sábado, 14 de novembro de 2015

As imagens do dia (II)















A imagem de Fernando Alonso ao sol em Interlagos causou uma tempestade nas redes sociais, esta tarde. E poucas horas depois desta imagem que vai para a Formula 1 como um dos "memes" de 2015, eis um pequeno apanhado das montagens que o pessoal fez sobre essa situação.

Há mais, muito mais, mas por agora, é a recolha possivel.

Formula 1 2015 - Ronda 18, Brasil (Qualificação)

Com a disputa do título terminada, nada mais se faz senão cumprir o calendário até ao fim. E com isso tudo resolvido, é de esperar um comportamento mais descontraído face aos eventos. Foi o que vimos em Austin, quando a tempestade interrompeu os treinos daquele sábado. E aqui, em Interlagos, onde os locais levam a coisa como uma celebração, não é difícil serem contaminados por ela. Basta ver o que aconteceu com a McLaren, depois do carro do Fernando Alonso ter tido o seu enésimo problema e os carros de Woking ficarem de fora da Q2: os pilotos foram ao pódio celebrar para os fãs, especialmente para aquele prémio simbólico de "equipa mais penalizada"...

Mas o dia em Interlagos começou com alguma agitação... e não ficou indiferente aos acontecimentos um pouco por todo o mundo. Primeiro que tudo, uma tempestade no dia anterior arrancou a cobertura numa das bancadas, e esta foi interditada enquanto que as reparações eram feitas. Mais tarde, antes de começar a qualificação, a FIA e os pilotos decidiram fazer um minuto de silêncio em memória dos que morreram nos atentados do dia anterior, em Paris.

Quando tudo começou, as coisas até correram relativamente normais, isto até que... o motor de Fernando Alonso voltou a rebentar na zona do Bico de Pato. Sem muito com que fazer, o piloto espanhol sentou-se numa cadeira e aderiu ao espírito brasileiro da zueira. Na pista, boa parte dos pilotos usavam os pneus médios, exceptuando os Mercedes, que usavam os mais macios, e começaram a ficar no topo da tabela de tempos. O alemão começou a fazer 1.11,746, para depois Lewis Hamilton fazer 1.11,682. Tudo isto... enquanto Alonso apanhava sol.

No final da Q1, as esperanças da McLaren ter alguém na Q2 foram desfeitas quando Jenson Button não conseguiu ter tempo suficiente para tal. E para além deles e os Manor, o venezuelano Pastor Maldonado acompanhou-os na desgraça.

Na Q2, a Mercedes não queria perder tempo, e foi logo para a pista no sentido de marcar os seus tempos. A ideia era simples: garantir o Q3 o mais depressa possível e poupar pneus e material para essa altura. Hamilton fez 1.11,665, e depois Nico Rosberg fez 1.12,213. Atrás, todos tentavam a sua sorte para conseguir os oito restantes lugares, e com a Ferrari (Vettel na frente de Raikkonen) e Red Bull a garantirem cedo o seu lugar, outros não tinham a mesma sorte. Romain Grosjean fez um pião no Laranjinha e não conseguiu um lugar, enquanto que os Sauber não entraram por pouco, com Felipe Nasr a ficar com o lugar mais ingrato, o 11º posto. Contudo, tempos depois, o brasileiro sofreu uma penalização de três lugares por causa de um incidente... com Felipe Massa.

E quem entrou na Q3? Nada de muito especial: os Williams, Hulkenberg e Max Verstappen.

Na parte final, a Mercedes foi de novo para a pista logo nos primeiros momentos, e mostraram ao que iam: o filho de Keke Rosberg marcou 1.11,461, e Hamilton apenas ficou 88 centésimos mais atrás, enquanto que Vettel era terceiro, apesar de queimar pneus na sua primeira tentativa. E na parte final, Rosberg conseguiu um tempo que lhe permitia ser "poleman" pela quinta vez consecutiva, fazendo 1.11,282, sem deixar qualquer tipo de dúvida. Hamilton também melhorou, mas não chegou, com 1.11,360. E Sebastian Vettel ficou no terceiro lugar, "o melhor do resto", monopolizando a segunda fila para a Ferrari, graças ao quarto posto de Kimi Raikkonen. Que herdou de Valtteri Bottas, pois ele cumpre uma penalização de três lugares por causa do México...

