sábado, 14 de setembro de 2019

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Parece que foi ontem, mas aconteceu há precisamente cinco anos. Todos observavam isto entre o cepticismo saudável e o torcer para que fracassasse. Mas em Pequim, vinte carros estavam alinhados para aquilo que viria ser a primeira prova de sempre da Formula E, a competição elétrica de automobilismo, tutelada pela FIA.

A Formula E foi uma ideia de Alejandro Agag que viu o que poucos tinham visto. A eletrificação chegava, velozmente, e era a altura de ter uma competição para que as marcas pudessem aderir e gastar o seu dinheiro em sistemas de propulsão elétricos, em chassis iguais e baterias semelhantes, para passar a ideia que este tipo de carros eram velozes e as corridas competitivas. Era um projeto do qual só os mais empedernidos é que acreditavam. Até os pilotos convidados tinham as suas dúvidas, especialmente quando os carros eram trocados a meio da corrida, alvo do escarnecimento dos céticos. Esquecendo-se, porém, de que eles não estavam a fazer nada mais daquilo que a Formula 1 já fez com os reabastecimentos e as trocas de pneus, por exemplo.

A corrida em si foi emocionante, e acabou com estrondo, na curva antes a meta, quando Nicolas Prost chocou com o carro de Nick Heidfeld e este último voou para as redes de proteção, felizmente, sem consequências fisicas. E claro, Lucas di Grassi entrou para a história, sendo o primeiro vencedor da prova.

Cinco anos depois, o pelotão alargou-se, as baterias são mais potentes, os carros são mais velozes, há mais corridas, mais interessados, mais marcas. Das onze presentes, oito são construtores - NIO, DS, Audi, Venturi, Nissan e Jaguar - e mais duas novas, com a entrada esta temporada da Mercedes e da Porsche. E de vez em quando, lá se fala de mais marcas como a Ford ou alguma chinesa. E o calendário alarga-se, com este ano a termos treze provas. 

É certo que as pistas são pequenas e todas citadinas, e colocando esses carros contra uns Formula 1, perderão sempre. Mas pedir aos Formula E que sejam exatamente como os Formula 1 é ainda pedir muita coisa, e ainda por cima, o que se quer é o desenolvimento de uma tecnologia que depois se colocará nos carros de estrada, é como pedir tudo já. Vai levar o seu tempo, e também não é o conceito da Formula E.

Mas ver esta quantidade de construtores e a sua crescente popularização já é uma vitória e para Agag, mostrou que valeu a pena apostar na ideia.

sexta-feira, 13 de setembro de 2019

Noticias: Williams e Mercedes estendem parceria até 2025

Williams e Mercedes decidiram anunciar esta sexta-feira que irão continuar a sua parceria até 2025. A equipa de Grove e a marca alemã decidiram estender o acordo de fornecimento de motores que existe desde 2014, e que terminava em 2020, antes da mudança de regras previstas para 2021. Apesar de neste último ano, as coisas terem estado mal para a equipa de Frank Williams - apenas um ponto - ambas as partes acharem que este era o tempo ideal para estender a parceria.

“Nos últimos seis anos, do que foi originalmente um acordo de sete anos, tivemos uma parceria maravilhosa com a Mercedes-Benz, pelo que estamos muito satisfeitos por continuarmos a trabalhar com eles durante mais cinco anos, a partir de 2021.” começou por dizer a Vice-Diretora da marca, Claire Williams.

Eles [Williams] passaram por alguns momentos difíceis recentemente, mas isso só serviu para demonstrar sua resiliência e força de caráter enquanto lutam para voltar onde pertencem na grelha. Estou certo de que a perspectiva para as equipas independentes é brilhante com os novos regulamentos financeiros, que serão introduzidos a partir de 2021. Estamos encantados por continuar a nossa parceria com a Williams, nesta nova era do nosso desporto", concluiu Toto Wolff.

Depois de uns primeiros tempos auspiciosos, em 2014 e 2015 - terceiro lugar no Mundial de Construtores em ambas as temporadas, com mais de uma dezena de pódios - o último resultado relevante foi em 2017, quando o canadiano Lance Stroll foi terceiro classificado em Baku.

