sábado, 22 de outubro de 2016

Formula 1 2016 - Ronda 18, Estados Unidos (Qualificação)

Duas semanas após a vitória de Nico Rosberg, em Suzuka, a Formula 1 chegava a paragens americanas para ver até que ponto é que Lewis Hamilton poderia tenytar a recuperação, agora que as suas chances de alcançar o titulo parecem estar bem mais pequenas, cada vez que vê o seu adversário conseguir mais pontos do que ele. Ali em Austin, o britânico tinha de conseguir uma vitória para manter a luta por um quarto título mundial.

Num céu sem nuvens, num Texas outonal, o circuito estava cheio de adeptos, que assistiam a tudo no meio das suas "barbecues", enquanto que os carros passavam por ali. A qualificação começava calma, com os Manor de Pascal Wehrlein e Esteban Ocon a sairem sempre em primeiro lugar, para marcar tempo e regressar às boxes. Depois vieram os carros da Sauber e o Force India de Sergio Perez a marcar tempo, todos com pneus moles.

Depois de andarem na pista alguns pilotos do grupo intermediário, como o Haas de Romain Grosjean, os Mercedes lá sairam das boxes, para marcar tempo no sentido de continuarem na Q2 e voltar às boxes. Depois, na parte final, somente os ameaçados é que foram para a pista marcar tempo, e o final mostrou algumas surpresas: Jenson Button e Romain Grosjean ficaram para trás e fizeram companhia aos Manor e o Renault de Kevin Magnussen e o Sauber de Felipe Nasr. Em contraste, Esteban Gutierrez, Joylon Palmer e Marcus Ericsson entravam na Q2. 

Pouco depois, começava a segunda parte da qualificação, onde os carros da frente decidiram usar os pneus "amarelos", com os Mercedes a serem os primeiros a sair. Em poucos minutos, os Flechas de Prata marcaram o ritmo, com Rosberg a marcar 1.36,351, com Hamilton a conseguir um tempo um centésimo de segundo mais lento, e ambos estavam a mais de um segundo da concorrência. Mas depois, Daniel Ricciardo mete super-moles e o australiano consegue melhor, 1.36,255.

Com a Red Bull e a Ferrari a conseguir tempos entre os seis primeiros, outros lutariam para lá chegar, como os Williams e o Force India. Valtteri Bottas foi o primeiro a marcar tempo, mas Nico Hulkenberg melhorou e o finlandês ficou entalado entre os Force India. Os Toro Rosso tentavam a sua sorte, bem como os McLaren, mas parecem que iria ser mais complicado.

No final, algumas surpresas: Sainz Jr. consegue o oitavo melhor tempo, e Felipe Massa ficou com o último lugar da Q3, deixando de fora o segundo Force India de Sergio Perez e o McLaren de Fernando Alonso, que teriam a companhia do segundo Toro Rosso de Daniil Kvyat, o Renault de Joylon Palmer, o Haas de Esteban Gutierrez e o Sauber de Marcus Ericsson.

A parte final da qualificação começou com os Flechas de Prata a serem os primeiros, com os pneus moles calçados. Nico Rosberg faz 1.35,442, mas Hamilton responde com 1.35,370. Verstappen consegue um tempo seis décimos mais lento, enquanto que Vettel só consegue um tempo um segundo mais lento. Daniel Ricciardo consegue melhor do que Max Verstappen, mas estava a 558 milésimos dos Mercedes.

No final, se Rosberg faz 1.35,215, e ficou com o primeiro lugar, Hamilton melhora bastante e consegue ser o único abaixo de 1.35: 1.34,999 para o inglês, que conseguirá a sua nona pole da temporada, e a 58ª da sua carreira. Os Flechas de Prata monopolizavam a primeira fila, mas para Hamilton, era a sua primeira pole em solo americano desde 2007, quando a Formula 1 corria em Indianápolis. Abaixo, Red Bull e Ferrari mantinham a hierarquia, com os energéticos a ficarem com a segunda fila - Ricciardo na frente de Verstappen e a Scuderia a ficar com a terceira fila - Vettel na frente de Raikkonen. Hulkenberg foi o sétimo, na frente dos Williams, e Carlos Sainz Jr. foi o décimo. 

Com o bom tempo previsto para amanhã, e com a indecisão entre as duas e as três paragens nas boxes, é provável que a corrida de amanhã não seja grande coisa, com um vencedor previsível. Mas já vimos este ano corridas dos quais também não se esperava grande coisa, e aí, fomos surpreendidos. Veremos como vai ser neste domingo.

A bandeira azul assinada por Sebastian Vettel

Há quem tenha bom humor e responda às provocações. Depois do festival "bandeira azul" mandada por Sebastian Vettel durante o GP do Japão, uma fã americana decidiu levar isso à letra e levou... uma bandeira azul para que o piloto da Ferrari assinasse. E ele assinou!

A história é contada pelo site WTF1.co.uk. A pessoa em questão, Elisabeth Werth, decidiu aproveitar o fim de semana do GP americano, em Austin, para fazer com que ele assinasse uma pequena bandeira azul que trouxe consigo. A saga foi relatada via Twitter, e na sexta-feira, ela conseguiu o que queria: o alemão achou piada à coisa e assinou.

Desta vez, ele não foi assim tão arrogante... 

Noticias: Toro Rosso confirma Kvyat e Sainz para 2017

A Toro Rosso manterá a mesma dupla de pilotos para 2017. O russo Daniil Kvyat e o espanhol Carlos Sainz Jr. continuarão a ser pilotos da marca, sinal de confiança dado quer por Franz Tost, quer por Helmut Marko, aos seus pilotos. Esta noticia surge poucos dias depois de terem surgido rumores de que o piloto russo poderá estar a negociar um lugar na Force India, e também é sinal de que os pilotos que estão na Junior Academy, como o francês Pierre Gasly, vão ter de esperar mais um bocado para terem a sua oportunidade.

