

O calvário de Parente em Sepang começou assim que se apagaram os semáforos, pois devido a um problema de embraiagem que precipitou a entrada em funcionamento do sistema anti-stall, caiu para o 20º posto. Apesar dessas dificuldades, Álvaro Parente não baixou os braços, como é seu timbre, e encetou uma espectacular recuperação que o levou até ao décimo primeiro posto final, terminando nos escapes de Rodolfo Gonzalez, o décimo classificado.
"O arranque quase me custou a corrida, dado que o motor quase se calou e todos os carros passaram por mim. Realizei o meu pit-stop na décima primeira volta, mas este foi muito lento, pois os mecânicos tiveram que arranjar o rádio, que estava solto no carro", afirmou desapontado o jovem piloto do Porto.
Assim sendo, a liderança caiu para os braços do seu companheiro Mikko Hirvonen, mas os Citroen de Dani Sordo e Sebastien Löeb, bem como o Subaru Inpreza de Marcus Gronholm, mostrando que quem sabe não esquece, não estiveram muito longe de Hirvonnen. Gronholm esteve até no segundo lugar, que o perdeu na última especial do dia, devido a dificuldades para ultrapassar um piloto atrasado, bem como a problemas num amortecedor. Assim, o finlandês é quarto, a 25,9 segundos de Hirvonnen.
O quinto é Petter Solberg, que continua a dar cartas num velho Citroen Xsara de 2001, estando à frente do francês Sebastien Ogier e do Stobart-Ford de Matthew Wilson.
Na primeira sessão, as Williams dominaram: Rosberg foi o melhor, enquanto que o japonês Kazuki Nakajima foi o segundo classificado, a 0.045 segundos do seu companheiro. Logo a seguir vieram os Brawn-Mercedes de Jenson Button e Rubens Barrichello, que dominaram na Austrália, mas que não ficaram longe dois Williams. Button foi 0.170 segundos mais lento, e Barrichello ficou a 0.227 segundos de Rosberg. Na terceira fila ficaram os Ferrari de Felipe Massa e Kimi Raikonnen, que foram mais lentos que o alemão em 0.301 e 0.386 segundos, respectivamente. Lewis Hamilton foi sétimo, a 0.439 segundos.
Aliás, o equilíbrio verificado nesta primeira sessão foi grande: entre o primeiro e o 16º tempo existiram apenas 1,1 segundos de intervalo. Contudo, esta primeira sessão ficou marcada por um incidente envolvendo Kimi Raikonnen: os extintores do seu Ferrari activaram-se em plena recta oposta à meta, causada devido ao sobreaquecimento do KERS, e fazendo com que se recolhesse imediatamente às boxes.
Na segunda sessão verificou-se a reacção da Ferrari: Kimi Raikkonen e Felipe Massa fizeram os dois melhores tempos desta sessão. O piloto finlandês foi sempre o mais consistente ao longo de toda a sessão, acabando por obter uma volta em 1.35,707 segundos, à frente do seu companheiro de equipa. Estes tempos demonstraram que os Ferrari F60 podem estar num nível mais eficiente em Sepang.
Entretanto, Rubens Barrichello também foi penalizado: o piloto brasileiro da Brawn GP teve de trocar a sua caixa de velocidades, e isso vai fazer com que perca cinco lugares na grelha de partida na qualificação de amanhã. Segundo os novos regulamentos, as caixas de velocidades têm que agora aguentar quatro corridas... Nesta sessão, Barrichello foi sexto, à frente de Jenson Button.
A sessão de qualificação acontecerá amanhã de manhã.
O acidente ocorreu quando o piloto madeirense saiu largo demais numa direita, embatendo com a frente esquerda numa pedra, capotando de seguida, com o carro a cair do lado do seu navegador, Jorge Carvalho. Ele ficou algo combalido, e foi transportado para o hospital, mas aparentemente não tem qualquer lesão. Bernardo Sousa explicou que "[Iamos] numa curva à direita pisamos a berma e o carro levantou as rodas do interior, ao voltar a ficar em 4 rodas perdi controlo do carro e saí em frente," Os mecânicos tentaram arranjar o carro, mas este não estaria a pronto da Superespecial, que iria acontecer no final da tarde.
Sousa, que voltaria à competição depois de ter trocado de equipa após o Rali da Noruega, tem sido afectado pelo azar, pois desistiu nesse mesmo rali, vítima de problemas de motor.
"Vamos ter várias novidades, entre as quais novos flancos que nos devem dar três décimos de segundo por volta. Na realidade já os temos prontos, mas vamos ter de fazer o carro passar novo teste de impacto lateral e isso só nos será possível quando estes chassis regressarem à Europa. Por isso só poderemos correr com essa novidade no G. P. de Espanha", disse Brawn ao jornal português Autosport.
Quanto ao acordo com Richard Branson, o site brasileiro Grande Prêmio refere que o acordo assinado na sexta-feira vai até ao GP da Malásia, mas isso não implica que acabe logo a seguir. "Ocasionalmente, você tem situações na vida em que tudo parece bom demais para ser verdade, e essa é uma delas. Mas fiquem de olho no que acontece, pois vamos ver como as coisas vão se sair", disse o milionário britânico à agência "Reuters", deixando a ideia de que o apoio será maior. Segundo o site americano "Sports Daily", Branson e Brawn negoceiam um acordo de 10 milhões de dólares por época, com o direito da Virgin ficar com o nome da escuderia, passando a ser Virgin Brawn Grand Prix.