Nico Hulkenberg ficou com um espantoso quinto tempo, na frente do Red Bull de Ricciardo e dos Williams de Bottas e Massa. E claro, Max Verstappen fechava o "top ten".

Ao fim e ao cabo, nada de muito especial aconteceu por ali. Nada que não tenhamos visto noutros circuitos, e nesta temporada. A grande diferença é que, com tudo decidido, o ambiente é bem mais descontraído e alguns desejam ousar ainda mais. Provavelmente, deve ser o espírito de Interlagos... 

As imagens do dia



"Zueira" é uma maneira bem brasileira de dizer "gozação" ou "bom humor". E por lá, costuma-se dizer que "a zueira não tem limites". E num ano em que a McLaren está a ser constantemente penalizada e não tem qualquer hipótese de chegar a um pódio, quando chegou a esta corrida, e com tudo decidido, mais vale entrar no espirito e levar as coisas para a brincadeira. 

Foi o que aconteceu a Fernando Alonso depois de mais um problema no seu McLaren e o que ambos fizeram depois de serem eliminados da Q1. Só faltam os pilotos da Manor no mesmo local para completarem o circulo...

PS: A foto dos dois no pódio foi tirada... do Facebook oficial da McLaren!

sexta-feira, 13 de novembro de 2015

Noticias: Autores de assalto à sede da Red Bull condenados


Os autores do roubo à sede da Red Bull foram esta sexta-feira condenados a penas de prisão efectiva. Quatro homens, entre os 24 e os 41 anos, que tinham sido presos em abril pela policia local, foram condenados a penas entre os dois e os sete anos de prisão por terem roubado cerca de 60 troféus pertencentes à marca britânica na sua sede, em Milton Keynes, no passado mês de dezembro. 

A maior parte dos troféus foram recuperados três meses depois, em abril, no fundo de um lago perto de Sandhurst. O assalto aconteceu durante a noite quando os ladrões roubaram uma carrinha e arrombaram os portões da sede, furtando os troféus.

WRC 2015 - Rali de Gales (Dia 1)

O primeiro dia do último rali da temporada, no País de Gales, demonstrou mais uma vez o domínio dos Volkswagen nas classificativas britânicas, com Sebastien Ogier e Kris Meeke a disputarem a liderança do rali, com o francês a terminar o dia uma vantagem de 13,2 segundos sobre o piloto da Citroen.

Depois de um empate no "shakedown" do dia anterior entre  , o rali de Gales começou com os concorrentes a percorrerem seis classificativas, e começou com Ogier ao ataque, vencendo o seu companheiro de equipa, Jari-Matti Latvala, por 0,8 segundos, com Kris Meeke a ser o terceiro, a 4,4 segundos. Mas foi uma classificativa com alguns sustos para o campeão francês, que se queixava não só das condições da estradas... como também dos espectadores. "Foi difícil e no meio da especial havia malucos na estrada sem se moverem", comentou.

Mas a seguir, houve uma mexida significativa quando Latvala caiu numa vala na segunda especial,  a de Sweet Lamb (3100 metros de extensão), acabando por abandonar. Assim sendo, Kris Meeke acabou por ser o segundo melhor e ficou com o mesmo lugar, agora a seis segundos de Ogier. Anders Mikkelsen, o terceiro Volkswagen da prova, era o terceiro, a 10.2 segundos da liderança.

No final, o finlandês comentou: "Foi provavelmente o erro mais embaraçoso da minha carreira. Trocámos de pneus após o primeiro troço, tínhamos um novo pneu dianteiro direito e não aquecemos os pneus como deve ser. Na segunda zona de travagem travei forte para ver se conseguia imobilizar melhor o carro, mas como o pneu ainda estava frio, a roda bloqueou imediatamente. O motor foi abaixo e não consegui segurá-lo, indo direto para a vala. Não havia qualquer dano na zona dianteira carro, mas ficámos presos e não conseguíamos sair", descreve.

No final da manhã, após a especial de Mheyrin, Ogier alargava a vantagem sobre Meeke em doze segundos, enquanto que este lidava com a aproximação de Mikkelsen. Um pouco atrás, o desastre atingia os Hyundai, com Thierry Neuville a perder uma roda e a despistar-se, enquanto que Dani Sordo sofria um pião e perdia 24,7 segundos para os primeiros.

