sábado, 13 de junho de 2020

A cerimónia do pódio não vai ser mais a mesma

Quando a Formula 1 voltar, muitas coisas serão diferentes, e isso incluirá a cerimónia do pódio. De acordo com o pessoal da Formula 1, para evitar aglomerações desnecessárias, os pilotos poderão não ir ao lugar anteriormente indicado e fazer as coisas de modo diferente, segundo conta Ross Brawn no site oficial.

"O procedimento no pódio não pode acontecer, mas estamos olhando para fazer algo no grid após a corrida", começou por dizer. “Uma opção seria alinhar os carros na pista e os pilotos ficarão na frente dos carros. Não podemos apresentar os troféus, pois você não pode ter alguém por perto apresentando um troféu, mas nós temos planos e procedimentos, e estamos vendo como podemos apresentá-lo na TV", concluiu.

A Formula 1 voltará à ação a 5 de julho no Red Bull Ring, na Áustria, e por agora, oito provas foram já confirmadas no calendário.

sexta-feira, 12 de junho de 2020

A imagem do dia

Jackie Stewart a caminho da sua vitória número 25 nas ruas do Mónaco, no seu Tyrrell 006. Eu sei que o aniversário dele foi ontem, mas passei esta semana a ler a sua autobiografia, "Winning is Not Enough", onde ele fala da sua vida desde a sua infância, passando pela sua carreira competitiva, a sua dislexia, a sua luta pela segurança nos circuitos, e depois as suas carreiras como comentador televisivo, e conselheiro para marcas como a Ford, Goodyear, Elf e Rolex.

O que hoje queria trazer para aqui, nesta semana de aniversário, do qual me dediquei a ler a sua autobiografia, foi o ano de 1973. Jackie Stewart, bicampeão do mundo, era, aos 34 anos, uma pessoa desgastada. Tinha estado parte do ano de 1972 na cama, doente, por oito semanas, por causa de uma monocelulose, e depois, uma úlcera duodenal. Apenas perdeu uma corrida, é verdade, mas de uma forma, isso contribuiu para a perda do título para Emerson Fittipaldi, no seu Lotus 72.

Em 1973, parecia que Fittipaldi ia a caminho do seu segundo título mundial. Em abril, o brasileiro tinha ganho na Argentina e no Brasil natal, contra um triunfo seu em Kyalami, depois de uma qualificação desastrosa, onde bateu com o seu carro e apenas largou de 16º na grelha.

A 24 de abril, Stewart convidou para um almoço em Londres três pessoas de sua confiança: Ken Tyrrell, seu patrão e bom amigo, Walter Hayes, o presidente da Ford Europa, antigo jornalista e depois convenceu a fábrica a investir 300 mil libras no projeto do Cosworth DFV V8, que ando depois disse quer tinha sido o dinheiro melhor gasto na história do automobilismo, e John Wadell, outro executivo da Ford. 

"Depois de um certo tempo, disse 'Meus senhores, convidei-os [aqui] porque queria que fossem os primeiros a saber que irei retirar-me no final desta temporada. Nada direi em público, e eu sei que respeitarão isso, nas queria que soubessem [disso].'"

Olhei à volta e senti que a noticia não tinha sido acolhida com particular surpresa. Ken, aparentente, falou por todos os outros, afirmando que queria persuadir para continuar. 'Mas', ele concluiu com um sorriso, 'não vou fazer isso. Sempre foi uma decisão tua, e de mais ninguém. Agora que tomaste a decisão, não há problema. Só quero agradecer que esta não é uma decisão imediata e vais completar a temporada connosco'".

Senti que me tiraram um enorme peso nas minhas costas, e eu sai do lugar sentindo-me quase eufórico porque, depois de meses de incerteza, sabia categóricamente que tinha tomado a decisão correta. 

