sábado, 8 de dezembro de 2018

Hartley gostaria de contar a sua versão da história

Despedido da Toro Rosso, depois de uma temporada onde conseguiu apenas quatro pontos, Brendon Hartley chegou à Nova Zelândia para contar a sua versão da história. Numa entrevista à rádio local Newstalk ZB, o piloto de 29 anos disse que teve sempre o seu lugar em perigo, apesar de ter sido contratado no final de 2017 e ter um palmarés rico na Endurance. E adoraria um dia contar a sua versão da história.

Desde muito cedo que existiram rumores, o que foi uma grande surpresa para mim, dado que pensava ter assinado um contrato de longa duração. Cheguei depois de ter vencido o Campeonato do Mundo de Endurance e as 24 Horas de Le Mans e, apenas após duas ou três corridas, havia rumores com questões sobre o meu futuro imediato. Estou satisfeito com a forma como lidei com a situação. Penso que dadas as circunstâncias outras pessoas teriam quebrado emocionalmente e eu, na verdade, fiquei mais forte”, começou por afirmar.

O antigo piloto da Toro Rosso deixa no ar que a sua saída da equipa de Faenza não foi muito clara, mas admite que um dia mais tarde, contar a sua versão dos acontecimentos, mesmo que seja complicado contar tudo. “Gostaria de contar a história um dia [de como perdeu o seu lugar na Toro Rosso]. Provavelmente nem tudo pode ser divulgado para que tudo seja completamente honesto”, comentou.

Na entrevista, Hartley comentou também que a atmosfera politica da Formula 1 o deixou incomodado, especialmente quando soube que era alvo de constante escrutinio desde as suas corridas no final de 2017, quando entrou no lugar do russo Daniil Kvyat. Que curiosamente... está de volta em 2019.

A política não me agrada, custou-me um pouco a habituar-me a atenção dos media. Estava, definitivamente, preparado para a Fórmula 1, depois de ter estado envolvido nos LMP1 da Porsche, mas a pressão aumentou mais do que esperava, no que diz respeito a estar sob escrutínio permanente, mas fui ficando mais confortável ao longo da temporada”, reconheceu.

No final, afirmou que apesar desta experiência não lhe ter corrido bem, gostaria de regressar à categoria máxima do automobilismo. “Tenho uma Superlicença, tenho experiência de Fórmula 1, não me desgracei, diria sem problema nenhum que a porta não está fechada. Como todos podem ver, tudo pode mudar rapidamente. Potencialmente, a porta pode estar aberta”, concluiu.

Youtube Formula 1 Party: Kimi Raikkonen nos prémios da FIA

Os prémios da FIA aconteceram esta sexta-feira em São Petersburgo, e enquanto os vencedores receberam os seus troféus, a começar por Lewis Hamilton, que colocou umas calças... verdes para receber o seu troféu de campeão. 

Quanto a Sebastian Vettel e Kimi Raikkonen, segundo e terceiro classificados, subiram ao palco para receber os seus troféu de consolação, e o finlandês estava... muito finlandês. Muito alegre, com... vocês sabem. Praticamente ofuscou o facto de Sebastian Vettel ter deixado crescer um bigode, como Nigel Mansell...

sexta-feira, 7 de dezembro de 2018

WRC: Ogier acha que o futuro é elétrico

Sebastien Ogier afirma que o futuro do Mundial passará pelos carros elétricos. Numa entrevista divulgada hoje pelo jornal francês Le Figaro, o piloto de 35 anos falou sobre a possibilidade do WRC passar a ser elétrico, como vai ser o WRX em 2020.

Não será fácil de configurar, mas existem soluções e é a melhor maneira de atrair novos construtores, assim como satisfazer as necessidades da nossa sociedade actual”, começou por dizer o campeão do mundo de 2018 e que vai voltar à Citroen.

Ogier também falou sobre o formato dos ralis. Para ele, eles poderão ser mais curtos, passando de três para dois dias, mas mais intensos. “Os ralis devem evoluir. Será necessário tornar mais compacto o formato das provas. Três dias é demasiado tempo para manter com êxito a atenção das pessoas. Preferia dois dias intensos, com, pelo menos, 330 quilómetros cronometrados, de forma a manter a noção de resistência”, concluiu.


