domingo, 8 de novembro de 2015

A imagem do dia (II)

Aquilo que aconteceu esta tarde em Valência era o esperado. Não adianta falara muito ou opinar muito sobre o que aconteceu, mas Jorge Lorenzo teve o que queria. E se ele se queixa que não o respeitaram quando o vaiaram no pódio (um pódio todo espanhol, diga-se), deveria era engolir e pensar no velho adágio que quem semeia ventos, colhe tempestades.

Alguém me dizia hoje que "há os campeões do mundo e há os que vencem campeonatos". O que vi hoje foi o seguinte: Valentino Rossi fez o seu melhor e no final foi aplaudido por todos como o "campeão moral" do qual os "rossistas" se agarrarão a isto e o defenderão para o resto da eternidade, enquanto que Marc Marquez andou atrás de Jorge Lorenzo e não o atacou. No final, Lorenzo queixou-se à imprensa, dizendo "Faltou respeito". Ele deveria saber que a resposta dos rossistas a essa frase vai ser um "tem o que merece". E claro, eles nunca mais o vão perdoar, essencialmente quando Rossi chamou a Marquez de "guarda-costas de Lorenzo"... 

Tudo muito bem, todos tiveram as suas táticas e terão as suas consequências. Frank Underwood teria adorado ver esta corrida, digo eu. É para os rossistas, é provável que o Inferno (não de Dante) terá um bom lugar para estes dois pilotos espanhóis, e das reputações no capitulo da infâmia dificilmente se apagarão. E do lado dos espanhóis, claro, vão dizer que este campeonato foi vencido com justiça e ele teve de pagar por uma falta que cometeu. E também dirão que o seu tempo passou.

Acho que já todos entenderam que isto não vai acabar por aqui. Hoje acabou um episódio que vai ser falado durante anos e anos, como hoje em dia falamos sobre as duas corridas de Suzuka, em 1989 e 1990, entre Ayrton Senna e Alain Prost. Muitos falarão que foi uma conspiração da Dorna e da FIM para darem um título a um espanhol, "correndo" com Valentino Rossi por ele já ser "velho", mas francamente, nem quero acreditar nisso. Se quisessem correr com o italiano, bastaria o suspenderem e veria a corrida em casa, "pronto".

Mas também digo o seguinte: a Yamaha de 2016 é a McLaren de 1989, com dois pilotos que não falam um com o outro. Um ambiente de cortar a faca, e provavelmente com mais chances de incidentes, e um duelo fratricida onde os limites serão testados. Restará saber se todos terão a cabeça no lugar, não é? Contudo, fizeram uma coisa: suscitaram o meu interesse, eu que nem ligo muito ao motociclismo... nada como uma polémica.

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