"Eu gostaria de agradecer à Red Bull, ao Dr. Marko e toda a equipa pelo seu apoio e fé que mostraram em mim desde que voltei à equipa no início deste ano", começou por dizer Kvyat. "Estou muito feliz de ficar com uma equipe que me faz sentir em casa. Eu estou realmente ansioso para continuar o trabalho em 2017 e tenho realmente ambições para isso. Eu vou estar totalmente dedicado, dando os meus '200 por cento', e tenho a certeza que eu vou dar o meu melhor, como costumo fazer. Estou muito feliz!", concluiu.

"Teve que ser uma mudança [nos regulamentos] que nos faz anunciar a nossa dupla de pilotos relativamente cedo", disse Franz Tost. "Há tantos novos elementos que vêm à Fórmula 1 em geral e para a nossa equipa, especificamente, em termos de mudança no fornecedor da unidade de potência, que tendo os mesmos dois pilotos nos dá estabilidade e um ponto de referência para trabalhar." continuou.

"Para Carlos, esta será a sua terceira temporada connosco, que mostra até que ponto nós o valorizamos imenso. E nas últimas corridas, ficou claro que o Daniil está de volta à sua melhor forma.

"Eu sempre disse a ele [Kvyat] que o seu futuro passava por nós e ele intensificou e entregou o tipo de performances que esperavamos, assegurando o seu assento para 2017, com o STR12. Agora temos um par de pilotos muito talentoso e forte para enfrentar uma temporada em que esperamos ser muito competitiva", concluiu Tost.

Youtube Formula 1 Cartoon: Tooned 40 anos

No próximo dia 24, passarão 40 anos sobre o título mundial de James Hunt no chuvoso GP do Japão de 1976, e a McLaren quer comemorar a efeméride com o regresso do "Tooned", onde falarão sobre o carismático piloto britânico, tão conhecido pelas mulheres que tinha como pelos feitos na pista. Por fim, vemos Fernando Alonso por aqui, ao lado de Jenson Button, onde contam mais um episódio passado naquele ano...

A imagem do dia



Daniel Riciardo vai homenagear Evel Knivel, um dos mais conhecidos acrobatas do século XX, com as suas proezas nos saltos de motocicleta. E para isso, o seu capacete é uma réplica exata do capacete usado pelo piloto americano, conhecido por acrobacias em lugares como o parque de estacionamento do Ceasar's Palace, no dia 31 de dezembro de 1967, ou a tentativa de salto sobre o Rio Snake, em 1974.

Knivel, nascido em Bute, no Montana, em 1938, morreu em 2007 na Florida, aos 69 anos de idade. 

sexta-feira, 21 de outubro de 2016

WTCC e a ideia da Class One

O WTCC está numa encruzilhada. Com a sua grelha a diminuir por causa da popularidade do TCR, o risco de desaparecer é bem real, logo, há que pensar no que fazer após 2017, e a ideia que circula nos últimos dias é o da adaptação dos regulamentos da Class One, a partir de 2018 ou 2019, regulamento esse que foi adoptado pelo DTM (na foto) e pelos GT japoneses. A noticia apareceu no inicio da semana na imprensa japonesa, que normalmente está bem informada sobre assuntos automobilísticos.

A ideia é usar carros com um monocoque e respectiva célula de segurança idêntico para todos os carros, o maior número de componentes partilhados possivel, baixo peso, aerodinâmica controlada e motores 2.0 turbo com cerca de 600 cv. Dos construtores envolvidos atualmente no WTCC (Citroën, Volvo, Lada e Honda), apenas a Honda tem um carro mais ou menos pronto para o regulamento, mas é um GT e não um carro de turismo. E a marca japonesa ainda não disse se continua no WTCC após a temporada de 2017.

Como a Citroen vai voltar a investir a fundo no WRC, e a Lada pode pura e simplesmente retirar-se por não ter capacidade finaneira para desenvolver um conjunto desses, mais interessante será saber se a Volvo pretende seguir com estes novos regulamentos, pois só chegou à competição este ano e anda a desenvolver o S60 em 2017. É que num passado recente, o campeonato sueco de Turismos tinha silhuetas semelhantes ao DTM, mas em 2017, eles vão adotar os regulamentos do TCR, para tentar inverter a tendência de diminuição de grelha que se verifica atualmente. Pelo menos em termos de chassis, os suecos estão ali.

Mas também resta saber o preço do conjunto para ser vendido aos privados. A ideia de ter esses regulamentos da Class One era das marcas poderem fazer isso, no sentido de ter um Troféu de Independentes, e claro, encher a grelha desse tipo de carros. A BMW seria uma parte interessada, e a Honda beneficiaria disso também, mas tem de se ver que tipo de custos é que isso teria. A TCR atrai os privados com um custo bem competitivo - o conjunto chassis/motor tem um limite de cem mil euros por carro - e ter um custo semelhante deve ser o objetivo do WTCC para assim atrair mais gente.

Como é óbvio, nem a Eurosport Events, nem a FIA, querem falar muito sobre o assunto, mas que está a ser pensado, está. 

A minha participação no Fim do Grid

De vez em quando, lá sou convidado para participar em podcasts sobre automobilismo. E pela segunda vez, fui convidado pelo podcast "Fim do Grid", lá do Japão (!), onde comentei sobre a corrida de Formula E em Hong Kong.

