sábado, 27 de julho de 2013

As 24 Horas de Spa-Francochamps, em direto!



LIVE - Total 24h of Spa - Blancpain Endurance... por Blancpainendurance
Já começou há algumas horas, mas ainda estão bem a tempo de acompanhar em direto, por aqui as 24 Horas de Spa-Francochamps. Basta seguirem os horários.

Uma jogada do xadrez da Formula 1

Nos últimos dias, e mais especialmente neste final de semana, eu e alguns amigos meus andamos a trocar impressões sobre o assunto do momento, ou seja, quem vai preencher o segundo lugar da Red Bull em 2014. Muitos estão convictos que Kimi Raikkonen ficará com o lugar, simplesmente porque acham que ele irá aceitar os muitos milhões que Dietrich Mateschitz, Helmut Marko e Christian Horner que estão dispostos a pagar para ser o companheiro de Sebastian Vettel, que até está disposto a aceitá-lo.

Francamente, tenho dúvidas. Muitas dúvidas. Por dois grandes motivos: primeiro, porque a equipa onde ele anda o deseja, sabendo que poderá ser o piloto ideal para o colocar nos lugares da frente. Apesar de lá estarem e de serem uma equipa estável, o finlandês venceu apenas duas corridas desde o seu regresso - apesar de ter doze pódios na sua segunda passagem pela Formula 1. E apesar de Kimi querer elaborar os seus contratos numa base anual, ele se sente bem na Lotus porque lá, eles o respeitam e o deixam respirar, ao contrário do que acontecia na McLaren e na Ferrari. Aliás, ele disse esta semana, numa entrevista, que não gostou nada da sua passagem pela Scuderia.

E esse é provavelmente o segundo grande motivo pelo qual não aceitaria o convite da Red Bull. Os austríacos, apesar de passarem uma ideia de irreverência - olhem para Sebastian Vettel em "Super Mário" - desejam mais. E Raikkonen, com o seu carisma, seria o piloto ideal para o lugar de Webber. É mais velho que Vettel - ambos têm sete anos de diferença - e parece que se dão bem. Mas não acho que o finlandês queira ser o "coadjuvante" do alemão, que em 2013 está aparentemente imparável rumo ao tetra. Mas também não quer criar tensões dentro da equipa, pois como sabem, todos os pilotos de Formula 1 têm enormes egos e desejam ter a equipa a trabalhar à sua volta.

Em jeito de conclusão, Kimi Raikkonen sente-se confortável no seu lugar. E a Lotus vai fazer tudo para que isso aconteça, daí o cartoon que coloco no inicio do post.

E existe mais um sinal do qual não acredito nessa ideia da transferência. Nas últimas semanas, a Red Bull está a dar mais atenção ao australiano Daniel Ricciardo, o que significa que existe um "plano B" ou uma mera preparação do australiano para substituir o seu compatriota Mark Webber. O facto de ter participado no teste de Silverstone, com acesso ao carro principal, algo que não foi concedido a Jean-Eric Vergne, indica que eles irão por fim fazer uso da "cantera" da Toro Rosso, cinco anos depois de terem ido buscar Sebastien Vettel. Faz sentido: Ricciardo é bom piloto e este ano, apesar de ter começado pior que Jean-Eric Vergne, conseguiu reagir e fazer melhores tempos na qualificação e melhores resultados em corrida.

Assim sendo, que acontecerá na Toro Rosso? Tudo indica que, caso Ricciardo dê o salto para a equipa principal, Vergne fique mais uma temporada, com o português António Félix da Costa ao seu lado. E isso poderá acontecer até caso a Red Bull consiga ter Kimi Raikkonen nas suas fileiras. Basta usar Ricciardo como "moeda de troca" para a equipa de Enstone. Agora, será que eles iriam aceitar tal tipo de negócio.

Em suma, apesar de isto ser apenas um mero exercício especulativo, poderá ser uma realidade em 2014.

Formula 1 2013 - Ronda 10, Hungria (Qualificação)

Debaixo de sol e calor intenso, os Mercedes continuaram a mostrar que são os melhores na qualificação. Mas se normalmente, a marca de Estugarda monopoliza a qualificação, desta vez foi um pouco diferente, com Lewis Hamilton a levar a melhor sobre o Red Bull de Sebastian Vettel, com Nico Rosberg a ser apenas o quarto classificado, sendo superado por Vettel e pelo Lotus-Renault de um surpreendente Romain Grosjean, com Rosberg a ficar imediatamente na frente do Ferrari de Fernando Alonso.

A sessão de qualificação teve algumas surpresas interessantes. Por exemplo, Mark Webber, apesar de ter chegado à Q3, teve problemas com o seu RB9 e acabou por não rodar na derradeira sessão, terminando-a no décimo posto da grelha de partida. E diga-se, irritou-o bastante: “É estúpido, é constrangedor, porque é um circuito brutal para largar fora das primeiras posições”, começou por afirmar. ”Nós deveríamos ser um desafio para a linha da frente e estamos na décima posição. Assim, um pé no saco.

E para amanhã, ele tinha a consciência que deveria fazer uma corrida perfeita: “É uma corrida longa e as coisas precisam estar a funcionar corretamente. O KERS foi de 50 por cento [do problema] e havia outras coisas. Esperamos que vamos conseguir melhorar para amanhã, mas vai ser difícil conseguir o resultado que deveríamos fazer”, concluiu.

