sábado, 28 de junho de 2014

Um tributo a Jim Bamber

Desaparecido há uma semana, aos 66 anos de idade, Jim Bamber foi esta semana homenageado por alguns dos cartoonistas que o fizeram inspirar para que seguissem esta profissão, como o Chris Rathborne (que fez o desenho que ilustra este post), o nosso conhecido Hector Garcia, do Grand Prix Toons, o pessoal dos MiniDrivers, o Jake Davis (Speedyherz) e o Noé Melian, do F1 Chibis.

E o pessoal dos Minidrivers decidiu fazer uma entrevista com toda essa gente, onde falam não só dos seus trabalhos, como da influência que Bamber teve na decisão que tomaram de ser desenhistas ou cartoonistas. Podem ler aqui, em inglês e em espanhol

sexta-feira, 27 de junho de 2014

WRC 2014 - Rali da Polónia, os dois primeiros dias

O Mundial WRC está de regresso à Polónia, cinco anos após a sua última passagem pelo Mundial WRC, numa temporada onde a Volkswagen está a dar cabo da concorrência, apesar das reações da Ford e da Citroen, bem como a estreia da Hyundai. E esse dominio poderá fazer com que algumas das marcas se questionem o que andam por ali a fazer, como a Citroen. Contudo, Yves Matton já disse que eles iriam ficar pelo WRC até ao ano que vêm, com a possibilidade de estender a aventura por mais dois anos.

Com essas garantias, o Rali arrancou na tarde de sexta-feira, com Ogier a dar um avanço... enorme. Logo nas duas primeiras classificativas, dando mais de 15 segundos de avanço sobre Jari-Matti Latvala, que não soube explicar o que se tinha passado. "Foi um mau começo. O Ogier deve ter pilotado mesmo muito bem, mas eu não tive confiança para isso, para ser honesto. Estava demasiado escorregadio para mim, e não sentia aderência” explicou Latvala no final do troço. 

Já para Ogier, o seu começo foi muito bom para as suas aspirações: “Uma especial muito rápida, como esperava, muita diversão dentro do carro, dei o meu melhor e parece-me ter corrido bem”. 

Kris Meeke era o terceiro, com Robert Kubica atrás, mas isso durou pouco tempo, pois o piloto local capotou na segunda especial, perdendo mais de um minuto e caindo bastante na geral. No final desse primeiro dia, a vantagem de Ogier sobre o segundo classificado era de 2,9 segundos sobre o outro Volkswagen de Anders Mikkelsen, e sete segundos sobre o carro de Kris Meeke, com Jari-Matti Latvala bem longe, a 23,5 segundos do líder, e no oitavo lugar.

O segundo dia do Rali da Polónia começou com um duelo entre Volkswagens, com Anders Mikkelsen ao ataque para ficar com o comando, numa altura em que o rali entrava... em paragens lituanas. Contudo, a aventura por lá foi atribulada: duas especiais foram canceladas devido ao estado dos troços (choveu por lá fortemente) e numa delas, a sétima, o cancelamento foi devido ao excesso de público na especial.

Assim, no final da manhã, Mikkelsen manteve o comando por... 0,4 segundos sobre Ogier, enquanto que no terceiro posto se mantinha Kris Meeke, a 5,7 segundos, e com o Hyundai de Juho Hanninen no quarto posto, a 6,7 segundos.

Na parte da tarde, os cancelamentos e adiamentos continuavam a acontecer, mas Ogier tinha recuperado o comando do rali, abrindo uma vantagem de um segundo e meio sobre Mikkelsen. Já Jari-Matti Latvala recuperou algum tempo, estando agora no quarto posto, a quase meio minuto do comando, mas continua a demonstrar falta de confiança: “Não estou com espírito para lutar pela vitória. Agora tenho de ver o que consigo fazer, e qual a posição mais à frente que consigo alcançar”, disse.

Mas no final do dia, Mikkelsen reagiu e na nona especial foi o mais veloz, passando para a frente do rali, com apenas um segundo de avanço sobre Ogier, que perdeu 2.5 segundos nesta classificativa, pois foi superado por Jari-Matti Latvala. Já Thierry Neuville teve problemas com os seus travões e perdeu tempo, mais concretamente, 18,9 segundos.

Com Mikkelsen e Ogier brigando pela liderança, o terceiro posto está nas mãos do Citroen de Mads Ostberg, a 19,5 segundos. Kris Meeke é o quarto, a 32 segundos, enquanto que Jari-Matti Latvala conseguiu recuperar alguma da sua confiança e agora é quinto classificado, a 40 segundos do comando. Juho Hanninen é o sexto e o melhor dos Hyundai, a 46,8 segundos. Mikko Hirvonen é sétimo, a um minuto e seis segundos, com outro Ford, o de Robert Kubica, está dez segundos mais atrás do piloto finlandês. A fechar o "top ten" estão o Ford de Elfyn Evans e o Hyundai do belga Thierry Neuville.

