sábado, 12 de novembro de 2011

WRC - Rali de Gales (Dia 3)

A tarde do terceiro dia do Rali de Gales demonstrou a reação de Jari-Matti Latvala ao pequeno despiste da manhã, onde o piloto finlandês partiu ao ataque e conseguiu ultrapassar Sebastien Löeb na segunda passagem pelos troços de hoje. Na segunda passagem por Hafren, Latvala ganhou o troço com 8,6 segundos de vantagem sobre Loeb e 22,3 segundos sobre Sébastien Ogier, passando logo para o comando. Nas duas especiais seguintes o piloto da Ford ampliou a sua liderança, conseguindo ganhar mais 4,6 segundos no derradeiro troço do dia e consolidando o primeiro lugar.

"Está tudo a correr bem, amanhã tenho de acordar bem e fazer tudo bem. Estou esfomeado pela vitória, quero vencer, estou com a minha concentração em alta. O Sébastien ganhou o seu oitavo título e pode ser que tenha perdido a 'faísca'...", sugeriu o finlandês.

Já Sebastien Löeb, confessou aos microfones do World Rally Radio que não entende onde é que falhou para ter perdido a liderança a favor do piloto finladês: "Não sei, não percebo, talvez ele seja muito melhor do que eu. Fiz um troço perfeito, podem ver no vídeo que não cometi qualquer erro. Para amanhã, a tática é continuar a atacar. Continuo a pensar que é possível vencer", referiu o agora novo campeão do mundo.

Mads Ostberg é o terceiro no final do dia, mas está a uns distantes cinco minutos da dupla Löeb-Latvala. O norueguês da Stobart-Ford teve problemas de motor ao longo da tarde, e ele teme que isso seja o prenuncio de problemas mais definitivos. Aos microfones da World Rally Radio, Ostberg confessou que não tem medo de desligar o seu motor, pois "pode não voltar a pegar". Mesmo assim, os quase três minutos que leva de vantagem sobre o seu compatriota Henning Solberg deixam-no mais à vontade em termos competitivos.

Contudo, Solberg não pode descansar sobre os seus louros, pois tem o Chris Meeke no quinto lugar, e com os seus problemas resolvidos e com o regresso ao seu melhor andamento, está cada vez mais a aproximar do irmão de Petter Solberg. O britânico Matthew Wilson é o sexto, seguido pelo holandês Dennis Kuipers e o estónio Ott Tanak, que está a debater com crescentes problemas no seu Ford Fiesta. A fechar o "top ten" está o russo Evgueny Novikov e o americano Ken Block, provavelmente a fazer o mais consistente rali da sua temporada.

Quanto a Armindo Araujo, apesar de ser atualmente o 11º classificado e de estar a aproximar do último lugar pontuável, pertencente a Ken Block, está a braços com problemas para arranjar o melhor acerto, refletindo-se isso no seu andamento e na forma como está a abordar os troços deste rali. Durante o Parque de Assistência da hora de almoço, a equipa alterou algumas disposições no seu Mini JCW WRC, mas essas alterações, segundo ele, não surtiram qualquer efeito.

"Estamos sempre em volta do problema mas não lhe conseguimos chegar a ele. Não tenho confiança no carro e está a ser um evento muito complicado para mim", referiu o piloto de Santo Tirso aos microfones da World Rally Radio. Para amanhã, Armindo espera alcançar a meta, naquele que é o objetivo maior para esta prova. "Amanhã iremos manter o mesmo ritmo e tentar não cometer qualquer erro. Até aqui temos conseguido isso e vamos tentar ultrapassar todas as dificuldades que ainda estão para vir", disse.

Quanto aos pilotos brasileiros, que tem como objetivo terminar o rali, Paulo Nobre terminou o dia na 42ª posição, a mais de 45 minutos, enquanto que Daniel Oliveira é 56º, a mais de uma hora da liderança. O Rali de Gales termina amanhã.

Formula 1 2011 - Ronda 18, Abu Dhabi (Qualificação)

O resultado pode ser o mesmo e muitos de vocês já poderão achar que isto começa a ser uma chatice, mas há uma história para ser contada nesta tarde, em Abu Dhabi, que é o desta qualificação, para entenderem como é que Sebastian Vettel chegou à sua 14ª pole-position da temporada e a 28ª da sua carreira.

Quando acabaram os treinos livres de sexta-feira, tudo indicava que a McLaren, que está num crescendo de forma, era a favorita para alcançar o primeiro lugar, da mesma forma que alcançou na corrida da Coreia do Sul. Contudo, a minha experiência indicava que os treinos livres são sempre "mentirosos", pois muitas equipas costumam esconder o jogo para momentos como este, o da qualificação.

E como na qualificação, muita gente considera que é o "momento da verdade", a não ser que haja um azar ou um problema mecânico, eis o que aconteceu nos primeiros momentos. Se das novatas, nada se pode esperar deles, pode-se dizer aqui em Abu Dhabi que a Williams - que está nas bocas do mundo por estes dias - bateu no fundo: Rubens Barrichello teve problemas mecânicos e não completou qualquer volta, e Pastor Maldonado conseguiu apenas o 17º tempo. Mas foi penalizado em dez lugares porque a equipa teve de substituir o seu motor, o nono desta temporada. É... a Williams atravessa o seu inferno pessoal.

Quando se passa para a Q2, onde se vêm mais lutas interessantes entre as equipas do meio do pelotão, viu-se que a maior surpresa talvez seja os toro rosso não terem conseguido passar para a Q3, comparados com as suas performances nas últimas duas ou três corridas, que conseguiam meter frequentemente os seus carros nessa última parte da qualificação. E nesta corrida do Abu Dhabi, até estiveram mal, pois Sebastien Buemi, o melhor dos Toro Rosso, foi superado pelo Sauber de Sergio Perez e o Renault de Vitaly Petrov. E Bruno Senna, no segundo Renault, foi melhor do que Jaime Alguersuari. Mas todos eles foram melhores do que Kamui Kobayashi, que definitivamente, está a ter um mau final de temporada, pois já não pontua desde o GP da Alemanha.

E os momentos finais desta qualificação foram emocionantes: primeiro, Jenson Button bateu o tempo de Hamilton na sua derradeira tentativa de marcar um tempo, mas poucos segundos mais tarde, o seu companheiro retomou ao seu lugar, fazendo um tempo apenas 0,009 segundos mais veloz, ficando à espera daquilo que Vettel seria capaz de fazer. E quando o alemão sugriu, ele consegue - pela primeira vez este fim de semana, diga-se - fazer o melhor registo numa sessão de treinos, 141 centésimos mais veloz do que Hamilton. Com isto, parece que das duas uma: ou a Red Bull esconde o jogo na véspera e espera pelo momento para atacar, ou então desta vez fez um esforço hercúleo para conseguir que nós digamos "business as usual". Porque é isso que está a acontecer neste ano.

Atrás destes três, ficou Mark Webber, num lugar que está a ser cada vez mais habitual, dado que com o carro que tem, consegue ser superior aos Ferrari na maior parte das vezes, mas parece que não consegue superar os McLaren. E claro, logo a seguir vêm os bólidos da Scuderia, com Fernando Alonso a ser superior ao Felipe Massa, desta vez com mais de meio segundo de diferença, algo pouco habitual, já que estas distâncias nas qualificações anteriores têm sido mais renhidas.

Depois, vieram os Mercedes de Nico Rosberg e de Michael Schumacher, que para não variar, o veterano alemão conseguiu ser inferior ao mais jovem piloto teutónico em mais de um segundo. Será que tem a ver com a renovação do seu contrato por mais uma temporada, anunciado esta quinta-feira? Para finalizar, os Force India de Adrian Sutil e Paul di Resta cumpriram o seu objetivo, ao entrarem na Q3, tanto assim que abdicaram de rodar nessa sessão, poupando um jogo para amanhã.

