sábado, 3 de agosto de 2024

WRC 2024 - Rali da Finlândia (Dia 2)


Kalle Rovanpera parece estar no bom caminho para a vitória, concluído o segundo dia do rali da Finlândia. Ele tem agora mais de 44,2 segundos sobre o seu companheiro, Sebastien Ogier, com o terceiro, o Hyundai de Thierry Neuville, a 1.23,8, não muito longe do Ford de Adrien Formaux, quarto a 1.49,7. Tudo isto no dia em que Elfyn Evans desistiu por causa de problemas mecânicos no seu Toyota.

Com seis especiais nesta sábado, passagens duplas por Västilä, Päijälä e a mítica Ouninpohja, o dia começou com Kalle Rovanpera a ganhar na primeira especial do dia, 2,2 segundos na frente de Evans e 5,1 sobre Ogier. Rovanpera voltou a ganhar, na primeira passagem por Päijälä, 3,3 segundos na frente de Esapekka Lappi, e 4,1 sobre Takamoto Katsuta. E no final da manhã, na primeira passagem pela mítica Ouninpohja, Rovanpera voltava a ser o melhor, 0,1 segundos sobre Ogier e oito segundos sobre Takamoto. Evans já começava a ter os seus problemas com a transmissão e atrasava-se, perdendo três lugares. 

"Está bastante apertado!" começou por afirmar Rovanpera no final desta especial. "No início da etapa podia ter feito melhor, não tão limpo ali e pela primeira vez neste Ouninpohja longo. No final foi limpo e nada louco. É uma etapa incrível, fiz a primeira vez com um carro de rali , difícil de desfrutar porque é muito complicado, mas é bom terminar.", concluiu.


Rovanpera continuava a ganhar nas especiais da tarde, desta vez 6,7 segundos na frente de Ogier e 7,5 sobre Neuville. Lappi triunfa na segunda passagem por Päijälä, batendo Rovanpera por 0,5 segundos e 3,3 sobre Adrien Formaux. E no final do dia, outra vez por Ouninpohja, Rovanpera voltou a ser o melhor, 4,8 sobe Ogier e 5,5 sobre Sami Pajari.

"Queria sentir-me melhor na segunda passagem. O meu pai [Harri Rovanpera] divertiu-se muito aqui, por isso agora podemos dizer que nos divertimos muito nesta etapa.", disse Kalle Rovanpera. 

Depois dos quatro primeiros, Sami Pajari é o quinto, a 2.13 minutos, na frente de Oliver Solberg, o melhor dos Rally2, a 6.39 minutos. Sétimo é Jari-Matti Latvala, a 7.05, seguido por Robert Virves, a 7.36, e a fechar o "top ten" estão o Skoda de Joona Lauri, a 7.48, e o Toyota de Mikko Heikkila, a 7.54

O rali da Finlândia termina amanhã, com a realiação das últimas quatro especiais. 

Noticias: Audi anuncia a contratação de Jonathan Wheatley


A Audi conseguiu esta semana a contratação de Jonathan Wheatley, um dos principais engenheiros da Red Bull, para o lugar de diretor de equipa de pista, a partir de 2025, na preparação da transição da Sauber para a equipa alemã. Tudo isto semanas depois de terem contratado Mattia Binotto, para o lugar de diretor técnico da marca alemã. 

Estou muito satisfeito por termos conseguido contratar Jonathan Wheatley como chefe de equipa para nossa estrutura da Fórmula 1”, comemora Gernot Döllner, CEO da Audi AG. “Jonathan desempenhou um papel importante em muitas vitórias em corridas de Fórmula 1 e títulos de Campeonatos Mundiais em sua carreira na Formula 1 até o momento, e possui uma vasta experiência no paddock. Ele é uma contratação muito valiosa à nossa equipa.

Com a nomeação de Jonathan e Mattia demos um passo decisivo para a nossa entrada na Fórmula 1. Estou convencido de que com os dois conseguiremos combinar um nível extremamente alto de competência para a Audi. A sua experiência e capacidade irão ajudar a nos estabelecer rapidamente no competitivo universo da Fórmula 1”, concluiu Döllner.

A carreira de Jonathan Wheatley na Fórmula 1 começou no início dos anos 90, na Benetton, onde se tornou mecânico-chefe. Ele então se mudou em 2006 para a então recém-fundada Red Bull Racing, onde teve muito sucesso como Diretor Desportivo. No seu tempo na Red Bull Racing, Wheatley esteve envolvido na vitória de todos os Campeonatos Mundiais de Construtores, como os de Pilotos, com pilotos como Sebastian Vettel e Max Verstappen

Wheatley irá se concentrar, acima de tudo, no desempenho da fabricante na competição, na gestão operacional de todas as etapas da corrida e na representação da Audi no nível de Diretor de Equipa nos assuntos relacionados à Fórmula 1. E irá reportar diretamente, em conjunto com Binotto, a Gernot Döllner na função de Presidente do Conselho de Administração da Sauber Motorsport AG.

Estou extremamente orgulhoso de ter feito parte da jornada da Red Bull Racing nos últimos dezoito anos e partirei com muitas boas lembranças. No entanto, a oportunidade de desempenhar um papel ativo na entrada da Audi na Fórmula 1 como chefe de uma equipa é uma perspetiva excecionalmente excitante, e estou ansioso pelo desafio. Também estou feliz por trabalhar junto com Mattia, que conheço há muitos anos e que é a pessoa certa para colaborar neste projeto", declarou Jonathan Wheatley, no comunicado oficial da marca.

Conheço Jonathan há muitos anos e o considero um especialista experiente e comprometido em automobilismo. Estamos perto de  2026 e estou ansioso para formar a nova equipe de corrida da Audi junto com Jonathan e liderá-la ao sucesso”, afirmou Mattia Binotto, o agora diretor Técnico e de Operações da Sauber Motorsport AG.

sexta-feira, 2 de agosto de 2024

WRC 2024 - Rali da Finlândia (Dia 1)


Está a ser um rali ultracompetitivo, chuvoso e atribulado. O mais sério de todos oi o acidente de Ott Tanak, na terceira especial, onde acabou por abandonar, com o seu navegador, Martin Järveoja, a ficar no hospital para observação. 

