sábado, 1 de março de 2025

CPR: Teodósio feliz com o Toyota


A uma semana do rali Serras de Fafe, que acontecerá entre os dias 7 e 8 de março, Ricardo Teodósio está muito satisfeito com o Toyota GR Yaris Rally2 que adquiriu para esta temporada. Depois de duas temporadas na Hyundai Portugal, ao lado de Kris Meeke, o piloto algarvio tem boas expectativas com a sua nova máquina, que estreia este ano com a sua equipa oficial. ~

O carro, que é preparado pela Sports & You, é um dos dois Toyotas que andará nas estradas, para além do carro oficial, que será guiado por Kris Meeke, (o outro será guiado pelo açoriano Ruben Rodrigues) e promete dar luta pelas vitórias, ao lado de uma armada de Hyundais - dois deles oficiais - e muitos Skodas e até a presença de alguns mundialistas, onde para além de Dani Sordo, temos o Ford Rally2 do letão Martins Sesks, que irá se preparar para o rali de Portugal. 

Questionado sobre as sensações que teve na Toyota, Teodósio afirmou, em entrevista à Autosport Portugal: “Como peixe na água! Ó pá, o carro é fantástico! É fácil de guiar, o carro é bom. Pisa muito bem no chão, mesmo no mau piso. O carro é tão bom que até faz impressão…

Desenvolvendo as sensações, Teodósio continuou:

"O carro faz-me lembrar muito o Skoda. Logo no primeiro contacto que tive com ele, fiz seis quilómetros, o engenheiro perguntou-me que tal? É pá, isto parece muito com o Skoda. A condução é muito mais precisa com o Skoda do que com o Hyundai. E eu gostava muito de conduzir o Hyundai. Continuo a dizer isto, eu gostava muito de conduzir o Hyundai. Mas o problema não é o que se conduz, mas a produtividade do material.

E o problema do Hyundai é que mete a potência no chão, mas muitas das vezes anda com uma roda no ar e ‘aquilo’ é para andar com as quatro rodas no chão. Ao andar com uma roda no ar, estás sempre a perder tração.

Por muito mais que se tenham uns autoblocantes bons, que aquilo tudo seja bom, temos esse problema porque anda com uma roda no ar e patina. E assim não anda para a frente, não faz o carro andar…

E defeitos? Nisso, Teodósio é taxativo:

Não. Não tenho nada para dizer. Aquilo bate tudo tão certinho, encaixa tudo tão bem, que é difícil lembrar-me de alguma uma coisa mal. Não quero dizer com isso que não existam coisas que requeiram maior habituação, eu posso não ter extraído ainda o máximo daquilo. Mas se eu tentei, tentei! Já fiz, já fiz algumas ‘avarias’ com ele. Experimentei atirar-me por dentro das curvas, assim um bocadinho mais que a conta certa, para ver o que é fazia, e ele comporta-se excelentemente bem…


Quanto ao campeonato, ele reconhece que é muito competitivo. Pelo menos, no papel...

"É ir lá e fazer o melhor possível, tentar ganhar ralis. Não tentar ser o melhor português, mas sim o melhor. Eu sei que não é fácil, tenho plena consciência disso. Sei que o Sordo é difícil com o Meeke igual, mas já lhe consegui ganhar uns troços, portanto não é impossível. Em Fafe vamos ter também o Martin Sesks, com um Ford, é outro mundialista rápido.

E depois todo o ‘pessoal’ com os Rally2, o Armindo Araújo, o Zé Pedro Fontes, o Pedro Meireles vem de Skoda, o Ruben Rodrigues, temos que contar com ele, também o Pedro Almeida, de Skoda novo, não podemos descurar ninguém. Vamos contar com todos. Mas vai ser um campeonato muito, muito, engraçado, talvez um dos mais fortes dos últimos anos, ou o mais forte de todos. Vamos ver, vai ser engraçado e assim é que tem que ser. Temos a ganhar é com os que são rápidos, fortes.”, concluiu.

Youtube Formula 1 Video: O que poderemos esperar de 2025?

Os testes estão a decorrer no Bahrein, e dentro de duas semanas, a Formula 1 começa a aquecer em Melbourne. E claro, com estas 10 equipas - 11 no final do ano, quando chegar a Andretti-Cadillac, - numa das temporadas que, potencialmente, serão das mais competitivas de sempre, o que poderemos esperar dela?

Pois bem, o Josh Revell decidiu fazer um vídeo tentando adivinhar o que vêm aí. Embora concorde em algumas coisas, e discordo noutras, eu sou daqueles que afirmo que poderemos ter de esperar... o inesperado. Não acham?

Enfim, divirtam-se a ver este vídeo.  

sexta-feira, 28 de fevereiro de 2025

Youtube Endurance Video: A colisão dos Cadillacs no Qatar

A coisa fantástica das corridas de automobilismo é a sua imprevisibilidade. E sinceramente, isto não lembra "nem ao Menino Jesus", pelo menos... hoje. Foi o que aconteceu durante uma das situações de Safety Car, na volta 74, quando os Cadillacs, que eram primeiro (Jenson Button) e segundo (Alex Lynn), colidiram um com outro e tiveram de ir às boxes por causa dos extensos danos que ambos sofreram. 