Em contraste, mais uma vez, o Toro Rosso de Daniel Ricciardo entra de novo na Q3, colocando-se no oitavo posto da grelha de partida, entre o Ferrari de Felipe Massa e o McLaren de Sergio Perez

Bem atrás, na Q1, para além das equipas do costume, a Caterham e a Marussia, ficamos mais uma vez com o Force India de Paul di Resta, que parece passar por um péssimo momento da sua temporada, e o Sauber de Esteban Gutierrez, que mais uma vez parece não conseguir justificar a sua presença na Formula 1. Atrás até dos Williams-Renault de Pastor Maldonado e Valtteri Bottas.

Com esta qualificação, pode-se prever uma de duas coisas: ou uma boa corrida de Lewis Hamilton, e assim poder "baralhar" as contas do campeonato, ou então mais uma corrida de dominio por parte da Red Bull de Sebastian Vettel. Se a última hipótese acontecer, seria um "inferno" para a concorrência, pois assim, a meio da temporada, o quarto título consecutivo de Sebastian Vettel parecerá ser cada vez mais uma inevitabilidade. Veremos amanhã.

sexta-feira, 26 de julho de 2013

James Bond na vida real: Homem sobrevive a uma saraivada de balas telecomandadas


Só mesmo à James Bond. Vi isto esta tarde no Jalopnik e aconteceu na Africa do Sul: um checo - procurado no seu país por fraude fiscal - escapou ileso esta quarta-feira de um atentado contra a sua vida ao abrigar-se no seu Mercedes à prova de bala, protegendo-se contra tiros vindos de outro carro. 

Agora, eis a parte interessante: os tiros vieram de um carro, um Volkswagen Polo, que estava armadilhado com pelo menos cinco canos de armas, controlados aparentemente por controle remoto, que atiraram assim que Radovan Krejcir (é o nome do sujeito) estacionou à frente de uma loja. Após o atentado, o carro pegou imediatamente fogo, mas este foi apagado antes das chamas consumirem por inteiro o automóvel.

Krejcir afirma que não sabe quem o poderia matar, mas depois disse: "É assim que vivo a minha vida". E tem alguma razão: na República Checa, ele foi condenado a onze anos de prisão por fraude fiscal e encontra-se refugiado na Africa do Sul (provavelmente por não haver mandado de extradição para lá...) e pelos vistos, ele tem muitas conexões com o crime organizado. A ser assim, palpita-me que poderá não ser a última vez que o iremos ouvir do senhor...

O que iremos ter no calendário de 2014?

Desde que se soube do regresso do GP da Austria, que em principio voltará ao calendário a 6 de julho de 2014, muito se questiona sobre o que vai ser o calendário do ano que vêm. Se voltar-se-á às vinte provas ou haverá um alargamento para as 22, sem excluir nenhuma corrida deste ano e incluir as novidades, que até agora serão três: New Jersey, Rússia (Sochi) e agora Zeltweg, graças aos milhões disponibilizados por Dietrich Mateschitz, o fundador e patrão da Red Bull. Tudo isto acontece, diga-se de passagem, numa altura em que a Formula 1 está a funcionar sem um novo Acordo de Concórdia assinado... 
Só que em fim de semana de Grande Prémio (depois de três semanas de ausência), os rumores voam por aqui e por ali. Lendo os mais entendidos, pode-se imaginar que o calendário poderá sofrer alterações tão radicais que meia dúzia "saltará fora" de imediato. Fala-se da insatisfação que as equipas têm da India, por causa das burocracias que existem para que as equipas possam entrar e sair do país - para não falar da queda abrupta das receitas de bilheteira -, fala-se da insatisfação da Coreia do Sul, que tenta renegociar o contrato, mas que esbarra na intransigência de Bernie Ecclestone, fala-se da Alemanha, por causa dos valores pedidos pelo "anãozinho tenebroso" e da possibilidade de retaliação por parte dele devido ao "caso Gribowsky", etc...

Contudo, uma muito boa conta hoje o site brasileiro Grande Prêmio: o regresso da Áustria ao calendário dos Grandes Prémios têm a ver com o facto de Ecclestone ter deixado cair de vez a corrida de New Jersey, aquela que deveria ser a segunda corrida em solo norte-americano. A razão? Falta de garantias financeiras. Apesar de ter nomes sonantes a liderar o processo - Leo Hindery e Chris Pook, o idealizador de Long Beach - e de estes terem alegadamente rechaçado dinheiro público, do governo estadual, o facto de não terem arranjado um patrocinador sonante até este momento para financiar a corrida, fez com que Ecclestone cedesse à tentação dos milhões da Red Bull e ter a Áustria de volta ao calendário, apesar da sua relutância (não tem hotéis em numero suficiente e as limitações em termos de decibéis).

E como Ecclestone já está escaldado com New Jersey, pois deveriam ter aparecido este ano no calendário, pode ser que isto tenha sido a machadada final do projeto.