Contudo, no final do dia, se as coisas correm mal para a Hyundai, para a Toyota, é o paraíso. Têm os três primeiros, com Kalle Rovanpera a ser o melhor, 8,0 segundos na frente de Elfyn Evans, e 8,6 sobre Sebastien Ogier

"Foi um dia complicado, principalmente com o tempo. Difícil ter um dia limpo. Não estou satisfeito com o ritmo com certeza, gostaria de ter sido um pouco mais rápido. Amanhã devemos ser um pouco mais iguais com os rapazes que estamos a lutar. Penso que as etapas de amanhã também tiveram chuva, vai ser uma grande luta”, disse Rovanpera no final deste dia.

Com 10 especiais nesta sexta-feira - passagens duplas por Harju, Laukaa, Saarikas, Myhinpää e Ruuhimäki, o dia de hoje começou... ontem à tarde, com a primeira passagem por Harju. Ali, Thierry Neuwille foi melhor que Katsuta Takamoto, por 1,1 segundos, com Tanak em terceiro, a 1,3. 


Esta sexta-feira começou com chuva e Evans a mostrar-se, ganhando na primeira passagem por Laukaa, 0,4 segundos na frente de Sebastien Ogier e 1,1 sobre Kalle Rovanpera. E foi em Saarikas que aconteceu os primeiros acidentes relevantes, com Tanak a sair da estrada e bater numa arvore. A especial foi suspensa para que os socorros pudessem acontecer para retirar a dupla do carro e poder levá-los para o hospital, para serem observados. 

Em Myhinpää, Evans foi o melhor, conseguindo uma vantagem de 0,8 segundos sobre Neuville e 1,2 sobre Ogier. 

"Um pouco mais seco, definitivamente [com] aderência mais constante, é muito mais difícil de se comprometer. Definitivamente lutando contra o carro em alguns lugares, não é onde eu quero que estejamos. Não acho que exista alguma desvantagem, mas gostaria de ter um ou dois carros na frente para ajudar a cavar o chão, pois ocasionalmente estou perdendo um pouco de velocidade.", disse Thierry Neuville, que era agora sexto na geral, então a 14,7 segundos da liderança.


No final da manhã, em Ruuhimäki, Rovanpera era o melhor, 0,6 segundos na frente de Neuville e 1,4 de Evans, numa especial onde Takamoto Katsuta bateu e arrancou a roda traseira direita. 

"Fizemos algumas alterações no carro e talvez tenha ficado um pouco melhor. Neste rali são necessários pequenos detalhes para ser rápido com o carro. Definitivamente, um circuito muito complicado, ansioso pela tarde. Experimentámos algo novo em todas as etapas, esperamos uma boa tarde.". disse Rovanpera.


Chegada a tarde, mais sarilhos para a Hyundai. Na segunda passagem por Laukaa, Lappi bateu numa árvore, danificou o eixo dianteiro e acabou por se retirar. Na especial, Rovanpera foi o melhor, 2,4 segundos sobre Sami Pajari e 4,5 sobre Elfyn Evans. Rovanpera volta a ganhar em Saarikas, na segunda passagem, 3,1 segundos sobre Evans e 4,3 sobre Neuville. 

Neuville triunfou na segunda passagem por Myhinpää, 1,3 segundos na frente de Ogier e 2,4 sobre Evans, e na seguinte, foi a vez de Sami Pajari de triunfar nessa especial, com 0,5 segundos sobre Ogier e 0,6 sobre Rovanpera. "Não sei o que dizer! Que montanha-russa de emoções hoje foi - meu Deus. Honestamente, nas duas primeiras zonas de travagem eu estava muito lento e o resto foi muito bom. Obrigado!", disse um espantado Pajari, no final da especial.

No final do dia, em Harju, Ogier levou a melhor, com Neuville em segundo, a 0,2 e Evans em terceiro, a 0,6. "Amanhã será um grande dia. Estou ansioso por isso. Especiais incríveis, esperemos que o tempo não deixe tudo baralhado. Foi um bom desempenho meu, perdi um pouco de terreno para Kalle, mas era esperado com a posição na estrada. No final, não importa, estou feliz por lutar por um pódio.”, afirmou Ogier.

Depois dos três primeiros, quarto era Neuville, a 25,5, distante de Adrien Formaux, quinto a 48,5, e um pouco distante de Sami Pajari, sexto a 1.31,0. Gregoire Munster é o sétimo, a 1.52,7, na frente do melhor dos Rally2, Oliver Solberg, a 3.22,0. Jari-Matti Latvala é o nono, a 3.46,1 e a fechar o "top ten" está o estónio Robert Virves, a 3.53,3.

O rali da Finlândia prossegue amanhã, com a realização de mais seis especiais. 

Youtube Rally Crash (II): O acidente de Esapekka Lappi no Rali da Finlândia

A Hyundai está em sarilhos no rali da Finlândia. Depois de Ott Tanak se ter despistado na terceira especial, com ambos a irem para o hospital, agora foi a vez de Esapekka Lappi a bater contra uma árvore e ficar sem parte do carro. O acidente aconteceu na sexta especial, a de Laukaa.

A sorte do finlandês, em relação ao estónio, seu companheiro de equipa, é que o acidente foi a baixa velocidade, mas perdeu a parte da frente, que foi levado por um espectador que, muito provavelmente, levará para casa como recordação...   

Youtube Rally Crash: O acidente de Ott Tanak no Rali da Finlândia

O estónio Ott Tanak é a desistência mais relevante do rali da Finlândia, ao despistar-se na terceira especial, na manhã desta sexta-feira, tendo saído de estrada e depois, ido bater contra uma árvore. 

O piloto do Hyundai não sofreu nada, mas o seu navegador, Martin Järveoja, foi levado para o hospital e passará a noite em observação para exames de despistagem de alguma eventual lesão, embora aparentemente, ele não tenha nada de sério. 

Eis o vídeo do acidente, filmado por uma dos espectadores da especial. 

quinta-feira, 1 de agosto de 2024

As imagens do dia




Há 25 anos, em Hockenheim, a Ferrari fez uma dobradinha, com Eddie Irvine como vencedor. Mas na realidade, quem deveria ter ganho era outro. E ele não subiu ao lugar mais alto do pódio porque... era um substituto. E porque não era Michael Schumacher

Mika Salo não queria acreditar na sua sorte quando via em casa o GP da Grã-Bretanha, em Silverstone. Na primeira volta da corrida, as bandeiras vermelhas foram mostradas por causa dos carros parados na grelha, nomeadamente o Williams de Alex Zanardi e o BAR de Jacques Villeneuve, e os carros a abrandarem na Hangar Straight... menos um. O Ferrari de Michael Schumacher. Quando tentou sair do carro e descobriu que não podia, por ter fraturado a perna direita, sabia que poderia ser chamado. Era uma questão de tempo.