Na parte da tarde, Ogier continuou a aumentar a vantagem para Meeke, apesar de ter perdido 5,2 segundos na quarta especial, vencida pelo britânico. Mikkelsen era o terceiro e atrás, Robert Kubica tentava recuperar tempo, depois de ter perdido três minutos na especial anterior por problemas mecânicos. Era o sexto melhor e subia ao 13º posto da geral. As duas últimas especiais foram vencidas por Ogier, mas a diferença apenas ficava-se pelos 13.5 segundos, com Mikkelsen a 31,4 segundos do líder.

Atrás, Mads Ostberg conseguia ser quarto e de uma certa maneira, acompanhava os três primeiros, tendo apenas uma desvantagem de 43 segundos. Já algo mais distante, no quinto, posto, está Dani Sordo, no seu Hyundai, pois está a um minuto e 18 segundos da liderança. Ott Tanak é o sexto e o melhor dos Ford, a um minuto e 34 segundos, também já distante de Hayden Paddon, no segundo Hyundai. Os Fords de Elfyn Evans e Lorenzo Bertelli são oitavo e nono, enquanto que o francês Stephan Lefebvre fecha o "top ten" no seu Citroen DS3.

O Rali de Gales prossegue amanhã.

Quando os americanos gostam mais de Formula E

Vocês sabem que Bernie Ecclestone faz de tudo para que a Formula 1 tenha audiência nos Estados Unidos, e muitas das vezes tal não acontece porque é uma audiência residual, seja por causa do horário, seja por causa do interesse que tem, entre outras coisas. Contudo, o que não sabia era que uma corrida, que aconteceu pela uma da manhã na costa leste americana, tivesse uma audiência maior do que o GP do Mónaco de Formula 1. E isso aconteceu na semana passada, quando a Fox Sports transmitiu a corrida de Putrajaya, segunda prova do campeonato de Formula E.

A Nielsen, que mede as audiências nos Estados Unidos, afirmou que esta corrida teve uma audiência de 1.2, significando que cerca de 600 mil pessoas estiveram a ver a corrida, apenas mais 0,1 do que viram o GP do Mónaco deste ano, a corrida mais vista desta temporada. Claro que isto não se compara com a NASCAR ou as 500 Milhas de Indianápolis, que tem audiências entre o dobro e o triplo dos que têm a Formula 1 e a Formula E, mas ver a mais recente categoria, com o campeonato apenas no seu segundo ano de existência, a bater uma competição estabelecida, isto significa muita coisa.

Mas também não é só por isso que a Formula E bateu a Formula 1. Quando está na berra coisas como o automóvel elétrico, quando tens uma marca como a Tesla a fazer carros potentes e com autonomias cada vez maiores, provavelmente se poderá imaginar o que faria a marca se metesse numa competição destas, construindo os seus próprios sistemas de energia? Não sei se Elon Musk gostaria de uma coisa destas, mas audiência, creio que teria.

Veremos como será a audiência nas próximas corridas.

quinta-feira, 12 de novembro de 2015

A imagem do dia (II)

Passam hoje exatamente 20 anos sobre o momento em que Portugal entrou na história da Formula 1. Não tanto em termos de circuitos - isso já tinha sido feito em 1958, na Boavista - mas sim quando um piloto chegou aos pontos num Grande Prémio de Formula 1. E para o próprio piloto, este desfecho foi o culminar de algo que começou em maio de 1994.

Campeão da Formula 3 alemã em 1992, vice-campeão da Formula 3000 em 1993, Pedro Lamy chegou à categoria máxima do automobilismo em setembro desse ano, pela Lotus, que procurava um substituto para Alex Zanardi, que se tinha lesionado no GP da Bélgica desse ano. A estreia de Lamy aconteceu em Monza, e não comprometeu, conseguindo andar ao nível do seu companheiro, Johnny Herbert. E a mesma coisa iria acontecer no inicio de 1994, com um oitavo lugar no GP do Pacifico, que naquela altura ainda não dava pontos.

Mas a 24 de maio de 1994, o desastre aconteceu quando perdeu o controlo do seu Lotus no circuito de Silverstone. Nunca houve fotos, mas uma descrição desse dia indicava que a asa traseira se soltou, e ele embateu numa ponta na zona de Abbey, destruindo o carro, indo parar fora da pista. Lamy, então com 22 anos, partiu ambas as pernas e deitou fora o resto da sua temporada.

