sábado, 18 de janeiro de 2020

A imagem do dia

Por estes dias andava a ver o GP da Argentina de 1980, onde Alan Jones triunfou depois de lutar com Jacques Laffite, Nelson Piquet e sobretudo, Gilles Villeneuve. O piloto canadiano, que faria hoje 70 anos, teve uma prova de luta, despistando-se por duas vezes, antes de chegar ao terceiro posto, lutando com Jones por um lugar que poderia ter sido o da liderança, até se despistar na volta 36, quando a sua suspensão quebrou, de tanto stress causado pelos despistes anteriores e pelo estilo de condução agressiva do pequeno canadiano. 

Falo desta corrida em particular - e também posso falar da seguinte, em Interlagos, onde ele liderou por uma volta depois de uma partida excepcional - porque a temporada de 1980 foi das piores da Scuderia em muito tempo. O T5 era um carro inferior, e em Maranello já se pensava na transição para os Turbo, do qual o canadiano deu alguma ajuda, ao vencer duas corridas o Mónaco e em Jarama.

Mas o que queria dizer neste dia era que, não interessava o carro que tinha em mãos, Gilles tirava o seu melhor nele. Muitas das vezes exagerava, outras metia-se em discussões inúteis que acabariam por deitar pontos fora, e muitos pensariam que ele, se tivesse sido mais pragmático, teria tido melhores resultados. Mas não foi isso que os fãs queriam. O desejo deles é determinação, garra, vontade de vencer. E isso, ele tinha. E claro, Enzo Ferrari disse que Villeneue lhe lembrava Tazio Nuvolari. Que chegou a correr com talas nas pernas e ligaduras no peito para aguentar as dores de costelas partidas. Se vencer a corrida e vencer a dor, os fãs lhes dariam o coração e contariam aos netos que "estavam lá, eu vi".

Só venceu seis corridas, mas foram todas pela Ferrari. E em todas, menos uma, ele andou ao seriço do Cavalino. E por causa dele, há monumentos em Itália e no Canadá. E ainda não temos os monumentos ao Michael Schumacher, pois não? Salut, Gilles!

Formula E: Gunther bate Félix da Costa e vence e Santiago

Max Gunther foi o vencedor, dando mais uma vitória à BMW Andretti, batendo António Félix da Costa, que no seu DS Techeetah, fez uma corrida de recuperação do décimo posto. Mitch Evans, o vencedor de Ad Diriyah, ficou com o lugar mais baixo do pódio, enquanto Alexander Sims, Sam Bird e Jean-Eric Vergne foram os derrotados da tarde, ficando fora dos pontos.

A partida começou se grandes problemas... até ao gancho, onde toques prejudicaram alguns pilotos, como Neel Jani e um dos BMW, o de Alex Sims. O suíço acabou nas boxes e perdeu uma volta. A meio do pelotão, Sims a Andreas Lotterer lutavam pelos últimos lugares pontuáveis, tocando um com o outro. Na frente, Evans controlava o andamento perante Pascal Wehrlein, e alguns pilotos já começavam a usar o Attack Mode.

Poucos minutos depois, Sims acaba por abandonar, colocando a situação em Full Course Yellow, que pouco depois voltou ao normal, com mais alguns toques, especialmente em Rowland, que sofreu um toque de Sam Bird e acabou com o carro a desfazer-se. E com o passar das voltas, os pilotos da frente iam para o Attack Mode, com os DS a subirem na corrida, com Vergne na frente de Félix da Costa.

Na frente, Evans distanciava-se de Wehrlein, enquanto Gunther era atacado pelos Venturi de Massa e Mortara, enquanto atrás, Turvey era passado pelos DS. Eles foram ao ataque, e conseguiram apanhar Massa depois de um toque por parte do piloto brasileiro, quando queria passar Mortara. Ele conseguiu passar o português quando este foi ao Attack Mode pela segunda vez, mas ele recuperou a posição.

Nesta altura, Gunther foi para o Attack Mode e usou para apanhar Evans, que o conseguiu passar para a liderança. Faltavam 22 minutos para o final da prova. 

Poucos minutos depois, Wehrlein tentava fugir de Vergne com o seu Attack Mode, mas o francês atacou com uma travagem no limite para ser terceiro. Quase ao mesmo tempo, Mortara perdia o seu quinto posto para o piloto português. Na frente, Evans estava atento para apanhar Gunther, porque agora tinha Vergne a aproximar-se. Já Wehrlein era assediado pelo segundo piloto da DS e perdeu o quarto posto para Félix da Costa. Agora faltavam doze minutos.

A seguir, a asa da frente de Vergne solta-se e ele tentava aguentar o posto a qualquer custo, mas perdeu para Félix da Costa, atrasando-se. Pouco depois, foi às boxes trocar de frente, e a sua prova tinha ficado comprometida, mas depois, acabou por desistir. O português era terceiro e tentava apanhar os dois primeiros. E a seis minutos do fim, Félix da Costa estava na traseira do Jaguar do neozelandês, para depois o passar.

Depois disso, partiu para o ataque, apanhando Gunther ao ritmo de um segundo por volta. Conseguiu passá-lo depois de uma travagem num dos ganchos, e mesmo com a defesa agressiva do piloto alemão. Mas logo a seguir, pediram para resguardar a temperatura das baterias, e com isso, o alemão aproximou-se, tentando atacar. Na última volta, conseguiu passá-lo, partindo para a vitória. Evans ficou com o lugar mais baixo do pódio, na frente de Pascal Wehrlein. Stoffel Vandoorne foi sexto, no seu Mercedes.