E para Mika, o outro Mika, poderia ser a chance da sua carreira. Que quase 10 anos antes, parecia ter ido para o torto.

Em 1990, a Formula 3 britânica era um duelo de finlandeses. Ainda por cima, partilhavam o mesmo nome: Mika Salo contra Mika Hakkinen. Salo era o mais velho, nascera em 1966, e corrida pela Alan Docking Racing contra Hakkinen, dois anos mais novo e a correr pela West Surrey Racing. No final, ganhou Hakkinen, que tinha o apoio da Marlboro, e duelou contra Schumacher em Macau, acabando com ambos a colidirem na penúltima volta da corrida, favorecendo o alemão. 

Contudo, Salo até ia lançado para uma chance na Formula 1. Falava-se que Ken Tyrrell queria dar-lhe um teste num Formula 1, mas uma noite, em Londres, a policia parou-o numa operação "stop" e ele tinha bebido para além da conta. Levou uma multa, uma suspensão por algum tempo, inibindo-o de conduzir, mas isso fechou-lhe as portas da categoria máxima do automobilismo. Decidiu "exilar-se" para o Japão, onde andou com um grupo de estrangeiros que abrilhantavam a Formula 3000 local, com gente como Mauro Martini, Eddie Irvine, Heinz-Harald Frentzen, Jeff Krosnoff, Ross Cheever e Roland Ratzenberger, entre outros. 

Então, um dia de outubro de 1994, recebeu um telefonema. Faltavam seis dias para o GP do Japão de Formula 1 e do outro lado da linha, um homem ansioso perguntava: "É capaz de guiar um Formula 1 sem testar?" Era a Lotus, que precisava desesperadamente de um piloto para o seu carro. A mítica Lotus, no seu estertor final, pedia um piloto para o GP do Japão. A troco de meio milhão de dólares, Salo aceitou e afirmou que "nas noites seguintes, estava deitado na cama, a sorrir, feliz da vida.

No final, acabou na décima posição, suficiente para correr na Austrália. No ano seguinte, foi para a Tyrrell, onde ficou por três temporadas e conseguiu 12 pontos, dois deles no Mónaco, à chuva e... sem reabastecer! Foi a última vez que isso aconteceu na competição, até ao final dos reabastecimentos, em 2010. Depois de uma temporada na Arrows, em 1998, ficou de fora em 1999, sendo piloto de testes da BAR.

Ali, teve uma chance de correr em três Grandes Prémios, depois do acidente de Ricardo Zonta, no Brasil, onde ele fraturou uma das pernas. O sétimo lugar no GP de San Marino, em Imola foi... ironicamente, o melhor classificação que a equipa teve nessa temporada. E estava assim em julho, à espera de uma oportunidade quando... ela aconteceu. E não ficaria admirado se não teve a mão de Irvine, seu amigo no Japão.

A estreia foi na Áustria e foi... atribulada. Apesar do sétimo lugar na grelha, um incidente no inicio da corrida o atirou para o nono posto, fora dos pontos. Na segunda corrida, em Hockenheim, as coisas saíram melhor. Beeeem melhor. Ali, Salo foi o quarto da grelha, na frente de Irvine, mas atrás dos McLaren e do Jordan de Frentzen, um dos que correu no Japão. O poleman era Hakkinen. E a chance de repetir os duelos de 1990, nos circuitos britânicos, era bem real.

Hakkinen partiu na frente, mas Salo pulou para segundo, e partiu para o ataque. As coisas foram assim até que na volta 24, um furo a alta velocidade na reta oposta, ao pé do Stadium, fez despistar o McLaren, sem tocar nos ralis de proteção. Um acidente espetacular que fez cair a liderança no colo de Salo, pela primeira vez na sua carreira. 

Mas a ilusão durou pouco. A Ferrari queria que Irvine ganhasse, e apesar de ter ido para as boxes reabastecer, na parte final, estava a ir mais rápido que o irlandês, e tiveram de ordenar para que abrandasse o ritmo e ficasse atrás dele. Acabaram com um segundo de diferença entre os dois, e no final, como gesto de gratidão, Irvine deu o troféu de vencedor a Salo. Mesmo ele sabia que deveria ter ido ao lugar mais alto do pódio naquela tarde.          

Youtube Enducance Vídeo: O Aston Martin Valkyrie AMR-LMH de Hypercar

É um vídeo curtinho, mas mostra tudo: o Aston Martin Valkyrie AMR-LMH na pista, preparando-se para a sua estreia no Mundial de Endurance de 2025, na classe Hypercar. Os testes aconteceram há uns dias em Silverstone e ele entrará numa classe bem cheia: quase 25 carros inscritos!  

Formula 1: Herbert especula que Williams conseguiu Newey


A contratação de Carlos Sainz Jr. por parte da Williams, através do seu diretor, James Vowles, está a ser considerado por muitos como uma jogada. Só não se sabe se uma de génio ou de louco. 

Contudo, Vowles, que está nestes últimos tempos a trabalhar para a reabilitação da Williams, depois da era do seu fundador, poderá estar a montar uma equipa de forma a colocar no topo, mais ou menos da mesma forma que a McLaren fez desde que Zak Brown chegou a Woking. Contudo, há quem ache que o grande objetivo da Williams poderá ser... não uma contratação, mas um regresso. Quem o afirma é Johnny Herbert, ex-piloto da Lotus e Benetton, entre outros, e comentarista de Formula 1.  

Carlos Sainz é um dos pilotos mais talentosos da grelha. Deveria ter sido contratado por uma equipa do top 3, mas é uma contratação brilhante para a Williams! É um momento emocionante para a Williams. James Vowles está a bordo e Alex Albon deu a volta ao período difícil que passou na Red Bull com algumas corridas fantásticas. James Vowles tem sido uma adição fantástica à equipa”, começou por referir Herbert. “Ele sabe o que a Williams precisa e sabia muito bem que eles precisavam de um piloto de topo. Eles têm um em Alex, mas Carlos vai ser uma adição muito forte para o futuro desta equipa”, continuou.