A partir dali, foi mais de um ano de reabilitação, com o objetivo único de regressar à Formula 1. Uma reabilitação feita na Alemanha e na Áustria, no sentido de ficar em forma o melhor possível e tentar a sua sorte na categoria máxima do automobilismo, numa espécie de contas por soldar. E isso aconteceu a meio de 1995, quando substituiu Pierluigi Martini. E com o Minardi do fim da tabela - apenas melhor do que Forti e Pacific - conseguiu alguns resultados meritórios, como um nono posto em Budapeste e Nurburgring.

Mas foi em Adelaide que foi a sua corrida. 17º na grelha, dois lugares abaixo de Luca Badoer, seu companheiro de equipa, suportou o calor australiano e uma pista citadina em que, se saisse fora da linha, era capaz de se despistar a bater na parede. Nem sempre conseguiu escapar das armadilhas - despistou-se a meio da corrida, mas pode prosseguir - conseguiu no final um meritório sexto posto, a três voltas do vencedor, Damon Hill. Foi uma grande festa na boxe, pois não pontuavam desde o GP de França de 1994, quando Pierluigi Martini acabou a corrida no quinto posto.

Houve consequências: a FIA deu-lhes dinheiro para a equipa, os custos de transporte foram aliviados, pois entraram no "top ten", e o piloto português pode ficar mais uma temporada na marca sem problemas. E 1996 foi a sua primeira temporada a tempo inteiro na equipa de Faenza. E a última...

Mas não fazia mal, pois tinha entrado na história da Formula 1, e do automobilismo deste país. Vinte ano depois, este piloto com cara de garoto ainda dá cartas na Endurance, ao serviço da Aston Martin, e é considerado como um dos melhores veteranos, com uma rica carreira, que teve também passagens pela Endurance, com dois segundos lugares nas 24 Horas de Le Mans.

A imagem do dia

Mika Hakkinen têm uma longa carreira recheada de êxitos. Bicampeão do mundo, Michael Schumacher disse certa vez que foi o adversário que mais temeu em pista ao longo da sua carreira. E como sabem, em 1998 e 1999 conseguiu batê-lo e lutou como pôde em 2000, incluindo aquela fabulosa ultrapassagem em Spa-Francochamps.

Mas nada disso poderia ter acontecido caso Hakkinen não tivesse sobrevivido ao acidente que teve em Adelaide, na Austrália, fez vinte anos esta terça-feira. Se um bombeiro não tivesse feito uma traqueotomia de emergência naquela sexta-feira à tarde, nunca teríamos visto a segunda parte da sua carreira e lamentaríamos o desaparecimento precoce de um talento automobilístico, como lamentamos pilotos como Roger Williamson ou Francois Cevért, por exemplo. 

O acidente de Hakkinen foi mesmo forte, e mesmo grave. Causada por um furo lento, no impacto, quebrou não só o seu nariz, como os danos bloquearam as suas vias respiratórias, que o impediam de respirar. E também quase por milagre que o finlandês não quebrou o seu pescoço, pois as forças G foram bem fortes naquele impacto que sofreu contra a barreira de pneus na pista australiana.

No final, a história de Hakkinen foi uma excepção, se quiserem. Conhecemos os casos de pilotos que após um choque, não recuperam totalmente aquilo que eram dantes - como muitos falam de Felipe Massa, por exemplo - mas no caso dele, foi ao contrário: tirando nove pódios, todas as vitórias, poles e voltas mais rápidas foram conseguidas após o acidente em Adelaide. 

De uma certa maneira, parece que houve males que vieram por bem. Mas há vinte anos, a sua bela carreira poderia não ter acontecido.

Lotus desbloqueada... mais uma vez

Como se recordam ontem, a Lotus chegou a Interlagos com mais um problema em mãos: a falta de pagamento a certos fornecedores fez com que se colocassem seguranças à volta das suas boxes, impedindo os mecânicos de trabalhar enquanto o assunto não fosse resolvido. Pois bem, não demorou mais de 24 horas: a suspensão foi levantada e a equipa pode trabalhar nos carros neste fim de semana.

É certo e sabido que a Renault vai comprar a equipa de Enstone, e já sinalizou isso quando disse ao tribunal, em setembro, de que irá assumir as dividas da equipa, mas a falta de um anuncio oficial faz enervar algumas pessoas, especialmente por causa das dividas que ficaram por pagar no ano passado, como já aconteceu na Bélgica, Itália e Japão, situações que foram prontamente resolvidos, não impedindo a equipa de correr até ao momento.