No WRC 2, o estónio Ott Tanak é o melhor, no 14º posto da geral, com Jari Ketomaa logo a seguir. Já o português Bernardo Sousa, que não teve um grande dia, é o 19º da geral e o quinto no WRC2.

O Rali da Polónia continua amanhã.

Formula 1 em Cartoons: Austria (Riko Cartoon)

Na boxe da Red Bull, aparece um velho amigo...

- "Então rapazes, como andam as coisas na minha velha e gloriosa equipa?", pergunta Webber? 

Formula E: Aguri confirma mulher piloto na sua equipa

Se ontem a Venturi confirmou a sua dupla na Formula E, hoje foi a vez a Super Aguri, a equipa japonesa na competição, anunciar que um dos seus pilotos será... uma mulher: a britânica Katherine Legge. “Para mim isto é uma oportunidade emocionante. O carro é fantástico, parece ser excelente e será muito rápido. Correr ao longo das avenidas das principais cidades do Mundo será uma experiência incrível e penso que é uma grande oportunidade de levar as corridas até ao público. Vamos correr nas suas cidades e nas suas ruas”, comentou a piloto de 33 anos.

A Aguri (agora renomeada Amlin Aguri devido à etrada de um patrocinador) será a entrada japonesa a Formula E e confirmou a primeira mulher-piloto da competição, algo que foi saudado pelo presidente Alejandro Agag: "Estou muito contente em receber a Katherine na Fórmula E, e também a Amlin, que têm demonstrado seu compromisso com a mobilidade sustentável e a nova série totalmente elétrica da FIA. É fantástico ter a nossa primeira mulher-piloto e também esperamos muito que ela seja a primeiro de muitas para se juntar a este campeonato.", afirmou.

Aos 33 anos de idade (34 no próximo dia 12 de julho), a britânica Legge têm uma passagem por várias competições, nomeadamente a Formula Atlantic, onde foi terceira classificada, a CART, a IndyCar, a DTM (onde conseguiu uma volta mais rápida) e a Anerican Le Mans Series. Ainda não se sabe quem vai ser o segundo piloto da equipa, numa competição que começará a 13 de setembro, em Pequim.


Youtube Rally Crash (II): O acidente de Robert Kubica, por dentro

Já mostrei ontem o acidente do piloto polaco na segunda especial do Rali da Polónia, mas desta vez mostro-o de novo, pois estas imagens são de dentro do seu automóvel. 

Não ficou muito tempo de pernas para o ar, ao menos...

quinta-feira, 26 de junho de 2014

Youtube Rally Crash: o capotamento de Robert Kubica

Já começou o Rali da Polónia, que marca o meio do Mundial WRC de ralis de 2014, e este primeiro dia ficou marcado por mais um capotamento... de Robert Kubica na segunda especial do rali.

Mas ao contrário de algumas vezes, este capotamento, em travagem, causou danos mínimos ao carro e ele pode voltar ao rali, embora com atraso...

Formula E: Venturi confirma Heidfeld e Sarrazin

A equipa Venturi, baseada em Monte Carlo, confirmou hoje a sua dupla para a temporada inaugural da Formula E, constituida pelo francês Stephane Sarrazin e pelo alemão Nick Heidfeld. A veterana dupla, com passagens não só pela Formula 1, mas também pela Endurance e pelos... ralis (no caso de Sarrazin) andará a bordo dos carros elétricos no campeonato elétrico, que começará em setembro, em Pequim.

"Estou muito feliz em dar as boas vindas a Nick e Stéphane ao Campeonato FIA de Fórmula E", começou por dizer Alejandro Agag, o presidente da Formula E. "Ambos demonstraram no passado que eles são pilotos muito talentosos nas várias formas de automobilismo e eles serão um ótimo complemento, quer para a Venturi, quer para a Formula E", completou.

Já Nick Heidfeld está ansioso por este novo desafio: "É um desafio novo, e novo significa emocionante. É uma sensação muito especial em ser parte de um projeto inicial que vai trazer muito para o futuro das corridas e do automóvel. Eu me lembro quando eu era jovem e ainda corria no karting, o desenvolvimento sustentável não estava na mente das pessoas. Quando você está envolvido no automobilismo ao mais alto nível há longo tempo, você pisa em um carro e automaticamente começar a comparar com o que você já experimentou antes. Vou tentar trazer algumas idéias das minhas experiências para ajudar a equipa a se realizar ao mais alto nível. A equipa irá trabalhar como uma para encontrar soluções. É isso o que eu gosto, para podermos avançar. Trabalhando num carro deste é muito interessante e muito gratificante quando você alcança bons resultados."