Decidi não contar nada a Helen [Stewart, sua mulher]. Foi difícil. Não queria colocá-la na posição horrível de contar as corridas que faltavam até ao final da temporada, como se estivesse a contar as garrafas na parede e sempre pensando se, como diz a canção, uma das garrafas 'caísse acidentalmente'. Para além disso, se dissesse a ela, a sua lógica seria porque não retirar de imediato e assim evitaria mais riscos desnecessários. Depois teria de lhe dizer que tinha prometido a Ken que iria completar a temporada, e isso iria ser um problema. Assim sendo, não disse nada a Helen e os rapazes, e nada disse a Francois Cevért porque as noticias poderiam confundir a sua concentração.

Ninguém mais teria de saber. A decisão tinha sido feita e, disse para mim mesmo, precisava de me concentrar na minha condução e olhar para o que restava para aquela que iria ser a minha última temporada. Estava determinado a gozá-la, talvez aproveitá-la para saborear a atmosfera de cada corrida e cada circuito. De uma certa forma, tomar esta decisão cedo na temporada criou a preciosa oportunidade de, como diz o ditado, 'cheirar as rosas'.

O segredo foi respeitado por todos. A descontração com o qual encarou as corridas que faltavam quase lhe custou uns acidentes bem feios. Na volta de desaceleração para o GP do Mónaco, onde venceu depois de uma luta imensa com Emerson Fittipaldi, ambos se tocaram na saída do túnel, quase acabando no muro.

Mas depois, vitórias na Holanda e Alemanha, no mesmo lugar onde cinco anos antes, vencera debaixo de chuva e nevoeiro, numa das provas mais épicas da história do automobilismo, o deram o campeonato, o terceiro da sua carreira e um final que poderia ter sido apoteótico, se não fosse os eventos de Watkins Glen.

Essa, conto depois.    

Youtube Video Trailer: Brock: Over The Top

Peter Brock é uma lenda no automobilismo australiano, principalmente em Bathurst. Vencedor por nove vezes da clássica Bathurst 1000, nove vezes da Sandown 500, outra corrida famosa na Austrália, três vezes campeão nacional, Brock foi aclamado pelos fãs como o "Rei da Montanha".

Quando morreu em 2006, num acidente de carro quando participava no Targa West, a bordo de um Daytona Sportscar, um carro baseado no Shelby Daytona, a sua morte foi sentida por milhões no seu país, e foi-lhe dado um funeral de estado na sua Victoria natal. Hoje, 14 anos depois do seu acidente fatal, ainda é um nome reverenciado.

Contudo, a sua competitividade acarretava um lado negro: depressões e uma vida social agitada - casou por duas vezes, mas teve uma companheira por 28 anos - colocou pressão sobre a sua visa que por vezes era exacerbada na pista. E agora, surge um documentário sobre a sua vida e carreira de seu nome "Brock: Over the Top", que estreará no mês que vêm, e cujo trailer coloco aqui.

Formula 1: Abiteboul cético sobre provas fora da Europa

Com oito provas confirmadas e mais a tentarem entrar no calendário, apesar dos condicionantes, há quem ache que as provas fora da Europa dificilmente irão acontecer. Cyril Abiteboul, o diretor desportivo da Renault, afirmou numa entrevista à motorsport.com que os diversos condicionantes e relação à saúde e aos diversos graus de confinamento colocam tudo em dúvida.

Acho que as provas fora da Europa serão mais difíceis”, começou por dizer o francês, ainda antes do anuncio dos cancelamentos de Baku, Singapura e Suzuka. “Vemos que os voos de longa distância ainda são um pouco incertos, e a dificuldade é encontrar um promotor que esteja pronto para assumir o risco económico de dizer ‘vou fazer uma corrida na frente de uma audiência grande o suficiente para absorver o custo da logística. Eu acho que é mais um desafio, é mais um risco económico do que o risco de saúde e segurança que existe na Europa”.

“Sentimos que o mundo está a começar a estar num lugar onde as corridas são possíveis e também aceitáveis”, disse ele. “Precisamos pensar na imagem, em particular na maneira como lidamos com Melbourne e como saímos de Melbourne. Acho que o mundo está pronto para isso em julho, o que é uma ótima notícia. Precisamos apenas ver como podemos transpor as diretrizes da OMS para o ambiente das corridas, o que é um desafio.