Resta saber que surpresas irão aparecer em Abu Dhabi...

Noticias: Febre a acidente atrasam a ida de Hamilton ao Brasil

Os rumores já corriam desde ontem à noite, mas demorou 24 horas para que Lewis Hamilton reagisse num comunicado oficial a razão pelo qual se atrasou na sua viagem para o Brasil: um acidente de trânsito no Mónaco o obrigou a repousar por 24 horas, antes de entrar no avião que o leva para São Paulo, esta noite.

"Não tenho andado bem desde que desenvolvi uma febre por estes dias, para além de ter tido um pequeno acidente de trânsito na noite de ontem", diz Hamilton no seu comunicado oficial, colocado no Instagram. "Ninguém ficou ferido, e isso é o mais importante, mas o carro ficou ligeiramente danificado depois de uma colisão com um carro estacionado", continuou.

"Falei com a minha equipa e o meu médico, decidimos que o melhor para todos nós seria que eu repousasse em casa e viajasse um dia mais tarde. Já me sinto melhor e neste momento estou a embarcar para o Brasil. Estou ansioso por este fim de semana, até lá!" despediu-se o tricampeão do mundo da Mercedes.

O britânico de 30 anos, que já se coroou campeão do mundo em 2015, já tinha dito, a antecipar o GP do Brasil deste fim de semana, que estava ansioso de vencer no lugar onde nasceu e cresceu o seu ídolo Ayrton Senna. E a corrida brasileira é dos poucos sitios onde ele ainda não ganhou na sua carreira.

quarta-feira, 11 de novembro de 2015

Mais problemas para a Lotus

A Lotus (que ainda não foi comprada pela Renault) anda ainda com problemas para pagar as contas. De acordo com o que conta esta tarde o Flávio Gomes no seu sitio, anda a viver a mesma situação de Suzuka: seguranças foram colocados na entrada das boxes da marca, com ordens expressas para não deixar entrar ninguém. E a mesma coisa nos escritórios da marca.

A razão é simples: os credores continuam a colocar ações na justiça, apesar da Renault já ter afirmado que irá ficar com a equipa no final do ano e já ter desbloqueado alguns dos problemas mais prementes da marca de Enstone. É já mais ou menos seguro que a marca continuará em 2016, não se sabe como Renault ou Lotus, e os seus pilotos, Pastor Maldonado e Jolyon Palmer, terão juntos cerca de 75 milhões de dólares para injetar na equipa, para além do dinheiro que conseguirão da própria Formula 1, graças ao seu lugar no Mundial de Construtores.

Provavelmente isto pode ter a ver com dívidas a curto prazo, do qual esses credores terão pressa em receber, e provavelmente será algo que estará resolvido amanhã ou depois, como aconteceu das outras vezes. Veremos.

As intenções de Tavo Hellmund

No dia em que surgiram noticias sobre o futuro do GP dos Estados Unidos, que foi colocado em dúvida após o anuncio de cortes nos subsídios provenientes do estado do Texas, Tavo Hellmund, o homem que idealizou e construiu o Circuito das Americas, afirmou a um jornal local que pretende adquirir a Manor no sentido de o levar para o meio da tabela, agora que irá ter motores Mercedes na temporada de 2016.

Numa entrevista ao Austin American-Statesman, Hellmund afirmou que depois de ter conseguido trazer de volta as corridas à Cidade do México, é altura de partir para outros projetos, nomeadamente a ideia de adquirir a Manor, que pertence a Stephen Fitzpatrick e que viu recentemente os seus dirigentes, nomeadamente John Booth, demitirem-se durante o fim de semana do GP mexicano, alegando divergências com os seus proprietários.

"Competir com as construtoras nunca será o nosso objectivo", começa por admitir Hellmund. "Nós nunca iremos gastar 400 milhões de dólares por ano como fazem Mercedes, Red Bull, Ferrari e McLaren. Mas nós pensamos que você pode fazer bem as coisas e nunca estar no vermelho. Eu acho que você pode lutar pelo quinto lugar [no campeonato de Construtores]."

Segundo Hellmund, o quinto lugar no Campeonato de Construtores valeria cerca de 65 milhões de dólares, que cobriria metade de um orçamento proposto de 120 milhões. Contudo, a chave para terminar nesse lugar seria sempre um bom conjunto chassis-motor.

"A Manor vai ter motores Mercedes no próximo ano, o que é um passo em frente em vez de ter um motor Ferrari com ano e meio", afirmou.