Já Stephane Sarrazin, que já correu na Formula 1 (por uma corrida) em 1999, afirmou-se feliz por fazer parte deste desafio. "Fazer parte deste novo campeonato é incrível. Estou animado e motivado para sentar num carro totalmente novo, com tecnologia pioneira e participar numa nova disciplina. Além disso, os circuitos de rua prometem um monte de competição e luta entre pilotos. Você tem que correr para fazer as pessoas sonhar. É uma ótima maneira de aumentar a consciencialização acerca dos veículos elétricos. Eu tenho três anos de experiência na competição de veículos híbridos, que introduzem o conceito de ser eficiente na economia de energia, e a Fórmula E leva isso a outro nível. Isso é algo muito importante e eu quero construir a minha experiência. Estou orgulhoso de correr pela Venturi, um pioneiro de renome na construção de veículos elétricos. Este é o futuro".

A Formula E começará a 16 de setembro em Pequim, num calendário com dez provas no centro de dez grandes cidades um pouco por todo o mundo.

Os Pioneiros - Capitulo 30, as corridas americanas

(continuação do capitulo anterior)


AS CORRIDAS AMERICANAS: VANDERBILT CUP


Se as coisas na Europa pareciam que estavam a degradar-se em termos económicos, no outro lado do Atlântico, conhecia-se uma expansão e um aumento de interesse nas corridas automobilísticas. Contudo, ao contrário do que se passava em França, Alemanha ou Itália, nos Estados Unidos haviam duas entidades organizadoras das provas automobilisticas: a ACA (Automóvel Clube da América) mais antiga e que seguia o modelo europeu das corridas. Esta, no inicio da década, tinha sido superada em termos de organização e de popularidade pela AAA (Associação Automobilística Americana), que era apoiada por pessoas como William K. Vanderbilt, e que por isso organizava a Vanderbilt Cup desde 1905, com sucesso.

Contudo, apesar da Vanderbilt Cup ser um sucesso de corrida e de público, havia problemas: a organização não conseguia controlar os espectadores que invadiam a pista após as corridas. O problema era tão consistente que estes decidiram cancelar a edição de 1907, pensando em maneiras melhores em controlar os espectadores. Em 1908 decidiram reativar a Vanderbilt Cup, mas a AAA decidiu não obedecer ao novo regulamento, mantendo o anterior, apesar dos protestos dos clubes e das marcas europeias.

Isso foi aproveitado pela ACA para fazer algo totalmente novo: o Grande Prémio da América, que iria ser corrido na cidade de Savannah, na Georgia, num circuito desenhado para o efeito, e com um policiamento mais eficaz do que acontecia em Nova Iorque. Assim sendo, os europeus decidiram boicotar a Vanderbilt Cup e aderir com entusiasmo à corrida da ACA, que iria acontecer no dia de Ação de Graças, um mês depois da Vanderbilt Cup.

Assim sendo, a primeira corrida, marcada para o dia 24 de outubro, estava cheia de pilotos americanos, nem sempre em carros americanos: a Mercedes tinha três carros, com Foxhall Keane, Karl Klaus Lutgen e Emil Stricker; a Isotta levava um carro, para Herb Lyttle, um Renault para Lewis Strang. Em carros americanos, estavam os Thomas de George Salzmann, Joe Seymour e Paul Gill; o Acme de Cyrus Patchke; os Knox de Al Dennison e William A. Bourque, os Matheson de Louis Chevrolet e Ryall, e os Locomobile de Joe Robertson e Joe Florida.

A corrida, feita em Long Island, mas com um novo traçado, foi dominada por Joe Robertson, que conseguiu vencer com dois minutos de vantagem sobre Herb Lyttle. Robertson, então com 23 anos, tornou-se no primeiro herói automobilístico americano, pois tinha sido o primeiro a vencer nos Estados Unidos, com um carro americano. E claro, isso aumentou as vendas da marca, graças a esse feito.


AS CORRIDAS AMERICANAS: GP DA AMÉRICA


Um mês depois, a corrida da ACA estava pronta para receber os melhores pilotos americanos, e a fina-flor do automobilismo europeu. O circuito, com 40 quilómetros de extensão, tinha sido preparada para receber os carros, com a superficie melhorada, as bermas limpas e no dia da corrida, os cruzamentos estavam fechados e patrulhados por soldados e policias, que tinham ordens precisas para manter a multidão sob controlo. A corrida teria um total de 16 voltas, com os pilotos a precorrerem ao todo cerca de 650 quilómetros.