No caso indiano, desde há algumas semanas se fala da sua saída devido às dificuldades que o país cria em termos burocráticos, quer em termos de concessão de vistos - já houve mais do que um caso de pilotos e dirigentes a conseguirem o seu visto "in extremis" para o fim de semana de Grande Prémio - quer em termos de burocracias, leis locais e taxas a pagar, que Bernie Ecclestone acha-as como "excessivas" e do qual, no meio da Formula 1, já acha que é demasiado. Hoje, o Joe Saward toca no assunto, o que já motivou uma reação de Bernie Ecclestone, que já disse neste fim de semana que irá fazer os possíveis para tratar do assunto, para que as autoridades locais facilitem a vida.

Pode ser que assim, os indianos voltem a interessar-se pela corrida, dado que nos últimos tempos, tem havido um decréscimo de bilhetes vendidos... dos 90 mil em 2011, em 2012 tiveram 60 mil bilhetes vendidos, um decréscimo de 30 por cento. E há sinais que as coisas em 2013 não serão muito diferentes, mostrando que o interesse da Formula 1 no subcontinente indiano não é tão grande como pensavam. E com os problemas já expostos anteriormente, as coisas poderão deixar de ser lucrativas.

Veremos no que irá dar. Em setembro aparecerá um primeiro esboço do calendário de 2014.

WRC: Chris Atkinson vai ajudar a desenvolver o Hyundai

Depois de ter anunciado a contratação do finlandês Juho Hanninen e do francês Bryan Bouffier, a Hyundai anunciou hoje que o australiano Chris Atkinson irá fazer também parte do desenvolvimento do modelo i20 para o Mundial de Ralis, que fará a sua estreia nas classificativas do WRC em 2014.

É um projecto muito interessante ajudar a desenvolver o i20 WRC. Visitei a fábrica e fiquei muito impressionado pelo que eles têm feito. Tenho muita experiência no WRC, com carros distintos, pelo que posso usar esse conhecimento para ajudar a desenvolver o i20 WRC.", referiu.

Para já, o australiano de 33 anos estará apenas a ajudar a desenvolver o carro, já que este ano se têm mais dedicado a correr no campeonato Ásia-Pacifico, depois de ter experimentado um Citroem DS3 oficial no Rali do México, onde acabou na quinta posição. Ver-se-á se no final do ano se será um dos escolhidos no projeto sul-coreano.

quinta-feira, 25 de julho de 2013

Mais dois posters de "Rush"

Saíram agora mais dois posters de "Rush", cada um com os atores que fazem de James Hunt e Niki Lauda, os dois pilotos que foram protagonistas do campeonato do mundo de 1976. 

E depois de virmos isto, temos mais umas razões para que queremos que setembro chegue logo depressa... 

Youtube Formula 1 Revival: Senna recriado, 24 anos depois


Dois engenheiros de som japoneses decidiram recriar o som do McLaren-Honda de Ayrton Senna na qualificação do GP do Japão de 1989, em Suzuka. Para fazer isso, colocaram auscultadores ao longo da pista para recriar o som, que aconteceu uma noite nublada no circuito japonês. O resultado final podem ver neste video.

Há outro, que podem ver por aqui, onde estão os dois engenheiros a explicar o processo. O chato é que está em japonês e não existe ainda tradução... 

Noticias: Hulkenberg desmente rumores sobre saída prematura da Sauber

O assunto do dia, nesta véspera do GP da Hungria, parece ser os rumores de que Nico Hulkenberg sairá da Sauber a qualquer momento, alegando salários em atraso, e será substituido pelo seu terceiro piloto, o holandês Robin Frijns. Isto porque ele não irá alinhar mais na equipa Hilmer da GP2, a partir deste GP da Hungria - substituido por Adrian Quaiffe-Hobbes - e a ideia de que Hulkenberg tem alguns salários em atraso o poderá libertar da equipa e procurar melhor lugar para 2014.

O rumor surgiu no Twitter, mas estes não puderam ser verificados, pelo menos até que o piloto alemão veio a público para desmentir os rumores: "Não, isso é um perfeito disparate", começou por dizer. "Estava a ler isso na minha página do Twitter e perguntava 'de onde é que veio essa informação?'"

Contudo, o piloto de 26 anos reconhece que anda à procura de alternativas para 2014: "Estou a ver possiveis opções para o futuro, mas ainda não decidi nada. Estou a falar com muita gente, incluindo a própria Sauber, mas nada está ainda decidido".

quarta-feira, 24 de julho de 2013

Um desenho português na revista "Racer"

Sendo um enorme admirador do Ricardo Santos, não poderia deixar de ficar admirado com a sua mais recente obra, especialmente agora que ele desenha para a revista americana "Racer", para além da colaboração que faz para a revista "Turbo". Trata-se do desenho que fez ao Brabham BT52 BMW Turbo, que faz agora 30 anos que levou Nelson Piquet ao seu bicampeonato.

Já agora, se quiserem ver mais desenhos dele - e comprar um - eis o site dele: http://www.ricardo-car-artwork.com/

Quando os números se igualam (Parte 3)

(continuação do capitulo anterior)

666 - GP do Brasil de 2001

Vinte e oito anos depois, Interlagos volta a ser o palco de uma corrida onde os três números coincidem. E não é uma combinação qualquer: é um que muitos chamam de "o número da Besta". Mas de 1973 a 2001, as coisas mudaram muito, e a nova Interlagos tem metade do tamanho da pista anterior, apesar do GP do Brasil continuar a ser uma corrida do inicio do campeonato.