É o programa numer 72, dura pouco mais de uma hora, mas podem ouvir as minhas impressões sobre a corrida, a competição, e o futuro do carro elétrico.

Para ouvir tudo, basta clicar aqui

Youtube Racing Test: O que podem fazer com 1.92 segundos?


A Red Bull agora diz que faz os "pit stops" mais velozes do pelotão, trocando os quatro pneus em 1.92 segundos, o que é quase... mágico, sobretudo quando na geração anterior, uma troca de pneus muito boa durava, em média... doze segundos. 

Ora, a Red Bull decidiu fazer alguns desafios a Daniel Ricciardo e Max Verstappen: o que conseguiriam fazer nesse tempo. Os resultados são, no mínimo, hilariantes. 

quinta-feira, 20 de outubro de 2016

A imagem do dia

"Em 88 tive o meu melhor ano. No ano seguinte, tive de lutar contra Prost na mesma equipe e também contra Balestre e a FISA. Aqui no Japão aconteceu o que todos conhecem: ataquei Prost na chicane, voltei à pista e ganhei. Mas, Balestre não quis e jogou contra mim. Depois, na época passada, pedi aos comissários para mudarem o lugar da pole, que eles acederam. Apareceu Balestre e mudaram tudo de volta. 'Aqui quem manda sou eu', foi a resposta dele. Foi só para me prejudicar.

Aí pensei que não poderia ser fo**** por pessoas estupidas. Decidi que Prost não poderia de forma alguma sair da curva 1 na frente, para mim, só haveria uma trajetória. Era melhor ele não tentar nada. Foi o que se viu. E, eu não queria que fosse assim. ele de fato largou melhor, passou à frente, fechou a porta e não me desviei um centímetro.

Não me sinto culpado. Todo foi o resultado de decisões erradas e parciais de pessoas que deviam fiscalizar e não tomar partido. Venci o campeonato e é isso que importa. Tanto 89 como 90 foram maus exemplos para o automobilismo.

Na altura não me importei com o incidente. A partir do momento em que Prost tentou ser o primeiro, dispus-me a não deixar passar. Tudo foi o resultado do ano anterior. O importante é falarmos o que vai dentro de nós, vivemos num mundo moderno e essas regras que proíbem os pilotos de falar verdades são uma m****.

Nunca pedi desculpas a Balestre. Foi tudo uma mentira. Forçado pelo Ron e pela Honda, apenas assinei um acordo com alguns parâmetros, que lhe foi enviado por fax e ele mudou para divulgar"

Daqueles dias de Suzuka, em 1991, há duas coisas que lembro bem. Uma, que foi mostrada para o resto do mundo, que foi quando Nigel Mansell perdeu o controlo do seu Williams-Renault. A outra aconteceu nos bastidores, e depois das eleições para a presidência da FIA. Quando o francês Jean-Marie Balestre foi (inesperadamente) derrotado pelo britânico Max Mosley na eleição, três semanas antes da corrida japonesa.

Balestre, na altura com 70 anos, era um paladino da segurança e uma pessoa polémica à sua maneira. Fundador e depois presidente da FFSA (Frderacion Franciaise de Sport Automobile), foi o primeiro comissário da kart na FIA e subiu no ranking até ser o seu presidente, em 1978. Arrogante por natureza - e com um passado bem duvidoso na sua juventude, no tempo da II Guerra Mundial - entrou naturalmente em colisão com Bernie Ecclestone sobre quem mandava na Formula 1, e ele achava sempre que ele tinha razão, mesmo que as coisas estavam contra ele.

E adorava a politica e quem era politico. Claro, as "proteções" a Alain Prost a Ayrton Senna, em 1989 e 90, em Suzuka, mostraram que ele não virava a cara à luta, mas quando encontrava alguém que fosse como ele, preferiria recuar e chegar a um compromisso mais pragmático. Mas "a melhor decisão era sempre a sua decisão", como ele tinha dito meses antes, em Hockenheim.

Quando Mosley por fim bateu Balestre, Senna parecia que se sentia liberto de tudo que tinha acontecido nos dois últimos anos. E aqueles desabafos mosteavam que tinha acumulado muita raiva contra ele, porque achava que tinha tirado o título mundial de 1989. A realidade mostrou que Senna tinha perdido o título por culpa própria (como no GP de Portugal, onde podia ter esperado por Mansell, já desclassificado), mas no caso do próprio GP japonês... sim, Balestre teve dedo nisso. Mas foi apenas numa corrida, pois todo o resto já vinha de trás.

Mas naquele dia de 1991, para Senna, ver Max Mosley no lugar dele foi como ver afastado um dos seus "inimigos", julgando que a partir dali, ninguém o iria parar para alcançar mais títulos, na sua busca quase obsessiva por campeonatos. O Destino (e a concorrência) iriam dizer-lhe que ele tinha chegado ao seu último campeonato.

Formula 1 em Cartoons - Suzuka 1991 (Pilotoons)

O Bruno Mantovani desenhou hoje sobre o GP do Japão de 1991, pois há precisamente 25 anos, em Suzuka, Ayrton Senna aproveitava o azar de Nigel Mansell para se sagrar tricampeão do mundo, o último título mundial vencido por um piloto brasileiro.

WRC: Hyundai vai apresentar o i20 2017 em Monza

A Hyundai vai aproveitar o Rally Monza, no dia 1 de dezembro, para mostrar o seu i20 WRC, versão 2017. A apresentação vai ser estática, e vai acontecer durante a realização do mediático rali, que acontece à volta do mitico circuito italiano.

