sábado, 24 de março de 2018

Youtube Motorsport Movies: Gonchi


Esta semana mostrei por aqui o "SuperSwede", o documentário feito no ano passado na Suécia sobre Ronnie Peterson. Apesar de ter sido mal gravado e apenas se ouvir em sueco, com passagens em inglês, ainda acho que vale a pena ver... pelo menos até arranjarem melhor cópia.

Este sábado, dei de caras com "Gonchi", o documentário feito há uns anos sobre o uruguaio Gonzalo Rodriguez, que muitos o consideravam uma grande esperança do automobilismo até sofrer um acidente fatal em Laguna Seca, a bordo de um Penske na CART, em setembro 1999. E ali mostra como foi o seu percurso nas categorias de acesso, com os testemunhos de muitos que correram com ele, desde Juan Pablo Montoya a Justin Wilson, que acabaram por correr quer na Formula 1, quer na IndyCar.

Se ainda não o viu, aproveite. Se ainda não viu os dois, aproveite também, neste fim de semana de começo de temporada.

ERC 2018: Rali dos Açores (Final)

O russo Alexey Lukyanuk venceu o Rali dos Açores, prova de abertura do Europeu da categoria, vencendo o local Ricardo Moura e Bruno Magalhães, que provavelmente vai ser o seu maior rival durante o campeonato que começou agora. O piloto russo da Ford venceu com um avanço de 16,4 segundos sobre Moura e 25,7 sobre Bruno Magalhães.

"Fiquei tão feliz que fiz alguns 'donuts' antes do final. Agradeço à minha equipa, meus patrocinadores, todos fizeram um ótimo trabalho. Vamos tentar fazer o melhor possível e sermos espertos", disse Lukyanuk.

"Acho que o Alex fez um grande rali, ele merece. Tivemos alguns problemas, mas conseguimos guiar este carro, para nós é muito bom. Parabéns ao Alex", respondeu Moura, dando os parabéns ao piloto russo.

"Os pneus não eram os corretos, estamos em slicks agora. Não foi possível fazer melhor. Foi bom rally, infelizmente algumas pequenas coisas não correram bem, mas mostrei o meu ritmo. Eu posso fazer melhor, mas estou feliz", disse Magalhães no final do rali.

O último dia do rali, com mais seis especiais de classificação, começou com Lukyanuk ao ataque, vencendo na primeira passagem por Graminhais, vencendo com 2,7 segundos de vantagem sobre Moura, com Lakasz Habaj no terceiro posto. Bruno Magalhães era o sétimo na especial, perdendo 25,2 segundos. Já Bernardo Sousa sofreu um pião e tinha problemas de motor, perdendo um minuto e 15 segundos na especial.

Lukyanuk voltou a vencer, na primeira passagem por Tronqueira, conseguindo mais 6,3 segundos a Magalhães e 7,2 a Moura, enquanto que Sousa acabaria por desistir por causa dos seus problemas com o motor. Na especial, o turco Orha Avcioglu capotava no seu Skoda Fabia R5 e causava perturbações na especial.

Na pequena especial do Grupo Marques, o polaco Hubert Ptaszek foi o melhor, na frente do seu compatriota Habaj, enquanto que Lukyanuk foi apenas nono, a 4,9 segundos do vencedor, mas na frente de Magalhães (23º a cinco segundos atrás dele) e de Moura, que ficou logo a seguir, a 11 segundos do vencedor.

Na parte da tarde, na segunda passagem por Vila Franca de São Brás, o Skoda de Fabian Kreim conseguiu surpreender Lukyanuk, conseguindo batê-lo por 0,9 segundos, enquanto que Bruno Magalhães foi o terceiro, a 3,9 segundos. Atrás, Martin Koci e Chris Ingram andavam na sua luta pessoal pelo quarto posto da geral, trocando constantemente de lugares. Com o primeiro lugar garantido, Lukyanuk "levantou o pé" e deixou que Magalhães ganhasse a penúltima especial do dia, a segunda passagem por Graminhais, ganhando 9,1 segndos a Lukyanuk, apenas quarto, mas na frente de Ricardo Moura.

E no final, Magalhães foi o melhor, com Lukyanuk a perder 36 segundos, mas ele já estava em modo festa, para comemorar algo que andava à procura desde há algum tempo: vencer o Rali dos Açores e suceder a Bruno Magalhães na lista de vencedores. A última especial ainda ficou arcada pela desistência de Martin Koci, que perdeu uma roda no seu Skoda Fabia R5.

Com os quatro primeiros definidos - Chris Ingram ficou com o quarto posto por "default", seguido pelo sueco Frederk Ahlin. O húngaro Norbert Herczig foi o sexto, a quatro minutos e dois segundos, seguido por Lukasz Habaj, o britânico Rhys Yates e os portugueses Ricardo Teodósio e José Pedro Fontes.

O europeu prossegue entre os dias 5 e 7 de maio, nas Canarias.

Formula 1 2018 - Ronda 1, Austrália (Qualificação)

Ano Novo, temporada nova... e tudo parece estar na mesma. É verdade que a estética dos carros de Formula 1 se alterou por causa da introdução do Halo, do qual muitos reclamam, desejando regressar a um passado que só existe na cabeça deles. Mas em terços de performance, parece que a nova temporada mostra a velha hierarquia: Mercedes, Ferrari, Red Bull.