Rumor do dia: Loeb de volta ao WRC com a Ford?

Sebastien Loeb está numa situação embaraçosa. Aos 44 anos, o piloto francês tem o futuro um pouco incerto, pois no WRX, o campeonato do mundo de "rallycross", a Peugeot decidiu abandonar a competição, e o francês tem dificuldades em arranjar orçamento para manter a operação à tona. Em termos de campeonato, a única coisa que tem garantida é a sua participação no Dakar de 2019, a bordo de um Peugeot preparado privadamente.

Contudo, por estes dias tem circulado rumores sobre algo impensável: o piloto alsaciano, que tem nove títulos mundiais pelo Mundial de ralis, sempre pela Citroen, poderá fazer o Mundial do ano que vêm... por outra equipa! Fala-se de Hyundai ou Ford, especialmente esta última, que necessita de um piloto que chame a atenção. Pelo menos a M-Sport, que sempre teve de arranjar dinheiro para completar o orçamento.

E é isso do qual Malcom Wilson está concentrado neste momento. Só depois é que pensa em pilotos. "Conseguir o orçamento para nos mantermos no WRC é a nossa primeira prioridade e é nisso que estamos a trabalhar no momento", disse Wilson à Motorsport News. 

Mas ele não esconde que admira Loeb e gostaria de trabalhar com ele. "Trabalhamos com um e correu bem, por isso temos de dar um passo e tentar o outro! "Está na hora de lhe fazer uma chamada e ver se quer acabar o acordo que tentamos há uns anos. Seria fantástico vê-lo com um dos nossos carros, mas primeiro temos de tratar do orçamento.", falou, revelando sobre o acordo que tinha feito com ele em 2006, quando a Citroen decidiu fazer uma pausa e Wilson o tentou contratar, sem sucesso.

Houve também a chance da Hyundai o contratar, mas a marca coreana desmentiu hoje essa possibilidade, afirmando que já têm o alinhamento cheio. E é verdade: tanto que se fala da chance de Hayden Paddon ir para outra marca por não ter muitos ralis em 2019 - Dani Sordo tem confirmado desde há uns dias que tem um programa de dez provas, por exemplo.

Assim sendo, a ideia de Loeb voltar ao WRC para um programa parcial parece ser um hipótese bem interessante.

quinta-feira, 6 de dezembro de 2018

A imagem do dia

Curiosamente, no dia em que publico o video da entrevista de Nico Rosberg a Mate Rimac, o seu pai, Keke Rosberg, completa 70 anos de idade. Um número bem redondo, sem qualquer tipo de dúvida.

E para recordar este dia, recupero uma foto deste ano, no fim de semana do GP do Mónaco, quando pai e filho foram homenageados pelas suas vitórias no Principado pelas suas vitórias. Keke em 1983, Nico entre 2013 e 2015. E ambos andaram a bordo dos carros nos quais foram campeões: o Williams FW08 de 1982 e o Mercedes W07 Hybrid.

E claro, na foto, ambos estão acompanhados por Chase Carey e Alberto II do Mónaco.

A utilidade do HALO

Quando surgiu a chance de colocarem o HALO nos carros de Formula 1, a discussão foi enorme, e a esmagadora maioria dos fãs foi contra. A ideia surgiu em 2009 quando aconteceu o acidente de Felipe Massa nos treinos para o GP da Hungria, e lembro na altura que apareceu o design do Ubiratan Bizarro Pereira - o Bira - de um dispositivo semelhante ao Halo, e do qual andou a conversar com a FIA, mais concretamente com Charlie Whitting, sobre a hipótese de colocar nos carros. 

As pesquisas foram feitas - vi um video sobre isso em 2013 - mas nada de concreto se avançou até à manhã de 5 de outubro de 2014, quando Jules Bianchi ficou mortalmente ferido durante o GP do Japão, a bordo do seu Marussia, quando o seu carro ficou debaixo de um trator que rebocava o Sauber de Adrian Sutil em zona proibida. A partir desse momento, a ideia de um dispositivo de segurança que protegesse o piloto ficou mais urgente, e a FIA decidiu ir para o HALO em vez de uma janela curva, mais elegante e se calhar tão eficaz como o HALO. Conhecem a tempestade que existiu quando a FIA decidiu pelo primeiro, não vou entrar em mais detalhes.

