Mas o que pouca gente entende é que depois da passagem de Newey, que começou na Formula 1 em 1980, estagiando na Fittipaldi, ao lado de Ricardo Divila, é que as equipas onde trabalham não recuperam - ou demoram muito tempo - para voltar ao topo. March, Williams, McLaren e Red Bull, todos eles sofreram. Bastante. E no ano em que se transferiu da Red Bull para a Aston Martin, é bom falar sobre o seu palmarés, comparado com o que essas equipas ganharam depois.
Na March, depois de ser despedido no verão de 1990 e contratado a seguir para a Williams, a estrutura, baseada na Genoa Race, uma equipa feita por Cesar Gariboldi para levar Ivan Capelli para a Formula 1 - a March era o chassis de Formula 3000 que tinha sido modificada no inicio de 1987, quando foram para a categoria máxima do automobilismo - acabou por desaparecer no final de 1991, com o escândalo da Leyton House, de Akira Akagi, apesar de uma tentativa meritória para se permanecer em 1992, e tentar competir na temporada de 1993, até que as enormes dívidas os terem derrubado.
Na Williams, ele ficou até meados de 1996. Do FW14 até ao FW18, todos estes chassis foram vencedores, conseguindo os títulos de Construtores de 1992 a 1994, e de 1996 a 1997. E claro, quatro títulos de pilotos, um para Nigel Mansell (1992), Alain Prost (1993), Damon Hill (1996 e Jacques Villeneuve. Quando ele rumou para a McLaren, a meio de 1996, ainda desenhou o que foi o FW18, mas depois disso, aliado ao final da parceria com a Renault, em 1997, a Williams ainda ganhou corridas, especialmente no consulado da BMW, mas nunca mais ganhou campeonatos. Aliás, a última vitória é de 2012, e o último pódio é de 2021.
Na McLaren, depois de desenhar o MP4/13, que deu os títulos de pilotos e Construtores de 1998, com Mika Hakkinen, ganhou títulos de pilotos em 1999, bem como carros vencedores até 2003, para pilotos como Kimi Raikkonen. Depois da saída de Newey, em 2005, a McLaren ganhou títulos de pilotos com Lewis Hamilton, mas depois disto, a McLaren passou por um período difícil, e só agora, em 2024, poderá ter uma chance de alcançar um título de Constutores.
E a Red Bull?
As coisas estão contra as cores deles. Nem falo da polémica de Christian Horner na última pré-temporada. Podemos falar da fuga dos principais dirigentes da equipa ao longo da temporada, mas mesmo que consigam algo em 2025, em 2026 não terão nem os motores Honda - ficarão com a Ford - e não há sinais de que terão o mesmo ritmo, a mesma velocidade e a mesma capacidade ganhadora que tem agora. E o contrato com Max Verstappen é até 2028.
Adrian Newey é ao mesmo tempo benção e maldição. Com ele a desenhar chassis, os carros andarão maravilhosamente na pista, quase sob carris. Depois dele, essas equipas atravessam o deserto, dos quais sairão muito tempo depois... isto, quando saem. As vitórias da Red Bull estão a prazo, e a lealdade dele à equipa... também.
E agora, na sua nova etapa na Aston Martin, com a Honda a chegar em 2026, se ele não perder faculdades, será a próxima equipa a ser abençoado com o dedo dele.
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