Os italianos traziam seis carros, três Fiat, guiados por Felice Nazzaro, o francês Louis Wagner e o americano Ralph de Palma; e três Itala, guiados por Alessandro Cagno, Giovanni Piacenza e o francês Henri Fournier. Já do lado francês, havia dois Renault, guiados por Ferenc Szisz e o americano Lewis Strang, dois Clement-Bayard, guiados por Lucien Hautvast e Victor Rigal e um De Dietrich, guiado pelo belga Arthur Duray. Do lado alemão havia três Benz, guiados pelo alemão Fritz Erle, e os franceses Victor Hémery e René Hanriot.

Havia seis pilotos americanos inscritos, a guiar carros americanos: Ralph Mulford guiava um Lozier, Joe Seymour um Simplex, Hugh Harding um National, Bob Burman um Buick, Len Zengle um Acme e Willie Haupt, num Chadwick.

A corrida começou com Ralph de Palma a comandar, para alegria dos locais. Ele esteve na frente nas duas primeiras voltas, até começar a sentir problemas mecânicos no seu carro e a ser superado pelo Benz de Hanriot. e no final da terceira volta, os cinco primeiros andavam juntos, com o Benz de Hanriot na frente, seguido pelo Renault de Szisz, o Fiat de Wagner, o segundo Benz de Hémery e o segundo fiat de Nazzaro.

A partir dali, a liderança passou muitas vezes de mãos, até que à entrada da 16ª e última volta, Nazzaro liderava, mas o seu companheiro Wagner e Hemery não estavam muito atrás. Contudo, a 25 quilómetros da meta, um dos pneus do carro de Nazarro rebentou e atrasou-se, dando a vitória a Wagner, com um avanço de 56,4 segundos sobre Hémery. Felice Nazzaro ficou com o lugar mais baixo do pódio, onde o melhor carro francês foi o Clement-Bayard de Lucien Hautvast, no quinto lugar, e o melhor americano foi o Simplex de Joe Seymour, a uma volta do vencedor.

Apesar da corrida ter sido um sucesso de público e ter sido popular para os pilotos, a demonstração de superioridade por parte das máquinas europeias preocupou os americanos, pois os seus carros não tinham hipóteses de competir contra os europeus. Mas isso não os impediu de continuarem a apostar no automobilismo, pois  a popularidade aumentava e continuava a ser uma montra para a demonstração da sua tecnologia.

(continua no capitulo seguinte)

quarta-feira, 25 de junho de 2014

O custo dos motores na Formula 1

Ontem falei sobre o tal rumor de que a Renault poderia vender a sua divisão de motores devido aos elevados custos de produção. Apesar desse rumor dever ser levado com muita cautela e alguma dose de cepticismo, esta quarta-feira o Joe Saward colocou no seu blog um artigo bem interessante sobre os motores. 

De facto, ele fala que os motores da Renault são bem caros em relação à concorrência. Segundo ele conta, o preço que cada equipa paga pelos motores Renault anda na casa dos 28,5 milhões de dólares, contra os 24,4 milhões da Mercedes, por exemplo. Mas isso nem é mau. O pior é o que vêm associado, como a transmissão e o lubrificante recomendado. No caso francês, a transmissão é da Red Bull e o lubrificante é a Total, e no primeiro caso, eles exigem nove milhões, enquanto que no segundo caso vai pelos dois milhões. Resultado final? Dez motores, mas as respectivas transmissões e lubrificantes, vale cerca de 40,5 milhões de dólares. É muito, comparado com os 26 milhões que a Mercedes exige ou os 30 milhões que a Ferrari pede, tudo incluído.

E é por isso que todos se acotovelam para saber quem ficará com o motor que a McLaren vai dispensar em 2015, a favor dos Honda. Fala-se que Lotus, Sauber e Caterham querem esse lugar, já que a Marussia assinou um acordo de longo prazo com a Ferrari.

Mas o que o Joe Saward fala - e bem - é que o motor francês está inflacionado por causa dos custos de produção em França, cada vez menos competitivos em relação aos custos na Grã-Bretanha ou em Itália. E isso poderá ser demais para a Renault, ainda por cima, quando deixou de ser competitivo na pista, ao contrário do que se passou nos últimos quatro anos.

