sábado, 28 de dezembro de 2019

Considerações sobre um 2019 automobilistico (3)

3 - SAÍRAM DA VIDA, PASSARAM À HISTÓRIA


Anthoine Hubert. Jean-Luc Therier. Robin Herd. Domingos Piedade. Bill Simpson. Niki Lauda. Junior Johnson. Todos de origens diferentes, para eles, 2019 foi o último ano das suas vidas. Algumas longas e preenchidas, cheias de triunfos e fracassos, outros, vidas jovens subitamente interrompidas por aquilo do qual ainda acreditamos ser um desporto seguro, mas no final vemos que a Morte gosta de jogar um jogo do gato e do rato, querendo reclamar insaciavelmente mais vidas.

No caso de Hubert, a carambola da segunda volta da primeira corrida da Formula 2 no fim de semana belga mostrou que por muito que o carro seja sólido, nada escapa a uma colisão em T a mais de 260 km/hora, ainda mais numa curva como o Radillon. Quando Juan Manuel Correa embateu de frente no carro do piloto francês de 22 anos, soube-se de imediato da gravidade da situação. Bandeira vermelha, final imediato da corrida, e o silêncio. Aquele silêncio arrepiante da "não noticia", demonstrando a excepcionalidade do automobilismo na frente "no news, good news". A primeira sensação de que as coisas estão muito mal é quando não há noticias sobre o estado de determinado piloto após o acidente. E quem viveu isso nos acidentes anteriores, nos últimos dez anos, sabe perfeitamente que esse silêncio é só o pressentimento de algo muito mal irá acontecer.

Quanto a Correa, o equato-americano, esse também não esteve muito bem. Dois meses no hospital, o risco de perder a perna, foram as marcas físicas do acidente, e nem contamos com o psicológico, que eventualmente poderá ser mitigado, mas provavelmente não será apagado. Mas ainda nem sabemos se o próprio Correa fará ou não o seu regresso e mostrar que a sua carreira não ficou abalada.

No caso de Lauda, desaparecido na madrugada de 20 de maio, foi o final de uma vida excepcional, que o viveu na sua pele, e teve tempo de ser homenageado em vida. Sempre ativo, sempre interveniente, nunca foi uma criatura passiva, foi sempre capaz de ir ao fundo do problema, para o resolver. E sobreviveu ao Inferno para poder voltar e contar a sua história, e voltar a vencer. E sempre nos seus termos.

Pagou para entrar - Robin Herd disse que foram 35 mil libras, mais oito mil para a sua temporada de Formula 2 - conseguiu um lugar na Ferrari, sobreviveu ao pior desastre que poderia ter, no mais desafiante circuito de então, regressou em 40 dias, venceu mais dois títulos mundiais, cansou-se de andar às voltas para regressar algum tempo depois, e mesmo depois de ser piloto, foi dono de uma companhia aérea, comentador televisivo, e diretor-geral da Mercedes, ao lado de Toto Wolff. E ainda teve tempo de ver Hollywood fazer um filme sobre ele e James Hunt, seu rival na temporada de 1976. Um ser destes só aparece uma vez em cada século, e tivemos esse privilégio de o er em todos os seus aspectos: como piloto, primeiro, e como dirigente, depois. 

Falar de Robin Herd, um dos fundadores da March, a falecido a 5 de junho, aos 80 anos, é referir sobre como alguém que ajudou a desenhar o Concorde acabou por fundar uma equipa e ser o último a ficar. Assistiu aos altos e baixos da equipa, viu os seus sócios todos partirem até ficar ele, quase até ao final, no anos 80. Sabia de aerodinâmica, via os pilotos que tinha por ali, e ainda teve tempo para ser o presidente do seu clube do coração, o Oxford United, embora não o tenha levado para a Primeira Divisão...

Herd ajudou a moldar um certo tempo da Formula 1, onde por dez mil libras, se poderia fazer um chassis e arriscar a vencer corridas! Um tempo de excêntricos e sonhadores, do qual provavelmente não voltará mais.