Mas a primeira coisa que se vê no fim de semana automobilístico é a qualificação, porque os treinos livres servem para dar uso aos pneus, arranjar as melhores afinações e de vez em quando, dar quilómetros aos terceiros pilotos, quando eles andam por ali.

Havia esperanças de que a qualificação fosse muito molhada, para baralhar e voltar a dar, mas à hora dela começar, a pista estava suficientemente seca para que os pilotos corressem com pneus ultramacios. E a qualificação começou de forma equilibrada, com Hamilton sempre na frente, mas Raikkonen andou melhor do que Vettel e não estava muito distante. E até no final da Q1, Vettel deu um ar da sua graça quando marcou 1.21,944, pouco mais de um centésimo na frente do inglês da Mercedes. O que surpreendeu muita gente, que esperava um maior... desequilibro.

Atrás, os que ficaram de fora eram aqueles do qual se esperava um pouco. Os Toro Rosso de Pierre Gasly e Brendon Hartley, os Sauber-Alfa de Charles Leclerc e Marcus Ericsson e o Williams de Serguey Sirotkin.

Para o Q2, as coisas nem foram muito diferentes, mas o que mostrou mais foi o pelotão do meio bem equilibrado, e as tendências que se desenhavam desde os testes de pré-temporada: os Force India ficavam para trás, em detrimento da Haas, que metia os seus pilotos na Q3, enquanto que a McLaren mostrou que o seu salto era modesto, não sendo capaz de entrar na parte final da qualificação, embora a sua prestação geral tenha sido melhor do que no ano passado. Alonso esteve à beira de entrar, e Vandoorne ficou um pouco atrás.

E foi a Q3 que deu alguma coisa. Pois foi ali que aconteceu a primeira grande perturbação do fim de semana, quando Valteri Bottas bateu forte no muro e teve de trocar de caixa de velocidades, acabando por ser punido com cinco posições na grelha de partida. A bandeira vermelha foi mostrada para recolher os destroços do carro, e no final, desiludido por aquilo que tinha acontecido, Bottas exprimiu a sua frustração:

Ainda estava [a pista] um pouco molhada e perdi a traseira do carro”, começou por contar Bottas, entrevistado pela espanhola ‘Movistar+ F1’. “Aconteceu tão rápido que não pude fazer nada, simplesmente fui contra o muro e acabou. Temos um carro muito bom, muito rápido na classificação. Vai ser muito difícil amanhã, mas vamos com um espírito combativo para fazer o melhor possível”, prosseguiu.

Claro que não foi a melhor forma de começar o ano. Eu estava a tentar e, quando você tenta ir ao limite, pode acontecer esse tipo de coisa. É uma pena, mas temos um bom carro e estou otimista. Meu companheiro é o pole, mas não vou desistir hoje. Amanhã vou fazer meu melhor e conseguir o máximo possível”, concluiu.

Mas depois dos minutos perdidos para retirar o carro da pista, a Q3 prosseguiu, com Hamilton determinado a fazer a pole-position. Uma volta perfeita fez com que fosse na frente dos Ferrari, mas quem ficou com o segundo posto não foi Sebastian Vettel, mas sim Kimi Raikkonen, pois o alemão cometeu um ligeiro erro e ficou no terceiro posto, tendo a seu lado o Red Bull de Max Verstappen. O 1.21,164 do piloto inglês assustou toda a gente, pois colocou os Ferrari a mais de seis décimos de segundo.

Hamilton, no final, tentou desdramatizar a situação: "Eu posso garantir que não temos um modo de festa [para a qualificação]. Eu usei o mesmo modo do Q2 ao final do Q3. Não havia nenhum botão ou algum outro modo que eu tenha usado", disse.

Atrás, algumas das coisas que se disseram na pré-temporada acabaram por ser confirmadas. Os Haas de Kevin Magnussen e Romain Grosjean ficaram com a terceira fila da grelha, a melhor performance coletiva de sempre da equipa americana, na frente de Nico Hulkenberg e de um penalizado Daniel Ricciardo, enquanto que Carlos Sainz Jr completava as performances de uma Renault que pretende subir na geral de construtores, mas tem de estar atento à McLaren, que mesmo sem entrar na Q3, está bem melhor do que no ano passado. 

Contudo, com ou sem festa, Hamilton alcançou agora a sua 72ª pole-position da sua carreira, e parece que amanhã, na corrida, poderá ser um passeio para as Mercedes, e se calhar outro passeio para o "penta" do inglês, pensando mesmo o que a concorrência poderá fazer. Se isso se confirmar, parece que as faixas de campeão poderão ser já entregues...

Youtube Rally Movie: No caminho tinha umas vacas...

Alexey Lukyanuk lidera o rali dos Açores, apesar do assédio de Ricardo Moura e Bruno Magalhães, que não estão muito atrás dele. Contudo, ele não se livrou de um susto na sexta-feira, durante a passagem pela classificativa das Sete Cidades, quando teve de lidar com... vacas tresmalhadas.