Abiteboul também aproveitou para falar sobre as unidades motrizes a partir de 2025, que ainda serão os V6 Turbo, e referiu a eletrificação como referência futura.

Ainda há muito trabalho a ser feito nas unidades motrizes. Elas são boas, mas continuam a ser extremamente caras de manter e operar. O próximo passo é olhar bem para o que já foi feito, para que a próxima geração seja mais económica de vender”, começou por dizer.

Já mencionei um dos pontos mais importantes, o financeiro. O próximo é a tecnologia. Vemos a eletrificação a ganhar terreno em todo o mundo, por isso precisamos de pensar muito no que isso significa para a Fórmula 1, no contexto das corridas e o que significa na co-existência com a Fórmula E. Gostava de ter o principal das unidades motrizes acordado em 2021 ou 2022, para em 2023 começar o desenvolvimento”.

E fala sobre a unidade motriz MGU-H, que faz com que os motores consigam ser eficientes em termos de consumo de combustível, mas acrescentam peso ao carro. 

Temos o MGU-H, que faz o motor ser eficiente em termos de combustível. Será que estamos preparados para ser menos 20% a 30% menos eficientes? Em 2022, já temos carros mais pesados, portanto não vejo andarmos com mais combustível. É uma equação difícil. Acho que com os carros a serem mais pesados, esse componente não deve ser retirado. Podemos ter mais potência, claro, mas, se queremos potência sustentável , será difícil sem o MGU-H”, concluiu.

Formula 1: Calendário definitivo até à Áustria, Portimão é hipótese

A Formula 1 garante que irá haver um calendário definitivo até ao inicio de julho, mas o anuncio, esta manhã, dos cancelamentos dos GP's de Singapura, Azerbeijão e Japão, e com cada vez mais dúvidas sobre Rússia, Estados Unidos, México e Brasil, devido à condição da pandemia nesses países, fez levantar hipóteses de receber a Formula 1 noutros lados. E a própria página da categoria coloca desde ontem a chance da Formula 1 ir... a Portimão, graças a declarações de Ross Brawn.

"As coisas estão a mudar rapidamente, mas ainda temos tempo", começa por dizer Brawn ao site da Formula 1. "Temos muitas opções diferentes e estamos muito confiantes de que teremos uma ótima segunda metade da temporada, mas não faz sentido fazer a declaração ainda, pois ainda há algumas partes móveis que precisamos montar.", continuou.

Há uma contingência para se prolongar a temporada europeia com mais uma ou duas corridas, se necessário. Acho que o Bahrein e Abu Dhabi serão os bastidores da temporada do que podemos ver no momento. Isso nos dá 10. Vamos encontrar pelo menos cinco ou seis boas corridas no meio.

Reconhecemos que locais onde eles precisam construir uma pista, como Baku ou Singapura, precisam de mais atenção do que faixas permanentes. Todos os aspectos foram considerados e acho que podemos ter uma segunda metade muito boa da temporada. Haverá algumas corridas que não acontecem, podem ser algumas que realizamos, mas há muita coisa acontecendo", concluiu.

Como já foi referido, estas declarações aconteceram na véspera do cancelamento de três provas do calendário original.

Do outro lado, Paulo Pinheiro, o dono do Autódromo Internacional do Algarve (AIA), disse hoje à Agência Lusa que as equipas poderão querer a corrida em paragens algarvias, mas qualquer decisão só acontecerá no inicio de julho. “Sabemos que há muita vontade das equipas de que Portugal seja escolhido para o calendário e nós temos feito tudo o é necessário”, disse.

Entretanto, Imola também se tornou numa forte hipótese de receber a Formula 1, e esta sexta-feira, recebeu a luz verde depois da FIA ter feito uma visita ao seu centro médico, que tinha sido remodelado no inicio do ano, para ficar dentro dos padrões que permitiram a sua aprovação como circuito de Grau 1 da FIA.    