Quando em 1973, Lauda corria para a BRM como piloto pagante e Herd desenhava carros para todas as categorias possíveis do automobilismo - até desenhou chassis para a Can-Am! - Jean-Luc Therier dominava as classificativas um pouco por toda a Europa com o seu Alpine A110. Um carro baixo e leve, para compensar a falta de potência, Therier era hábil e tinha uma memória fotográfica, suficiente para poder acelerar onde outros não conseguiam.

Venceu três ralis: Portugal, Sanremo e Acrópole, acabando por ser o melhor na classificação geral... se existisse uma classificação para os pilotos. Não existia nesse ano, apenas os Construtores é que pontuavam. Logo, informalmente, tornou-se campeão do mundo, pois a Alpine foi campeã.  

A sua carreira foi longa e frutuosa: duas vezes campeão francês, venceu a Volta à Corsega em 1980, com um Porsche 911 RS, e correu sempre em carros da Toyota e da Renault até que em 1985, num pequeno Ciroen Visa, decidiu participar no Rali Dakar, onde um acidente o fez terminar a sua carreira devido a lesões graves no seu braço esquerdo, que o deixou paralisado. Mas mesmo assim, foi um dos que marcou toda uma geração de pilotos de ralis, na mesma ordem que Bjorn Waldegaard ou Sando Munari, para não falar de Markku Alen. Therier saiu de cena a 31 de julho, aos 73 anos.

Desses anos 70, uma das imagens marcantes era a de um capacete onde o piloto fazia lembrar vagamente o Darth Vader, em homenagem a um dos filmes do momento, o Star Wars. Esse era o Simpson Bandit, um desenho feito pela mesma marca de capacetes, fundada pelo americano Bill Simpson. Aos 18 anos, Ele era piloto de Dragsters e já tinha tido o seu primeiro grande acidente, o que fez pensar na segurança do automobilismo. Inventou um dispositivo que fazia largar um pára-quedas para ajudar na travagem dos carros, e mais tarde, quando tomou conhecimento do Nomex, um composto inventado pela DuPont, decidiu fazer fatos de competição com o seu nome. Tudo isto enquanto corrida na USAC, participando em algumas edições das 500 Milhas de Indianápolis.

Pode não ter sido um grande piloto, mas o mais fantástico é que ele liderava pelo exemplo. Muitas das vezes, para provar que os seus produtos eram bons, vestia-os... e regava-se em gasolina para mostrar que aguentava tempo suficiente para os pilotos poderem sair dos seus carros em segurança. E foi assim que dominou o mercado americano no final dos anos 70, tornando-se multimilionário.

Em 2001, o seu negocio fica abalado com a morte de Dale Earnhardt, nas 500 Milhas de Daytona. A NASCAR culpou o seu equipamento pelo acidente, mas ele contestou a ideia em tribunais. Acabou com um acordo entre ambas as partes, mas pelo meio, teve de abdicar da firma que tinha fundado. Mesmo assim, foi reconhecido pelos seus feitos no capitulo da segurança, quando morreu, a 16 de dezembro, aos 79 anos.

Youtube Formula 1 Video: Lance Stroll vale alguma coisa?

Falei por estes dias do Josh Revell, o youtuber neozelandês que descobri neste Natal e faz muito bons videos sobre coisas... excêntricas, e hoje ele lançou um video sobre Lance Stroll. Ele têm uma... não vou chamar obsessão, mas ele acha que o piloto canadiano não é grande coisa e está ali só por causa do dinheiro que o pai investiu para a sua carreira. 

Mas, mais do que ser um video de "rants" anti-Stroll, tem um fundo de... verdade, ou seja, ele fala porque um piloto razoável e esforçado - disso, creio que ninguém tem dúvidas - chegou ao mais alto escalão do automobilismo, e as explicações até são fundamentadas. Assim sendo, recomendo que vejam este video. E depois, vão ver os outros videos do seu canal para darem umas boas risadas.

sexta-feira, 27 de dezembro de 2019

Dakar: Alonso quer fazer um bom rali

Fernando Alonso não pensa na vitória no Dakar, mas quer seguir o exemplo de Sebastien Loeb para fazer um bom rali. Na sua estreia, ao volante de um Toyota Hilux, na Arábia Saudita, o piloto espanhol pretende  dois objetivos fundamentais: "Será um rali único, uma experiência única. Não tenho planos para voltar ao Dakar todos os anos em janeiro. O objetivo é enfrentar a prova como uma experiência enriquecedora para nós. Enfrentá-lo com um bom espírito e espero que pelo menos em algum momento possamos ser competitivos, esse seria o segundo objetivo.", disse, numa entrevista à TVE.

