Chegados ao Equador do campeonato, apesar do aparente equilíbrio na classificação, parece que a competição estar a ter uma maioria de triunfos da parte da McLaren. Afinal de contas, antes deste Grande Prémio, a equipa de Woking ganhou oito das 11 corridas realizadas até então, e Max Verstappen ganhou duas delas, contra uma de George Russell. Tudo apesar das quatro pole-positions de Max até então, incluindo a do dia anterior.
Parecia que iria ser uma corrida com alguma luta entre Red Bull e McLaren, mas logo na manhã deste domingo surgiu um factor do qual, de inicio, não se contava muito: a chuva. As corridas de apoio, como a Formula 3 e a Formula 2, ficaram altamente prejudicadas com ela, e uma hora antes da corrida, a chuva caia com alguma intensidade na pista. Contudo, bem antes disso, esta parou e o sol começou a brilhar, o suficiente para que começasse a secar. Mas querendo ser pragmáticos, os pilotos decidiram arrancar com intermédios porque, por exemplo, o DRS nem sequer iria ser ativado nos primeiros minutos.
Mas nos instantes iniciais, houve quem apostasse: George Russell e Charles Leclerc foram às boxes na volta de formação para colocar slicks no sentido de ficar na pista quando os outros forem trocar, dali a umas voltas, e tentarem tirar algum beneficio.
Instantes depois, foi a partida. E esta começou com os pilotos a arrancarem em intermédios, mas claro, não durou muito. Se Verstappen manteve-se na liderança, atrás, Ocon e Lawson tocaram-se, com o piloto da Racing Bulls a ter a traseira destruída. Safety Car Virtual, e foi nessa altura em que alguns começaram a ir às boxes, trocar para pneus slicks. Nestya altura, as duas primeiras curvas estavam molhadas, mas o resto estava a seco.
O Safety Car virtual acabou na volta 4, mas havia avisos de mais chuva adiante. Do 13º para baixo, lugar ocupado por Kimi Antonelli, estavam a seco. Mas havia perigos. Gabriel Bortoleto foi uma das vitimas, batendo com a traseira nas barreiras, e acabou ali a sua corrida. Na frente, Max já tinha Piastri na sua traseira, seguido por Norris. Eles aceleravam perante uma pista que estava parcialmente molhada, mas no inicio da volta seis, o VSC tinha sido novamente acionada, com carros a andarem a passo de caracol. Nessa altura, já tinham desistido três pilotos - Lawson, Bortoleto e Colapinto, que tinha tido a caixa de velocidades a não funcionar, emperrado em segunda.
A corrida retomou na oitava volta, com as nuvens a escurecerem na zona, e Piastri pressionou Max para o passar, o que conseguiu a meio da oitava volta, na travagem para Stowe, e na volta seguinte, alargou a sua vantagem para quase três segundos. Entretanto, começara a chover. No meio disto tudo, algo curioso: Stroll fora às boxes durante o VSC e meteu slicks: mas o melhor eram moles! Nas voltas seguintes, ele tinha cerca de três a seis segundos mais rápido, e em pouco tempo, já era oitavo.
Mas durou um instante. Na volta 11, chovia a cântaros na Wellington Straight, e quando Lando Norris pressionava Max para o passar, o neerlandês perdia o controlo do carro na curva Chapel, dando o segundo lugar para o piloto da McLaren. Mas quase a seguir, todos foram às boxes, para meter novo jogo de pneus. E no meio disso tudo, Albon era segundo!
O anglo-tailandês aguentou o que pode, antes de ser passado por Max e Norris, e no final, acabou por ir às boxes. Por alturas da volta 12, era a confusão total: Lance Stroll, por exemplo, era quarto, seguido por Nico Hulkenberg! E as previsões eram de chuva nos próximos dez minutos.
Na volta 14, o Safety Car entrou na pista, porque as condições eram muito más. Piastri já tinha 14 segundos de vantagem, e Max era assediado por Norris, mas até então, estava a ser um milagre não ter desistido mais ninguém. O Mercedes laranja alinhava-se na frente dos carros, com previsões de que a chuva iria parar nos minutos seguintes. E o céu ajudava nesse sentido: as nuvens estavam a dispersar-se, o céu azul aparecia.