WRC: Loeb continua na Hyundai

Sebastien Loeb vai continuar na Hyundai para a próxima temporada. O piloto francês de 45 anos, nove vezes campeão do mundo, continuará com a equipa de Alzenau em 2020 e irá fazer seis provas do Mundial WRC, sendo que nada se sabe sobre quais serão os ralis que fará. 

Em 2019, vai também fazer seis provas, dos quais fez cinco até agora: Monte Carlo, Suécia, Volta à Córsega, Chile, Portugal. Ele vai fazer Catalunha, no inicio de outubro, antes de encerrar o programa. Em termos de resultados, o seu melhor lugar foi um terceiro posto no Chile.

Resta saber com quem ele alinhará na equipa coreana, sendo que o belga Thierry Neuville e o espanhol Dani Sordo são os candidatos naturais aos lugares.

quinta-feira, 12 de setembro de 2019

WRC: Tanak vai renovar com a Toyota

O piloto do momento é Ott Tanak. Não só porque é o líder do campeonato, como também é o piloto que todas as equipas desejam para os seus carros. M-Sport e Hyundai estiveram neste verão a tentar cativar o piloto estónio para o seu lado, mas tudo indica que irá renovar com a Toyota Gazoo para 2020. O piloto estónio deverá receber um significativo incremento no seu ordenado e será o piloto número um da equipa, algo que não teve até agora na equipa fino-japonesa.

Num evento pré-rali da Turquia, que vai acontecer neste final de semana, Tanak afirmou que esteve em conversações com a Hyundai, mas estes já terminaram, afirmando que as razões para o seu insucesso não tem tanto a ver com o dinheiro, mas sim com estatuto. Tanak disse também que falou com a M-Sport, mas esta disse que existem outras prioridades que contratar pilotos a peso de ouro, ele que já passou pela marca entre 2011 e 2017, antes de ir para a Toyota.

O rali da Turquia acontece este fim de semana, com 17 especiais em gravilha bem dura.

Formula E: Wolff não acreditava no seu sucesso

Numa altura em que a organização da Formula E anunciou o aumento as receitas para 200 milhões de euros, Toto Wolff, o diretor desportivo da Mercedes, confessou que não acreditava muito no sucesso da competição eletrica. Numa entrevista à Autosport.com, Wolff disse que depois das dúvidas no inicio, passou a acreditar quer na competição, quer no conceito que ela se movimenta.

Primeiro, eu não acreditava que a Fórmula E pudesse ter sucesso”, começou por dizer. “Quando Alejandro [Agag, CEO da FE] e Jean [Todt, presidente da FIA] começaram o campeonato, eu não achei que conseguiriam. Mas, contra todas as probabilidades, o campeonato está a crescer. E o que atrai a Mercedes é o facto de ser um começo emocionante. Trata-se de electrificação, carros eléctricos, que talvez ainda esteja nas etapas iniciais da tecnologia, mas é uma série totalmente eléctrica e tem apelo de marketing.", continuou.

Não é só a Mercedes que está envolvido na competição. Mais construtoras - desde a DS até a Porsche, passando pela Jaguar, NIO, Audi e BMW - estão presentes e mesmo a sua mulher, Susie Wolff, está envolvida como diretora desportiva da Venturi, que acolhe como piloto o brasileiro Felipe Massa.

Fazer isso nas cidades é algo atraente – e a maneira como a Fórmula E é lançada no geral não é para os fãs do desporto motorizado, mas mais para o público em geral. Há mais um factor de festival nas corridas. E isso merece ser olhado seriamente. E é isso que estamos a fazer.”, concluiu.

quarta-feira, 11 de setembro de 2019

A imagem do dia

"Gonchi". Custa a crer que já passaram vinte anos desde aquele dia em Laguna Seca. Lembro-me, em garoto, de ver um livro do Michel Vaillant, de uma corrida de Formula 5000, num duelo entre dos pilotos que acabava na "Corkscrew", a curva do Saca-Rolhas, com um deles a capotar e a acabar numa árvore plantada na zona, pois eram os anos 70 e os guard-rails não existiam em todo o lado. Foi o primeiro acidente fatal que vi desenhado num livro do Michel Vaillant.

Aquilo ficou tão imprimido na minha memória que lembrei disso quando vi as imagens do acidente dele no dia da corrida, que deu na Eurosport (eles na altura tinham os direitos televisivos).