Navegado por Marc Coma, Alonso, atualmente bicampeão das 24 Horas de Le Mans e campeão mundial de resistência da FIA, com a Toyota Gazoo Racing, afirma que a prova não é para qualquer um, e dá o exemplo de Sebastien Loeb, nove vezes campeão do mundo de ralis, que apesar da sua velocidade, nunca saiu de lá como vencedor. 

"Seria muito ousado pensar numa vitória. Mesmo o Sébastien Loeb, o melhor piloto de rally da história, não conseguiu vencer, imaginem, eu que venho do asfalto.", afirmou.

O rali Dakar inicia-se a 5 de janeiro, em Jeddah, na Arábia Saudita, e termina duas semanas mais tarde, na capital, Riyadh. 


Considerações sobre um 2019 automobilístico (2)

2 - AQUELES MOMENTOS QUE NÃO SE ESQUECEM


2019 está cheio de momentos inesquecíveis, não interessa a categoria. Imagens que marcaram uma posição. Cenas eventualmente chocantes. Acidentes espectaculares. Controvérsias que fizeram correr tinta nas redes sociais, cada um a tomar a sua posição e a gastar todo o seu latim defendendo a sua causa, ou a ser o "advogado do Diabo". Surpreendentes revelações e decepções chocantes, anúncios de despedida, entre outros.

Nas linhas seguintes, alguns destes momentos devidamente referidos e descritos, não todos na Formula 1, porque aqui é o automobilismo no seu todo.


2.1 - A chocante não-qualificação de Fernando Alonso


Aos 38 anos, Fernando Alonso têm um objectivo na sua vida: igualar Graham Hill na "Tripla Coroa" ou seja, triunfar no Mónaco, Indianápolis e Le Mans. Este ano, foi o melhor em Daytona e inscreveu pela segunda vez o eu nome na lista de vencedores em Le Mans, para além do seu título de Endurance, pela Toyota. E agora, a partir desde janeiro, irá percorrer as areias sauditas em busca de terminar o Rally Dakar.

Mas pelo meio, tentou de novo se qualificar para as 500 Milhas de Indianápolis, em busca da vitória. Depois de um 2017 onde andou bem, ao volante do Andretti-Honda, de não ter aparecido em 2018, ele se treinou para 2019. Mas num chassis com motor Chevrolet, lutou para ter velocidade e não conseguiu. Tanto que quando terminou na 30ª posição, foi para o "Bump Day", contra Max Chilton, Pato O'Ward e Pippa Mann, entre outros. No final... o escândalo: 34º lugar, o primeiro dos não-qualificados!

Mas então, porquê isto? Essencialmente, más escolhas.

A McLaren decidiu entrar na IndyCar em 2019, 40 anos depois da sua última participação, mas o seu carro foi preparado pela britânica Carlin, que podia ser uma boa equipa nas competições de promoção, mas tinha pouca experiência na competição americana. E para piorar as coisas, a sua experiência nas ovais era fraca. Tanto que um dos seus pilotos, o britânico Max Chilton, também não se qualificou. E para piorar as coisas, Alonso fez poucos testes nas ovais para se preparar, e nunca teve velocidade durante o mês de maio. O resultado, de uma certa forma, só foi surpresa para quem estava um pouco fora da atmosfera da IndyCar.

Em 2020, Alonso poderá regressar ao Brickyard, mas a McLaren aliou-se com a Schmidt-Peterson para correr de modo mais decente na IndyCar. E Alonso é capaz de participar na corrida mais importante da competição americana.     


2.2 - Vettel e a tabuleta canadiana


Existiam expectativas para a Ferrari em 2019. Demasiado elevadas para um domínio dos Mercedes até então, o que foi confirmado pelas vitórias dos Flechas de Prata nas primeiras cinco corridas. Contudo, no Canadá, Sebastian Vettel conseguiu a pole-position e parecia estar indicado para o triunfo em Montreal, mas na volta 48, cometeu um erro que o fez ir para a relva, mas voltou à frente de Hamilton, que muitos afirmaram ter prejudicado a condução do britânico.