Claro, para os americanos, é um cenário de pesadelo. Para os fãs, uma situação de colocar as mãos à cabeça e para os outros... não se sabe se é de rir ou chorar. Mas é automobilismo, que não tenham dúvidas. 

Youtube Motorsport Video: A porta aberta do Aston Martin

Hoje são os 1812 m de Losail, no Qatar, e é a estreia do Aston Martin Valkyrie, cujo objetivo é de chegar até ao fim, porque tem muito atraso em relação à concorrência. O carro parece ser bom, mas está no fundo do pelotão, no momento em que se escreve estas linhas. 

Porém, por alturas da primeira hora, na volta 33 da corrida, o Aston Martin número 009 foi confrontado por um problema... inesperado: uma porta aberta. O carro foi às boxes para tentar reparar o problema, mas pelo caminho, este decidiu ganhar vida própria... 

quinta-feira, 27 de fevereiro de 2025

A imagem do dia



Sarna para se coçar. Parece que as atitudes de Mohamed Ben Sulayem estão crescentemente a ser de ditador. Primeiro, o regulamento penalizador contra os pilotos, pelas suas linguagens que considera "ofensivas", depois, os avisos da GPDA, a Associação de Pilotos de Formula 1, e da WORDA, a associação de pilotos de ralis, que pedem para que suavize as penalizações, sob pena de endurecerem a luta, e agora... o mais recente incidente, que aconteceu no mais recente Conselho Mundial da FIA, que aconteceu ontem.

Dois dos seus vice-presidentes, David Richards e Richard Reid, não foram admitidos na reunião presidida pelo presidente da FIA, para choque da imprensa britânica. A razão para isto pode estar relacionada à recusa de Reid e Richards, bem como de outros membros, em assinar acordos de confidencialidade como parte de um protocolo mais rigoroso nas reuniões da FIA.

O que não é muito sabido é que, desde a sua eleição, há relações tensas entre Ben Sulayem e a imprensa britânica, que em muitos aspetos, é das mais poderosas do meio. Ele avisou que a forma como ele dirige a FIA "não é da conta deles", e para piorar as coisas, Ben Sulayem está a preparar o levantamento de sanções desportivas contra a Rússia, impostas após a invasão da Ucrânia, em fevereiro de 2022. Por causa disso, os pilotos russos ou correm sem licença ou por outros países, como por exemplo Nikolay Gryazin, que corre no WRC sob licença búlgara. 

Em declarações prestadas à BBC no final do ano pasado, David Richards, que também é presidente da Motorsport UK, afirmou que estava "preocupado que grandes organizações mundiais se recusassem a trabalhar com a FIA se esta não reflectisse os mais altos padrões de governança corporativa, como convém ao desporto".

E por causa disso, todos no meio andam fartos de Ben Sulayem. E há eleições no final do ano, onde ele irá para a reeleição, mas poderá ter... oposição. E uma das possibilidades é Susie Wolff. 

Mais que a mulher de Toto Wolff, ela foi piloto - nome de solteira: Susie Sttodart - e no final do ano passado, Ben Sulayem decidiu lançar uma investigação contra os Wolff por alegado conflito de interesses. Afinal de contas, ela é agora a diretora de uma equipa da Formula E, mas também a diretora da F1 Academy, uma competição exclusivamente feminina associada à Formula 1. Com o pelotão a reagir fortemente contra esta investigação, por achar ser "misógina", ela caiu pouco tempo depois. Mas muitos consideraram como um aviso. 

E agora, a revista italiana Autosprint revelou a razão: para não tentar ir contra Ben Sulayem na corrida à reeleição. 

Por mais questionáveis que sejam as ações de Ben Sulayem, cada movimento que fez até agora teve um propósito”, afirmou o jornalista Stefano Tamburini, na mais recente edição da revista italiana. “Mesmo aqueles que pareceram completamente ilógicos, como a abertura e o encerramento rápido de uma investigação por conflito de interesses contra Susie Stoddart, líder da F1 Academy, e o seu marido Toto Wolff, chefe de equipa da Mercedes. Na realidade, foi uma forma de mostrar que ele estava ciente da possível candidatura de Susie às eleições presidenciais”, concluiu.

De acordo com os estatutos da FIA, Ben Sulayem pode candidatar-se à reeleição por mais dois mandatos de quatro anos, ou seja até 2033. E apesar de Stoddart ser um bom nome para as associações da Europa Ocidental, e quem sabe, nas Américas, Ben Sulayem goza neste momento de bastante popularidade na Ásia, América do Sul, África e Médio Oriente. 

Contudo, se daqui até ao final do ano, as relações se deteriorarem, as coisas se manterão da mesma maneira?

CPR: Tribunal Arbitral do Desporto confirma título a Kris Mekee


Quatro meses depois do último rali de 2024, o Tribunal Arbitral do Desporto decidiu que o britânico Kris Meeke é o campeão nacional de ralis, num diferendo que opunha à FPAK, Federação Portuguesa de Automobilismo e Karting. Nesse diferendo, à resposta à providência cautelar apresentada em Novembro pela Sports&You concluiu que a lei do Regime Jurídico das Federações Desportivas é inconstitucional, e que a regra que impede estrangeiros de receberem títulos nacionais é discriminatória e viola princípios constitucionais e europeus.

