que "correria de graça" pela marca, a decisão tinha sido tomada há tempos. Aliás, a razão pelo qual Mansell tinha ido para os Estados Unidos foi que ele não queria voltar a correr com Prost.

Para Ayrton Senna, a indecisão tinha sido a sua marca ao longo da pré-temporada. Considerou sériamente tomar outro ano sabático, como fizera Prost, e até tinha andado num Penske da IndyCar, a convite de Emerson Fittipaldi. Mas depois de muito pensar, Senna decidiu continuar na McLaren e na Formula 1, à razão de... um milhão de dólares por corrida. A McLaren acedeu, apesar de nesse ano, sem o motor Honda, se tinha resignado a ter um motor Cosworth cliente, já que as melhores evoluções iriam para a Benetton, que agora estava a concentrar as suas atenções sobre o jovem alemão Michael Schumacher.

Prost, Senna e Schumacher iriam ter novos companheiros de equipa. Na Williams, esta iria ter uma dupla totalmente nova e Frank Williams achou por bem dar uma chance de correr ao seu piloto de testes, o britânico Damon Hill. O filho de Graham Hill tinha tido a chance de experimentar um carro ao longo de parte da temporada de 1992 com a Brabham, e agora este ano iria estar ao lado de Alain Prost, dado que não seria ameaça para o piloto francês, apesar de ter... 32 anos.

Na McLaren, Senna iria ter como companheiro de equipa o americano Michael Andretti. Filho de Mário Andretti, o piloto de 30 anos tinha palmarés nos Estados Unidos, tendo sido campeão na CART, que então vivia o seu auge. Como piloto de reserva, Ron Dennis tinha ido buscar o jovem talentoso finlandês, Mika Hakkinen, pois não tinha a certeza se Senna iria continuar ou iria fazer uma temporada sabática. Com o brasileiro a decidir pela continuidade, Hakkinen fica nos bastidores.

Na Benetton, o companheiro de Michael Schumacher iria ser um veterano da Formula 1: o italiano Riccardo Patrese. A equipa iria acolher o piloto que já estava na competição pela 17ª temporada consecutiva e que já pertencia ao clube dos 200 GP's. A equipa tinha prioridade sobre os motores Ford Cosworth e previa-se que iriam ter uma boa temporada.

Essas três equipas iriam ser as favoritas ao titulo de construtores, porque a Ferrari ainda estava a lamber as feridas de um 1992 desastroso. Jean Alesi iria continuar na equipa, mas para seu companheiro de equipa, a Scuderia pediu a Gerhard Berger para que regressasse a uma casa onde tinha sido feliz entre 1987 e 1989 e desenvolvesse o novo carro. Niki Lauda iria regressar também à marca, como conselheiro, enquanto não aparecesse um novo diretor desportivo que fosse capaz de catapultar a marca para os tempos de glória, que já estavam demasiado distantes.

Na Lotus, a equipa ainda necessitava de usar o modelo 103, modificado para as especificidades desta temporada, e tinha uma dupla constituida por Johnny Herbert e pelo veloz italiano Alessandro Zanardi. Iriam manter os motores Cosworth, mas esperavam ter melhores motores na temporada que ali vinha. Já a Arrows, que usava o nome do seu patrocinador, a Footwork, como titular, decidira apostar na continuidade, graças aos motores Mugen-Honda. Aguri Suzuki mantinha-se na equipa, que recebia o regressado Derek Warwick, que voltava depois de duas temporadas de ausência. 

A Jordan era uma equipa que fora redesenhada de alto a baixo, depois de uma temporada desastrosa. Com Mauricio Gugelmin e Stefano Modena fora da Formula 1. Eddie Jordan decidiu arranjar uma dupla totalmente nova, constituida por um veterano, o italiano Ivan Capelli, que tentava recuperar a sua auto-estima após uma temporada desastrosa na Ferrari, e o estreante brasileiro Rubens Barrichello, que tinha vindo da Formula 3000, e aos 20 anos, era dos mais jovens pilotos de sempre num carro de Formula 1. A mesma coisa acontecia na Ligier, que tinha mantido os motores Renault, mas que tinha colocado uma nova dupla: dois britânicos, Martin Brundle e Mark Blundell.