Os comissários deram uma penalização de cinco segundos por "condução perigosa", algo do qual muitos contestaram. No final, ele cruzou a meta no primeiro posto, mas Hamilton estava logo atrás, a 1,3 segundos e herdou o primeiro lugar. Inconformado, estacionou o carro antes do parque fechado, e trocou as tabuletas, num gesto de desafio.

A discussão fez correr tinta, e para piorar as coisas, a corrida seguinte, em Paul Ricard, foi tão aborrecida que muitos questionaram a própria existência da formula 1, como uma competição onde pilotos disputariam por posições. Muitos também afirmaram que Vettel não tinha "fair-play", mas vendo o que Ayrton Senna e Michael Schumacher fez no passado, até é mais calmo que esses dois pilotos...

Vettel acabaria por triunfar numa corrida, em Singapura, mas isso não apagou os diversos erros ao longo do ano, acabando no pálido quarto posto, muito longe de Charles Leclerc, agora visto por todos como o novo menino-bonito da Scuderia.


2.3 - Para vencer, tens de cruzar a meta. Mesmo!


O ePrix do México poderá entrar para a história como sendo uma das corridas mais emocionantes da história do automobilismo. Por diversos motivos. 

O primeiro dos quais foi a primeira prova onde Pascal Wehrlein conseguiu a sua pole-position, conseguindo bater os brasileiros Lucas di Grassi e Felipe Massa. Cinco minutos depois do inicio da corrida, na chicane no meio da Peraltada, Nelson Piquet entrava nas traseiras do Techeetah de Jean-Eric Vergne e do BMW-Andretti de Alexander Sims, acabando com a organização a mostrar a bandeira vermelha.

No regresso, Wehrlein aguentou boa parte do pelotão, incluindo Di Grassi, os Nissan de Olier Rowland e de Sebastien Buemi, bem como o BMW-Andretti de António Félix da Costa. No inicio da última volta, esperava-se que os carros, correndo no limite, poderiam chegar com a energia no zero. Mas nos metros finais, caiam que nem tordos, e Wehrlein perdeu a liderança na última curva, dando-a ao colo de Di Grassi... por meio carro! E quase a fazer uma manobra evasiva, para evitar bater na traseira do piloto alemão.

Mas então... o que aconteceu? Quando a bandeira vermelha foi mostrada, nos primeiros cinco minutos, julgava-se que a energia armazenada seria suficiente para os pilotos poderem acelerar sem rédeas até à meta, e foi o que fizeram. Mas não tinham visto que se estava a gastar demasiada energia e no inicio da última volta, quer Rowland, quer Buemi, perderam lugares de topo porque ficaram a zeros e viram os outros passarem. E muitos outros, para ver se cruzavam a meta, abrandaram o ritmo e caíram na classificação.  Para piorar as coisas, Wehrlein, que ficara sem energia na última curva, teve cinco segundos de penalização e caiu de segundo para sexto.


2.4. A primeira competição totalmente feminina


Mas não foi apenas de controvérsia que marcou o ano automobilistico de 2019. Este foi a primeira temporada da W Series, a competição totalmente feminina de automobilismo. Recebida com algumas dúvidas, especialmente acerca da segregação feminina e a competividade de uma série que tem carros semelhantes a Formula 3, as seis provas foram uma agradável surpresa, sendo altamente competitivas entre elas, mas os vencedores eram aquelas que se esperavam. A britânica Jamie Chadwick foi a melhor, numa competição com a holandesa Beitske Visser e outra britânica, Alice Powell.

A vencedora acabou por receber meio milhão de libras de recompensa, mas de uma certa forma, fez já muito ao automobilismo quando as colocou no centro das atenções. As equipas de Formula 1 as seguem e já consideram as colocar nas suas academias. Chadwick já está na Williams como piloto de desenvolvimento, da mesma forma que está a colombiana Tatiana Calderon, que tem o mesmo trabalho na Alfa Romeo. E para o segundo ano, já tem patrocinador principal.

No final, a W Series, só por existir, já deu muito mais visibilidade às mulheres-piloto em 40 anos. E poderá ter aproximado em muito o dia em que a Formula 1 volte a ter o sexo feminino na grelha de partida.   


