sexta-feira, 24 de janeiro de 2020

WRC 2020 - Rali de Monte Carlo (Dia 2)

Após oito especiais, há um duelo entre os três primeiros classificados pela liderança do Rali de Monte Carlo. O galês Elfyn Evans, o francês Sebastien Ogier, e o belga Thierry Neuville estão separados por pouco mais de dez segundos, com vantagem para o francês da Toyota. O veterano Sebastien Loeb não está muito longe deles, a 57,1 segundos, mas as especiais de hoje ficam marcados pelo espectacular acidente de Ott Tanak na quarta especial, onde destruiu o seu Hyundai i20 WRC, acabando ambos internados no hospital por precaução.

Depois de duas especiais onde Neuville aproveitou bem uma escolha de pneus que permitiu cavar uma vantagem de 25 segundos, o dia de hoje começou com... Elfyn Evans. O terceiro piloto da Toyota triunfa no percurso Curbans-Venterol, 2,1 segundos na frente de Sebastien Loeb e 5,2 sobre Ott Tanak. Na especial seguinte, a primeira passagem por St-Clément-sur-Durance-Freissinières, Evans volta a triunfar, 3,4 segundos na frente de Ogier, enquanto Neuville era terceiro, a 8,8 segundos. E foi aí que Tanak teve o seu espectacular acidente.

No final da manhã, na primeira passagem por Avançon-Notre-Dame-du-Laus, Evans volta a vencer, com 4,2 segundos na frente de Ogier. Ele lidera com 8,9 segundos sobre Neuville, e Ogier era terceiro, a 9,7.

Na parte da tarde, as segundas passagens pelas especiais da manhã, Ogier passou ao ataque. Venceu a sexta especial, "comendo 6,4 segundos a Evans e ficando a 3,3, e na sétima, voltou a triunfar, mas apenas ganhou 0,6 segundos ao galês, deixando Neuville a 2,9. No final do dia, na segunda passagem por Avançon - Notre-Dame-du-Laus, os 4,9 segundos entre Ogier e Evans foram suficientes para ficar com a liderança do rali, 1,2 segundos separam ambos os pilotos, com Neuville a 6,4.

Resumindo o dia, o francês afirmou: “Foi uma manhã difícil. Tivemos algum cuidado com as notas que tínhamos da equipa de batedores. Ou seja, não puxamos. Depois mexemos na afinação do carro e tivemos mais confiança nas notas. Senti-me melhor. Quanto à escolha de pneus, não foi a ideal, mas no fim não foi a pior.

Depois dos quatro primeiros, o Ford de Esapekka Lappi é o quinto, a 1.45,9, na frente dos Toyotas da Kalle Rovanpera (a 2.08,8) e do japonês Katsuta Takamoto (a 4.59,4), enquanto Eric Camili é o oitavo e o melhor dos R5, no seu Citroen C3, a 7.06,6. A fechar o "top ten" estão o francês Nicolas Ciamin (a 8.00,4) e o norueguês Mads Ostberg (a 8.45,1), ambos em Citroen C3 R5.

O Rali de Monte Carlo prossegue amanhã, com a realização de mais quatro especiais.

Youtube Rally Crash: O acidente de Ott Tanak em Monte Carlo

Andar nos limites num rali como o de Monte Carlo dá nisto. E Ott Tanak, na quarta especial, cometeu um erro fatal para as suas aspirações. Pelo menos, estão todos bem fisicamente. 

quinta-feira, 23 de janeiro de 2020

WRC 2020 - Rali de Monte Carlo (Dia 1)

Thierry Neuville lidera o Rali de Monte Carlo após as duas primeiras especiais noturnas. O piloto belga tem uma vantagem de 19,1 segundos sobre Sebastien Ogier, no seu Toyota Yaris, com Ott Tanak em terceiro, a 25,4.

Depois de um começo no final da tarde nas ruas de Monte Carlo, os piloto subiram os Alpes para a primeira especial, o percurso entre Malijai e Puimichel, no total de 17,47 quilómetros. Ali, Ogier entrou a matar, conseguindo vencer a especial e conseguindo 1,8 segundos de distância sobre Ott Tanak e 1,9 sobre Elfyn Evans, noutro Toyota Yaris WRC. Neuville era quarto a 6,4.