Contudo, outras provas europeias também tem o selo de aprovação de Grau 1, como Mugello... e Estoril. E em termos de calendário, também é altamente provável que os cancelamentos desta sexta-feira podem não ser os últimos. Estados Unidos, México e Brasil estão em sérias dificuldades em controlar a doença, bem como a Rússia, e da Ásia, somente China e Vietname é que têm a luz verde, embora com muitas condições. Daí que se pensa seriamente em duas provas no Bahrein, em duas versões do circuito de Shakir, e o encerramento da temporada em Abu Dhabi.

The End: Eppie Wietzes (1938-2020)

O canadiano Eppie Wietzes, piloto que correu em dois Grandes Prémios nos anos 60 e 70, morreu na quarta-feira aos 82 anos de idade. O anuncio foi feito pela sua familia, e a causa da sua morte foi uma insuficiência cardíaca.

É triste dizer que Eppie faleceu ontem à noite. Ele estava confortável, embora frustrado com a súbita progressão da doença. Ele teve insuficiência cardíaca e foi exasperada por outras complicações menores, mas demais para o seu corpo superar.”, afirmou sua esposa, Barb, no seu comunicado oficial.

Nascido a 28 de maio de 1938 em Assen, na Holanda como Egbert Wietzes, foi para o outro lado do Atlântico aos 12 anos de idade e em 1958, aos 20 anos, começou a envolver-se no automobilismo, correndo em pequenas máquinas de V8, como o AC Cobra, na cena automobilística canadiana. A partir de 1967, começou a tomar interesse na Can-Am, correndo num Ford GT40, e nesse mesmo ano, teve a sua primeira experiência com a Formula 1, correndo num Lotus 49 semi-oficial no GP do Canadá, onde recebeu assistência externa e acabou desclassificado.

A partir daí, começou a concentrar-se na Can-Am, Trans-Am e na nova Formula 5000, onde se tornou no campeão canadiano em 1969 e 70, correndo num Lola T142 e num McLaren M10B. Nesse ano, também esteve no campeonato americano, onde foi quarto classificado, repetindo o feito em 1971.

Ao longo da primeira metade da década, o piloto esteve nessa competição, quase sempre guiando McLarens e Lolas, e em 1972, venceu em Donnybroke. O melhor que conseguiu foi de novo um quarto lugar na temporada de 74.

Nesse ano, regressou à Formula 1 para aceitar correr no GP do Canadá, a bordo de um Brabham BT42, mas não foi longe. Contudo, um ano antes, foi o Pace Car para essa corrida, e entrou na história ao entrar na pista com o seu Porsche 914, causando mais confusão no pelotão da Formula 1, quando apareceu na frente do Iso-Marlboro de Hownden Ganley, deixando três carros para trás!

Nos anos 80, saltou para a Trans-Am, onde acabou por vencer o campeonato de 1981 a bordo de um Chevrolet Corvette. E nesse ano, foi segundo classificado nas Seis Horas de Mosport, ao volante de um Lola-Chevrolet T600, ao lado de Brian Redman

Em 1987, perto dos 50 anos, decidiu pendurar o capacete e em 1993, tornou-se membro do Canadian Motorsport Hall of Fame, um dos primeiros a entrar, ao lado de Bill Brack e Gilles Villeneuve.

quinta-feira, 11 de junho de 2020

A imagem do dia

Há 65 anos, poderíamos ter perdido o automobilismo para sempre. Nesse dia, em Le Mans, aquilo que estava a ser uma das edições mais competitivas até então, o Mercedes de Pierre "Levegh" perdeu o controlo devido a um desentendimento com o Jaguar de Mike Hawthorn, e o seu carro foi atirado contra a multidão que se aglomerava. No final, 80 pessoas morreram, incluindo o piloto. 

A não interrupção da corrida, para evitar que as estradas ficassem congestionadas com carros e para que as ambulâncias pudessem andar para levar os feridos, pode não ter sido boa no momento, mas foi lógica, porque provavelmente assim muitas vidas foram salvas.