Na temporada de 1993, uma nova equipa iria entrar no pelotão da Formula 1. Iria ser a Sauber, uma equipa suiça com experiência na Endurance, que com os motores preparados pela Ilmor - mas com apoio da Mercedes, sua parceira nos Sport-Protótipos - estava a testar há mais de um ano para ver se entraria na Formula 1 com o "pé direito". Para as duas vagars foram dois pilotos jovens e velozes: o estreante austríaco Karl Wendlinger e o finlandês J. J. Letho, vindo da Dallara. 

Na Minardi, houve uma mistura de contiuidade e mudança. O brasileiro Christian Fittipaldi manteve-se na equipa, enquanto que foi contratado para o lugar de Gianni Morbidelli outro seu compatriota, Fabrizio Barbazza. A Scuderia Itália decidiu abdicar dos chassis Dallara e pediu à Lola para que construisse dois chassis para eles, numa equipa que iria misturar juventude e experiência: uma dupla totalmente italiana, constituida por Michele Alboreto e por Luca Badoer.

Para finalizar, a Tyrrell decidira manter os pilotos de 1992: o italiano Andrea de Cesaris e o japonês Ukyo Katayama, mas trocou os motores Ilmor pelos Yamaha, enquanto que na Larrousse, Philippe Alliot alinhava ao lado de Eric Comas.

Chegou-se a pensar - e estiveram inscritos - que a equipa March iria estar presente em Kyalami, mas no meio de fevereiro, a March entrou em falência e eles acabaram por não comparecer em paragens sul-africanas.

Feitas as devidas adaptações à altitude sul-africana num Kyalami absolutamente diferente do passado, as qualificações não foram surpreendentes: Alain Prost fez a pole-position, com Ayrton Senna a seu lado por meros... 88 centésimos de segundo. Michael Schumacher fora o terceiro, seguido pelo segundo Williams de Damon Hill. Jean Alesi era o quinto, no seu Ferrari, seguido pelo surpreendente Sauber de J.J. Letho. Riccardo Patrese conseguiu o sétimo posto, seguido pelo Ligier-Renault de Mark Blundell. A fechar o "top ten" ficou o segundo McLaren de Michael Andretti e o segundo Sauber de Karl Wendlinger.

A partida foi atribulada. Prost partiu mais lentamente do que foi o esperado e foi superado por Senna e Hill, enquanto que Michael Andretti ficou parado na grelha de partida, incapaz de se adaptar a uma partida parada, em vez das largadas em andamento como acontecia na CART. Pouco depois, Hill perde o controlo do seu carro e entra em despiste, caindo para o fundo do pelotão.

A partir daqui, três pilotos começam a se deslocar do resto do pelotão: o McLaren de Senna, o Benetton de Schumacher e o Williams de Prost. O francês tenta pressionar Schumacher, mas o alemão não cedia facilmente. Somente na 13ª volta é que o francês passou para o segundo lugar e começou a pressionar Senna para o comando. Atrás, Damon Hill recuperava posições, mas na 19ª volta, calculou mal uma travagem e acabou por bater no Lotus de Zanardi.

Por essa altura, Prost pressionava Senna, mas o brasileiro defendia o comando com unhas e dentes, mas na volta 25, o francês conseguiu passar o brasileiro e ficou no comando. Pouco depois, Schumacher ficou com o segundo lugar, mas ambos tiveram de parar para trocar de pneus. Senna saiu melhor do que Schumacher e conseguiu recuperar o segundo lugar.

Schumacher não largou Senna e procurou uma chance para o passar. Conseguiu-o na 40ª volta, mas Senna fechou o suficiente para que existisse um ligeiro toque na roda do Benetton, o suficiente para o desequilibrar e entrar em despiste. Caindo na caixa de brita, o alemão ficou-se por ali.

Na frente, Prost estava cada vez mais à vontade, com Senna no segundo lugar, e Patrese era terceiro. Contudo, na volta 46, o italiano entrou em despiste e também acabou por desistir. Por esta altura, a corrida sul-africana tinha sido uma hecatombe para o pelotão: por alturas da 50ª volta, apenas nove pilotos estavam ainda em pista.

