sábado, 7 de dezembro de 2024

Formula E: Evans vence na etapa de São Paulo


O neozelandês Mitch Evans foi o grande vencedor da etapa inaugural da Formula E de 2024-25, em São Paulo. Na pista desenhada no Sambódrmo do Anhembi, ele conseguiu segurar a concorrência de António Félix da Costa e Taylor Barnard, que o acompanharam no pódio. Tudo isto, numa corrida complicada, com duas bandeiras vermelhas, e onde se estreava o Gen3 Evo, o carro que terá quatro rodas motrizes e com "pit boost", um recarregamento dos carros em algumas corridas. 

E o mais importante: o piloto largou de último! Evans teve problemas no seu carro durante a qualificação e não marcou tempo. À partida, seria um grande "handicap" sobre a concorrência.


Depois de uma qualificação onde parece que estamos a pegar onde acabou - Pascal Werhrlein fez a pole-position, e Félix da Costa não andou longe, ao ser quinto na grelha - Porsches, McLarens, Andrettis e Jaguares pareciam ser os favoritos para a nova temporada, apesar da chegada da Lola e da reconstrução da ERT, que agora é a Kiro Cupra, a Formula E chegava à 11ª temporada, onde pela primeira vez a competição começava em terras brasileiras.

Debaixo de calor e com as bancadas cheias, os pilotos encaravam pela frente 31 voltas. No momento da partida, esta foi... abortada, por causa do problema num dos carros, o Envision de Robin Frijns. O carro foi retirado da grelha e recolhido para as boxes, para alguns minutos depois, a partida aconteceu, com Rowland a passar Wehrlein para ser o primeiro lider da corrida. 

Contudo, na terceira volta, o Maserati de Jake Hughes e o Anretti de Nico Muller bateram na saída da chicane e o Safety Car foi chamado à pista para poderem tirar ambos os carros. As coisas continuaram assim nas voltas seguintes, enquanto os carros acidentados eram retirados da pista. 

A corrida retomou na volta 5, com Rowland a defender dos ataques de Wehrlein, com gente como Stoffel Wandorne e Lucas di Grassi, entre outros, foram para o Attack Mode, com ativações de entre quatro e seis minutos. Contudo, na curva 7, Lucas de Grassi parou o seu Lola na berma e as bandeiras amarelas foram ativadas. Wehrlein caía algumas posições, para quinto, tendo sido passado até pelo seu companheiro de equipa, António Félix da Costa. Cassidy, entretanto, ia ao Attack Mode e era líder. 

Max Gunther e Norman Nato foram outros que foram ao Attack Mode na nona volta, passando os Porsches, que ainda não tinham ido ao seu primeiro Attack Mode. Foram na volta seguinte, e foi para apenas dois minutos, guardando o resto para o final. Entretanto, os comissários meteram o bedelho e ordenaram a três pilotos, Sam Bird, Norman Nato e Taylor Barnard, para as boxes por cumprir uma penalização... por uso excessivo de energia. 

As coisas acalmaram-se a meio da corrida, com Rowland a fazer a sua segunda ativação na volta 15, tentando afastar-se do pelotão. Ao mesmo tempo, Wehrlein foi ao Modo de Ataque pela segunda vez, com seis minutos de energia extra, a mesma coisa acontecia com Félix da Costa, na volta seguinte. Nesta altura, Rowland tinha-se afastado do pelotão, ficando com mais de dois segundos de vantagem para o resto do pelotão, com os Jaguar de Nick Cassidy na perseguição e Wehrlein, com a energia extra, a recuperar posições. Na volta 18, o alemão subia para segundo, e o português, quarto.

Wehrlein começava a apanhar Rowland e o passava na volta 19, para ser o lider. Félix da Costa era o terceiro, passava Rowland - que fora para o Attack Mode - e ia tentar passar os Porsche, que tentavam distanciar-se dele. O britânico era terceiro, com os Porsche a ficar sem a energia extra, e Félix da Costa era o líder. Rowland ainda tinha três minutos e meio de energia extra e passou para a frente... para logo a seguir, a bandeira vermelha foi agitada. Jake Dennis, da Andretti, tinha batido na chicane, e estava num lugar inseguro. 

Estávamos na volta 21, a dez do final... e já tínhamos cinco pilotos de fora da corrida. 

O regresso acontecia atrás do Safety Car, com Felix da Costa na frente, com Rowland e Wehrlein a seguir, e todos já tinham esgotado o Attack Mode... excepto Nick Cassidy, da Jaguar. Os carros alinharam na grelha, e no novo arranque, Rowland e Gunther, no seu DS Penske, foram para a frente, deixando os Porsches para trás. 

Na volta seguinte, Nick Cassidy foi ao Attack Mode, caindo para oitavo, mas depois subiu para o terceiro lugar, numa altura em que Evans também ia para o Attack Mode, e tentava subir algumas posições, numa altura em que o líder, Rowland... era investigado por excesso de energia. No final, ele foi penalizado, e os Jaguar estavam na liderança, com Cassidy na frente de Evans, com Félix da Costa em terceiro. No final da volta 23, Evans era o líder. 


No final da corrida, a organização acrescentou mais quatro voltas - passou para as 35 - e os Jaguar, já sem a energia extra do Attack Mode, Félix da Costa atacou Mitch Evans para a liderança... enquanto atrás, primeiro Nick Cassidy, depois, Pascal Wehrlein, bateram e a bandeira vermelha foi mostrada novamente. Um dos carros acabou no muro, e de cabeça para baixo: do de Wehrlein! Felizmente, ele não sofreu nada, mas o susto foi grande. 

Carros parados, boa parte das voltas feitas, as chances de acabar a corrida por ali eram fortes. Contudo, a organização decidiu que a corrida iria ter mais quatro woltas. Félix da Costa tentou atacar a liderança, mas o piloto da Jaguar aguentou bem, ficando assim até ao final, com os McLarens atrás deles... e com mais energia, mas não houve ultrapassagens. Barnard conseguiu ali o seu primeiro pódio da sua carreira - aos 20 anos de idade! - e na frente do seu companheiro de equipa, Sam Bird.

Com isto, Evans sai de São Paulo na liderança do campeonato, com 25 pontos, seguido por Félix da Costa, com 18. 

A competição regressa dentro de um mês, na Cidade do México.          