O seu diretor desportivo, Michel Nandan, revelou-se “encantado por anunciar que revelaremos o nosso novo carro antes do Monza Rally Show, a 1 de dezembro. É um evento fantástico e o local ideal para lançar o nosso novo WRC. O novo regulamento traz carros mais largos e mais potentes e tenho a certeza de que o próximo ano será muito interessante", começou por dizer, em comunicado de imprensa. 

"Apesar do lançamento ser à imprensa também queremos dar a possibilidade aos muitos fãs apaixonados que ali comparecem uma alegria. Não só o nosso carro de 2017 vai ali permanecer em exposição como ali participaremos com um dos i20 WRC atuais. Vai ser um fim de semana para recordar e uma nova etapa muito importante do crescimento da nossa equipa”, concluiu.

À partida, a equipa para 2017 continuará a ser constituida pelo espenhol Dani Sordo, o belga Thierry Neuville e o neozelandês Hayden Paddon, com o holandês Kevin Abbring a participar a tempo parcial.  

quarta-feira, 19 de outubro de 2016

O regresso de "Tooned"

Coisas interessantes: parece que o "Tooned" vai voltar para um episódio especial para comemorar os 40 anos do título mundial de James Hunt, e vão meter Fernando Alonso como "cartoon" ao lado do sempre simpático Jenson Button.

Curiosamente, a noticia surge na mesma altura em que se fala que Ron Dennis poderá estar de saída da McLaren quando terminar o seu contrato...

terça-feira, 18 de outubro de 2016

WRC: Toyota confirma Juho Hanninen

A Toyota confirmou esta terça-feira que o finlandês Juho Hanninen será o o seu piloto oficial para o mundial de Ralis em 2017, ano de regresso da equipa. “É um sonho tornado realidade”, revelou o finlandês, muito satisfeito por esta oportunidade de guiar por uma equipa oficial no WRC, depois de ter andado todo o ano a testar o modelo Yaris WRC.

Juntar-me a uma equipa de fábrica com tanto potencial ao longo de uma temporada completa é uma grande oportunidade para mim. Temos estado a trabalhar juntos desde o primeiro shakedown do carro, o que torna este acordo ainda mais entusiasmante e motivador. O Yaris WRC é incrível. Mal posso esperar por iniciar o Rali de Monte-Carlo”, concluiu.

Tommi Makinen, o diretor da Toyota Gazoo Racing, fez questão de elogiar o seu piloto: “Quando ele se juntou a nós, o Juho estava incrivelmente motivado e envolvido. Ele percebeu também claramente que nós não queríamos atalhar nenhum caminho e que 2017 seria um ano de maturidade do projeto, aprendizagem e desenvolvimento. Ele tem muita experiência no Campeonato do Mundo de Ralis e tenho a certeza que, por ter sido ele a fazer a maior parte do desenvolvimento do Yaris WRC, é também quem o conhece melhor”.

Aos 35 anos (nasceu a 25 de julho de 1981), Hanninen corre em ralis desde 2006, tenho andado essencialmente num Mitsubishi Lancer e Skoda Fabia S2000, sendo piloto oficial da marca. Em termos de resultados, Hanninen venceu o campeonato IRC em 2010, o SWRC no ano seguinte e o ERC em 2012. O seu melhor resultado são três sextos lugares, dois nos ralis da Polónia e Finlândia, em 2014 - ambos num Hyundai i20 WRC - e no Rali da Finlândia de 2015, a bordo de um Ford Fiesta WRC, já enquanto testava o Yaris WRC.

Formula E: Divulgado o circuito de Marrakesh

A organização da Formula E divulgou ontem o circuito de Marrakesh, que no próximo dia 12 de novembro vai acolher a segunda etapa da temporada 2016-17 da competição elétrica. O circuito, usado para o WTCC, terá quase três quilómetros (2970 metros) de extensão, e acontecerá na mesma semana em que a cidade acolherá o COP22, a conferência das Nações Unidas para as Alterações Climáticas.

"Estamos muito satisfeitos por estar a correr em Marrakesh - é a primeira vez que a Fórmula E corre no continente africano, que mostra como nós evoluímos para um campeonato verdadeiramente global", começou por dizer Alejandro Agag, na apresentação do circuito. "O evento tem um significado ainda maior, pois estamos aqui como um dos parceiros oficiais da COP22. A Fórmula E entende perfeitamente os desafios e os riscos que as alterações climáticas representam, e ser uma parte do fórum mais importante para a abordagem deste problema é uma grande honra", concluiu.

Jean Todt, presidente da FIA, afirmou sobre o circuito e a competição em si: "A Fórmula E é um grande exemplo de um campeonato FIA entre os dois pilares principais da Federação - desporto e mobilidade. Estamos muito satisfeitos em saber que a Fórmula E decidiu tornar-se um parceiro da COP22 por ocasião da primeira edição do ePrix de Marrakesh. Como parte da missão da FIA para promover sistemas de transporte limpos e disponíveis a todos, queremos incentivar o desenvolvimento e a adoção de tecnologias sustentáveis. A Fórmula E é um laboratório fantástico que vai permitir o desenvolvimento de 'tecnologias limpas para todos '".

Said Mouline, o CEO da Agência Marroquina para o Desenvolvimento de Energias Renováveis ​​e Eficiência Energética, congratulou-se com a chegada da competição a paragens marroquinas: "O ePrix de Marrakesh, a 12 de novembro, vai ser um evento oficial da COP22 e será uma magnífica ocasião para demonstrar que a mobilidade elétrica atingiu uma excelente nível de maturidade e que o seu desenvolvimento é até as políticas determinadas por estados-nação. A mobilidade eléctrica está agora a chegar também a África, onde existem enormes oportunidades".