Nas voltas finais, o tempo ameaçava piorar. Nuvens negras estavam no horizonte e a ideia de uma chuvada forte era real. E tal aconteceu em parte do circuito a pouco mais de duas voltas do fim, o que fez com que alguns dos carros saissem da pista, mas não o suficiente para fazer parar a corrida ou influenciar o resultado final. Alain Prost cruzou a meta no primeiro lugar, com Ayrton Senna no segundo e o Ligier de Mark Blundell a conseguir o terceiro lugar, o seu primeiro pódio da sua carreira. Nos restantes lugares pontuáveis ficaram o Minardi de Christian Fittipaldi, o Sauber de J.J Letho e o Ferrari de Garhard Berger.   

Youtube Formula One: A nova temporada vai começar!


E pronto. Agora já não tem volta atrás. Depois de esperas, testes, especulações, noticias, agora vamos ver a Formula 1 em todo o seu esplendor. A temporada de 2013 vai começar, com onze equipas, em 19 corridas, espalhadas em quatro continentes, e os favoritos são muitos. 

Veremos no final, algures em novembro, quem foi o melhor deles todos. Para começar, observemos este video. 

A alfinetada de Berger acerca dos pneus

A pouco mais de 24 horas dos primeiros treinos livres, a grande questão que se coloca têm a ver com os pneus Pirelli. Com a marca de Milão ter decidido que iria fazer compostos mais frágeis para dar maior espectáculo televisivo, e com as marcas a queixarem-se ao longo dos testes de pré-época da fragilidade desses pneus em termos de durabilidade, as incertezas acumulam-se.

E alguns dos atores do passado queixam-se de que esta politica da marca, aliada com algumas das coisas que Bernie Ecclestone disse ao longo do tempo, fizeram irritar pessoas como o ex-piloto Gerhard Berger, que acha que esta politica só prejudica as equipas.

"Os pneus do ano passado eram utilizáveis, e o que eles fizeram este ano, provavelmente, foi intervir directamente no espectáculo, aumentando o número de paragens nas boxes. Penso que é errado pois não pode ser assim já que as equipas investiram milhões nos túneis de vento e motores, e depois vão para a pista e não conseguem usar os pneus? Numa altura em que só existe um fornecedor, não faz sentido que condicione todo o plantel”, referiu Berger à APA, agência austríaca de informação.

De facto, os receios de que poderão haver múltiplas paragens ao longo da corrida - receia-se que existam oito paragens! -  poderá fazer com que algumas equipas saiam bastante prejudicadas devido ao facto dos seus carros não saberem regular o desgaste dos pneus, em nome de uma maior atração. E ainda por cima, numa competição onde o monopólio do fornecimento de pneus existe há bastante tempo, as equipas e os pilotos estão, de uma certa maneira, reféns.

Veremos o que este fim de semana nos trará. 

Os estreantes de 2013: 5 - Giedo van der Garde

O quinto elemento desta fornada de "rookies" para 2013 é o mais velho de todos, e com grande experiência nas categorias de formação  Já tem títulos, mas a sua ascensão à categoria máxima do automobilismo se deveu mais à força do seu dinheiro do que propriamente o seu talento. Vindo da Holanda, falo de Giedo van der Garde.

Nascido a 25 de abril de 1985 na cidade holandesa de Rhenen, Van der Garde comeou no karting, onde foi campeão nacional em 1998 e campeão do mundo de Super A em 2002. em 2003, passou para os monolugares, mais concretamente para a Formula Renault 2000 local, pela Van Amesfoort Racing, onde foi sexto classificado. 

No ano seguinte, passou para a Formula 3 Euroseries, pela Signature, acabando na nona posição. Em 2005, passou para a Team Rosberg, acabando de novo no nono lugar. Em 2006, passou para a ART, ao lado do escocês Paul di Resta e do alemão Sebastian Vettel, onde conseguiu uma vitória e mais três pódios e ficou no sexto lugar da classificação.

Em 2007, ele transferiu-se para a Formula Renault 3.5, pela Victory Engineering. No seu primeiro ano, foi um piloto regular, embora sem pódios, terminando no sexto lugar do campeonato. Em 2008, transfere-se para a P1 Motorsport, onde consegue cinco vitórias e acaba a temporada como campeão da WSR, conseguindo um teste com o Renault de Formula 1. Por essa altura, ele já tinha sido piloto de testes da Spyker e da Force India, mas sem nada de relevante. 