2.5. O arrastamento de Robert Kubica


Quando Robert Kubica foi anunciado como piloto titular da Williams, todos celebraram um regresso que parecia impossível. Oito anos depois do seu acidente, no Rali Ronda di Andora, em Itália, onde ficou gravemente ferido no seu braço direito, pensava-se que a sua carreira tinha terminado. Mas a persistência compensou, e em 2013, estava de volta, aos ralis. Depois de algum tempo, em 2017, começou a andar em carros de Formula 1, primeiro em testes com a Renault, e no final, na Williams, onde acabou por ser piloto de desenvolvimento em 2018, depois de um "shoot-out" com o russo Serguei Sirotkin.

Contudo, Sirotkin não correspondeu às expectativas, e para além de um bom patrocinio na ordem dos oito milhões de euros, Kubica chegou à Formula 1 como titular. Aos 33 anos, e provavelmente com os seus melhores anos para trás, mas chegou.

Mas o FW42 foi um desastre, e andou sempre atrás de George Russell, seu companheiro de equipa. Não levava "calendários", não era uma "chicane móvel", mas muitos consideraram o seu regresso como um erro. Contudo, foi ele que deu à marca o seu único ponto de 2019, no caótico GP da Alemanha, ao ser décimo classificado, e na frente do seu companheiro Russell!

No final do ano, Kubica decidiu não continuar, mas os seus serviços continuam a ser procurados. Haas e Alfa Romeo parece que o querem como piloto de desenvolvimento, mas ele aparenta ter outras ideias, como correr no DTM. Veremos como será a temporada de 2020 para o polaco.

Amanhã, novo episódio deste balanço de 2019

Youtube Motorsport Weirdness: A equipa que andava...

Muitos já ouviram falar da infame equipa dos irmãos Whttington, e de Randy Lanier, pilotos que nos anos 80, corriam na IMSA e venciam corridas, enquanto eram financiados pelo contrabando de "cannabis". Tanto que por algum tempo, IMSA significava entre os fãs a famosa alcunha de "International Marijuana Smugglers Association"...

Mas automobilismo e o tráfico de droga não se ficou por ali. Em 1993, a melhor equipa do momento do BTCC, British Touring Car Championship, ia frequente testar os seus BMW's à Holanda. Contudo, aproveitavam a travessia do canal para traficar cocaína. No final do ano, eles foram apanhados pela policia e a equipa teve de ser vendida. Pudera! 

A história deste video é contada pelo neozelandês Josh Revell, num canal que descobri este Natal. E aparentemente, não foi só eu que descobri: o canal dele passou de pouco mais de cinco mil subscritores para quase 15 mil, provavelmente por causa de algum algoritmo que deu certo, mas também o conteúdo dos seus videos são muito bons. A sério! 

quinta-feira, 26 de dezembro de 2019

WRC: Paraguai quer receber no lugar do Chile

Depois do cancelamento do Chile, devido à agitação social que se passa nesse país, procurou-se por um substituto para preencher o calendário. No dia de Natal, soube-se que o Paraguai anunciou a sua intenção de receber uma prova do WRC, quando o seu presidente, Mario Abdo Benítez, anunciou seu apoio à candidatura do Paraguai ao Campeonato do Mundo de Ralis.

O Paraguai, parecendo que não, tem tradição na região, graças ao Trans-Chaco, uma prova que se realiza no norte do país, onde carros ligeiramente modificados participam na competição. E quanto a pilotos, os seus melhores são atualmente os campeões da CodaSur, o campeonato regional de ralis que alberga pilotos do Uruguai, Argentina, Paraguai e Chile. 

Resta saber se existe recepção por parte do promotor e se ainda é possiel ter uma proa em 2020, já que faltam cerca de quatro meses para uma eventual realização. 

Considerações sobre um 2019 automobilistico (1)

1 - OS VENCEDORES


Lewis Hamilton. Ott Tanak. Josef Newgarden. Jean-Eric Vergne. Estes e outros enceram campeonatos ou importantes corridas desta ano automobilístico que acaba. É a estes que deveremos importar, o resto não interessa. Mas isso é uma observação simplista e superficial, do qual a esmagadora maioria dos adeptos de automobilismo faz. Não senta, não pensa, não quer saber, lê os títulos no Facebook e não quer saber mais. A realidade afirma o contrário: não chegaram ao topo sozinhos. Com maior ou menor dificuldade, enfrentaram uma concorrência e saíram triunfadores.