Contudo, esta semana a discussão sobre o HALO voltou à carga graças a este artigo da Autosport britânica. A FIA publicou um relatório preliminar sobre o incidente que aconteceu na partida dessa corrida, onde o McLaren de Fernando Alonso atingiu o Sauber de Charles Leclerc. Segundo eles, sem a intervenção do HALO, que o despedaçou, era provável que o piloto monegasco tivesse tido o mesmo destino do seu amigo Bianchi. 

E para além disso, a FIA falou também de outro incidente, mais grave, que aconteceu meses antes, em Barcelona, durante uma prova da nova Formula 2. Num incidente semelhante, o japonês Tadasuke Makino levou com um pneu vindo de outro carro no seu monolugar e nada sofreu. De uma certa maneira, a aposta da entidade que gere o automobilismo neste tipo de dispositivo de segurança foi uma aposta ganha, e provavelmente mais rapidamente do que imaginavam. Já agora, a força do impacto do objeto vindo do carro de Fernando Alonso no de Charles Leclerc foi de 58 kilonewtons, muito forte, do qual caso tivesse sido adoptado o aeroscreen, talvez não tivesse portado tão bem...

A recordação do acidente de Spa reavivou-se quando Leclerc referiu esta semana, durante os prémios da Autosport britânica. E ele disse que o seu pensamento nem era se sobreviveria, mas sim, se o carro conseguiria continuar a correr.

"Lembro-me que assim que vi Fernando passar por cima de mim, tentei seguir em frente e correr, esperando que nada tivesse acontecido com o meu carro, mas obviamente não foi o caso porque tinha ficado destruído", começou por afirmar.

"Eu parei, e vi as imagens e são bastante ... impressionante não é a palavra certa. Chocante. Foi um grande acidente. Eu não sei o que teria acontecido sem o HALO, mas acho que tem sido extremamente útil", concluiu.

Esta temporada foi, como todos sabem, a primeira com o HALO. A discussão abrandou, de uma certa forma, mas não morreu. Ainda se ouve as pessoas serem do contra. Uns, nostálgicos do passado (existirão sempre), outros, perscrutando estes incidentes para ter algo do qual possam dizer ser do contra, mostrando o que acham ser a sua ineficácia. O exemplo mais recente foi o acidente do Nico Hulkenberg em Abu Dhabi, quando o seu Renault ficou de pernas para o ar após um toque no Haas de Romain Grosjean. Contudo, a extração foi rápida e o alemão nada sofreu. Os tempos dos depósitos de combustível que rompiam já ficaram 50 anos para trás, mas há quem ainda viva mentalmente em 1973... que se há de dizer? Que a Natureza siga o seu curso?

A discussão sobre o HALO - e também sobre o ruído do motor V6 turbo, para acrescentar - nunca foi sobre se ele é eficaz ou não, se o motor era mais potente ou não, sobre se os recordes de pista caem com ele e com os pneus da Pirelli. O fã não quer saber disso. Quer beleza e espectacularidade, quer algo que os excite. O Halo salvou a vida do Leclerc? Não querem saber, continua a ser feio. O Hamilton bateu o recorde de pista em Spa-Francochamps? Não querem saber, não saí do circuito com os ouvidos a sangrar, antigamente era bom, etc e tal.

É a natureza humana. E a natureza humana por vezes salta fora do bom senso. Daí os engenheiros e dirigentes não oiçam os fãs neste campo.

Youtube Motoring Conversation: Nico Rosberg fala com Mate Rimac

O Nico Rosberg anda a gozar a reforma com uma série de entrevistas no seu canal do Youtube, umas visuais, outras nem tanto. As suas entrevistas são muito visualizadas porque ele é o que é, e esta quinta-feira surgiu a sua entrevista com Mate Rimac, o fundador da empresa com o mesmo nome, que anda a construir hipercarros elétricos.