Com isto tudo, o jovem Sebastian Vettel tem mais razões para andar com o seu dedo indicador estendido: igualou - e ainda pode bater - o recorde de 14 pole-positions que Nigel Mansell estableceu em 1992, num ano em que também dominou o Mundial de Pliotos, numa máquina desenhada por... Adrian Newey. E claro, Vettel é o claro favorito para vencer amanhã, pois tem tudo a seu favor, a não ser que ele tenha problemas, ou a McLaren ter uma excelente afinação de corrida. A ver, vamos.

Noticias: divulgado logotipo e Calendário do Mundial de Resistência

A ACO e a FIA divulgaram esta madrugada em Xangai o calendário para 2012, bem como o logotipo do novo Mundial de Resistência, que será ressuscitado após vinte anos de ausência.

Neste novo calendário, entram em cena provas míticas como as 12 Horas de Sebring e as 24 Horas de Le Mans, enquanto que o resto do campeonato será constituido por cinco provas de seis horas cada uma - ou mil quilómetros - em Silverstone, Spa-Francochamps, Mont Fuji, Interlagos e Bahrein, para além de um circuito chinês a confirmar, embora se fale que a inrenção do ACO seja o de transfeir a corrida de Zuhai para Xangai, o mesmo local onde se corre a Formula 1.

O ACO divulgou também que a lista de inscritos para o WRC fechará a 2 de fevereiro de 2012, e essas inscrições terão entrada direta para as 24 Horas de Le Mans.

Eis o calendário do Calendário WEC em 2012:

17 Março - 12 Horas de Sebring (EUA)
5 Maio - 6 Horas de Spa-Francorchamps (BEL)
3 Junho - jornada de testes das 24 Horas de Le Mans (FRA)
16 e 17 Junho - 80ª edição das 24 Horas de Le Mans (FRA)
25 Agosto - 6 Horas de Silverstone (GBR)
16 Setembro - 6 Horas de São Paulo (BRA) *
30 Setembro - 6 Horas de Mont-Fuji (JAP)
20 Outubro - 6 Horas do Bahrein (BAH)
11 Novembro 2012 - prova de 6 Horas na China em circuito a confirmar

* sujeito a confirmação

WRC - Rali de Gales (após PEC 14)

O Rali de Gales ainda vai a meio, mas já sabemos desde há muito quem vai ser o campeão do mundo, que é o homem do costume: Sebastien Löeb. O piloto francês, que já garantiu o seu oitavo título, está em luta pela vitória com o Ford de Jari-Matti Latvala que, sem Mikko Hirvonen, quer bater o piloto da Alsácia e dar uma vitória de consolação à marca. Mas não vai ser fácil, porque Latvala cometeu um ligeiro erro na especial de Hafren 1, a primeira do dia, devido a uma saída de estrada, e perdeu cinco segundos, fazendo com que esteja agora a 7,2 segundos do piloto francês.

O terceiro classificado continua a ser Mads Ostberg, mas agora está mais tranquilo na sua posição, depois de Petter Solberg ter tido problemas com a bomba de combustivel na primeira classificativa da manhã e abandonado o rali. Ostberg pode estar a quase dois minutos da dupla Löeb-Latvala, mas tem mais de dois minutos de vantagem sobre o seu compatriota Henning Solberg.

Matthew Wilson é o quinto classificado, mas a lutar contra o Mini de Chris Meeke, que teve problemas esta manhã quando se partiu um dos apoios do seu motor. O britânico, a jogar em casa, está a tentar recuperar o tempo perdido e dar mais um bom resultado à marca, que perdeu muito cedo o seu companheiro de equipa, Dani Sordo. Dennis Kuipers é sétimo, seguido do estónio Ott Tanak, que esta manhã estava a fazer uma grande prova com o Ford, começando o dia na quinta posição, em perseguição de Henning Solberg. Contudo, uma saída de estrada na derradeira especial da manhã o fez perder mais de dois minutos e cair para o oitavo posto, atrás de Kuipers. Evgueny Novikov e Ken Block fecham o "top ten".

Outro dos desistentes desta manhã éKimi Raikkonen, que se despistou na terceira especial da manhã, caindo numa vala da qual não conseguiu recuperar o seu Citroën, encerrando assim a sua temporada, e provavelmente a sua participação em ralis.

Quanto a Armindo Araujo, apesar das dificuldades com o piso e com o carro, é já o 11º da geral, não muito longe do Ford de Ken Block. Já conseguiu fazer alguns tempos um pouco mais consistentes durante as classificativas desta manhã, mas o piloto admite que não está a ser uma prova fabulosa: "Desde o início que estamos com a afinação errada e ainda não consegui encontrar a certa. Estou sempre a lutar com o carro, quando estou numa curva estou a fazer três curvas ao mesmo tempo. É impossível conseguir fazer bons tempos, estou a ser lento e neste momento é apenas uma questão de tentar sobreviver", referiu o piloto de Santo Tirso à World Rally Radio.

O rali de Gales prossegue esta tarde.

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

WRC - Rali de Gales (Dia 2): Löeb já é campeão!

A tarde do segundo dia do Rali de Gales viu as condições meteorológicas a piorarem progressivamente, com os pisos cada vez mais escorregadios, mas também viu que as consequências do acidente de Mikko Hirvonen foram aquelas que se temiam. O piloto finlandês acabou por desistir à tarde, devido ao sobreaquecimento do motor, causado pelo rombo no radiador na sétima classificativa, após o acidente que sofreu. Assim sendo, e pela oitava vez consecutiva, o titulo é de... Sebastien Löeb. E mesmo que Löeb sofra o mesmo tipo de azar que Carlos Sainz sofreu em 1998, a vantagem que ele tem para o piloto finlandês é mais do que suficiente.

Mesmo assim, quando Hirvonen acabou por parar definitivamente, o piloto da Alsácia declarou, cauteloso: "Estamos em boa posição após o problema do Mikko. Vamos ver se o Mikko poderá recomeçar amanhã. Se não puder, então não haverá qualquer tipo de pressão. O Latvala está muito perto", afirmou à World Rally Radio.

Pouco tempo antes, estava um pouco mais confiante, quando falava do seu rali: "De manhã tive algumas dificuldades, mas agora à tarde estive mais descontraído. Tentei puxar mais, tivemos um pequeno susto, mas tudo correu bem. Seria bom terminar esta temporada com alguma coisa boa", afirmou.

De fato, a luta pela liderança está ao rubro: Löeb e Latvala estão separados, após a 11ª classificativa, por uns meros 1,1 segundos, com ambos a darem uma distância superior a um minuto e treze segundos sobre o terceiro classificado, o norueguês Mads Ostberg, no seu Ford. Mas está sob pressão do seu compatriota Petter Solberg, que no seu Citroen, está agora 7,8 segundos atrás do piloto da Stobart-Ford. Henning Solberg é o quinto, e está a rolar muito tranquilamente, pois tem um atraso de minuto e meio sobre o seu irmão, mas o sexto classificado, o estónio Ott Tanak, está a 54,3 segundos.

Kimi Raikkonen ascendeu à sétima posição, mas está numa luta com Matthew Wilson e o holandês Dennis Kuipers, e tem ainda na luta o Mini de Chris Meeke. Em suma, a luta pelas quatro últimas posições pontuáveis está ao rubro.

Na 14ª posição está Armindo Araujo, que apesar de ter avisado que as suas expectativas eram baixas, o seu objetivo é unicamente de chegar ao fim da prova. "Este rali é mesmo muito complicado e foram muitos os pilotos que já tiveram problemas ou desistiram. Nós queremos continuar em prova, ainda que para isso abdiquemos de um resultado mais relevante. Sempre disse que este ano era para aprender e sabemos que na terra ou nestes pisos temos de trabalhar ainda mais. Temos alterado os acertos do carro de parque para parque e é isso que vamos continuar a fazer", referiu.