Com isto, Guther torna-se, aos 21 anos, no vencedor mais jovem de sempre da competição, roubando o recorde... a Félix da Costa.

No campeonato, após três provas, o líder é agora Stoffel Vandoorne, com 38 pontos, contra os 35 de Sims. 

A 15 de fevereiro, a Formula E estará de volta, correndo no Autódromo Hermanos Rodriguez. 

Formula E: Mitch Evans é pole em Santiago

O neozelandês Mitch Evans deu à Jaguar mais uma pole-position, ao ser o melhor na qualificação para o ePrix de Santiago do Chile, batendo na SuperPole os carros de Max Gunther e de Pascal Wehrlein. Felipe Massa foi quarto no seu Venturi, enquanto António Félix da Costa acabou na décima posição da grelha, um lugar na frente de Jean-Eric Vergne, numa qualificação que ainda viu Oliver Rowland bater forte na primeira fase e Lucas di Grassi no fundo da grelha.

No verão chileno, com uma nova verão da pista de Santiago, a qualificação começou com o primeiro grupo, com André Lotterer e Stoffel Vandoorne a marcarem os seus primeiros tempos, antes de Oliver Rowland sair... e bater, quando perdeu o seu ponto de travagem e acabar no muro. Lucas di Grassi tentou evitar o carro de Rowland, mas perdeu a traseira e bateu também, terminado ali a sua qualificação. Alex Sims e Sam Bird não bateram, mas viram as suas voltas prejudicadas e não tiveram tempo para irem para a SuperPole.

No Grupo 2, constituido por Edoardo Mortara, Robin Frijns, Nyck de Vries, Daniel Abt, James Calado e Jean-Éric Vergne, Calado e Abt foram os primeiros na pista, com o alemão da Audi a ser melhor. Mortara conseguia ser melhor que Frijns e fazia 1.05,547. Pouco depois, Vergne tentava fazer o seu tempo, mas não era melhor que 1.05,625.

Para o Grupo 3, que tinha António Félix da Costa, Brendon Hartley, Jérôme D'Ambrosio, Mitch Evans, Pascal Wehrlein e Maximilian Günther, foi aqui que sairam boa parte dos que entraram na SuperPole. Evans saiu na frente e fez 1.04,941, seguido por Gunther, por 228 centésimos. D'Ambrósio teve problemas e encostou-se na pista, e Félix da Costa só foi o quarto melhor no grupo, batendo apenas Hartley. 

O grupo final, com Felipe Massa, Sébastien Buemi, Oliver Turvey, Neel Jani, Ma Qing Hua e Nico Müller, meteu metade dos seus membros na SuperPole. O piloto chinês, a contas com os estragos que causou devido a uma batida nos treinos livres, nem sequer entrou, enquanto Buemi marcou um tempo que lhe deu o terceiro lugar na tabela, e meio segundo de Evans. Massa ficou atrás, com Olier Turvey logo a seguir, deixando de fora Neel Jani, no seu Porsche.

Com a SuperPole, os contemplados foram Wehrlein, Buemi, Massa, Evans, Gunther e Turvey. Ali, o primeiro a sair foi o alemão da Mahindra, mas o seu tempo não foi veloz. Oliver Turvey foi mais lento ainda, mas os tempos de Gunther, Massa e Buemi encarregaram-se de mostrar que eram os mais velozes. 

A corrida acontecerá mais logo, pelas 19 horas de Lisboa. 

sexta-feira, 17 de janeiro de 2020

Dakar 2020 - Etapa 12 (Haradh-Qiddiya)

O Rali Dakar acabou nesta sexta-feira com os triunfos do espanhol Carlos Sainz nos automóveis e do americano Ricky Brabec nas motos, entre outras categorias. O ex-piloto de ralis, duas vezes campeão do mundo, e navegado por Luís Cruz, conseguiu aqui a sua terceira vitória na geral da sua carreira, depois de triunfos nas edições de 2010 e 2018.

No final, o espanhol agradeceu à Mini e aos que estiveram por trás do projeto, por terem auxiliado nesta vitória, explicando que a consistência foi a chave para este triunfo:

Estou muito contente. Houve muito esforço por detrás desta vitória, muito treino. Começamos a ganhar este Dakar logo no primeiro dia, onde começamos a andar a fundo.”, afirmou.

Sainz bateu no final o qatari Nasser Al Attiyah por 6.21 minutos, conseguindo também superar o francês Stephane Peterhansel. O piloto da Toyota já afirmou que pretende regressar em 2021 com o objetivo de triunfar.

Estou muito feliz. Fizemos um excelente trabalho para terminar na segunda posição, apesar de dois ou três erros no total. Estou feliz por correr aqui e para o ano vou voltar para vencer. Só preciso de mais um pouco de sorte.”, afirmou.

Em termos de etapa propriamente dita, Foi Nasser o grande vencedor, mas apenas ganhou 1.32 minutos sobre o francês Seiadan. O argentino Orlando Terranova foi o terceiro, a 3.16, mais nove segundos que Fernando Alonso, que terminou num digno quarto lugar na etapa, e foi o 13º da geral depois desta sua primeira experiência nas areias do deserto.