Isto é algo que me surpreendeu. Todas as discussões sobre Carlos Sainz, da Mercedes à Audi e à Alpine, muitas equipas têm falado do Carlos. Estas equipas precisavam do Carlos nas suas estruturas. Os pilotos têm de saber qual é o plano para o futuro da equipa e o homem de quem se tem falado muito é Adrian Newey. Será que o Carlos sabe que Adrian Newey vai entrar para a equipa? Isso seria um golpe brilhante para a Williams!


Para quem não sabe, Newey esteve na Williams entre o final de 1990 e 1996, vindo da March, e projetou, entre outros, o FW14, o FW15C, o FW18 e o FW19, carros que deram títulos de pilotos a Nigel Mansell, Alain Prost, Damon Hill, e Jacques Villeneuve. Para além disso, alcançaram títulos de Construtores por cinco ocasiões, em 1992, 93, 94 e 96.

quarta-feira, 31 de julho de 2024

A(s) image(ns) do dia (II)




A Argentina teve nos anos 50 do século XX pilotos como Juan Manuel Fangio e Froilan Gonzalez, mas poderia ter tido Onofre Marimon. Como alguns pilotos com imenso talento, mas que não tiveram tempo de o mostrar, o potencial de campeão era grande. Especialmente quando ele era o que mais perto Fangio teve de ter um discípulo no automobilismo. 

Onofre era filho de Domingo, que por sua vez, era amigo e competidor de Fangio. Se ele era de Balcarce, no sul, Onofre era de Zárate, no norte. quando Domingo ganhou o campeonato de Turismo Carrera, em 1948, as prestações do seu filho foram de tal forma visíveis que o pai pediu a Fangio que o levasse para a Europa, como um dos membros da delegação argentina que tentaria impressionar os europeus nas suas corridas. 

A sua primeira corrida foi em 1951, mas só se envolveu em 1953, quando ele foi para a Maserati, a pedido de Fangio. E na Bélgica, entrou de rompante, quando foi terceiro classificado. No ano seguinte, continuou na equipa, mas as suas prestações foram escassas, não pontuando nas três primeiras corridas da temporada. Em Reims, antes do GP de França, Fangio foi para a Mercedes e ganhou, mas Marimon mostrou ali o seu talento. Especialmente no GP da Grã-Bretanha, em Silverstone.

A sua qualificação foi horrível, conseguindo 2.02,6 minutos, contra os 1.45,0 de Fangio, no seu Mercedes. Contudo, no dia da corrida, chovia bastante, e Marimon aproveitou muito bem, ao passar carro após carro, mostrando um enorme controlo do bólido naquelas condições, ao ponto de marcar a volta mais rápida, com um tempo de 1.50, bem mais rápido que o da sua qualificação. E a sua obsessão pela velocidade e passar todos os carros que via na sua frente deu-lhe um pódio.

E entre os carros que passou para lá chegar, um deles era o Mercedes de Fangio, que estava a ter uma má tarde e acabaria em quarto, fora do pódio. Mas no lugar mais alto estava outro argentino: Froilan Gonzalez, o "Touro das Pampas".

Marimon mostrava talento. E tinha 30 anos, tempo suficiente para, se calhar, chegar ao topo e ser o digno sucessor de Fangio no automobilismo argentino... e mundial. Mas não teve tempo.

O dia 31 de julho de 1954 era o dos treinos para o GP da Alemanha. Marimon tinha o oitavo melhor tempo, mas sentia que poderia fazer melhor. Não para apanhar os Mercedes, que se sentiam em casa, mas para, pelo menos, aproximar-se deles. Especialmente, o de Fangio, que lutava pela pole com o Ferrari de Mike Hawthorn. Ali estavam cinco argentinos: Fangio, Frolian, Marimon, Clemar Bucci e Roberto Mieres. E Marimon era um dos cinco pilotos que a Maserati trazia para a pista alemã, ao lado de um jovem Stirling Moss, os italianos Luigi Willoresi e Sergio Mantovani, e o americano Harry Schell.

Marimon achava que poderia fazer muito melhor, porque Moss já tinha o terceiro melhor tempo. E claro, quando se acha que se pode fazer melhor, vai além do limite. Perto da Breidscheid, o seu carro voou para fora da pista, e acabou virado de pernas para o ar, depois do chassis ter batido numa árvore e o ter destruído. Um padre que estava ali perto deu-lhe a Extrema-Unção, depois de ser socorrido, e antes de sucumbir aos seus ferimentos, minutos depois. Tempos mais tarde, soube-se que fora uma falha nos travões do seu Maserati. 

Os argentinos ficaram destroçados. A imagem de Froilan Gonzalez a chorar no ombro de um Juan Manuel Fangio destroçado correu mundo, naquilo que tinha sido a primeira morte num fim de semana de Formula 1 na sua história. No dia seguinte, Fangio triunfou para a Mercedes, e ele não sorriu. Tenho a certeza que foi das mais amargas da sua carreira.    

A(s) image(ns) do dia





Definitivamente, a Benetton adorava truques. Todos sabiam do tal "controlo de tração" que tinham dentro do seu B194, que, apesar de afirmarem que não conseguiriam ativar, qualquer programador com conhecimento poderia fazê-lo com o seu portátil e ligá-lo ao carro. Contudo, o outro segredo que a Benetton tinha para conseguir uma "vantagem injusta" foi descoberto... de uma maneira espetacular. E quem pagou o pato, como afirmam os brasileiros, foi o pai de Max Verstappen.

E ainda por cima, foi numa das corridas mais agitadas da história do automobilismo, a par do GP da Grã-Bretanha de 1973 e do GP de Bélgica de 1998. 

Como sabem, a corrida começou com umas carambolas que eliminaram boa parte do pelotão, ao ponto de, na segunda volta, termos 15 pilotos dos 26 que largaram. Para além dos que foram vitimas das carambolas, ainda tivemos Jean Alesi, que teve um problema elétrico quando acelerava na primeira reta.