A decisão afirma o seguinte:

"Pelo exposto, este Colégio Arbitral julga, por maioria, nos termos e fundamentos supra expostos, procedente a presente instância arbitral, e, em consequência, decide determinar que seja atribuído o título de campeão nacional de CPR 2024 ao atleta Kris Meeke."

A decisão foi de dois contra um, com o representante da FPAK, Miguel Santos Almeida, votar vencido e incluiu uma declaração de voto no acórdão. Os custos de 30 mil euros desta providência cautelar irão ser imputados à FPAK.

A decisão é legal, mas em termos de prática, e especialmente para Kris Meeke, este assunto estava encerrado, pois ele sentia-se, com todo o direito, o campeão porque o conseguiu na estrada. Contudo, para a sua equipa, isto foi um ponto de honra, e levou o assunto aos tribunais, culminando agora com este desfecho.

Isto acontece a uma semana do começo do Campeonato de Portugal de Ralis, que decorrerá no fim de semana de 7 e 8 de março, no rali Serras de Fafe.

Youtube Automotive Chase: The French Connection (1971)

As perseguições automóveis modernas de Hollywood começaram em 1968 quando surgiu "Bullit". Todos se lembram da cena da perseguição do Mustang verde, guiado por Steve McQueen, contra o Dodge Charger negro, que quer o assassinar, numa perseguição que acontece nas ruas de São Francisco, com os carros a voarem rua acima e rua abaixo.

A perseguição foi tão notável e ficou na memória de toda uma geração que, quando o Mustang verde reapareceu em 2021, depois de quase meio século fora da vista de todos - alguns julgaram que tinha sido já desmanchado numa sucateira na Califórnia - o carro foi vendido em leilão por mais de um milhão de dólares. Apenas por ter sido guiado e sentado por McQueen.

Contudo, há uma segunda cena de perseguição automóvel que é tão boa quanto a de "Bullit". Aconteceu em 1971, em Nova Iorque, durante o filme "The French Connection". Aqui, não estão carros importantes - nada de "Muscle Cars" - mas a intensidade da perseguição é tal que anos depois, o seu realizador, William Friedkin, disse que um dos acidentes que foram filmados... realmente aconteceu. Sim, o realismo foi tal que aquilo aconteceu em pleno dia, perante transeuntes preplexos! 

A perseguição automobilística foi feita, no filme, por um policia, cujo apelido era "Popeye" Doyle. O ator que interpretava era Gene Hackman, e era dos poucos que gostavam de automóveis, como Steve McQueen e Paul Newman. E como esses dois, ele gostava mesmo de automobilismo. Chegou até a correr em Formula Ford, e foi treinado por Masanori Sekiya, um dos grandes pilotos japoneses da sua geração, correndo especialmente em Toyotas. Aliás, Hackman andou muito nesses carros, nos anos 70 e 80, chegando a participar nas 12 horas de Sebring e nas 24 Horas de Daytona.

Anos depois, Hackman afirmou que, apesar de gostar de ser ator, se escolhesse entre isso e o automobilismo, teria optado pela segunda hipótese. Mesmo que este filme e esta perseguição policial, que hoje em dia é considerado como das melhores da história do cinema, lhe deu um prémio da Academia para Melhor Ator, em 1972. 

Hackman, que na sua careira teve outros papéis memoráveis como ser o primeiro Lex Luthor, no "Super-Homem", e já retirado do cinema há algum tempo, morreu ontem aos 95 anos de idade na sua casa do Colorado. Ars longa, vita brevis.  

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2025

CPR: Foi divulgado o Rali Terras D'Aboboreira


O rali Terras D'Aboboreira, terceira prova do Campeonato de Portugal de ralis, acontecerá entre os dias 2 e 3 de maio na zona de Amarante e Marco de Canavezes, e para além de ser uma prova a contar para o campeonato nacional, devido à proximidade do rali de Portugal, terá algumas estrelas estrangeiras - o letão Maetins Sesks já foi confirmado - e a possibilidade de um Rally1 não está descartada. 

A prova, que foi apesentada nesta quarta-feira, irá ter dez troços, uma super-especial e dois troços maiores na 6ª feira, e mais sete troços no sábado, sendo a PowerStage, a Aboboreira, o troço mais extenso da prova. E haverá novas classificativas, como a super-especial de Marco de Canavezes, e uma classificativa no mesmo lugar, com 6,88 quilómetros.

Segundo conta a organização, a prova começa na manhã de sexta-feira com o shakedown de Vila Boa de Quires, com 3.47 quilómetros, seguido por mais dois troços à tarde.

A partida será de Amarante, onde será realizada uma classificativa com 7.72 quilómetos, quatro quilómetros dos quais farão parte do troço que integra o Rali de Portugal de 2025. Depois, será o troço de Marco de Canaveses, com 6.88 quilómetros, uma versão mais curta do que já foi feito nesta prova, com 1500 metros completamente novos.

Ao fim do dia acontecerá a super-especial noturna, batizada de Marco Rios de Emoção, com 2130 metros. Esta super-especial, completamente nova, em Amarante, será reconhecida nas viaturas de prova e a ordem de partida será invertida para os primeiros 40 concorrentes.

No sábado, acontece a segunda passagem pela especial de de Marco de Canaveses, a mesma do primeiro dia, com 6.88 quilómetros, e depois Baião, com 12.72 quilómetros e finalmente a primeira passagem pelo Marão, desta feita com 14.07 quilómetros.