Rosberg - que também anda entusiasmado com o automobilismo elétrico - chama-o de "Elon Musk europeu" - embora ele só fabrique carros acima de mil cavalos... - fala sobre a sua visão do futuro deste tipo de automóveis. A entrevista têm quase uma hora de duração, mas vale a pena vê-lo, porque para um ex-piloto, é um curioso e até sabe colocar perguntas.

quarta-feira, 5 de dezembro de 2018

WEC: Aprovado o calendário e novos regulamentos para 2021

O Conselho Mundial da FIA aprovou hoje o novo regulamento para o Mundial de Endurance (WEC), que entrará em vigor na temporada 2020/2021. E como seria de esperar, a FIA aprovou o regulamento para o regresso dos "hypercars". Esse tipo de carros têm como conceito “janela de performance", que de acordo com a FIA e o Automobile Club de L'Ouest (ACO), o promotor da competição, pretende criar competição próxima entre os diversos designs.

Estes “hipercarros” passarão a ter apêndices aerodinâmicos à frente e na traseira, e no campo mecânico, serão híbridos, com os motores de combustão interna passarão a ter um limite máximo de potência de 698cv (520Kw). O sistema de recuperação e de libertação de energia no eixo dianteiro terá um máximo de 268cv (200Kw). Os chassis terão uma homologação de cinco anos e terão limites de partes por temporada.

Os regulamentos técnicos completos foram divulgados pela FIA num ficheiro .pdf com 106 páginas de extensão

Em termos de calendário, a grande novidade é o regresso da Endurance ao Brasil, com a realização das Seis Horas de São Paulo, que acontecerá a 1 de fevereiro de 2020. Para além disso, acontecerá também a corrida de oito horas em Sebring, corrido em paralelo com as 12 Horas na mesma pista.

Eis o calendário da próxima temporada:

1 de Setembro de 2019 - 4 Horas de Silverstone (Grã-Bretanha) 
6 de Outubro de 2019 - 6 Horas de Fuji (Japão) 
10 de Novembro de 2019 - 4 Horas de Xangai (China) 
14 de Dezembro de 2019 - 8 Horas do Bahrein 
1 de Fevereiro de 2020 - 6 Horas de São Paulo (Brasil) 
Março de 2020 -1000 Milhas de Sebring (EUA)* 
2 de Maio de 2020 - 6 Horas de Spa-Francorchamps (Bélgica) 
13-14 de junho de 2020 - 24 Horas de Le Mans (França)

* a confirmar.

No Nobres do Grid deste mês...

No próximo dia 15 a Formula E volta à acção em mais uma temporada, a quinta. E esta é importante porque é onde se estreia o novo carro, o Gen2, e onde as corridas foram totalmente redesenhadas em termos de duração. Se antes havia uma paragem para trocar de carro, agora as provas vão levar o bólido até ao fim, em provas de 45 minutos, mais uma volta. E terá mais uma equipa a competir, a HWA, que trata normalmente da Mercedes no DTM alemão.

O carro da Gen2 - oficialmente chamado de Spark SRT05e - não é só radical em termos de design. Para além de levar o Halo, das rodas cobertas e de uma dispositivo traseiro que o faz agarrar à estrada de tal forma que dispensa uma asa traseira, as baterias são da McLaren Applied Technologies, e terão uma capacidade máxima de 250 kW. Para além disso, terão também um "boost"de 25 kW extra que será usado em determinadas partes do circuito, numa espécie de "Mario Kart".

E em termos de pilotos, a crescente popularidade da competição está a atrair pilotos importantes. Felipe Massa vai participar pela Venturi, enquanto Stoffel Vandoorne, sem lugar na McLaren, vai correr pela estreante HWA, ao lado de Gary Paffett, vindo da DTM. Outras estreias são Alexander Sims, que vai para a BMW Andretti, e Pascal Wehrlein, que depois da Formula e 1 de uma nova temporada no DTM em 2018, estará na Formula E ao serviço da indiana Mahindra.

(...)

Mas para além disso, haverá corridas em paralelo. A Jaguar I-Pace Trophy estará presente, uma competição monomarca consistindo de vinte carros elétricos da marca inglesa, mas também estará presente a Roborace. E este é um conceito totalmente novo: a da condução autónoma, sem piloto por trás. A temporada de 2019 está batizada de "Alpha".