Lewis Hamilton poderá ter a seu favor ser o grande dominador da era dos V6 Turbo, e dos Mercedes serem os claros favoritos à vitória, e assim foi. Com um companheiro de equipa que não faz sombra - aprendeu com Nico Rosberg, em 2016 - o seu rival não foi nem Sebastian Vetttel, nem Charles Leclerc. Na realidade, foi Max Verstappen, porque não existiam expectativas em relação aos Red Bull, pois tinham os motores Honda, que fracassaram na Ferrari. Contudo, fizeram bem o trabalho de casa e deram ao piloto holandês vitórias na Áustria, México e Brasil, e ajudaram-o a dar o terceiro lugar dos Construtores à Red Bull, a uma distância mais curta de Ferrari e Mercedes.

Outro grande triunfador na Formula 1 foi a McLaren. Não ganhou corridas, mas pela primeira vez desde 2014 que subiu a um pódio, graças a Carlos Sainz Jr no Brasil. Com motores Renault ciente, conseguiu um bom chassis e os serviços de Andreas Seidl para que os seus pilotos, o estreante Lando Norris e o espanhol Carlos Sainz Jr. de conseguirem o quarto lugar no campeonato de Construtores, graças à presença constante dos seus pilotos nos seus primeiros lugares. E claro, bater a Renault na luta pelo meio do pelotão. E teve menos pódio que a Toro Rosso!

Chegados ao WRC, o estónio Ott Tanak fez história em 2019. Pela primeira vez desde 2003 que um vencedor não era francês, nem se chamava Sebastien. Aos 32 anos de idade, o piloto da Toyota alcançou o pináculo da sua carreira, depois de correr pela Ford, e nas últimas duas temporadas, a Toyota. Podia ter conseguido em 2018, mas Sebastien Ogier conseguiu ser mais consistente que ele. 

Contudo, a escolha do francês pela Citroen facilitou um pouco as coisas para o piloto estónio, cujo maior rival foram... os Hyundai. Contudo, com Thierry Neuville, Dani Sordo, Andreas Mikkelsen e Sebastien Loeb, a tempo parcial ou a tempo inteiro, não teve líder para alcançar o título de pilotos. De construtores, lá alcançou, mas às custas do cancelamento do rali da Austrália, a última prova do ano, por causa dos devastadores incêndios florestais que ainda afetam aquela parte do continente.

Mas em 2020, Tanak pulou a cerca e ai para a Hyundai, num movimento que parece anti-natura, porque os Toyota mostraram ser os mais velozes nas estradas. Quem agradece é Ogier, que largou a Citroen - e a marca do "double chevron" o WRC - e irá para a marca japonesa para tentar sair e grande, com mais um título mundial, ele que já decidiu fazer de 2020 a sua última temporada no WRC.

Na Endurance, os Toyotas dominaram a seu bel-prazer, quer o campeonato, quer nas 24 Horas de Le Mans. Sem concorrentes à altura na classe LMP1, enceram facilmente ambos os campeonatos, e deram títulos. A FIA e a ACO decidiram faer das suas corridas uma Balance of Performance para os igualar quase ao ponto da farsa. Um Rebellion a vencer em Xangai foi o corolário disso, mas de uma certa forma, isso ficou "esquecido num canto" por causa das discussões sobre a nova classe dos Hypercars e o que se promete para um futuro de um campeonato que agora é como na Formula E: começa num ano, acaba noutro.

E é sobre a competição de carros elétricos que se irá falar. É verdade: são todos iguais, em circuitos urbanos que não lembram ao diabo, excepto Hermanos Rodriguez e o Mónaco, mas isso não impede grandes corridas. e depois de um mau inicio de temporada, Jean-Eric Vergne fez uma prova de recuperação com o seu Techeetah e acabou por triunfar depois da jornada dupla da Nova Iorque. O potencial estava lá, lutou contra pilotos como Lucas di Grassi, Sam Bird e André Lotterer, mas pela segunda e seguida, conseguiu triunfar no campeonato, no seu DS Techeetah.

