sábado, 23 de abril de 2022

WRC 2022 - Rali da Croácia (Dia 2)


Kalle Rovanpera continua a liderar o Rali a Croácia, após a realização e 16 especiais, mas a sua liderança está bem mais encurtada que no dia anterior: agora, a diferença para Ott Tanak, o segundo classificado, está nos 19,9 segundos, com Craig Breen no terceiro posto, a 1.13,4.

Com mais oito especiais neste sábado, com chuva e nevoeiro - foi por causa deste último que a 15ª especial foi cancelada - o dia tinha pela frente duas passagens pelas especiais de Kostanjevac - Petruš Vrh, Jaškovo - Mali Modruš Potok, Platak e Vinski Vrh - Duga Resa.


Elfyn Evans começou o dia a triunfar, 3,8 segundos na frente de Esapekka Lappi, 4,6 sobre Ott Tanak, Thierry Neuville, Craig Breen e Kalle Rovanpera. Oliver Solberg despistou-se fortemente e o seu Hyundai acaba por se incendiar. Por causa disso, a especial foi interrompida para as equipas de socorro chegarem ao local. Felizmente, ambos os pilotos saíram ilesos.

Lappi triunfou na décima especial, 0,6 segundos na frente de Evans e 2,2 sobre Gus Greensmith. Rovanpera perdeu 13 segundos e foi oitavo. Tanak acabou por triunfar na primeira passagem por Platak, 18,6 segundos na frente de Neuville e 19,2 sobre Craig Breen. Lappi despistou-se e perdeu 26,5 segundos, mas pior ficou Rovanpera, que perdeu mais 54,5 segundos por causa de um furo e viu a sua liderança bastante diminuída. Agora são 18,2 segundos a distância entre primeiro e segundo.

Neuville acabou a manhã a triunfar, 0,8 segundos na frente de Evans e 2,9 sobre Pierre-Louis Loubet e Ott Tanak. 

O inicio da tarde começou com nova vitória de Esapekka Lappi, 0,7 segundos sobre Thierry Neuville e 5,6 segundos sobre Elfyn Evans. Rovanpera perdeu mais dez segundos e agora, o estónio está a meros 13 segundos. Lappi voltou a triunfar, enquanto Rovanpera ganhava segundos a Tanak, apesar de ter sido terceiro na especial, atrás de Neuville e a 2,8 segundos do vencedor.

Com a 15ª especial cancelada por causa do mau tempo, o final do dia acabou com Rovanpera a triunfar, 3,4 segundos sobre Lappi e 3,7 sobre Neuville. Tanak perdeu 5,1 segundos e o finlandês da Toyota respirava um pouco melhor. "Foi uma boa etapa, a toda a velocidade!", disse o finlandês, no final da especial. 

Depois dos três primeiros, Thierry Neuville é quarto, a 1.18,3, não muito longe de um lugar no pódio. Já mais longe está Elfyn Evans, a 2.08,2, quinto, e bem mais longe ainda está Katsuta Takamoto, sexta a 5.47,7. Yohan Rossell é o sétimo, e o melhor dos Rally2, a 8.24,6, na frente de Nikolay Gryazin, a 8.59,7, e a fechar o "top tem" estão o polaco Kajeatan Kajetanowicz, a 9.15,5 e o Skoda Fabia Evo2 do finlandês Eric Lindholm.

O rali da Croácia termina amanhã, com a realização das últimas quatro especiais.

Noticias: Hamilton já baixou os braços para o campeonato


Lewis Hamilton admite que não tem carro para o campeonato. Depois de um discreto 14º posto na corrida sprint desta tarde em Imola, o piloto britânico afirmou que as chances de lutarem por títulos, como tem feito desde 2014, está fora de questão. E até o terceiro lugar do campeonato, cujo ritmo parece ter mostrado desde as primeiras corridas do ano, está em risco perante os resultados da McLaren, por exemplo. 

Foi o melhor que conseguimos. Este ano não construímos um bom carro”, começou por dizer Lewis Hamilton após a corrida sprint. “[Tive] um arranque decente, mas fiquei encurralado na primeira curva. O George [Russell] não saiu bem da curva 2 e tive de levantar o pé, fui atacado logo a seguir”, prosseguiu.

A equipa tem passado por muitos, muitos anos maus. Muitas das pessoas, a maioria das pessoas com quem estou a trabalhar, estão com esta equipa há 20 anos. Não foi o maior dos anos em 2013, mas tivemos grandes anos desde então. Mantemo-nos unidos, tentamos motivar toda a gente e esta é a situação com que somos confrontados. Todos estão a trabalhar o máximo que podem. Obviamente, não estamos a lutar pelo campeonato, mas estamos a lutar para compreender o carro e melhorar e progredir ao longo do ano”, concluiu Hamilton.

A corrida Feature acontece amanhã.

Formula 1 2022 - Ronda 4, Imola (Sprint Race)


Max Verstappen triunfou na primeira corrida Sprint na temporada, ao superar Charles Leclerc na penúltima volta na corrida de Imola. Isto aconteceu depois de o piloto da Ferrari o ter superado na partida, e andando na maior parte do tempo na frente, até o neerlandês da Red Bull o ter atacado na parte final da corrida e ficado com o primeiro posto. O mexicano Sergio Pérez ficou com o lugar mais baixo do pódio, na frente do segundo Ferrari de Carlos Sainz Jr e dos Ferrari de Lando Norris e Daniel Ricciardo

A corrida começou com Max a ser superado por Leclerc na partida, enquanto atrás, Pierre Gasly tinha problemas com Guyangyou Zhou, tocando ambos na Piratella e o chinês a acabar no muro de proteção, bem como a sua corrida. A mesma coisa aconteceu com Gasly, pois tinha um furo e a roda torta, indo para as boxes para não sair mais dali. Como um dos carros estava numa posição perigosa, foi ativado o Safety Car, que ficou na pista nas quatro voltas seguintes. 