Em relação aos brasileiros, Paulo Nobre está agora na 24ª posição da geral, a 15 minutos de Löeb, enquanto que Daniel Oliveira baixou para a 38ª posição, agora a 21 minutos e dez segundos da liderança.

O Rali de Gales continua amanhã.

Formula 1 2011 - Ronda 18, Abu Dhabi (Treinos)

Abu Dhabi. Uma bolha de Formula 1 no meio do deserto acolhe este final de semana o seu Grande Prémio, a penúltima prova de uma temporada já mais do que decidida, num "anno dominus" da Red Bull e de Sebastian Vettel, que mereceram vencer ambos os títulos. Mas isso não impede que as outras equipas tentem ganhar, ou mostrem-se nestas sextas-feiras de treinos livres, como acontece agora. E digo isto porque a McLaren monopolizou o topo da tabela de tempos, com Jenson Button a fazê-lo de manhã e Lewis Hamilton, à tarde.

Na primeira sessão, Button conseguiu a sua melhor volta em 1.40,263 segundos, com o Red Bull do australiano Mark Webber a saltar para o segundo posto nos instantes finais, a 126 centésimos do britânico e conseguindo quebrar o monopólio da McLaren na tabela de tempos, já que Lewis Hamilton ficou com o terceiro melhor tempo, a 140 centésimos de Button.

Sebastian Vettel, o bicampeão do mundo, terminou em quarto, a 0,492 centésimos de Button, mas não ficando muito longe de Fernando Alonso (Ferrari), que foi o quinto, na frente do outro Ferrari de Felipe Massa. Aliás, esta foi uma sessão onde os carros da Scuderia fartaram-se de dar piões, devido a problemas de equilibrio. E até aí, Alonso "ganhou", pois fez dois, contra um de Massa...

No "campeonato dos outros", Adrian Sutil conseguiu bater os Mercedes e fez o sétimo melhor tempo, na frente do Mercedes oficial de Nico Rosberg. Paul di Resta, no segundo Force India, foi o nono e o Toro Rosso de Jaime Alguersuari completou o leque dos dez melhores. Logo a seguir ficaram os dois melhores pilotos de testes de sexta-feira, o francês Jean-Eric Vergne, a guiar um Toro Rosso e o seu compatriota Romain Grosjean, que substituiu Bruno Senna na Renault. O outro "piloto de sexta-feira", o canadiano Robert Wickens, fez um tempo oito (!) segundo mais lento do que Jenson Button, a bordo do seu Virgin - em breve, Marussia.

Na segunda sessão de treinos, Lewis Hamilton confirmou o bom momento de forma dos McLaren, ao ficar no topo da tabela de tempos, e desta vez com monopólio: o segundo foi Button, com 199 centésimos de diferença sobre o seu companheiro. Ambos colocaram Fernando Alonso no terceiro lugar e Felipe Massa no quarto, com a diferença entre os dois a ser apenas de... nove centésimos de segundo.

Novo monopólio aconteceu atrás, com os Red Bull a ficaram com o quinto e sexto melhores tempos, e - coisa rara! - Mark Webber a ser melhor que Sebastian Vettel. E os dois carros "energéticos" a perderem mais de meio segundo sobre os McLaren (Webber ficou a 518 centésimos de Hamilton, Vettel a 546).

Michael Schumacher fez o sétimo melhor tempo, seguido pelos force India de Adrian Sutil e Paul di Resta, e o Sauber de Kamui Kobayashi a fechar o "top ten". Um pouco mais ao fundo da tabela, é engraçado ver que Bruno Senna e Rubens Barrichello "ficaram juntos", com o brasileiro da Renault a ser melhor do que o brasileiro da Williams. e ambos fizeram melhor do que Heiki Kovalainen, o melhor dos Lotus - futura Caterham - e das equipas mais novatas...

E assim foram os "treinos para aquecer". A qualificação, essa mais séria, acontece amanhã, e veremos até que ponto a McLaren é uma verdadeira ameaça à Red Bull...

Bólides Memoráveis - Shadow DN9 (1978-79)

(...) Após a bem sucedida temporada de 1977, começou a ser produzido o seu sucessor, no sentido de se adaptar aos tempos que corriam, onde o efeito-solo começava a ganhar importância, graças aos trabalhos do chassis Lotus 78, de Colin Chapman, que tinham demonstrado o seu sucesso nas pistas. Tony Southgate decidiu elaborar o projeto do DN9 nessas permissas, esperando que isso representasse um passo adiante nos seus sucessos.

Contudo, antes de que o trabalho pudesse ser finalizado, no final de 1977, a agitação tomava conta da empresa. Depois de uma tentativa mal sucedida para desalojar o patrão e fundador da Shadow, Don Nichols, do seu lugar, o grupo de sócios descontentes saiu da Shadow para fundar em resposta a Arrows, que significavam as iniciais dos seus membros: Ambrosio, o patrocinador, Alan Rees e Jackie Oliver, os diretores, Dave Wass, o engenheiro, e Tony Southgate, o projetista. O "R" que sobrava foi acrescentado para que soasse como o nome que acabou por ficar. (...)

Se julgavam que este era uma polémica passageira, onde cada um seguiu o seu caminho, não foi assim. À medida que a temporada de 1978 avançava, e os resultados da Arrows começavam a surpreender muitos incautos - quase venciam o GP da Africa do Sul e foram segundos na Suécia através de Riccardo Patrese - a Shadow processou a nova equipa, afirmando que o chassis deles, o FA1, era uma cópia descarada do seu DN9. Cópia não seria bem, pois tinham sido desenhados pelo mesmo projetista. Seria mais o aproveitamento de um projeto. O fato é que a Shadow acabou por ganhar o processo em tribunal e a Arrows teve de desenhar um carro novo, que conseguiu fazer em tempo recorde.

Mas não foi isso que impediu o declínio da Shadow. Sem grandes patrocinios para a temporada de 1979, recorreu a dois jovens pilotos com dinheiro para sobreviver, o italiano Elio de Angelis e o holandês Jan Lammers. No final, apenas uma boa condução do italiano na pista molhada de Watkins Glen, onde chegou na quarta posição, impediu que a equipa acabasse o ano sem pontos. Mas o fim estava próximo. Podem ler isso e muito mais hoje no Portal F1.

WRC - Rali de Gales (após PEC 7)

A manhã do Rali de Gales confirmou a "profecia" que Jari-Matti Latvala tinha lançado no dia anterior, antes da partida. Digo isto porque na quarta especial da manhã, e a sétima do rali, um dos candidatos cedeu. E foi provavelmente o menos experiente: Mikko Hirvonen. O piloto da Ford não conseguiu evitar uma saída de estrada na sétima classificativa, danificando a roda traseira e o radiador, perfurado por um ramo de árvore. Os reflexos na classificação geral são claros: Hirvonen perdeu 3 minutos e 52 segundos para o francês da Citroën e caiu para o 13º posto.

"O troço estava muito traiçoeiro. Havia bastante nevoeiro e lama pelo que foi bastante difícil. Tivemos alguns pequenos percalços mas finalmente chegamos [ao fim do troço]. Agora temos de ver o que acontece com o Mikko. Tudo é possível", referiu Sebastien Löeb, que lidera agora a prova com 17,7 segundos de vantagem sobre o outro Ford Fiesta de Jari-Matti Latvala.

Malcom Wilson, patrão da Ford, explicou o que se passou ao Autosport.com. "Fizeram um pião que lhes custou 14 segundos, mas seis ou sete quilómetros mais tarde, o Mikko reparou que a temperatura da água subiu bastante. Um ramo furou o radiador, pelo que limparam uma série de detritos da frente do carro e prosseguiram para completar o troço, mas depois tiveram de parar. O motor passou a funcionar em três cilindros e foi isso. Seria preciso um milagre [para reparar o carro para amanhã]. Vamos ver o que podemos fazer, mas será preciso um milagre porque o motor andou muito tempo sem água", concluiu.