Um campeonato que já regressou à ativa, e ele teve um mau arranque, em terras sauditas, mas o piloto francês sabe do que têm e já mostrou do que é capaz. E ele, certamente, tem o estofo para triunfar nesta competição, mesmo que o seu principal rival tenha deixado de ser Lotterer - não se esqueçam, o primeiro rival é sempre o seu companheiro de equipa - para passar a ser António Félix da Costa, que costuma ser melhor que os seus companheiros de equipa nos muitos anos que já participou nesta competição.

E por fim, na Indy, num ano onde Josef Newgarden foi o melhor por ter vencido mais corridas - quatro - foi o equilíbrio habitual que teve como seu maior rival o francês Simon Pagenaud, que depois de alguns anos nas Américas - e o título de 2016 - conseguiu ser o primeiro francês a vencer as 500 Milhas de Indianápolis desde 1920, com Gaston Chevrolet. E onde provavelmente se viu o futuro da cmpetição naquelas paragens com a entrada em cena de Colton Herta, que aos 18 anos e na sua primeira temporada completa na competição, venceu duas corridas, uma delas em Austin, no Circuito das Américas.

Amanhã há mais balanço sobre o ano que vai acabar. 

Youtube Motoring Video: O especial de Natal do Fully Charged


Para Natal e final de ano, o pessoal do Fully Charged decidiu fazer o seu último video de noticias de 2019, com novidades em relação aos carregadores da Tesla, entre outras coisas. 

terça-feira, 24 de dezembro de 2019

Feliz Natal a todos!

Ainda não é altura de balanços, mas lembro-me que hoje... faz hoje em ano! No final de 2018, desafiaram-me a tentar a sorte como colaborador da Autosport. Como não tinha nada a perder, e perguntar ainda não me ofende, tentei. Hoje, depois de cinco artigos publicados na revista, creio que foi um ponto alto da minha modesta carreira. Não se pensam nestas coisas até elas acontecerem, mas posso dizer que foi um ano positivo. Poderia ter sido mais, porque meti-me noutro projeto que sofreu um contratempo, mas vendo as coisas com o copo meio cheio, quero acreditar que foi um passo atrás para alguns passos à frente.

Não tenho motivos de queixa. Fiz coisas interessantes - fui questionado para um jornal local! - fartei-me de ler (e ando a escrever para o futuro), e conheci pessoas interessantes. Encontrei locais que valem a pena estar. Gostaria de ter viajado mais - o meu grande defeito neste ano, mas em tudo o que faço, há algo que fica para trás... - e tenho sempre boas ideias para a escrita. Se continuar a fazer isso tudo e conseguir mais algumas coisas para 2020, tanto melhor. 

Eu para o final do ano estou a fazer alguns artigos (ou posts) que fazem não só o balanço do ano, como falam sobre o que o futuro próximo nos reserva. Será algo interessante para lerem antes do Final de Ano, mas não creio que seja totalmente novidade. Mas pelo menos lêem algo vindo de mim.

Assim sendo, Feliz Natal a todos! O blog regressa dia 26.

segunda-feira, 23 de dezembro de 2019

A imagem do dia

Há precisamente dez anos, a Formula 1 rejubilava com a noticia de que a Mercedes iria trazer de volta o alemão Michael Schumacher. Então com 40 anos de idade - iria fazer 41 dali a alguns dias - a sua chegada era mais uma das noticias que enchia a atualidade da equipa alemã, que tinha comprado a Brawn GP, que tinha acabado de ser campeã do mundo. Dias antes, tinham confirmado Nico Rosberg na equipa, vindo da Williams.

Depois de três temporadas de ausência, a expectativa era enorme. Muito se tinha falado nesse verão sobre o seu regresso em substituição de Felipe Massa, depois do seu acidente na Hungria. Todos apostavam uma retorno "à la Niki Lauda", onde regressara em 1982, depois de três temporadas de ausência, e acabaria por ser campeão do mundo e 1984, com o McLaren MP4/2, ao lado de Alain Prost, sendo mais esperto que o francês.