O piloto russo teve tempo para dar umas risadas, mas poderia ter acabado pior... 

sexta-feira, 23 de março de 2018

ERC 2018 - Rali dos Açores (Dia 2)

O russo Alexey Lukyanuk lidera destacado o Rali dos Açores, prova inaugural do Europeu de Ralis. Concluídas nove especiais deste rali, o piloto do Ford Fiesta R5 tem um avanço de 21,8 segundos sobre Ricardo Moura, segundo e a estrear o seu Skoda Fabia R5. Bruno Magalhães fecha o pódio, algo distante da dupla Moura-Lukyanuk, mas tem atrás de si o eslovaco Martin Koci e o britânico Chris Ingram. Já Bernardo Sousa, no seu Citroen DS3 R5, é o sétimo da geral enquanto que Carlos Vieira era o português que fechava o "top ten" neste rali açoriano, no final deste segundo dia.

O dia começou com Ricardo Moura ao ataque, tentando aproximar-se de Alexey Lukyanuk. E na primeira passagem por Pico da Pedra, o local venceu o russo por 1,1 segundos e aproximou bastante do piloto da Ford. Bruno Magalhães foi terceiro, a 2,5 segundos de Moura e batendo o eslovaco Koci. Já Bernardo Sousa foi apenas nono, caindo para o sétimo posto da geral.

No troço seguinte, o de Feteiras, contudo, Moura sofreu um furo e perdeu 13,2 segundos para Lukyanuk, e nesse momento estava agora mais sozinho na liderança do rali, pois tinha uma vantagem de 14,8 segundos sobre o piloto açoriano. Bruno Magalhães foi o terceiro na especial, e como Martin Koci perdeu 14,1 segundos para Lukyanuk, o piloto do Skoda aproximava-se do terceiro posto da geral.

A seguir, os pilotos fizeram a primeira passagem pelo mítico troço das Sete Cidades, e aqui, Lukyanuk voltou a vencer - apesar de ele ter dito depois que tocou por duas vezes nas barreiras... - e alargou em mais seis segundos a sua vantagem para Moura. Bruno Magalhães foi o terceiro, cedendo 16,5 segundos, com o britânico Chris Ingram a ser o quarto e Martin Koci a perder algum tempo, tanto que o quarto posto da geral agora começava a ser ameaçado pelo Skoda de Magalhães...

Na parte da tarde, na segunda passagem por Pico da Pedra, Lukyanuk voltou a vencer, alargando a sua vantagem em mais 0,1 segundos sobre Bruno Magalhães e mais 0,2 sobre Ricardo Moura. Ingram foi o mais prejudicado, perdendo quatro segundos e caindo para o quinto posto da geral, atrás de Koci e Magalhães.

Contudo, foi o piloto português a reagir e na oitava especial, conseguiu ser o mais veloz, 0,9 segundos à frente de Ricardo Teodósio e 1,1 sobre Ricardo Moura. Lukyanuk foi 1,7 segundos mais lento, mas manteve a liderança, agora com 20,4 segundos de avanço sobre Moura, enquanto que Magalhães era agora terceiro, passando Koci, que nesta especial foi apenas sexto, cinco segundos mais lento do que o vencedor.

No final do dia, na segunda passagem por Sete Cidades, e com o nevoeiro a baixar no local, Bruno Magalhães conseguiu ser mais veloz, batendo Chris Ingram por cinco segundos e Alexey Lukyanuk por sete. Já Ricardo Moura foi o quarto, a 9,2 segundos, deixando Martin Koci a vinte.

Na geral, depois do trio Lukyanuk-Moura-Magalhães, Chris Ingram era agora o quarto, tendo passado Martin Koci nessa luta, e ambos estavam a menos de um minuto do líder. Frederk Ahlin era o sexto, a um minuto e 37 segundos, com Bernardo Sousa não muito longe, a um minuto e 54 segundos. Rhys Yates era o oitavo, a dois minutos e 29 segundos, e a fechar o "top ten" estavam o norueguês Frank Tore Larsen e o português Carlos Vieira, no seu Hyundai.

Amanhã termina o Rali dos Açores, com a realização das restantes seis especiais. 

Youtube Motorsport Video: O novo tema da Formula 1... com carros

Toda a gente já sabe qual vai ser a música da Formula 1. O novo tema tem os seus admiradores e detratores, mas ainda não se tinha visto videos desta mesma música com carros e pilotos à mistura. Já apareceram alguns, mas escolhi este de propósito porque tem comentários do próprio Brian Tyler.

Portanto, aqui vai, agora que a Formula 1 está de volta com mais uma nova temporada. 

Vende-se: BMW 507 de John Surtees

Este está a ser um bom ano para os leilões de clássicos. Depois de termos visto esta semana carros e fatos de Ayrton Senna, agora vamos ver um "daily driver". E não é um qualquer, é um BMW de luxo dos anos 50, que teve apenas um dono, mas não foi um mero dono qualquer. "Apenas" uma lenda do automobilismo e do motociclismo. Pois bem, este raro BMW 507 Coupé está à venda. A casa de leilões Bonhams vai leiloar este belo exemplar de 1957 que foi propriedade de John Surtees por mais de 50 anos. 