Nesse ano, o duelo é entre Michael Schumacher e os McLaren de Mika Hakkinen e David Coulthard, com os Williams-BMW de Ralf Schumacher e um estreante colombiano, Juan Pablo Montoya, à espreita. Apesar de Michael Schumacher ter feito a pole-position, a corrida foi agitada: Mika Hakkinen tem o seu carro parado na grelha, obrigando a entrada do Safety Car, e quando a corrida recomeça, Montoya faz uma ultrapassagem ousada sobre o piloto alemão e fica com a liderança, e fica por lá até à volta 37, quando é atingido por trás pelo Arrows de Jos Verstappen.

Com isso, Schumacher recupera a liderança, mas por pouco tempo, pois começa a chover, e os pilotos tem de mudar os pneus e na confusão subsequente, o escocês David Coulthard acaba por ficar com a liderança, após uma soberba manobra de ultrapassagem sobre o piloto alemão. A completar o pódio ficou o alemão Nick Heidfeld, no Sauber, e conseguindo ali o seu primeiro pódio da sua carreira. O BAR de Olivier Panis, o Jordan-Honda de Jarno Trulli e o Benetton de Giancarlo Fisichella fecharam os lugares pontuáveis.


777 - GP da Grã-Bretanha de 2007

O GP britânico desse ano era aguardado com enorme expectativa devido à presenta do "rookie" Lewis Hamilton, que sendo piloto da McLaren, tinha vencido até então duas corridas e era um inesperado candidato ao título, ao lado de Fernando Alonso e dos Ferrari de Kimi Raikkonen e Felipe Massa. Mas já por essa altura tinha rebentado o escândalo que viria a ser conhecido por "Stephneygate", onde um engenheiro da Ferrari, Nigel Stephney, tinha roubado planos do chassis daquele ano para entregar a um colega seu, Mike Coulghan, que trabalhava na McLaren, precisamente o seu rival.

Enquanto que a Red Bull cedia o seu espaço na carenagem nos carros de David Coulthard e Mark Webber para colocar mais de 30 mil fotos para a sua iniciativa "Wings For Life", no final da qualificação, Lewis Hamilton levou a melhor sobre o Ferrari de Kimi Raikkonen. Na segunda fila, Fernando Alonso era melhor do que o brasileiro Felipe Massa, enquanto que na terceira fila, o BMW Sauber de Robert Kubica era o quinto, seguido pelo Toyota de Ralf Schumacher.

A corrida começou com Massa a ficar parado na grelha, obrigando a uma segunda volta de formação. O brasileiro conseguiu colocar o carro a andar, mas largou das boxes. Na partida, Hamilton conseguiu ser o melhor, mas com Raikkonen a segui-lo, enquanto que Alonso era o terceiro. O grande momento da corrida acontece no primeiro reabastecimento, na volta 16, quando Hamilton não têm um reabastecimento perfeito e sai das boxes no quinto lugar. Três voltas depois, é a vez de Raikkonen parar e este fica na liderança, com Alonso no segundo lugar.

Atrás, Massa lutava para conseguiu ultrapassar o maior numero de carros possivel para ver se chegava aos da frente, enquanto que por lá, apesar de haver mais reabastecimentos, a ordem não seria alterada até à bandeira de xadrez. O finlandês era o vencedor, seguido por Alonso e Hamilton, enquanto que nos restantes lugares pontuáveis ficariam o BMW Sauber de Robert Kubica, o Ferrari de Felipe Massa, o segundo BMW Sauber de Nick Heidfeld e os Renault de Heiki Kovalainen e de Giancarlo Fisichella.

Extra-Campeonato: O regresso de "Cosmos"


A minha recordação mais antiga de um programa de televisão vem de quando tinha cinco anos de idade. E ao contrário do que julgam, não é de um desenho animado, mas sim de um programa de ciência. Chamava-se "Cosmos" e era apresentado por Carl Sagan, um cientista da NASA, que nos mostrava. de uma forma absolutamente didáctica uma coisa fascinante chamada... Universo.

Inconscientemente, Sagan tornou-se no meu primeiro professor. Mostrou-me o que é o Universo na sua infinitude. A sua beleza, bem como a sua vastidão, ambas infinitas, revelaram para mim de que somos feitos da mesma matéria, dos mesmos átomos, do terceiro planeta da 17º sistema solar de Cassiopeia. E que a partir dali, o meu instinto não precisou de mais explicações sobre de onde viemos e como é que nos formamos. Enfim, foi um programa marcante para mim e para quem o viu na altura, no já distante ano de 1981.

Hoje em dia, o Cosmos original continua a ser tão bom e tão atual como era há mais de 30 anos. Mas Carl Sagan está morto e há muito que se pensa num novo programa, que agarre as pessoas como agarrou naquele tempo. E é o que vai acontecer a partir do ano que vêm, quando Neil DeGrasse Tyson, irá apresentar a nova versão do Cosmos no canal de televisão FOX e no National Geographic Channel.

O programa será produzido por Ann Druyan, a víuva de Sagan, e por... Seth McFarlane, o homem por trás de "Family Guy". Esse mesmo. Na realidade, McFarlane é um fã de Cosmos e fez "lobby" na direção da FOX para que produzissem o programa. Já estão encomendados treze episódios e o programa estreará em setembro de 2014. Agora, coloco aqui o trailer, que foi apresentado no passado fim de semana no Comic-Con, em São Francisco.

terça-feira, 23 de julho de 2013

A capa do Autosport desta semana

A capa do Autosport desta semana, que estará esta quarta-feira nas bancas, têm António Félix da Costa em destaque, falando essencialmente de três assuntos: o teste que fez em Silverstone, o fim de semana da World Series by Renault em Zeltweg e as impressões que os líderes da Red Bull têm sobre o piloto português. E o ótimismo é grande: "Yes, We Can!", com o subtítulo: "Em Portugal, acredita-se!"