Em 2009, transfere-se para a GP2, onde ficou nas próximas quatro temporadas. Na primeira temporada, esteve na iSport, onde conseguiu dois pódios e o nono lugar na geral. Nas duas temporadas seguintes foi para a Barwa Addax, onde esteve melhor. Em 2010, conseguiu quatro pódios e o sétimo lugar na classificação geral, com 36 pontos. Continua no ano seguinte pela Addax, onde alcançou cinco pódios, uma pole-position e uma volta mais rápida, ficando de novo no quinto lugar, com 49 pontos.

No inicio de 2012, depois de ter sido referido em rumores em relação ao segundo lugar na Williams, Van der Garde acabou por alinhar pela Caterham como terceiro piloto, e assim sendo, transferiu-se para a sua equipa de GP2. Ali, subiu por seis vezes ao pódio, em duas delas no seu lugar mais alto, terminando o ano na sexta posição do campeonato. Para além disso, conseguiu duas pole-positions e duas voltas mais rápidas. E em termos de Formula 1, participou por seis vezes nos primeiros treinos livres a bordo de um Caterham, antes de ser anunciado no primeiro dia de fevereiro deste ano como piloto oficial da equipa, ao lado do francês Charles Pic.

quarta-feira, 13 de março de 2013

Os estreantes de 2013: 4 - Esteban Gutierrez

O quarto "rookie" desta série é um piloto talentoso, proveniente de um país que no passado deu alguns excelentes condutores como os irmãos Pedro Rodriguez e Ricardo Rodriguez, e mais recentemente, Sérgio Perez: o México. Esteban Gutierrez, de 21 anos, vai correr pela Sauber, no lugar do seu compatriota Perez, que passou para a McLaren, e vai ver se consegue fazer melhor do que ele.

Nascido a 5 de agosto de 1991 em Monterrey, ele começou a carreira aos 13 anos, em 2004, correndo de kart. Ficou por ali até 2007, altura em que passou para os monolugares, mais concretamente para a Formula BMW USA Series. Foi vice-campeão nesse ano, mas em 2008, aos 17 anos, tornou-se campeão, o mais jovem de sempre a vencer uma competição de monolugares, ao conseguir ser o primeiro classificado na Formula BMW Europe.

Em 2009, passa para a Formula 3 Euroseries, mais concretamente para a equipa ART, correndo ao lado do brasileiro Pedro Nunes e do americano Alexander Rossi. Conseguiu dois pódios e acabou a temporada na nona posição, com 26 pontos, antes de passar para a GP3 em 2010, na sua temporada inaugural. Aí, ao serviço da mesma ART Grand Prix, Gutierrez subiu ao pódio por oito vezes e venceu cinco corridas, para além de ter feito três pole-positions e sete voltas mais rápidas. Com 88 pontos no total, tornou-se o primeiro campeão da GP3.

Em 2011, passou para a GP2, ao serviço da Lotus ART, onde venceu uma corrida e conseguiu mais um pódio, terminando a temporada com 15 pontos e o 13º lugar no campeonato. Na temporada seguinte, as coisas correm-lhe melhor, na equipa que se chamava agora de Lotus GP. Venceu por três vezes e subiu ao pódio por mais quatro, terminando o campeonato na terceira posição, com 176 pontos.

Quanto à Formula 1, desde 2009 que estava sob a órbita da Sauber. Primeiro, ao testar um dos seus carros como prémio pela vitória na Formula BMW Europe, e depois a partir de 2010 como terceiro piloto e como observador. Somente em 2011 ele se torna no terceiro piloto da equipa, ao lado de Kamui Kobayashi e do seu compatriota Sergio Perez. Continua nesse estatuto em 2012, e tem a chance de entrar num carro de Formula 1 no primeiro treino livre do GP da Índia.    

A capa do Autosport desta semana

A capa do Autosport desta semana é, como não deixaria de ser, sobre a Formula 1 e a temporada que vai começar. Com um guia de doze páginas, onde se fala dos pilotos, dos carros e dos circuitos do calendário, a revista questiona na sua capa: "Quem Será Campeão?"

Em baixo, temos o Volkswagen de Sebastien Ogier, vencedor do Rali do México, e declara que "Ogier arrasa concorrência". Do lado direito, fala-se do Rali de Castelo Branco, referindo que "Barros vence no Open", referência à vitória de João Barros, ao volante de um Renault Clio S1600.