Primeiro que tudo, há dois chassis: o da Roborace, projeto de Daniel Simon - que em 2011 desenhou o Hispania HRT F111 - que não terá lugar para o condutor, tornando-se no primeiro automóvel autopropulsionado a competir. Contudo, para além disso, temos o DevBot, basicamente um chassis LMP3 da Ginetta, com controlos que o fazem andar por ele mesmo. Desde meados de 2016 que tem andado em testes em vários circuitos, desde Silverstone até a demonstrações nas várias pistas onde passa a Formula E. Na sua primeira demonstração, em Buenos Aires, no inicio de 2017... ambos os DevBot colidiram um com o outro!

"Os acidentes fazem parte do processo de desenvolvimento, se não tivéssemos acidentes era um sinal que não estávamos a ser rápidos no desenvolvimento. Na pista há menos variáveis, o que nos permite focar-nos em algoritmos relacionados com a corrida, como o estilo de condução. Queremos criar um ambiente onde seja mais fácil evoluir a tecnologia e as pistas são fechadas, o que significa que carro pode bater sem magoar ninguém", declarou Di Grassi em Lisboa, quando participou na web Summit. (...)

Dentro de semana e meia começa a Formula E, com um novo carro e mais uma equipa na competição, a HWA, apoiada pela Mercedes. As corridas serão diferentes, pois deixarão de trocar de carro a meio da prova, e as corridas durarão 45 minutos. Para além disso, haverá uma competição paralela, sem condutor, o RoboRace, onde os carros aprenderão a conduzir mais velozmente e eles se aproximarão das performances dos pilotos.

É uma revolução no automobilismo, quer queiramos, quer não. Existe muita gente que torce o nariz e é contra este tipo de coisas, mas não se pode parar o progresso. E ainda por cima, estas novas competições estão a criar novos fãs, e a Formula 1 sente isso como se fosse uma mossa e uma ameaça ao seu futuro.

Eles já desejam adaptar-se aos novos tempos, mas Alejandro Agag, o diretor da competição, já disse à Liberty Media que detêm o exclusivo... até 2039. Tudo isto pode ser lido este mês no Nobres do Grid.

A implosão do carro a gasolina vai ser mais veloz que se imagina

Por estes dias de revolução automóvel, ando a ver frequentemente alguns canais do Youtube que falam sobre a electricidade e como esta revolução poderá alterar o mundo em que vivemos, como a entrada de várias tecnologias no passado alteraram as nossas vidas desde finais do século XIX. Primeiro, o telefone, depois o automóvel - o com motor de combustão interna (MCI) - depois, o rádio, a televisão a preto e branco (e a cores), o computador, a Internet, o telemóvel, etc... até aos dias de hoje.

O automóvel elétrico deverá ser aquilo que foi a televisão a cores em meados dos anos 70, inicio dos anos 80: uma melhoria na qualidade de vida, e como mais é melhor. E claro, calhou na mesma altura em que surgiram as primeiras consolas de jogos - no meu caso em particular, o ZX Spectrum, do Clive Sinclair. Mas se já vemos nas estradas os Tesla, os Renault Zoe e os Nissan Leaf, por estes dias sabemos que os chineses vêm aí em força, os coreanos estão a fazer versões elétricas dos seus carros, e nos Estados Unidos, uma nova marca, a Rivian, apresentou não um, mas dois todo-o-terreno, na linha de um Range Rover, mas pode ser o principio da electricidade num campo dominado por veículos a Diesel vindos das "Big Three" americanas.

Ontem, via o video de um dos canais do qual sou subscritor, o "Now You Know". É americano, com uma dupla pai-filho, já falei sobre eles no passado, quando fizeram uma série de videos sobre o futuro dos carros elétricos e autónomos. De como essa revolução poderá acabar com os parques de estacionamento tal qual como conhecemos, por exemplo, e como poderemos nem ter uma explosão de automóveis nas estradas, porque iremos aprender a partilhar os nossos carros com outros, quando eles estão parados, mediante um certo valor.