Ao lado, três destaques: uma entrevista com Valentino Rossi: ("Tudo é mais díficil que há quinze anos"); a jornada dos Superstars em Portimão e o que aconteceu em algumas provas que acompanharam a corrida principal ("Portugueses fazem melhor") e o projeto português da Formula Student ("Tecnologia Made in Portugal")

Youtube Motorsport Film: Racing In Slow Motion, novo teaser

Algures este ano, o Matthias Mannizer (vulgo Mattzel89) irá colocar na Net o seu quinto filme da série "Racing In Slow Motion", e pelo que se vê nas amostras, vai ser um filme tão épico como os anteriotes. Digo isto porque esta tarde, ele colocou uma amostra, focada essencialmente no motociclismo. A coisa têm apenas um minuto e dez segundos, mas vale a pena ver.

Quanto os números se igualam (Parte 2)

(continuação do capitulo anterior)


333 - GP da Belgica de 1980

Zolder foi o palco da quinta prova da temporada de 1980, e a primeira em paragens europeias. A temporada estava a ser equilibrada entre os Renault, os Ligier, os Williams e o Brabham de Nelson Piquet, que na corrida anterior tinha vencido a sua primeira corrida da carreira. Com isso, Piquet e René Arnoux – que tinha vencido corridas no Brasil e na Africa do Sul – estavam empatados na classificação com 18 pontos cada um.

Havia algumas alterações no pelotão, com a Ensign a procurar um substituto para o veterano suíço Clay Regazzoni, que tinha tido em Long Beach o seu acidente que acabara a sua carreira e o colocava numa cadeira de rodas para o resto dos seus dias. O escolhido para o seu lugar fora o britânico Tiff Needell.

Nos treinos, o Williams de Alan Jones conseguiu a pole-position, seguido pelos Ligier de Didier Pironi e de Jacques Laffite, que estava na frente do segundo Williams de Carlos Reutemann. Jean-Pierre Jabouille e René Arnoux monopolizavam a terceira fila da grelha com os seus Renault Turbo, na frente de Nelson Piquet. Apenas 24 carros iriam largar, logo, os Shadow de Dave Kennedy e Geoff Lees ficavam de fora, acompanhados pelo Osella de Eddie Cheever.

A corrida começa com Pironi a largar melhor do que Jones, enquanto que Jabouille tinha problemas com a embraeagem e era "engolido" pelo pelotão. No final da primeira volta, a ordem era Pironi, Jones, Laffite, Reutmann, Piquet e Arnoux. A ordem ficaria inalterada até á volta 33 quando o brasileiro se despistou e o francês da Renault herdou o lugar. Pouco depois, Laffite teve de ir às boxes para arranjar os travões e cedeu o lugar ao argentino.

Na frente, Pironi mantinha Jones à distância e foi assim até ao final, conseguindo a sua primeira vitória da sua carreira, na frente dos dois pilotos da Williams. René Arnoux foi o quarto classificado e mantinha a liderança, aproveitando a desistência de Piquet. A fechar os lugares pontuáveis estavam o Tyrrell de Jean-Pierre Jarier e o Ferrari de Gilles Villeneuve.

444 - GP da Alemanha de 1987

Sete anos depois de Zolder, era a vez de Hockenheim receber uma corrida que teria três números iguais na história da Formula 1. Nessa temporada, a Williams dominava o campeonato, com os seus motores Honda turbo, e com pilotos como Nelson Piquet e o britânico Nigel Mansell, contra o Lotus de Ayrton Senna, o McLaren de Alain Prost e os Ferrari de Gerhard Berger e Michele Alboreto.

Mansell tinha vencido a Piquet 15 dias antes, em Silverstone, com uma ultrapassagem “do outro mundo”, mas no circuito alemão, as coisas iriam ser um pouco diferentes, já que o brasileiro era bem mais regular do que o seu companheiro de equipa. Nos treinos, Mansell tinha sido o melhor, seguido por Senna, Prost, Piquet, Alboreto e o Benetton do belga Thierry Boutsen.

A corrida começou por ser favorável para Senna, que aproveitou bem um mau arranque de Mansell, que caira para terceiro, superado por Prost. Mas o britânico recupera e passa em pouco tempo os dois pilotos, voltando à liderança no inicio da terceira volta. A partir dali, é uma luta entre Mansell e Prost, com ambos a trocarem de posições quando vão às boxes. Mas na volta 25, o seu motor Honda explode e a liderança cai nas mãos de Prost. Parecia que iria ser um passeio para o piloto francês, que com o seu motor TAG-Porsche, iria a caminho da sua 28ª vitória na sua carreira, batendo o recorde de Jackie Stewart, mas na 39ª volta, o seu alternador avaria e é obrigado a desistir.