Na parte de cima, o pessoal entrevista Gabriele Tarquini, que declara: "Dá-me mais prazer correr agora qie há 30 anos".

terça-feira, 12 de março de 2013

Os estreantes de 2013: 3 - Max Chilton

No terceiro capitulo dos estreantes de 2013, vamos falar de alguém que vem de uma família de entusiastas de automobilismo, cujo progenitor financiou a carreira dos seus filhos em duas categorias automobilisticas e vê agora o seu filho mais novo chegar ao topo do automobilismo mundial. Falo de Max Chilton, que aos 21 anos concretiza o seu sonho, apesar de estar numa equipa da cauda do pelotão... 

Nascido a 21 de abril de 1991 na localidade de Reigate, na britânica Surrey, e filho de Graheme Chilton, vice-presidente da seguradora AON e um dos proprietários da equipa Carlin, a carreira dele começa aos dez anos, no karting. Em 2005, quanto tinha 14 anos, salta para os T Cars, uma competição feita para jovens dos 14 aos 16 anos, que tivessem a sua primeira experiência nos monolugares. Em 2006, foi vice-campeão, perdendo apenas para o seu compatriota Luciano Bachetta.

Em 2007, passa para a Formula 3 britânica, pela Arena International. Não pontuou nesse seu primeiro ano, no segundo passou para a Hitech Racing, onde terminou na décima posição, conseguindo dois pódios, e em 2009, transferiu-se para Carlin Motorsport, vencendo uma corrida e conseguindo cinco pódios, terminando a temporada na quarta posição. Ainda passou pela Formula Renault 3.5, pela Comtec Racing, no Mónaco, terminando na 19ª posição.

Em 2010 começa a correr na GP2, pela portuguesa Ocean Racing Technology, onde consegue um quinto lugar em Monza, obtendo apenas três pontos. No ano seguinte, em 2011, passa para a Carlin, onde obtêm quatro pontos, resultantes de dois sextos lugares.

Em 2012, Chilton permance na Carlin, que é apoiado pela Marussia e ele dá um pulo de gigante: duas vitórias e mais um pódio, para além de duas pole-positions, fazem com que ele termine o ano no quarto lugar do campeonato, com 169 pontos. No final do ano, a Marussia o nomeia como piloto de reserva e de testes e em Abu Dhabi, entra no carro da Marussia de Formula 1 para uma sessão de treinos livres. Algumas semanas depois, ele consegue ficar com o lugar para a temporada de 2013.

Para além dele, Max tem um irmão mais velho, Tom Chilton, que participa regularmente no Campeonato de turismos britânico, o BTCC, para além de ter feito participações esporádicas no WTCC, o Mundial de Turismos, em 2012, ao volante do Ford Focus da Arena Motorsports. Ambos já correram juntos nos 1000 km de Silverstone, em 2007, num Zytek da categoria LMP1, terminando ambos na sexta posição.

Revista Speed - edição de março

E na semana em que vai começar a Formula 1, em Melbourne, a revista Speed está nas bancas virtuais com a edição numero 9. Como é de esperar, existe um vasto Guia da Formula 1, onde se fala das equipas e dos seus pilotos e o que pode ser esta temporada de 2013.

Para além disso, falamos do lado histórico desta modalidade, falando sobre Bruce McLaren, no ano em que se comemoram os 50 anos da fundação da sua marca e os 40 anos do modelo M23, o primeiro chassis campeão do mundo. E para além disso, num ano em que falaremos muito de "Rush", recordamos o ano de 1976, quando José Carlos Pace foi duplo - ou dublê - de Al Pacino em "Bobby Deerfield".

E ainda há referências ao Moto GP e aos ralis, entre outros. Tudo isto e muito mais mais pode ser visto a partir deste link

Vende-se: Larrousse de Formula 1

Carros de Formula 1 à venda não é algo raro, mas é algo que, sempre que se ouve qualquer anuncio nesse sentido, fica-se em alerta. E é o que aconteceu este fim de semana, quando o Jalopnik noticiou que está à venda no Japão um Larrousse-Lamborghini de 1990, guiado por Eric Bernard e Aguri Suzuki - e que deu um pódio a este último, em Suzuka - pela módica quantia de... 200 mil dólares.

O proprietário dia tudo numa só linha, de forma lacónica: ”PRONTO PARA CORRIDA HISTÓRICA – ENVIAMOS PARA O MUNDO TODO”, e ele pode ser visto através deste link no eBay. Alguém interessado?