Os eventos que envolveram Verstappen sénior aconteceram na 15ª volta, quando iam para o primeiro reabastecimento. Duas voltas antes, Michael Schumacher fez o seu e tudo correu bem - ele iria desistir na 20ª volta com problemas de motor - mas quando o neerlandês foi fazer o seu, a gasolina saiu cedo demais e espalhou-se no carro. Como este estava superaquecido, pelos vapores do motor, a ignição aconteceu em segundos, espalhando o caos e o pânico. Felizmente, todos se safaram com queimaduras ligeiras, incluindo Jos Verstappen, o piloto. Em termos de espetacularidade, só foi superado 26 anos depois, em Shakir, quando Romain Grosjean bateu contra os guard-rails e o carro se partiu em dois, rompendo o deposito de gasolina e pegou fogo. 

Lembro-me de fazer o que pensava ser um pitstop normal”, começou por falar Verstappen numa entrevista publicada hoje na Autosport britânica. “Sentado no carro, abria sempre a viseira porque quando estava parado suava muito. Depois vi o fluido a chegar. Isto foi antes de eu conseguir sentir o cheiro de alguma coisa, e é por isso que estava a agitar o braço. Depois tudo pegou fogo e de repente ficou escuro e preto, e eu não conseguia respirar. Foi foi uma situação na qual normalmente não pensa: é como se de repente fosse colocado num quarto escuro e depois pensasse: 'Preciso de sair...'

"Foi uma luta tirar o volante e isso demorou alguns segundos. Depois tive de soltar os cintos. Portanto, houve muitas coisas que tive de fazer antes de me levantar e perceber o que tinha acontecido."

Lembro-me da equipa a deitar água no meu rosto e depois a colocar-me creme [na cara]”, disse Verstappen. “Fui ao hospital para fazer um check-up, mas estava tudo bem. A minha respiração também estava boa, pois acho que não respirei muito quando isto aconteceu."

Não fiquei com problemas duradouros, exceto às vezes, quando bebo álcool, principalmente vinho – e não é o tempo todo, apenas às vezes – de repente sinto um ardor. É uma espécie de reação que se tem.", concluiu Jos.

No final, foi um filtro. Aquele era o primeiro ano dos reabastecimentos, depois do seu regresso, e a Benetton tinha descoberto uma maneira de os fazer mais rapidamente, para poder ganhar segundos preciosos no processo. As coisas poderiam ter continuado assim se não fosse aquele acidente...

No final, numa corrida de sobreviventes, Gerhard Berger deu à Ferrari a sua primeira vitória desde o GP de Espanha de 1990, a única da Scuderia naquela temporada, e a acompanhá-lo ao pódio estavam os Ligier de Olivier Panis e Eric Bernard, que nunca tinham ido ao pódio até aquele dia. E iria ser o último duplo pódio da equipa francesa na sua carreira.  

Youtube Formula 1 Vídeo: O meio da temporada 2024

A Formula 1 vai de férias, mas há youtubers que decidem fazer uma avaliação dos pilotos até então, baseados nos seus próprios critérios. É engraçado, mas francamente, eu mesmo não tenho muita paciência.  Para essas coisas deixo para os experts, como por exemplo, o Josh Revell, que lançou nesta quarta-feira este vídeo de balanço de meia temporada...

WRC: Saiu o calendário da temporada de 2025


O WRC divulgou nesta quarta-feira o calendário para a próxima temporada, onde há algumas novidades: o campeonato terá 14 provas, em we das 13 que tem agora, e há as entradas dos ralis da Estónia, do Paraguai e da Arábia Saudita, estas duas últimas estreias absolutas. O rali saudita será a prova de encerramento do campeonato, no final de novembro. 

O rali de Portugal será entre os dias 15 e 18 de maio, e acontecerá depois do rali das Canárias, que acontecerá três semanas antes, entre os dias 24 e 27 de abril. O rali do Paraguai, que se estreará no calendário, acontecerá entre os dias 28 e 31 de agosto.

"É um calendário empolgante que mistura, de forma perfeita, os ralis tradicionais do WRC com três novos e emocionantes desafios, dois deles fora da Europa, algo que mostra, uma vez mais, o apelo global do nosso campeonato", comentou o Diretor-Geral do WRC Promoter, Jona Siebel.

"Do gelo nos Alpes Franceses, da neve até aos joelhos na Suécia, do denso pó no Quénia e na Sardenha, das montanhas-russas de terra a alta velocidade na Finlândia e na Estónia, e, finalmente, ao deserto na Arábia Saudita – a variedade que estamos a oferecer em 2025 é incomparável", acrescentou.

Já do lado da organização do rali de Portugal, o seu presidente, Carlos Barbosa, regozijou com a sua continuidade, que será até 2026.

"Mais uma vez se confirma a relevância do Vodafone Rally de Portugal no Campeonato do Mundo de Ralis. É, sem dúvida, um dos ralis mais emblemáticos do WRC, com mais paixão do público e troços únicos, disputado em duas grandes regiões do País e também a união da vontade que temos em manter o rally em Portugal e que é, também, a dos municípios e das populações que a prova atravessa.", reagiu. 

terça-feira, 30 de julho de 2024

Youtube Rally Vídeo: Os anos de Grupo B na Finlândia

Esta é a semana do rali da Finlândia, e se hoje, os carros de Rally1 são dos mais velozes da história, há 40 anos, eram os badalados Grupo B que encantavam os fãs, especialmente nos temidos saltos de Ouninpohja. E com pilotos como Hannu Mikkola, Stig Blomqwist, Timo Salonen, Ari Vatanen, Michele Mouton, Walter Rohrl, entre outros, o rali da Finlândia - então chamado de "Rali dos 1000 Lagos" - tornava-se um dos mais espetaculares do calendário. 

Este vídeo do site "Dirtfish" mostra como era o WRC há quatro décadas, num tempo que muitos consideram o auge do automobilismo. 

Formula E: Di Grassi será piloto da Lola/Yamaha


O brasileiro Lucas di Grassi junta-se ao projeto Lola/Yamaha para a próxima temporada, mas manter-se-á na Abt, já que será ela que acolherá o novo projeto. Os chassis em 2025 serão os da Gen3 Evo, que terão maior autonomia e terão o recarregamento eletrico. 

Na apresentação do projeto, o veterano piloto brasileiro (40 anos de idade), falou sobre ele:

"A Abt é minha família. Vivi os melhores momentos da minha carreira lá e tenho total confiança nas pessoas que trabalham duro todos os dias para alcançar o sucesso, então estou feliz que também estamos enfrentando os novos desafios juntos”, disse di Grassi, que é um dos "originais", logo, embarcará na sua 11ª temporada na Fórmula E.