Assim, a liderança cai ao colo de Nelson Piquet, que o leva até ao fim, vencendo pela primeira vez na temporada. Stefan Johansson, no segundo McLaren, é segundo - apesar de ter tido um furo nos metros finais da corrida que o fez atravessar a meta em três rodas - enquanto que Ayrton Senna completava o pódio no terceiro lugar. Os Tyrrell de Philippe Streiff e Jonathan Palmer eram quarto e quintos, enquanto que o Lola de Philippe Alliot fechava os lugares pontuáveis.

555 - GP de França de 1994

Magny-Cours foi o palco da corrida francesa, nessa agitada temporada de 1994. Michael Schumacher dominava a seu bel-prazer a temporada, marcada pelos eventos de Imola, e praticamente não tinha rivais, a não ser o Williams de Damon Hill. A meio do ano, Frank Williams necessitava de mãos mais experientes para o carro e atraiu para o lugar o britânico Nigel Mansell, que estava naquele ano a fazer a sua segunda temporada na CART.

Com a promessa de um carro competitivo, Mansell faz o seu regresso à Formula 1 na pista francesa, embora tivesse como prioridade a competição americana. Na Benetton, J.J. Letho era definitivamente substituído pelo holandês Jos Verstappen.

Nos treinos, Damon Hill e Nigel Mansell monopolizaram a primeira fila da grelha, com Michael Schumacher no terceiro lugar, na frente dos Ferrari de Jean Alesi e Gerhard Berger. Atrás, os Pacific de Bertrand Gachot e Paul Belmondo não conseguiram a qualificação.

A corrida começou com Schumacher a conseguir ultrapassar os Williams e assegurar a liderança. Hill foi atrás dele, enquanto que Mansell aguentava os ataques do Ferrari de Alesi. As coisas ficam assim até ao primeiro reabastecimento, quando Alesi conseguiu superar Mansell, enquanto que Rubens Barrichello, no seu Jordan, era terceiro, porque não parara para reabastecer. Quando o faz, cai para quinto.

Na volta 35, Schumacher para pela segunda vez e cede o comando para Hill, mas seis voltas depois, o alemão estava na sua traseira. Nessa altura, Alesi perde o controlo do seu carro e sofre um despiste. Na ânsia de regressar à pista, bate no Jordan de Barrichello e ambos acabam ali. Mansell herda o terceiro posto, mas por pouco tempo: na volta 45, abandona a corrida devido a uma quebra na transmissão, na mesma altura em que Schumacher ascende à liderança.

As coisas não mexeriam até à bandeira de xadrez, com Schumacher a vencer, seguido por Hill e o Ferrari de Gerhard Berger. Nos restantes lugares pontuáveis ficavam o Sauber de Heinz-Harld Frentzen, o Minardi de Pierluigi Martini e o segundo Sauber de Andrea de Cesaris.

(continua amanhã)

Noticias: Formula 1 volta à Austria

Dez anos depois da última vez, a Formula 1 vai voltar à Áustria. O anuncio foi feito esta manhã pelo proprietário do circuito, a Red Bull, dando até uma data no calendário: 6 de julho. "Dietrich Mateschitz e Bernie Ecclestone chegaram a um acordo no qual a Formula 1 regressará à Styria [provincia austriaca onde Zeltweg se situa] no próximo ano", disse a Red Bull num curto comunicado.

Não se sabe ainda por quantos anos é que esse acordo foi assinado, já que em termos de valores, nunca se saberá quanto é que foi acordado.

Assim sendo, a Formula 1 regressará a agora Red Bull Ring pela terceira vez na história. Ela já correu lá em dois periodos, entre 1970 e 1987, quando se chamava "Osterreichring", e de 1997 a 2003, quando se chamou "A1Ring".

Mas também se vê que o calendário para 2014 terá mais uma entrada, para além de New Jersey e Sochi, na Rússia. Isso quererá dizer que, caso o calendário não se alargue para 22 corridas, haverão exclusões. O que significa que algumas corridas asiáticas, como a Coreia do Sul, poderão estar em perigo.

Noticias: Kovalainen desmente que vai substituir Van der Garde

Heiki Kovalainen pode estar de fora da Formula 1 nesta temporada, mas continua a ajudar a Caterham sempre que pode, até a fazer como terceiro piloto, em certos circuitos. E isso faz com que surjam os rumores de que poderá estar a pensar ficar com o lugar do holandês Giedo Van Der Garde, dadas as performances não tão boas do piloto, que tirou o lugar a... Kovalainen. Mas este desmente as noticias.   

“Penso que esse rumor é comum na Formula 1, mas a verdade é que não tive quaisquer tipo de negociações com a equipa nesse sentido, não tenho planos para ficar com o lugar de ninguém, e não sei de onde partiu esse rumor. Continuo a trabalhar com a Caterham, com os designers e engenheiros, temos um novo e bom simulador, e todo o foco da equipa está já virado para 2014. Pretendo regressar à Formula 1 mas de momento o meu único plano é o trabalho com a Caterham fazendo tudo o que é possível para ajudar", referiu o finlandês à publicação russa F1 News.