No final, o piloto das Asturias afirmou o que pensou desta experiência:

Estou feliz por terminar o Dakar. É um Rally muito difícil. Todos os dias tivemos um desafio novo. Sei que existem pessoas que levam tempo a terminar pela primeira vez. Eu tive a sorte de estar na equipa perfeita para fazê-lo.”, começou por dizer à imprensa espanhola.

A Fórmula 1 e o Dakar são extremamente diferentes. Se aqui consigo ser competitivo e lutar pela vitória em algumas etapas, consigo ser competitivo noutras categorias.

Alonso disse que pretende voltar ao Dakar, porque pretende vencer esta competição. Mas não afirma que estará à partida em 2021.

Agora não quero pensar se vou repetir ou não. Estou feliz com esta primeira experiência. Se voltar no futuro, quero fazê-lo para vencer, para acrescentar mais uma vitória na minha carreira. Tenho de ter a melhor equipa, a melhor preparação e o melhor carro. Acho que ainda não é a altura.

No lado das motos, Ricky Brabec comemorou o título e deu à Honda a sua primeira vitória desde 1989, quando o francês Gilles Lalay o conseguiu, quando a prova ainda era feita em paragens africanas. Curiosamente, a estrutura da Honda no Dakar tem entre eles dois ex-pilotos portugueses, Ruben Faria, que é o diretor-geral, e Hélder Rodrigues, que está ali como conselheiro. Foi graças a eles que Brabec ficou na liderança do Dakar a partir da terceira etapa, para não mais a largar.

Contudo, na etapa, o vencedor foi o chileno Cornejo, noutro Honda, que aproveitou a vitória para subir ao quarto posto da geral, na frente de Brabec, que controlou a todos e confirmou o seu triunfo. Pablo Quintanilla foi o quinto na etapa, mas ficou com o segundo posto da geral, a 3.32 minutos do vencedor, enquanto Toby Price foi o terceiro, dando o pódio à KTM, que depois de 18 anos, vê o seu domínio terminado. 

Agora, o Dakar regressa em 2021, nas areias sauditas.

Youtube Formula 1 Video: Conheçam o novo piloto de testes da Williams

A Williams anunciou por estes dias que contratou o israelita Roy Nissany para ser seu piloto de testes, com direito a três treinos livres durante a temporada de Formula 1, e ainda por cima, terá mais uma temporada na Formula 2.

O Josh Revell decidiu fazer este "belo" video sobre ele que demonstra, de uma certa maneira, o seu... talento. Vocês entenderão do que ele anda a falar.

Youtube Racing Video: A demonstração de Ken Block no Extreme E

O carro da Extreme E aproveitou o último dia do Dakar para fazer uma demonstração das suas capacidades. E quem o guiou foi, nada mais, nada menos, que Ken Block, conhecido pelas suas "ghynkhanas". O americano de 52 anos ficou agradado com a condução deste carro, que será usado na nova série de todo o terreno elétricos, que arrancará em 2021.

Foi a minha primeira vez a pilotar um carro de corridas elétrico. Também é a minha primeira vez na Arábia Saudita e a primeira vez a pilotar no Rally Dakar. Passei a minha carreira toda a pilotar carros com motores a combustão, onde utilizas o pé esquerdo no travão e o turbo para te ajudar nas curvas.”, começou por dizer.

Aqui, podes ser muito mais progressivo com o acelerador. Também podes esperar mais um pouco, pois o binário está imediatamente disponível. Mal colocas o pé no acelerador ele sai disparado. Tenho de me conter pois o carro reage depressa e a entrega de potência é imediata.”, concluiu.

Aqui podem ver o video da sua demonstração.

Noticias: Piloto cai no Dakar e está em estado critico

O Dakar nas motos está este ano a ser sombrio. Cinco dias depois do acidente mortal de Paulo Gonçalves, a organização anunciou que o holandês Edwin Straver está em estado critico depois de ter sido encontrado inconsciente ao quilómetro 120 da 11ª etapa. O piloto, de 48 anos, esteve em paragem cardíaca durante dez minutos antes de ser reanimado pelos médicos da prova, que, entretanto, chegaram ao local.

O português Mário Patrão foi um dos primeiros a encontrar o infortunado piloto holandês e esteve a prestar ajuda até à chegada das equipas médicas. “Estava a ir no meu ritmo e ao quilómetro 120, enquanto estava a tentar encontrar um waypoint [ponto de passagem obrigatória], vi um piloto caído, chamei de imediato a equipa médica e estive a prestar auxílio até à sua chegada. Senti a pulsação no pescoço dele assim que me aproximei, mas, de repente, deixei de sentir”, contou o piloto de Seia no final da tirada, ao site português Observador.

Staver era piloto amador e tinha vencido a categoria Original by Motul em 2019.

quinta-feira, 16 de janeiro de 2020

A(s) image(ns) do dia




Já só falta pouco menos de três meses para o primeiro GP do Vietname da história, e a organização mostrou as primeiras fotos do paddock, que foi construído no parque desportivo da cidade. Le Ngoc Chi, CEO da Grand Prix Corporation do Vietname, ficou emocionado ao anunciar a conclusão do edificio: 

"Este é um momento importante no desenvolvimento do circuito de Hanói e outro marco vital na preparação para o primeiro final de semana de corrida do Vietname na Fórmula 1. Como a Cidadela Imperial de Thang Long e o Pavilhão da Constelação de Literatura que inspiraram o design do edifício, esperamos que essa estrutura se torne outro marco icónico de Hanói.", comentou.