Agora já sabemos o que aconteceu: apesar do atual domínio da Mercedes, de 2010 a 2013 não era dominador. Nico Rosberg deu a sua primeira vitória em 2012, na China, desde 1955, é verdade, mas não houve luta por títulos nem faziam constantemente pole-positions, mas foi interessante ver Schumacher contra a nova geração, que cresceu a admirá-lo. Havia pilotos, como Sergio Perez e Jaime Algerssuari, que ainda estavam no berço quando Schumacher se estreou na Jordan, em 1991. E vê-lo correr com Lewis Hamilton, Sebastian Vettel ou Daniel Ricciardo a seu lado foi, sem dúvida, uma experiência interessante.

No final, Schumacher acusou o peso da idade e das lesões, para além da pouca competitividade do carro na altura. Apenas conseguiu um pódio e uma volta mais rápida até que no final de 2012, decidiram ir buscar um substituto mais capaz. O escolhido foi Lewis Hamilton, com a ajuda de Niki Lauda, e o resultado foi o que sabemos, a partir de 2014, com os V6 Turbo. 

Noticias: Leclerc renova com a Ferrari até 2024

Prenda de Natal para Charles Leclerc: a Ferrari renovou-lhe o contrato até 2024. Segundo adianta hoje o jornal italiano Corriere dello Sport, o futuro do piloto monegasco a médio prazo está assim confirmado na Ferrari. Com um contrato inicial até 2022, as sete poles conquistadas e duas vitórias na temporada de 2019 foram mais que suficientes para melhorar o contrato e ter um grande aumento de salário. Agora, ai ganhar 9 milhões de euros por temporada.

"A Ferrari tem o prazer de anunciar que estendeu o contrato de Charles Leclerc. Ele se juntou à equipa por meio da Academia de Pilotos, da qual ingressou em 2016 e agora vai pilotar para a escuderia italiana até o final da temporada de 2024.", comunicou a Ferrari de forma oficial.

"Estou muito feliz por continuar com a Ferrari", começou por dizer o piloto de 22 anos. “Na temporada passada, guiar para a equipa mais icónica da Fórmula 1 foi um ano de sonho para mim. Mal posso esperar para ter um relacionamento ainda mais profundo com a equipa depois do que foi esse intenso e emocionante 2019. Estou ansioso para ver o que o futuro reserva e mal posso esperar para continuar novamente na próxima temporada", concluiu.

Já o chefe de equipa, Mattia Binotto, pretende continua a trabalhar na evolução do piloto na marca de Maranello. “Após cada corrida neste ano, nosso desejo de estender o contrato com Charles se tornou cada vez mais evidente, e a decisão significa que ele estará agora connosco nas próximas cinco temporadas. Isso demonstra que Charles e a equipa têm um futuro firme juntos”, concluiu.

Segundo conta também a mesma publicação, especula-se que a partir de 2021, eles terão de procurar por um piloto experiente para o secundar, já que eles estão convencidos que o piloto monegasco será o futuro da Scuderia para a próxima década, que os levará para títulos. Apesar de tudo, continuam a manter a confiança em Sebastian Vettel, mas a partir de 2020, é provável que queiram Lewis Hamilton em Maranello, porque estão convencidos que o alemão e capaz de ir embora.

domingo, 22 de dezembro de 2019

Youtube Formula 1 Video: Memes 2019

É Natal, fazem-se os balanços do ano e... memes. Como o "Daniel Abacate".

Noticias: Lattifi afirma que idade não é problema

Aos 24 anos de idade, Nicholas Lattifi parece chegar à Formula 1 relativamente tarde, comparado, por exemplo, com os 17 anos de Max Verstappen. Contudo, o canadiano afirma que a experiência é a mesma de outros pilotos mais novos.

Se fosse para a Fórmula 1 há três ou quatro anos não estaria tão preparado como estou agora. As pessoas não compreendem que eu comecei tarde no karting. Tinha 13 anos, comparado com casos extremos em que pilotos começaram com quatro anos de idade.”, começou por afirmar em entrevista.

Comparado com outros estreantes, eu sou mais velho, mas a minha experiência está a par da deles.”, concluiu.

Lattifi foi em 2019 o vice-campeão da Formula 2, depois de três temporadas ao serviço da DAMS. Antes disso, foi piloto na GP2, em mais três temporadas, depois de passagens pela World Series by Renault e Formula 3.