sábado, 16 de dezembro de 2017

A imagem do dia

Há precisamente 35 anos, Colin Chapman estava encurralado. Não porque tinha tido uma temporada modesta, apesar de ter ganho uma corrida na Austria, com uma decisão quase de "photo-finish", onde Elio de Angelis foi o vencedor, contra o Williams de Keke Rosberg; ou então que a partir da temporada de 1983 iria ter motores Renault V6 Turbo. Ou mesmo que naquela manhã tinha começado a tentar uma ideia nova em relação ao piloto não sofrer com os altos na estrada, algo que o iria levar à suspensão ativa. Não, não era a equipa que o tinha encurralado, ou que estava nas suas maiores preocupações.

Era outra coisa. Maior e mais grave.

No final de 1978, Chapman deveria estar a gozar os frutos de mais um título mundial com uma máquina que somente aquela mente teria concebido. Um carro como o Lotus 79, atrtavés do americano Mário Andretti e do sueco Ronnie Peterson tinha-lha dado ambos os títulos de pilotos e Construtores. Mas a morte do sueco, em Monza, e os problemas que tinha na sua fábrica fizeram com que tomasse as decisões que viria a sofrer dali a quatro anos. De uma certa maneira, semeou os ventos das tempestades que iriam aparecer mais adiante.

Chapman necessitava de dinheiro, e algumas pessoas apareceram com a palavra mágica: desbloquear todos os seus problemas. Os seus carros não eram vendidos nos Estados Unidos por causa de apertados regulamentos em relação a emissões poluentes e de ruído, e tinha de fazer algo em relação a isso. Precisava de dinheiro, senão falia. Quase ao mesmo tempo surgiram duas personagens: David Thiemme e John DeLorean. O primeiro tinha especulado no petróleo e ganhou uma imensa fortuna, o segundo queria construir o seu superdesportivo, à revelia da Big Three americana: Ford, Chrysler e General Motors. Ambos prometiam-lhe mundos e fundos, e Chapman ficou encantado com isso. Quase hipnotizado.

Nos quatro anos seguintes: David Thiemme e a sua Essex eram presença assídua nas boxes. Thiemme tinha dinheiro e queria exibir-se, e a Formula 1 era o sitio ideal. Só o lançamento do modelo 81, em 1980, no Royal Albert Hall, custou um milhão de libras, um terço do orçamento de uma Fittipaldi, por exemplo. Contudo, a meio de 1981, ele é preso pelas autoridades suíças, que, não encontrando evidências de fraude e "inside trading", deixam-no solto. Contudo, a sua reputação sai danificada e a Essex acaba por desaparecer em meados de 1981.

Por esta altura, Chapman colabora no projeto DMC-12 da DeLorean. Havia uma fábrica na Irlanda do Norte e o governo de Margaret Thatcher estava a injetar dinheiro para uma região afetada pela pobreza e violência sectária. Enquanto que os operários trabalhavam para montar os seus carros, no The Maze, a prisão mais sinistra da Grã-Bretanha, ativistas do IRA decidiram efetuar uma greve de fome até à morte. 

Só que Chapman tinha outro defeito: não queria pagar ao estado os seus impostos. Houve uma altura em que os impostos aos ricos eram opressivamente altos, chegando a quase 90 por cento. E ele, em conjunto com seu contabilista, Fred Bushell, tinha arranjado uma conta no paraíso fiscal do Panamá (como vêem, isso não é um problema recente...) onde por exemplo, os salários dos pilotos eram pagos. E eram desde os tempos de Graham Hill e Jim Clark, por exemplo. E os dinheiros que DeLorean pagava a Chapman para redesenhar o DMC-12 (que ficou parecido com um Esprit) iam para essa conta no Panamá. 