Tudo aconteceu em 1957, depois de ele ter conseguido o seu primeiro título mundial pela MV Agusta. O Conde Agusta queria dar uma recompensa ao seu piloto pela conquista do Mundial do ano anterior, e Surtees viu este carro em Hockenheim, guiado por Alexander von Falkenhausen. Apaixonado por ele, convenceu-o a adquirir o carro por três mil libras, uma fortuna na altura. Para além disso, ajudou a desenvolver pneus para a Dunlop e como recompensa, o carro têm travões de disco às quatro rodas.

Quando no final de 1962, ele foi para a Ferrari correr para eles, apareceu em Maranello ao volante do BMW, algo do qual Enzo Ferrari recompensou... com um desconto no seu salário!

Surtees, o único piloto que foi campeão nas duas e quatro rodas, e também foi construtor, usava este carro frequentemente até morrer, em março do ano passado.

O leilão vai acontecer a 13 de julho, em Goodwood, e sem reserva, a casa de leilões acha que poderá alcançar valores na ordem dos dois milhões de libras.

GP Memória - Malásia 2003

Duas semanas depois do começo de temporada na Austrália, máquinas e pilotos viajavam até Sepang para o GP da Malásia, onde se esperava que alguns dos pilotos que não se tinham dado bem na primeira corrida tentariam melhorar por aqui e tentar não escapar alguns dos seus candidatos ao título. Mas a grande novidade dessa corrida malaia foi ver que a Renault estava em enorme forma, e especialmente Fernando Alonso, que na sua segunda temporada na Formula 1, iria começar a bater recordes de precocidade.

Apesar de não ter passado o fim de semana na melhor das formas - estava doente - a pole ficou nas mãos do piloto das Astúrias, o primeiro da sua sua carreira, e batendo um recorde de precocidade que pertencia desde 1994 a Rubens Barrichello. A seu lado iria ter Jarno Trulli, seu companheiro de equipa, com Michael Schumacher e David Coulthard a partilhar a segunda fila. Rubens Barrichello era o quinto, no segundo Ferrari, seguido pelo Sauber de Nick Heidfeld, com Kimi Raikkonen e Juan Pablo Montoya na quarta fila, lado a lado, e a fechar o "top ten" estavam o BAR de Jenson Button e o Toyota de Olivier Panis.

Os momentos que antecederam a largada foram confusos. Jacques Villeneuve e Cristiano da Matta tiveram problemas nos seus carros e tiveram de largar das boxes, enquanto que Giancarlo Ficichella estacionou o seu carro no lugar errado, acabando por ter problemas também no seu Jordan. Desses três, apenas o brasileiro da Toyota é que conseguiu largar para a corrida.

Na partida, os Renault mantiveram as posições, mas Schumacher tentou passar Trulli para ser segundo e não conseguiu, acabando por quebrar o seu nariz e arrastar-se até às boxes, enquanto que o italiano ia para a cauda do pelotão. Para piorar as coisas, Schumacher ainda teve de cumprir uma penalização, pois os comissários julgaram-o culpado pelo incidente. E ainda houve mais um acidente quando Antônio Pizzonia bateu na traseira de Juan Pablo Montoya, arrancando a sua asa traseira e perdendo duas voltas para o resto do pelotão. Iria ser apenas 12º, a três voltas do vencedor.

Com isto tudo, Coulthard era o segundo classificado no final da primeira volta, mas uma falha no seu sistema eletrónico fez com que a corrida acabasse na volta seguinte, para espanto de todos. Assim, o lugar era herdado pelo seu companheiro de equipa, Kimi Raikkonen, com Heidfeld e Barrichello atrás. Pouco depois, na décima volta, o brasileiro passou Heidfeld para ficar com o segundo posto.

Na volta 14, Alonso parou para reabastecer, deixando Raikkonen na liderança, e ele foi apenas cinco voltas depois, mas o suficiente para ficar com o lugar quando voltou à pista. Barrichello foi às boxes na volta 21, mas não conseguiu passar Alonso. Atrás, Trulli era sexto e apanhava Jenson Button, que estava na sua frente.

Na volta 35, começavam a segunda série de reabastecimentos, com Alonso a entrar em primeiro lugar, seguido por Barrichello, três voltas depois, e conseguindo ficar na frente do piloto da Renault, enquanto que Raikkonen, já muito longe, abasteceu na volta 40, sem ser incomodado na sua liderança.

No final, Raikkonen cortou a meta para subir ao lugar mais alto do pódio pela primeira vez na sua carreira, com Barrichello em segundo e Alonso em terceiro - também era o primeiro pódio do piloto espanhol. Ralf Schumacher foi o quarto, seguindo por Jarno Trulli, Michael Schumacher, Jenson Button e a fechar os pontos, Nick Heidfeld.

quinta-feira, 22 de março de 2018

ERC 2018 - Rali dos Açores (Dia 1)

Após a realização das três primeiras classificativas do Rali dos Açores, o russo Alexey Lukyanuk lidera a prova, com 2,7 segundos de vantagem sobre Ricardo Moura, que está a adaptar-se ao novo Skoda Fabia R5, num rali onde todos rodam não muito longe uns dos outros.