"Com a pista próxima da sua conclusão e as bancadas a começar a ser construídas à medida que o evento se aproxima, os níveis de emoção para o Grande Prêmio do Vietname de Fórmula 1 em 2020 estão crescendo rapidamente. Estamos prontos e esperamos vê-lo em Hanói muito em breve.", concluiu.

Um tilkódromo híbrido - parte na cidade, parte traçado novo - com 5607 metros, todos esperam que esta nova adição ao calendário seja um sucesso. Veremos...

Dakar 2020 - Etapa 11 (Shubaytah - Haradh)

Stephane Peterhansel venceu a etapa de hoje, e alcançou em termos de carreira a sua 80ª vitória em especiais. Mas em termos de geral, com a vantagem de 10.17 minutos para o segundo classificado, Carlos Sainz tem tudo para vencer este Dakar, que termina amanhã, nos arredores de Riyadh, a capital do país. Contudo, a disputa pelo segundo lugar é ao segundo: entre Nasser Al Attiyah e Stephane Peterhansel... seis segundos separam um do outro. E tudo pode acontecer, pois hoje, o francês venceu a tirada com dez segundos de avanço para o homem da Toyota.

É muito difícil ganhar minutos em circunstâncias normais! Por outro lado, os erros de navegação levaram a grandes margens. Lutámos muito, forçámos o andamento o dia todo e ganhámos algum tempo, mas não o suficiente. Agora, se o Carlos [Sainz] conseguir levar o carro para casa, será ótimo para a equipa”, disse o piloto francês, navegado pelo português Paulo Fiúza.

Pagámos caro pelo nosso erro de ontem. Agora vamos lutar com o Stéphane pelo segundo lugar. Chegar tão longe já é ótimo, há uma etapa a percorrer e veremos como corre.”, comentou Nasser Al Attiyah, provavelmente confirmado pelo facto do seu adversário ter a vitória na mão e ter de lutar para não perder o segundo posto para o francês.

Nas motos, O chileno Pablo Quintanilla foi o melhor, conseguindo nove segundos de vantagem sobre Matthias Walkner. O argentino Luciano Benavides foi o terceiro, enquanto Ricky Brabec foi décimo, perdendo 10.48 minutos e metade da vantagem que tem sobre Quintanilla. Mas muitos acreditam que isso será mais do que suficiente para que o americano vença a competição sem grandes problemas, pois tem 13.56 minutos de vantagem sobre o piloto chileno. Toby Price é o terceiro, a 22.34 minutos.

O Dakar termina amanhã com a etapa entre Haradh e Quiddiya, num total de 374 quilómetros.

W Series: Categoria terá mais duas provas nas Américas

A W Series, categoria totalmente feminina, terá mais duas provas no seu calendário. Ela será uma prova de suporte nos fins de semana de Austin, nos Estados Unidos, e na Cidade do México, no autódromo Hermanos Rodriguez, para além das seis provas realizadas na Europa, como suporte do DTM. 

Estamos radiantes que, apenas na nossa segunda temporada, o nosso campeonato tenha sido recebido pela Fórmula 1, e estamos muito entusiasmados com o facto das duas últimas corridas da temporada 2020 serem realizadas como parte do campeonato de Fórmula 1”, começou por dizer Catherine Bond Muir, a CEO da competição, no seu comunicado oficial. 

As nossas duas novas corridas acontecerão após seis corridas inseridas na plataforma DTM, criando um campeonato de oito provas muito variado, extremamente emocionante e verdadeiramente internacional. Estou particularmente satisfeita que a W Series agora realize corridas fora da Europa, e os EUA e o México são, obviamente, novos territórios muito importantes para nós.”, continuou.

Muito trabalho foi feito para conseguir o acordo entre a W Series e a Fórmula 1, mas, acima de tudo, quero agradecer às pilotos da W Series, às jovens corajosas e talentosas que capturaram a imaginação do mundo desportivo no verão passado. Elas farão isso novamente este ano, de maio a outubro, em todo o mundo.”, concluiu.

Para Ross Brawn, a W Series será uma forma de acrescentar oportunidades para as mulheres alcançarem o topo da categoria. 

Estamos muito satisfeitos por receber a W Series em dois eventos do Campeonato do Mundo de Fórmula 1 da FIA em 2020, como os de Austin e Cidade do México. Em apenas um ano, a W Series contribuiu significativamente para aumentar o interesse no tópico diversidade e inclusão no automobilismo.“, começou por dizer.

Estamos convencidos de que nosso desporto deve oferecer oportunidades iguais para homens e mulheres competirem juntos – não é coincidência que melhorar a diversidade da grelha da F1, apoiando e promovendo o talento do piloto de origens sub-representadas, seja um dos nossos objetivos estratégicos.”, concluiu.

A competição começará a 30 de maio no Igora Drive, nos arredores da cidade russa de São Petersburgo, com passagens por Anderstorp, Monza, Norisring, Brands Hatch e Assen, antes das idas às Américas.