Que Gonzalo Rodriguez tinha talento, tinha. Estaria a vê-lo em grandes duelos com Juan Pablo Montoya na Formula 1 ou na IndyCar Series, na década seguinte, da mesma forma que vi na Formula 3000 contra pilotos como Mark Webber ou Justin Wilson, e a vencer como venceu no Mónaco e em Spa-Francochamps, e a colocar o Uruguai no mapa automobilístico e tal como Montoya, a mostrar que na América do Sul, havia mais do que Argentina e Brasil.

Mas claro, nunca saberemos a resposta. Apenas teve 24 anos de vida para mostrar o seu talento. Que não chegou à Formula 1 e mal arranhou a superfície na IndyCar, pela Penske. Já agora, aproveitem e vão ver o documentário que fizeram sobre a sua vida e carreira, que vale a pena.

Formula E: Mercedes confirma dupla

O belga Stoffel Vandoorne e o holandês Nyck de Vries serão os pilotos para a temporada 2019-20 da Mercedes, que entra de forma oficial na série elétrica com o chassis EQ Silver Arrow 01, depois de na temporada anterior ter corrido sob a marca HWA. De Vries corre no lugar do britânico Gary Paffett.

A apresentação oficial aconteceu ontem no Salão Automóvel de Frankfurt, onde o Dr. Jens Thiemer, vice-presidente da marca para a área do marketing, explicou o propósito da marca alemã na competição elétrica.

"A Mercedes-Benz comercializará futuros veículos elétricos movidos a bateria usando a etiqueta EQ", começou por dizer. "A Fórmula E é uma etapa significativa para demonstrar o desempenho dos nossos veículos elétricos inteligentes movidos a bateria, além de dar uma atitude emocional à nossa marca de tecnologia de EQ por meio do automobilismo e marketing".

Ian James, o diretor desportivo, afirmou que o objetivo é de aprender nesta primeira temporada como equipa, apesar de no ano anterior terem estado presentes através da HWA, que foi considerado como o laboratório. E já avisou que isto não vai ser como na Formula 1.

"Você nunca verá o domínio de uma equipa como em qualquer outra série, apenas pela forma como está estruturada e acho que até é melhor assim", começou por dizer James à e-racing365. “Em termos das nossas próprias expectativas, espero que seja difícil e espero que passemos por uma curva acentuada de aprendizado e, em parte, meu trabalho é garantir que seja o mais íngreme possível e escalaremos e seguiremos o mais rápido possível. Espero que tenhamos alguns pontos altos ao longo da temporada, esse seria o meu desejo", concluiu.

Já em termos de pilotos, se o belga Vandoorne é conhecido - duas temporadas pela McLaren na Formula 1 e uma na HWA na Formula E, com um pódio em Roma - o holandês Nyck de Vries, de 24 anos (nasceu a 6 de fevereiro de 1995), é o atual líder da Formula 2, com três vitórias e mais nove pódios.

Sobre a sua escolha, o piloto holandês diz que é um passo tomado na direção certa.

“Acho que é a direção certa a seguir nesta fase. Eu acompanho de perto a Fórmula E há algum tempo e ela cresceu e se estabeleceu já fortemente no automobilismo. É sempre interessante fazer parte de novos programas e desenvolvimentos, porque é aí que você aprende muito, então acho que para um jovem piloto é sempre interessante fazer parte desse desenvolvimento", afirmou.

"Continuarei a correr no WEC com o Racing Team Nederland em Fuji, Xangai e Bahrein e também no próximo ano, além de continuar a trabalhar em simuladores para a Mercedes [na F1]", acrescentou.

Já Ian James afirma que o enorme talento de De Vries será significativo para o desenvolvimento da equipa e do seu carro na competição.

"Está claro que Nyck é imensamente talentoso como piloto e você pode ver isso através dos resultados atuais na Fórmula 2", disse James ao e-racing365. "Quando testou connosco, apesar de sua juventude, existiu uma maturidade subjacente que, acredito, será a chave para o desenvolvimento da equipa e será complementar à experiência de Fórmula E que Stoffel ganhou", concluiu.

CNR: Vidreiro aposta na segurança

Neste domingo, enquanto os escapes dos carros ainda se esfriavam na Aboboreira, em São Pedro de Moel, era apresentado o Rali Vidreiro, penúltima prova do Campeonato de Portugal de Ralis. E este ano, a organização deu especial enfoque na segurança, depois dos eventos do ano passado, devido ao acidente de Carlos Vieira, na segunda especial da prova, no Pinhal do Rei.