Mas houve consequências. De repente, o automobilismo se tornou na má da fita. As corridas de Espanha, Suíça e Alemanha foram canceladas, e houve pressões para que as da Grã-Bretanha e Itália também fossem, mas não foram adiante. 

A Mercedes, envolvida no acidente, correu por mais algumas horas, antes de pedir aos seus pilotos para que retirassem da prova, um pouco por respeito às famílias dos mortos, mas também como tinha sido um carro alemão envolvido no acidente, dez anos depois do final da II Guerra Mundial - embora fosse mais vítima que réu - e no final do ano, também decidiram colocar os carros no museu, e não pensando mais em automobilismo por uma geração, até voltarem com a Sauber em 1988. Por essa altura, o mítico Alfred Neubauer já tinha morrido havia quase uma década.

E as consequências desse acidente ainda hoje se sentem. A Suíça, por exemplo apenas alterou a lei da proibição de corridas no seu solo para permitir as provas de Formula E, o que já aconteceu.

Mas também o que esta prova - e este horrendo acidente mostrou - é que a velocidade é um perigo, e tinha de se fazer algo para a tornar mais segura. Mas como as pessoas não queriam mudar na estrutura dos carros, das pessoas, dos circuitos, a alternativa foi a mais radical. E quando viram isso, começou a despertar uma consciência dessa periculosidade. Demorou um certo tempo, muito mais pilotos mortos, mais espectadores (Mille Miglia 1957, Monza 1961), mas as coisas começaram a acontecer até chegarmos a um desporto bem mais seguro que tínhamos.

Contudo, naquele dia de há 65 anos, estiveram muito perto de a transformar em fora da lei.  

Youtube Motorspot Video: Revell revê "Grand Prix"

Vi o aviso ontem sobre a critica que o Josh Revell iria fazer sobre "Grand Prix", o filme de 1966 realizado por John Frankenheimer, com James Gardner e Yves Montand como atores principais. E hoje, ao vê-lo, não deixei de mandar umas risadas em relação aos apartes que fazia, mas de uma maneira em geral, ainda acho que é um filme bem feito, apesar de já ter passado mais de meio século desde a sua realização e de como conseguiram convencer quase todo o pelotão da Formula 1 a participar no filme, com cenas reais.

Vejam o video e depois digam o que pensam.

quarta-feira, 10 de junho de 2020

Youtube Motorsport Video: Uma volta com o H24 em Le Mans

Esta deveria ser o fim de semana - ou os dias - das 24 Horas de Le Mans. Mas com a prova adiada para setembro, houve carros na mesma a rodar em La Sarthe. O H24, o protótipo movido a hidrogénio, deu umas voltas com o presidente do ACO, Pierre Fillon, e com Stephane Le Foll, o presidente da câmara de Le Mans.

Com a ACO a pretender desenvolver o carro para que haja uma categoria para estes carros em 2024, esta foi mais uma oportunidade para se mostrarem.

IndyCar: Roger Penske quer alargar calendário e receber a Formula 1 em Indianápolis

Roger Penske
quer usar da melhor forma o circuito de Indianápolis no futuro e poderá passar pela Formula 1. Desde que comprou o complexo em março, tem planos para receber mais provas de mais categorias, incluindo a NASCAR e a IMSA, e a Formula 1, que não está lá desde 2007, é algo do qual não desdenha, apesar dos eventos no passado.

"Tínhamos a Fórmula 1 aqui e poderíamos tê-la novamente", começou por afirmar Penske no podcast da Sirius XM. "Poderá haver uma oportunidade para uma corrida de Fórmula 1 em 2021, 2022 ou 2023", continuou.

Algo do qual Chase Carey não desmentiu: ”Sei que há interesse. Conheço os Penske, tive contacto com eles”, afirmou o homem forte da FOM.