A corrida voltou ao verde na volta 5, com o destaque a ser Sain, que passava carros uns atrás dos outros, para tentar chegar mais à frente possível. Mais à frente, Pérez conseguiu passar Magnussen e era quarto, tentando não deixar escapar Norris para ser terceiro. Atrás, Hamilton estava em maus lençóis, pois nem se aproximava do "top ten", era 14º.

Na 12ª passagem pela meta, Sainz Jr. já era sexto, depois de passar Magnussen, enquanto Pérez já esboçava ataques a Norris pelo terceiro posto. Conseguiu passá-lo na volta 13, enquanto na frente, Leclerc já tinha 1,5 segundos de vantagem sobre Max. Contudo, o neerlandês da Red Bull passou ao ataque, e começou a aproximar-se até que na volta 18, já estava na traseira do Ferrari, podendo usar o DRS quando quisesse.


E foi o que aconteceu, quando na volta 19, na travagem para a Tamburello, o neerlandês da Red Bull ficou com o comando da corrida, enquanto atrás, Sainz já tinha passado Norris e era P4. E assim foram até à meta, numa prova bem disputada... que serviu para definir a grelha de partida para a corrida maior, amanhã à tarde.

Noticias: Formula E já não corre no Canadá


O ePrix de Vancouver já não se irá realizar no fim de semana de 2 de julho devido a questões relacionadas com as licenças camarárias para a realização da corrida, anunciou esta sexta-feira a organização. Esta afirma agora que estão concentrados na ideia de fazer em 2023.

A corrida deveria ser o regresso da Formula E a terras canadianas, depois de terem corrido em Montreal em 2017, num acordo que deveria ter acontecido por algumas temporadas. No entanto, uma mudança no executivo camarário fez mudar os planos e o acordo foi cancelado. A prova de Vancouver iria usar parte do circuito que serviu para a IndyCar entre o final dos anos 80 e 1996.

Numa declaração oficial enviada para o site The Race, a organização afirmou que “após uma revisão intensiva com a cidade de Vancouver, o OSS Group teve hoje de tomar a decisão incrivelmente difícil de adiar o Canadian E-Fest até 2023. Nos próximos dias poderemos determinar os próximos passos – incluindo a comunicação com os portadores de ingressos via APTI, nosso parceiro de ingressos, para informar suas opções."

Com mais este adiamento, é provável que o calendário de 2022 fique com outro longo intervalo de seis semanas entre o E-Prix de Jacarta, a 4 de junho e a prova de Nova York, que acontecerá no fim de semana de 16 e 17 de julho, provavelmente uma temporada encurtada de 16 para 15 corridas no total. A atual campanha já contou com um intervalo de oito semanas entre a corrida da Cidade do México, em fevereiro, e a jornada dupla do E-Prix de Roma, que aconteceu no início deste mês.

sexta-feira, 22 de abril de 2022

WRC 2022 - Rali da Croácia (Dia 1)

Kalle Rovanpera pode ter apenas 21 anos, mas há muito que os entendidos afirmam ter estofo de campeão. Cumpridas as oito primeiras classificativas do Rali da Croácia, o piloto finlandês da Toyota tem uma vantagem de 1.04,0 minutos sobre Thierry Neuville e 1.23,3 sobre Ott Tanak.

Com duas passagens por quatro classificativas - Mali Lipovec - Grdanjci, Stojdraga - Gornja Vas, Krašić - Vrškovac e Pećurkovo Brdo - Mrežnički Novaki - o primeiro dia aconteceu debaixo de chuva e tempo frio. As classificativas estavam suficientemente escorregadias para que um erro fosse o suficiente para colocar os pilotos na valeta de forma permanente.

E Rovanpera começou logo ao ataque, triunfando na primeira especial com um avanço de 4,1 segundos sobre Thierry Neuville, e sobretudo, 13 segundos sobre Craig Breen. Esapekka Lappi foi a primeira grande baixa da prova, ao sair de estrada, danificando gravemente a suspensão e claro, já não rodou mais hoje. 



Entretanto, quem quase acabou como o finlandês foi Gus Greensmith, que apanhou um grande susto, pois na travagem para um gancho, o piloto da M-Sport/Ford deixou o seu carro subvirar, subindo uma barreira de relva. Não perdeu muito tempo, apesar de tudo. “O carro pareceu bem e eu estava a tentar encontrar um ritmo, mas não consegui fazer um bom tempo”, comentou, no final da especial.

Rovapera continuou ao ataque, vencendo na segunda especial, com Craig Breen a perder 27 segundos devido a uma saída ligeira de estrada,  Elfyn Evans também perdia 27 segundos, mas ele ainda tinha a ver com um furo na especial anterior. Foi o galês que levou a melhor na terceira especial, 2,6 segundos na frente de Rovanpera, enquanto Neuville foi o terceiro, a 2,8. Quem saiu de estrada e danificou fortemente o seu carro foi Adrien Formaux. Com apenas com 200 metros de troço, a traseira do seu Puma ‘escapou-se’, acabando num jardim de uma casa, batendo em algumas coisas pelo caminho. Nada se passou com os ocupantes, mas o carro ficou por ali. 

Outro que também acabou a prova foi Pierre-Louis Loubet, que sofreu três furos na especial e acabou por abandonar.

Rovanpera voltou a triunfar na quarta especial, 0,7 segundos na frente de Thierry Neuville e 5,3 sobre Craig Breen e 8,4 sobre Gus Greensmith. No final da manhã, a diferença entre Rovanpera e Neuville era de 12,5 segundos com Tanak em terceiro, a 47,3 segundos.

"Acho que estava bastante confortável no carro nessas condições complicadas e, com certeza, nossa posição inicial foi boa. Fomos um pouco mais rápidos do que os que iam atrás de nós, então talvez não seja apenas a posição inicial que nos esteja a ajudar.", disse Rovanpera no final da especial.


A tarde começa com novo triunfo de Rovanpera... e penalização de Neuville. Problemas no alternador, que o obrigou a empurrar o carro para a partida, obrigando a uma penalização de 40 segundos.  “Mudámos a correia, mas perdemo-la novamente no caminho para a assistência. 800 metros antes de chegar, o carro parou completamente e tivemos do empurrar.”, disse o belga.