Formula E: Félix da Costa quer fazer bom resultado em Santiago

A dois dias do ePrix de Santiago do Chile, terceira prova do campeonato da Formula E, António Félix da Costa (AFC) pretende ser mais feliz do que foi na ronda dupla da Ad Diriyah, onde azares a penalizações o impediram de sair dali com melhor resultado e a marcar posição na luta interna do campeonato com Jean-Eric Vergne

Para este fim-de-semana, AFC quer traduzir este andamento num bom resultado, focando o seu pensamento em "manter-se totalmente fora das confusões e toques.", começou por dizer.

"Já mostrámos que temos um bom carro, rápido e temos de nos focar nos detalhes para estarmos desde logo na frente na qualificação. Se o fizermos sei que em corrida, com uma boa gestão de energia, temos tudo para estar na luta pela vitória. Para mim e para todos os portugueses foi um início de semana bem duro, com o Paulo (Gonçalves) a deixar-nos... Irei lutar e dar tudo para fechar esta semana negra com uma homenagem a este grande piloto e homem. É esse o meu pensamento!", referiu o piloto de 28 anos.

Não vai ser um final de semana fácil, dado que se prevêm temperaturas na ordem dos 35ºC, que deverão ser um grande "handicap" para pilotos e baterias dos carros. O circuito, de 2348 metros de comprimento, sofreu algumas alternações em relação a 2019, como o pit-lane, que foi movido para dentro do circuito e ainda uma chicane apertada no meio da reta, que foi removida. Além disso, os dois ganchos também foram reposicionados e foi adicionada uma curva, logo no início da volta, que tem agora uma sequência esquerda/direita, ao invés da antiga longa curva 1.

A corrida acontecerá pelas 19 horas de Lisboa, com a transmissão na Eurosport portuguesa.

quarta-feira, 15 de janeiro de 2020

CNR: Apresentado o Rali Serras de Fafe

Decorreu esta terça-feira no Arquivo Municipal de Fafe a cerimónia de apresentação do Rali Serras de Fafe, que este ano é batizado de Serras de Fafe e Felgueiras, pois este concelho irá também acolher a prova de abertura do Campeonato de Portugal de Ralis, e que decorrerá entre os dias 28 e 29 de fevereiro. A prova é pontuável para o Campeonato de Portugal de Ralis, Troféu Europeu de Rails, Troféu Ibérico de Ralis e Campeonato de Ralis Norte.

No guião, o rali começa na sexta-feira pelas 15 horas, com a partida simbólica em Fafe, para depois serem disputas duas passagens por Aboim/Monte. no Final da tarde de sexta-feira irá decorrer o Fafe Street Stage, prova espectáculo disputada nas ruas do centro da localidade. No Sábado, dia 29, vão ser disputadas dez provas de classificação, com passagens duplas por mais cinco troços, a saber: Seixoso, Montim, Luílhas, Santa Quitéria e Lameirinha, com finalização em Fafe, pelas 19 horas.

Para Parcídio Sumavielle, vice-presidente e vereador da C.M. Fafe, o Serras de Fafe está a ser devidamente preparado para algo mais ambicioso: “Todos sabem que queremos organizar uma prova do Capeonato da Europa. Mantivemos silêncio sobre este tema, pois entendemos que só deveríamos avançar, caso não houvessem condições para que os Açores realizassem a sua prova.”, começou por comentar.

Quero deixar aqui claro, que a CM de Fafe Felgueiras estão disponíveis para receber uma prova de outro calibre e, quem sabe, brevemente o Rali Serras de Fafe e Felgueiras possa contar para o Europeu.”, continuou.

Carlos Cruz, Presidente do Demoporto, clube organizador, realçou que “são já 33 edições, em que apostamos sempre em introduzir novidades e daí, este ano, regressarmos a Felgueiras.

Para o Presidente da FPAK, Ni Amorim, a tónica deste rali é na segurança e foi ainda mais longe: “A Federação, este ano, em Fafe vai-se juntar a uma organização ambientalista e em parceria com a Câmara Municipal quer dar bons exemplos e implementar boas práticas. Entendemos que devemos contribuir para minimizar o impacto das provas e por isso vamos plantar algumas árvores de grande porte. Estou convencido que o Rali Serras de Fafe Felgueiras vai ser mais um sucesso, com uma lista de inscritos notável. Teremos que esperar pela lista de inscritos final, pois tudo indica que teremos a presença de vários pilotos estrangeiros.”, comentou.

A lista de inscritos será apresentada mais tarde, e há rumores sobe a participação de um ou mais carros do WRC. 

Youtube Rally Crash: O capotamento de Fernando Alonso

No Dakar, ninguém sai incólume. Mesmo um "rookie" como Fernando Alonso, que já teve a sua avaria que o fez atrasar em mais de uma hora, hoje teve um acidente à saída de uma duna que danificou o seu carro - mais particularmente o seu pára-brisas - que prejudicou um pouco o seu desempenho numa etapa-maratona que é o de hoje.

No final, ninguém ficou ferido, e o espanhol está pronto para outra. Em termos de geral, o piloto das Asturias já perdeu mais de uma hora, mas também já mostrou algumas boas performances, mostrando que ele é veloz em qualquer tipo de máquina.

Dakar 2020 - Etapa 10 (Haradh - Shubaytah)

A décima etapa do Rali Dakar ficou hoje encurtada devido à ventania que se fez sentir na zona entre Haradh e Shubaytah. Após 345 quilómetros de uma etapa-maratona, a organização decidiu que os carros, motos e camiões rumassem para o "paddock" de ligação, esperando para que os ventos se acalmassem.