Depois do reagrupamento e Parque de Assistência, novamente na Metalocardoso, a ronda da tarde leva a caravana à segunda passagem por Amarante (7,72 quilómetros), seguindo-se a Aboboreira, com 21,13 quilómetros.

De seguida, novamente o Marão, com 14.07 quilómetros, e nova ida ao parque de assistência, no mesmo local, a Metalocardoso, com a prova a concluir-se com a PEC10, Aboboreira 2, com 21,13 quilómetros, que servirá de PowerStage.

As excentricidades de Newey


Adrian Newey pode ser alguém que saba fazer carros muito bem e ajudar a ganhar títulos na Williams, McLaren e Red Bull, logo, as expectativas na Aston Martin podem ser muito grandes. Mas todos os génios tem a sua... excentricidade.  

Segundo contou esta semana David Croft, narrador dos Grandes Prémios na Sky F1, quando Newey visitou pela primeira vez a fábrica da Aston Martin, nos arredores de Silverstone, o britânico perguntou onde poderia ficar a sua cama. A pergunta causou alguma estranheza, mas foi facilmente explicada: nos dias em que Newey está a trabalhar mais intensamente, o mítico designer abdica de ir para casa e prefere ficar na fábrica para poupar tempo. 

Assim, sem as deslocações para casa, Newey mantém-se focado e pode começar a trabalhar assim que o dia começa. Assim sendo, a Aston Martin decidiu arranjar uma solução para Newey pernoitar na fábrica da Aston Martin quando achar necessário.

Mas isso é apenas a mais recente excentricidade de Newey. Mais de 25 anos antes, quando chegou à McLaren, em Woking, decidiu que queria pintar o seu gabinete de azul, uma cor completamente diferente do cinzento escuro de Ron Dennis, que era a sua cor favorita. Ao cumprir esse desejo, nas costas de Dennis, ele não gostou nada e considerou por algum tempo despedi-lo por causa desse gesto, mas acabou por conceder. 

Resta saber a influência que ele terá nos chassis da marca a partir de 2026...

terça-feira, 25 de fevereiro de 2025

As imagens do dia




Para comemorar os 40 anos da entrada da Minardi na Formula 1, que acontecerá em abril, estou a escrever um longo artigo sobre a equipa, pois ficou na competição durante 20 anos e 340 Grandes Prémios, tendo ficado como aquela equipa artesanal que, contra todas as expectativas, sobreviveu, para acabar por ser comparada pela Red Bull e viver até aos nossos dias como Toro Rosso e Racing Bulls (pode ser que escreva a segunda parte desse projeto...)

Mas enquanto faço isso, os muitos arquivos existentes sobre a Minardi mostraram que a equipa esteve no limiar da sobrevivência por muito tempo, apesar de bons acordos com a Ferrari e a Lamborghini para ter bons motores. Mas em 1995, uma situação que lhe poderia ter providenciado um salto de qualidade acabou por ser... uma ameaça à sua sobrevivência. E o maior envolvido foi... Flávio Briatore

A história é bem interessante e claro, vale a pena ser contada.  

Estamos a meio de 1994, numa das temporadas mais complicadas de sempre do automobilismo. A Minardi tinha fundido com a Scuderia Itália, que no final de 1993, ficou insustentável por causa dos pobres resultados com o chassis Lola. Eles tinham acabado de estrear o seu novo carro, o M194, com uma dupla italiana: Pierluigi Martini e Michele Alboreto. Giancarlo Minardi e Beppe Luchinni tinham 50 por cento da equipa cada um, e tentavam sustentar a operação, depois de uma temporada de 1993 também complicada.

Eles tinham o motor Cosworth HB V8, com dois anos de idade, mas nessa altura, parecia ter alcançado o “jackpot”: A Minardi tinha conseguido um acordo de motores com a Mugen-Honda, melhorado quando em setembro, a Lotus entra em insolvência. Melhor ainda: o acordo seria de fornecimento gratuito desses motores. Para uma equipa que contava cada tostão, parecia ser bom demais para ser verdade.

E era. Porque nos bastidores, outros se mexiam. Nomeadamente, Flávio Briatore, o patrão da Benetton. Nessa altura, ele queria os motores V10 da Renault, que tinha a Ligier, e em conjunto com Tom Walkinshaw, adquiriu ações suficientes para controlarem a equipa. Quando conseguiram, no final do verão de 1994, ficou nas mãos de Tom Walkinshaw, um dos seus adjuntos, e algum tempo depois, em Novembro de 1994, para continuar a ter um bom motor, perguntou se a Mugen-Honda poderia os ter. A preparadora deu sinal positivo.

Contudo, havia um problema: a Mugen não poderia fornecer duas equipas ao mesmo tempo, e preferiu o curto prazo, ou seja, a Ligier. Para além disso, a preparadora fez um acordo estranho, colocando... três pilotos na sua equipa, um deles japonês: Martin Brundle, Olivier Panis e Aguri Suzuki. E claro, o maior prejudicado foi a Minardi, que já projetava o novo chassis, o M195 com motor japonês, bem mais potente e mais competitivo que o V8 da Cosworth. Apesar de uma compensação de 3,5 milhões de dólares pelo sucedido, a equipa perdeu patrocinadores por causa desta troca e decidiu, em troca, meter uma ação em tribunal, pedindo 7,5 milhões de dólares em compensação. 