O rali começou com uma curta especial desenhada com um misto de asfalto e terra, tipo super especial. Ali, o vencedor foi o húngaro Dávid Botka, no seu Skoda Fabia R5, que bateu por 0,1 segundos o russo Alexey Lukyanuk (Ford Fiesta R5). O portugues Bruno Magalhães foi terceiro e melhor português a 0.6 segundos, na frente de Bernardo Sousa (Citroën DS3 R5), que entrou bastante bem no rali, pois esteve muito tempo parado.

Ricardo Moura, no seu Skoda Fabia R5, que foi mais cauteloso e perdeu 1,4 segundos para o campeão húngaro, sendo apenas sexto na especial. Já Carlos Vieira (Hyundai i20 R5), e atual campeão nacional, fechou o top 10 e foi o quarto melhor português.

A seguir, na primeira passagem por Vila Franca São Brás, Alexey Lukynauk seu o seu melhor, batendo Ricardo Moura por 1,3 segundos. Martin Koci foi o terceiro na frente o britânico Chris Ingram, que terminou o troço na frente de Bernardo Sousa e Bruno Magalhães.

No final do dia, na especial desenhada na pedreira do Grupo Marques, o melhor foi Frederik Ahlin, sueco com um Skoda Fabia R5, que bateu Lukyanuk por 0,9 segundos, enquanto que Moura foi o terceiro, a um segundo. 

No final deste primeiro dia, Lukyanuk tinha 2,7 segundos sobre Moura, com o eslovaco Koci a 3,8 segundos, e o quarto, Bruno Magalhães, já a 13,2. Bernardo Sousa era o quinto, a 14,6, na frente de Chris Ingram, a 15,0, enquanto que o sueco Ahlin era sétimo, a 15,3. A fechar o top tem estão o alemão Marjan Gribel (a 20,5), o norueguês Larsen (a 22,5) e o alemão Fabian Kreim, a 32,8.

Amanhã, o rali dos Açores comtinua com a realização de mais seis especiais.

ERC: O entusiasmo de Jean-Baptiste Ley

Para quem não sabe, Jean-Baptiste Ley é o Co-Coordenador do ERC, e também o responsável do Eurosport Events para o campeonato, o European Rally Championship, o Europeu de ralis, cuja prova de abertura vai acontecer neste fim de semana nos Açores. Nas vésperas do seu inicio, falou à Sportmotores.com sobre o rali e o campeonato, onde falou que é um excelente trampolim para o WRC, graças a competições como os sub-27, por exemplo.

"Não é o caso de como poderemos ser um trampolim para o WRC, o ERC é um trampolim para o WRC e um com muito sucesso!", começou por dizer. "Com o ERC Junior sub-27 e o ERC Junior sub-28 nós pusemos de pé uma estrutura clara que permite os pilotos de nível nacional percorrerem todo o caminho até ao WRC. É algo que muitas ADN (Autoridades Desportivas Nacionais) estão envolvidas", continuou.

"O programa de treinos ERC Junior Experience cobre um número de tópicos desenhados para equipar os pilotos com as habilidades necessárias para construírem carreiras no desporto. Pilotos como o Craig Breen, Jari Huttunen, Jan Kopecký, Esapekka Lappi e o Stéphane Lefebvre são todos produtos do ERC, enquanto o Kris Meeke, Andreas Mikkelsen, Thierry Neuville e Ott Tänak, todos eles, venceram eventos do ERC no início das suas carreiras”, concluiu.

Em relação ao próprio Rali dos Açores, Ley afirma que tem os cenários mais bonitos do Europeu, e elogia a sua organização.

"Espectacular é a palavra" começou por afirma Ley. "O Azores Airlines Rallye oferece muito mais que isso. Tem uma organização muito profissional e pro-activa por trás, e tem um grande senso do momento e vontade para que o evento seja um enorme sucesso."

O Azores Airlines Rallye de 2018 irá contar com quinze classificativas corridas essencialmente em pisos de terra, num total de 675,05 quilómetros, 207,44 dos quais disputados em troços cronometrados. 

Youtube Formula 1 Documentary: SuperSwede


Em setembro, passarão 40 anos sobre a morte de Ronnie Peterson. O "SuerSueco", um dos pilotos mais velozes e carismáticos os anos 70, pilotou entre 1970 e 78 por equipas como March, Lotus e Tyrrell, venceu por dez vezes, conquistou 14 pole-positions e conseguiu nove voltas mais rápidas, mais 26 pódios. E foi vice-campeão do mundo por duas vezes, em 1971 e 78, entrando no estrito clube dos pilotos que não conseguiram um titulo mundial, mas do qual o público acha que merecia, a par de Stirling Moss e Gilles Villeneuve.

Em 2017, estreou-se na Suecia "SuperSwede", um documentário sobre a vida e a carreira do piloto, bem como a sua relação com a sua mulher, Barbro Edwardson, e do qual tiveram um filha, nascida em 1975. E claro, sobre a sua popularidade num país que tinha os ABBA e os seus Volvo e SAAB eram considerados como os melhores do mundo.