Youtube Motorsport Testing: O presidente testa a sua máquina

O presidente da Peugeot, o português Carlos Tavares, adora pilotar. Já foi um "gentleman driver", mas sempre que pode, não perde a oportunidade de guiar um carro, e foi o que fez esta semana em Spa-Francochamps, para experimentar o Citroen C-Elyseé do WTCC, depois de ter dado uma volta pela pista como passageiro, guiado por Sebastien Löeb.

No final, elogiou os plotos, "verdadeiros artistas ao volante", e a equipa técnica, que fez uma máquina que está a dominar esta temporada de estreia no Mundial de Turismos. Eis o video.

Formula 1 em Cartoons - Austria (Thomson Studio)

O regresso da Austria à Formula 1 foi saudado por toda a gente, e para Dietrich Mateschitz, era uma oportunidade de ouro para poder mostrar a sua superioridade na pista. Pelo menos era assim que pensava em 2013...

Este ano, as coisas são completamente diferentes.

Vende-se: Porsche 917K de Endurance

Este carro arrisca-se a bater um recorde como o carro mais caro de sempre a ser vendido em leilão, no próximo mês de agosto. E a razão, qual é? Para além de ser um carro desportivo, este foi o carro em que Steve McQueen guiou no seu filme. E foi também o carro que serviu de transporte ao caixão de um outro piloto, no dia do seu funeral.

Este Porsche 917K, chassis numero 24, foi comprado em 1970 pelo piloto suiço Jo Siffert, depois de ter corrida pela equipa John Wyer a partir dos 1000 km de Spa-Francochamps daquele ano, e também nas 24 horas de Le Mans, onde foi guiado por Brian Redman e Mike Hailwood. Após a corrida, Siffert comprou-o e emprestou-o à solar Productions, onde McQueen fez-se passar por Michael Delaney no filme sobre a lendária corrida de Endurance.

Em novembro de 1971, o carro serviu para levar o caixão de Siffert na sua cidade natal, Friburgo, no seu funeral, alguns dias depois do seu acidente fatal durante a Victory Race, uma corrida extra-campeonato no circuito de Brands Hatch. O carro foi vendido em 1978 a um colecionador francês, onde lá ficou até 2001, altura em que foi restaurado.

"O 917-024 é um dos carros mais reconheciveis e mais marcantes que já esteve nos nossos leilões", afirmou o presidente da casa de leilões Gooding, David Gooding. O leilão acontecerá em Pebble Beach, na California, a 16 e 17 de agosto, e estima-se que poderá custar vinte milhões de dólares.

terça-feira, 24 de junho de 2014

Rumor do Dia: Renault poderá ter colocado a sua divisão motorizada à venda

As coisas na Renault andam más, isso é um fato. Apenas a Red Bull dá nas vistas com os seus motores, mas mesmo eles não escondem o seu descontentamento com o desempenho dos motores vindo de Vitry-Chatillon, e os rumores de que a Red Bull poderia construir os seus próprios motores foram desmentidos este fim de semana, na Austria, por parte de Dietrich Mateschitz.

Só por causa da Fórmula 1 não nos estamos a tornar um construtor automóvel. Os nossos problemas estão fora do nosso controlo. Vencemos o campeonato com a Renault nos últimos quatro anos, por isso somos leais ao nosso fornecedor de motor”. Contudo, o bilionário austríaco não escondeu que a falta de competitividade e fiabilidade é um grave problema, e referiu que “o desenvolvimento do motor deve ser agora uma prioridade”.

Contudo, esta terça-feira, surge o rumor de que a Renault poderá estar a pensar em vender a sua divisão de motores. Segundo o jornalista Michael Schmidt, da revista alemã Auto Motor und Sport, não só o défice dos Renault em relação à Mercedes situa-se entre os 40 e os 70 cavalos, para piorar as coisas, o custo de construir estes motores foi bem mais caro do que se esperava, com cada unidade a rondar os 50 milhões de euros por temporada. Para além disso, uma das equipas, a Lotus, têm dificuldades em pagar os motores devido aos seus problemas de tesouraria. Assim sendo, a hipótese de venda é bem possivel, para minorar os prejuízos.

Contudo, acha-se que as hipóteses de venda são baixas, não só devido à má imprensa, como também pelo fato dos custos de produção serem bem superiores em França do que na Grã-Bretanha, como dizia Niki Lauda: "Em França, eles trabalham 37 horas em média, na Grã-Bretanha andam pelas 43 horas por semana."

A ser verdade, qualquer potencial comprador só estaria interessado em ter a tecnologia e não trabalhar por lá. Logo, a ideia de retirada de cena da marca francesa e a perda de postos de trabalho em França é bem real. 