Formula 1 2024 - Ronda 24, Abu Dhabi (Qualificação)


Normalmente, Abu Dhabi providencia um ambiente de final de esta para uma temporada que foi a mais longa da história da Formula 1, com 24 corridas. Com a Liberty Media a fazer com que a temporada agora dure tanto quanto a gestação de um bebé, ou seja, nove meses, e claro, ao fim de algum tempo, as pessoas começam a ficar fartas de andarem por ali. E mesmo que este seja um fim de semana para embrulharem tudo, regressar ao Reino Unido e preparar para a nova temporada, dali a mês e meio tudo começa de novo, para que em março, a nova temporada arranque sem percalços.  

Era também um tempo de despedidas... e estreias. Valtteri Bottas, Guanyou Zhou, Franco Colapinto e Kevin Magnussen estavam a despedir-se da Formula 1 - pelo menos oficialmente. Lewis Hamilton ia embora da Mercedes, depois de 12 temporadas de ótimos serviços, e Carlos Sainz Jr. também ia da Ferrari para um futuro incerto na Williams. Quanto a Sérgio Pérez, tudo indicava que também iria embora pela porta pequena, apesar de muitos terem afirmado o contrário. Como disse um amigo meu durante a semana, "Checo... eslovacou-se."

Em contraste, Jack Doohan conseguiu um ligeiro avanço em relação aos estreantes de 2025, ao estrear-se "a frio" no Alpine que era de Esteban Ocon, que saiu antes de tempo, porque se desconfiava já ter tirado a camisola da equipa, porque para o ano estará na Haas, ao lado de Oliver Bearman. Aliás, bem vistas as coisas, as três corridas que o britânico já conseguiu este ano poderão afirmar que ele é que tem o maior dos avanços para a próxima temporada... 

Antes da qualificação, soube-se que Charles Leclerc iria ser penalizado em 10 lugares por causa de uma troca num dos componentes do carro, ou seja, na melhor das chances, iria partir de 11ª na grelha, e a sua corrida iria ser de luta por um lugar nos pontos e tentar ajudar na luta pelo título de Construtores. Parecia que a McLaren já tinha uma mão e meia no troféu, ou se quiserem, a Ferrari iria lutar com uma mão amarrada às costas...  

Caía a noite em Abu Dhabi, a Q1 começou com os pilotos a adaptarem às condições da pista. Nada de muito especial ao longo desta primeira fase, com a agitação a ser mais forte na parte final. Ali, o asfalto começou a ficar mais fresco, fazendo os pneus moles funcionar, e os tempos começaram a cair. Ao ponto de Valtteri Bottas ter o melhor tempo! 1.23,481. Leclerc fez depois 1.23,302, 


Entre os que ficaram para trás foram os Williams de Alex Albon e Franco Colapinto - um final desapontante depois da promessa ao longo das corridas onde participou - o Alpine de Jack Doohan - não se esperava muito desta estreia atirada para os tubarões - o Sauber de Guanyou Zhou, e por fim, o Mercedes de Lewis Hamilton. Um final melancólico, dirão alguns, um erro de calculo, dirão outros, por causa da saída tardia das boxes. Mas o cone que ficou por baixo do carro quando Nico Hulkenberg perdeu o controlo por ter acelerado demais parece ser o maior dos culpados pelo mau tempo do veterano britânico.

E assim passamos para a Q2. 

Não houve grande história, mesmo antes de Max Verstappen fazer 1.22,998, para ficar no topo da tabela de tempos. Isso ficou guardado para a parte final.

Ali, as coisas começaram quando Carlos Sainz Jr marca 1.22,980, mais cinco milésimos que Leclerc, que depois... viu o seu tempo apagado por ter passado dos limites da pista! Péssima noticia para o monegasco, que já tem a penalização de dez lugares para cumprir. Bottas conseguiu 1.23,341, suficiente para colocar o seu Sauber na Q3, o que é um grande feito para alguém que fará ali na sua última corrida na Formula 1... por enquanto. 

No final, algumas surpresas, outras... nem tanto. Uma Sauber na Q3 - queriam mostrar serviço antes de virarem Audi - graças a Valtteri Bottas, Pierre Gasly com a sua Alpine e Nico Hulkenberg com a sua Haas, mas por outro lado, Charles Leclerc foi 12º e não passou, o que deixa a Ferrari só com um carro na Q3, e as suas chances de conquistar o Mundial de Construtores à McLaren muito pequenas. 

A acompanhar o infortunado monegasco, ficaram Kevin Magnussen - na sua última corrida na Formula 1 - os Racing Bulls de Yuki Tsunoda e Liam Lawson, e o Aston Martin de Lance Stroll, enquanto Fernando Alonso conseguiu passar para a fase seguinte.  

A agitação parou por uns minutos, afinal de contas, preparavam-se os carros para a Q3. 


Se nos primeiros minutos, gente como Nico Hulkenberg começou a fexer uma gracinha, com um tempo de 1.23,482, Max veio logo a seguir e melhorou com 1.22,945... apesar de ter perdido por momentos o controlo do seu carro na última curva! E foi ainda melhor que Sainz Jr, que pareceu logo a seguir, fazendo a curva de forma normal. Será mais um daqueles episódios que entrarão na lenda do piloto neerlandês, definitivamente...

Logo a seguir, vieram os McLarens. Se Oscar Piastri ficou a 20 centésimos de Max, Norris é apenas mais lento que Max em... quatro milésimos! E todos fizeram aquela curva sem perder o controlo.  

Na investida final, o primeiro espanto: Nico Hulkenberg, no seu Haas, faz 1.22,886, e bate Max, ficando na primeira posição, enquanto todos tinham os olhos nos McLaren. Eles ainda demorariam mais algum tempo para marcarem tempo, e quando assim foi, Oscar Piastri marcou 1.22,804, menos 82 centésimos para "Hulk", enquanto Norris, pouco depois, fez melhor: 1.22,595, arrecadando a pole-position. Entre eles, Sainz Jr, que não conseguiu mais que 1.22,824, sendo terceiro. 


Em jeito de rescaldo, foram os McLaren que levaram a melhor, com Norris - como sempre - a ser o melhor para conseguir a pole-position. Parece que o britânico está a gostar de fazer a volta mais rápida, batendo o seu companheiro de equipa, e com os Ferrari atrás na grelha, apesar do terceiro lugar de Sainz Jr, parece que tem tudo para alcançar o título de Construtores que lhes escapa desde 1998, os tempos de Mika Hakkinen e David Coulthard.  