Só que boa parte desse dinheiro vinha dos cofres de Sua Majestade. E quando em outubro de 1982, a DeLorean entrava em falência, depois do FBI ter prendido o seu presidente quando estava numa operação de tráfico de cocaína, filmada e organizada... pelo FBI. Os ingleses tinham investido 40 milhões de libras e viram de 10 milhões tinham ido para a Lotus, no qual prederam o seu rastro. E eles, nessa altura, estavam com um atraso na apresentação das contas. Chapman sentia o longo braço da lei a tocá-lo, a ele e a Bushell, e já tinha sido chamado a depor. 

No final desse dia 16 de dezembro de 1982, Chapman sentia que estava encurralado. Adormeceu e não mais acordou. Um ataque cardíaco fatal, por volta das 4 da manhã, acabou com a sua existência, aos 54 anos de idade. A teia no qual ele estava enredado foi forte demais para o seu coração.

A Lotus Cars ainda existe, agora controlada por chineses. A Team Lotus, que tinha as operações da Formula 1, acabou em 1994, apesar de uma reavivação no inicio desta década. Fred Bushell acabou por ser julgado, quase dez anos depois, e foi condenado a três anos de prisão. Na sentença, o juíz disse que se Chapman estivesse ali sentado no banco dos réus, teria levado "pelo menos dez anos de prisão".

Contudo, apesar de tudo isto, Chapman é uma personagem do qual Hollywood lhe deve um filme. Eventualmente, espero que um dia tal coisa aconteça.

sexta-feira, 15 de dezembro de 2017

Youtube Motorsport Documentary: "Crash and Burn"


Ando a ver muitos filmes esta semana, confesso. Contudo, este é um documentário que gostaria de ter visto há mais tempo... mas calhou só agora. E a história é incrível, se começarmos a pensar nela. O irlandês Tommy Byrne tinha tudo para vencer. Tinha velocidade e audácia, e em menos de quatro anos, chegou à Formula 1, correndo meia dúzia de provas pela Theodore, em 1982. 

Contudo, Byrne, que poderia ter sido como Ayrton Senna, por exemplo, mas acabou por não dar. O seu comportamento fora do vulgar fê-lo perder a chance de ir mais longe, acabando nos Estados Unidos, onde agora é instrutor de condução no circuito de Mid-Ohio. A BBC e a RTE irlandesa decidiram juntar-se para fazer um documentário sobre ele e a sua carreira, e coloco aqui para vocês possam ver, no fim de semana que aí vêm.

Noticias: Williams vai adiar o nome do piloto... para janeiro

Esperava-se que esta sexta-feira pudessem anunciar quem seria o companheiro de Lance Stroll para a temporada de 2018, mas a equipa de Grove decidiu esta tarde que iria anunciar... que vai adiar o anuncio para janeiro. Segundo conta Andrew Benson, da BBC, tudo indica que o lugar poderá ser do russo Serguei Sirotkin, que tem um apoio a rondar os 15 milhões de euros, dobrando o dinheiro que Robert Kubica tinha conseguido arranjar para a Williams.

Segundo conta também a BBC, Kubica foi de facto veloz do que Sirotkin ao longo dos dois dias de testes em Abu Dhabi, mas apenas foi marginalmente mais rápido do que Lance Stroll. Ora, como o piloto canadiano foi mais vezes mais lento do que Felipe Massa - que pendurou recentemente o seu capacete - criou dúvidas dentro da equipa Williams sobre se poderia contratar o polaco de 33 anos. E para além disso, Massa foi um segundo mais veloz do que Stroll durante o fim de semana de Yas Marina, o que fez com que a equipa de Grove voltasse a pensar nele para... ficar na equipa por mais uma temporada.

Assim sendo, apesar do andamento de Kubica, e do dinheiro que poderia trazer, não tiveram certezas sobre se ele conseguiria fazer a diferença num carro de Formula 1, apesar de saberem que ele, com o tempo, poderia ser mais veloz do que foi nos testes de final de temporada. 