Mas na segunda especial, o percurso entre Bayons e Bréziers (25,49 km) Neuvolle faz um tempo canhão, conseguindo uma diferença de... 25,5 segundos sobre Sebastien Ogier, e 29,7 sobre Ott Tanak. Gus Greensmith teve um problema com o seu Turbo e atrasou-se no seu Ford Fiesta WRC.

"Tivemos um bom começo [na primeira especial], estamos felizes por ter ganho a nossa primeira etapa com o Yaris. No segundo eu era muito cauteloso. Ainda estou a aprender o carro e nunca é fácil encontrar o limite em tais condições. Mas não é ruim, não fizemos nenhum erro e não estamos tão longe, só o Thierry fez um ótimo trabalho e fez uma pequena diferença na SS2. Ainda há um longo caminho a percorrer. O fim de semana ainda é longo.", disse o francês da Toyota no final do dia.

Depois dos três primeiros, Elfyn Evans é o quarto, a 25,4, nada longe de Tanak, enquanto Sebastien Loeb é o quinto, mas já a 51 segundos. Sexto é Esapekka Lappi, no melhor dos Ford, a 1.07.8, na frente de Kalle Rovanpera, a 1.14,7, enquanto Mats Ostberg é oitavo no seu Citroen C3 R5, a 1.22,3. A fechar o "top ten" estão o outro Citroen C3 R5 de Eric Camili, a 1.29,3 e o Hyundai i20 R5 de Stephane Sarrazin, a 1.38,4.

Amanhã, o Rali de Monte Carlo prossegue com a realização de mais seis especiais.

A imagem do dia

E pronto, vai começar o Mundial de Ralis, com o mais antigo deles todos, o Monte Carlo. Todos alinhados no palanque, antes de saírem de lá com os seus carros, numa temporada com muitas modificações. Não há Citroen, que saiu de cena depois de duas décadas de serviços no WRC. E pela primeira vez desde 2004, o campeão do mundo não é francês, o que espanta. de uma certa forma. Não que Sebastien Ogier seja capaz ou não, mas em 2019, por fim Ott Tanak teve o que merecia.

Todos tem consciência de que vai ser um ano desafiador. Regressarão ralis como a Nova Zelândia e o Safari, à custa da Córsega e da Catalunha, e a batalha será a dois (a M-Sport será mais espectadora...) entre uma Toyota que provavelmente tem o melhor carro do momento, e a Hyundai, que deseja alcançar o título de pilotos, porque têm o campeão do mundo. Aliás, Tanak e Ogier estão de cada lado da sua barricada, ou seja, um duelo clássico irá aparecer.

Apresentações feitas, a partir de agora, começa a ação.

WRC: Ogier espera temporada competitiva

Nova temporada, novo carro, a ambição de sempre. Mesmo sendo a sua última temporada do WRC, Sebastien Ogier afirma estar pronto para correr e ganhar, para, como diz ele, "escrever algumas linhas de história juntos" a começar já no rali de Monte Carlo, que arranca esta tarde.

"Monte Carlo é um evento onde não é necessário explorar cem por cento da performance do carro. É preciso é ser esperto na hora de escolher os pneus, percebendo sempre as condições em que estão as estradas," explicou o piloto, que como aconteceu nos anos anteriores, continua a ser navegado por Julien Ingrassia.

"Para ser sincero preparamo-nos da mesma maneira que anteriormente. Na verdade nada mudou, mas iremos obviamente lutar forte para recuperar o campeonato.", continuou.

Uma das razões pelo qual foi para a Toyota teve a ver com a oportunidade de trabalhar com Tommi Makinen, o diretor da Toyota Gazoo Racing, e claro, um dos seus ídolos da juventude. "Quando comecei a correr e seguia Tommi Makinen, por isso é uma espécie de sonho tornado realidade poder trabalhar com ele.", afirmou.

O rali de Monte Carlo arranca esta tarde, com a realização das duas primeiras especiais de classificação.

quarta-feira, 22 de janeiro de 2020

Dakar: Straver em morte cerebral

Quase uma semana depois do acidente de Edwin Straver, motard holandês de 48 anos, há novidades sobre o seu estado. E infelizmente, não são boas. O piloto, de 48 anos, foi encontrado inconsciente ao quilómetro 120 da 11ª etapa, na quinta-feira passada, e foi transportado em estado critico depois de ter estado dez minutos em paragem cardio-respiratória. Agora, informações vindas do hospital confirmam que o piloto está em morte cerebral.