Pois bem, no video que vi ontem, eles falam de um artigo escrito por Ross Tessian no site Seeking Alpha, onde ele fala sobre a implosão dos três construtores americanos e de algo que chama de "oil glut" dentro de cinco anos, devido à excessiva oferta de petróleo, que fará descer os preços do barril de ouro negro a níveis muito baixos, mesmo que os países produtores cortem com a produção. Ele fala que em 2025, ou seja, dentro de sete anos, as vendas de automóveis a combustão interna cairão para metade do que são atualmente. E não se fala apenas de carros individuais, fala-se, por exemplo, de transportes públicos. 

Acho que temos a certeza que provavelmente, muita gente comprou ou detêm o seu último carro a combustão interna, e dentro de dois, quatro ou seis anos, quando quiserem trocar de carro, irão para um elétrico. Não só eles estarão mais baratos, em novos, como também os usados, que irão aparecer em força, também serão mais baratos. E ele fala que em 2031, dentro de treze anos, poderão estar a circular 1,2 mil milhões de automóveis elétricos nas ruas um pouco por todo o mundo. As mais recentes previsões apontam isso para... 2051, ou seja, daqui a 33 anos. O "futuro distante" está a se aproximar a uma velocidade vertiginosa.

Aliás, já se fala em 2019, nos Estados Unidos, que quando as frotas largarem os seus Tesla Model S para compara carros novos, estes estarão à venda por cerca de 30 mil dólares, o equivalente a um Model 3 novo, mesmo com o nível de equipamento básico, mas com autonomia de 300 quilómetros.

Em paralelo, soube-se recentemente que a circulação atual de três milhões de automóveis elétricos nos Estados Unidos, China e Europa fazem com que não se consumam 250 mil barris de petróleo por dia, e a este ritmo, dentro de cinco anos, isso poderá chegar a um milhão. E no ritmo de produção, haverá tanto crude à disposição que o preço despenhará de novo. E só se cortar na produção é que poderá haver uma constante nos preços, mas as consequências de cortar na produção são fortes. Por exemplo, nos Estados Unidos, onde o "shale oil" vindo de estados como o Oklahoma ou o Nebraska, e produzidos por pequenos produtores, poderão falir porque dependem do preço do crude a determinado preço. E se estiver a 40 dólares, como esteve em 2015, poucos sobrevivem.

Assim sendo, eles falam até de um equivoco: com a troca dos carros a gasolina por elétricos dentro de cinco anos, existirão muitos carros a gasolina baratos para as pessoas comprarem. Mas esses carros precisam de reparações, e os mecanicos de automóveis irão prosperar com esses carros na oficina. Mas isso poderá ser um último "hurra" desses mecânicos, porque como os elétricos terão muito menos manutenção - muito menos peças móveis, não há trocas de óleo, correias de motor, entre outras coisas - boa parte dessas oficinas fecharão quando os carros a gasolina começarem a escassear. E mais: as regulamentações nacionais, que restringirão a circulação desse tipo de carros nos centros das cidades, farão o que estão a fazer aos fumadores hoje em dia. Como não podem fumar dentro de espaços fechados, são obrigados a fumar lá fora, e isso os faz sentirem cada vez mais desconfortáveis. E ninguém gosta de ser o mau da fita...

Em suma, o "futuro distante" é já ao virar da esquina. Aos que dizem que essas coisas só acontecerão depois de morrer, como dizem agora os da geração do meu pai, provavelmente verão essa revolução ainda no seu tempo de vida. É certo que os carros elétricos são agora caros - o preço do Modelo 3 em Portugal será muito alto (60 mil euros, para começar) devido aos impostos, mesmo com o beneficio de 2500 euros na compra de um elétrico novo - mas quando os usados valerem vinte mil e menos que isso, quando a quota for já grande - este ano vai ser de cinco por cento, com previsões do quádruplo em 2021 - aí sim, o elétrico será uma alternativa bem viável e bem credível.

terça-feira, 4 de dezembro de 2018

Formula E: Pippa Mann vai testar com o Dragon

Mais uma piloto foi confirmada nos testes que vão acontecer após o ePrix de Riyadh: a britânica Pippa Mann irá testar o carro da Dragon, ao lado de mais sete mulheres num teste inédito, onde algumas das melhores mulheres-piloto estarão presentes.