E tudo indicava que Minardi tinha razão. Os tribunais estavam prestes a sentenciar a favor da equipa de Faenza quando Briatore os decidiu chantagear. E esse momento critico aconteceu no fim de semana do GP de França de 1995. 

Na sexta-feira do Grande Prémio, uma ordem do tribunal de Nevers, em Magny-Cours, decidiu apreender material foi apreendido a pedido de Briatore. Ao longo das semanas, ele tinha adquirido algumas das letras em débito vindas da temporada de 1993. Usou isso como material para os encostar à parede e os obrigou a aceitar os 3,5 milhões de compensação que ele tinha dado, em troca das dívidas que tinha com ele e do qual os pagaria. Em troca, a Minardi desistiria do processo. 

No mundo da Formula 1, isto foi visto como a vitória do mais forte sobre o mais justo.

Contudo, nem foi a última vez que Briatore e Minardi estiveram juntos. As dificuldades financeiras que a equipa passou, no final de 1996 fizeram que Giancarlo Minardi tenha pensado em abandonar a Formula 1, mas Bernie Ecclestone interveio para assegurar a sua sobrevivência, arranjando financiadores, que compraram até 85 por cento da equipa. Briatore conseguiu 15 por cento, enquanto arranjava outros financiadores como Beppe Luchinni, que entretanto tinha saído da equipa no final de 1995, o ex-piloto Alessandro Nannini (que tinha estado na Minardi entre 1986 e 87) e Gabriele Rumi, o dono da Fondmetal, marca italiana de jantes para automóveis. 

Todos asseguraram a sobrevivência, e Briatore, enquanto lá esteve, fez "lobby" para que a equipa fosse vendida para a BAT, British American Tobacco, que nessa altura queria comprar uma equipa, em vez de construir uma de raiz. Os restantes sócios não quiseram, e a meio desse ano, decidiu vender a sua parte para Rumi, que acabaria por ficar com 50 por cento da equipa, em pé de igualdade com Minardi. Quando a Briatore, conseguiu o que queria com a Tyrrell, quem em 1999 virou BAR.

Noticias: Briatore não descarta substituir Doohan


O italiano Flávio Briatore, agora de volta à Formula 1 pela Alpine, disse algumas coisas sobre o que espera de 2025, e não descarta algumas coisas, como a possível substituição do australiano Jack Doohan pelo argentino Franco Colapinto. Mas também explica outros assuntos como a substituição pelos motores Mercedes em 2026, deixando a Alpine de fabricar os seus próprios motores, e a razão porque precisa dos adesivos dos patrocinadores, apesar das queixas dos engenheiros: “Se removermos o adesivo, removemos o dinheiro.

"Se vencer precisa de tudo se competitivo", começou por afirmar, justificando a razão pela troca de motores. Quanto a Jack Doohan, tentou rebater de forma... humorística sobre a duração do seu contrato. “Serão mais de cinco [corridas]. Estou a brincar…”.

Mas continuou: “Não sou um ‘assassino’, apenas quero ter os melhores pilotos possíveis”, disse, afirmando depois que a equipa tem três excelentes pilotos de reserva nesta temporada, nas figuras de Doohan, Colapinto e o estónio Paul Aron, e também elogia Pierre Gasly, especialmente depois dos seus desempenhos no final da temporada passada, especialmente o pódio no Brasil. 

O carro dará as suas primeiras voltas a partir de amanhã no circuito de Shakir, no Bahrein.

WRC: Planos para expansão do calendário a caminho


O WRC terá novos ralis nos anos seguintes. E isso passará por mais continentes, alargando o calendário pra 15 provas. E entre as novidades, poderão estar os Estados Unidos e a Indonésia, enquanto está confirmado que a Croácia regressará na próxima temporada, provavelmente às custas do rali da Europa Central. 

Segundo conta Peter Thul à revista italiana AutoSprint, o calendário em 2026 poderá ter mais uma prova, com a inclusão dos Estados Unidos, e em 2027, a Indonésia. "Para o próximo ano, o calendário permanecerá muito semelhante ao deste ano, com os EUA a poderem entrar como a 15ª prova, veremos.", afirmou.

Thul também disse que o rali da Sardenha poderá ficar no futuro, e a Croácia fará o seu regresso. "Continuamos em negociações para a sua confirmação nos próximos anos."

Desconhece-se onde será o local do rali americano, pois quando esteve no calendário, entre 1986 e 88, aconteceu no estado de Washington, no noroeste americano, à volta do Mount Olympus. Quanto ao rali indonésio, este aconteceu na ilha de Sumatra, no oeste do arquipélago, entre 1995 e 97, e estava no calendário de 1998 quando foi cancelado, por causa da crise económica do Sudeste Asiático. 

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2025

As imagens do dia






Toda a gente sabe que Alain Prost, que nesta segunda-feira completou 70 anos de idade, testou pela Ligier na pré-temporada de 1992, pensando se continuaria ou não. O que pouco sabem, destes testes, é até que ponto ele esteve muito perto de correr pela equipa fundada por Guy Ligier, que nessa temporada iria ter motores Renault.