Com a presença de pilotos como Armindo Araújo e Ricardo Teodósio, o rali marinhense terá oito especiais de classificação, distribuídos entre sexta-feira e sábado, sendo que no primeiro dia, terá inicio a passagem dupla pelo novo troço de São Pedro de Moel, antes de irem para a super-especial da Marinha Grande, pelas nove da noite. No sábado,  a prova desloca-se para norte, para o concelho de Pombal, onde se realizam as duas especiais de Mata Mourisca (10h00 e 13h00) e Assanhas da Paz (10h30 e 13h30), retornando a S. Pedro de Moel (15h15) para uma repetição do troço de sexta-feira que conclui a prova.

Armindo Araújo, o vencedor da edição de 2018, disse logo qual será o seu objetivo: "Em termos desportivos vamos voltar a tentar vencer, sabemos que os nossos adversários também o vão tentar fazer, esperando que ganhe o melhor e que tudo seja decidido dentro das especiais dos ralis”.

Já Ricardo Teodósio apontou a mesma meta, para um objetivo maior: “Os nossos objetivos para o Rali Vidreiro são o de terminar na frente dos nossos adversários diretos. Queremos ser campeões e para isso temos de ficar à frente deles em todos os ralis daqui em diante", afirmou.

Ainda antes da apresentação oficial, o Clube Automóvel da Marinha Grande (CAMG) promoveu nas instalações dos Bombeiros Voluntários da Marinha Grande uma Ação Formativa de Segurança em Ralis que contou a com a médica FIA, Dr. Beatriz Cardoso-Marinho, que quis dar aos profissionais maneiras de agir em casos de socorro deste tipo.

Com esta Ação Formativa, o Clube Automóvel da Marinha Grande quis dar conhecimentos aos bombeiros e pilotos presentes sobre a forma de agir em caso de acidente. Neste desporto um acidente pode ter consequências graves e quanto mais elementos da organização, incluindo os bombeiros, estiverem a par das tecnologias presentes nos carros de ralis e nos equipamentos de segurança (Capacete e HANS) maior probabilidade é a de agir de forma célere e assertiva”, começou por explicar Nuno Jorge, presidente do CAMG.

Ele depois prometeu ainda que “outras medidas adicionais de segurança serão implementadas e testadas na próxima edição do Rali Vidreiro, incluindo um sistema de videovigilância ao longo dos troços do rali que servirão como complemento às atuais medidas obrigatórias.”, concluiu.

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Dez dias depois do seu acidente mortal, em Spa-Francorchamps, Anthoine Hubert foi a sepultar em Chartres, a sua terra natal. Rodeado da familia e dos amigos, para além de uma multidão, o piloto de 22 anos foi alvo de uma missa de corpo presente na catedral da cidade, perante muitas das altas figuras do automobilismo, incluindo Charles Leclerc, Alain Prost e Mick Schumacher.

Nos lugares reservados, todos os capacetes que ele usou desde o kating até à Formula 2, e fora da catedral, um ecrã gigante transmitia a missa aos presentes que não puderam entrar no edifício por manifesta falta de espaço.

As emoções estavam altas neste dia de despedida do qual ninguém deseja e também mostra que o automobilismo foi, é e continua a ser perigoso, por muito que se faça em prol da segurança, mas no final, não há um desfecho definitivo nessa luta. A morte é definitiva e fará sempre parte. Quem ainda não sabia, ficou agora a saber.

terça-feira, 10 de setembro de 2019

Formula E: Organização prepara novo calendário

A Formula E pode estar à beira de mudar o calendário de alto a baixo para a próxima temporada. Segundo conta o e-racing365.com, a data reservada para a segunda corrida.- e que em principio iria para Marrakesh, em Marrocos - vai ser deitada fora a favor de uma prova nas ruas de Jakarta, a capital da Indonésia, em meados de maio de 2020.

As alterações ao calendário surgem depois de reclamações por parte de alguns pilotos sobre o facto das treze provas da Formula E, tres delas colidirem com provas do Mundial de Endurance (WEC), e fizeram com que abdicassem de correr a tempo inteiro no WEC a favor da competição elétrica. A prova marroquina, que seria a 14 de dezembro, iria colidir com as Seis Horas do Bahrein, e agora essa data fica liberta. A FIA e a ACO tinham feito antes antecipar as Seis Horas de Spa-Francochamps para 25 de abril, para evitar a colisão com o ePrix de Paris, e deixava uma data por resolver, que era o das 12 Horas de Sebring, que vai acontecer a 20 de março, um dia antes do e-Prix de Sanya, na China. 