Quanto às outras chances - Pascal Wehrlein e Daniil Kvyat - o primeiro, apesar de ser veloz, não é suficientemente experiente, e o outro russo, está ainda a recuperar da experiência traumática que foi correr na Toro Rosso, depois de ser despromovido da Red Bull, a favor de Max Verstappen, em 2016. Logo, não há muitas mais alternativas senão a de Sirotkin, apesar de obstáculos como a experiência - muito pouca - e a do patrocinador, que colocou um limite mínimo de 25 anos para pelo menos, um piloto. Mas aparentemente, isso não é impeditivo.

Contudo, a Williams tem consciência de que contratar Sirotkin vai fazer com que a equipa ande a contratar de acordo com o bolso e não com a performance, algo que anda a negar desde há algum tempo. Aparentemente sem grandes sucessos... veremos no que vai dar. Mas tudo indica que teremos mais um russo na Formula 1 em 2018.

Racing Weekend: Saiu o calendário de 2018

A FPAK (Federação Portuguesa de Automobilismo e Karting) divulgou esta sexta-feira o seu calendário nacional de velocidade, denominado de Racing Weekend. Com várias provas no calendário, incluindo o TCR Portugal, vai ter seis provas no calendário, a começar no Estoril e a terminar em Portimão, com passagens por Braga e Vila Real, incluindo no fim de semana do novo WTCR.

A primeira prova do calendário acontece no fim de semana de 13 a 15 de abril, no Estoril, prosseguindo com a primeira passagem por Braga, no fim de semana de 26 e 27 de maio. Depois, será a vez de Vila Real receber as máquinas no fim de semana de 23 e 24 de junho, para depois voltarem ao Minho, a 15 e 16 de setembro. No final, dois fins de semana seguidos em Portimão para fechar o campeonato.

Eis o calendário completo:


13-15 abril - Estoril
26-27 maio - Braga
23-24 junho - Vila Real
15-16 setembro - Braga 2
20-21 outubro - Clássicos Portimão
26-28 outubro - Portimão 2

CNR: Saiu o calendário para 2018

Saiu esta tarde o calendário de ralis para 2018. O campeonato nacional de ralis vai ter nove provas e as grandes novidades são a inclusão do Rali de Amarante e a mudança dos ralis de Castelo Branco e Mortágua, porque o calendário terá duas grandes divisões entre os ralis de terra e de asfalto. E o Rali do Algarve será em asfalto, deixando de ser em terra. O rali Casinos de Espinho sai do calendário.

O Nacional vai começar entre os dias 18 de 19 de fevereiro no Serras de Fafe, e é o primeiro dos ralis de terra, que vai prosseguir nas etapas seguintes: Açores (22 a 24 de março e prova de abertura do Europeu de ralis), Mortágua (27 e 28 de abril) e o Rali de Portugal (17 a 20 de maio, a contar para o WRC).

Após isto, os ralis acabam por ser em asfalto, começando em junho, com o Rali do Vidreiro, prosseguindo com o Castelo Branco (30 de junho e 1 de julho), Madeira, Amarante e Algarve, que vai encerrar o campeonato, a 17 e 18 de outubro, este ano em asfalto.

Eis o calendário completo:

17-18 de fevereiro - Serras de Fafe (terra)
22-24 de março - Rali dos Açores* (terra)
27-28 abril - Rali de Mortágua (terra)
17-20 maio - Rali de Portugal (terra)
8-9 junho - Rali Vidreiro (asfalto)
30 junho-1 julho - Rali Castelo Branco (asfalto)
2-4 agosto - Rali Madeira (asfalto)
22-23 setembro - Rali Amarante (asfalto)
17-18 outubro - Rali Casinos do Algarve (asfalto)

* a confirmar

quinta-feira, 14 de dezembro de 2017

Youtube Rally Testing: O teste de Sebastien Ogier para Monte Carlo

E depois de vermos testes por parte de quase todos os pilotos das equipas de marca, faltava ver Sebastien Ogier em ação no seu Fiesta WRC. O campeão do mundo foi testar o seu carro para a primeira prova da próxima temporada nas estradas que ladeiam os Alpes franceses, depois de Elfyn Evans ter feito a sua parte no dia anterior.