Agradeço à Bethânia Pereira por ter enviado esta preciosidade. 

segunda-feira, 11 de março de 2013

Noticias: Chuva no fim de semana de Melbourne?

Ainda faltam seis dias para a corrida, mas a hipótese de chuva no fim de semana do primeiro GP do ano pode ser bem real. Segundo a meteorologia, as chances de chuva podem ser superiores a 50 por cento no sábado e no domingo da corrida. 

A ser verdade, isto ode significar que a Formula 1 poderá ter um começo agitado...

The End: Wilson "Barão" Fittipaldi (1920-2013)

O automobilismo brasileiro despediu-se hoje de um dos seus patriarcas: Wilson Fittipaldi Sr., o Barão, morreu esta madrugada aos 92 anos, vitima de dificuldades respiratórias. Foi não só o pai de Wilson Fittipaldi Jr. e Emerson Fittipaldi, mas também um entusiasta do automobilismo, quer na profissão que escolheu, como jornalista, mas também como organizador, pois foi um dos impulsionadores das Mil Milhas Brasileiras, que costumavam acontecer em Interlagos.

Nascido em 1920 em São Paulo, tornou-se cedo um entusiasta de automobilismo. Trabalhou na rádio após a II Guerra Mundial e foi aí que narrou a primeira corrida automobilística no estrangeiro, o GP de Bari de 1949, ainda a Formula 1 não existia. A razão pelo qual essa corrida foi escolhida foi simples: Chico Landi tinha sido o vencedor no ano anterior, conseguindo ser o primeiro brasileiro a vencer uma corrida na Europa, ao volante de um Ferrari.

Ao longo dos anos 50 e 60, para além de ter estado envolvido na organização das Mil Milhas Brasileiras, que se tornou na corrida mais importante do automobilismo brasileiro, pois era o melhor laboratório do automobilismo e da industria automobilística brasileira, também foi um dos funadores da Confederação Brasileira de automobilismo, a CBA.

Apesar de todo este envolvimento,  continuou a trabalhar na rádio Jovem Pan, mesmo quando os seus filhos Wilson Fittipaldi Jr. (o Tigrão) e Emerson Fittipaldi (o Rato) começavam e desenvolviam carreiras no automobilismo internacional. Aliás, foi o seu pai que narrou o GP de Itália de 1972, a 10 de setembro daquele ano, a corrida que consagrou o seu filho como o primeiro campeão do mundo de Formula 1. Anos depois, em 1984, fez a mesma coisa quando Emerson iniciou a sua carreira na IndyCar Series.

Ao contrário do que muitos pensam, a alcunha que era chamado não aconteceu na infância, mas sim quando o seus filhos brilhavam na Formula 1. Certo dia, em 1973, ao desembarcar no Brasil com uma vestimenta bastante diferente do que lhe era habitual, um dos seus amigos disse: "agora veste-se como um Barão". A alcunha ficou, até aos dias de hoje. Ars lunga, vita brevis.

Os estreantes de 2013: 2 - Valtteri Bottas

O segundo capitulo sobre o estreantes da Formula 1 em 2013 trata de um piloto que tem imenso talento e que desde há algum tempo se vem a treinar-se para ser estar na melhor forma possível na categoria máxina do automobilismo. Vindo de um pequeno pais, mas que deu ao mundo pilotos como Keke Rosberg, Mika Hakkinen e Kimi Raikkonen, espera-se que Valtteri Bottas seja um piloto tão talentoso como os que já foram atrás referidos.

Nascido a 28 de agosto de 1989 em Vastola, na Finlândia, Bottas começou a sua carreira nos monolugares em 2007 na Formula Renault 2.0, correndo na North European Competition (NEC), onde venceu duas corridas e foi terceiro classificado. No ano seguinte, continuou na NEC e participou nas Euroseries, pela Motorpark Academy, vencendo ambas as competições.

Isso foi suficiente para que em 2009 passasse para a Formula 3 Euroseries, ao serviço da ART, onde conseguiu dois pódios e 62 pontos, acabando a temporada na terceira posição. Pelo meio, teve participações na Formula 3 britânica, venceu o Masters Grand Prix, em Zandvoort, e foi quinto no GP de Macau.