E claro, com isso, o finlandês da Toyota estava mais calmo. Já tinha uma vantagem superior a um minuto sobre a concorrência, e na sexta especial, volta a ser o melhor, 7,6 sobre Tanak, passando Neuville, que foi o terceiro, a 12,4. Greensmith fez um pião e perdeu tempo, devido ao nevoeiro que se faia sentir na especial. "No nevoeiro, perdi a linha, fiquei preso na lama e escorreguei para fora da estrada. Há um pouco de lama na borda, mas assim que limparmos, tudo ficará bem."

No final do dia, Rovanpera descontraiu e permitiu o triunfo de Neuville por 2,8 segundos, com Tanak o terceiro, a 3,6. A especial ficou marcada pela desistência de Gus Greensmith, devido a três furos.

Depois dos três primeiros da classificação, Craig Breen foi o quarto, a 1.35,2, e bem longe de Oliver Solberg, quinto, a 2,38,5. Não muito longe, no sexto posto, e a 2.49,1, o galês Elfyn Evans, no segundo Toyota. Katsuta Takamoto é sétimo, a 3.28,0, seguido por Yohan Rossel, a 5.12,6. E a fechar o "top ten" estão o Skoda de Gryazin Nikolay (a 5.48,9) e o Citroen de Eric Camili, a 6.11,8.

O rali da Croácia continua amanhã com a realização de mais oito especiais.

Formula 1 2022 - Ronda 4, Imola (Qualificação)


Por fim, a Formula 1 está em solo europeu. Aqui, a primavera bate mais forte, mas no sentido de chuva a encharcar os corpos e as almas... isto, se não é tiffosi. Porque se é, é apenas a primeira etapa de uma digressão que eles esperam que termine em triunfo. Eles não querem outra coisa senão ver os seus vencerem, por um lado, porque há mais de uma década e meia que não os vêm no lugar mais alto do pódios, e acreditam que este será o ano. E com a noticia de que Carlos Sainz Jr. renovou por mais duas temporadas, é como se a estrutura se encontra inabalada, e nada os parará rumo aos títulos que julgam ser seus.

Aliás, o regresso da Formula 1 a aquelas paragens na província de Emilia-Romagna, não muito longe de Bologna e Modena, é como um certo mecanismo voltasse a funcionar, sinal de que todas as coisas boas estão de volta, como se existisse desde tempos imemoriais. Para os "tiffosi", as coisas boas estão de volta, e esperam que fiquem por muito tempo, tanto ou mais que nos tempos de Michael Schumacher, por exemplo. Só tem pena que não haja mais italianos na engrenagem, mas como Mattia Binotto é um deles, já está no bom caminho...

O fim de semana baralhou as coisas. Não está um sol e o céu não é de um azul imperial, na realidade está um tempo cinzento e a chuva encharca tudo e todos, como já referi uns parágrafos acima. Mas isso não impede os carros do Cavalino de dominarem a concorrência. Aliás, os dois melhores tempos no treino livre foram dele, e Charles Leclerc até teve o luxo de fazer um pião, para deleite dos adeptos. Afinal de contas, não partiu nada e pode continuar pelo seu próprio pé...

Mas Imola é o local da primeira "sprint race" do campeonato. Esta qualificação de sexta-feira é para escolher a grelha de partida dessa corrida de sábado, ainda por cima, com um novo sistema de pontuação. Agora, são os oito primeiros que pontuam e claro, definem quem partira no domingo, numa corrida que durará cerca de uma hora. A única coisa que muitos quererão saber é se o tempo e as condições de pista trarão algo diferente.

Quando chegou a hora, tinha parado de chover, e já havia alguns lugares onde o piso começava a ficar para o húmido. Logo, pilotos a correrem riscos eram bem prováveis.

E foi o que aconteceu: primeiro, os Aston Martin foram testar as águas, ao saírem de "slicks". Outros, mais prudentes, foram para a pista de intermédios, parando depois e colocar "slicks" moles. E os tempos começaram a cair, à medida que se adaptavam. Hamilton fez 1.27,214 e ia para o topo da tabela de tempos, mas logo a seguir, Lance Stroll fazia 1.23,419, menos quatro segundos que o britânico, basicamente demolindo-o. É por momentos, mas a sensação deverá ser boa.


Atrás, Alex Albon tem o carro a arder e provavelmente será o primeiro que ficará de fora da Q1, porque com aquilo, não irá muito longe na qualificação, toda a gente topava. Contudo, o pneu rebentou, e apesar de levar o carro até às boxes, a sessão era interrompida com bandeira vermelha, pois os comissários tinham de limpar a pista dos pedaços de borracha que ficaram espalhados.

Poucos minutos depois, a sessão regressou, e com a pista a secar, todos começaram a fazer os seus tempos. E claro, baixaram, inevitávelmente. A seis minutos e meio do final da Q1, Sainz Jr tinha um tempo de 1.20,319, 271 centésimos de Leclerc. Lando Norris era o terceiro, com 1.21,232. Lattifi pedeu o controlo do seu carro, mas como não bateu em nada, continuou. 

Na parte final, Leclerc consegue 1.18,796, quase meio segundo mais veloz que Max Verstappen, enquanto Lewis Hamilton lutava para conseguir um tmepo que o permitia ficar na Q2. E chegou a dar mais voltas com os moles porque... está frio em Imola, e aquecer os pneus demora o seu tempo. Lá conseguiu o que queria, mas... foi quase. Quatro milésimos! George Russell, foi melhor, mas nem tanto: apenas o 12º tempo. 

Quem não conseguiu isso, foram Nicholas Latifi, Yuki Tsunoda, Esteban Ocon e Pierre Gasly. Os Alpha Tauri tiveram o seu mau dia em Imola, no meio da roleta que foram a temperatura, os pneus e o "porpoising".