Os troços estão a ser demolidores para os carros esta manhã: Petter Solberg atrasou-se de novo devido a um furo, e caiu para o quarto lugar, os Mini estão a ter problemas, com Dani Sordo a abandonar após despiste na quarta especial, e Chris Meeke sofreu um atraso de dois minutos devido a problemas com o seu alternador na sétima especial, caindo para o 11º posto.

Com tudo isto, o grande beneficiado é Mads Ostberg, que é terceiro classificado, a 59,7 segundos de Löeb. Henning Solberg é quinto e o estónio Ott Tanak, que parece não ter nada a perder, é o sexto classificado, na frente de Matthew Wilson e de Kimi Raikkonen, neste que poderá ser o sua derradeira prova no WRC, caso os rumores do seu regresso à Formula 1 se confirmem. Dennis Kuipers e Evgueny Novikov completam o "top ten".

Quanto a Armindo Araujo, as dificuldades nos troços fazem com que não consiga passar da 15ª posição no rali. Já Daniel Oliveira, no final da sétima especial, era 21º, na frente de Paulo Nobre, o 26º. O Rali de Gales prossegue à tarde.

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Youtube Top Gear: cenas da próxima série



Já não deve faltar muito para a próxima temporada do Top Gear, pois eles estão definitivamente em filmagens. E um dos locais onde certamente passarão será a cidade italiana de Lecce, onde passearão com três supercarros que entraram em produção recentemente: o Noble M600, guiado por Richard Hammond, o McLaren MP4-12C, guiado pelo Richard "Lento" May e o Lamborghini Aventador guiado por - claro - Jeremy Clarkson.

A razão pelo qual estavam a filmar naquele local é simples: não muito longe dali situa-se o circuito de Nardó, onde tem a maior pista circular do mundo. E é a mais veloz, certamente. Logo, experimentar aqueles três suparcarros naquela pista era uma tentação que não poderia deixar de ser experimentada.

O video ainda tem uma espécie de "sneak peak" sobre o que vai ser aquele episódio, transmitido provavelmente em janeiro ou fevereiro de 2012...

WRC - Rali de Gales (Dia 1)

Nas horas anteriores ao inicio do Rali de Gales, Jari-Matti Latvala comentou sobre a luta pelo título entre Sebastien Löeb e Mikko Hirvonen, afirmando o seguinte: "Este ano as especiais são mais díficeis que o ano passado, e pessoalmente acredito que que a luta não irá até ao final do rali, penso que tudo ficará decidido antes. Há curvas traiçoeiras que cheguem nesta prova".

Alguns poderão ter troçado ou torcido o nariz das declarações do piloto finlandês, mas a realidade mostrou que elas não eram descabidas. Mas quem pagou o preço foi Sebastien Ogier, que logo na primeira das três classificativas realizadas hoje, sofreu um despiste e abandonou logo ali, com danos no carro e uma roda arrancada. Apesar de ter voltado através do método Superrally, o atraso é enorme. Outra das vítimas das classificativas traiçoeiras do País de Gales foi o norueguês Petter Solberg, que sofreu um furo, atrasando-se na classificação geral.

O primeiro líder do dia foi Jari-Matti Latvala, que ficou na frente nas duas primeiras classificativas, para na terceira - e última desta quinta-feira - Sebastien Löeb passou para a frente da classificação geral, a 0,7 segundos do seu maior rival, Mikko Hirvonen. Quanto a Latvala, caiu para a terceira posição, depois de perder 6,3 segundos na classificativa. "Não estava com um bom feeling, mas tudo bem", referiu. Já Löeb, agora líder, queixou-se da lama nas classificativas: "Estava muito escorregadio, e a aderência a mudar constantemente.", afirmou.

Petter Solberg conseguiu recuperar até ao quarta posição da geral, a 11,8 segundos dos líderes, conseguindo passar os Minis de Dani Sordo e Chris Meeke, com o britânico a ser o melhor dos carros preparados pela Prodrive. Sordo está atrás dele, na sexta posição, seguido pelos Stobart-Ford de Mads Ostberg e do estónio Ott Tanak. Matthew Wilson e Henning Solberg completam o "top ten", com Kimi Raikkonen na 11ª posição.

Quanto a Armindo Araújo, o piloto de Santo Tirso acabou o dia na 15ª posição, depois de ter acabado a terceira especial na mesma posição, a um minuto e 8,4 segundos do líder Löeb. E queixa-se das condições atmosféricas e da lama no asfalto: "Nunca guiei um WRC nestas condições com chuva e nevoeiro, o que não é nada fácil, nem estou 100 por cento à vontade. Procuramos não cometer erros pois qualquer erro no início do rali poderia hipotecar tudo.", afirmou.

O rali de Gales prossegue amanhã.

5ª Coluna: A história da equipa sem cabeça

Imaginem o seguinte cenário: o patriarca sente que os seus dias estão contados, mas não cede o poder. O seu numero dois dá um passo para o lado, e uma espécie de numero três é o chefe. Todos o detestam, porque demonstrou incessantemente que é incapaz de tomar boas decisões ou de arranjar dinheiro, e de repente, descobrem que o dinheiro escasseia e poderão ter de vender as pratas. Toda a gente quer correr dele de casa, mas estão de mãos atadas porque o patriarca confia cegamente nele. O que fazer? Esperar para que ele reforma ou morra para poderem agir? E quando isso acontecer, não será tarde demais?

Já adivinharam que ando a falar da Williams.

Ao ler nas últimas semanas a novela sobre a possível contratação de Kimi Raikkonen, que só esta semana é que se admitiu a existência de negociações para a sua contratação, vejo que em certos aspectos, parece que o legendário Frank Williams perdeu o controlo da situação. Christian "Toto" Wolff, o parceiro minoritário da equipa, disse que Raikkonen visitou as instalações de Grove a seu convite, e que as negociações envolviam a entrada de um grande patrocinador, que pagaria parte do salário do finlandês. Só que das muitas noticias que li sobre esse assunto não me esclareceram quem é que está na frente destas negociações. Será o Adam Parr, o mesmo Adam Parr que em mais de três anos não conseguiu nenhum patrocinador "graúdo" quando viu muitos dos outros patrocinadores irem embora? Se sim, não acredito neste negócio.

Mas mesmo que este negócio vá para a frente, eu continuo a manifestar o meu cepticismo em relação às capacidades de Kimi Raikkonen na Formula 1. Tem fama de ser um piloto veloz, mas para comunicar com os engenheiros, é uma múmia. Lembro-me, certo dia, em fins de 2009, que quando Felipe Massa começou a trabalhar com Fernando Alonso, tinha trocado mais ideias numa tarde com o piloto espanhol do que seis meses com o finlandês. Assim sendo, num projeto totalmente novo como vai ser o FW34, em 2012, com motores Renault, etc e tal, o finlandês vai prejudicar mais do que beneficiar uma equipa desesperadamente necessitada de dinheiro e de um projeto que dê certo. É que, se as coisas se mantiverem assim, vai acabar o ano com apenas... cinco pontos.

Ai, acho que as alternativas Adrian Sutil ou até Bruno Senna sejam mais baratas e mais benéficas em termos técnicos do que uma alternativa cara e inútil. Sutil tem cinco milhões de euros de patrocínio, enquanto que Bruno Senna talvez tenha um pouco mais. E talvez o custo/benefício seja bastante maior do que um piloto que define as suas temporadas em janeiro, pede demasiado dinheiro para correr e mostra um ar de "estou a marimbar-me para isto tudo". Quase me pergunto se o Kimi não foi uma daqueles campeões por acaso. E se sim, direi que, em termos históricos, gosto mais de outro campeão por acaso e seu compatriota, o Keke Rosberg...