Contudo, os eventos politicos em Hong Kong, caso se arrastem no tempo, poderão mexer no calendário, e permitir novas mudanças. Por agora, ambas as datas serão mantidas, mas a FIA e a organização sabe que em caso de alteração, será aqui e não no Mundial de Endurance.

Quanto à prova indonésia, o facto de quererem que se corra em maio, para aproiveitar a passagem da competição por Seoul, onde inaugurará a passagem da Formula E por paragens coreanas, poderá fazer com que a prova alemã se corra mais tarde em junho. Contudo, a aprovação da corrida estará dependente do orçamento que as autoridades locais terão de providenciar. E segundo Anies Baswedan, o governador de Jakarta, precisam de 24,1 milhões de dólares para poder organizar a corrida nas ruas da metrópole. Só depois disso é que a corrida terá luz verde e ser inscrita.

O calendário está a ser ultimado e será apresentado na próxima reunião do Conselho Mundial da FIA, a 4 de outubro.

Eis o novo calendário:

22-23 de novembro 2019: Ad Diryah (Arábia Saudita)
18 e janeiro 2020: Santiago (Chile)
15 de fevereiro: Cidade do México (México)
1 de março: Hong Kong
21 de março: Sanya (China)
4 de abril: Roma (Itália)
18 de abril: Paris (França)
3 de maio: Seul (Coreia do Sul)
6 de junho: Jakarta (Indonésia)
20 de junho: Berlim (Alemanha)
11 de julho: Nova Iorque (Estados Unidos)
25-26 de julho: Londres (Reino Unido)

segunda-feira, 9 de setembro de 2019

Formula 1: Haas e Rich Energy terminam parceria

A Haas anunciou esta segunda-feira que terminou, com efeito imediato, a sua parceria com a Rich Energy. A relação, controversa por causa do seu CEO, William Storey, que deu a cara até sair, em julho, também era controversa por causa de polémicas como o plágio no seu símbolo em maio, do qual foi condenado em tribunal para pagar uma indemnização.

A Haas F1 Team e a Rich Energy concordaram amigavelmente em encerrar sua parceria no Campeonato Mundial de Fórmula 1 da FIA com efeito imediato.”, começa por dizer a sua declaração oficial.

Enquanto desfruta de reconhecimento substancial da marca e exposição significativa por meio de sua parceria com Haas F1 Team em 2019, um processo de reestruturação corporativa da Rich Energy verá a necessidade de uma estratégia global repensada.

Posteriormente, a Haas F1 Team e a Rich Energy concluíram que o término da parceria existente era o melhor caminho a seguir para ambas as partes. A Haas F1 Team gostaria de expressar seus agradecimentos e votos de felicidades às partes interessadas da Rich Energy”, concluiu.

Fundada apenas em 2016, e com implantação escassa no Reino Unido, desde meados de 2017 que William Storey queria levar a Rich Energy para a Formula 1. Tentou no verão de 2018 comprar a Force India, antes desta ter sido adquirida por Lawrence Stroll, o pai de Lance Stroll, para virar Racing Point, mas não foi bem sucedida. No inicio do ano, decidiu ir para a Haas, e foram apresentados em Londres ao mesmo tempo que o novo chassis, antes de serem apanhados nos problemas dentro da marca, quer por causa de Storey e a sua personalidade excêntrica, quer por causa dos seus problemas legais.

Formula E: Guenther confirmado no lugar de Félix da Costa

O alemão Max Guenther foi esta segunda-feira confirmado no alinhamento da equipa BMW da Formuls E, no lugar de António Félix da Costa, que segundo conta os rumores, irá para a DS Techeetah, ao lado de Jean-Eric Vergne.

"É fantástico fazer parte do BMW i Motorsport agora", começou por dizer Guenther. “O BMW i Andretti Motorsport teve uma temporada de estreia forte na Fórmula E, venceu a primeira corrida e esteve envolvido na luta pelo título.", continuou.