O circuito será oposto aos ponteiros do relógio.

segunda-feira, 17 de outubro de 2016

A imagem do dia

Faz hoje 35 anos que Nelson Piquet comemorava o seu primeiro título mundial nas ruas de Las Vegas. A imagem que o mostraram na televisão mostra-o em sofrimento, não só o fisico - estava com uma lesão do qual aguentou como pôde - mas também o psicológico, onde ele lutou contra a Williams e contra Carlos Reutemann, que liderou durante boa parte da temporada, apesar da sua equipa lhe ter virado as costas devido à sua desobediência à ordens no GP do Brasil, alguns meses antes.

Debaixo de calor, num pista que muitos consideravam como uma das piores desenhadas até então, no parque de estacionamento do Ceasar's Palace (eles ainda não tinham visto os tilkódromos...), Piquet tinha a sorte do seu lado, pois a caixa de velocidades do carro do piloto argentino tinha ficado avariada na quinta velocidade e caiu da pole-position até ao oitavo lugar final. Quanto a Piquet, contra todas as chances, acabou no quinto lugar, conseguindo dois pontos, um deles essencial para alcançar o campeonato.

O título de Piquet estava anunciado desde a temporada anterior. Com uma segunda metade do campeonato bem forte, tornou-se no maior opositor a Alan Jones, mas a carambola na primeira volta do GP do Canadá fez com que o australiano terminasse as suas aspirações. Em 1981, no meio das polémicas e ameaças do seu patrão, Bernie Ecclestone, de criar a sua própria competição, Piquet concentrou-se em bater as Williams, tentando aproveitar a divisão na equipa de Grove, entre Jones e Reutemann, apesar do toque entre Piquet e Jones em Zolder...

No final, a Williams comemorou... a vitória de Jones, que terminou na frente de Alain Prost e Bruno Giacomelli, no seu Alfa Romeo. De uma certa forma, até ficou contente com o título ter ido parar a Piquet, pois assim, não teriam de comemorar um título às mãos... do outro. Mas estranhamente, ele continuou a correr por eles em 1982 (pelo menos no seu inicio). Vá-se lá entender o estado de espírito...

E pessoalmente, este é um dia importante, porque foi o dia em que assisti a uma corrida de Formula 1 pela primeira vez.

E depois de Hulkenberg, como ficará o mercado?

Na sexta-feira, todos nós soubemos da colocação de maus uma peça no "puzzle" (ou quebra-cabeças) do mercado de pilotos para 2017, com a passagem do alemão Nico Hulkenberg da Force India para a Renault, num contrato de três temporadas, ao preço de seis milhões de euros por ano. A movimentação poderá ser vista a médio prazo, pois Hulkenberg há muito que desejava ter um contrato com uma equipa de fábrica para poder mostrar todo o seu talento que já mostrou na Williams, Sauber e Force India, mas sem pódios (apesar de ter uma pole-position e duas voltas mais rápidas).

Com isso, outras coisas podem acontecer agora de futuro, como por exemplo, a chance de ter uma dupla totalmente nova para a Renault em 2017, livrando-se de Kevin Magnussen e Joylon Palmer. Isto porque há noticias de insistem ma ideia de que a equipa do losango quer Valtteri Bottas, mesmo que a Williams esteja relutante em deixar partir, porque pretendem ter um piloto mais experiente para ajudar o canadiano Lance Stroll (cujo 18º aniversário, a 29 de outubro, coincide com o fim de semana do GP do México) no seu ano de estreia na Formula 1. É interessante saber que os franceses querem uma dupla jovem e veloz, mas também experiente, numa temporada em que teremos chassis novos, e dos quais Pat Symmonds, o engenheiro-chefe da Williams, já disse que estes carros terão um "downforce" imenso, bem maiores do que tem agora.

Se os dois lugares da Renault estão "vagos", isto vai significar que teremos mais lugares à disposição do que se esperava, e todo o mercado de pilotos vai estar bem mais agitado. E claro, muitos nomes para esses lugares, sejam eles jovens, experientes ou não, com ou sem dinheiro.
Há uma coisa interessante do qual o Joe Saward faz referência no seu blog logo na sexta-feira. A Williams não deseja que Bottas saia, mas caso aconteça, eles poderão pensar em três alternativas interessantes: o brasileiro Felipe Nasr, o alemão Pascal Wehrlein e o dinamarquês Kevin Magnussen. Contudo, a marca de Grove sustenta-se num equilibrio delicado em termos de dinheiros, e se o primeiro tem, os outros dois dependem de outros arranjos financeiros. Apesar de Wehrlein não ser mau de todo, a Mercedes quer dinheiro pelos seus motores e não quer arranjos que o façam "descontar" na conta. E no caso da Force India, vai pelo mesmo diapasão.

Mas esta segunda-feira, a Autosport portuguesa fala que há o rumor de que Lawrence Stroll, o milionário pai de Lance... não quer Bottas na equipa, ou seja, deseja uma dupla totalmente nova. O rumor vem do ex-piloto Mika Salo, que fala que Stroll Sr. comprou as ações que pertenciam a Toto Wolff (algo que já se ouviu por mais do que uma vez nos últimos tempos) e parece que deseja fazer as coisas à sua medida. Resta saber quem é que ele quer. Nasr? 

Contudo, caso a Renault não consiga Bottas, mas não queira ficar com Magnussen, o francês Esteban Ocon seria uma boa alternativa, pois já andou por ali como terceiro piloto em 2015 e no inicio de 2016, logo, já conhece os cantos da casa... apesar de ser piloto Mercedes.

