domingo, 19 de janeiro de 2020

A imagem do dia (II)

As pessoas esquecem-se hoje, mas quando Jenson Button chegou à Formula 1, há precisamente vinte anos, foi um "escândalo". Em muitos aspectos, quando Frank Williams o anunciou em detrimento de Bruno Junqueira para a sua equipa, no ano 2000, as pessoas dentro do meio sabiam que Button, que tinha andando na Formula 3 britânica, tinha talento, mas pensavam que mais uns anos seriam suficientes para estar pronto para a categoria máxima do automobilismo.

Mas no final de 1999, aquele teste do Button nem foi o primeiro. No outono e inverno, andou em carros da McLaren e da Prost, antes do tal teste com a Williams, no então "shootout". Ele sempre impressionou nesses testes, ao ponto de eles estarem de olho no garoto Frome, filho do pai com o mesmo nome, e que nos anos 70 e 80 tinha feito nome no rallycross britânico.

Contudo, havia os que duvidavam que um talento desses, com uma idade tão baixa, fosse capaz de aguentar a pressão constante da Formula 1. Essas dúvidas terminaram na segunda corrida do ano, no Brasil, quando ele acabou a prova na sexta posição, então a última pontuável. Aos 20 anos e 67 dias, superava o recorde do mexicano Ricardo Rodriguez, estabelecido em 1962, a bordo de um Ferrari. 

Aquela temporada foi de descoberta, e deu algumas boas performances para o jovem britânico, acabando num digno oitavo lugar, com 12 pontos e o prémio de Estreante do Ano por parte da Autosport, no final da temporada, a Williams e a BMW acharam que Juan Pablo Montoya era mais veloz do que ele - e era verdade - mas o seu lugar na Formula 1 era seu. E foi-o por mais década e meia, na Benetton, Renault, BAR, Honda, Brawn GP e McLaren, com vitórias épicas e o título mundial de 2009.

E hoje, Button chega aos 40 anos nos Super GT japoneses e continuando a marcar presença no automobilismo. Parabéns!

1 comentário:

Elton Santos disse...

Lembro disso, lembro também que foi a mesma coisa com o jovem Kimi Raikkonen (o finlandês com olhos de Senna, como descreveu Reginaldo Leme à época), que hoje é - para meu espanto - o piloto mais velho da F1: 20 anos que passaram como 20 dias.