Eis as imagens desse teste. 

quarta-feira, 13 de dezembro de 2017

Youtube Motosport Demonstration: Roborace, ano dois

As máquinas da Roborace continuam a ser desenvolvidas, à medida que se aproxima da sua primeira corrida. E ontem, eles colocaram um video sobre um duelo entre homem e máquina. Neste caso... entre mulher e máquina. Nikki Shields é jornalista e entusiasta da Formula E e foi desafiada a fazer algumas voltas a bordo do DevBot, para ver se é mais veloz do que o "software" que vai ser instalado no carro para fazer as voltas.

O resultado final? Vejam só.

As coisas que se ouvem vindas de Grove

Há um mês, o mundo da Formula 1 esperava pelo anuncio do regresso de Robert Kubica a um volante, neste caso, o da Williams. Contudo, depois de várias voltas no teste de Abu Dhabi, que parecia ser uma confirmação, as coisas ficaram subitamente caladas até ao inicio da semana, quando surgiu o rumor de que, provavelmente, o escolhido seria outro. E um piloto que até andou... pior do que Kubica naquele teste, mas que tem uma carteira mais pesada. Um pouco a mostrar que a equipa de Grove aceita qualquer dinheiro.

O anuncio poderá acontecer na sexta-feira, mas a fonte é interessante: a russa TASS. E isso poderá significar que Serguei Sirotkin é o escolhido, sendo assim o terceiro russo na Formula 1, depois de Vitaly Petrov e Daniil Kvyat. Esta decisão poderá ter a ver com o dinheiro que ele traz, vindo da SMP - 15 milhões de dólares, fala-se - que poderá invalidar algumas das condições vindas de outro patrocinador, a Martini. É que a firma de bebidas italiana investe 25 milhões de dólares por ano na equipa de Grove, e algumas das condições passam que tenha um piloto mais veterano na equipa, porque Lance Stroll é muito novo, tem apenas 19 anos. Sirotkin tem 22, logo seria "menor", mas para que isso tenha sido invalidado, os dinheiros russos tem de ser superiores aos que a Martini coloca. E o próprio Kubica também trazia dinheiro: oito milhões, vindos da Lotos polaca.

Com o piloto polaco a ficar de fora - provavelmente esta foi a sua última chance na Formula 1 - a alternativa poderá ser o DTM. A Mercedes recebeu uma proposta para acolher o piloto polaco, em substituição do canadiano Robert Wickens, que em 2018 irá correr para a IndyCar. Não seria nenhuma estreia, pois Kubica fez um teste em 2013 em Valencia, onde até andou bem, mas depois optou pelo WRC, onde correu por duas temporadas. Kubica, que agora tem como empresário o ex-piloto Nico Rosberg, está a fazer o possível para correr numa série competitiva em 2018, e provavelmente será por uma só temporada, porque como é público, a marca das trÊs pontas se afastará do DTM para se concentrar na Formula E.

E o mais interessante é que quem também poderia fazer companhia seria Pascal Wehrlein. Ele, que foi campeão da categoria em 2015, aos 21 anos (o mais novo de sempre), andou na Formula 1 nas duas últimas temporadas, mas que não terá lugar em 2018. 

Em suma, se todas estas especulações forem reais, pode-se dizer que na Williams, o dinheiro impera, em última análise. E que há uma aposta a longo prazo nas capacidades de Lance Stroll de ser um bom piloto na categoria máxima do automobilismo.

E quanto ao Kubica... creio que mostrou que é capaz de guiar um carro, até de guiar continuamente, a um ritmo que não envergonha ninguém. Mas é provável que fora superado por um piloto com um camião de dinheiro atrás, como Stroll.