Aqui está o filme, inteiro. Tentem ver antes que o tirem do ar, mas digo já que tem defeitos: não há legendas (apenas é em sueco com partes em inglês) e tem uns "glitches" que por vezes incomodam bastante quem está a ver o filme.

quarta-feira, 21 de março de 2018

A imagem do dia

Se estivesse vivo, Ayrton Senna faria 58 anos. E como já disse tudo o que tinha a dizer sobre ele ao longo de todos estes anos, a melhor maneira de o recordar é colocar uma imagem a fazer o que sabia fazer melhor: correr. E ainda por cima, este é um ano especial, porque faz 30 anos sobre o seu primeiro campeonato mundial, e também sobre o McLaren MP4/4, provavelmente um dos melhores chassis da história da Formula 1, mais uma criação do génio de Gordon Murray, e que teve como base o falhado projeto do Brabham BT55 "Skate".

E sobre ele, como vi-o correr, sei dizer que ele era bom no que fazia, mesmo com todos os seus defeitos. 

Meteo: vai chover em Melbourne!

O fim de semana de estreia da Formula 1, em Melbourne, vai ter um pouco de tudo. Até chuva. Segundo as previsões meteorológicas previstas neste fim de semana, apesar de temperaturas amenas, na casa dos 24 graus Celsius, os dias não vão ser iguais. 

Na sexta-feira, vai estar céu limpo e temperaturas a rondar os 29 graus à hora dos treinos livres, de adaptação ao circuito, mas as coisas serão bem diferentes no sábado, à hora da qualificação. Aí, as chances de chuva serão à volta de 90 por cento, numa temperatura a rondar os 24 graus, e também se ouvirão trovoadas.

No domingo, dia de corrida, os céus estarão um pouco mais claros, e as chances de chuva aerão próximas do zero, pois apenas choverá mais tarde no dia. Mas a ideia de ter uma grelha de partida toda baralhada na primeira prova do ano até será bem interessante... mas também a chance de termos uma qualificação a arrastar-se no tempo, como foi em Monza no ano passado, poderá ser uma realidade.

Veremos.

CNR: Vieira espera ter um bom resultado nos Açores

Carlos Vieira, o atual campeão nacional de Ralis, espera obter um bom resultado no Rali dos Açores, segunda prova do campeonato, e também a contar para o Europeu. O piloto da Hyundai Portugal - que não vai ter a companhia de Armindo Araújo neste rali - demonstra ambição, apesar da pouca experiência nas estradas da ilha de São Miguel. Contudo, ele afirma que o resultado dos últimos testes que efectuou lhe deram mais confiança nele mesmo e no seu carro, depois de um algo decepcionante sexto posto no Serras de Fafe.

Testámos em Fafe, na segunda e na terça-feira da semana passada, e voltámos a testar ontem (segunda-feira), já em S. Miguel, com as especificações para o rali. Penso que conseguimos evoluir o Hyundai i20 R5, que já estava muito bem e que agora demonstra estar na plenitude, renovando a nossa confiança num bom resultado”, começa por dizer Carlos Vieira. 

Estou muito satisfeito com o carro e motivado para o rali. Vou procurar o melhor resultado possível, mas tenho igualmente consciência de que enfrento uma concorrência de grande qualidade nas contas do Campeonato de Portugal de Ralis. Pilotos com grande talento e com uma experiência e um conhecimento da prova muito superiores ao meu”, admite.

No entanto, isso não lhe é impeditivo de “procurar levar a pontuação máxima desta prova com tanta tradição no panorama internacional dos ralis e com troços dos mais bonitos que se podem encontrar em qualquer parte do mundo”, assegura.

O Azores Airlines Rallye 2018, que vai decorrer nos dias 22, 24 e 24 de março, conta com quinze classificativas corridas essencialmente em pisos de terra, num total de 675,05 quilómetros, 207,44 dos quais disputados contra o cronómetro. 

Youtube Motorsport Crash: O final louco desta corrida argentina


O video tem cerca de dez dias, mas só agora é que vi isto no site WTF1.co.uk. A corrida é o equivalente à Formula Renault e aconteceu no circuito de Rio Cuarto, na Argentina. (já agora, sabiam que este país têm cerca de 40 autódromos?)

A corrida teve duas voltas finais que foram bem alucinadas, com acidente uns atrás os outros, ao mesmo tempo que os pilotos não tinham qualquer intenção de levantar o pé, pois acima de tudo, queriam ganhar. Só que... enfim, vejam o video. 

ERC: Magalhães quer vencer nos Açores

Bruno Magalhães quer começar a nova temporada como começou em 2017: com uma vitória. Vencedor do Rali dos Açores por três vezes, o piloto da Skoda, vice-campeão europeu no ano passado, o piloto de Lisboa pretende começar a nova temporada com o pé direito, reconhecendo, porém, que a concorrência vêm forte ao arquipélago açoriano.

Claro que gostava de conseguir a minha quarta vitória nos Açores, no entanto, um bom resultado não é tão somente vencer. É importante estar na luta, fazer uma boa prova, dar um bom espectáculo e terminar nos primeiros lugares. É com esse foco que vamos em mente. Estão em prova excelentes pilotos com boas máquinas e estarmos no lote de favoritos é um honra”, começou por explicar no seu comunicado oficial.