O Safety Car acabou na volta 18, com Piastri na frente de Max, e mantendo-se dos ataques do piloto da Red Bull... mas durou por pouco tempo. Novo Safety Car por causa de Isack Hadjar, que se despistou em Copse, depois de ter batido na traseira de Andrea Kimi Antonelli. O francês bateu forte no muro, o italiano continuou, sem difusor traseiro.
O Safety Car regressou ao seu lugar na volta 23, com Piastri a acelerar, e Max... a perder o controlo do seu carro, caindo para décimo, graças às táticas do australiano. Com os McLaren na frente, Antonelli acabou por abandonar, porque não tinha condições. Os McLaren foram rapidamente embora, com Stroll (!) em terceiro, a sete segundos, e atrás, a meio do pelotão, Ferrari e Mercedes lutavam por posição. Mas era algo frágil, porque um excesso é o suficiente para ficar fora da pista. Hamilton foi vitima disso, perdendo um lugar para Russell, e queixava-se disso aos seus engenheiros.
No meio disto tudo, os comissários deram 10 segundos de penalização a Piastri, por causa das suas manobras a Max, dando a liderança virtual a Norris. Não estava satisfeito, mas nem tudo era mau: Max era décimo, entalado entre Williams, e a sua corrida era um inferno. Atrás, Hamilton andou cerca de seis voltas atrás de Gasly até o conseguir passar, para ser quinto e ir atrás de Hulkenberg e Stroll, para tentar um lugar no pódio, a sua chance quando estávamos a meio da corrida.

Agora, as atenções passavam para Lance Stroll e Nico Hulkenberg, que lutavam por... um lugar no pódio! Com Hamilton a aproximar-se lentamente, o piloto da Aston Martin fazia o seu melhor para se defender do da Sauber-Audi, que procurava o seu primeiro pódio na carreira. O alemão aproximava-se, mas o canadiano defendia-se, ao mesmo tempo que arrefecia os pneus, porque o asfalto começava a secar. Na volta 35, o DRS ativava-se, e Hulk era terceiro. Pouco depois, Hamilton era quarto, passando Stroll e perseguindo Hulk para tentar o seu primeiro pódio pela Scuderia.
Na volta 38, Alonso foi às boxes, o primeiro a meter pneus médios, e pouco depois, Russell fez a mesma coisa, mas para colocar duros. Se o espanhol lutava para ter temperatura, o inglês fazia pior, despistando-se na Chapel, mas regressando à pista, perdendo segundos preciosos para saber se a aposta era a correta ou não.
A nove voltas do final, os McLaren continuam juntos, com Lando a apanhar Piastri, ficando perto da distância do DRS, e com avisos das boxes para o australiano não resistir muito. Entretanto, Hamilton e Stroll começaram uma reação em cadeia de pilotos a colocar slicks, com Hamilton e Stroll a meterem moles, mas era perigoso ficar na pista. Ou seja o risco ainda não compensava. Na volta 44, Piastri tinha trocado e perdera meio minuto, para cumprir a penalização. A oito voltas do final, parecia que ainda compensaria andar em intermédios. Parecia.
Norris entrou na volta seguinte, mantendo a liderança por pouco menos de quatro segundos, e Piastri, no seu esforço, despistou-se entre Maggots e Beckets, voltando à pista. no meio disto tudo, Hulkenberg foi também às boxes... e era o piloto mais rápido na pista, a sete segundos de Hamilton!
No final da corrida, com a bandeira de xadrez a ser dado por "Joshua Pearce", os McLaren foram calmamente a caminho de mais uma dobradinha, mas no terceiro posto, o vencedor moral da corrida: Nico Hulkenberg, no seu Sauber, conseguiu chegar ao pódio, o primeiro da sua carreira, conseguindo resistor a Lewis Hamilton e a ter um resultado bem popular para os fãs da Formula 1. Max acabou em quinto, na frente de Stroll, Gasly, Alonso, Albon e Russell.
Foi uma excelente corrida, do qual o tempo britânico nos proporcionou. É pena que não haja isso mais vezes noutros lados...