Mais espantoso foi o lugar de Nico Hulkenberg, que é quarto, na frente de Max Verstappen, e o mau lugar de George Russell, sétimo, apenas na frente de Fernando Alonso, Waltteri Bottas e "Checo" Pérez, numa parte final que andou mais baralhada que o costume. Creio que seja o ambiente de final de festa, com alguns em melancolia e outros a querer atirar os foguetes e apanhar as canas...

Amanhã é dia de corrida. E claro, queremos saber como isto tudo acabará.

Youtube Formula 1 Vídeo: As patetices da "dona FIA"

O final de semana do GP do Qatar foi bem interessante, de facto. Os momentos aborrecidos passaram rapidamente para os agitados e tudo, mas o que muitos afirmam é que o presidente da FIA, Mohamed ben Sulayem, parece querer controlar a instituição à força e anda a despedir gente para substituir por "yes-men". Claro, ninguém fica feliz com isto, e outros afirmam que a razão da penalização de um lugar do Max Verstappen, na pós-qualificação, tinha a ver com o comissário ter cedido às exigências do George Russell.  

Claro que as coisas parecem ir a caminho do caos, pelo menos na visão do Josh Revell, mas estamos em pleno final de semana do GP do Abu Dhabi, temos de dar alguma margem de tolerância... 

sexta-feira, 6 de dezembro de 2024

A imagem do dia



Há uns dias, mais precisamente na quarta-feira antes do GP do Qatar, em Losail, foi anunciado um acordo por parte da Qatar Investiment Authority (QIA) para a compra de 30 por cento da Sauber-Audi. Para a marca alemã, foi, de uma certa forma, um alívio, porque assim não tem de investir tanto na construção de uma equipa completa, ou seja, motor e chassis. E como já foi visto anteriormente quando se falou aqui da Aston Martin e da Aramco, o fundo soberano do Qatar irá investir fundo na Formula 1, a partir da próxima temporada.

E quão fundo é isso? Mais de 1,2 mil milhões de dólares. A começar pelos 600 milhões que a QIA deu pela equipa - dado depois de uma avaliação do seu capital. Depois, o dinheiro que injetará na equipa ao longo dos seus anos seguintes para desenvolver não só os seus motores - a Audi tem uma parceria com a BP britânica - para tentar chegar ao topo.

É verdade que está atrás de Mercedes (Petronas) e Honda (Aramco), que aparentemente, partiam bem na frente a competição para saber quem tem o motor mais potente no pelotão dessa temporada, mas querem recuperar o tempo perdido, e estão a investir pesado para lá chegarem.

Mas não irão fazer do chão: na realidade, há o projeto dos eFuels vindos da Porsche, do qual eles irão pegar a investir mais de 400 milhões de euros para os colocar num nível de competitividade a par das duas marcas que estão na frente desta tecnologia.

Mas também há uma razão pelo qual o Qatar está a meter tanto dinheiro: politica. Contra a Arábia Saudita.

Ambos são autores relativamente tardios à Formula 1, mas por trás, são dois governos ultra-ricos, com fundos de soberanos bem polpudos, e desejam projetar a imagem das suas nações no mundo. Todos sabemos onde aconteceu o último mundial de futebol, em 2022, e onde será em 2034, e há muitas outras aspirações. A Formula 1, para ambos, é mais uma frente para muitas ouras coisas, como a Qatar Airways, uma das marcas mis conhecidas. Mas toda a gente sabe que, em 2015, a Arábia Saudita bloqueou o Qatar, numa guerra não-declarada do qual acabou três anos depois, sem vitória da parte da Arábia Saudita. 

Claro, para a Audi, até é um alivio para os seus cofres - avançou em 2022, mas entretanto descobriu que era mais complicado por causa da queda de vendas dos seus automóveis - logo, o projeto, ainda que seja da Audi, é mais na parte técnica que na financeira. Os qataris foram praticamente os seus salvadores, porque o risco do projeto ser abortado a meio chegou a ser real.

E se tudo correr bem, será mais um candidato sério aos títulos. Mas só a partir de 2026, quando tudo começar a rolar nos seus eixos.           

Youtube Formula 1 Vídeo: Ecclestone e a sua coleção (que colocou à venda)

Como é sabido, no passado domingo, Bernie Ecclestone anunciou que iria vender a sua coleção de carros de Formula 1. E a coleção é bem eclética e claro... valiosa. dos 69 carros presentes, muitos são os seus Brabhams - foi o dono da equipa entre 1972 e 1986 - e muitos outros são Ferraris, com alguns carros de Grand Prix, dos anos 30, um Vanwall e mais algumas marcas, incluindo um Bugatti. 

A coleção já está avaliada em 600 milhões de dólares, e ao contrário de muitas outras coleções, será vendida um a um, através de um negócio privado por Tom Hartley Jr. que fez uma entrevista ao próprio Bernie, para saber as razões da sua venda, especialmente agora, que tem 94 anos. 

quinta-feira, 5 de dezembro de 2024

A imagem do dia


Mais que afirmar "o final de uma era", só agora é que me dei conta: desde o inicio da sua careira, em 2007, num McLaren, Lewis Hamilton só andou em carros com motor Mercedes! Ele entrou na Formula 1 com 22 anos, e sairá da Mercedes, equipa onde corre desde 2013, a quatro semanas de entrar no clube dos 40.

Hamilton é certamente um dos melhores que o automobilismo nos proporcionou. Mas há algo que ouvi no fim de semana do Qatar que me diz que ele irá sentir saudades de estar por ali. Foi quando afirmou que não tinha ritmo para acompanhar George Russell. Já começa a sentir o peso dos anos? Não tenho uma resposta a isso, mas creio que ele já tem um vislumbre do futuro. Irá passar por tempos complicados. Não só contra Charles Leclerc, que tem estofo para vencer, mas estará numa equipa que não ganha nada desde 2008 - em termos de Construtores - e na última década, praticamente se tornou no sítio onde os veteranos vão ali para morrer. Basta ver Fernando Alonso e Sebastian Vettel

Hamilton gostaria de ganhar ali o seu oitavo título, mas não creio que o alcance. Não direi que será um erro, mas daquilo que se começa a falar sobre o futuro, ele poderá ter dado um passo ao lado. Num futuro onde os lubrificantes terão um peso importante nos carros, na sua potência e performance, não será em Maranello que conseguirá o seu oitavo título. Seria... ali, em Brackley. O sítio onde está a ir embora, depois de 12 temporadas de bons serviços. 