Chegados à Q2, com a pista seca, os pilotos tinham pressa de fazer um tempo porque... parecia que vinha chuva pelo caminho. Tinham dois a três minutos para marcar tempo, antes da pista voltar a ficar molhada. E claro, com a pressa... os acidentes. Sainz Jr despistava-se na Rivazza e a bandeira vermelha era mostrada pela segunda vez na sessão. E claro, no meio disto tudo, a chuva começava a cair.

Nesta altura, o "top ten" era este: Max, Sainz Jr, Norris, Perez, Leclerc, KMag, Vettel, Ricciardo e Bottas, no seu Alfa. Isto significava, por exemplo, que os Mercedes não estavam por ali. E isso era importante, porque não ver os Flechas de Prata na Q3 era algo raro... e se calhar, a tendência do futuro, de uma era da Formula 1 tinha terminado.

E claro, com a luz verde, ninguém foi para a pista, porque com ela molhada, os tempos não iriam melhorar, por muito que se esforçassem. 


Com a Q3, os nove carros - Sainz fica a ver o resto das boxes, enquanto os seus mecânicos reparam os estragos - eles entravam para a pista de intermédios, e com o asfalto a não ajudar muito. Primeiras voltas... e bandeira vermelha, culpa do Haas F1 de KMag, que se despistou em Acqua Mineralle, mas não bateu. Ou seja, durou pouco tempo.

Logo, os carros foram a seguir para a pista, e Max faz 1.27,999, ficando no topo da tabela de tempos... antes de Valtteri Bottas parar e causar nova bandeira vermelha devido a problemas no seu Sauber Alfa. Mais uns minutos pra rebocar o carro às boxes, mais um tempo onde a pista continuava molhada, e claro, faltava pouco mais de dois minutos e meio para o final. Haveria tempo para marcar... um tempo?

Max foi para a pista, tentando manter o tempo alcançado antes, apesar de se queixar da falta de aderência. Charles queria passá-lo o mais depressa possível para ter tempo de ficar na frente na tabela de tempos e levar os "tiffos" ao delírio. 

Mas... não houve tempo. Lando Norris saiu de pista, novas bandeiras vermelhas e era o facto consumado: Max era o poleman em Imola, na frente de Charles Leclerc... e Lando Norris, o mais recente despistado da tarde! São coisas da vida. E em P4? Ora, nem mais... KMag, no seu Haas F1! Querem ver que eles andam a caminho do seu primeiro pódio? Seria divertido. 


Mas na realidade, o final foi anticlimático. Há quem goste, há quem não, mas estes foram os factos. Amanhã, na Sprint Race, acho que será mais uma corrida de lotaria do que propriamente uma de inteligência. Da última vez que a Formula 1 andou à chuva por ali, foi isso o que aconteceu.

quinta-feira, 21 de abril de 2022

Youtube Motoring Video: 4000 horas para construir um Ford GT40 de réplica

Todos gostariam de ter na garagem o carro dos seus sonhos. E por vezes, quando não tens dinheiro para tal, chegam a construir um. Já houve um senhor que construiu um Lamborghini na garagem da sua casa e durou... 14 anos, por exemplo.

Mas o caso que aparece aqui a seguir é o de um rapaz que, em 2017, decidiu construir um Ford GT40 com as suas próprias mãos. Como sabem, é o tal carro que a marca americana decidiu construir em 1964 com o objetivo de bater a Ferrari nas 24 Horas de Le Mans, e quando alcançou o objetivo, em 1966, triunfou nas três edições seguintes, tornando-se num dos carros mais marcantes da história do automobilismo.

E quanto tempo é que este rapaz demorou para conseguir o que queria? Quatro anos e 4000 horas de trabalho. Mas mesmo assim, vale a pena ver o video de todo o processo de construção desta réplica. 

Noticias: Sainz Jr. renova por mais duas temporadas


A Ferrari anunciou nesta quinta-feira que renovou com Carlos Sainz Jr. por mais duas temporadas, até ao final de 2024. O piloto de 27 anos, na Ferrari desde 2021, correrá ao lado do monegasco Charles Leclerc numa temporada onde os carros de Marnello parecem ser dos favoritos à vitória final. 

Quanto à renovação do seu contrato, de uma certa maneira é uma recompensa para quem se adaptou rapidamente à sua vida em Maranello e às exigências de ser piloto da Ferrari, tendo ainda uma excelente relação com Leclerc. Consegue ser um piloto fiável, embora na hierarquia é mais um segundo piloto. Contudo, é consistente e capaz de apresentar resultados, especialmente quando o seu colega de equipa tem algum problema.

Estou muito feliz por ter renovado o meu contrato com a Scuderia Ferrari. Sempre disse que não há melhor equipa de Fórmula 1 para correr e, após mais de um ano com eles, posso confirmar que vestir este fato de competição e representar esta equipa é único e incomparável. A minha primeira temporada em Maranello foi sólida e construtiva, com todo o grupo a progredir em conjunto. O resultado de todo esse trabalho tem sido claro de ver, até agora.", começou por dizer o espanhol, filho do bicampeão de ralis, Carlos Sainz.

"Sinto-me reforçado por esta renovada demonstração de confiança em mim e agora mal posso esperar para entrar no carro, para dar o meu melhor pela Ferrari e para dar aos seus fãs muito para aplaudir. O F1-75 está a provar ser um dos melhores carros, o que me permite perseguir os meus objetivos na pista, começando com a minha primeira vitória na Fórmula 1”, concluiu.

Mattia Binotto, diretor de equipa, está certo que a Ferrari tomou a decisão mais lógica: “Já disse várias vezes que acredito que temos a melhor dupla de pilotos na Fórmula 1 e por isso, parece-me um passo completamente natural prolongar o contrato do Carlos, garantindo assim estabilidade e continuidade. No seu tempo até agora com a equipa, ele provou ter o talento que esperávamos dele, apresentando resultados impressionantes e aproveitando ao máximo todas as oportunidades.", começou por dizer. 

"Fora do carro, ele é um trabalhador árduo com olho para os mais pequenos detalhes, o que ajudou todo o grupo a melhorar e a progredir. Juntos, podemos visar objetivos ambiciosos e estou certo que, juntamente com Charles (Leclerc), ele pode desempenhar um papel significativo no fomento da lenda da Ferrari e pode escrever novos capítulos na história da nossa equipa”, concluiu.