No final, o vencedor foi declarado e este foi Carlos Sainz, que conseguiu uma vantagem de 18.10 minutos de avanço para Nasser Al-Attiyah, no seu Toyota, com Stéphane Peterhansel a ficar 16 segundos mais atrás do piloto qatari. Parece que a margem ficou suficientemente enorme para que o piloto espanhol possa sonhar com a vitória, mas Attiyah já avisou que não vai baixar os braços.

"Perdemos 18 ou 19 minutos para o Carlos (Sainz), mas a corrida é assim e amanhã é um longo dia. O Carlos vai ter que abrir a pista amanhã e eu vou começar de 17º e por isso temos de fazer uma boa etapa. É muito difícil fazer pressão, mas primeiro que isso temos de fazer uma boa etapa. Ainda nada acabou. Ainda há um longo caminho amanhã com 80 km de dunas. As coisas vão ser difíceis para todos. O Carlos vai abrir e não vai ser fácil. Mas hoje, estou um pouco decepcionado." reconheceu.

A etapa também ficou marcada pelo capotamento de Fernando Alonso, numa duna. Os estragos no seu Toyota foram grandes e o piloto espanhol perdeu uma hora, mas prosseguiu na etapa maratona. 

No lado das motos, o espanhol Joan Barreda Bort foi o melhor, numa etapa dominada pelos pilotos da Honda. Ricky Brabec aproveitou a "boleia" e ficou em segundo, a pouco mais de um minuto do vencedor. Kevin Benavides foi o terceiro, a cerca de dois minutos e meio do vencedor. 

Em termos de geral, Brabec mantêm a liderança, cada vez mais alargada para Quintanilla, que agora tem 25.44 minutos de atraso e agora é ameaçado por Barreda Bort, que está a 27.09. Toby Price é quarto, a 28.33. 

Amanhã, o Dakar sai de Shubaytah e regressa a Haradh, no total de 379 quilómetros.

terça-feira, 14 de janeiro de 2020

Rumor do dia: 24 corridas a partir de 2021?

Relatos de hoje referem que a Formula 1 está prestes a assinar um acordo com o governo saudita no valor de 50 milhões de libras - cerca de 65 milhões de euros - para acolher um Grande Prémio a partir da próxima temporada. Segundo conta o Daily Mail, a corrida saudita aconteceria num circuito de rua desenhado na cidade de Jeddah, antes da construção de uma pista permanente, que estaria disponível em 2022.

Caso aconteça, será o mais recente das provas desportivas que a Arábia Saudita irá acolher, depois do Rally Dakar, da Supertaça de Espanha e da Formula E, nas ruas de Ad Diriyah. 

A noticia surge numa altura em que se tenta confirmar a corrida de Miami, cujo circuito seria desenhado à volta de um estádio na cidade americana, a maior da Florida. Caso ambos sejam confirmadas, e se não sair qualquer Grande Prémio, entreanto, o calendário da Formula 1 poderá ter 24 provas, bem perto do desejo da Liberty Media ter 25 corridas no seu calendário.

Dakar 2020 - Etapa 9 (Wadi al Dawasr - Haradh)

Na nona etapa do Rali Dakar, entre as localidades de Wadi al Dawasr e Haradh, as coisas ficaram renhidas entre Stephane Peterhansel e Nasser Al Attiyah, com a vitória a sorrir para o piloto francês. No final, foram 15 segundos de diferença entre os dois, com Yasir Seaidan a pouco menos de cinco minutos dos homens da frente, depois de uma etapa em que apresentou um ritmo fortíssimo.

Carlos Sainz fechou o Top 5, tendo minimizado as perdas, depois de ter tido problemas a meio da etapa. Fernando Alonso foi nono, a 13:03 minutos.

Na frente, Sainz manteve a liderança, agora com Nasser Al Atiyah muito perto de si, meros 24 segundos entre eles. Stéphane Peterhansel é terceiro e está a 6.38 minutos atrás do líder da classificação geral.

Nas motos, o melhor foi Pablo Quintanilla, mais rápido que Toby Price em 1.56 minutos, e pouco menos de três minutos para Joan Barreda Bort. Ricky Brabec foi o quarto na etapa, apenas cedendo 3.55 minutos para o chileno da Husqvarna e dois minutos para o australiano da KTM.

Na geral, Brabec tem tudo controlado, pois tem 20.53 minutos de vantagem sobre Quintanilla, enquanto Toby Price é terceiro, a 26.43 minutos. Barreda Bort não anda longe, a 28.16, com Matthias Walkner, a 37.19.

Agora, a prova percorre amanhã os 534 quilómetros entre Haradh e Shubayadh, a antepenultima etapa do Dakar saudita.

segunda-feira, 13 de janeiro de 2020

A imagem do dia (II)

Há precisamente 40 anos, em Buenos Aires, começava o mundial de Formula 1. Se na Europa se tiritava de frio, nas Américas, o calor era rei, ao ponto de a corrida ter estado em perigo devido à degradação do asfalto no circuito Oscar Galvez. Felizmente, o asfalto aguentou nova camada durante o fim de semana e a corrida prosseguiu sem percalços.

Para a Fittipaldi, que nessa corrida comemorava o seu quinto aniversário na Formula 1, era uma altura complicada mas com esperanças. Tinham passado um 1979 muito agitado, com o fracasso no F6 e a retirada do patrocinador, a Copersucar. E tinham aproveitado os restos da Wolf - comprada por meio milhão de dólares, quem pagaria por isso nos dias de hoje? - para ficar com um conjunto de bons técnicos, mecânicos, alguns chassis e um piloto: o finlandês Keke Rosberg.