O teste efectuado ontem, que serviu de preparação para a prova que se avizinha, foi muito importante para a dupla de pilotos: “Sobretudo para recuperar o ritmo competitivo. Estou parado há alguns meses. Para além disso estivemos a ajustar o carro para a especificidade da prova por forma a conseguirmos entrar com confiança redobrada. Estou desejoso de dar início ao rali”, concluiu.

A prova arranca no dia 22 de Março e terá ampla cobertura televisiva por parte do canal Eurosport.

terça-feira, 20 de março de 2018

Eis um desafio interessante

Estamos no século XXI - embora muitos ainda tenham o século XX na sua cabeça - mas estes tempos que vivemos, cheios de desafios, que ao mesmo tempo nos dão esperança e receio, poderão mostrar algo que signifique evolução. E claro, um desafio bem interessante de se seguir. Esta tarde dei de caras com um artigo de hoje do Business Insider, onde Lewis Hamilton aceitou um desafio. E não é um qualquer: é o de controlar um Formula 1 com a mente. 

Seria um desafio contra o brasileiro Rodrigo Hubner Mendes. E não é uma personagem qualquer: Mendes é tetraplégico e já tem experiência nisso, pois no ano passado ele se sentou a bordo de um monolugar e o conduziu... usando o poder da mente. No final da semana passada, Hamilton esteve no Dubai, no Global Education and Skills Forum, para explicar o que é ser o campeão do mundo de Formula 1, e na sessão de perguntas e respostas, Mendes estava presente para o desafiar numa corrida a dois, usando um dispositivo que mede comprimentos de onda, no sentido de comandar objetos, incluindo guiar um carro de Formula 1.

Lewis aceitou o desafio, dando como condição que ambos usem dispositivos iguais.

Isto acontece numa altura interessante das nossas vidas, onde o automóvel vai viver uma nova revolução no seu transporte. Para além dos carros elétricos, que vieram para ficar, e do desenvolvimento da condução autónoma, cujas experiências estão a decorrer em vários pontos do globo, sabemos também que não tarda aparecerá a RoboRace, a primeira competição onde carros autónomos, sem condutor, irão correr em pistas um pouco por todo o mundo. As experiências ainda estão a decorrer, mas é provável que no final da década, poderemos ver a primeira temporada desse tipo de carros.

A ideia de controlar carros com a mente pode ser ao mesmo tempo, divertida, interessante e até perigosa, depende da mente que leia isto. A tecnologia está a evoluir e este deverá ser o passo a seguir. O receio é que se risque o fator humano, tornando as corridas desinteressantes, mas sou daqueles que acha que todos podem ter o seu lugar numa pista de corridas. Mas entre eliminar 90 por cento de mortes na estrada, é provável que 90 por cento das pessoas estejam a favor.

Veremos quando é que esse desafio acontece. Estou muito curioso de ver.

Formula 1: Bottas vai receber o Troféu Bandini

Aos 27 anos de idade, o finlandês Valtteri Bottas irá receber o Troféu Bandini referente à temporada de 2017, anunciou o conselho municipal da cidade de Brisighella. Bottas vai ser o terceiro piloto da Mercedes a receber o troféu, depois de Lewis Hamilton em 2010 - ainda ele corria na McLaren - de Nico Rosberg, em 2011, e da própria equipa, em 2015.

O troféu é uma homenagem a Lorenzo Bandini, que viveu nessa cidade até à sua trágica morte, a 10 de maio de 1967, no Mónaco, três dias depois de sofrer um acidente durante o GP daquele ano onde sofreu queimaduras em mais de 90 por cento do seu corpo. 

O troféu vai ser atribuído a 5 de maio a vai ser comemorado em paralelo com o Minardi Day, que celebra os feitos da pequena equipa italiana, com sede em Faenza, a 12 quilómetros de Brisighella.

Vencedores do passado incluem Jacques Villeneuve, Fernando Alonso, Michael Schumacher, Sebastian Vettel e Max Verstappen.

Youtube Motorsport Music: O tema da Formula 1

Já se sabia há umas semanas que a Formula 1 iria ter novo tema musical. Brian Tyler, compositor de bandas sonoras de Hollywood, especialmente de filmes da Marvel, foi proposto pela Liberty Media para fazer um tema para a competição. 

O resultado final é este, pelo menos na sua versão completa. Agora, que alguém que meta umas imagens na duração desta musica para ver como é que fica. Acho que será uma questão de tempo.

CNR/ERC: Moura quer conhecer o carro

Ricardo Moura quer fazer o Rali Açores com vontade de se adaptar ao seu carro. Vencedor do Rali Serras de Fafe, o piloto de São Miguel decidiu trocar de montada um pouco inesperadamente a poucas semanas da prova caseira, que também conta como a etapa inicial do Europeu de Ralis. Com a nova montada, Moura - navegado por António Costa - deseja regressar aos bons resultados (foi o vencedor da edição de 2016) contra um cartaz de luxo, quer para o Nacional, quer para o Europeu.

“É sempre com grande motivação e entusiasmo que participamos no Azores Airlines Rallye. Depois da vitória em 2016, o ano passado a desistência aconteceu na reta final, quando lutávamos pela vitória. Em 2018 esperamos regressar aos bons resultados. Temos uma lista de inscritos de luxo, e esperamos, por via do profissionalismo que é apanágio em toda a nossa equipa, imprimir o ritmo para lutar por um lugar no pódio” começa por afirmar.