A Formula 1 regressa à ação neste final de semana em Imola.

quarta-feira, 20 de abril de 2022

A imagem do dia


A noticia apareceu ontem na Autosport britânica, mas o apelido faz mexer muita gente, porque falamos da terceira geração. Depois de Jimmy McRae, o pai, campeão britânico de ralis, dos seus filhos Colin McRae e Alistair McRae, agora é Max McRae, filho de Alistair e sobrinho de Colin, que tentará a sua sorte num carro de ralis, pois foi convidado pela M-Sport para fazer um teste na Polónia com um Rally3. Max tem 17 anos, não muito mais novo que o tio, quando este começou a mexer em carros de ralis na sua Escócia natal.

Tenho o imenso prazer de anunciar que na próxima segunda-feira pegarei um voo para a Polônia”, dizia Max num post nas redes sociais. “Eu e meu pai iremos para dar uma olhada nas instalações da M-Sport Polónia e depois também fazer um teste em um carro de Rally3 nas rápidas etapas polacas”, continuou.

Max está a morar na Austrália Ocidental, onde participa no campeonato regional, ao volante de um Subaru Impreza WRX, evolução do carro onde o seu tio escreveu algumas das páginas mais gloriosas do Mundial de ralis, nos anos 90 do século passado.

E claro, está feliz por esta oportunidade, que afirma ser um trampolim de acesso ao topo dos ralis. 

Claro, eu adoraria chegar à Europa e especialmente ao Junior WRC”, começou por afirmar. "Isso seria um grande objetivo a ser estabelecido. Você sempre recebe o fator dinheiro, mas temos parceiros muito bons. Eles me levarão por um longo caminho e espero que possamos chegar à Europa nos próximos dois anos.”, concluiu Max.

Agora resta saber que tipo de McRae ele será: ou o certinho, não tão espectacular, mas não ganhador, como o pai, ou o louco e carismático como foi o seu tio. Resta saber o que dará esta terceira geração.

Rumor do Dia: Duas corridas em Singapura?


As noticias sobre o possível substituto do GP da Rússia, cancelado logo em fevereiro por causa da sua invasão à Ucrânia, ainda não têm solução à vista. Previsto para o dia 25 de setembro, já tiveram algumas hipóteses, como o Qatar, mas agora, surge a hipótese de ser uma jornada dupla em Singapura, como já aconteceu na Áustria, Grã-Bretanha e Bahrein, todas em 2020.

Segundo conta a publicação RacingNews365.com e também o conceituado jornalista Joe Saward, no seu blog, os chefes de equipa discutiram recentemente a ideia, uma vez que o desporto procura um substituto para a prova de Sochi. A data inicial da corrida russa deveria ter dano início a uma série de eventos em outros continentes, pois para além da cidade-estado, também os levaria ao Japão, dali a duas semanas. 

O que se fala agora é ter duas corridas por lá, a 25 de setembro e a 2 de outubro, com a primeira corrida a acontecer a meio da tarde, hora local - manhã na Europa - e com o segundo a manter o horário original das 20 horas.

Contudo, nada está decidido e nada ainda se transpira em relação a esse processo. E o GP do Qatar ainda está em cima da mesa, apesar de ser uma chance cada vez mais remota, porque ambas as partes não acordaram em receber a corrida, para além de, em setembro, as temperaturas se manterem muito altas na região, mesmo à noite. 

Curiosamente, a corrida deste ano assinala o regresso da Formula 1 à cidade-estado, já que não esteve presente em 2020 e 2021 devido à pandemia. 

Noticias: Pilotos da Red Bull com espíritos diferentes


Com a chegada da Formula 1 à Europa, nomeadamente em Imola, e num fim de semana onde aparecerão as corridas "sprint", a Red Bull tem de fazer bons resultados para evitar que a Ferrari ganhe um avanço do qual seja difícil recuperar. Mas na equipa energética, o contraste entre ambos os pilotos não poderia ser grande. Se Sérgio Pérez já conseguiu uma pole-position, e consistência suficiente para ser o terceiro classificado da geral, Max Verstappen luta para se adaptar ao novo carro e cada corrida que ele tem problemas, significa que a concorrência irá embora, provavelmente com resultados permanentes.

Daí que, para o mexicano, depois do pódio na última prova, em Melbourne, ele admite querer repetir o feito em Imola. Já para o neerlandês, triunfar parece ser a única chance, mas adaptar-se ao carro, como diz Helmut Marko, será a chave para resolver esse problema.

Consegui outro fim de semana consistente, depois da pole position e quarto lugar em Jeddah. Estou feliz com o meu desempenho até agora. E estar no pódio em Melbourne pela primeira vez nesta temporada foi um passo na direção certa”, começou por dizer o piloto mexicano, que prometeu “não vou ficar por aí. Preciso e quero subir ao pódio todas as semanas para a equipa e por mim próprio”, concluiu. 

Em contraste, Max Verstappen, que desistiu em duas das três corridas do campeonato - triunfando na seguinte - luta para se adaptar à sua condução. E Helmut Marko diz que isso tem a ber com a sua agressividade ao volante, que não é boa para o carro.

"Pérez está muito mais próximo de Max [Verstappen] do que estava em 2021”, começa por dizer Marko à publicação alemã F1-Insider. “A explicação mais simples para isto são os novos carros com menos processos de downforce, alguns pilotos estão melhor e outros menos. Perez está muito contente com a afinação do carro. Max acha-o ainda mais difícil. Ainda não encontrou o equilíbrio certo e, portanto, não tem a confiança completa no carro. O seu estilo de condução agressivo não combina bem com os carros novos”, concluiu.

Contudo, apesar destas contrariedades, ele afirma que este é um campeonato longo. "Ainda faltam 20 corridas", concluiu.

terça-feira, 19 de abril de 2022

WRC: Loeb regressa ao Puma no Rali de Portugal


Está confirmado: depois de ter participado no Rali de Monte Carlo, onde triunfou, dando a primeira vitória ao modelo Puma, Sebastien Loeb regressa ao WRC no Rali de Portugal, ao volante do mesmo carro, e provavelmente na companhia de Sebastien Ogier. O anuncio foi feito esta terça-feira, nas vésperas do Rali da Croácia. 