Os Pioneiros - Capitulo 29, a mais longa prova realizada

(continuação do capitulo anterior)


A CORRIDA MAIS LONGA DO MUNDO


Por altura que aconteciam todas estas corridas citadas nos dois capítulos anteriores, outra corrida mais longa estava a decorrer: uma volta ao mundo entre Nova Iorque e Paris, com passagens pelo Alasca, Japão e Sibéria. Com o sucesso da aventura entre Pequim e Paris, no ano anterior, tentou-se fazer uma nova corrida desse tipo, numa distância ainda maior, em estradas que praticamente não existiam e do qual iria-se cruzar dois continentes e um oceano.

A ideia foi elaborada por dois jornais: o americano New York Times e o francês Le Matin, que teriam os seus jornalistas a cobrir profusamente o percurso, e atraiu seis carros de quatro países: Estados Unidos, Alemanha, França e Itália. O carro americano era um Thomas Flyer, guiado por George Schuster e Mantaigue Roberts, enquanto que os franceses colocavam três automóveis: um De Dion-Bouton, um Motobloc e um Sizaire-Naudin. A Itália tinha um Zust, enquanto que a Alemanha tinha um Protos, guiado por um oficial, Hans Koppen, inscrito em nome... do Kaiser.

A 12 de fevereiro, no Times Square nova-iorquino, e perante uma multidão, os carros estavam alinhados lado a lado, preparando-se para a partida, que foi dada com um... tiro de pistola. Cedo, o Thomas Flyer ficou com a liderança e ao fim de 41 dias de uma travessia dificil, em péssimas estradas (quando as havia) chegou a São Francisco com algum avanço sobre a concorrência.

Após isso, os sobreviventes foram de barco até Valdez, no Alaska, para prosseguir, mas quando verificou que as condições eram extremamente dificies, decidiram atravessar o Pacifico e ir para o Japão, atravessar o país e rumar a Valdivostok, no leste russo. Quando tal aconteceu, apenas existiam três carros: o italiano Zust, o alemão Porthos e o Thomas Flyer americano.

A partir dali, os carros seguiram o percurso do Trans-Siberiano, mas as estradas estavam praticamente impraticáveis devido ao derretimento das estradas siberianas devido à primavera. Tinham dias em que os seus avanços eram medidos por... metros por hora do que quilómetros por hora. Contudo, à medida que se aproximavam da Europa, as estradas melhoravam e eles se aproximavam do seu destino.

O primeiro a chegar à meta, a 26 de julho, foi o Porthos de Koppen, com um avanço de quatro dias sobre o Thomas Flyer de Schuster e Roberts. Contudo, descobriu-se depois que ele não tinha ido ao alaska e fez parte do percurso na Sibéria por comboio. Resultado final, foi penalizado em um mês e a vitória foi atribuida para o carro americano. Oficialmente, o vencedor chegou a Paris a 30 de julho, depois de 169 dias de estrada. O Zust italaino chegou apenas em setembro de 1908, quase nove meses depois de ter partido.


(continua no próximo episódio) 

segunda-feira, 23 de junho de 2014

Noticias: Ficheiros sobre a condição clinica de Schumacher foram roubados

O Flávio Gomes avisou no seu sitio e eu fui ver a noticia, no site Grande Prêmio: aparentemente, fichas médicas sobre Michael Schumacher foram roubadas e foram vendidas à imprensa europeia (alemã, francesa e britânica) por cerca de 50 mil euros. Quem deu a noticia foi a assessora da família, Sabine Kehm

"Desde há vários dias que documentos e dados roubados estão sendo colocados à venda. A pessoa afirma possuir a ficha médica de Michael Schumacher. Não podemos dizer se esses documentos são autênticos. Porém, os documentos são claramente roubados", começou por explicar a assessora da família em nota impressa. 

"O roubo foi relatado. E as autoridades estão envolvidas no caso. Nós aconselhamos expressamente que a compra e a publicação de tais documentos estão proibidas. O conteúdo de todos os arquivos médicos são privados e confidenciais e não devem ser disponibilizados ao público. Vamos, portanto, em cada caso, pressionar por uma ação criminal e danos contra qualquer publicação do conteúdo ou referência sobre o arquivo médico. Confiamos na compreensão de todos”, concluiu.

Kehm não disse se os ficheiros que foram roubados pertenciam ao Hospital Universitário de Grenoble ou ao Centro Hospitalar Universitário de Lausanne, na Suiça, e afirma-se "chocada e enjoada" com o caso. E avisou que qualquer uso dessas informações é considerada como um crime. "Vamos usar todos os recursos disponiveis", concluiu.

O jornal alemão "Sport Bild" afirmou que a pessoa que detêm esses ficheiros está a provar a autenticidade dos documentos dando os pormenores das operações que Schumacher sofreu nos primeiros dias do seu internamento, no inicio de janeiro.