Youtube Rally Testing: O teste da Hyundai em Monte Carlo


Como viram no video anterior, não foi só a Ford que anda a testar nas estradas do sul de França. A Hyundai também anda a testar para a próxima temporada, desta vez com Andreas Mikkelsen como seu piloto. 

Eis o video dos testes desta terça-feira.

terça-feira, 12 de dezembro de 2017

"McLaren", uma apreciação critica

Confesso que "McLaren" era um filme que desejava ver há muito tempo, desde que ouvi falar dele, no inicio deste ano, e tive muitas expectativas sobre ele. Depois de algum tempo à procura de um canal adequado para o ver, lá consegui... e não me desiludiu.

Este tipo de documentários, para quem os segue, sabe mais ou menos o final da história. No caso de  Bruce McLaren, o seu final foi a 2 de junho de 1970, em Goodwood, num McLaren M8D de Can-Am. Mas a diferença entre um documentário dito "normal" (dou como exemplo o Ferrari, Race for Immortality, que falei por aqui há uns dias) e este é que coloca um lado mais fora do convencional, algumas das vezes roça o divertido. Se quiserem, é um filme sobre um neozelandês, filmado por um neozelandês e conta a história no tom neozelandês da coisa. E se calhar é por aí que começa a ganhar.

O documentário foi filmado ao longo dos anos, tanto que quando este se estreou, algumas das testemunhas já não estavam mais vivas: Chris Amon, o seu primeiro companheiro de equipa na Formula 1, em 1966; Patty McLaren, a viúva; Tyler Alexander, o diretor de equipa; Phil Kerr, um dos mecânicos. Outros andaram por lá, ainda vivos, como Alaistair Caldwell e Hownden Ganley, mecânico na McLaren que virou piloto de Formula 1 e agora se tornou no diretor da V8 Supercars australiana. E houve alguns que vieram além-túmulo, como Dennis Hulme. Tem muitas filmagens novas, como por exemplo, uma entrevista de Bruce na sua oficina, a cores, provavelmente em 1969 ou 70, numa altura em que ele vencia na Can-Am e na Formula 1.

Mais do que os testemunhos - há reconstituições para efeitos dramáticos - é a maneira como eles são contados. Tem o seu quê de bom humor, e há exemplos cinematográficos que mais tarde saberemos o porquê. As cenas de "Butch Cassidy and the Sundance Kid", com Robert Redford e Paul Newman tem a ver com o filme que Bruce McLaren viu na véspera da sua morte. E há cenas de um filme de Elvis Presley que mostram como é que a McLaren tomou de assalto a cena americana, especialmente na Can-Am.

No final do dia, é um relato divertido de uma personagem excepcional, de um grupo de pessoas que tinha paixão pelo automobilismo no sangue e que levou longe, muito longe, o nome da McLaren no automobilismo. Até aos dias de hoje. E é provavelmente o melhor documentário deste ano, um dos melhores do cinema.

Youtube Rally Testing: O teste de Elfyn Evans para Monte Carlo

Prosseguem os testes com vista para o Rali de Monte Carlo, e hoje, calhou a vez dos Ford testarem para este rali. E hoje, calhou a vez do galês Elfyn Evans, que em 2018 vai subir na hierarquia, depois de ter vencido o Rali de Gales em 2017 e ter substituido Ott Tanak, que, como sabem, foi para a Toyota.

Eis o video dos testes de hoje, nas estradas francesas.

IndyCar: Carlin corre em 2018

A Carlin tornou-se na mais recente equipa a participar no campeonato americano de monolugares. Depois de algumas temporadas na Indy Lights, a marca de Trevor Carlin decidiu dar o salto para a categoria principal, com dois carros para Max Chilton e Charlie Kimball, com motores Chevrolet.