Falando sobre o assunto, as coisas aconteceram depois da sua saída da Ferrari pela porta muito pequena, no final do GP do Japão de 1991. Apelando o carro de "camião", e com Maranello farto dele e das suas intrigas até à ponta dos seus cabelos, o piloto francês foi sumariamente despedido antes do GP da Austrália e substituído pelo seu piloto de testes - que por acaso, nessa temporada, corria pela Minardi - Gianni Morbidelli.  

Sem vaga para 1992, e com todas as equipas interessantes já com lugares preenchidos, Prost tinha duas ideias na cabeça: um ano sabático ou testar pela Ligier. É que, já nessa altura, ele pensava seriamente na ideia de uma "Ecurie de France", e ter a Ligier seria uma ideia interessante. Mas, então com 36 anos, ele ainda queria correr por mais uma temporadas até pendurar o capacete e ser dono de equipa, ou com o seu nome, ou com outro.

E a 18 de janeiro de 1992, foi para Paul Ricard para correr no JS37. Totalmente secreto - até usou o capacete de Eric Comas! - foi dar umas voltas no carro, que nessa temporada iria ter motores Renault cliente. Gente como Guy Ligier foi para o muro das boxes para tomar tempos e... ele foi bem rápido. Chegou a ser dois segundos mais rápido que Thierry Boutsen, o principal piloto da marca - e existia uma razão: o piloto belga era um dos amigos íntimos de Ayrton Senna, o seu "arqui-inimigo" automobilístico.

No final, Prost gostou de ter andado no carro, e em vez de ser um "one-off", ambos os lados decidiram marcar outro teste, desta vez no Autódromo do Estoril. Ali, com o seu capacete normal, deu mais algumas dezenas de voltas, com Guy Ligier a assistir à sessão. Sem tecer muitos comentários sobre o carro, e sobre a sua continuidade na temporada que aí vinha, a chance de ir para a Ligier poderia ser real. 

Mas existiam problemas. A Ligier já era o que era, e em 1991, com motor Lamborghini, não pontuou. Para além disso, o JS37, carro desenhado por Frank Dernie (ex-Williams e Lotus), com os motores Renault e desenvolvido no túnel de vento da Reynard, tinha problemas, não sendo eficaz nas curvas a baixa velocidade, apesar do motor ser bom o suficiente para dar nas vistas nas pistas mais velozes.

Assim sendo, depois de uma longa reflexão, Prost decidiu que iria tirar um ano sabático. Poucas semanas depois, porém, Frank Williams chamou-o a Didcot, então sede da Williams, para lhe dar um contrato de duas temporadas, e claro, ele tinha muitos poderes. Motores Renault V10 de primeira linha, poder de veto sobre o seu companheiro de equipa - logo, nada de Ayrton Senna, por exemplo - e um bom salário para os próximos tempos.

Ao longo de 1992, passou o tempo a ser comentador dos Grandes Prémios para o canal francês TF1, já com o seu futuro bem resolvido. Quanto à Ligier, com o seu JS37, com uma dupla constituída por Thierry Boutsen e Eric Comas, a mesma de 1991, acabou com apenas seis pontos e o sétimo lugar no campeonato de Construtores, com os mesmos pontos que a Arrows. Anos depois, em 1996, Alain Prost comprou a Ligier e deu o seu nome, ficando à frente dos seus destinos até ao final de 2001.      

Apresentações 2025 - O Mercedes W16


A Mercedes mostrou nesta quarta-feira o W16, o primeiro chassis da marca depois da saída de Lewis Hamilton para a Ferrari. Se o esquema cromático foi revelado durante o F1 75, em Londres, hoje foi a vez do chassis propriamente dito, com um dia de filmagens em Shakir, no Bahrein, a dois dias dos testes coletivos, que começarão no dia 26.

Este chassis substituirá no W15, que em 2024, com Hamilton e George Russell, conseguiu quatro Grandes Prémios, com a equipa de Brackley a terminar a temporada passada no quarto posto do Campeonato de Construtores, longe dos três primeiros: McLaren, Ferrari e Red Bull.

Na apresentação do carro, Toto Wolff falou sobre as expectativas, quer do chassis, quer da sua dupla, George Russell e o estreante Andrea Kimi Antonelli.

Abrimos uma nova e excitante era na história da nossa equipa e do desporto motorizado Mercedes-AMG em 2025. Estamos a construir sobre o incrível legado da nossa herança e mal podemos esperar para começar a correr”, começou por afirmar o chefe da Mercedes. “Todos na equipa, em Brackley e Brixworth, têm trabalhado arduamente durante o inverno. A época passada foi incrivelmente competitiva em pista e, apesar de termos obtido várias vitórias, estamos todos concentrados em lutar pelas vitórias de forma mais consistente. Fizemos progressos, mas só saberemos em que ponto estamos na primeira corrida na Austrália”, continuou.

Temos um alinhamento empolgante para nos ajudar a atingir os nossos objetivos. Ambos os pilotos progrediram através do nosso programa júnior e isso é uma justificação do nosso empenho em apoiar e desenvolver talentos. O George provou que é um dos melhores pilotos da grelha, capaz de competir pelo Campeonato de Pilotos se lhe dermos um carro capaz de o fazer. Como piloto sénior, ele ajudará a levar a equipa para a frente e apoiará Kimi no seu desenvolvimento.", declarou.