O piloto foi encontrado e socorrido pelo português Mário Patrão, que na altura, disse no jornal Observador que andou a prestar ajuda até à chegada das equipas médicas.  “Estava a ir no meu ritmo e ao quilómetro 120, enquanto estava a tentar encontrar um waypoint [ponto de passagem obrigatória], vi um piloto caído, chamei de imediato a equipa médica e estive a prestar auxílio até à sua chegada. Senti a pulsação no pescoço dele assim que me aproximei, mas, de repente, deixei de sentir”, contou o piloto de Seia no final dessa tirada.

Piloto amador, Straver tinha vencido a categoria Original by Motul em 2019. Apesar de ainda não ter sido totalmente declarada, arrisca a ser a segunda fatalidade do Dakar depois de Paulo Gonçalves, no passado dia 12, na sétima etapa do Dakar saudita.

Formula 1: Fiorio acha natural a Ferrari esperar por Vettel

Aos 80 anos de idade, Cesare Fiorio é um nome respeitado no automobilismo. Antigo diretor desportivo da Lancia, no WRC, e depois da Ferrari, entre 1989 e 91, o italiano afirma que a demora da Scuderia em fechar contrato com Sebastian Vettel é justificada nas suas performances. Os erros que cometeu ao longo de 2018 e 2019 fazem com que eles estejam agora a avaliar como é que ele se porta este ano, e a atitude de Mattia Binotto neste caso é a mais correta.

"Vettel cometeu um número exagerado de erros durante 2019, mas tentou melhorar um pouco na última parte da temporada”, começou por dizer Fiorio no site FormulaPassion.it. “Os erros na pista contrastam muito com a forte experiência que Vettel obteve com a Red Bull, quando venceu quatro campeonatos.", continuou.

"Portanto, a abordagem de Binotto é justificada se considerarmos dois aspectos. Primeiro, a chegada de Leclerc, que já demonstrou a sua capacidade ao conquistar vitórias e poles, sem medo do seu companheiro de equipa mais experiente. Segundo, a chegada de alguns jovens pilotos muito promissores vindos de fórmulas inferiores, que se parecem cada vez mais com a Fórmula 1, mesmo que os carros tenham menor potência e desempenho. Essas fórmulas são uma base de treino fundamental na preparação para dar o salto para a Fórmula 1. Nos últimos tempos, [Pierre] Gasly, [Esteban] Ocon, [Lando] Norris, [George] Russell, [Alex] Albon, [Antonio] Giovinazzi, todos subiram no ranking."

"Hoje, GP3, Formula 2 e Formula 1 estão bastante nivelados, excluindo a capacidade do motor. Com isso em mente, entendo a visão de Mattia Binotto em querer acompanhar a importante evolução que a Fórmula 1 terá em relação aos pilotos que estão a chegar e que podem ser considerados no futuro, concluiu.

Resta também saber como será o 671 para saber se for competitivo, haverá mais uma temporada de luta interna para saber quem é o primeiro piloto. Se Charles Leclerc irá continuar a sua ascensão ou se Vettel, caso recupere e tenha uma melhor temporada que as duas anteriores. 

Youtube Rally Testing: Os testes de Fafe

O Campeonato de Portugal de Ralis começa dentro de seis semanas, mas já se começa a preparar-se para a primeira prova do ano, o Serras de Fafe. Assim sendo, a ARC Sport levou três carros para as especiais que vão ser usadas para a prova, todos Skodas Fabia R5, embora um deles é um Evo2, o de Ricardo Teodósio.

Para além do piloto algarvio, campeão nacional, temos também Ricardo Moura e Miguel Correia que andam nas suas máquinas, preparando-se para um campeonato longo e do qual se espera ser emocionante. 

terça-feira, 21 de janeiro de 2020

Formula E: Vergne tentou justificar a sua atitude

Jean-Eric Vergne veio a terreno para justificar a sua atitude durante o ePrix de Santiago do Chile, quando a sua asa dianteira começou a desfazer-se e tentou dificultar as coisas para o seu companheiro de equipa, António Félix da Costa. O francês afirmou que queria evitar levar o seu carro para o muro e julgava que bastava essa peça sair do carro para poder voltar ao seu ritmo e tentar chegar ao fim numa boa posição.

