terça-feira, 12 de dezembro de 2017

"McLaren", uma apreciação critica

Confesso que "McLaren" era um filme que desejava ver há muito tempo, desde que ouvi falar dele, no inicio deste ano, e tive muitas expectativas sobre ele. Depois de algum tempo à procura de um canal adequado para o ver, lá consegui... e não me desiludiu.

Este tipo de documentários, para quem os segue, sabe mais ou menos o final da história. No caso de  Bruce McLaren, o seu final foi a 2 de junho de 1970, em Goodwood, num McLaren M8D de Can-Am. Mas a diferença entre um documentário dito "normal" (dou como exemplo o Ferrari, Race for Immortality, que falei por aqui há uns dias) e este é que coloca um lado mais fora do convencional, algumas das vezes roça o divertido. Se quiserem, é um filme sobre um neozelandês, filmado por um neozelandês e conta a história no tom neozelandês da coisa. E se calhar é por aí que começa a ganhar.

O documentário foi filmado ao longo dos anos, tanto que quando este se estreou, algumas das testemunhas já não estavam mais vivas: Chris Amon, o seu primeiro companheiro de equipa na Formula 1, em 1966; Patty McLaren, a viúva; Tyler Alexander, o diretor de equipa; Phil Kerr, um dos mecânicos. Outros andaram por lá, ainda vivos, como Alaistair Caldwell e Hownden Ganley, mecânico na McLaren que virou piloto de Formula 1 e agora se tornou no diretor da V8 Supercars australiana. E houve alguns que vieram além-túmulo, como Dennis Hulme. Tem muitas filmagens novas, como por exemplo, uma entrevista de Bruce na sua oficina, a cores, provavelmente em 1969 ou 70, numa altura em que ele vencia na Can-Am e na Formula 1.

Mais do que os testemunhos - há reconstituições para efeitos dramáticos - é a maneira como eles são contados. Tem o seu quê de bom humor, e há exemplos cinematográficos que mais tarde saberemos o porquê. As cenas de "Butch Cassidy and the Sundance Kid", com Robert Redford e Paul Newman tem a ver com o filme que Bruce McLaren viu na véspera da sua morte. E há cenas de um filme de Elvis Presley que mostram como é que a McLaren tomou de assalto a cena americana, especialmente na Can-Am.

No final do dia, é um relato divertido de uma personagem excepcional, de um grupo de pessoas que tinha paixão pelo automobilismo no sangue e que levou longe, muito longe, o nome da McLaren no automobilismo. Até aos dias de hoje. E é provavelmente o melhor documentário deste ano, um dos melhores do cinema.

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