"Isto saiu um pouco antes do tempo, mas estou feliz por me juntar à @GEOXDRAGON como uma das pilotos de teste para os testes da @FIAFormulaE Ad Diriyah na Arábia Saudita", disse Mann na sua conta pessoal do Twitter.

Depois, no comunicado oficial da Dragon, prosseguiu:

"Ter essa oportunidade de voltar às minhas raízes e dirigir um carro de rodas descobertas novamente num circuito de rua é algo [do qual] estou ansiosa para correr. Estou muito entusiasmada com o desafio de pilotar um carro de Fórmula E e aplaudo a competição pelo seu pensamento inovador na criação de oportunidades para pilotos do sexo feminino. É [fantástico] ter a chance de se envolver com um campeonato [que] está dando a oportunidade de elevar o talento feminino da maneira certa".

O proprietário e diretor da equipa, Jay Penske, acrescentou: "Estamos ansiosos para trabalhar com Pippa no teste em Riad. Ela tem muita experiência numa ampla gama de disciplinas de automobilismo, e esperamos que ela forneça um valioso feedback sobre o pacote Penske EV-3."

Mann, de 35 anos, tem andado a competir esporadicamente na IndyCar Series e ultimamente tem vindo a criticar a criação da W Series, uma competição exclusivamente faminina, devido ao facto desta ser "segregadora".

Já ouviram falar da BOSS GP?

BOSS GP é a sigla de Big Open Sigle Seaters. Basicamente é uma espécie de Formula Libre, onde se colocam carros de séries como a Formula 1, IndyCar, a antiga CART, GP2, AutoGP, World Series by Renault, entre outros, e correm num ambiente bem descontraído e algumas corridas que acontecem na Europa Central. E eles afirmam que é feito para os amantes do automobilismo e os pilotos são amadores endinheirados, ou "gentleman drivers", se quiserem. E está dividido em duas classes: a Formula Class e a Open Class.

E porque falo da BOSS GP? Bom, eles estiveram em conversações para correrem em Portugal, nomeadamente no Autódromo do Algarve, mas não foram a lado algum. Um porta-voz do campeonato disse ao site português SportMotores.com que as conversações existiram, mas a sua prioridade é correr na Europa Central.

"Em 2019, a BOSS GP tem um fim de semana a menos que na temporada passada, por isso não houve espaço para colocar uma nova pista como o Algarve no nosso calendário", começou por dizer. 

"A segunda razão é que nossas equipas querem corridas próximas da Europa Central. A BOSS GP está definitivamente interessada em correr nos locais de corrida mais desafiadores e modernos da Europa. Então, podemos definitivamente imaginar uma corrida em Portugal um dia", concluiu o mesmo contacto. 

A BOSS não apela só aos saudosistas, mas também é uma maneira de ver carros relativamente antigos - mas não um Classico ou um "Revival". E o ambiente descontraído serve também aos fãs, pois podem não só falar com os pilotos, como também observar e tocar nos carros.

O calendário de 2019 terá cinco provas: começa a 28 de abril, em Hockenheim, no Jim Clark Revival; em Spielberg, no Pirelli Masters; em Monza; em Assen, com o DTM; em Brno, nos G-GAME Racing Days, e acabará em Imola, a 15 de outubro. 

segunda-feira, 3 de dezembro de 2018

WRC: Breen pode ser piloto da Hyundai?

O irlandês Craig Breen poderá ir para a Hyundai na temporada de 2019. Sem espaço para correr na Citroen, que em principio só colocará dois carros na estrada, o piloto irlandês parece não ter muitas chances de participar numa equipa oficial.

Tudo isto tem a ver com as movimentações que existe no mercado de pilotos neste momento. Com a Hyundai a confirmar por estes dias um programa alargado com Dani Sordo no terceiro carro da marca - os outros dos vão para Thierry Neuville e Andreas Mikkelsen - o neozelandês Hayden Paddon ficou com o espaço fechado na marca coreana, logo, terá de arranjar outra maneira de fazer uma temporada decente no WRC. E parece que pretende ir para a M-Sport, onde poderá ter um bom lugar ao lado de Elfyn Evans e provavelmente, Teemu Suninen.