Mas, acreditando que o "impossivel" acontece e Kimi faça o seu retorno à Formula 1, fico a pensar: quem vai recolher os louros da sua contratação? Toto Wolff, que o convidou a ver as facilidades de Grove? Adam Parr, o homem mais odiado da equipa e provavelmente a pessoa que está a apressar o fim dela? Ou Sir Frank Williams, o homem mais persistente da história do automobilismo? Nesta "equipa sem cabeça", a sensação que tenho é que mesmo com contratações a peso de ouro, os dias de glória não voltarão a aparecer tão cedo. Não confio no piloto que querem e não vejo quem pegará na equipa com "mão de ferro" para tomar um rumo aos tempos de glória.

P.S: Como sabem, os rumores sobre este caso abundam por estes dias, mas esta manhã, enquanto escrevia isto, surgiram as declarações de que Kimi Raikkonen confirmou que estava em negociações "mas que não assinou nada". Pode não trazer nada de especial, mas há quem diga que este é um sinal de que ele declinou o convite. Uma coisa é certa: é cada vez mais certo que nada vai ser anunciado em Abu Dhabi, neste final de semana.

Confirmações e rumores da Mercedes

A Mercedes anunciou esta manhã em Abu Dhabi que Nico Rosberg renovou o seu contrato com os "Flechas de Prata" até à temporada de 2013, com mais uma temporada de opção até 2014. Com este anuncio, terminaram os rumores algo estranhos de que o piloto alemão de 26 anos quisesse ir para a Ferrari na temporada de 2012 para substituir Felipe Massa no papel de "escudeiro" de Fernando Alonso.

Para o filho de Keke Rosberg, o objetivo desta renovação é clara: "Vencer com os 'flechas prateadas' será um dos pontos altos da minha carreira, e espero continuar a ajudar no sentido de nos tornarmos os melhores na Fórmula 1", referiu.

Entretanto, o jornal alemão "Sport Bild" anunciou na sua edição de ontem que Michael Schumacher prolongou por mais um ano o seu contrato com a marca de Estugarda, ou seja, ficará a correr até 2013, altura em que terá 44 anos. A Mercedes não confirmou essa informação, mas a ser verdade, aparentemente o grande investimento que Ross Brawn fez nos últimos tempos em termos de recursos humanos, com as contratações de Bob Bell (ex-Renault), Aldo Costa (ex-Ferrari) e Geoff Willis (ex-Williams e Hispania) fizeram com que o heptacampeão do mundo tenha decidido adiar a reforma por mais uns tempos.

Pode ainda ser um rumor, mas a confirmação é uma questão de tempo.

A entrevista ao Ico, pelo 16 Valvulas

Já sabia disto desde ontem, porque o Gonçalo Sousa Cabral falou-me disto, e porque anteriormente trocamos algumas impressões sobre o assunto em si, mas foi hoje que ele colocou no ar a entrevista que deu ao 16 Valvulas. Sim, é aquela rara ocasião onde o jornalista Luis Fernando Ramos, o Ico, por norma um entrevistador, se viu na pele do entrevistado.

Lá fala de várias coisas sobre as suas origens, as suas impressões sobre o "paddock" e fala que ele tem quase a certeza de que o Kimi Raikkonen deverá voltar à competição em 2012. Para saberem o que disse, é simples: sigam este link e oiçam a entrevista.

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Os testes do segundo brasileiro no Mundial de Ralis


Ao contrário da Formula 1, Brasil não tem tradição nos ralis. Pode-se dizer que o Daniel Oliveira está a ser um "desbravador" este ano, com o seu Brazil World Rally Team, tendo a seu lado o navegador português Carlos Magalhães, ex-navegador de Bruno Magalhães (sem laços de parentesco, diga-se).

Mas neste Rali de Gales, Daniel Oliveira terá a companhia de outro seu compatriota, este mais rodado nas categorias de Produção: Paulo Nobre. Tal como Daniel Oliveira, ele rodará num Mini JCW WRC, alugado ao Team Palmeirinha, e terá como navegador Edu Paula. Claro que vai ser um rali para aprender, mas o expreiente piloto - que roda frequentemente no Rali Dakar - não esconde a sua emoção por participar num evento destes:

"Quando comecei a correr ralis de regularidade em 1999, nunca imaginei correr uma prova de 'todo o terreno' e muito menos ralis! Em 2001, completamente tomado pelo vírus do desporto, acabei por participar no Rali dos Sertões, mas jamais sonhei que um dia viria correr o Dakar, e ainda por cima numa equipa de fábrica, como acabou por suceder!

Em 2003 participei pela primeira vez do Campeonato Brasileiro de Ralis, mas, mais uma vez, jamais sonhei um dia correr uma etapa do Mundial. Mas há dois anos, o Edu e eu viemos ao País de Gales correr nossa primeira prova do Mundial de Ralis, no PWRC, que era o mesmo tipo de carro que corríamos no Brasil e no campeonato Sulamericano! Aí nao teve como não sonhar em correr uma prova do Mundial a bordo de um 'World Rally Car', que nada mais é do que a Fórmula 1 dos ralis!

Pois é, precisamos ter cuidado com o que sonhamos e desejamos, pois pode virar realidade. E vai ser no mesmo, pois aqui no Rali da Grã Bretanha vamos realizar o nosso sonho de correr com um WRC! Não vejo a hora de começar a prova acelerar o Mini.", referiu.

Na parte de cima deste post, coloco aqui o video dos ensaios de Paulo Nobre no Rali de Gales. E aparentemente, a assistência do seu carro é feita também pela Motorsport Itália, a equipa de... Armindo Araujo. E o piloto de Santo Tirso está a dar uma ajuda ao piloto brasileiro, da mesma forma que fez em França ao Daniel Oliveira. Interessante, hein?

As dificuldades da Mini e as ambições limitadas de Armindo Araujo

No dia em que já começaram os "shakedowns" para o último rali do ano, o Rali de Gales, surgem noticias de que a Mini está em dificuldades em desenvolver o seu programa de ralis para 2012. Isto porque o seu fornecedor de motores, a BMW, está mais concentrado no seu programa da DTM e não está a fornecer com a rapidez desejada, novos componentes e novas evoluções do seu motor.

Para além disso, a falta de um patrocinador "grande" está também a impedir que a Prodrive, a equipa de David Richards que está a preparar estes carros, se envolva como deve de ser no desenvolvimento de novos componentes, logo, está dependente do dinheiro que os seus clientes gastam para adquirir os exemplares já construídos, como o português Armindo Araujo, o brasileiro Daniel Oliveira ou o francês Pierre Campana, dado que essa era uma parte importante do programa, e que está a resultar.

Logo, apenas com uma das frente a resultar, suspeita-se que Dani Sordo e Chris Meeke só terão um programa parcial em 2012, contrariando os planos da Prodrive de uma tempora a tempo inteiro, pois este é um "ano zero" com ótimos resultados, especialmente nos troços em asfalto, onde Dani Sordo já levou o seu carro ao pódio na alemanha e em França, onde até lutou pela vitória com Sebastien Ogier.

Enquanto isso, Armindo Araujo continua a preparar-se para o Rali de Gales, e na véspera de começar a sua participação, fala sobre as condições dificeis que tem de enfrentar e das ambições limitadas que tem devido ao desconhecimento do comportamento do carro neste tipo de troços:

"Esta prova é das mais complicadas e exigentes do campeonato. Há sempre muita lama e nevoeiro que fazem das especiais de Gales as mais traiçoeiras de todas. Teremos por isso que nos adaptar as condições que vamos encontrar e tentar fazer o melhor resultado possível", começa por dizer o piloto de Santo Tirso.