A Fittipaldi arranjou um substituto, na forma da cereja Skol, e tinha entre os recrutados da Wolf um bom projetista na figura de Harey Postlethwaithe, e o Wolf WR7 ainda era suficientemente aproveitavel para ser rebatizado de Fittipaldi F7, porque tinha sido suficientemente modificado para se serie como chassis intermédio, enquanto se projetava o seu sucessor, o F8.

Rosberg tinha substituido James Hunt a meio de 1979, tendo conseguido algumas boas performances, mas não conseguiu pontuar devido à fraca fiabilidade do carro. E em 1980, com um companheiro de equipa como Emerson Fittipaldi, ele poderia querer mostrar ao mundo que era veloz e implacável. E cilindrar o seu patrão até seria uma boa ideia. Não iria ter muitos amigos por dentro, mas ele estava a fazer-se à vida na Formula 1...

E foi o que fez: conseguiu o 13º posto na grelha de partida, com um carro que conhecia melhor, entre o McLaren do estreante Alain Prost e o Arrows de Jochen Mass, enquanto Emerson era 24 e último na grelha, oito décimos mais veloz que Dave Kennedy, o primeiro dos não-qualificados. 

Foi uma corrida de atrito. Apesar de Gilles Villeneuve ter feito mais uma demonstração de pilotagem, foi Alan Jones o grande vencedor, e ainda viu o seu novo companheiro de equipa, Carlos Reutemann, na berma, por causa de uma quebra de motor. Nelson Piquet, no seu Brabham, conseguiu aqui o seu primeiro pódio da sua carreira, e tudo indicava que seria Jody Scheckter a ficar com o lugar mais baixo do pódio, quando o seu motor explodiu na volta 45. Rosberg andou bem, mas conseguiu lebar o carro até ao fim, e aquele pódio, o seu primeiro de uma longa carreira e o segundo da história da equipa, mereceu ser comemorado. Comemorado por causa de um ano dificil, com final feliz, do qual os investimentos valeram a pena. 

E claro, não seria a última vez que ouviríamos falar de Keke Rosberg. Aliás, seria a primeira de muitos deste finlandês voador... que não andava nos ralis. 

A imagem do dia

Segunda-feira foi o dia de sabermos quem foram os nomeados para os Prémios da Academia de Hollywood, mais conhecido como "Óscars". E para os amantes de automobilismo, há boas noticias: "Ford vs Ferrari" foi nomeado para quatro estatuetas, incluindo o de Melhor Filme. Mas ele terá concorrência bem forte de filmes como "The Irishman", do Martin Scorcese, "Joker", de Todd Phillips e o incomparável "Jojo Rabbit", de Taika Waititi

Para além de Melhor Filme, foi nomeado para mais três categoria técnicas: melhor Edição, melhor Som e melhor Montagem Sonora. E aí, a concorrência não é tão fraca assim. Para além dos citados acima, também têm filmes como o "The Rise of Skywalker" ou "Parasitas" do coreano Bong Joon-ho.

É pela primeira e que um filme de automobilismo chega ao topo dos prémios de cinema mundial, e desde "Grand Prix" que vemos um filme nesta lista, mostrando que a aposta foi ganha. É certo que tem os seus defeitos, mas as qualidades superam-nas. Não tenho grande esperança de triunfo, mas volto a afirmar: é uma aposta ganha. E só mostra que, com o diretor certo e um bom argumento, sabendo contar a história do seu lado humano, é perfeitamente possível assistir ao triunfo de um filme de automobilismo.

E que seja a inspiração para projetos futuros.

Dakar 2020 - Etapa 8 (Wadi Al Dawasir - Wadi al Dawasir)

O francês Matthieu Serradori foi o grande vencedor da oitava etapa do Rally Dakar de 2020, 477 quilómetros ao redor de Wadi Al Dawasir, na Arábia Saudita. O piloto do Century Proto foi melhor do que... Fernando Alonso, no seu Toyota, que ficou a 4.04 minutos do triunfador. Orlando Terranova foi o terceiro, a 6.09 segundos.

Entre os da frente, o melhor foi Stephane Peterhensel, que obteve o nono tempo, melhor que Nasser Al-Attiyah, o 11º, quatro lugares à frente de Carlos Sainz.

Na geral, o piloto espanhol continua a liderar, agora com uma vantagem de 6.40 minutos sobre Nasser Al Attiyah, e de Stephane Peterhansel, terceiro a 13.09. 

Nas motos, com a etapa cancelada devido ao acidente mortal de Paulo Gonçalves, a Hero, equipa no quel ele alinhava, anunciou que se iria retirar da prova, em respeito pelo malogrado piloto.

Amanhã, o Dakar continua com a etapa entre Wadi Al Dawasir e Haradh, no total de 410 quilómetros em especial cronometrada.

The End: Tom Belso (1942-2020)

O dinamarquês Tom Belso, o primeiro do seu país a correr na Formula 1, morreu este domingo aos 77 anos de idade. Foi piloto pela Iso-Marlboro em quatro Grandes Prémios, tendo conseguido como melhor resultado um oitavo lugar na prova da Suécia, em 1974.