E se formos ver bem, quem está ao lado de Toto Wolff é Andrea Kimi Antonelli. O substituto de Hamilton, do qual Wolff está a apostar todas as suas fichas, e quer fazer dele o próximo campeão, usando o mesmo método que Ron Dennis usou há duas décadas para fazer o seu campeão: Lewis Hamilton. 

Espero estar errado, mas acho que Hamilton acabará a sua carreira com os sete títulos que tem. E a sua despedida poderá ser melancólica. Ganhará corridas com a Scuderia, mas não baterá o recorde de Michael Schumacher. Mas será o segundo piloto a passar a barreira dos 400 Grandes Prémios, isso tenho a certeza. 

Youtube Motoring Vídeo: A oficina do Richard Hammond, quatro anos depois

Como sabem, há quatro anos, o Richard Hammond decidiu abrir uma oficina de restauro de veículos, de seu nome "The Smallest Cog". Quem acompanhou a série no Discovery Channel, ou noutro lugar qualquer, sabe que ele montou a oficina com três restauradores competentes, que são uma família - ele, o irmão e o filho -  e aos poucos, tem andado a restaurar carros e fazer outras coisas, tentando crescer e prosperar numa industria que existe no Reino Unido, que é muito importante.

Então, o o que tem a garagem, neste momento? Entre outras coisas, tem um Mercedes, Um Range Rover, um Toyota Hilux, um MG e um 911. Nada mau. Mas acho que deveriam ver isso tudo neste vídeo do Drivetribe.

WEC: Magnussen será piloto da BMW na Hypercar


Kevin Magnussen não ficará desempregado por muito tempo. A BMW confirmou esta semana que o piloto dinamarquês de 32 anos será piloto do seu carro para as temporadas quer do WEC, quer da IMSA, em 2025. 

Estou feliz e orgulhoso por representar uma marca tão icónica no desporto motorizado como a BMW em algumas das corridas mais lendárias do mundo”, começou por afirmar Magnussen. “Após dez anos na Fórmula 1, estou a iniciar um novo e entusiasmante capítulo, e estou ansioso por enfrentar o desafio nos carros desportivos mais inovadores e avançados da história das corridas de resistência. Um grande agradecimento à BMW M Motorsport por esta fantástica oportunidade. Mal posso esperar para começar os preparativos e estou ansioso por dar início à temporada de 2025 com o resto da equipa”, acrescentou.

Andreas Roos, o homem forte do automobilismo da marca de Munique, afirmou que Magnussen será uma mais-valia para a equipa em ambas as competições.

Kevin Magnussen é uma adição extraordinária ao nosso programa LMDh” começou por afirmar. “Ele demonstrou regularmente a sua velocidade ao mais alto nível na Fórmula 1 ao longo da última década. Graças à sua vasta experiência, é um verdadeiro trunfo para o nosso projeto. A sua temporada completa anterior com um protótipo, em 2021, é outra vantagem para nós, pois facilitará certamente a sua adaptação ao BMW M Hybrid V8. Estou muito satisfeito por Kevin Magnussen fazer agora parte da família BMW M Motorsport.”, finalizou.

A BMW ainda não revelou o alcance das atividades de Magnussen para a temporada de 2025, afirmando que “mais detalhes sobre o seu calendário de corridas serão anunciados posteriormente.

Magnussen competiu anteriormente com a equipa Cadillac DPi da Chip Ganassi Racing na temporada 2021 e estreou-se nas 24 Horas de Le Mans ao lado do seu pai, Jan Magnussen, no mesmo ano. Depois disso, em 2022, estava previsto ele integrar o projeto LMH da Peugeot antes de regressar inesperadamente à Haas, na sequência da saída de Nikita Mazepin da equipa.

WRC: Formaux na Hyundai


A Hyundai anunciou que o francês Adrien Formaux será seu piloto na temporada de 2025. Ele fará companhia ao estónio Ott Tanak e o belga Thierry Neuville, atual campeão do mundo, na estrutura da equipa coreana. 

A saída de Fourmaux da M-Sport - que cuida dos Ford Puma Rally1 - rumo à Hyundai era o segredo mais mal guardado destes últimos dois meses. Depois de uma temporada que terá sido a melhor da sua carreira, com cinco pódios, Fourmaux tentou um lugar na Toyota ou Hyundai, para ter acesso a um carro mais competitivo... e conseguiu. 

E apesar da equipa coreana ter confirmado três pilotos, poderá alinhar com quatro carros na temporada de 2025, como irá fazer a Toyota. 

A nossa abordagem partilhada do terceiro carro em 2024 permitiu-nos realizar um dos anos mais fortes da equipa no WRC e gostaria de agradecer sinceramente ao Esapekka, ao Dani e ao Andreas [Mikkelsen] pela sua enorme contribuição para isso. Para os desafios renovados do próximo ano, a consistência e a estabilidade dos três carros serão cruciais. Estamos, por isso, muito satisfeitos por confirmar Adrien e Alexandre como parte da nossa equipa após a sua incrível temporada de 2024.", começou por afirmar Cyril Abiteboul, o diretor desportivo da Hyundai Motorsport. 

"O Adrien impressionou não só com os resultados que alcançou esta época, mas também com a sua mentalidade e atitude renovadas que trouxe para o seu regresso ao Rally1. Acreditamos que o nosso alinhamento de Thierry, Ott e Adrien será uma força formidável nas etapas do mundo em 2025”, concluiu.

Já Adrien Fourmaux está muito entusiasmado por se juntar à Hyundai Motorsport: “É uma grande oportunidade para mim e para o Alex, e estamos ansiosos por começar a trabalhar com a equipa. Como piloto, estamos sempre à procura de crescer e de nos esforçarmos, e este parece ser o passo certo na altura certa. A Hyundai tem tido uma forte presença no WRC durante anos e estou orgulhoso de fazer parte disso no futuro. Estou pronto para dar o meu melhor e ver onde esta viagem nos leva.”, afirmou.

Resta saber se a Hyundai alinhará com um quarto carro, e quem será o seu piloto. Neste momento, há o finlandês Esapekka Lappi, o norueguês Andreas Mikkelsen e o espanhol Dani Sordo, todos eles alinharam num programa parcial no WRC de 2024. 

quarta-feira, 4 de dezembro de 2024

Formula E: Felix da Costa preparado para a nova temporada


A Formula E começa neste final de semana a sua nova temporada, com uma corrida em São Paulo, no Brasil. E para António Félix da Costa, que começa a ser um dos pilotos mais veteranos do campeonato, pois já entrou na sua 11ª temporada na competição, o desafio desta temporada é mais eletrizante, com a chegada do novo monolugar Gen3 Evo, que acelera do 0 aos 100 em 1,82 segundos. 