Isto foi possível graças aos nossos grandes parceiros na Ford e na Red Bull, pelo que estou ansioso por ver a prestação do Séb e do Puma Hybrid Rally1 naquele que é o primeiro verdadeiro rali de terra do presente ano.” começou por dizer Malcolm Wilson, o homem-forte da M-Sport. 

Loeb irá alinhar nesta prova ao lado de Gus Greensmith, o irlandês Craig Breen e os franceses  Adrien Fourmaux e Pierre-Louis Loubet

É ótimo contar com uma formação tão forte de pilotos e estou muito orgulhoso pelo facto de que a nossa equipa será a primeira a inscrever cinco carros de topo num rali do WRC. Isto mostra o quão apelativos são estes Rally1, nomeadamente o Puma, para os pilotos, esperando poder continuar a levar cada vez mais longe os limites da modalidade. Também espero que esta popularidade dos Rally1 nos leve a ver mais clientes em competição em eventos de todo o mundo.”, concluiu Wilson.


Já Loeb está radiante por regressar a um carro do qual gostou muito de guiar nas estradas de Monte Carlo. “Conduzir o Puma é uma das minhas memórias favoritas nos ralis; Vencer em Monte Carlo depois de tanto tempo foi algo incrível.” começou por dizer. 

A equipa trabalhou muito bem, encontrando rapidamente soluções para as questões que se identificaram no Shakedown, permitindo-nos alcançar a nossa 80ª vitória em ralis. Aquando do meu primeiro teste com este carro, experimentei, de imediato, uma sensação muito boa, para além de que gosto de conduzir com tanta potência com o sistema híbrido. Trata-se de um automóvel fantástico, de uma grande equipa e festejámos momentos incríveis juntos." continuou.

"Portugal era um espaço vazio no meu calendário e é um rali de terra; tendo já competido nesta versão da prova em 2019, tenho uma base de notas de algumas das suas classificativas. Essa foi uma das razões por que escolhi Portugal; a outra foi que eu queria fazer um rali em terra. Gosto da condução nesse tipo de pisos, pelo que foi uma escolha muito simples.”, concluiu.

A prova portuguesa acontecerá entre os dias 19 e 22 de maio.

Noticias: Ferrari afirma ser cedo para hierarquias


Com a Ferrari a ter um bom inicio de temporada, e com Charles Leclerc a triunfar no Bahrein e na Austrália, há quem pense que já é altura de colocar prioridades e dar ao monegasco o "tapete vermelho" rumo ao título. Porém, nas vésperas da corrida de Imola, Mattia Binotto acha que é muito cedo para estas coisas, especialmente numa temporada bem longa como esta. 

Só foram três corridas. Ainda há 20 corridas, espero que 19 ou 20 corridas. Então o campeonato é bem longo. Nossos pilotos estão liberados para brigar, e estou ansioso e gostando que eles estão lutando por boas posições e por vitórias, se possível”, afirmou Mattia Binotto, chefe da Ferrari, após o GP da Austrália.

Já Charles Leclerc, o líder do campeonato, não está preocupado com essas coisas, apesar de gostar do carro e estar confortável com ele na pista. E abisou que Imola será um palco muito diferente, onde, para começar, estará cheio de fãs da Scuderia.  

É um carro muito bom, com certeza. Acho que até agora ele casou muito bem com meu estilo de pilotagem. Eu entendi o carro bem no começo da temporada e acho que isso está me ajudando agora. Isso tem sido uma boa surpresa. Mas é óbvio, precisamos continuar trabalhando. Por enquanto, está indo muito bem”, afirmou.

Muitas coisas vão ser meio malucas em Ímola. Obviamente teremos a corrida sprint. Se é a pista certa para isso, não sei, acho que vamos ter a resposta depois do final de semana. Tenho certeza que estamos todos muito empolgados, mas temos que nos certificar de não exagerar como equipa, porque vão haver muitas expectativas, como sempre. Precisamos nos manter calmos” , concluiu.

segunda-feira, 18 de abril de 2022

A imagem do dia



Na foto, Jochen Rindt e Colin Chapman, conversando durante o fim de semana do GP dos Países Baixos de 1970, no circuito de Zandvoort. 

A relação entre ambos sempre foi tensa. Ele acreditava que os carros dele eram velozes, mas o facto de serem demasiado leves o incomodava. Historicamente, depois de Enzo Ferrari, os seus carros foram os que mais mataram pilotos ao longo da sua história. Mas Lotus e Ferrari eram as equipas onde os pilotos queriam estar, se queriam ser campeões do mundo. Aliás, ele sabia ao que ia, quando chegou ali: "Na Lotus, tanto poderei ser campeão do mundo, ou morrerei". E já ali, quem tinha tratado do seu contrato era uma pessoa que conhecera em 1966: Bernie Ecclestone.

O primeiro momento foi Montjuich, em Barcelona. Ali, em 1969, era o palco do GP de Espanha, e aquelas asas de um metro de altura eram muito altas e frágeis, especialmente quando estavam sob pressão. E quando, primeiro Graham Hill, e depois o próprio Rindt, bateram forte no mesmo lugar, sabia ao que ia. O britânico saiu incólume, o austríaco com um nariz fraturado, e a imagem dele a sangrar, numa foto tirada por Bernard Cahier correu mundo.

Em convalescença, escreveu uma carta para Chapman, dizendo que não tinha confiança nas suas máquinas. 

"Tenho uma foto que explica muito bem o acidente. Não sabia que poderia voar tão alto. Quanto à nossa situação, Colin, eu corro na F1 há cinco anos e só cometi um erro (embati no Chris Amon em Clermont-Ferrand) e tive um acidente em Zandvoort devido a um defeito no selector da caixa. Isto mudou logo que cheguei à Lotus. Lebin, Eiffel, triângulos da suspensão quebrados e agora Barcelona - tudo acidentes causados por falhas mecânicas.