Desde há algum tempo que a FOM quer uma segunda corrida em terras americanas, pois acreditam isto poderá ser ótimo para alcançar mais espectadores, logo, mais receitas. Miami tem vindo a ser uma hipótese, mas tem-se mostrado difícil de alcançar, uma vez que o plano é realizar um circuito citadino, o que colide com inúmeros interesses que estão a atrasar todo o processo. Assim sendo, a chance de regresso a uma pista no qual recebeu o GP dos Estados Unidos de 2000 a 2007, começa a ser uma chance.

A corredora australiana que virou modelo erótico

Eu já tenho umas ideias sobre o que vai acontecer no final desta história. Mas conto na mesma, porque aqui há pesquisa e tenho de mostrar resultados. E como defendo que as pessoas a partir de uma certa idade são adultas e são donas do seu juízo, vale a pena contar o que vêm a seguir.

Renee Gracie é australiana, atualmente com 25 anos, e em 2015 fez história ao ser a primeira mulher em 14 anos a correr na Super 2 Series, a segunda categoria dos V8 Supercars. Nesse mesmo ano, fez parelha com Simona de Silvestro e ambas correram na Bathurst 1000, a primeira dobradinha feminina na mítica corrida australiana, localizada no Mount Panorama, desde 1998. Acabaram na 21ª posição, depois de um acidente na volta 15, e repetiram a façanha no ano seguinte, com a piloto suíça, onde acabou num digno 14º posto.

Contudo, 2017 foi o seu último ano competitivo, e desde então, desapareceu do radar. Os seus resultados nunca foram muito bons, e tirando as suas participações em Bathurst, nunca conseguiu correr na categoria principal, ao lado de nomes como Craig Lowndes, Jamie Whincup ou Shane McLoughin.

Até que recentemente, o jornal australiano Daily Telegraph descobriu que ela era modelo erótico no site onlyfans.com. Ao preço de 12.95 dólares por video e foto, tinha cerca de sete mil fãs na semana passada, altura em que foi descoberta. E o jornal calculava que, a manter esse ritmo, poderá ganhar um milhão de dólares por ano. E antes que perguntem: na Austrália, a prostituição é legal e há bordéis (mas não é disso que se trata aqui).

"Foi a melhor coisa que fiz em toda a minha vida", disse Gracie à News Corp Australia. “Isso me colocou em uma posição financeira que eu nunca poderia ter sonhado. Estou ganhando um bom dinheiro e me sinto confortável onde estou.

"Eu não entrei nessa [de forma] cega", continuou. “Quero dizer, eu não fazia ideia do que seria hoje, mas fiz muita pesquisa antes. Eu entendi o que estava envolvido. Eu sabia que as coisas vazariam, eu sabia que seria controverso, eu sabia de tudo isso. Eu fiz toda a pesquisa e tomei essa decisão.

"Nos meus primeiros seis dias, ganhei 24.000 dólares e foi quando percebi que realmente podia fazer algo com isso.", concluiu.

Questionada sobre o assunto, a Super 2 afirmou que estava a par do assunto e não pretendia comentar. E desde que ela foi descoberta, o número de assinantes no site aumentou para 12 mil, o que ao mesmo preço, terá um mínimo de 155.400 dólares este mês.

terça-feira, 9 de junho de 2020

CPR: Já há um calendário

Se o WRC poderá estar comprometido, aqui em Portugal as coisas já recomeçam a andar, com testes por parte de algumas equipas e a possibilidade do campeonato começar dentro de menos de um mês, no fim de semana de 4 e 5 de julho, em Castelo Branco.

Neste novo calendário, temos a nova data do Rali dos Açores, que contaria para o Europeu de ralis, o cancelamento definitivo do Rali de Mortágua e de Portugal, e a exclusão do rali Terras D'Aboboreira, que se realizaria em setembro. 

Em suma, se for isto, significa que do calendário original de nove ralis, e com um realizado, mais dois (ou três) cancelados, significa que teremos mais seis ralis por realizar neste anos de 2020. Mais certezas, provavelmente na semana que vêm.  