Em 2010 continuou na Formula 3 Euroseries, pela ART, onde venceu duas corridas e chegou ao fim na terceira posição do campeonato. Repetiu a vitória na Masters de F3, em Zandvoort, sendo o primeiro piloto a vencer esta competição por mais do que uma vez. No final do ano, correu no GP de Macau, onde chegou ao fim na terceira posição, e tornou-se piloto de testes da Williams, então ao lado do brasileiro Rubens Barrichello e do venezuelano Pastor Maldonado.

Na temporada de 2011, bottas mudou-se para a GP3, ao serviço da Lotus ART, onde apesar de um começo modesto, acabou a temporada a conseguir quatro vitórias e seis pódios consecutivos, para terminar com o campeonato na mão. Ainda teve uma passagem pela Formula 3 britânica, pela Double R, onde venceu uma corrida. Participou pela terceira vez no GP de Macau, mas desta vez não teve sucesso.

Em 2012, Bottas tornou-se no terceiro piloto da Williams-Renault, participando em 15 sextas-feiras de treinos livres, na esmagadora maioria das quais usando o carro de Bruno Senna, o segundo piloto da marca. Protegido de Christian "Toto" Wolff, Bottas aproveitou esse ano para conhecer os circuitos onde iria correr e o carro que eventualmente seria o seu a partir da temporada seguinte. O que se confirmou no inicio deste ano.

No plano pessoal, Bottas namora com a nadadora olímpica Emma Pikkarainen, que representou o seu país nos Jogos Olimpicos de Pequim, em 2008, e de Londres, em 2012. 

WRC 2012 - Rali do México (Final)

Sebastien Ogier levou a Volkswagen para a sua segunda vitória consecutiva no Mundial de Ralis WRC, e tornou-se no candidato numero um ao título mundial desta temporada, isto depois de ter dado mais de três minutos e 28 segundos de vantagem sobre Mikko Hirvonen e quatro minutos de 23 segundos de vantagem sobre o belga Thierry Neuville, que conseguiu aqui o seu primeiro pódio da sua carreira no WRC.

Já se sabia desde o final do dia anterior que Ogier era claramente o candidato numero um à vitória, e apenas um probema mecânico ou um erro na estrada o impediriam de estar no lugar mais alto do pódio neste rali mexicano. E foi por causa disso que a maior parte dos pilotos preferiu adotar um ritmo de "passeio", com a excepção de dois pilotos: os Citroen de Mikko Hirvonen e de Chris Atkinson. O primeiro estava sob os ataques de Neuville, que queria o segundo lugar, e o australiano, que patira do sétimo lugar, mas queria apanhar o Ford de Ken Block, que estava ao seu alcance.

Hirvonen andou bem nas últimas classificativas, mas quando se tratou de completar a Power Stage, o melhor foi o francês da Volkswagen, que tratou de ficar com os pontos extra, na frente de Ostberg e Latvala,  ambos regressados à estrada na versão "Rally2", não saindo de paragens mexicanas com as mãos a abanar.

No final, Hirvonen levou a melhor sobre Neuville, conseguindo quase um minuto de vantagem sobre o belga e Atkinson conseguiu alcançar Block e conseguir o sexto posto final. Mas mesmo assim, o piloto americano alcançou a sua melhor classificação de sempre num rali. Mas entre Neuville e Atkinson, ficaram ainda o espanhol Dani Sordo, que com este quarto lugar sabe a desilusão, pois nunca esteve capaz de discutir os primeiros lugares e andou a beneficiar dos azares alheios, e do qatari Nasser Al Attiyah, que começou em paragens mexicanas a sua temporada de ralis, depois de ter estado ausente nas duas primeiras provas do ano.

Benito Guerra foi o melhor piloto local, conseguindo um oitavo lugar com o Citroen DS3 WRC, e para fechar ficaram o Ford Fiesta de Martin Prokop e de Evgueny Novikov, que conseguindo regressar à estrada através do "Rally2", aproveitou os problemas do Mini de Michal Kosziusko para chegar ao último lugar pontuável.

Agora o WRC regressa à Europa, onde entre 12 e 14 de abril, andarão em paragens portuguesas.  

domingo, 10 de março de 2013

Youtube Rally Video: Ken Block em "slow motion"


Por esta hora já as máquinas e os pilotos já deverão estar na estrada para o último dia do Rali do México, e um dos que anda nos lugares da frente é Ken Block, que neste momento roda na sexta posição, embora o seu perseguidor mais direto, o Citroen DS3 WRC de Chris Atkinson, não anda muito longe.