É um projeto muito emocionante com pessoas que sabem o que é preciso para ter sucesso na Fórmula E, ao lado de duas marcas renomadas, Lola e Yamaha, com uma riqueza de herança no automobilismo e proezas técnicas. Temos algumas semanas ocupadas pela frente. Juntos, faremos tudo o que pudermos para ter sucesso o mais rápido possível.”, concluiu.

Do lado da Abt, Mark Preston, o seu diretor, afirma que Di Grassi é o piloto ideal para ajudar a desenvolver o projeto, que já se comprometeu para os carros da Gen4, que acontecerão em 2026/27.

"Ter um piloto com tanta experiência, habilidade e dedicação como Lucas é um grande impulso como um novo fabricante entrando na categoria", começou por afirmar o diretor de automobilismo da Lola Cars.

"Esses atributos, combinados com seu relacionamento existente com a Abt, fazem de Lucas a pessoa ideal para ter ao volante em nosso retorno ao automobilismo. Seu conhecimento e feedback durante os testes já provaram ser inestimáveis ​​e estamos ansiosos para entrar na pista juntos na 11ª temporada."

Noticias: Sérgio Pérez fica na Red Bull


Depois de semanas de especulações sobre se iria continuar na Red Bull depois das férias, e de gente como Helmut Marko ter dito que o piloto mexicano "entrou em colapso mental", Christian Horner anunciou esta semana aos funcionários da equipa, em Milton Keynes, que "Checo" ficaria na Red Bull como segundo piloto de Max Verstappen depois das férias de agosto.

Tudo indica que isto tenha sido uma decisão pessoal de Horner, que pretende manter o equilíbrio e a estabilidade da equipa. Para além disso, manifestou confiança no desempenho futuro de Pérez nas pistas onde se destacou anteriormente, após a pausa de verão. Contudo, se ele pensa de uma maneira, já Helmut Marko tinha outras ideias para o resto da temporada, largar o mexicano a favor de Daniel Ricciardo, colocando Liam Lawson na Racing Bulls, ao lado de Yuki Tsunoda.

Não está a ser uma temporada muito fácil para Pérez. Neste momento tem 131 pontos, contra os 217 que tinha em 2023. Para piorar as coisas, a concorrência aumentou bastante, com Mercedes, McLaren e Ferrari a ganharem poles e sobretudo, vitórias, secundarizando Pérez nesta temporada. Para piorar as coisas, esses resultados tem vindo a custar à Red Bull pontos importantes na luta pelo Campeonato de Construtores, tendo-se assistido a uma aproximação progressiva da McLaren e ainda da Ferrari e da Mercedes, havendo o sério risco de a equipa de bandeira austríaca perder o ceptro deste ano.

Pérez assinou há algumas semanas uma extensão do seu contrato até ao final da temporada de 2025, com opção por mais uma temporada.   

Formula E: Maserati anuncia nova dupla


A Maserati anunciou nesta terça-feira que terá uma dupla totalmente nova para a temporada de 2024-25. O belga Stoffel Vandoorne, campeão em 2021 e o britânico Jake Hughes, campeão em 2023, serão os novos pilotos da marca italiana, que na temporada que acabou, teve com o alemão Max Guenther e o indiano Jehan Daruvala.

Estou muito feliz por me juntar à Maserati MSG Racing na próxima temporada e estou orgulhoso de estar associado a um nome tão icónico no automobilismo como a Maserati”, começou por afirmar Vandoorne, o campeão da Temporada 8. “Estou entusiasmado por começar a trabalhar com a equipa – embora não tenha trabalhado diretamente com eles antes, conheço bem a equipa, tanto pelo meu tempo na DS Penske como também pelo meu tempo com a Mercedes quando partilhámos um grupo motopropulsor com a Venturi.", concluiu.

Quanto a Hughes, a chegada à Maserati acontece depois de ter saído da McLaren, após ambas as partes não terem chegado a acordo para a sua renovação. Ele estava na McLaren desde a sua entrada na Fórmula E, tendo assumido o antigo lugar da Mercedes para o qual era piloto de reserva – uma posição que também ocupou na sua nova equipa na Temporada 7, quando era a Venturi Racing cliente da Mercedes.

Estou radiante por me juntar à Maserati MSG Racing”, começou por afirmar Hughes. “O sucesso que a equipa teve, como uma das equipas fundadoras da Fórmula E, fala por si só. A nível pessoal, já trabalhei com a equipa anteriormente, por isso conheço-os bem e estou genuinamente ansioso por regressar. Sei que a temporada acabou de terminar, mas honestamente mal posso esperar para ir até à sede em Mónaco e começar a trabalhar com os engenheiros, entrar no simulador e realmente começar a preparar a Temporada 11.", concluiu.

Apesar de terem vencido a corrida de Tóquio, com Max Guenther ao volante, a Maserati conquistou apenas 81 pontos na temporada, tendo sido oitão classificado no campeonato de Equipas, mais abaixo das suas aspirações. Em 2025, todos terão à sua disposição o chassis Gen3 Evo. 

segunda-feira, 29 de julho de 2024

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Duas semanas depois de Clay Regazzoni ter dado à Williams a sua primeira vitória, a Formula 1 estava na Alemanha para o seu Grande Prémio. Nas longas retas de Hockenheim, os grandes desafios da Williams eram dois: se a sua vitória tinha sido um acaso, ou se não, quem seria o melhor. 

Sabiam que tinham um bom chassis, mas o azar de Alan Jones em Silverstone foi que a sua máquina o deixou pendurado por causa de uma fuga de água. Ali, em Hockenheim, Jones foi segundo, batido pelo Renault Turbo de Jean-Pierre Jabouille, mas na primeira curva, o australiano foi melhor e tomou conta da corrida, e não a largou, especialmente depois que o francês se despistou na sétima volta, quando o perseguia. No final, acabou com 2,9 segundos de vantagem sobre o seu companheiro de equipa, na primeira dobradinha da Williams na sua história. 

O que poucos sabem é que foi uma dobradinha... montada por Frank Williams.