Na Porsche, onde novamente fará dupla com Pascal Wehrlein, o atual campeão da competição, ele espera que a máquina continue a ser competitiva, para não só poder lutar pela vitoria, como também ter uma chance para o título, como teve nas duas últimas temporadas.   

"Sinto-me preparado para começar o ano. Nesta pausa trabalhámos muito com os engenheiros da Porsche para entender e maximizar o potencial do nosso carro, agora com a evolução do Gen 3 Evo, que tem algumas particularidades bem desafiantes, como os pneus que têm uma aderência bem diferente e uma degradação bem maior face aos que utilizávamos até aqui." começou por afirmar o piloto de Cascais.

"Nos testes percebemos que estamos competitivos, mas também ficou bem evidente que o nível de pilotos e equipas está muito alto. Neste momento é difícil dizer quem estará mais forte este fim-de-semana em São Paulo, sabemos sim que estamos competitivos e quero iniciar o ano de forma sólida, trazendo bons pontos para casa”, concluiu.

Correndo na pista citadina desenhada no sambódromo do Anhembi, com 2930 metros, o fim de semana começará na sexta-feira, com os treinos livres, enquanto no sábado, o ia começa bem cedo, primeiro com os segundos treinos livres, seguida da qualificação, com início marcado para as 12h30, com transmissão em direto em Portugal na Dazn 3. Mais tarde, ainda sábado, a partir das 17 horas, tem lugar a corrida, com transmissão em direto, tanto na Dazn 4, como também no Eurosport 1.

WEC: Hyundai apresenta o seu projeto para a classe Hypercar


A Hyundai apresentou nesta quarta-feira o seu carro para a classe Hypercar, na sua entrada quer para a IMSA, quer para o WEC. Num projeto liderado por Cyril Abiteboul, o Genesis Magma GMR-001, construído pela ORECA, já anunciou os seus dois primeiros pilotos: o alemão Andre Lotterer e o brasileiro Pipo Derani. Para além disso, a Hyundai Genesis colaborará com a equipa IDEC Sport em 2025, competindo na European Le Mans Series com um carro da classe LMP2, tendo talentos emergentes como o americano Logan Sargeant, ex-piloto da Williams na Formula 1, a britânica Jamie Chadwick, que competiu na Indy NXT, e o francês Mathys Jaubert.

"Esta entrada no desporto motorizado é uma evolução natural para a Génesis", disse Luc Donckerwolke, Diretor Criativo da Génesis. "O desporto motorizado permite-nos trazer o espírito de hipervelocidade, que inspira a nossa criação e inovação, de forma alinhada aos nossos valores centrais: Audaz, Progressivo e Distintamente Coreano."

Abiteboul afirmou que depois conquistar títulos no WRC e no TCR World Tour, a Hyundai Motorsport está bem preparada para apoiar a Génesis nesta nova e ambiciosa jornada.

"O lançamento oficial da Genesis Magma Racing é uma ocasião memorável", afirmou Abiteboul. "Estamos a levar a nossa experiência em corridas de circuito a um nível completamente novo, enquanto nos preparamos para competir em algumas das séries mais desafiantes do mundo."


A Genesis Magma Racing estabelecerá a sua base estratégica permanente no Circuito Paul Ricard, no sul de França, aproveitando a proximidade com a ORECA Motorsport e a IDEC Sport para fomentar a colaboração.

terça-feira, 3 de dezembro de 2024

A imagem do dia


Na foto, o argentino Roberto Mieres no seu Maserati numero seis, no GP da Grã-Bretanha de 1955, na pista de Aintree. Sexto na grelha, desistiu na 47ª volta quando o seu motor explodiu. 

Num tempo não muito distante, era relativamente fácil seres um "all rounder". Praticar duas, três quatro ou mais desportos, só para mostrar as suas capacidades até poderá ser normal quando és uma criança, para saber em que és bom, mas fazê-lo na vida adulta, já não é tão fácil assim.

E o piloto que falamos hoje tem uma longa carreira desportiva. Hoje, recua-se muitos anos, até junho de 1955. Estamos em Zandvoort, palco do GP dos Países Baixos, e o automobilismo está ainda em choque com os eventos das 24 Horas de Le Mans, que tinham acontecido no fim de semana anterior. Corridas estavam a ser canceladas - e existia apelos para a proibição do automobilismo na Europa - e a Mercedes, dominadora do campeonato, sofria com a polémica, embora eles tenham sido os menos culpados do incidente. 

E a Mercedes, ironicamente, era a marca dominadora na temporada da Formula 1, com Juan Manuel Fangio e Stirling Moss. Contudo, não corriam sozinhos: tinha a Maserati, Lancia e a Ferrari, e estes tentavam o seu melhor para os apanhar. Os italianos da equipa do tridente tinham dois bons pilotos: o italiano Luigi Musso e o argentino Roberto Miéres

A corrida não teve história, exceto dois momentos: a luta que Luigi Musso deu aos Mercedes para os acompanhar, numa corrida extenuante - cem voltas à pista, quase 420 quilómetros! - e a perseguição que Mieres deu aos primeiros, ele que tinha partido de sétimo na grelha. Aos poucos, os carros alemães iam-se embora, e apesar de Moss ter sofrido uma fuga de escape que o deixou intoxicado, acabou a meio segundo de Fangio, o vencedor. Musso conseguiu o lugar mais baixo do pódio, e o único que os acompanhou. Mesmo assim, acabou a 57 segundos do vencedor. E os pilotos da Mercedes foram os primeiros a dar os parabéns pela sua performance. 

Quanto a Mieres, conseguiu o quarto lugar, a uma volta, mas melhor ainda, conseguiu a volta mais rápida, que nesse tempo valia um ponto. E em conjunto com mais duas corridas onde acabou nos pontos, foi oitavo classificado de um campeonato encurtado pelos eventos de Le Mans.