Nascido em Copenhaga a 27 de agosto se 1942, Belso começou tarde no automobilismo. Em 1969, foi para os Turismos locais e venceu na sua primeira corrida, acabando por ser campeão escandinavo da competição. Esse cheiro à competição se tornou determinante para o que se seguia, pois o prémio era um lugar na Formula Ford britânica. Com isso, vendeu a sua casa e mudou-se para o Reino Unido, onde andou na Formula Ford e a Formula Atlantic britânica, acabando no terceiro posto em 1971.

Por esta altura, tinha 29 anos, um pouco tarde para chegar mais longe, mas continuou. Foi correr em 1972 na Formula 2, pela Team Viking, conseguindo cinco pontos, e no ano seguinte, foi para a Formula 5000, correndo num chassis Lola, com motor Chevrolet, acabando na sexta posição. Mas a meio do ano têm a sua primeira chance de Formula 1, quando a Iso-Marlboro, equipa dirigida por Frank Williams, tem uma vaga para ele no GP da Suécia. E a estória desse fim de semana dfoi um pouco rocambolesca. 

Belso chegara ao lugar graças ao dinheiro de um seu patrocinador, e ele acabou por dar algumas voltas no carro na sessão de sexta-feira, conseguindo um digno 22º tempo. Mas como o dinheiro combinado não chegou a tempo, Belso não pode participar, dando o carro a Howden Ganley, que o qualificou na 11ª posição, e acabou a corrida no mesmo lugar.

Em 1974, volta a correr na Formula 5000, ao serviço da John Woolfe Racing, mas volta a ter a chance de correr na Formula 1 pela mesma equipa do ano anterior, o Iso-Marlboro, na Williams. A primeira chance foi na África do Sul, onde foi 27º e último da grelha, acabando logo na partida, com a embraiagem quebrada. Não se qualificou em Espanha, e só voltou a correr em Anderstorp, onde conseguiu um digno 21º posto na grelha e acabou na oitava posição, a uma volta do vencedor. 

Mas a corrida para Belso poderia ter acabado ainda antes de começar, pois teve um acidente na qualificação. Outro chassis, que era guiado por Richard Robarts, foi entregue a ele e pode competir e marcar o primeiro resultado relevante para um piloto da Dinamarca. O melhor até ao GP do Canadá de 1998, quando Jan Magnussen foi sexto, a bordo do seu Stewart-Ford.

Depois disso, só correu em mais uma prova, o GP da Grã-Bretanha, que nesse ano foi em Brands Hatch, onde não se qualificou.

Correu até 1977 na Formula 5000, quando o dinheiro para poder correr se tornou cada ex mais escasso. Com 35 anos de idade, decidiu abrir uma empresa, a Belso Cereals, onde foi bem sucedido na área por mais de 30 anos até ter vendido a empresa em 2005 a um conglomerado sul-africano, a Bokomo Foods.

domingo, 12 de janeiro de 2020

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O "Speedy" foi-se. E quando se vai alguém que admiramos, ao volante de qualquer coisa que gostamos, de modo repentino, fica o vazio, depois do choque inicial. Nunca ganhou o Dakar, mas foi o que esteve mais perto, ao ser segundo classificado em 2015. E do que fez das vitórias nas etapas, e das quedas aparatosas que o levou para o hospital, merecia ter subido ao lugar mais alto do pódio.

O Dakar é aquilo que um dia disse Thierry Sabine (outro das vitimas deste rali, a propósito...): um desafio para os que partem, um sonho para os que ficam. Mas o desafio não é vencer no rali mais dificil do mundo. Chegar ao fim sem um osso partido, sem um carro totalmente desfeito, ter sangue frio para saltar uma duna ou um monte a 180 km/hora, sem se perder no rastro no GPS, sem pensar que uma queda a 150 km/hora poderá ser a última. Ou sobreviver a um rali num dia onde estão 45 graus ao sol e o corpo pode entrar em colapso por causa de uma hiprtermia ou de uma forte desidratação.

O pessoal anda hoje a lembrar onde estavam quando quinze anos antes, o italiano Fabrizio Meoni teve a sua queda mortal. O Dakar ainda era em África, e as pessoas entraram em choque, não só por causa do que aconteceu, mas também por causa do seu carisma (o video dele a amaldiçoar o GPS é imortal...) e de sempre lutar pela vitória. Falar do seu acidente mortal depois de falar dos seus feitos em etapas anteriores, é claro que é um baque. Ainda mais quando é um dos "nossos".

Este ano, o "Speedy" tinha estado nas bocas do mundo por causa de uma avaria que tinha tido na terceira etapa, onde esperou seis horas por um motor novo, depois do anterior se quer quebrado. Não baixou os braços, e quando voltou ao rali, andava sempre entre o "top ten" nas etapas, mesmo irremediavelmente atrasado na geral. Sabia dar o exemplo dos que não desistem. Só se partisse algo no seu corpo é que saia. E era se doía muito...

Mas hoje foi-se. Nunca estamos preparados, e o pior é quando acontece a um dos nossos. E esta dor é de alma, porque foi por causa dessa atitude de "nunca desistir" que ficou na memória de muitos. E o choro compulsivo do Matthias Walkner, no final desta etapa, diz tudo para todos nós. Não precisamos de dizer mais nada. 

Agora, fica a lenda, que o Dakar já o tinha chamado há algum tempo. Ars lunga, vita brevis, Speedy.