Heiki Kovalainen correu entre 2007 e 2012, primeiro pela Renault, depois pela McLaren, antes de chegar à Caterham, que já se chamou de Lotus. Durante esse tempo, conseguiu uma vitória, no GP da Hungria de 2008, mais três pódios, uma pole-position e duas voltas mais rápidas.

segunda-feira, 22 de julho de 2013

Youtube Motorsport Presentation: M43, o projeto da Citroen no WTCC

A Citroen lançou hoje o primeiro video da sua aventura no WTCC, que vai acontecer na temporada de 2014. E ainda não sabemos muito bem que chassis é que vai ser, porque eles deram um nome de código à coisa: M43. Com Sebastien Löeb ao volante e provavelmente com mais outros a caminho - presume-se que Robert Kubica e Yvan Muller sejam dois dos pilotos que acompanham neste projeto - podemos ter uma pequena ideia do que estão a planear.

Qual é o chassis? Segundo fala o Autosport português, poderá ser um C-Elyseé, um sedan feito essencialmente para os mercados chinês e sul-americano.

Quando os números se igualam (Parte 1)

No próximo domingo, em Budapeste, irá decorrer o GP da Hungria, a décima corrida do Mundial de Formula 1 de 2013. Mas esta corrida já vai ficar na história da Formula 1 por ser por ser o 888º Grande Prémio nos 63 anos de história que já leva esta competição. Sendo assim, é a oitava vez que um Grande Prémio tem a particularidade de juntar três números iguais.

Com essa particularidade em mente, comecei a pensar o que se passou de relevante nos restantes sete Grandes Prémios onde os mesmos números se juntaram? Vim a descobrir que, entre outras coisas, assistiu-se a uma decisão do título mundial, a uma estreia nas vitórias de um piloto, um regresso e algumas boas corridas disputadas em três continentes. E em dois casos em particular, na mesma pista.

111 - GP da Africa do Sul de 1962

A primeira corrida onde o mesmo numero se junta por três vezes é logo o mais decisivo dessa temporada, num duelo entre Graham Hill, no seu BRM, e Jim Clark, no seu Lotus 25, que ficou para história como o primeiro monocoque na história da Formula 1. Também esta foi a corrida de estreia da Africa do Sul no Mundial, e aconteceu quase… em 1963, dado que correu-se a 29 de dezembro desse ano. Nessa altura, Hill tinha um avanço de nove pontos sobre Clark e era virtualmente o campeão, mas o escocês tinha uma chance muito remota, se Hill desistisse e o seu adversário vencesse.

Debaixo do verão austral sul-africano, Clark faz a pole-position, na frente de Graham Hill e Jack Brabham, que já corrida com o seu próprio chassis. A corrida foi essencialmente uma perseguição, com Hill a ir atrás de Clark, sabendo que bastava isso para garantir o seu campeonato. Contudo, na volta 62, as coisas começam a complicar para o escocês, porque têm uma fuga de óleo, que o obriga a ir às boxes. Os mecânicos tentam reparar a fuga, mas não conseguem e Clark é obrigado a abandonar.

Com isso, Hill é o campeão do mundo, mesmo que não termine a corrida. Contudo, ele chega ao fim, e como vencedor, não só se tornando campeão do mundo, como deu á BRM o seu primeiro título mundial de Construtores. A acompanhá-lo no pódio foram os Cooper de Bruce McLaren e do local Tony Maggs. A fechar os pontos estavam o carro de Jack Brabham e os Lotus de Innes Ireland e de outro piloto local, Neville Lederle, que conseguia aqui o seu primeiro e unico ponto... na sua corrida de estreia!

222 - GP do Brasil de 1973

Essa foi a segunda corrida da temporada desse ano, e foi a estreia do Brasil na Formula 1, no circuito de Interlagos, um veloz e extenso circuito na cidade de São Paulo. Corrido a 11 de fevereiro desse ano, debaixo do calor austral, nas horas antes da corrida, os espectadores tiveram de ser regados pelos camiões dos bombeiros para aplacar o calor que se sentia.

Naquele ano, a torcida local queria ver vencer o seu filho mais ilustre, Emerson Fittipaldi, que tinha vencido o campeonato do mundo no ano anterior, guiando um Lotus 72. O seu maior rival era o escocês Jackie Stewart, que naquele ano já andava a bordo do Tyrrell 006. Fittipaldi tinha vencido a primeira corrida do ano, quinze dias antes, na Argentina, e esperava repetir a vitória para tentar se distanciar de Stewart.

E assim foi: apesar de Ronnie Peterson ter conseguido ali a pole-position – a primeira da sua carreira – Fittipaldi largou melhor e levou o seu carro até à meta como vencedor, numa corrida sem grande história. A acompanhá-lo no pódio esteve Stewart e o McLaren de Dennis Hulme, enquanto que nos restantes lugares pontuáveis estavam os Ferrari de Jacky Ickx e Arturo Merzário, e o BRM de Clay Regazzoni.

(continua amanhã)

Youtube Moto GP: A ultrapassagem de Marc Marquez a Valentino Rossi no Saca-Rolhas

A manobra desta noite em Laguna Seca, na Curva do Saca-Rolhas, de Marc Marquez sobre o veterano Valentino Rossi, na corrida de Moto GP, é simplesmente genial. Lembra a mesma manobra que Rossi fez a Casey Stoner cinco anos antes, na mesma curva, e lembra mais o que Alex Zanardi fez em 1996 na corrida da CART que aconteceu, quando o piloto italiano fez ao americano Bryan Herta, e que hoje em dia todos consideram uma das mais corajosas e arrojadas da história do automobilismo.