Explica-se: na equipa, Jones era o primeiro piloto. Estava ali desde 1978 e ajudou imenso no crescimento da equipa e no desenvolvimento dos chassis. Logo, à primeira chance, ele iria aproveitar. Só que o destino tirou a chance de ser o primeiro vencedor, entregando-a de bandeja ao veterano piloto suíço. Hoje em dia, se forem ver a história, "Regga" não é tão comemorado como Jones, que depois foi o primeiro campeão do mundo.

Mas Jones, depois de ter conseguido a liderança, e se ter distanciado sem problemas, começou a ter um furo lento a meio da corrida. Ele conseguiu controlar as coisas, mas com o passar das voltas, o suíço aproximou-se rapidamente. Parecia que ele iria perder pela segunda ocasião consecutiva, logo, decidiram comunicar a ele para abrandar o ritmo e seguir atrás de Jones, apenas o ultrapassar se ele furasse - lê-se, se o pneu explodir. Portanto, no final, a diferença de menos de três segundos foi... artificial. E foi no limite: mais umas voltas e a concorrência os apanharia. Jacques Laffite foi terceiro, a 18 segundos.

Afinal de contas, existia uma hierarquia para ser cumprida. Mas independentemente disso, a mundo sabia que aquela vitória de Silverstone não era um acaso. Eles tinham, por fim, um chassis vencedor.  

Noticias: Carlos Sainz Jr será piloto da Williams


É oficial: A Williams anunciou esta tarde que Carlos Sainz Jr será seu piloto na temporada de 2025. O anuncio foi feito um dia depois do GP da Bélgica, e o contrato, aparentemente, terá a duração de duas temporadas. 

Na página oficial da equipa, o filho de Carlos Sainz mostrou o seu contentamento pela sua decisão. 

Estou muito feliz por anunciar que vou juntar-me à Williams Racing a partir de 2025. Não é segredo que o mercado de pilotos deste ano tem sido excecionalmente complexo por várias razões e [por causa disso] demorei algum tempo a anunciar a minha decisão.", começou por afirmar.

"No entanto, estou totalmente confiante de que a Williams é o lugar certo para continuar a minha jornada na Formula 1 e estou extremamente orgulhoso por me juntar a uma equipa tão histórica e bem-sucedida, onde muitos dos meus heróis de infância conduziram no passado e deixaram a sua marca no nosso desporto.", declarou.

"O objetivo final de trazer a Williams de volta ao lugar onde pertence, na frente da grelha, é um desafio que abraço com entusiasmo e positividade. Estou convencido de que esta equipa tem todos os ingredientes certos para voltar a fazer história e, a partir de 1 de janeiro, darei o meu melhor para levar a Williams em frente ao lado de cada membro da equipa.", continuou.

Quero agradecer ao James Vowles e a todo o conselho da Williams pela confiança e determinação. A sua sólida liderança e convicções desempenharam um papel importante na minha tomada de decisões. Acredito verdadeiramente que o núcleo de toda a equipa de sucesso está no seu pessoal e na sua cultura. Williams é sinónimo de herança e pura corrida, as bases do projeto que temos pela frente são muito fortes e estou realmente ansioso por fazer parte dele a partir do próximo ano.”, concluiu.

Do lado da Williams, James Vowles, o seu diretor desportivo falou da chegada de Sainz Jr desta maneira:

O Carlos juntar-se à Williams é uma forte declaração de intenções de ambas as partes. O Carlos tem demonstrado repetidamente que é um dos pilotos mais talentosos da grelha, com um pedigree de vitórias, e isso sublinha a trajetória ascendente em que nos encontramos, mas também um impulso feroz para extrair cada milissegundo da equipa e do carro, o ajuste é perfeito. "começou por afirmar.

O Alex e o Carlos serão uma das formações de pilotos mais formidáveis ​​da grelha e com uma enorme experiência para nos guiar nos novos regulamentos de 2026. A sua crença na missão desta organização demonstra a magnitude do trabalho que está a ser realizado por detrás das cenas. As pessoas não devem ter dúvidas sobre a nossa ambição e impulso à medida que continuamos a nossa jornada de regresso à competitividade – estamos aqui, somos sérios e com o apoio de Dorilton estamos a investir no que for necessário para regressar à frente da grelha.", continuou.

Também quero agradecer ao Logan por tudo o que fez pela equipa e saber que continuará a lutar muito por nós nas próximas corridas.”, concluiu.

Na Formula 1 desde 2015, com passagens por Toro Rosso, Renault, McLaren e Ferrari, o piloto espanhol conseguiu até agora três vitórias, cinco pole-positions, 23 pódios e quatro voltas mais rápidas, num total de 1144,5 pontos, tudo em 199 Grandes Prémios. A sua melhor classificação na geral foram dois quintos lugares, em 2021 e 2022. Nesta temporada, tem uma vitória e mais cinco pódios, num total de 162 pontos, colocando-o na quinta posição. 

domingo, 28 de julho de 2024

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Se alguém quiser saber porque é que o George Russell foi desclassificado do GP da Bélgica de 2024, uma explicação plausível é esta: o GP da Bélgica, em Spa-Francochamps, é o único onde não há uma volta de descompressão. Os carros entram nas boxes logo em La Source, porque a pista é enorme e a organização quer logo meter os pilotos no pódio. Se fizessem a tal volta de descompressão, poderia acumular os grãos de borracha nos pneus e ser pesado com eles porque... é legal!

Mas hoje queria recuar 30 anos para outra desclassificação belga. Uma de Michael Schumacher, ou como foi vitima das novas regras implementadas depois de Imola.

Num ano absolutamente anormal, a organização decidiu implementar as melhores medidas de segurança possíveis na altura, e uma delas foi apertar a chicane em Eau Rouge, fazendo com que os pilotos fossem mais lentos que o normal. E na pista, sempre que podiam, mensagens dos fãs lembrando de Senna, incluindo na própria Eau Rouge. Com os treinos marcados pela chuva, Eddie Jordan e Gary Anderson, patrão e diretor desportivo da equipa Jordan, decidiram aproveitar uma aberta para arriscar slicks. Resultou: Rubens Barrichello ficou com o melhor tempo, Eddie Irvine foi o quarto. No final de sábado, o piloto brasileiro tinha dado a primeira pole-position à Jordan e ele, com 22 anos, tornava-se no mais jovem "poleman" até então.