Estamos muito felizes por finalmente anunciar nossa entrada na Indy. É o resultado de uma ambição de longo prazo da equipa. Unir nesta jornada de nossa estreia na categoria com dois pilotos que já têm uma história vencedora, com Max e Charlie, é além do que nós poderíamos esperar”, declarou Carlin, que tinha tentado fazer a mesma coisa na temporada passada, mas sem sucesso.

A Carlin, sendo a primeira equipa britânica a entrar na IndyCar Series na era moderna, é o resultado de muito trabalho duro e ambição. A Indy é excepcionalmente competitiva, mas a adoção de um novo pacote aerodinâmico vai ajudar a nivelar um pouco o nível do pelotão”, continuou.

Já Charlie Kimball comemora o facto de voltar a correr por eles, uma década depois de ter feito na Formula 3 britânica e na World Series by Renault. E vai voltar a correr com Chilton, depois de duas temporadas juntos na Ganassi.

Já venho há dois anos trabalhando com Max como companheiro de equipa, e acho que nossos pontos fortes e fracos vão se complementar enquanto começarmos essa nova aventura. A Indy não está ganhando somente uma nova equipa, o que é, evidentemente, empolgante. Mas também ganha um grupo de pessoas capazes e competitivas que fazem parte dela”, afirmou.

A Carlin esteve na Indy Lights em 2017, com o brasileiro Mathias Leist, os americanos Neil Alberico e Garth Rickards e o canadiano Zachary DeMelo ao volante, acabando o campeonato na terceira posição com quatro vitórias: três de Leist, incluindo em Indianápolis, e um de DeMelo.

segunda-feira, 11 de dezembro de 2017

A(s) image(ns) do dia




Ainda não chegamos ao inverno, mas no Hemisfério Norte, boa parte dos circuitos que nós conhecemos já têm - ou tiveram - uma camada de neve razoável sobre o asfalto. E hoje calhou a vez de Silverstone, como se podem ver nas imagens.

Youtube Rally Testing: Meeke prepara-se para Monte Carlo

Depois de na semana passada a Toyota ter levado dos seus pilotos a testarem em Monte Carlo, agora chegou a vez da Citroen a aproveitar este período antes do Natal para fazer testes no seu C3 WRC, hoje pelo menos com Kris Meeke ao volante.

Os planos da Porsche com o 919 Hybrid

A Porsche retirou o seu 919 das pistas da endurance, mas 2018 não será o ano da sua reforma. Aparentemente, a marca de Estugarda tem planos para o carro no próximo ano, antes de o colocar no museu em 2019. Se por um lado, estarão concentrados em construir um sistema de propulsão para a Formula E, por outro, irão usar o carro para algo que chamam de "eventos individuais", mas é provável que signifique que poderão tentar um recorde de velocidade.

O programa será anunciado no inicio do ano que vêm, mas tudo indica que não tem nada a ver com o programa de Endurance, pois o carro está fora dos regulamentos em relação às quantidades de energia utilizáveis para a longa temporada de 2018-19, que terá, como se sabe, um ano e meio, a terminar nas 24 Horas de Le Mans de 2019.

O carro estreou-se em 2014, nas Seis Horas de Silverstone, e em 33 corridas de Endurance, obteve 16 vitórias e onze pole-positions, conseguindo três vitórias nas 24 Horas de Le Mans, entre 2015 e 2017, e também três mundiais de pilotos e outros tantos de Construtores.

domingo, 10 de dezembro de 2017

Youtube Motorsport Story: Os irmãos Whittington


Eu já contei aqui a história do Randy Lanier, o piloto de corridas que venceu o IMSA em 1984 com a equipa Blue Thunder, e que nos tempos livres tinha um barco... para carregar marijuana para os Estados Unidos. Contudo, Lanier fazia parte de um grupo maior, que tinha incluindo a familia Whittington: Don e Bill, os irmãos, filhos de Dale, que venceram as 24 horas de Le Mans em 1979 a bordo de um 935 de produção, o último carro desse tipo a vencer na prova francesa de Endurance. E claro, bateram o 935 que tinha como piloto (entre outros...) Paul Newman.