Em declarações à Autosport britânica, o bicampeão francês começou por afirmar: "Eu não estava ciente, [julgava que] tinha o suficiente para lidar com o volante. [Eu estava] tentando sobreviver, tentando não bater na parede."

"Eu ainda esperava que a asa dianteira se soltasse e, se tivesse saído, eu certamente [teria] conseguido vencer a corrida, então estava apenas correndo. Eu pude vê-lo se mexendo um pouco, mas achei que seria bom. Foi uma surpresa vê-lo quebrar no final. Quando vi a fumaça no pneu, fiquei tipo 'm****'. Foi uma pena, porque até aquele momento eu tinha um ritmo muito bom.", continuou.

Vergne também questionou a decisão vinda da direção de corrida para que ele parasse na volta 32 para abandonar, porque achava que era capaz de ficar até ao fim, apesar dos danos.

"Eu tive que parar porque o diretor da corrida nos instruiu, o que não entendo porque às vezes alguns pilotos estão batendo no muro para tentar remover a asa dianteira", concluiu.

Mark Preston, chefe da DS Techeetah, disse à Autosport: "Eu acho que porque [Vergne] pensava que havia muitos precedentes no passado sobre quanto tempo você pode ficar com uma parte do corpo [danificada], então obviamente discutimos com Scot e No final, ele disse 'não, você não pode continuar'.

"Você pode voltar às corridas em que percebe as diferentes coisas, diferentes decisões são tomadas [Parar nas boxes e] mudar de nariz naquele momento o colocava tão atrasado na corrida que [Vergne] teria sido o último.", concluiu.

No campeonato, com o segundo lugar do piloto português na corrida chilena, ele agora tem 21 pontos contra os quatro do francês. A próxima corrida da competição será a 15 de fevereiro, na Cidade do México.

Noticias: Obras em Zandvoort a bom ritmo

O GP da Holanda vai ser a 3 de maio e para se preparar, os responsáveis locais estão a remodelar o circuito, no sentido de ser... emocionante. Algumas das curvas terão ângulos de 18 graus, como a Scheivlak e a Hugenholtz, e os responsáveis pela obra afirmam que pretendem fszer um circuito para os corajosos.

Jarno Zaffelli, responsável pelas mudanças na pista afirmou numa entrevista ao diário local De Telegraaf que a pista será desafiante.

De acordo com nossas simulações, os pilotos poderão fazer a curva 2 a fundo”, começou por dizer. “Depois disso, será muito interessante ver qual trajetória que escolhem na curva Hugenholtz. O ângulo de inclinação na “bowl bend” excede os dezoito graus. Será realmente um circuito para os pilotos corajosos. Certamente nessa parte e no Scheivlak.”, continuou.

As equipas [de Formula 1] têm os dados brutos. Eles não têm dados de todo o circuito. Manteremos esses dados por um tempo. Fazemos isso porque não queremos que eles tenham muito tempo para simular. Dessa forma, há um elemento de surpresa, essa é a minha preferência”, concluiu.

A pista de Zandvoort foi usada pela última vez em 1985, numa versão que não existe mais. Agora, a nova pista tem 4252 metros, os mesmos do circuito antigo, mas tem 14 curvas, contra os 19 da versão mais velha.

segunda-feira, 20 de janeiro de 2020

A imagem do dia

A foto que coloco aqui não é nenhuma efeméride redonda que esteja a comemorar, como habitualmente faço. Na realidade, é algo que apareceu ontem no Twitter e está a alargar-se, de uma certa maneira. E claro, é uma recordação de algo importante da minha vida.

O desafio é este: qual é o Grande Prémio que aconteceu do dia do teu nascimento? Ou se isso não aconteceu, então, na data mais próxima. Ora, quem calha nesse critério é o GP da Grã-Bretanha de 1976, no circuito de Brands Hatch, na região de Kent, a sul de Londres. E foi uma corrida e tanto.