É por isso que essa mudança é definitivamente um passo fantástico para mim. É ótimo competir pela BMW novamente. Foi aí que tudo começou para mim nas corridas monolugares em 2011."

Já o diretor da BMW Motorsport, Jens Marquardt, disse que o desempenho de Guenther como estreante na última temporada, ao serviço da Geox Dragon, chamou sua atenção.

"Estou ansioso para que Maximilian Guenther retorne à família BMW. Acompanhamos o desempenho dele na última temporada muito de perto. Maximilian regularmente conseguia tirar o máximo proveito do pacote de seu carro. Isso o viu alcançar resultados impressionantes. Ter um piloto com um histórico de corridas monolugares da BMW é uma ótima opção.”, afirmou.

Quanto ao piloto português, escreveu na sua página de Facebook uma mensagem de agradecimento à marca que o acolheu:

"Adeus BMW! Com alguma nostalgia mas com grandes memórias despeço-me da família BMW, quero agradecer a todas as pessoas na fábrica, engenheiros, mecânicos, equipa de escritório, todos os que ao longo destes seis anos me ajudaram a crescer como piloto. Foi sem qualquer dúvida uma grande viagem e juntos ganhámos corridas no DTM, na Fórmula E, ganhámos também o campeonato de marcas no DTM e estreei-me nas 24 horas de Le Mans com vocês. Agora é hora de partir para um novo grande desafio na minha carreira mas tudo o que vivemos juntos fica."

Marquandt aproveitou também para agradecer ao piloto português a sua colaboração na marca, que para além da Formula E, teve passagens no DTM e no WEC.

Gostaria de aproveitar esta oportunidade para agradecer muito a Antonio pela boa colaboração na temporada passada da Fórmula E e nos seis anos no geral como piloto da BMW no DTM, no WEC, nas corridas de GT e na Fórmula E. Tivemos um ótimo tempo juntos, mas concordamos que uma mudança seria boa para ambas as partes. Agora desejamos a ele tudo de melhor em sua nova jornada.”, comentou.

domingo, 8 de setembro de 2019

Noticias: Vettel em perigo de exclusão

O incidente de Sebastian Vettel na Variante Ascari, durante o GP de Itália, deu, para além do Stop & Go, mais três pontos de penalização, que o colocou muito perto de uma exclusão. Ele está a um incidente grave disso, e caso aconteça nas próximas três corridas - Singapura, Rússia e Japão - o piloto alemão poderá ser excluído por uma prova.

No seu relatório oficial da FIA, observou-se que "os comissários consideraram este um incidente perigoso".

Agora, Vettel tem de fazer as três provas seguintes sem algum incidente grave, para evitar a tal exclusão por uma prova, que a acontecer, seria mais um golpe duro à sua moral nesta temporada.

Caso o pior aconteça, é provável que a Ferrari recorra a Antonio Giovinazzi, agora piloto titular da Alfa Romeo, para substituí-lo, e a equipa italo-suíça teria então de chamar o seu piloto reserva, o sueco Marcus Ericsson, como opção própria, embora o neozelandês Brendon Hartley seja também considerado como reserva da Alfa quando Ericsson, que agora corre na IndyCar, não puder estar disponível.

Formula 1 2019 - Ronda 14, Itália (Corrida)

De Spa-Francochamps para Monza foi uma semana, 780 quilómetros de estrada por estradas belgas, alemãs, francesas, suíças e italianas, e muita coisa escrita em todo o tipo de páginas. A Ferrari parecia estar na mó de cima, comemorando o seu primeiro triunfo da temporada, e louvando Charles Leclerc pelo feito, do qual muito dizem que já merecia. E claro, partiam confiantes para a corrida que mais lhes interessava, o GP de Itália. Se vencessem, já compensaria o ano que estavam a ter, desilusório para muita gente, pois a sua maior rival já tinha dez vitórias no bolso e provavelmente ambos os campeonatos.

Apesar do final de "commedia" digna de Totó, ontem, na qualificação, Charles Leclerc não tinha a vida facilitada, pois Lewis Hamilton e Valtteri Bottas estavam logo atrás, e na frente de Sebastian Vettel. Esperava-se que a chuva fizesse a sua aparição na pista, mas apesar do céu nublado na hora da partida, não chovia em Monza. Logo, a chance de uma corrida veloz - é a mais velo do calendário - era bem real.