Whittington correram com o alemão Klaus Ludwig, piloto da Kremer, e ele queria que fosse o primeiro, algo do qual eles disseram não. E perguntaram quanto é que queria pelo carro. Kremer atirou 200 mil dólares, ao que eles disseram... sim. E atiraram o maço de notas para ele, que aceitou de bom grado.

Coloco aqui a história dessa gente, que fez com que nos anos 80, chegaram a ser donos da pista de Road Atlanta e que nas traseiras tinha uma pista de aviação. Que era usada para os seus negócios. Daqueles do tabaco que ri. E a IMSA ganhou reputação de "International Marijuana Smugglers Association"...

Claro, tudo isto combinado acabou mal para todos: os Whittington acabaram na prisão por... fraude fiscal, e Lanier, apanhado por contrabando - e andando fugido por ano e meio - ficou na prisão por 25 anos, até ser liberto em 2014. Uma história digna de Hollywood.

A história que se conta neste video vale a pena ser vista.

"Ferrari, Race to Immortality": Uma apreciação critica

Estes fins de semana prolongados são sempre bons para vermos coisas que gostamos de ver, mas que não temos tempo durante a semana. E este fim de semana até foi bom, porque calhou no dia em que o The Grand Tour fez o seu regresso, com o famoso episódio onde o Richard Hammond se despistou com o seu Rimac na rampa suíça.

Contudo, este sábado à noite foi a melhor oportunidade que tive para ver "Ferrari: Race to Immortality". E ao vê-lo, assisti a um período da história do automobilismo, em que a equipa teve cinco pilotos de eleição: os italianos Eugenio Castelloti e Luigi Musso, os britânicos Peter Collins e Mike Hawthorn, e o espanhol Alfonso "Fon" de Portago. Eles são vistos como pilotos excepcionais, do qual Enzo Ferrari os fez extrair o seu melhor para que, no final, os seus carros ficassem no topo do pódio.

Se tivéssemos de escolher outro nome para este documentário, "Mon Ami, Mate" até teria sido adequado, porque isto se trata, de uma certa forma, da relação entre Collins e Hawtrhorn, de como se davam bem perante os pilotos italianos, que os queriam bater, e de como Ferrari até os incentivava a ultrapassá-los, porque no final, é como dizia o próprio Commendatore: "Vencer ou morrer, viras imortal".

A historia mostra que durante quase dois anos, entre março de 1957 e janeiro de 1959, estes cinco pilotos morreram de forma trágica: Castelloti, num acidente de testes em Modena; Portago, nas Mille Miglia (aliás, foi o acidente que ditou o final dessa prova, e há cenas no final dessa corrida, em Modena, onde se vê a revolta popular), Musso no GP de França de 1958, Collins no GP da Alemanha desse mesmo ano, e Hawthorn, o último a morrer, três meses depois de ganhar o campeonato em Marrocos.

Contudo, este documentário é uma narrativa cronológica desses acontecimentos. Não traz muita coisa nova que não se saiba sobre todos eles. Sabia.se por exemplo, que a namorada de Musso foi depois amante de Ferrari nos anos após a sua morte, por exemplo, sabia-se da sua apreciação mais íntima sobre a corrida, os corredores e o automobilismo. Quem leu, por exemplo o "Piloti, che Gente", a biografia do Commendatore, reconhece algumas passagens neste documentário.

No ano em que vimos muitos documentários sobre automobilismo (McLaren, Williams), não se pode dizer que é memorável, mas de uma certa forma, se alguém tinha expectativas de ver algo diferente... esqueça. Mas vale a pena ver o documentário, na mesma, nem que seja para assistir a um período do automobilismo mundial, os anos 50, onde o mundo saía da guerra e havia ainda um espírito de combate aéreo, onde ou se sobrevive, ou se morre. E este é o filme ideal para entender esse tempo.