"Para além de todas as características conhecidas das especiais temos mais um dia de rali e queremos aproveitar, ao máximo, a possibilidade de rodarmos num tipo de terreno que ainda não sabemos como se comporta o Mini. Na terra e no asfalto já estamos familiarizados com o carro mas na lama e com chuva ainda é tudo uma incógnita. Por tudo isto, não temos grandes objectivos em termos de resultado final, sendo mais importante o trabalho de desenvolvimento do Mini neste tipo de terreno. É isso que vamos fazer e esperamos que tudo corra dentro do planeado", disse ainda.

O Rali de Gales começa amanhã, com as três primeiras especiais, e terminará no próximo domingo após a conclusão das 23 provas especiais previstas, com os concorrentes a percorrerem quase dois mil quilómetros percorridos, 354.97 dos quais disputados ao cronómetro.

A aventura chinesa de Carlos Sousa e as farpas de Filipe Campos

Durante mais de duas semanas, sabia-se que o Carlos Sousa iria participar no Dakar de 2012, que como sabem, começará em Mar del Plata e acabará em Lima, no Peru. Mas não se sabia de qual marca é que iria participar na próxima edição, embora se falava "à boca cheia", desde há algumas semanas a esta parte, que seria um construtor chinês.

Sousa foi fazer os seus testes a Marrocos e o segredo era algo de "polichinelo", ou seja, "sabia-se tudo sobre o boi, menos o nome do boi". Agora tornou-se oficial: é a Great Wall, cujo jipe é um "clone" do BMW X3. Tanto que a estrutura da equipa com o qual Sousa vai correr, liderada pelo veterano Philippe Gache, trabalhou no passado com esse modelo.

"Tivemos três dias de testes em Marrocos, e gostei do equilíbrio geral do carro. Logicamente, precisa de evoluir, em vários pequenos aspetos, e apesar de já termos testado algumas afinações, não houve tempo para ensair mais. Eram precisos mais dias para conhecer melhor o carro. Para já realizámos afinações na suspensão e sistema de arrefecimento do motor, o que foi importante. Fiquei agradado com o motor, quer pela potência e mesmo pelo binário. Claramente acima do que estava habituado no Mitsubishi. Enfim, existe a noção exata do caminho a seguir." referiu.

Por um lado, é bom ver que o Carlos Sousa, um veterano de muitos Dakares, quer em África, quer na América do Sul, volte a participar numa equipa oficial e não como privado, onde os apoios são mais difíceis de alcançar, apesar de ter feito alguns brilharetes no passado, com a Mitsubishi. Agora, claro, como é que as coisas vão correr no Dakar é uma incógnita cuja resposta só se verá daqui a pouco menos de dois meses na América do Sul.

Digamos que acredito mais nos Mini 4All onde o Ricardo Leal dos Santos e o Stephane Peterhansel vão pilotar. Mas claro, vai-se ver - e desejar boa sorte - ao Carlos Sousa.

Entretanto, ontem à noite, o meu amigo Gonçalo Sousa Cabral, do 16 Valvulas, entrevistou o novo campeão nacional, o Filipe Campos, que também foi o vencedor da "prova-raínha" do Todo o Terreno português, o Rali de Fronteira, prova idealizada por José Megre e que comemorou este ano a sua 25ª edição. A bordo de um Mini 4All preparado pela Yser Racing Team - o que prova cada vez mais que é um carro competitivo - decidiu aproveitar a ocasião para mandar as suas "farpas" para a entidade organizativa da FPAK, especialmente sobre os regulamentos.

Por um lado tem razão - por causa de um dos seus maiores adversários ser Miguel Barbosa, o filho do presidente do ACP, Carlos Barbosa - mas por outro há uma coisa que salta à vista de todos nós. Tendo o carro mais competitivo do Nacional de Todo-o-Terreno, que raio faria ali em Portugal, só a correr provas nacionais? Já provou por mais do que uma vez que é o melhor, já ganhou títulos nacionais - aliás, é o atual campeão nacional. Portanto, correr lá fora é o desafio que lhe segue e só faz bem, desde que tenha o "budget" necessário para o fazer.

Quanto ao Dakar... apesar de muitos terem dito que seria pena ele não participar na edição de 2012, as suas razões são justificáveis. Para além de ser tarde em termos de planeamento, ele já não tem muita idade e muita paciência para rodar em superfície de areia, por exemplo. E ele é o primeiro a reconhecer isso. Talvez em 2013, se planear bem os seus próximos passos, com o devido "budget" e tudo. E claro, se a temporada de 2012 for boa.

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Youtube F1 Classic: os 35 anos da Williams F1



Esta vi no GP Series, o blog do Marcos Antônio, que não esconde a sua admiração pela equipa de Frank Williams. Sob a banda sonora da Audio Network, e a sua musica mais famosa, "Mars", mostra-se em meros quatro minutos os grandes feitos da história da equipa nos últimos 35 anos. Desde as imagens da sua primeira vitória, em 1979, no circuito de Silverstone, às mãos de Clay Regazzoni, até ao seu primeiro título no ano seguinte, com o australiano Alan Jones ao volante.

Depois veio Rosberg, em 1982, e as parcrerias com os motores que a fizeram grande: a honda, em 1983, a Renault, em 1989, à BMW, em 2000 e à Toyota, em 2007. Os pilotos merecem destaque, com as imagens deles a bordo dos seus carros: Nelson Piquet, Nigel Mansell. Primeiro, a perder com Ayrton Senna por treze milésimos de segundo em Jerez, em 1986, e depois o seu furo em Adeleide, no final daquele ano. Mas quando regressa, em 1991, é o contrário: passa Senna em Barcelona e vence o campeonato no ano seguinte, no Hungaroring.

Referências a Alain Prost e a Ayrton Senna, e depois os títulos de Damon Hill e Jacques Villeneuve, para passar à era da BMW, onde se vê Juan Pablo Montoya a vencer no Mónaco, a fazer a volta mais rápida de sempre num Formula 1, em Monza - irónicamente, a bater um record pertencente a Keke Rosberg, feito num... Williams - e a sua última vitória, em Interlagos, em 2004.

A história da Williams em quatro minutos. Ei-la, sem tirar, nem pôr.

Os tributos feitos no final de uma era

Ontem, depois de ter reagido ao artigo da Serena sobre os dezoito anos aquele Grande Prémio da Austrália de 1993, onde Alain Prost e Ayrton Senna correram juntos pela última vez, lembrava-me, enquanto escrevia o meu artigo sobre essa data, que tinha na minha biblioteca particular o anuário do Francisco Santos sobre essa temporada e sobre esse Grande Prémio, tão marcante em termos simbólicos por tantos motivos.

Assim sendo, mal tive a oportunidade, decidi resgatar o livro e transcrever para aqui o que foi escrito nessa altura, as declarações dos pilotos e aquilo que se esperava para a temporada de 1994, pois acho que é importante, mesmo para nós fazermos o nosso descernimento sobre aquilo que se falava e aquilo que sabemos agora.

Primeiro que tudo - e um pouco na continuação do artigo de ontem - andei a ler os relatos desse GP australiano. As choradeiras de Senna quando se despediu de Jo Ramirez, uma das lendas da McLaren, e no final da corrida, quando se abraçou a Ron Dennis, depois de ter dado à McLaren a sua última vitória ao serviço da equipa - e da carreira, como sabemos agora. E ainda o "tio Ron" teve a audácia de afirmar: "Nunca é tarde demais para mudar de ideias..."

E depois de se abraçarem, de o colocar no pódio, lado a lado, o homenageando como admirável adversário que o foi, Senna disse na conferência de imprensa, em tributo à equipa que se despedia e tinha ajudado a escrever as suas páginas mais douradas: "O mais importante é guardar os bons momentos que vivemos juntos, e quero agradecer a todos os nossos patrocinadores e a todos os que me ajudaram. Ganhei amigos e o respeito deles. E tenho por eles os mesmos sentimentos, isso é o mais importante. Esta temporada deu-nos um desafio muito duro, que enfrentamos".