Recorde-se que o ex-piloto alemão, de 45 anos, sofreu um grave acidente quando esquiava na estância turística de Méribel, nos Alpes franceses, a 30 de dezembro de 2013. Schumacher sofreu uma grave fratura craniana do qual foi operado por duas vezes e esteve em coma por cerca de quatro meses e meio, até ter saído do coma. Na semana passada, o piloto foi transferido para Lausanne, na Suiça, no sentido de prosseguir a sua recuperação e reabilitação.

Definitivamente, pode-se notar que o assunto Schumacher, quase seis meses após o seu acidente, ainda mexe. Mas a maneira como as pessoas são capazes para sacar qualquer informação sobre ele passa os limites. Autenticamente. 

O novo cartaz da Mercedes

O cartaz de hoje que a Mercedes colocou hoje diz tudo: até a Mercedes adora fazer zueira com a dobradinha em casa alheia...

O mais recente achado em celeiro

De quando em quando, oiço e leio noticias sobre achados de automóveis em celeiros, um pouco por todo o mundo. Esta sexta-feira, o Jalopnik fala que foi descoberto mais um desses celeiros cheios de automóveis, num sitio algo anormal para os encontrar: uma fazenda em Alberta, no Canadá.

Ao todo foram 40 carros, relativamente recentes. E o seu novo proprietário pagou cerca de 1,1 milhões de dólares só para os ter. E que coleção! Três Ford GT, quatro Plymouth Prowlers, vários Ford Mustang - um deles que fez de Pace Car na edição de 1979 das 500 Milhas de Indianápolis - muitos Ford Thunderbird, entre outros. Uma bela compra, dada a relativa idade destes carros, não acham?

domingo, 22 de junho de 2014

WTCC - Spa-Francochamps (Corridas)

A Citroen continua a sua cavalgada vencedora no Mundial de Turismos, desta vez com uma vitória dupla no circuito belga de Spa-Francochamps, Yvan Muller e José Maria "Pechito" Lopez foram os vencedores das duas corridas desta tarde, superando os seus companheiros de equipa. Em relação aos Honda, Tiago Monteiro até esteve bem, conseguindo acabar as duas corridas nos pontos.

A primeira corrida foi uma procissão para os Citroen, mas houve luta pela liderança entre Yvan Muller e Sebastien Löeb. As coisas só ficaram resolvidas a poucas curvas do fim, em Les Combes, quando o francês passou o piloto nove vezes campeão do mundo de ralis. "Pechito" Lopez passou-o logo a seguir, mas Löeb ficou com o lugar mais baixo do pódio.

Atrás deles, a luta pelo quarto posto foi tão intensa como pela liderança. Tiago Monteiro saltou de sexto para quarto, mas pouco depois, foi superado pelo Chevrolet de Gianni Morbidelli. O piloto da Honda teve depois de segurar Hugo Valente e Tom Coronel, mas na chicane da Paragem do Autocarro, ele exagerou na trajetória e acabou por perder esse lugar para o piloto holandês, por 32 centésimos. Apesar das contrariedades, o piloto português foi o melhor dos Honda, na frente de Norbert Mischelisz e de Gabriele Tarquini.

Já na segunda corrida, as coisas começaram com alguma confusão, e com Tom Coronel na frente, lutando com o outro Chevrolet de Gianni Morbidelli. Contudo, os carros da Citroen começaram a recuperar posições atrás de posições, primeiro superando o piloto italiano, depois o Honda de Tiago Monteiro. "Pechito" Lopez ficou com o comando da corrida, e logo a seguir, Yvan Muller conseguiu ficar com o segundo lugar. Sebastien Löeb tentou a sua sorte, mas esbarrou com o carro do piloto português e teve de se contentar com o quinto posto final, enquanto que Coronel subia ao pódio.

Na classificação geral, José Maria Lopez é o lider, com 255 pontos, seguido de Yvan Muller, com 216. Sebastien Löeb têm 190 pontos, com Tiago Monteiro a ser quarto, com 125, mais vinte do que Gabriele Tarquini. A próxima etapa do WTCC será em Termas de Rio Hondo, a 3 de agosto.

Formula 1 em Cartoons - Austria (Pilotoons)

Os fins de semana no campo têm a sua graça. Especialmente quando estes são passados num certo sitio da Áustria...