Os seus carros são tão rápidos, que ainda seriamos competitivos com uns quilos extra usados para fortalecer as peças mais frágeis. Também acho que deveria passar mais tempo verificando o que os seus funcionários fazem. Por favor, pense nas minhas sugestões. Eu só posso pilotar um carro no qual tenha total confiança e começo a não sentir". 

A carta de Rindt tinha mais uma cópia, que foi divulgada na edição da Autosport britânica da semana seguinte ao GP espanhol. Deu brado e as pessoas ficaram com uma ideia dos carros de Chapman. Ele não foi ao Mónaco - Richard Attwood foi no seu lugar - e ele só regressou na corrida seguinte, em Zandvoort. Só pontuou por quatro vezes, acabando com uma vitória em Watkins Glen, a corrida mais lucrativa do ano, com um prémio de 50 mil dólares ao vencedor. 

No final do ano, Jack Brabham perguntou a Rindt se não queria regressar. Chapman interveio e disse: "Não interessa quanto é que ais oferecer, eu darei mais". O velho Jack, com 43 anos, aguentou mais uma temporada, ele que o via como seu sucessor na equipa, como piloto. 

Quanto apareceu o 72, em Jarama, Rindt pegou no carro, acelerou até ao fundo da meta... e meteu o carro na gravilha. Furioso, chegou a Chapman e gritou: "nunca mais volto a guiar esta m****!" Mas guiou. E ganhou quatro corridas seguidas. Na Áustria, no mesmo lugar onde se estreara seis anos antes, a pista era nova, estava cheia de espectadores e Rindt tinha a Áustria aos seus pés. Já era campeão, já se sentia campeão. E mesmo quando o motor explodiu, na 16ª passagem pela meta, sabia que ganharia em Monza, se acabasse em primeiro.  

E se fosse campeão, iria embora. Isso foi o que dissera à Nina, sua mulher, em Zandvoort, depois do triunfo a da morte do seu amigo Piers Courage. Mas poderia ser que entretanto, tivesse mudado de ideias, há quem jure isso.

Na pista italiana, era costume tirar as asas dos carros. Segundo ele, a razão era simples: velocidade. "Sem as asas faço mais 800 rpm nas retas, e sem ir no vácuo do outro". John Miles, seu companheiro de equipa, não queria ir dessa forma, mas foi obrigado a isso. Emerson Fittipaldi foi, na sexta-feira, e teve um acidente do qual se safou quase milagrosamente. Ele ia no chassis que seria guiado por Rindt. Sem ele, no sábado, o austríaco andou no chassis do brasileiro. E foi nele que teve o seu acidente mortal. 

Na quarta-feira seguinte, em Graz, no seu funeral e diante da sua campa, o sueco Jo Bonnier fez o elogio fúnebre:

"Morrer fazendo algo que gostava de fazer é morrer feliz. E Jochen tem a admiração e o respeito de todos nós. É a única maneira de admirar e respeitar um grande piloto e amigo. Independentemente do que acontecer no resto da temporada, para todos nós, Jochen é o campeão mundial."

O resto da história é conhecido: Emerson Fittipaldi ganhou em Watkins Glen e Rindt foi o campeão póstumo. Pela primeira - e esperamos nós - única vez.

A (re)volução dos elétricos


Por estes dias de Páscoa, cruzei-me com um bom amigo meu, que sabendo do que escrevo, perguntou-me de rajada: o que há assim de revolucionário nos automóveis? Ele pensava que tinha algum truque na manga que pudesse aproveitar, por causa da torrente de noticias sobra a industria automóvel, do qual ele pudesse ter deixado escapar, mas eu não.

Demos por nós a discutir o Mercedes Vision EQXX, que causava sensação com o facto de ter feito 1008 quilómetros com uma só carga. Sim, leram bem: a mítica barreira dos mil quilómetros fora ultrapassada, e não foi a "pisar ovos", nem com baterias extra para fazer passar. Era real, num carro que pode ser produzido, e era algo do qual, doze anos antes, seria considerado utópico. E nem falo dos Lucid Air, do qual reportam que podem fazer até mil milhas, 1600 quilómetros, com uma só carga...


Esse tal "teste do mundo real" levou o "pópó" de Sindelfingen, na Alemanha até Cassis, na Côte d’Azur francesa, totalizando 1008 quilómetros, onde enfrentou as "autobahn", os Alpes suíços e o tipicamente montanhoso norte de Itália, acabando com o Mediterrâneo à vista. E a uma média de quase 90 km/hora, fazendo 140 por hora nas míticas autobahns teutónicas, onde não há limite de velocidade. E quando chegaram, a bateira ainda tinha carga... de 15 por cento, ou seja, para mais 140 quilómetros!

Claro, o carro tinha mais alguns truques - 117 células solares de 12 volts, que lhe deram mais 25 quilómetros de autonomia, um sistema de regeneração na travagem mais eficaz, para ganhar mais alguns quilómetros nas subidas, por exemplo. Ao fim e ao cabo, o carro fez uma média de 8,7 kW a cada 100 quilómetros, metade do habitual - entre os 14 e os 18 kW por cada 100 quilómetros.

Claro, este Vision EQXX é um protótipo, mas será marcante no mundo automóvel. Estas soluções serão usados nos futuros modelos da Mercedes, e as baterias serão no futuro mais eficientes, terão maior autonomia, e com o kW/hora a custar... tostões (cerca de 14 cêntimos na Europa, e ainda por cima, pode-se recarregar em casa), pode-se dizer que a tecnologia avança aos pulos. Daqui a cinco anos, eles estarão nos carros de médio rendimento, e qualquer carro novo terá uma média de 600 quilómetros de autonomia.

E a pensar que em 2010, os 320 quilómetros que o Tesla Model S eram revolucionários... 