Eis o calendário (oficioso):

4 e 5 de julho – Rali Castelo Branco
6 a 8 de agosto – Rali Vinho da Madeira
28 a 30 de agosto – Rali Alto Tâmega
19 e 20 de setembro – Azores Rallye
9 e 10 de outubro – Rali Vidreiro
13 a 15 de novembro – Rali Casinos do Algarve

Youtube Rally Testing: Os testes de Thierry Neuville na Finlândia

 
No dia em que o Rali da Grã-Bretanha foi cancelado (e muito provavelmente, o Mundial de 2020 pode ter ficado comprometido), Thierry Neuville está na Finlândia a fazer testes com o Hyundai i20 WRC, num teste que aparenta ser de natureza "secreta". 

Contudo, esse teste acabou mais cedo devido a um acidente, onde o carro sofreu danos consideráveis, mas nem Neuville, nem Gilsoul, o seu navegador, sofreram ferimentos. Irão regressar a Alzenau mais cedo que o habitual, mas dentro em breve, poderão regressar aos testes. 

segunda-feira, 8 de junho de 2020

Formula E: Calendário pode acabar em Berlim, Wehrlein sai da Mahindra

Ainda não é oficial, mas a Formula E poderá ter decidido que o seu campeão se encontrará em Berlim, com... seis corridas em duas semanas, todas no ex-aeroporto de Tempelhof, algures em agosto. Para além disso, haverá fortes restrições quanto à presença de pessoas no complexo, e a presença de público é para já uma incógnita, dado que o ritmo de desconfinamento na Alemanha ainda não permite abrir locais de espectáculos a mais gente.

Apesar de ainda não haver uma declaração oficial, recentemente, Alejandro Agag afirmou que dificilmente haveria corridas em mais de um lugar. “É muito improvável que não consigamos fazer mais uma corrida. Penso que conseguiremos talvez mais duas a quatro corridas, ou seja, provavelmente dois fins de semana duplos e talvez um pouco mais. Se o fizermos, estamos bem”, disse.

Do lado dos pilotos, vai haver nova mudança no alinhamento dos pilotos. Pascal Wehrlein poderá estar a caminho da Porsche, especialmente para poder correr no projeto da WEC, mas com implicações na Formula E também. É que o piloto germânico de ascendência mauricia não é mais piloto da Mahindra, com efeito imediato.

A partir de hoje, deixo de fazer parte da Mahindra Racing. Meu interesse era terminar a temporada, mas a situação atual não o permitia. Não posso falar muito sobre o meu futuro, mas vou manter-vos informados.", comentou, no seu canal do Instagram.

Wehrlein, de 25 anos, campeão do DTM em 2015 e correu na Manor e Sauber nas suas passagens pela Formula 1 entre 2016 e 2017, está na sua segunda temporada na Formula E, onde conseguiu um pódio, uma pole-position e três voltas mais rápidas.

domingo, 7 de junho de 2020

A imagem do dia

Esta madrugada, o automobilismo voltou. É verdade, foi no Texas, numa oval vazia, onde apenas os que assistiam os carros foram os privilegiados, enquanto o resto via na televisão. Foi tudo estranho, é verdade, mas todos queriam isto, até para as suas próprias almas. E a melhor maneira de representar isso foram as audiências. Com cerca de 10,6 milhões de espectadores, teve a maior audiência de toda a década, apesar de ser à noite.

E claro, foi a primeira corrida dos carros com aeroscreen. Ficou algo estranho, como podem ver pela imagem, mas isso não deixou de ser competitivo. O veterano Scott Dixon acabou por ser o melhor, superando Simon Pagenaud e Josef Newgarden, o atual campeão. Foi uma corrida tipicamente texana, ou seja muito veloz, mas a vitória do neozelandês, agora com quase 40 anos e com duas décadas de automobilismo americano, marca mais um triunfo, a caminho do que poderá ser o seu sexto título no campeonato.

De resto, o que importa é que o automobilismo está de regresso. Todos comemoraram e agora vamos esperar mais um mês - curiosamente no mesmo fim de semana onde a Formula 1 voltará às pistas - para observarmos corridas em Indianápolis.