Hellmund afirma que para fechar o negócio, precisa de fazê-lo em 60 dias, pois caso contrário, ele e os seus parceiros poderiam perder interesse. "Acho que se chegarmos ao final de janeiro ou fevereiro [e não termos negócio feito], pode ser tarde demais, pois provavelmente eu e os meus parceiros perderiamos o interesse", concluiu. 

Quanto a pilotos, Hellmund elogiou Alexander Rossi, mas gostaria de ver... Dale Earnhardt Jr por ali, para despertar o interesse de um público totalmente diferente na categoria máxima do automobilismo. Contudo, é algo que ninguém ainda leva a sério.

terça-feira, 10 de novembro de 2015

A imagem do dia

Alexander Wurz é de uma rara estirpe. Não tanto em termos de pilotagem - uma carreira modesta na Formula 1, com três pódios e uma volta mais rápida em 69 Grandes Prémios - mas em termos de carácter. Aos 41 anos de idade, este versátil piloto, com duas vitórias nas 24 Horas de Le Mans, anunciou esta terça-feira que se retirará da competição no final desta temporada. Atualmente, é um dos pilotos oficiais da Toyota no Mundial de Endurance.

E quando falo da "rara estirpe", não falo só na sua versatilidade - Formula 1 e Endurance - mas também nas coisas que fez nos bastidores. É o atual presidente da GPDA (a Assicoação de Pilotos), está no Instituto FIA de Segurança Rodoviária e ajudou Hermann Tilke a desenhar o circuito de Austin. Talvez seja por isso que esse é dos poucos que se aproveitam, e talvez seja esse o truque...

A única coisa do qual Wurz dava nas vistas era a sua altura. Ele é muito alto - 1.92 metros - e começou a sua carreira... nas bicicletas, ao ser campeão do mundo de BMX aos 12 anos, em 1986. E ainda não larogu essas origens, com uma equipa de "mountain bike" e no inicio da década passada, ter feito uma bicicleta com o seu nome.

Mas há outra coisa do qual ainda diz que faz parte dessa rara estirpe: é aquela que sabe quando deve sair, e dos que vêm o automobilismo para além de estar atrás de um volante e guiar. Nem toda a gente sai quando deve sair, umas vezes é pelo vicio da adrenalina, outras é por teimosia, quando se vê que já não tem mais o ritmo que o fez famoso. E também sabe que o automobilismo não acaba na pista ou na parte técnica, daí estar envolvido no aspecto da segurança rodoviária. E isso, hoje em dia, também ajuda.

No final, poderemos dizer que vamos ter saudades da versatilidade deste piloto. E claro, que seja feliz na sua nova vida.

Formula E: Jarno Trulli procura comprador para a sua equipa

A falta de comparência da Trulli GP nas duas primeiras corridas da Formula E desta temporada fez disparar os alarmes sobre a sua viabilidade. Para além disso, a substituição do mexicano Salvador Duran pelo proprietário, Jarno Trulli, fez com que se pense que a equipa esteja a desfazer-se. E hoje, Alejandro Agag falou que está a ajudar a equipa para transferir a sua propriedade.

Estamos a trabalhar com Jarno Trulli. Temos claramente uma posição em comum e concordamos em fazer algo. Uma opção é substituí-los por alguém”, revelou em declarações captadas pela Motorsport.com. Contudo, Agag recorda que, “temos que encontrar o melhor substituto possível se decidirmos dessa forma.

Dois possíveis candidatos são uma candidatura conjunta da Drayson e a Brabham, e a candidatura de uma marca de automóveis como a Jaguar. Nada se sabe se ou quando é que esse negócio acontecerá.


segunda-feira, 9 de novembro de 2015

Youtube Electric Racing: A corrida de Putrajaya na integra

A corrida de Putrajaya, segunda prova do campeonato de Formula E, foi entretida e com momentos enervantes, com incerteza no final. Vencida por Lucas di Grassi, não se sabia quem iriam ficar atrás dele até à última curva, pois houve muitas trocas de posição, graças aos problemas elétricos que tiveram ao longo da corrida, para além dos toques no muro. Robin Frijns, por exemplo, conseguiu o terceiro lugar "in extremis", pois o carro continuou a andar, mesmo após um toque no muro entortou o eixo traseiro do seu carro.