Schumacher não durou muito para chegar à liderança, e lá ficou até ao final, exceto quando foi às boxes para reabastecer, entregando a liderança para David Coulthard. Mas na volta 19, ele se despistou depois de ter passado por uma poça molhada com os seus pneus slicks. Voltou à pista e conseguiu controlar o carro. Contudo, esse despiste fez raspar o patim de madeira instalado por debaixo do seu carro. 

No final, Schumacher triunfou na frente de Damon Hill e Mika Hakkinen, mas depois, os comissários foram verificar os carros e descobriram que a tábua do Benetton  tinha 7,5 milímetros de espessura, bem abaixo dos 9 mm permitidos em desgaste, já que essa tábua tem 10 mm de espessura, quando montado nos carros. 

Resultado? “Após as verificações técnicas e uma consulta ao representante da equipa Benetton, os comissários de pista decidiram remover o carro numero cinco do evento”. Em suma, Schumacher era desclassificado. E pela segunda vez na época, depois dos eventos na Grã-Bretanha. Eram os regulamentos a funcionar, é verdade, mas numa temporada onde tudo era anormal...

Formula 1 2024 - Ronda 14, Spa-Francochamps (Corrida)


Depois da chuvada de sábado, o domingo prometia algo diferente. As nuvens foram-se embora - não sem antes oferecerem um espetáculo como este - e apareceu o sol e um belo dia de verão, como as Ardenas merecem ter. Não iria chover - nada estava previsto - mas as nuvens poderiam colocar alguém em alerta, e alguns, tenho a certeza, trouxeram as suas capas. Afinal de contas, o seguro morreu de velho. 

Em termos de pneus, todos iriam começar de médios, com duas exceções: Daniel Ricciardo com moles, Guanyou Zhou com duros.


Na partida, Charles Leclerc, o poleman, foi logo atacado por Sérgio Pérez, Lewis Hamilton e os McLarens, com o piloto da Red Bull e da Mercedes lutaram pelo segundo posto, com o britânico a levar a melhor. Mas Leclerc manteve a liderança, sem ser incomodado. Atrás, Max passou duas posições, primeiro a Alex Albon e depois, a Fernando Alonso, e era agora oitavo.

Na frente, Hamilton estava na traseira do Ferrari e na terceira volta, na travagem para Les Combes, o piloto da Mercedes ficava com o comando. As coisas correm calmamente até na volta oito, quando começaram as primeiras paragens nas boxes, com o Racing Bulls de Daniel Ricciardo. Pierre Gasly veio a seguir, na volta 10, Max e George Russell na 11, ambos a colocarem duros. Hamilton, Pérez e Oscar Piastri foram trocar de pneus na volta 12, e no regresso, o australiano conseguiu passar o Mercedes do britânico na travagem para Les Combes.


Leclerc parou para trocar pneus na volta 12 e uma volta depois, apesar os três primeiros não tinham ido às boxes para trocar pneus. Eles só se mexeram na volta 15, com Norris a trocar para duros, e quase ao mesmo tempo, o então líder, Carlos Sainz Jr, despistou-se na região de Pouhon, evitando por muito pouco ficar com o carro preso na gravilha.
  
Quase no meio da corrida, Sainz Jr foi às boxes para colocar médios, entregando o comando a Hamilton. Na mesma altura, Russell passou Pérez para ser quarto, quando Max estava na traseira do seu companheiro de equipa, que, para não perder tempo, o chamaram para ir às boxes. Ele trocou para duros, vendo se ele iria até ao final da corrida. 

Na volta 23, Norris já estava na traseira do Red Bull do neerlandês, tentando aproximá-lo para que focasse no alcance da asa móvel. Contudo, quando Leclerc foi às boxes uma segunda vez, na volta 26, a ultrapassagem ainda não tinha acontecido. Na frente, Hamilton já tinha quase cinco segundos sobre Piastri quando na volta 26, ele foi às boxes uma segunda vez. Agora, Piastri era o novo líder, enquanto Norris é terceiro, antes de ir às boxes na volta 29. Ele regressou em sétimo, entre Max e Sainz Jr.

Piastri, o líder, parou na volta 31, mas a troca não foi perfeita e saiu quase em cima de Max, para ser quarto. Ao mesmo tempo, Norris apanhava Pérez e era sexto, atrás de Max. Quase ao mesmo tempo, Russell, o novo líder, decidiu ficar com os duros e ficar até ao final da corrida. E a 10 voltas do final, Hamilton estava a 6,1 segundos do seu companheiro de equipa.


Nesta parte final, havia três carros ao ataque: Hamilton e os McLaren. O britânico do Flecha de Prata queria o apanhar e tentar mais uma vitória, mas sabia que não era fácil. Atrás, Piastri queria apanhar Leclerc para estar no pódio, enquanto Lando Norris queria apanhar Max para estar mais à frente na classificação, e se calhar, tentar apanhar Piastri. No inicio da volta 35, em Les Combes, Piastri chegou à traseira de Leclerc, sem o apanhar. Ele tentou na volta seguinte no mesmo lugar, com sucesso.

Hamilton lá se aproximava de Russell, mas eles monitorizavam o avanço de Piastri, que estava a sete segundos da liderança e também se aproximava. Atrás, em Les Combes, Sainz Jr. ia buscar Pérez e ser sétimo. Na volta 42, Hamilton já estava na traseira de Russell, com Piastri logo atrás. Contudo, em Les Combes, Hamilton travou forte demais e deixou que Russell respirasse mais um pouco - e se calhar, decidiu-se a corrida. E com isto, Piastri aproximava-se. 

No final, os três estavam juntos, mas a ordem manteve-se até à bandeira de xadrez. Russell era o vencedor, graças a uma estratégia de génio, e os seus pneus aguentaram bem depois de dois terços de corrida - calçou-os na 10ª volta, recorde-se. Atrás, não muito longe, estava Leclerc, que aguentou Max e Norris para conseguir um crucial quarto posto, enquanto Pérez foi às boxes calçar moles e fazer a volta mais rápida.


E foi assim a última corrida antes das férias de agosto. Bem mais competitiva que se esperava, onde os pilotos andaram bem perto uns dos outros, e no qual a inteligência e a estratégia foi decisiva.

PS: Cerca de uma hora depois da cerimónia do pódio, o carro de Russell falhou nas verificações técnicas, descobrindo que tinha um peso quilo e meio abaixo do mínimo permitido. Por causa disso, o piloto britânico foi desclassificado, dando a vitória ao seu companheiro de equipa, Lewis Hamilton.