Depois, Prost disse o que tinham sido a sua última corrida na Formula 1: "Quando se sabe que enfiamos o nosso capacete integral pela última vez, e que pomos as luvas pela última vez, e que escorregamos para dentro de um cockpit de um Formula 1, é difícil manter a concentração. Hoje esta realmente motivado, queria fazer uma boa corrida. Mentalmente não é nada fácil abordar a nossa última corrida: queremos fazer o melhor possível, evitando ao máximo cometer um erro.

Fiquei feliz por ter subido ao pódio. Claro que teria gostado ganhar, mas foi difícil. Esforcei-me muito para manter a concentração. Paciência: é o fim da história. Depois da bandeirada, na minha volta de arrefecimento, disse para mim próprio que podia suspirar: em treze temporadas de Formula 1, nunca me magoei gravemente!"

No dia seguinte, um artigo escrito pelo jornalista desportivo francês Franoics Reste, no jornal L'Équipe fala sobre o fim da carreira de Alain Prost e a sua interligação com Ayrton Senna, principalmente no seu auge nos temps da McLaren:

"Como nas cédulas de dinheiro, revelando em filigrana o rosto de uma personagem célebre, a carreira de Alain Prost teve sempre a sombra de Ayrton Senna. Desde 2 de junho de 1984, num GP do Mónaco chuvoso que revelara o novo prodígio, o cenário da Formula 1 se articulou à volta destas duas personagens principais, que chegaram ao paroxismo de sua rivalidade em 1988 e 1989, os anos da sua coabitação na McLaren, levados com inteligência, mas pontuados por uma severa rutura.

Durante estes quase dez anos, os feitos de Prost não teriam talvez tido a mesma importância se Senna não existisse, e o contrário também é verdade. Será agora necessário nos habituarmos à ideia de um sem o outro. Como um casal jamais separado. Senna sem Prost, será um pouco D.Quixote sem o seu Sancho Pança.

Se já dá para sentir o vazio que a aposentadoria de Prost vai trazer a partir de 1994, Senna ficará ainda mais orfão que todos nós. Ao volante do seu Williams-Renault, o brasileiro, o último Campeão do Mundo ainda em atividade, vai se sentir bem solitário, mau grado todos esses jovens ainda longe de terem atingido a sua dimensão: Schumacher, Hill, Hakkinen e o nosso Alesi.

A sua caça aos recordes de Prost, notadamente o de vitórias, para o qual já só restam dez sucessos, fará provavelmente sobresair ainda mais a sua ausência do seu alter ego. Senna sabe tudo isso. como homem inteligente e sensível, não pode deixar de pensar nisso no momento em que derramou uma lágrima dpeois da chegada deste emocional GP da Austrália. Este romance que acaba de chegar ao fim com o adeu de Alain Prost, é também um livro que se fecha sobre ele. Na sua nova vida que chega, haverá um pouco da sua juventude que se vai."

Num dia como hoje, em que o mundo inteiro presta tributo a Joe Frazier, a sombra de Muhammad Ali nos seus dias de auge do boxe, em meados dos anos 70, e que se ausentou da vida para fazer parte dos livros de história, recordar aquilo que se falou sobre aquele já distante sete de novembro de 1993 e o que representa esse dia nos dias de hoje, agora que sabemos o final da história, demonstra até que ponto se tornou importante.

Bólides Memoráveis - Shadow DN8 (1976-78)

(...) No inicio de 1977, Jarier sai para dar lugar ao italiano Renzo Zorzi, imposto pela Ambrosio, o novo patrocinador da equipa. O chassis foi largamente modificado de forma a ser mais eficiente em termos aerodinâmicos, o que era importante para manter, senão melhorar, as performances do carro. Mas os bons andamentos de Pryce nas duas primeiras corridas do ano terminam abruptamente na terceira prova daquela temporada, o GP da Africa do Sul, em Kyalami.

Na corrida, um comissário local, Jenson Van Vuuren, atravessa a pista para acudir um carro parado quando aparece Pryce, que o atropela. Ele transportava um extintor que o atinge na cabeça, matando-o de imediato. Ironicamente, Van Vuurem ia acorrer... ao companheiro de equipa de Pryce, Renzo Zorzi.

Devasatada, a equipa fez uma mudança radical nos seus pilotos, contratando o australiano Alan Jones, sem lugar depois de uma temporada na Surtees. Duas corridas depois, Zorzi era substituido por um novato promissor, de seu nome Riccardo Patrese.

Contudo, com Jones ao volante, os resultados começaram a melhorar. Em Zeltweg, na Austria, numa corrida onde a pista secava progressivamente depois de uma chuva que tinha caído minutos antes, o australiano aproveitou bem essa oportunidade e conseguiu dar à equipa a sua primeira vitória - e que acabou por ser a sua unica - da carreira. Duas corridas depois, em Itália, Jones conseguiu subir de novo ao pódio, no terceiro lugar, e acabar regularmente nos pontos, contribuindo para que a equipa terminasse na sétima posição no Mundial de Construtores, o melhor de sempre. (...)

O ano de 1977 talvez tenha trazido, paradoxalmente, os melhores e piores momentos para a equipa Shadow. Em março, o seu piloto Tom Pryce morreu em Kyalami, vitima de um extintor que era trazido por um jovem comissário de pista local, que tinha sido atropelado por ele. Contudo, cinco meses mais tarde, em agosto, o seu substituto, o australiano Alan Jones, dá em Zeltweg, na Austria, o seu grande momento à equipa, quando chega à meta na primeira posição. Iria ser a primeira - e depois a unica - vitória desta equipa americana.

Contudo, esse auge foi de pouca dura, pois na equipa fundada por Don Nichols, um homem com um passado misterioso - dizia-se que tinha sido operacional da CIA - havia agitação, pois os seus membros queriam despojá-lo dali. O golpe falhou e os dissidentes sairam para dar lugar à sua própria equipa, que deram o nome de Arrows. O chassis DN8 ficou na história por ser o carro que deu os maiores sucessos à equipa. E é sobre esse chassis que falo hoje no Portal F1.

A capa do Autosport desta semana

Daqui a algumas horas estará nas bancas mais uma edição da Autosport portuguesa, e como sempre, já se sabe qual vai ser a capa. E até é bem interessante, pois fala sobre o duelo que irá acontecer em Gales para o título mundial de ralis. "Batalha de Gales decide título", é aquilo que a revista escolhe para destaque.

Ali, com os dois pilotos de perfil e de costas um para o outro, antecipa-se que "Löeb e Hirvonen estão separados por 8 pontos" e depois conta-se que "Löeb favorito para conquistar 8º campeonato"; que "Ogier pode baralhar contas da Citroen" e por fim "Armindo Araujo com ambições limitadas".

Em cima, também se fala de Ralis, mas tem a ver com o IRC, onde "Mikkelsen conquista título no Chipre". Mas também se fala de Formula 1, pois antecipa-se o GP do Abu Dhabi, onde se diz que "Vettel à caça do recorde de Schumacher", e no canto superior direito se fala de Antonio Felix da Costa, que se vai estrear-se na GP2 pela Ocean Racing: "Felix da Costa estreia-se na equipa de Tiago Monteiro".

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Youtube Onboard Rally: a preparação de Dani Sordo para o Rali de Gales



O Rali de Gales vai ser o último da temporada e o último da Mini neste seu "ano zero" no regresso da Prodrive às competições, depois de dois anos de ausência. E se o Mini JCW (John Cooper Works) WRC já provou que é uma máquina com enorme potencial no asfalto, graças aos seus pilotos oficiais, Dani Sordo e Chris Meeke, ainda tem muito a provar nos ralis de terra, como vai ser este Rali de Gales.