"Kimi tem todo o talento necessário para alcançar grandes feitos no auge do desporto, mas esta é uma época de estreante e haverá inevitavelmente altos e baixos. No entanto, estamos ansiosos por fazer essa viagem juntos e ajudá-lo a desenvolver-se ao longo do ano”, concluiu Wolff.


Questionado ainda sobre o F1 75, o evento onde todos os carros foram apresentados, e também sobre as vaias que, quer Max Verstappen, quer Christian Horner, foram apupados, Wolff preferiu enfatizar que o foco deve permanecer no sucesso do evento, chamando-o de um novo formato positivo para as próximas temporadas.

Não acho que Max tenha sido vaiado”, disse Wolff , “e não devemos falar mal de um evento que foi espetacular só porque um único indivíduo, com ou sem razão, foi vaiado quando falou. Foi um grande evento”, disse ele. “Os espetadores foram fantásticos, a apresentação dos carros foi boa e estabelece um novo formato para os próximos anos, e isso é o positivo que precisamos tirar disso.


Quanto aos pilotos, Andrea Kimi Antonelli, de 18 anos e que correrá com o número 12, começou por sacudir a pressão sobre o facto de se sentar no lugar que outrora foi de Hamilton, preferindo focar no processo de aprendizagem, para ganhar consistência e conseguir bons resultados logo na sua temporada de estreia. 

Não acho certo dizer que sou o seu substituto”, disse Antonelli sobre Hamilton. “Ele fez muito no desporto, e eu sinto-me como o próximo piloto da Mercedes, e quero realmente fazer a minha própria história. Definitivamente, correr pela Mercedes é uma grande responsabilidade porque é obviamente uma equipa de topo, mas ao mesmo tempo é uma grande oportunidade, é um privilégio estar onde estou hoje. Estou apenas a tentar aproveitar ao máximo esta oportunidade.”, concluiu sobre este assunto.

O que vou realmente fazer é tentar focar-me no processo, tentar aproveitar também”, referiu Antonelli. “Definitivamente, algo que quero realmente fazer é começar com um bom ritmo, tentar construir a partir dele e tentar ser consistente. É claro que a mentalidade será sempre a mesma: tentar entrar em pista e ganhar, e obter os melhores resultados possíveis. Mas é preciso ser realista ao mesmo tempo, porque o nível é super competitivo.”, concluiu.

CPR: Martins Sesks vai a Fafe


O letão Martins Sesks irá a Fafe dentro de duas semanas, a 7 e 8 de março. O piloto estará ao volante de um Ford Fiesta Rally2 inscrito pela equipa espanhola Past Racing. No comunicado oficial, a equipa tem um claro objetivo: "proporcionar a Martins Sesks a oportunidade para aperfeiçoar o seu ritmo e capacidades em preparação para a temporada com a M-Sport no Rally1."

Sesks foi a escolha depois de a estrutura ter tentado encontrar, sem sucesso, um piloto português para poder correr toda a temporada do CPR. Como o rali passará por troços que farão parte do rali de Portugal, em maio - prova onde Sesks já confirmou a sua participação, um dos seis ralis que fará com o Ford de Rally1 - a participação do jovem piloto de 27 anos servirá para os seus propósitos para a temporada que aí vêm.

Sesks será navegado neste rali pelo seu compatriota Ralfs Igavens.

WRC: Latvala solidariza-se com os pilotos da WORDA


Poucas horas depois da divulgação do comunicado por parte da Associação de Pilotos de Rali, a WORDA, Jari-Matti Latvala, o diretor desportivo da Toyota, solidariza-se com as palavras dos pilotos que pedem por diálogo com a FIA por causa das multas aplicadas devido à linguagem expeletiva durante as provas. 

"Como equipa, apoiamos os pilotos e seus navegadores nos seus interesses. Esperamos que haja um diálogo construtivo entre a FIA e a WORDA, e que isso resulte num resultado positivo e que beneficie o nosso campeonato", começou por afirmar o ex-piloto finlandês.

Tudo isto acontece depois da pesada multa - 10 mil euros, com mais 20 mil em suspenso para os próximos ralis - aplicada a Adrien Formaux no final do rali da Suécia por causa das palavras "inapropriadas". Os pilotos acharam isso inapropriado e assinaram em força o comunicado da WORDA nesta segunda-feira, causando mais tensões com Mohammed Ben Sulayem, o presidente da FIA, que também tem uma relação tensa com a GPDA, a Associação de Pilotos da Formula 1, pelos mesmos motivos.  

Noticias: Pilotos do WRC estão em guerra com a FIA


Os pilotos do WRC estão em guerra com a FIA sobre a linguagem que devem usar nas provas. Depois de Adrien Formaux ter sido multado em 10 mil euros por ter dito asneiras depois de um despiste no final do rali da Suécia, os pilotos, reunidos sobre a capa da WORDA (World Rally Drivers Alliance), emitiram um comunicado nas redes sociais condenando o regulamento que a FIA lançou sobre a linguagem usada nas provas. Isso, aliado às queixas que GPDA já fez sobre esses regulamentos, lançam mais achas à fogueira na guerra surda contra o presidente da FIA, Mohammed Ben Sulayem

"Os pilotos e navegadores de ralis da WoRDA, inspirados pelos seus colegas da GPDA (Fórmula 1), juntam-se para expressar a sua opinião, procurar clareza e cooperar para um futuro melhor. Antes de mais, queremos afirmar que, como acontece em todos os desportos, os concorrentes devem respeitar a decisão dos árbitros. O respeito por este princípio não está em causa.", começa por afirmar o comunicado oficial.