No lado da Force India, a situação é semelhante à Williams, mas este ano conseguiu ser melhor do que eles. Tudo indica que serão quartos no mundial de Construtores e mais dinheiro irá entrar nos cofres da equipa. E se conseguirem contstruir um bom chassis, aliado ao motor Mercedes que têm, o lugar será bem apetecível. Pascal Wehrlein seria uma boa chance, mas o problema é o mesmo que tem em relação ao lugar na Williams: a marca quer dinheiro e não descontos.

A alternativa passaria por Palmer, por exemplo, pois Nasr não lhe convêm por causa do... dinheiro. Vijay Mallya quer vender a equipa por um valor bem grande - por agora - mas com o tempo, poderá ser que faça um desconto para que se "livre" de mais um dos inumeros problemas legais e financeiros do qual tem de lidar neste momento. É por isso que está a viver desde o inicio do ano em paragens britânicas... como foragido devido a impostos não pagos e ajustes de contas em relação à falência da Kingfisher Airlines, em 2013.

Mas mais interessante ainda é que a Force India veria com bons olhos se o lugar calhasse a Esteban Gutierrez. Incerto na Haas, ter uma dupla totalmente mexicana na equipa poderia atrair a chance de ter a familia Slim a comprar a equipa, do qual foi falado durante este verão na imprensa local, algo do qual foi prontamente negado.

E poderá haver mais buracos por preencher no mercado de pilotos para 2017. Caso saia um dos pilotos da Manor, é provavel que Rio Haryanto entre para os preencher, pois Alexander Rossi ficará na IndyCar, correndo pela Andretti (o que dá vencer as 500 Milhas logo no seu ano de estreia!), mas mais complicado vai ser se tiver de preencher os dois lugares. Como têm motores Mercedes, poderá ser provavelmente um sitio apetecível. E a Sauber, em 2017, deverá querer um piloto ao lado de Marcus Ericsson, caso Nasr saia para uma Williams da vida...

Como se pode ver, este mercado e estas movimentações estão longe de estarem terminadas...

CNR: José Pedro Fontes vence em Espinho e e bicampeão

No final dos ralis, como na vida, o último a rir, ri sempre melhor. Mo final do dia de ontem, nunca se esperava que José Pedro Fontes, que tinha tido um mau arranque, pudesse acabar o rali a sorrir, não só como vencedor do Rali Casino de Espinho, mas também como campeão nacional, numa prova onde dos dezoito que entraram na estrada, apenas onze pilotos chegaram ao fim.

No final do primeiro dia, João Barros tinha uma margem mínima sobre Carlos Vieira, com José Pedro Fontes a meio da tabela, vitima de um despiste logo na primeira das especiais em Gaia. Contudo, hoje, eles tinham mais oito especiais pela frente, até à meta, para ver quem sairia melhor neste penúltimo rali da temporada.

Na primeira passagem por Ferreira de Castro, José Pedro Fontes partiu para o ataque, vencendo a especial com 1,8 segundos de vantagem sobre Carlos Vieira, com João Barros a ser terceiro, a 3,8 segundos. Com isto, Fontes subia para o terceiro posto, a vinte segundos do novo líder, Carlos Vieira. Essa passagem ficou marcada pelo abandono de Pedro Meireles, que bateu e danificou o seu carro.

A seguir, na primeira passagem por Burgães, Fontes voltava a vencer, pressionando os dois pilotos da frente, ganhando 2,2 segundos sobre Carlos Vieira e 3,7 sobre João Barros. Vieira alargava a sua diferença para 4,5 segundos sobre Barros, mas Fontes vinha atrás e tentava apanhá-los, diminuindo a diferença para 18,2 segundos, com Miguel Barbosa a ser quarto... já a 44,6 segundos!

A quinta especial - primeira passagem por Arestal - ficou marcada pelo despiste de Carlos Vieira, que perdeu quase meia hora, ficando de fora da luta pela vitória. Fontes venceu de novo, e João Barros era o novo lider do rali, com José Pedro Fontes a aproximar-se, caindo a diferença para 8,7 segundos. Elias Barros era agora o terceiro, tendo conseguido passar o Skoda de Miguel Barbosa, mas ambos já estavam a mais de um minuto do líder.

Sem Vieira, não deixava de haver duelo pela vitória, desta vez entre Ford e Citroen, Fontes partia para a sexta especial, a primeira passagem por Rio Caima, de pedal a fundo. Conseguiu vencer, colocando 4,3 segundos de diferença sobre João Barros, e a diferença entre ambos estava reduzida para 4,4 segundos. Joaquim Alves era o terceiro nessa especial, mas a 24,8 segundos, com Miguel Barbosa a ser o quarto, a 28 segundos do primeiro, na frente de Elias Barros, quinto, a 28,9 segundos.

Na segunda passagem por Ferreira de Castro, o momento do rali: João Barros despista-se e abandona, e Fontes fica com o comando, do qual apenas tinha de levar o carro até ao fim, já que o avanço para o segundo classificado, Miguel Barbosa, era quase de dois minutos. Elias Barros perdia 16,5 segundos nesse troço e trocou de lugar com Barbosa.

A partir daqui, tudo estava decidido. Fontes ganhou a oitava e a décima especial, enquanto que Barbosa ficava com a nona. O piloto da Sports and You tornou-se no vencedor do Rali Casino de Espinho, com uma vantagem de um minuto e 46 segundos sobre Miguel Barbosa, e dois minutos e três segundos sobre Elias Barros.