Contudo, isso não impede dos pilotos de testarem e se prepararem afincadamente para o rali, que se realizará no próximo fim de semana, na mesma altura do GP de Abu Dhabi. E Sordo fez os seus ensaios na Waters Arena, neste video "onboard".

A maioridade do final de uma era na Formula 1

Como normalmente assinalo momentos importantes em numeros redondos, é frequente deixar escapar algumas datas que também são importantes na Formula 1, pois ou já abordei anteriormente ou só me interessa falar quando chegam aos dez, quinze, vinte ou vinte e cinco anos. Mas hoje, a Serena, no seu terceiro post da sua história, lembrou-se que hoje, dia 7 de novembro, um dos momentos que marcaram a categoria máxima do automobilismo chega à sua maioridade.

No post dela, fala dos dois últimos anos de carreira de Alain Prost, que depois de ter sido despedido - de forma muito pouco cerimoniosa - da Ferrari, tirou um ano sabático em 1992, assinando um contrato com a Williams para 1993, impedindo que Ayrton Senna ficasse com o lugar, sabendo ele que a McLaren tinha sido superado pela Williams em termos de dominio. O desespero de Senna foi tal que estava disposto a correr... de graça.

Mas o acordo Prost/Williams, assinado no inicio de 1992 e mantido secreto por vários meses, enquanto que Nigel Mansell dominava o campeonato, quando foi revelado, fez com que Senna considerasse tomar os mesmos passos de Prost, ficar de fora para a temporada de 1993, no sentido de ir para a Williams em 1994 ou 95. E Senna pensou - e testou - um Penske da CART com a ajuda de Emerson Fittipaldi, mas não foi. Algo que Nigel Mansell fez, fulo da vida por Frank Williams ter contratado o seu ex-companheiro de equipa na Ferrari, pois era outro dos pilotos pelos quais nunca competiria com Prost nem que estivesse coberto a ouro, como a mulher do "Goldfinger".

Mas falar desses tempos merece outro post, noutra altura. O que quero falar é daquele dia, no já distante ano de 1993. Num FW15, um carro desenhado por Adrian Newey, com tudo o que havia de tecnologia - controle de tração, suspensão ativa, etc - Prost ganhou, como seria de esperar. Mas Senna, que ficara na McLaren à razão de um milhão de dólares por corrida, decidiu vender cara a derrota e com duas demonstrações magistrais, em Donington Park e no Mónaco, chegando até a ter mais vitórias que Prost!

Mas depois, a normalidade ficou instalada, e o francês subiu ao seu numero de vitórias até alcançar as 51, no GP da Alemanha, curiosamente o mesmo pais - mas não o mesmo local - onde, vinte anos antes, Jackie Stewart alcançara a sua 27ª e última vitória da sua carreira. No Autódromo do Estoril, em fins de setembro, fica em segundo lugar atrás do Benetton de um jovem Michael Schumacher, conquista o quarto título e anuncia o seu abandono definitivo das competições.

A temporada até tinha sido bem mais tranquila do que se esperava, naquele duelo Senna-Prost. Não houve tensões na pista, apesar de ambos não se falarem muito. O brasileiro tentava o impossivel, enquanto que Prost fazia o que tinha a fazer, apesar de Senna lhe ter demonstrado "fazer das tripas coração" em Donington Park, por exemplo, com um carro inferior. Mas em Adeleide, última prova da temporada de 1993, já não era mais o Professor contra o Mágico. Ambos estavam muito mais maduros - Prost tinha 38 anos, Senna 33 - e o brasileiro tinha sempre aprendido a respeitar Prost. Para ele, era um adversário a bater, nunca um inimigo, apesar dos eventos na temporada de 1989.

O gesto de Senna no pódio de Adeleide pode ter surpreendido os mais incautos, mas era a coisa mais óbvia de se fazer. Era o gesto de homenagem de um grande piloto a outro grande piloto. E ambos ajudaram a marcar uma era de ouro da Formula 1. E também o Destino iria dizer que aquele dia iria ser marcante para os que viram aquele dia suceder. Dali a pouco menos de seis meses, em Imola, Ayrton Senna estava morto, a bordo do carro que tanto cobiçou e que um dia, disse que estava disposto até a guiar de graça.

Noticias: Toyota anuncia tripla para Le Mans

(colocado originalmente no site PódiumGP)

A Toyota anunciou esta manhã os três pilotos oficiais que irão competir no campeonato do mundo e nas 24 horas de Le Mans em 2012 no seu novo carro híbrido. São eles o austriaco Alexander Wurz, o japonês Kazuki Nakajima e o francês Nicolas Lapierre.

Wurz, de 37 anos e Nakajima, com 26, são conhecidos da Formula 1, com a particularidade do filho de Satoru Nakajima a ser um protegido da marca desde há muitos anos, enquanto que Lapierre, atualmente com 27 anos, correu no ano passado a bordo do Peugeot da ORECA, sinal do envolvimento da mítica equipa francesa no projeto da Toyota em termos de performance.

Em relação a Alexander Wurz, a sua experiência na Endurance é importando, dado que não só foi durante muitos anos piloto oficial da Peugeot, como também é o vencedor - por duas vezes - das 24 Horas de Le Mans, em 1996 e 2009. Logo, a sua veterania nete tipo de máquinas é também importante. Quanto a Nakajima, depois da Formula 1, voltou ao Japão para competir quer nos Super GT locais, como também competiu na Formula Nippon, onde venceu uma corrida e acabou a temporada como vice-campeão.

Os testes do protótipo já começaram desde há algum tempo, em termos de simulador, enquanto que o chassis começa a ser montado nas instalações da marca em Colónia.

As Doze Horas de Tarumã, em documentário

Cheira-me que fazer documentários sobre automobilismo virou moda. Digo isto porque vi hoje, graças ao Ultrapassagem, do Fernando Kesnault, o trailer sobre uma das provas mais conhecidas do Brasil: as 12 Horas de Tarumã, no Rio Grande do Sul.

É uma prova que existe há mais de quarenta anos, primeiro com um circuito feito nas ruas da cidade, e a partir de 1970, num circuito permanente, um dos quatro que o estado mais a sul do Brasil - e o mais ativo no automobilismo tupiniquim - tem para oferecer. Mas a prova também tem os seus lados maus e como diz no "trailer", os pilotos tem um objetivo a mais, para além de competir e vencer: sobreviver.

Deixo-vos aqui o trailer do filme que estreará em 2012 nas salas de cinema do Brasil. Francamente, gostei do aque vi. E coloco aqui o enfereço do site oficial: http://www.filme12horas.com.br/

Na sua nova vida, Alex Zanardi vence a Maratona de Nova Iorque

Depois de ter deixado de lado os automóveis, Alex Zanardi agora tem outro objetivo: ir aos Jogos Paralimpicos de Londres, em 2012. E para isso, tem-se treinado com afinco na modalidade de "handcycle", onde os atletas têm de pedalar com as mãos. E o ex-piloto nascido há 45 anos em Bolonha tem vindo a conseguir alguns bons resultados, um deles aconteceu este domingo, na Maratona de Nova Iorque.

Zanardi, que perdeu as pernas na oval de Lausitzring há dez anos, após uma colisão com o carro de Alex Tagliani, cruzou a meta na primeira posição da sua categoria, com o tempo de uma hora, treze minutos e 58 segundos, dois minutos à frente do polaco Rafal Wilk, e oito minutos ma frente do terceiro classificado, o francês Ludovic Narce. E cada vez mais mostra-se que deseja conquistar a medalha de ouro na categoria.

P.S: O Dias Rafael, do Area de Escape, escreveu também sobre o feito do Zanardi em Nova Iorque, e tem lá um video dele, há uns meses, na Maratona de Veneza. Este tipo já é um vencedor há muito tempo, mas a maior vitória de todas é ver que ainda se diverte a fazer isto.