Aqui, neste video curtinho providenciado pelo canal oficial do WRC no Youtube, podemos ver em câmara lenta que o piloto americano de 45 anos ainda consegue ser um bom piloto, para além das "ghynkhanas" onde costuma dar o seu espectáculo... 

Os estreantes de 2013: 1 - Jules Bianchi

Na semana em que vai começar a Formula 1, esta é uma temporada onde desde há muito tempo que não se viam tantos estreantes. Os cinco pilotos que irão correr a temporada pela primeira vez - para além disso, há um regresso - representa, mais do que sangue novo na categoria máxima do automobilismo, em alguns casos tem a ver com a necessidade de injetar algum dinheiro para compôr os orçamentos já apertados de algumas equipas, como a Marussia e a Caterham, por exemplo.

E é algo a ver com a Marussia que começo estas biografias de estreantes, porque o primeiro piloto a ser apresentado tem herança no automobilismo, é apoiado por uma grande equipa, e foi o último a ser confirmado, depois de Luiz Razia não ter aparecido com o dinheiro prometido. Hoje é a vez de falar sobre Jules Bianchi.

Nascido a 3 de agosto de 1989 em Nice, Jules é neto de Mauro Bianchi, mecânico e piloto de origem italiana, que participou nas 24 Horas de Le Mans de 1968, onde sofreu um forte acidente que o deixou queimado em grande parte do seu corpo. É também sobrinho-neto de Lucien Bianchi, piloto belga vencedor das 24 Horas de Le Mans... de 1968, ao lado do mexicano Pedro Rodriguez, antes de morrer em Le Mans no ano seguinte, durante uma sessão de testes. Para além disso, correu 19 Grandes Prémios de Formula 1, conseguindo como melhor resultado um pódio no GP do Mónaco de 1968.

A carreira de Jules Bianchi começou nos karts, onde em 2007 passou para os monolugares, correndo na formula Renault 2.0 France, onde acabou como campeão. No ano seguinte, passou para a Formula 3 Euroseries pela ART Grand Prix, liderado por Nicolas Todt, que se tornou também o seu "manager". Vence a Masters de Formula 3, em Zandvoort, antes de ser terceiro classificado no campeonato. Em Macau, terminou a corrida na nonoa posição.

Em 2009, continuou na Formula 3 Euroseries, ainda na ART, onde acabou por vencer o campeonato. Pelo meio teve passagens pela formula Renault 3.5, fez quatro corridas na Formula 3 britânica e participou no GP de Macau, sem ter, contudo, chegado ao fim.

Em 2010, passou para a GP2 Series, onde conseguiu três pole-positions, duas voltas mais rápidas e quatro pódios, mas sem vitórias. A regularidade, contudo, deu-lhe o terceiro lugar na classificação final. Antes, na GP2 Asia Series, conseguiu um terceiro lugar e uma pole-position, terminando na oitava posição da classificação. Continuou na GP2 em 2011, onde alcançou uma vitória em Silverstone, para além de mais cinco pódios e uma pole-position, terminando no terceiro lugar do campeonato. Conseguiu mais uma vitória na GP2 Asia Series, sendo vice-campeão.

Por essa altura, já estava ligado à Ferrari, mas vai ser apenas em 2012 que conseguirá um lugar de terceiro piloto na Force India, participando em nove fins de semana de Grandes Prémios, enquanto que realizava o campeonato de Formula Renault 3.5, ao serviço da equipa Tech 1. Na luta com o holandês Robin Frijns, ele acabou por perder com o holandês, ficando com o vice-campeonato.

Após isto, parecia que iria ficar uma segunda temporada seguida na Force India, depois de ter sido preterido po Adrian Sutil na briga pela vaga aberta para ida de Nico Hulkenberg para a Sauber. Mas em pouco tempo, o seu "manager" arranjou as garantias necessárias para que ele pudesse correr na Marussia, quando não chegou a tempo o dinheiro que Luiz Razia deveria ter entregue para ficar com a vaga pata 2013. E provavelmente, a chegada de Bianchi à Marussia poderá significar que na próxima temporada, a equipa russa poderá ter motores Ferrari...