Ele foi mais que um piloto de automóveis. No final da década, quando a sua carreira automobilística estava a chegar ao final, e era um dos representantes da Peugeot na América do Sul, o seu interesse pela vela, que tinha praticado na sua juventude voltou a alimentar e foi selecionado para representar o seu país, a Argentina, nos Jogos Olímpicos de 1960, em Roma, na classe Star. Ali, encontrou-se com o Principe Bira, a única ocasião na história da competição onde dois ex-pilotos de Formula 1 participaram na mesma competição. Mieres foi o melhor sobre Bira, mas nenhum deles ganhou medalhas: o argentino foi 17º, o tailandês - que foi a todas a edições até 1972 - foi o 19º.

Anos depois, Mieres contou que quem o meteu nesse tipo de barco fora... Bira! "A primeira vez na vida subi para um Star, que era o meu barco de corrida com o qual fui olímpico e oito vezes campeão argentino, foi em Cannes. O Príncipe Bira levou-me a velejar durante um tempo. Também nos Jogos Olímpicos de 60 corri contra ele, ele pela Tailândia e eu pela Argentina”, recordou, numa entrevista feita em 1975 para um jornal argentino.

Roberto Casimiro Mieres, que tinha o apelido de "Bitito", morreu a 20 de janeiro de 2012, em Punta del Este, no Uruguai. Ele tinha nascido a 3 de dezembro de 1924 em Mar del Plata. Faria hoje cem anos.   

Noticias: FIA não descarta uma 12ª equipa


O Presidente da FIA, Mohammed Ben Sulayem, manifestou esta semana o seu apoio à expansão da Formula 1 para 12 equipas num futuro a médio prazo, sublinhando que as regras permitem 12 equipas e descrevendo a adição da Cadillac, confirmado no fim de semana do GP de Las Vegas, como uma vitória para todos.

"Porque não?”, disse Ben Sulayem à Reuters no fim de semana do Grande Prémio do Qatar. “Trata-se de fazer a coisa certa. Então, porque é que temos uma opção de 12 se vamos dizer não, não, não? Para mim, é muito claro que é uma vitória para todos com a 11ª equipa”.

Estas declarações acontecem depois da entrada da GM, confirmada para 2026, com a possibilidade de ter os seus próprios motores em 2028. Há noticias de que a Toyota, que tem uma parceria com a Haas a partir de 2025, poderá começar a pensar num regresso da equipa japonesa à categoria máxima do automobilismo. Mas provavelmente, nunca antes do final da década, mesmo que comece agora o seu projeto. 

Noticias: Félix da Costa correrá nas 24 Horas de Daytona


Depois de um ano de ausência na Endurance, devido ao pedido da Porsche para que os seus pilotos da Formula E se dedicassem em exclusivo a essa competição, tendo ele abdicado de correr pela Jota Sport na classe Hypercar, António Félix da Costa irá regressar à competição no inico do ano, em Daytona. O piloto de Cascais correr com um LMP2 com as cores da equipa Inter Europol Competition, actual campeã do IMSA. 

O objetivo é claro: lutar pela vitória, e terá como companheiros de equipa o francês Tom Dilmman, seu conhecido na Fórmula E, e ainda Bijoy Gard e Jon Field.

A competição acontecerá no fim de semana de 25 e 26 de Janeiro.

"Estou de volta às corridas de Endurance. Não escondo que me causou alguma dor estar afastado este ano, mas o importante agora é preparar-me para estar na máxima força nas 24 horas de Daytona. Já venci o Mundial de Resistência, já ganhei as 24 horas de Le Mans, mas esta é uma muito especial que me falta ganhar. O nível de equipas e pilotos no IMSA e em Daytona é muito alto, mas acredito que tenho a equipa certa para puder lutar pela vitória. Agradeço o convite da equipa Inter Europol, que tem crescido muito nos últimos anos e mostrou ser a melhor solução para este meu regresso à resistência!", afirmou.

Tudo isto acontece no fim de semana do inicio da nova temporada da Formula E, que acontece em São Paulo

Vende-se: Porsche 917K de 1970


Este não é um Porsche qualquer: é o carro que Steve McQueen usou para filmar "Le Mans", no verão de 1970. E quem está a vendê-lo para que outos possam disfrutar? Nada mais, nada menos que Jerry Seinfeld, o comediante que adora carros.

Identificado pelo chassis n.º 917-022, será leiloado pela Mecum Auctions em Kissimmee, na Flórida, no próximo dia 18 de Janeiro de 2025, e poderá ser dos carros mais caros da história do automobilismo. Isto porque em 2017, outro 917K foi vendido por 14,08 milhões de dólares.

A história é simples: construído em 1969, foi comprado pela Solar Productions para a produção do filme, e ainda tem os suportes para colocar as câmaras para as filmagens. Quando esta terminou, foi para a Joest, onde correu em 1971, nas mãos de gente como Jo Siffert. Em 1975, caiu nas mãos de Brian Redman, outro piloto de automóveis, por 15 mil dólares, que depois foi adquirido por outro piloto, Richard Attwood - vencedor das 24 Horas de Le Mans de 1970, com Hans Hermann - ficando na sua posse por cerca de duas décadas. 


Seinfeld entra em cena em 2001 quando compra o carro a Attwood, por um valor não divulgado, mas antes de o vender, decidiu restaurar à condição original pela Cavaglieri Restorations e pela Ed Pink Racing Engines. Não só a pintura foi restaurada integralmente, como o motor de 5 litros foi reconstruído para um estado de funcionamento. 

O leilão atrairá não só os amantes do automobilismo, como também atrairá os fãs de McQueen, um dos "sex symbols" da sua geração e considerado o "rei do cool", que morreu em outubro de 1980, aos 50 anos de idade. 

segunda-feira, 2 de dezembro de 2024

Noticias: Ocon de fora da Alpine em Abu Dhabi


O francês Esteban Ocon está de fora da Alpine no GP de Abu Dhabi, na semana que vem. Ele será substituído por Jack Doohan na corrida final da temporada, antecipando a sua estreia na Formula 1. que só aconteceria em 2025. 

O acidente de Ocon na primeira volta do GP do Qatar poderá ter sido o último ato da sua passagem pela Alpine. E a razão tem a ver com a luta da equipa com a Haas pelo sexto posto, que poderá resultar num acréscimo de 10 milhões de dólares da parte da FOM na próxima temporada. E como ele irá para a Haas em 2025, a Alpine suspeita que ele estará a ajudar a nova equipa, especialmente depois da última evolução do carro ter resultado num aumento das performances, já que Pierre Gasly, seu companheiro de equipa, conseguiu um quinto lugar nesta corrida. 