A partida foi calma. Leclerc aguentou os ataques de Hamilton e Bottas, enquanto Vettel era passado por Nico Hulkenberg. Os alemães depois trocaram de posições, no inicio da segunda volta, enquanto atrás, Max Verstappen se despistava ao tentar subir posições, na primeira chicane, e acabou nas boxes, para trocar de bico. Iria demorar mais tempo, essa recuperação...

Na volta 4, a ordem era Leclerc, os Mercedes, Vettel, já distantes dos Renault e o Racing Point de Lance Stroll. Pouco depois, Riccardo e Hulkenberg trocaram de posições e o alemão da Ferrari aproximava-se do finlandês da Mercedes. 

Mas na volta seis, Vettel erra na Ascari e cai para o fundo do pelotão. Mas quando ele volta à pista, ele o faz na frente de Lance Stroll, e ambos tocam, fazendo com que o carro quebre o nariz. A mesma coisa aconteceu... a Stroll, quando voltou à pista e colocou na gravilha o Toro Rosso de Pierre Gasly. Pouco depois, os organizadores decidiram que Vettel acabou com um Stop & Go de dez segundos, enquanto Stroll teve de fazer uma passagem pelas boxes, também com penalização.

De uma certa forma, para Vettel, "finta la corsa", e para os "tiffos", "finito l'amore". Agora, só Charles, o monegasco, para os salvar.

Entre os da frente, Hamilton deixava Leclerc escapar por causa da degradação dos seus pneus médios. Acabou por parar, mantendo médios e caiu para quinto, atrás dos Renault. Na volta a seguir, Leclerc foi para as boxes, trocando para duros. No regresso à pista, regressou na frente de Hamilton. O inglês atacou o monegasco por duas vezes na volta seguinte, e na travagem para a Variante Roggia, Hamilton meteu o carro por dentro, mas com vantagem para Leclerc. Ele travou, mexeu e o piloto da Mercedes escapou pela gravilha. Os comissários estavam atentos e advertiram a manobra com uma bandeira preta e branca, um aviso. 

Chegados ao metade da corrida, Bottas foi às boxes, enquanto Leclerc aguentava as investidas do Hamilton. Por esta altura, Carlos Sainz Jr. ia fazer as suas paragens, mas... esqueceram de apertar todos e o espanhol andou poucos metros depois das boxes. Resultado: Safety Car Virtual por uma volta. Mas ela voltou duas voltas depois, quando Danill Kvyat ficou parado depois da primeira chicane.

Hamilton não parava de atacar. Mas com o Ferrari veloz na reta, era complicado. Apesar de na volta 33, o monegasco errou na primeira chicane, semelhante ao Canadá, mas sem punição pelos comissários - estamos em Monza! - o piloto da Mercedes via a chance de passar cada vez mais complicada.

Na volta 41, havia novo protagonista: Valtteri Bottas. O piloto, que trocara oito voltas depois de Hamilton/Leclerc, estava perto deles, esperando por um erro de alguém para facilitar a sua vida. E foi isso que aconteceu: Hamilton errou a travagem na primeira chicane e caiu para terceiro. O finlandês ficou feliz e aproveitou esta "carta branca" involuntária para se aproximar do piloto da Ferrari e tentar vencer, porque, como Hamilton, também tinha pneus médios.

E a parte final foi dura: Bottas ficou na traseira de Leclerc, mas a três voltas do fim, na primeira chicane, o finlandês errou e deixou escapar o monegasco de forma definitiva. Tentou de novo na última volta, mas cometeu novo erro depois da Variante Roggia. E foi assim até ao final, quando Jean Alesi, outra lenda da Scuderia, deu a bandeira de xadrez para o piloto monegasco pela segunda vez consecutiva.

Com isto, Leclerc pode celebrar como merecia em Spa, mas as circunstâncias da morte do seu amigo Anthoine Hubert o refrearam um pouco. A vitória foi merecida, e ele definitivamente ganhou um lugar no ciração dos adeptos, especialmente porque deu à Scuderia a sua primeira vitória desde 2010.  Mas como diziam os escravos aos imperadores nos desfiles triunfais em Roma, "sic transit gloria mundi", toda a glória será efémera. E tal como Vettel era o ídolo da torcida, agora é Leclerc. E ele irá ter a sua decadência inevitável. Mas não hoje. "Carpe Diem", Charles!