A WoRDA sempre reconheceu as suas responsabilidades e o seu compromisso em colaborar de forma construtiva com todas as partes interessadas, incluindo o presidente da FIA, de forma a promover e elevar o nosso desporto excecional para o benefício de todos. No entanto, nos últimos meses, registou-se um aumento alarmante da severidade das sanções impostas por lapsos linguísticos menores, isolados e não intencionais. Esta situação atingiu um nível inaceitável.

Acreditamos firmemente que:

1 - O coloquialismo comum não pode ser considerado e julgado como igual a um insulto genuíno ou a um ato de agressão

2 - Os não falantes da língua materna podem utilizar ou repetir termos sem plena consciência do seu significado e conotação

3 - Segundos após um pico extremo de adrenalina, não é realista esperar um controlo perfeito e sistemático das emoções.

Os pilotos estão a ser mais controlados do que nunca pelo que dizem nas entrevistas

O rali é extremo: nível de risco para os atletas, intensidade da concentração, duração dos dias… todos os limites são atingidos.

Neste caso, questionamos a pertinência e a validade da aplicação de qualquer tipo de sanção. Além disso, as coimas exorbitantes são muito desproporcionadas em relação ao rendimento e ao orçamento médio dos ralis.

Estamos também preocupados com a impressão pública que estes montantes excessivos criam na mente dos adeptos, sugerindo que esta é uma indústria onde o dinheiro não importa. 

Isto também levanta uma questão fundamental: para onde vai o dinheiro destas multas? A falta de transparência só aumenta as preocupações e mina a confiança no sistema. Certamente que as impressões negativas em torno destas sanções ultrapassam em muito o impacto de qualquer lapso linguístico.", continua.

O comunicado, assinado por todos os pilotos das equipas oficiais da categoria Rally1, e colocados nas redes sociais de cada um dos pilotos, mais alguns dos principais pilotos da categoria Rally2 e o ex-navegador Julien Ingrassia, que por muitos anos navegou Sebastien Ogier, termina da seguinte forma:

"Apelamos a uma comunicação direta e a um compromisso entre o presidente da FIA e os membros do WoRDA para encontrar uma solução urgente e mutuamente aceitável."

Resta saber se qual será a reação da FIA acerca destas afirmações por parte dos pilotos de ralis, poucas semanas depois da Formula 1 ter feito algo semelhante. E ainda falta saber se a Endurance, a Formula E, o WRX e outros, também não farão comunicados semelhantes em relação a este tipo de comportamentos. Algo me diz que o Ben Sulayem acabou de arranjar sarna para se coçar...

domingo, 23 de fevereiro de 2025

Noticias: Carlos Sainz Jr. é presidente da GPDA


O espanhol Carlos Sainz Jr., atual piloto da Williams, tornou-se o novo presidente da GPDA (Grand Prix Drivers Association), substituindo o retirado Sebastian Vettel. Aos 30 anos, o ex-piloto da Ferrari junta-se ao presidente Alex Wurz, ao piloto da Mercedes George Russell e à advogada Anastasia Fowle na liderança da associação.

Numa publicação da GPDA no Instagram a anunciar a nomeação, o filho de Carlos Sainz afirmou: “Sou apaixonado pelo meu desporto e penso que nós, pilotos, temos a responsabilidade de fazer tudo o que pudermos para trabalhar com as partes interessadas para fazer avançar o desporto em muitos aspetos. Por isso, estou muito feliz e orgulhoso por fazer a minha parte ao assumir o papel de diretor na GPDA”.

A GPDA foi fundada em 1961, e é a associação que representa os interesses dos pilotos de Fórmula 1. Criada em resposta aos acidentes trágicos do seu tempo, o seu foco principal sempre foi a melhoria da segurança no desporto, colaborando com a FIA para implementar medidas de proteção em carros e pistas. Extinta em 1982, reavivou-se 12 anos depois, em 1994, após os acidentes mortais de Roland Ratzenberger e Ayrton Senna, em Imola, representa a maioria dos pilotos da grelha, e é uma voz influente no desenvolvimento da Formula 1.

Por estes dias, a GPDA está atravessa uma fase de muito trabalho com a relação entre a FIA e os pilotos a mostrar-se deteriorada, com o mais recente exemplo das multas e penalizações por uso de linguagem imprópria ou declarações que possam afetar a FIA.

Youtube Formula 1 Video: Ayrton Senna, Honda, 1992

Mostrei aqui há uns tempos uma publicidade da Honda com Ayrton Senna como protagonista. A publicidade era de 1991, e era do seu modelo Coupé, o Prelude. Mas não oi o único: este novo anuncio, de 1992 - afinal, houve mais que um - mostra-o a dirigir um desses carros numa estrada cheia de curvas, e fala de sensação de condução deste carro.

O anuncio é pequeno, cerca de 30 segundos, e eu suspeito que foi filmado em Portugal. Na Serra da Arrábida, mais propriamente.