Fontes dentro da Alpine contaram que isto estava a ser considerado ainda antes do GP qatari, mas oficialmente, a equipa não comenta. 

Assim sendo, com ele de fora, poderá sentar no carro da Haas no teste de final de temporada em Abu Dhabi, que acontecerá nos dias a seguir à ultima corrida do ano.  

domingo, 1 de dezembro de 2024

A imagem do dia


Adrian Newey é um génio na sua área. O seu palmarés é vasto e todos reconhecem que irá para a história como um dos melhores de sempre, a par de gente como Colin Chapman e Gordon Murray, entre outros.

Mas o que pouca gente entende é que depois da passagem de Newey, que começou na Formula 1 em 1980, estagiando na Fittipaldi, ao lado de Ricardo Divila, é que as equipas onde trabalham não recuperam - ou demoram muito tempo - para voltar ao topo. March, Williams, McLaren e Red Bull, todos eles sofreram. Bastante. E no ano em que se transferiu da Red Bull para a Aston Martin, é bom falar sobre o seu palmarés, comparado com o que essas equipas ganharam depois. 

Na March, depois de ser despedido no verão de 1990 e contratado a seguir para a Williams, a estrutura, baseada na Genoa Race, uma equipa feita por Cesar Gariboldi para levar Ivan Capelli para a Formula 1 - a March era o chassis de Formula 3000 que tinha sido modificada no inicio de 1987, quando foram para a categoria máxima do automobilismo -  acabou por desaparecer no final de 1991, com o escândalo da Leyton House, de Akira Akagi, apesar de uma tentativa meritória para se permanecer em 1992, e tentar competir na temporada de 1993, até que as enormes dívidas os terem derrubado.

Na Williams, ele ficou até meados de 1996. Do FW14 até ao FW18, todos estes chassis foram vencedores, conseguindo os títulos de Construtores de 1992 a 1994, e de 1996 a 1997. E claro, quatro títulos de pilotos, um para Nigel Mansell (1992), Alain Prost (1993), Damon Hill (1996 e Jacques Villeneuve. Quando ele rumou para a McLaren, a meio de 1996, ainda desenhou o que foi o FW18, mas depois disso, aliado ao final da parceria com a Renault, em 1997, a Williams ainda ganhou corridas, especialmente no consulado da BMW, mas nunca mais ganhou campeonatos. Aliás, a última vitória é de 2012, e o último pódio é de 2021.

Na McLaren, depois de desenhar o MP4/13, que deu os títulos de pilotos e Construtores de 1998, com Mika Hakkinen, ganhou títulos de pilotos em 1999, bem como carros vencedores até 2003, para pilotos como Kimi Raikkonen. Depois da saída de Newey, em 2005, a McLaren ganhou títulos de pilotos com Lewis Hamilton, mas depois disto, a McLaren passou por um período difícil, e só agora, em 2024, poderá ter uma chance de alcançar um título de Constutores.

E a Red Bull?

As coisas estão contra as cores deles. Nem falo da polémica de Christian Horner na última pré-temporada. Podemos falar da fuga dos principais dirigentes da equipa ao longo da temporada, mas mesmo que consigam algo em 2025, em 2026 não terão nem os motores Honda - ficarão com a Ford - e não há sinais de que terão o mesmo ritmo, a mesma velocidade e a mesma capacidade ganhadora que tem agora. E o contrato com Max Verstappen é até 2028.

Adrian Newey é ao mesmo tempo benção e maldição. Com ele a desenhar chassis, os carros andarão maravilhosamente na pista, quase sob carris. Depois dele, essas equipas atravessam o deserto, dos quais sairão muito tempo depois... isto, quando saem. As vitórias da Red Bull estão a prazo, e a lealdade dele à equipa... também. 

E agora, na sua nova etapa na Aston Martin, com a Honda a chegar em 2026, se ele não perder faculdades, será a próxima equipa a ser abençoado com o dedo dele.       

Vende-se: Coleção de Formula 1 de Bernie Ecclestone


Aos 94 anos, Bernie Ecclestone sabe que é melhor fazer isto enquanto for vivo. É que a sua coleção de 69 carros de Formula 1 e de Grande Prémio irá estar à venda no ano que vêm. O custo estimado desta venda? Acima de cem milhões de libras. 

E não é uma coleção qualquer: desde um Bugatti Type 54S de 1931 ao Ferrari de 2002 ganho por Michael Schumacher. E entre eles estão carros como todos os seus Brabham de Grande Prémio, um Auto Union de 1937, um Vanwall de 1957, guiado por Stirling Moss, um Maserati 250F do mesmo ano, guiado por Juan Manuel Fangio

Adoro todos os meus carros”, começou por falar Ecclestone, “mas chegou a altura de começar a pensar no que lhes vai acontecer no caso de já não estar cá, e foi por isso que decidi vendê-los. Depois de os colecionar e de os possuir durante tanto tempo, gostaria de saber para onde foram e não deixá-los para a minha mulher cuidar, caso eu não esteja mais por perto.", continuou.

Um [carro de] Grande Prémio e, em particular, um carro de Fórmula 1 é muito mais importante do que qualquer carro de estrada ou outra forma de carro de corrida, pois é o auge do desporto, e todos os carros que comprei ao longo dos anos têm características de corrida fantásticas. Depois de colecionar os melhores carros de Formula 1 desde o início deste desporto, decidi agora transferi-los para novas casas que os tratarão como eu os tratei e cuidarão deles como preciosas obras de arte.”, concluiu.

Todos estes carros serão vendidos individualmente por Tom Hartley Jr, sócio comercial próximo de Ecclestone, um dos concessionários mais bem sucedidos do mundo em automóveis desportivos e de competição. Não será um grande leilão, mas será uma abordagem mais individual, que acontecerá ao longo de 2025.

Formula 1 2024 - Ronda 23, Losail (Corrida)


A colocação do GP do Qatar perto do final do calendário não é inocente. E não falo por causa da possibilidade de ser ali ser o lugar da decisão do campeonato, mas também por causa do lugar onde fica. Situado no Golfo Pérsico, apesar de ser um lugar no deserto, é húmido, sobretudo à noite. E com os eventos de 2023 ainda na mente das pessoas, será interessante saber como será este ano. 