Julho de 1976 foi de canícula na Europa. Enquanto se esperava pelos Jogos Olímpicos no outro lado do Atlântico, em Montreal, os fãs de automobilismo queriam saber em que corrida Niki Lauda seria campeão do mundo, porque ele tinha dominado de tal forma que todos viam isso como inevitável. Mas duas semanas antes, em Paul Ricard, o austríaco tiveram uma rara quebra e James Hunt aproveitou e venceu. Poucos dias depois, a FIA analisava o resultado do GP de Espanha, vencido por Hunt mas depois desclassificado por causa de irregularidades na asa traseira, e decidira que a McLaren tinha razão. Ou seja, Lauda via Hunt ganhar... 18 pontos.

Com essas boas noticias, cerca de 80 mil (ou cem mil) espectadores enfrentaram o calor para aplaudir o britânico da McLaren e ver se ainda conseguia sacar mais alguns pontos ao seu rival da Ferrari. E foram testemunhas privilegiadas porque... a BBC boicotou a transmissão. Isto porque uma das equipas, a Surtees, era patrocinada pela Durex, uma empresa de preservativos. E nesse tempo, era considerado "pecado". Afinal de contas, falamos do tempo em que o sexo era seguro e o automobilismo perigoso!

A primeira partida foi o que se vê. Clay Regazzoni e Niki Lauda deram se mal na primeira curva, a infame Paddock Hill Bend, o suíço toca no McLaren do britânico e ainda temos o Ligier de Jacques Laffite e o Ensign de Chris Amon no meio dos destroços. Hunt, Rega e Laffite foram eliminados, a partida interrompida e nesse tempo, para voltar a competir, tinha de se dar a volta inteira ao circuito. Só que Hunt andou uns metros e meteu o carro nas boxes, o que não era permitido. E todos sabiam disso.

Quando a organização desclassificou Hunt, o público revoltou-se. Gritaram "We Want Hunt!" (Nós Queremos o Hunt!) e atiraram garrafas para a pista, arriscando pneus furados dos os vidros estilhaçados. Lá o meteram de volta, e ele competiu, acabando por passar Lauda a meio da corrida, na travagem para a curva Druids, e acelerou até à meta, para o lugar mais alto do pódio. O britânico depois disse que eram "nove pontos, vinte mil libras e muita felicidade". Claro, a Ferrari protestou o resultado e conseguiram o que queriam dois meses depois, nas vésperas do GP do Canadá, em Mosport.

A minha segunda corrida depois do meu nascimento foi duas semanas depois, em Nurburgring, e deu no que deu... é por isso que a temporada de 1976 acabou por parar a Hollywood, onde se fez um filme. De aborrecida, nada teve.

WRC: Mantido o calendário de treze ralis

A FIA decidiu que não haverá um rali substituto do Chile, cancelado no final do ano passado devido aos distúrbios no país. Para isso, resolveu redistribuir alguns ralis no calendário, sem, contudo, alterar a ordem. 

Assim sendo, o Rali da Argentina será antecipado em uma semana, passando a ser disputado entre os dias 23 e 26 de março, e assim ganham uma semana para poderem tratar da logistica referente ao Rali Safari, que será disputado entre os dias 16 e 19 de julho, e que marca o regresso dessa prova ao Mundial, depois de década e meia de ausência. 

Assim sendo, eis o calendário reformulado:

23-26 de janeiro - Rali de Monte Carlo
13-16 de fevereiro - Rali da Suécia
12-15 de março - Rali do México
23-26 de abril - Rali da Argentina
21-24 de maio - Rali de Portugal
4-7 de junho - Rali da Sardenha (Itália)
16-19 de julho - Rali Safari (Quénia)
6-9 de agosto - Rali do Quénia
3-6 de setembro - Rali da Nova Zelândia
24-27 de setembro - Rali da Turquia
15-18 de outubro - Rali da Alemanha
29 de outubro - 1 de novembro - Rali de Gales
19-22 de novembro - Rali do Japão.

domingo, 19 de janeiro de 2020

A imagem do dia (II)

As pessoas esquecem-se hoje, mas quando Jenson Button chegou à Formula 1, há precisamente vinte anos, foi um "escândalo". Em muitos aspectos, quando Frank Williams o anunciou em detrimento de Bruno Junqueira para a sua equipa, no ano 2000, as pessoas dentro do meio sabiam que Button, que tinha andando na Formula 3 britânica, tinha talento, mas pensavam que mais uns anos seriam suficientes para estar pronto para a categoria máxima do automobilismo.