Formula 1 2014 - Ronda 8, Austria (Corrida)

Os eventos de ontem em Zeltweg causaram uma surpresa agradável em muitos lados. Não só por ver uma equipa bem tradicional na Formula 1, a Williams, a conseguir uma primeira fila que já não acontecia desde 2003, como ver um piloto já veterano como Felipe Massa na pole-position, quase cinco anos depois da última "pole" feita por um brasileiro. Parecia que neste regresso da competição a um autódromo tradicional, e depois dos eventos do Grande Prémio anterior, no Canadá, as coisas voltariam a uma normalidade de domínio das "Flechas de Prata", mas nada disso aconteceu nos treinos. 

Assim sendo, a expectativa era bem alta para a corrida deste domingo, para saber até que ponto as Williams iriam seguirar os Mercedes. Na realidade, foi bem depois da metade da corrida que as coisas se resolveram, com os Flechas de Prata a serem melhores nas trocas de pneus, mas penaram para lá chegar.

A partida foi normal, sem incidentes, com Massa a tomar a ponta, enquanto que Rosberg passou Bottas na primeira curva, antes de ser passado pelo finlandês na travagem para a segunda curva. Atrás, Hamilton conseguiu subir alguns lugares, passando de nono para o sexto posto, passando Kimi Raikkonen e Daniil Kvyat no arranque, e depois passou o McLaren de Kevin Magnussen e aproveitando o mau arranque de Daniel Ricciardo para acabar no quinto posto após a curva 2.

Pouco depois, Hamilton continuou a recuperar lugares, passando Alonso na segunda volta, enquanto que na frente, Massa se afastava de Bottas. Atrás, Sebastian Vettel vivia um inferno, quando o seu carro passou a funcionar mal, andando lentamente, com um problema eletrónico. Ele voltou a ligar-se, mas entretanto, tinha-se afundado na classificação geral.

Já na sétima volta aconteciam as primeiras paragens na corrida. Primeiro Rosberg, depois Massa, Bottas e Hamilton, todos na volta nove, e com isso, o novo líder era... Sergio Perez, que decidiu não parar e ficar mais tempo na pista com os mesmo composto de pneus, nem que fosse para recuperar as posições perdidas devido à penalização. Mas havia uma coisa relevante: Nico Rosberg tinha conseguido passar os Williams e estava na frente, com Bottas a ser melhor do que Massa. Por volta da volta 25, as coisas tinham virado uma procissão, liderado pelo Force India de Perez.

Pelo meio, houve alguns incidentes, como o acidente que tirou de corrida o Toro Rosso de Daniil Kvyat, que destruiu a sua suspensão traseira direita. Mas a seguir, os Mercedes e o Williams de Valtteri Bottas conseguem passar o carro do piloto mexicano, continuando o duelo pela liderança. Rosberg era agora o novo lider, mas tinha Bottas logo atrás, a pressioná-lo. As coisas aconteceriam assim, sem grandes novidades, apesar da aproximação de uns aos outros.

Na volta 37, para terminar o inferno do fim de semana, a equipa decidiu retirar o carro de Sebastian Vettel, fazendo com que se retirasse pela terceira vez nesta temporada. Logo a seguir, os carros paravam pela segunda vez nessa corrida. Hamilton parou em primeiro lugar, duas voltas antes do carro de Valtteri Bottas, mas foi mais do que suficiente para ficar com o segundo posto. Massa era agora o líder, mas não por muito tempo: parou na volta 43.

Após isto, a luta pela vitória reduziu-se aos Mercedes, com os Williams a ficar com o terceiro e quinto posto, com o Force India de Sergio Perez entre eles. As coisas ficaram chatas até à parte final, quando todos começaram a aproximar-se. Rosberg era o líder, mas Hamilton se esforçava. Na última volta, Hamilton ficou a um segundo da liderança, e falhou uma travagem, quase colocando Hamilton em posição de ultrapassagem. Mas o alemão aguentou e terminou a sua segunda corrida consecutiva na frente de Lewis Hamilton, conseguindo mais uma dobradinha para a Mercedes.

No pódio, os pilotos foram acompanhados por um novo sujeito: o finlandês Valtteri Bottas. Aos 24 anos de idade, e na sua segunda temporada na Formula 1, o terceiro lugar final deu a ele o seu primeiro pódio da sua carreira, para logo a seguir, o jornalista Rodrigo Mattar se lembrar de uma coisa: dos nove finlandeses que apareceram ao longo da história da Formula 1, sete pontuaram, e todos eles foram ao pódio pelo menos uma vez na sua carreira!

Com isto, Nico Rosberg está na frente do campeonato, com 29 pontos de diferença sobre o seu companheiro de equipa. Da maneira como as coisas andam, agora para Hamilton, só mesmo a corrida de Abu Dhabi o poderá salvar de um título mundial.