Neste final de semana, o tempo está muito mais fresco e é o vento que está a constituir um desafio. No entanto, os tempos por volta são muito mais rápidos nestas condições, o que está a contribuir para mais um fim de semana também muito físico. Gente como Lando Norris, que afirma acreditar na frescura do piloto, como condição para sobreviver a uma corrida destas. 

O meu pescoço não está muito feliz, por isso, sim, vai ser uma corrida difícil. Estas condições frias, com o vento, levam a uma corrida muito mais rápida do que no ano passado. E é ainda mais física, o que não pensei que fosse possível. Por isso, é complicado, mas é um desafio que temos de enfrentar.”, afirmou o piloto da McLaren antes da corrida. 

Aliás, está a ser um fim de semana interessante. Lembram-se da qualificação? Pois é, por causa de uma manobra lenta na pista quando George Russell fazia uma volta rápida, os comissários da FIA - os que sobraram, diga-se... - decidiram que era matéria de penalização, e tiraram a pole ao Max Verstappen. Mas ele largará de... segundo! Apenas mudaram de lugar na primeira fila da grelha. Enfim... o que acontece é que, se calhar, Russell ficará com o primeiro lugar no final da primeira curva. Mas Max poderá ser o piloto agressivo que é, conseguir uma boa partida e forçar Russell para ficar com o primeiro lugar, se ambos estarem lado a lado.  

Com os pilotos a escolherem pneus médios - excepto Nico Hulkenberg, com duros, tentando uma estratégia diferente - a estratégia era importante, porque esta é uma pista complicada de passar, e a temperatura do asfalto também importa para ter os pneus no ponto o mais cedo possível.


Na partida, Max conseguiu ser bem mais veloz que George Russell e ficando lado a lado na primeira curva, passou-o. Mas logo atrás, era desafiado pelo McLaren de Lando Norris, que ficou lado a lado, mas o neerlandês conseguiu manter a liderança. Atrás, confusão: Esteban Ocon e Franco Colapinto bateram e acabaram na gravilha, com Nico Hulkenberg a sofrer um furo e ir às boxes para trocar o pneu. Mas no meio disto tudo, a organização colocou o Safety Car,  ficando atrás do Mercedes nas próximas voltas, enquanto tiravam os carros acidentados do lugar perigoso. Nesta altura, Max estava na frente, com Norris a seguir e Russell em terceiro, seguido por Charles Leclerc.

A corrida recomeçou na quinta volta, com Oscar Piastri a passar Leclerc, passando depois a apanhar Russell para um lugar no pódio. Atrás, Liam Lawson tentou passar Valtteri Bottas, e acabou por fazer um pião. Regressou à pista, mas no último posto. No computo da luta pelo título de Construtores, a McLaren era bem melhor que a Ferrari. 

Na oitava volta, Stroll, que era o último, era penalizado em 10 segundos, numa altura em que os comissários estão a vigiar Lewis Hamilton por ter causado falsa partida. Duas voltas depois, Stroll encostava às boxes de forma permanente, tornando-se na terceira retirada da corrida. Entretanto, na frente, Max fazia voltas mais rápidas atrás de voltas mais rápidas, tentando afastar-se de Lando Norris. Pouco depois, Hamilton sofreu uma penalização de cinco segundos por causa dessa falsa partida.

A partir da volta 17, a corrida se tornou cinzenta e as únicas ultrapassagens de relevo foram aqueles que todos faziam sobre o Yuki Tsunoda, enquanto na frente, Norris e Max marcavam voltas mais rápidas um ao outro, num combate à distância. 

As primeiras trocas de pneus aconteceram na volta 24, com Russell a ser o primeiro, com duros. Contudo a troca foi má, por causa do pneus traseiro direito, e perdeu alguns lugares, ficando ora dos pontos. Magnussen foi quatro voltas depois, e na volta 30, enquanto um espelho tinha voado para a reta da meta, Max tinha agora Norris na sua traseira, a pouco mais de um segundo. Na volta 35, Sainz Jr e Hamilton tinham problemas porque sofreram pneus. Ao mesmo tempo, Oscar Piastri foi às boxes, colocando médios. 

Mas logo a seguir apareceu o Safety Car, altura ideal em que boa parte dos pilotos foram à boxes para colocar duros. Russell foi uma segunda vez, colocar novamente duros. Algo do qual Russell estava puto da vida. Com os comissários a limpar o mais que podiam dos destroços, o Safety Car passava nas boxes para que pudessem limpar o melhor que podiam.


A corrida recomeçou na volta 40... instantes depois de Sérgio Pérez ter saído de pista. A razão tinha sido os pneus que não conseguiram ficar aquecidos o suficiente. Para piorar as coisas, um problema com o seu motor antecipou o final da corrida. Um azar nunca vem só... 

Na relargada, Norris largou melhor que Max, ficou lado a lado, mas o neerlandês conseguiu manter a posição. Atrás, Leclerc conseguiu passar Piastri para ser terceiro, mas no meio do pelotão, Sainz Jr despistara-se e Hulkenberg acabou fora, na gravilha. O Safety Car foi novamente chamado, e agora, cinco pilotos estavam de fora da corrida.

E a partir daqui, a chuva de penalizações. Primeiro, Norris teve um "stop & go" por causa de ele não ter levantado o pé numa situação de bandeiras amarelas, depois foi Hamilton, que se esqueceu de ligar os limitadores de velocidade nas boxes. Ambos acabaram no fundo do pelotão, e o britânico da Mercedes queria encostar o carro para retirar, mas a equipa não o deixou.

No final, enquanto Max caminhava para uma nova vitória, na frente de Leclerc e Piastri, Norris ficava ainda nos pontos - décimo, mais a volta mais rápida - algumas coisas interessantes aconteciam atrás. Pierre Gasly tinha aguentado os ataques de Carlos Sainz Jr e era quinto, a segunda melhor posição da temporada na Alpine, e no nono posto estava Zhou Guanyou, que dava os primeiros pontos da temporada para a Sauber, na semana em que o governo local anunciava que tinha uma participação parcial no projeto da Audi, a partir da próxima temporada. Valtteri Bortas poderia ter conseguido pontuar, mas o ritmo do carro de Norris era demais para ele e ficou à beira da pontuação.


Em termos de campeonato de Construtores, a Ferrari ganhou alguns pontos, e conseguiu levar a luta para Abu Dhabi, mas a McLaren ainda estava na mó de cima. 

E foi assim a noite qatari. Um pouco de aborrecimento, com ação... artificial. É um pouco como são as coisas na Formula 1, atualmente.