Mas no final de 1999, aquele teste do Button nem foi o primeiro. No outono e inverno, andou em carros da McLaren e da Prost, antes do tal teste com a Williams, no então "shootout". Ele sempre impressionou nesses testes, ao ponto de eles estarem de olho no garoto Frome, filho do pai com o mesmo nome, e que nos anos 70 e 80 tinha feito nome no rallycross britânico.

Contudo, havia os que duvidavam que um talento desses, com uma idade tão baixa, fosse capaz de aguentar a pressão constante da Formula 1. Essas dúvidas terminaram na segunda corrida do ano, no Brasil, quando ele acabou a prova na sexta posição, então a última pontuável. Aos 20 anos e 67 dias, superava o recorde do mexicano Ricardo Rodriguez, estabelecido em 1962, a bordo de um Ferrari. 

Aquela temporada foi de descoberta, e deu algumas boas performances para o jovem britânico, acabando num digno oitavo lugar, com 12 pontos e o prémio de Estreante do Ano por parte da Autosport, no final da temporada, a Williams e a BMW acharam que Juan Pablo Montoya era mais veloz do que ele - e era verdade - mas o seu lugar na Formula 1 era seu. E foi-o por mais década e meia, na Benetton, Renault, BAR, Honda, Brawn GP e McLaren, com vitórias épicas e o título mundial de 2009.

E hoje, Button chega aos 40 anos nos Super GT japoneses e continuando a marcar presença no automobilismo. Parabéns!

A imagem do dia

O Artic Rally, mesmo em janeiro, provavelmente não seria noticia se não fosse feito na Finlândia e não aparecessem alguns pilotos de outras paragens com outras máquinas. Mas este rali é sempre falado porque aparecem alguns pilotos no sentido de se prepararem para o Rali de Monte Carlo. Ou no caso de Valtteri Bottas, divertir-se ativamente para a próxima temporada da Formula 1.

A prova foi ganha por Kalle Rovanpera, e é sobre ele que quero falar. A bordo do seu Toyota Yaris WRC deu... três minutos e 27 segundos ao local Teemu Ansunmaa, este a bordo de um Skoda Fabia R5 Evo. Valtteri Bottas, num Citroen DS3 WRC, foi o nono classificado, a quase dez minutos do vencedor. Claro, com um carro desses e vitórias em oito das dez especiais, o filho de Harri Rovanpera provavelmente nem se deve ter esforçado muito para vencer. Mas aos 19 anos de idade, e a andar de carro desde os oito, ele tem potencial para ser campeão do mundo, algo que a Finlândia procura desde 2002 e pilotos como Mikko Hirvonen e Jari-Matti Latvala não foram capazes de lá chegar.

Dentro de menos de uma semana, o WRC arranca em Monte Carlo, e Kalle Rovanpera vai ter o seu primeiro teste de fogo, num carro de fábrica. Veremos como se comportará.

CPR: Armindo Araújo troca Hyundai por Skoda

O português Armindo Araújo vai trocar de montada para a nova temporada do Campeonato de Portugal de Ralis. De Hyundai, do qual tinha apoio da representação coreana no país, terá um Skoda Fabia R5 Evo2, apoiado pela The Racing Factory.

Os rumores corriam desde o Natal, sem que nenhum dos lados confirmasse o final do acordo, mas só foi esta semana que tudo se confirmou. Resta saber se Ricardo Teodósio manterá também o Evo2 que correu no rali do Algarve, para alcançar o título nacional de ralis. Caso isso aconteça, é sinal de que o pelotão nacional estará a reforçar-se em qualidade.

Continuando a ser navegado por Luis Ramalho, os objetivos estão mais do que desenhados: lutar pelo título nacional. “Vamos lutar pelas vitórias e pela conquista do título absoluto no Campeonato de Portugal de Ralis em 2020, numa equipa que oferece garantias para conseguirmos ter sucesso”, começou por dizer. “Conseguimos, juntos, criar objetivos muitos claros e todos mantivemos uma ligação que, em alguns casos, completam 20 anos. A todos eles tenho que manifestar publicamente o meu agradecimento”, disse ainda.

Armindo vai participar no Serras de Fafe e em breve começará a testar para essa prova, estando já marcados dois dias de testes. “Vamos ter dois dias de testes em breve para conhecermos o Skoda e teremos ainda um teste antes do rali de Fafe, prova em que queremos estar já a lutar pela vitória”, concluiu.