Eis a corrida na integra, caso não tenha conseguido ver na altura. Não reclamem muito da visão quase de "catarata", pois é o melhor que se pode arranjar no Youtube...

O final da Moto GP em Cartoons


Se acham que isto escaparia da pena dos cartoonistas, esqueçam. Eles adoram situações como estas. E aqui vos coloco os cartoons de Marc Ostermann e de "Riko" sobre a decisão da Moto GP a favor de Jorge Lorenzo contra Valentino Rossi.

domingo, 8 de novembro de 2015

A imagem do dia (II)

Aquilo que aconteceu esta tarde em Valência era o esperado. Não adianta falara muito ou opinar muito sobre o que aconteceu, mas Jorge Lorenzo teve o que queria. E se ele se queixa que não o respeitaram quando o vaiaram no pódio (um pódio todo espanhol, diga-se), deveria era engolir e pensar no velho adágio que quem semeia ventos, colhe tempestades.

Alguém me dizia hoje que "há os campeões do mundo e há os que vencem campeonatos". O que vi hoje foi o seguinte: Valentino Rossi fez o seu melhor e no final foi aplaudido por todos como o "campeão moral" do qual os "rossistas" se agarrarão a isto e o defenderão para o resto da eternidade, enquanto que Marc Marquez andou atrás de Jorge Lorenzo e não o atacou. No final, Lorenzo queixou-se à imprensa, dizendo "Faltou respeito". Ele deveria saber que a resposta dos rossistas a essa frase vai ser um "tem o que merece". E claro, eles nunca mais o vão perdoar, essencialmente quando Rossi chamou a Marquez de "guarda-costas de Lorenzo"... 

Tudo muito bem, todos tiveram as suas táticas e terão as suas consequências. Frank Underwood teria adorado ver esta corrida, digo eu. É para os rossistas, é provável que o Inferno (não de Dante) terá um bom lugar para estes dois pilotos espanhóis, e das reputações no capitulo da infâmia dificilmente se apagarão. E do lado dos espanhóis, claro, vão dizer que este campeonato foi vencido com justiça e ele teve de pagar por uma falta que cometeu. E também dirão que o seu tempo passou.

Acho que já todos entenderam que isto não vai acabar por aqui. Hoje acabou um episódio que vai ser falado durante anos e anos, como hoje em dia falamos sobre as duas corridas de Suzuka, em 1989 e 1990, entre Ayrton Senna e Alain Prost. Muitos falarão que foi uma conspiração da Dorna e da FIM para darem um título a um espanhol, "correndo" com Valentino Rossi por ele já ser "velho", mas francamente, nem quero acreditar nisso. Se quisessem correr com o italiano, bastaria o suspenderem e veria a corrida em casa, "pronto".

Mas também digo o seguinte: a Yamaha de 2016 é a McLaren de 1989, com dois pilotos que não falam um com o outro. Um ambiente de cortar a faca, e provavelmente com mais chances de incidentes, e um duelo fratricida onde os limites serão testados. Restará saber se todos terão a cabeça no lugar, não é? Contudo, fizeram uma coisa: suscitaram o meu interesse, eu que nem ligo muito ao motociclismo... nada como uma polémica.

A imagem do dia

Só um milagre é que faria com que Miguel Oliveira fosse campeão da Moto3 em Valencia. Era um campeonato que não dependia dele, pois apenas um ponto é faltava para confirmar o título para Danny Kent. E de uma certa maneira, aconteceu tudo o que se esperava, apesar do piloto de Almada ter feito a sua parte, vencendo pela sexta vez nesta temporada, no sexto pódio consecutivo e nono em toda a temporada.

Isto só demonstra que nestas coisas, não é só a vencer que se ganham campeonatos, é saber gerir a vantagem quando as coisas começam a desfavorecê-lo. E bem vistas as coisas, faltou a Miguel Oliveira ter tido sorte numa corrida deste longo campeonato. Se quiserem, poderão dizer que foi na Alemanha que perdeu o campeonato, quando partiu o osso de um dos dedos da mão direita, que o forçou a ausentar-se em Sachsenring. E nessa corrida, Kent conseguiu 25 pontos, resultantes da vitória. 

Mas também teve uma série de três corridas onde teve resultados mais modestos, e não pontuou na etapa de abertura, no Qatar. Talvez ali tivesse uma chance real de triunfo, mas temos de ver que o piloto de Almada recuperou de uma desvantagem que chegou a ser de 80 pontos para acabar com seis sobre o piloto britânico.