Agora, o Nacional de Ralis encerrará em novembro em terras algarvias.

domingo, 16 de outubro de 2016

A imagem do dia (II)

O "Parc Fermé" durante o Rali de Sanremo de 1986. Há precisamente 30 anos, nesta quinta-feira, começava o rali italiano, a contar para o Mundial de Ralis desse ano. Contudo, numa temporada cheia de polémicas e tragédias, este rali italiano ficou marcado pela polémica e pela farsa, numa altura em que o Grupo B já tinha marcada a sua extinção na agenda, para o final dessa temporada.

O rali era a "casa" da Lancia que, ferida com a perda de um dos seus pilotos no Rali da Córsega, queria mesmo ganhar, para ter a chance de alcançar o triunfo no Mundial de Cosntrutores e de pilotos, com Markku Alen e o jovem italiano Massimo Biasion. Do outro lado, tínhamos a Peugeot, com o seu diretor desportivo, o francês Jean Todt, e pilotos como os finlandeses Timo Salonen e Juha Kankkunen.

Nesses tempos, os ralis eram longos - este em particular tinha cinco dias de duração - os tipos de asfalto eram mistos - asfalto e terra - e os comissários de pista normalmente não eram totalmente neutros. Principalmente em Itália, que tinha a fama de levar as suas marcas ao colo: na Formula 1 era a Ferrari, nos ralis poderia ser a Fiat ou a Lancia.

Por causa de acontecimentos como os da Lagoa Azul, a organização estava bem severa em relação ao comportamento dos espectadores. Qualquer pessoa a pisar o risco implicava o anulamento puro e simples da especial.

Mas foi no final do terceiro dia que a polémica alcançou o rali. A Lancia protestou as aletas laterais dos Peugeot 205, alegando que estavam ilegais. A organização acedeu aos pedidos e decidiu excluí-los, pura e simplesmente. Só havia três carros da marca presentes nessa altura: os de Kankkunen, o francês Bruno Saby e o italiano Andrea Zanussi. Aparentemente, essas "aletas" estavam a criar um efeito-solo que tinha sido proíbido... na Formula 1 (o famoso anexo J). A Peugeot dizia que isso já estava nos seus carros... desde o Rali de Portugal, seis meses antes. Resultado final: Todt decidiu apelar à FIA, que como sabem, era presidida pelo francês Jean-Marie Balestre.

No fim, os Lancia ganharam o rali, e Markku Alen acabou por ser coroado campeão do mundo de pilotos. Mas apenas por... onze dias. Então, a 18 de dezembro de 1986, a FIA optou pelo mal menor: os resultados do rali foram anulados, fazendo com que este tivesse o estatuto de "extra-oficial" e a Lancia ficou com o Mundial.

Os Grupo B foram "sepultados", mas a partir de 1987, a Lancia passaria a competir "sozinha" no Grupo A (havia os Mazda, Nissan e Toyota mas até ao final da década não eram ameaça aos dominantes Delta), enquanto que a Peugeot iria correr nos "rally-raid", ou seja, o Dakar, com os 2015 e 405, dominando-os até meados da década seguinte. Só voltariam no fim da década de 90, com os WRC, e depois de Todt sair dali para ser o manda-chuva da Ferrari, criando outras páginas de glória no automobilismo.

A imagem do dia

Sebastien Ogier comemora no parque fechado de Salou o seu quarto título consecutivo no Mundial de Ralis, demonstrando que desde 2004, se quiser ganhar um campeonato, tem de ser frances e se chamar Sebastião. Depois dos nove títulos mundiais de Sebastien Loeb, agora, Sebastien Ogier é o seu sucessor, e desde que chegou à Volkswagen em 2013, não fez outra coisa senão ganhar, ganhar e ganhar. E na maior parte dos casos, merece ganhar com sobras, contra pilotos do calibre de Jari-Matti Latvala, Kris Meeke, Thierry Neuville ou Dani Sordo, e talentos novos como Ott Tanak, Craig Breen ou Hayden Paddon.

Contudo, o próprio Ogier admite que este foi um campeonato mais custoso do que nos outros anos. A Hyundai bateu o pé em algumas vezes, Kris Meeke brilhou nas poucas vezes em que levou o carro à estrada - a marca do "double chevron" fez este ano um programa parcial - e mesmo a Ford, com Ott Tanak, pregou-lhe um susto na Polónia. 

Logo, no final, desabafou afirmando que este foi o campeonato mais difícil até agora: “É incrível, foi um campeonato duro, mas fantástico. Ser campeão a duas provas do fim, não posso pedir mais. Este fim de semana foi novamente fantástico em termos de sensações atrás do volante. Mas claro que agora na última especial pensei um pouco no campeonato. Tenho que agradecer e dar o meu obrigado por tudo à equipa, que é fantástica. É incrível juntar-me a Makkinen, Kankunnen e Loeb, grandes nomes do desporto. Somos um casal perfeito, e como todos discutimos um pouco. Mas este título é dele, tal como de todos na Volkswagen. Sem eles não teria conseguido.

Ogier tem agora 37 vitórias (a sua primeira foi o rali de Portugal de 2010) em 150 ralis na sua carreira, e ajudou a Volkswagen a ter 41 vitórias em 50 participações, dos quais 30 tem a sua marca. Pode ainda ser cedo para afirmar que é o melhor piloto da sua geração, mas os números que já leva o fazem pensar que está a caminho de arranjar um lugar na galeria dos imorais. E ainda não chegou aos 33 anos...

WRC 2016 - Rali da Catalunha (Final)

Sebastien Ogier chegou ao topo e não o largou, terminado hoje não só como vencedor, mas também como campeão do mundo. O piloto francês da Volkswagen venceu com uma vantagem de 15,6 segundos sobre Dani Sordo, e um minuto e 15 segundos sobre Thierry Neuville, noutro Hyundai. Aliás, três dos quatro Hyundai presentes ficaram nos quatro primeiros lugares, já que o neozelandês Hayden Paddon foi o quarto classificado, a um minuto e 27 segundos.