Encontrei este video com a explicação de Marquez sobre a manobra que fez a as sensações que teve ao fazê-la. Não serve de compensação com o que aconteceu em Moscovo esta tarde, mas é um claro contraste...

Youtube Top Gear Onboard: The Stig num BAC Mono

Enquanto que passou mais uma vez na BBC mais um episódio do Top Gear, dou por mim a ver o video da mais uma das "hot laps" do The Stig, desta vez a bordo do carro BAC Mono, provavelmente um dos foguetes legalmente guiáveis na estrada mais interessantes que existem por aí. 

Só que este video (que aconteceu há umas duas semanas) é mais interessante do habitual porque têm uma "Stig camera", ou sejam poderemos ver a volta a partir de uma camera onboard, como se fosse um Formula 1, por exemplo (e é aquilo que aquele carro mais se parece...)

Enfim, eis a volta feita por ele.

domingo, 21 de julho de 2013

Considerações sobre o acidente mortal de Andrea Antonelli em Moscovo


Normalmente, não falo de motociclismo. Gosto muito mais de quatro rodas do que duas, confesso, mas este domingo, a atualidade competitiva ficou marcada pela morte do piloto italiano Andrea Antonelli, de 25 anos, quando competia numa prova de Supersport no Autódromo de Moscovo. O acidente ocorreu na primeira volta da prova, quando este escorregou devido ao piso molhado e acabou por ser atropelado por outro piloto, o seu compatriota Lorenzo Zanetti. Assistido de imediato na pista, viu-se logo que tinha uma grave fratura craniana, sendo de imediato levado para o centro médico do circuito, acabando por morrer.

Ironicamente, ao mesmo tempo que esta fatalidade acontecia, no centro da cidade moscovita, Kamui Kobayashi perdia o controlo de um Ferrari de Formula 1 que andava a demonstrar. Felizmente, os estragos limitaram a ser materiais.

Coloco aqui as imagens do acidente, e ela quase me faz lembrar o acidente do Marco Simoncelli, no final de 2011, em Sepang, ou um ano antes, em Misano, o acidente que matou na Moto2 o japonês Shoya Tomizawa. E este é um tempo bem negro para a competição, seja ele de duas ou de quatro rodas. Há um mês, lamentávamos a morte de Allan Simonsen, nas 24 horas de Le Mans, a primeira morte em corrida pura desde 1986, com Jo Gartner, e a primeira morte em 16 anos na pista francesa, com Sebastien Enjrolras. E como eu, muitos andam a pensar a razão pelo qual andam a aparecer demasiados acidentes mortais para o nosso gosto.

Acho que o primeiro grande motivo é que habituamos demasiado a uma falsa ideia: de que domamos a Morte nas competições, sejam elas de duas ou de quatro rodas. Por causa dos enormes avanços na segurança, no design e na construção dos carros e das motos, na construção dos circuitos, reduziu-se em mais de 90 por cento as hipóteses de um acidente mortal. Mas criou-se a ilusão de que nunca mais iremos ver mortes em circuitos. É um engano do qual só os ingénuos acreditam.

O automobilismo - e o motociclismo ainda mais - continuam a ser perigosos, mesmo que o carro (ou moto) seja feito de fibra de carbono e o capacete do piloto de seja feito do mesmo material. Contudo, os nossos corpos não são feitos de fibra de carbono, e estão sujeitos ao peso inteiro de uma moto a passar-nos em cima, ou como aconteceu na semana passada numa prova de motociclismo em Brasilia, a moto cair em cima do piloto. Quero acreditar que isto é só uma má fase que passamos, do qual irá terminar em breve, como aconteceu no ano passado com os ralis, onde havia acidentes mortais quase a cada final de semana. Mas sempre que se pode, têm de se aprender algo para evitar que haja mais acidentes como este.

Contudo, a ideia de "mortes zero" no automobilismo ou no motociclismo, parece ser uma mera ilusão. O que é triste para todos nós, que amamos a velocidade. E nos entristece, sempre que vemos alguém a pagar o preço mais alto pelo seu amor ao automobilismo, ou motociclismo.

WSR: Sorensen vence de novo em Zeltweg, Félix da Costa abandona

O dinamarquês Marco Sorensen teve um fim de semana de sonho, ao vencer de novo neste domingo em Zeltweg, numa corrida onde António Félix da Costa e Stoffel Vandoorne tiveram um dia para esquecer, ao abandonarem a corrida. No caso do piloto português, que largava do oitavo lugar, a corrida nem sequer chegou a começar, pois ficou parado na grelha de partida.

A corrida foi ótima para Sorensen, pois para além da dupla vitória, teve a companhia do seu compatriota Kevin Magnussen, que terminou-a no segundo posto e consolidando a liderança do campeonato, enquanto que o holandês Nigel Melker fechou o pódio, seguido pelo "novo recruta da Sauber", o russo Serguei Surotkin.

Com isto, Magnussen é o lider cada vez mais destacado, pois agora têm 30 pontos de avanço sobre Vandoorne, que não marcou pontos neste fim de semana, enquanto que Félix da Costa foi passado por Will Stevens e Nigel Melker, ficando agora na quinta posição, quando faltam apenas três fins de semana para terminar o campeonato. Em contraste, as duas vitórias de Sorensen colcaram-no agora no sexto lugar da classificação geral.

A WSR continua a 14 e 15 de setembro no Hungaroring.