E claro, mérito a Danny Kent, que venceu em três das primeiras quatro corridas do ano, que abriu uma vantagem que até à tal corrida alemã, parecia a toda a gente que seria o campeão, só não se sabia onde. Apenas o mérito de Miguel Oliveira e os engenheiros e os mecânicos da KTM e da Ajo é que fizeram com que isto se arrastasse até à última prova, em Valência, deixando no ar a incerteza e a possibilidade de um milagre, pois depois da última vitória do britânico, em Donington Park, não subiu mais ao pódio, nem conseguiu mais do que dois sextos lugares. E hoje, foi apenas nono, a pior classificação do ano, tirando as quedas que sofreu.

Mas mesmo assim, não se pode retirar mérito. Ele foi o campeão, há que celebrá-lo. Mas o português de Almada pode ser considerado como um "campeão moral", pois não se deu por vencido e fez de tudo para que as pessoas acreditassem nele. E nesse campo conseguiu.

Agora, ele irá para a Moto2. Nova moto, novos desafios e novo companheiro de equipa, que será... Danny Kent. 

CNR 2015 - Rali do Algarve (Final)

Ricardo Moura ganhou, José Pedro Fontes foi o campeão. Foi assim que acabou esta tarde o Rali do Algarve, a última corrida do campeonato nacional de Ralis de 2015. E tudo isto depois do líder da prova, Carlos Vieira, ter sofrido um acidente e acabar por abandonar a competição.

Depois do piloto de Braga ter ganho três das quatro classificativas no primeiro dia, Vieira tinha uma vantagem de quatro segundos para gerir dos ataques de Ricardo Moura, que por sua vez tinha um José Pedro Fontes recuperado dos problemas de travões que o afligiram no primeiro dia e que o fez cair para o quarto lugar da classificação geral.

Contudo, logo na quinta especial, a primeira do dia, no Ameixial, Carlos Vieira tocou com o carro numa pedra, danificando a porta do lado do navegador, acabando por perder mais de um minuto. Ricardo Moura foi o grande beneficiado, não só vencendo a classificativa, mas também passando para o comando do rali, com uma vantagem de 49 segundos sobre Pedro Meireles. 

A partir dali, Moura partiu para o ataque, voltando a vencer na sexta especial, a primeira passagem por Salir, Moura voltou a ganhar, desta vez com um avanço de 3,6 segundos sobre Pedro Meireles, enquanto que José Pedro Fontes era quinto, e mantendo o terceiro posto da geral, a mais de minuto e meio do piloto açoriano. Contudo, na sétima especial, Pedro Meireles atrasou-se, perdendo mais de quarto minutos e assim sendo, o piloto da Citroen subiu ao segundo posto da geral e assegurando o título nacional de ralis, pois Meireles caía para o oitavo posto.

Para final, Ricardo Teodósio venceu a última especial, acabando com chave de ouro a sua estreia num Fiesta R5, subindo ao sexto lugar da geral, a meros dois segundos de Pedro Meireles. 

Mas na frente, tudo na mesma: Moura o vencedor, Fontes o campeão, num campeonato bem disputado, quase até à última. Visivelmente satisfeito com este desfecho, o piloto do DS3 R5 sublinhava a importância “do trabalho feito pela equipa ao longo de toda a temporada e que este fim-de-semana voltou a marcar a diferença. Estão todos de parabéns e estes títulos - Pilotos, Navegadores – são o prémio para um desempenho absolutamente exemplar de todos os envolvidos neste projeto. Deixa-me particularmente satisfeito ter garantido este título, mas também o facto de ser o primeiro da Marca DS. Para nós cada rali foi um desafio. Cada troço, cada quilómetro que cumprimos este ano foi uma etapa ganha, foi o objetivo alcançado.

Num rali complicado em que tudo estava por decidir, estivemos sob alguma pressão, mas as coisas acabaram por resultar da melhor maneira. Uma vez mais deixámos bem patente aquilo que nos motivou ao montar este projeto, com um carro totalmente novo e com tudo para aprender. O DS 3 R5 é, se dúvida alguma, um carro ganhador e inquestionavelmente competitivo em qualquer tipo de piso. Este é um ponto fundamental e em que acreditámos desde a primeira hora. Este resultado prova a excelente aposta feita. O esforço de todos teve como resultado os títulos que hoje assegurámos”, concluiu.