Com Ogier já no comando do rali, no final do segundo dia, o último - que tinha mais quatro especiais, incluindo a Power Stage - começou como acabou: com Ogier ao ataque. Ele venceu na primeira passagem por Pratdip, conseguindo uma vantagem de dois segundos sobre Hayden Paddon e 2,6 sobre Dani Sordo, alargando ainda mais a sua liderança. “É bom. Mais uma vez, esta manhã o piso estava mais húmido do que o esperado. E o Kris bateu num dos setores. Estou contente por conseguir chegar ao fim do troço”, disse Ogier.

Vou tentar reverter a situação. Forcei o andamento e corri alguns riscos com os cortes, mas é difícil”, garantiu Sordo. De facto, Kris Meeke acabou por bater, abandonando ali o rali.

A seguir, na primeira passagem por Duesaigues, Jari-Matti Latvala foi o vencedor, mas Ogier continuou a ganhar tempo a Dani Sordo, pois foi o segundo, a 0,2 segundos do finlandês, enquanto que Sordo foi apenas o quinto, a 4,5 segundos. “Com certeza que é bom conseguir novamente ser mais rápido do que o Dani. Fui um pouco mais cauteloso do que o normal depois do que aconteceu o ano passado. Com certeza que o cenário é bom. Faltam duas classificativas!”, disse o francês, que alargou a diferença na geral para 12,7 segundos.

Dani Sordo, por outro lado, estava frustrado: “Tentei realmente apanhar o Ogier. Prometo que estou a fazer o meu melhor. Existem tantas pessoas nos troços que quero realmente agradecer todo o seu apoio”, revelou o espanhol.

Latvala foi de novo mais veloz na segunda passagem por Pratdip, com Ogier logo no saegundo posto, a 1,4 segundos - e claro, a ganhar segundos a Sordo - que foi apenas quinto, a 2,7 segundos. O rali já estava desenhado, Ogier iria ser o vencedor, e a seguir, campeão do mundo. E foi o que aconteceu na Power Stage, com Latvala, Ogier e Sordo a ficar com os três primeiros lugares.

No final, Ogier comemorou: “É incrível, foi um campeonato duro, mas fantástico. Ser campeão a duas provas do fim, não posso pedir mais. Este fim de semana foi novamente fantástico em termos de sensações atrás do volante. Mas claro que agora na última especial pensei um pouco no campeonato. Tenho que agradecer e dar o meu obrigado por tudo à equipa, que é fantástica. É incrível juntar-me a Makkinen, Kankunnen e Loeb, grandes nomes do desporto. Somos um casal perfeito, e como todos discutimos um pouco. Mas este título é dele, tal como de todos na Volkswagen. Sem eles não teria conseguido”, disse um felicíssimo Sébastien Ogier.

É um resultado incrível, um fim-de-semana incrível. Desapontado por perder o rali para o Sébastien, mas tenho que dar os parabéns ao Sébastien. Dei o meu melhor, e por isso estou contente comigo mesmo. E tenho que agradecer aos fãs, porque eles foram incríveis”, respondeu Dano Sordo, que subia ao pódio pela segunda vez nesta temporada.

Com isto, Sebastien Ogier tem agora 222 pontos, contra os 127 de Thierry Neuville e Andreas Mikkelsen, empatados no segundo posto. Hayden Paddon tem 114 pontos, mais três que Dani Sordo e mais dez do que Jari-Matti Latvala.

O WRC prossegue em terras galesas, entre os dias 28 e 30 de outubro.

CNR: Barros lidera no Rali Casino de Espinho

João Barros é o inesperado líder do Rali Casino de Espinho, que teve este sábado à noite as suas primeiras três classificativas. José Pedro Fontes atrasou-se e poderá atrapalhar um pouco mais as suas chances de título, quando falta ainda mais um dia nas estradas à volta da cidade nos arredores do Porto. A distância para Carlos Vieira, o segundo classificado, é de uns meros... 0,8 segundos.

Com o rali a começar em Gaia, numa especial desenhada no centro da cidade, os melhor foi Carlos Vieira, no seu Citroen DS3 R5, conseguindo uma vantagem de 0,2 segundos sobre João Barros, e dois segundos e vinte sobre Pedro Meireles e Miguel Barbosa, ambos empatados com o mesmo tempo. José Pedro Fontes perdeu 17,8 segundos nesta especial, acabando apenas com o 13º melhor tempo.

Na segunda passagem pela especial, agora com o piso molhado devido à chuva, Carlos Vieira voltou a vencer, desde vez com uma vantagem de 0,8 segundos sobre João Barros. Miguel Barbosa voltou a ser terceiro, mas na geral, a distância alargou.se para os 4,4 segundos, enquanto que josé Pedro Fontes subiu para o nono posto, agora a 22,4 segundos do primeiro.

Na terceira especial do dia, em Santa Maria da Feira (1,62 km), Barros reagiu e conseguiu levar o seu Ford, batendo Carlos Vieira por 0,4 segundos. José Pedro Fontes foi o terceiro, a 1,4 segundos de Barros, com Miguel Barbosa a ser o quarto.

Na geral, com menos de um segundo entre os dois primeiros, e Miguel Barbosa na terceira posição, a quase onze segundos, Pedro Meireles é o quarto, a 13,4 segundos e José Pedro Fontes é o quinto, a 23,1 segundos, menos 0,3 que Fernando Peres, o sexto.

O rali Casino de Espinho prossegue no domingo, com a realização de seis especiais de classificação.