Dito isto, só falta a próxima revolução: a da cabeça das pessoas. Muitas ainda estão em 1986, sabem? Mas também sabem que só não vê quem não quer ver. 

domingo, 17 de abril de 2022

A imagem do dia


Amanhã, Jochen Rindt iria comemorar o seu 80º aniversário do seu nascimento. O piloto, que apenas viveu nesta terra por 28 anos, fez o suficiente para marcar toda uma geração de pilotos, não só na Áustria, como no mundo. E ironicamente... ele era alemão. Nascera em Mainz e apenas corria com licença desportiva austríaca.

Na realidade, era filho de pai alemão e mãe austríaca. A competitividade veio da mãe, que era jogadora de ténis. Infelizmente, perdeu os pais no bombardeamento aliado a Hamburgo em julho de 1943, e cresceu com os avós, em Graz. Quando começou a sua carreira, em 1964, no GP da Áustria, no aeródromo de Zeltweg, conseguiu alugar um carro à Rob Walker Racing, ter a sua experiência. Algo que sete anos depois, outro piloto local faria o mesmo. Um tal de Niki Lauda...

Rindt era um piloto áspero de caráter. Não queria "rodriguinhos", queria correr e fazer o seu melhor. Tebe um carro em 1966 na Cooper, e ao lado de John Surtees, conseguiu três pódios, e isso incluiu dois segundos lugares em Spa-Francochamps e em Watkins Glen, conseguindo um terceiro lugar no campeonato. No ano anterior, graças a um Ferrari da Ecurie Francochamps, triunfou nas 24 Horas e Le Mans, ao lado do americano Masten Gregory.

Em 1968, depois de uma temporada algo frustrante - apenas dois quartos lugares - Rindt foi para a Brabham. E as coisas não correram muito melhor. Apenas dois terceiros lugares e outros tantos pódios, aliados com boas conduções em corridas, deram o suficiente para que a Lotus o quisesse correr na sua equipa. Rindt pensou bem a ideia, e chegou a falar com Jack Brabham sobre isso, pedindo conselhos. 

O australiano disse o seguinte:

"Se quiseres ser campeão do mundo, então a Lotus é o melhor lugar para conseguires isso. Agora, se pretendes sobreviver na carreira, então o melhor é ficares na Brabham.

Bem pensadas as coisas, o austríaco preferiu a velocidade dos carros de Colin Chapman. Por esta altura, a sua vida particular estava ótima, com o seu casamento com a modelo finlandesa Nina Lincoln, cujo pai, Curt Lincoln, era um sueco que estava na Finlândia há muitos anos e tinha sido piloto, ajudando a desenhar o circuito de Keimola, nos arredores de Helsínquia. Pouco depois, nasceu a sua filha Natasha. 

E por essa altura, tinha feito uma amizade com o escocês Jackie Stewart, um os melhores pilotos do pelotão da altura. Ambos estavam a morar na Suíça, e conviviam com as famílias. Outro bom amigo era outro escocês, Jim Clark. E quando soube do seu acidente mortal, em abril de 1968, poucos dias antes do seu 26ª aniversário, esteve presente no seu funeral, na Escócia, e aquilo afetou-o. Disse-o a Heinz Pruller, seu amigo e compatriota: "Se acontece isto ao Clark, que poderá acontecer a nós?"

E Rindt até chegou a experimentar as 500 Milhas de Indianápolis, e 1967 e 68, ambos num Brabham. Não gostou, disse até: "estou aqui pelo dinheiro", e disso não tirava prazer.  

No final, Rindt acabou na Lotus. Sabia da sua rapidez e da sua pouca fiabilidade. Brincava até: "sempre que for ultrapassado pela minha própria roda, já sei que estarei a guiar num Lotus". Mas a realidade que estava muito nervoso. Queria ser campeão do mundo o mais depressa possível, de preferência... vivo.

Noticias: Steiner não tem pressa para substitutos


Nada se sabe ainda sobre o lugar onde a formula 1 correrá no lugar da Rússia. De inicio, falou-se em correr no Qatar, mas o calor de setembro poderá ser algo contraproducente, e agora, nestes últimos dias, surgiu a hipótese de haver uma jornada dupla em Singapura. Contudo, independentemente da decisão que a Formula 1 tenha de fazer, Gunther Steiner afirma que uma decisão dessas tem de ter cautela, por causa dos custos. 

Penso que depende do quanto uma nova corrida influencia o orçamento. Isso está nas mãos da Fórmula 1 e para garantir que não vamos a uma corrida só por ir a uma corrida, especialmente com os custos mais elevados de transporte”, começou por dizer.

Precisamos de ter a certeza, ou a Fórmula 1 tem de ter a certeza, de que vamos a um local e a quantia é adequada para não perdermos dinheiro se formos a mais este local. Vinte e duas corridas é um bom número de corridas, mas se conseguirmos 23 com a contribuição certa, tudo bem para nós”, concluiu o chefe de equipa da Haas F1.

A corrida, a aparecer, terá de acontecer a 25 de setembro, a data original do GP russo, cancelado em fevereiro devido ao conflito com a Ucrânia.

Choverá em Imola?


Falta apenas uma semana para a quarta corrida do campeonato, o GP da Emilia-Romagna, mas parece que o tempo para esses três dias... não será grande coisa. Aparentemente, o final de semana italiano, que terá a primeira das corridas sprint deste campeonato, terá na sexta, sábado e domingo... muitas hipóteses de chuva.

Com temperaturas médias nos 19 graus ao longo do final de semana, na sexta-feira, as chances rondarão os 90 por cento, ou seja, choverá o tempo todo, como aconteceu em 2021. Apesar de uma descida no final do dia de sexta-feira, para sábado, essas chances de pista molhada aumentam para 60 por cento, altura da "sprint race", que está prevista. 

Para domingo, as chances de chuva mantêm-se um pouco menores, a 47 por cento, com a tendência para diminuir ao longo da tarde. Evidentemente, a sete dias da prova, muito pode mudar, mas quando a esta altura de prevê um fim de semana bem chuvoso, parece que pode acontecer coisas mais emocionantes que o normal... e ainda por cima, poderá ser a primeira corrida com os novos carros, e ainda não temos ideia como reagirão neste tipo de situação.