Contudo, alguma imprensa diz que o segundo carro poderá ser dividido entre Mikkelsen e um outro piloto. Com o norueguês a fazer uma temporada abaixo das expectativas da marca, o piloto que poderá ficar com o lugar até poderá ter mais do que quatro provas - as que sobraram de Sordo - para percorrer, logo, não se fique admirado se o norueguês fazer tantos ralis quantos os que o espanhol fará. Logo, isso poderá dar oito provas para um eventual terceiro piloto, no mínimo. E aí é que poderá entrar o irlandês, que aos 28 anos, até já fez temporadas razoáveis ao serviço da marca do "double "chevron", mas nunca teve muitas chances de vitória.

Em suma, ainda poderá haver muitas mudanças no pelotão, a mês e meio do Rali de Monte Carlo de 2019.


domingo, 2 de dezembro de 2018

Noticias: Claire Williams impressionado com Kubica

A contratação de Robert Kubica poderá ter torcido alguns narizes, mas Claire Williams, a diretora da equipa, afirmou que o último ano que estive em convívio como piloto de testes o fez ver o tipo de pessoa o piloto polaco é, daí ter decidido pela sua contratação como piloto titular para a temporada de 2019, ao lado do britânico George Russell

Uma das coisas que mais me impressiona no Robert é o facto de não lhe termos dado o lugar titular este ano, mas, mesmo assim, assumiu o papel de piloto de reserva e acho que isso diz muito sobre a sua personalidade", começou por dizer a filha de Frank Williams. 

"O facto dele ter tido o tempo que teve este ano, a trabalhar com a equipa nos bastidores, deu-lhe uma experiência inestimável para subir no próximo ano. Ele conhece todos na equipa, ele dá-se bem com todos na equipa, ele é dedicado, ele gasta muito tempo na fábrica para ajudar a melhorar o nosso desempenho. Ele está absolutamente pronto", continuou. 

"Nós comprometemo-nos com este processo de avaliação e ele saiu-se muito bem, para nós, sempre foi uma questão de garantirmos os melhores talentos, em vez de quaisquer outros fatores”, disse, em jeito de conclusão.

Youtube Technical Video: as mudanças aerodinâmicas para 2019

Os carros de Formula 1 vão ter mudanças aerodinâmicas para a próxima temporada. São subtis, mas neste video feito por Giorgio Piola, mostra-se onde é que elas vão acontecer. E o objetivo? Aproximar os carros uns dos outros e facilitar as ultrapassagens.

Noticias: Renault quer o pódio nos Construtores em 2019

Com Daniel Ricciardo e Nico Hulkenberg como pilotos, a Renault, que terminou no quarto lugar no campeonato de Construtores, espera alcançar o pódio em 2019, tentando superar Ferrari, Red Bull ou Mercedes pelo caminho. Mas para isso tem de subir ao pódio e alcançar vitórias para chegar a esse objetivo. E ainda falta um bocado até lá chegar, como admitiu Jerome Stoll, numa entrevista de despedida do seu cargo - vai ser substituído por Thierry Koskas no final do ano.

Subestimámos largamente o estado em que a equipa estava. Tinha saído muita gente e muito pouco investimento tinha sido feito. Sabíamos que seria muito difícil, mas acabámos por ter uma situação muito mais difícil que a esperada”, apontou o responsável francês em declarações prestadas à publicação gaulesa Auto Hebdo. 

Stoll atribuiu a Cyril Abiteboul a recuperação da estrutura, pois conseguiu motivar a equipa de Enstone para a recuperação. “Graças ao Cyril Abiteboul, que foi capaz de dar um ímpeto, somos uma equipa com uma identidade especial e isso é algo que me deixa orgulhoso”, continuou.

Contudo, apesar do quarto posto, e de estar sempre em crescimento, estao muito longe dos três primeiros. Para se ter uma ideia, a Renault obteve 122 pontos contra os 419 da Red Bull, e não alcançou qualquer pódio contra as quatro vitórias e doze pódios desta temporada que terminou.  “Em 2016 ficámos em nono, o ano passado em sexto e quarto este ano, o que é um primeiro passo no qual fundamos os alicerces. O próximo passo para a Renault é alcançar o pódio”, apontou Stoll com confiança.