Apesar de no inicio do ano ter definido não trocar de carro, após o Rali Serras de Fafe colocámos o Ford Fiesta no mercado. Fruto de um esforço proveniente de vários intervenientes, foi possível concretizar o negócio em tempo útil para estrear um Fabia R5 na prova mais importante da nossa agenda desportiva de 2018. Quero deixar um agradecimento muito especial a todas as pessoas que tornaram possível a realização deste sonho. Esperamos no decorrer do rali ir conhecendo o carro, de forma a que haja uma rápida adaptação, para que possamos ter um ritmo em crescendo ao longo do rali”, concluiu.

O rali dos Açores vai acontecer nos dias 23 e 24 de março.

segunda-feira, 19 de março de 2018

Noticias: Volkswagen apresentou o I.D R Pikes Peak elétrico

A Volkswagen revelou esta segunda-feira as imagens no carro no qual irá tentar bater o recorde na subida ao Pikes Peak, este junho. Com o francês Romain Dumas ao volante, o I.D R Pikes Peak Prototype é o primeiro carro de corrida elétrico a ser construído pela marca alemã, e o objetivo é de no futuro, construir as bases para um regresso ao automobilismo com o seu próprio carro elétrico de competição, que poderá perfeitamente acontecer no WRX, quando este virar uma competição elétrica, em 2020.

Queremos ser uma referência a nível elétrico. Competir na rampa mais famosa do mundo com o I.D. R Pikes Peak não é apenas simbólico, é também um teste para o desenvolvimento dos carros elétricos”, disse Frank Welsch, responsável pelo desenvolvimento da marca alemã.

O I.D. R Pikes Peak é um desafio muito excitante para nós, para mostrarmos o que é possível com um motor elétrico no desporto motorizado. Toda a equipa, incluindo o Romain Dumas, o nosso piloto, está motivada em conseguir um novo recorde”, disse Sven Smeets, diretor da Volkswagen Motorsport.

O recorde elétrico está agora marcado nos 8.57,118 segundos, estabelecido por Rhys Millen em 2017. Os testes do I.D R Pikes Peak irão começar nas próximas semanas.

CNR/ERC: Aloísio Monteiro pretende terminar nos Açores

Aloísio Monteiro, o outro português que vai fazer o Europeu de Ralis, está mais concentrado em acabar a prova do que a fazer um bom resultado no seu Skoda Fabia R5. Com o jovem navegador André Couceiro, a seu lado, e reconhecendo a existência de 35 viaturas de última geração, o piloto português prefere focar-se na sua prestação e desenvolvimento, abstraindo-se do resultado final.

Desde o início deste projeto que estabelecemos que a nossa meta é acumular quilómetros e tentar melhorar a nossa prestação a cada momento, aprimorando detalhes que nos façam evoluir. Não estamos focados nem preocupados com o resultado, até porque a lista de concorrentes é grande e muitos deles são pilotos muito competentes e experientes. Estamos preparados e entusiasmados para iniciar este desafio”, começou por afirmar em declarações à Sportmotores.com

"Não posso dizer que fiquei surpreendido com a prestação do Skoda, uma vez que é do conhecimento geral que este é o carro da nova geração (R5) mais bem preparado para enfrentar a competição. Na verdade, é um prazer conduzir um carro assim e estou certo que vamos conseguir aproveitar todas as potencialidades desta viatura”, destacou.

O Rali do Açores é a prova de abertura do Europeu de Ralis e acontecerá entre os dias 23 e 24 de março. 

CNR: Teodósio confiante para os Açores

Ricardo Teodósio e o seu navegador, José Teixeira, vão disputar nos Açores a segunda prova ao volante do recente Skoda Fabia R5. Depois de um Serras de Fafe em que não correu lá muito bem - uma quebra de direçao os impediu de ir longe - desta vez, na preparação para o Rali dos Açores, a equipa assistida pela ARC Sport já realizou diversos testes para encontrar o ponto ideal ao Skoda.

Fizemos alguns quilómetros de testes, para encontrar o set-up ideal e os alinhamentos corretos. Realizámos muito trabalho ao nível das suspensões, tendo encontrado afinações muito positivas. Acho que o carro está no ponto para os Açores”, disse, confiante, Ricardo Teodósio ao site Sportmotores.com. 

Quero tentar andar o que sabemos e o que podemos. Ou seja, andar o mais rápido possível, uma vez que considero estar mais à vontade com o carro. Para além dos troços do Algarve, este é um dos ralis que mais gosto de fazer, apesar de ser uma prova longa e trabalhosa. Partimos confiantes para mais este desafio”, concluiu.

Já o seu navegador acha que existe uma boa dose de confiança para a prova açoriana: “Queremos lutar por uma das posições do pódio entre as equipas nacionais. Como esta é uma prova longa, implica que se faça uma boa gestão de pneus e que se consiga encontrar um compromisso ideal de andamento, especialmente nos troços grandes. Estamos seguramente mais à vontade com o carro, o que nos dá mais confiança”, conclui José Teixeira com otimismo.

O Rali dos Açores, segunda prova do CNR e primeira prova do Europeu, decorre nos dias 23 e 24 deste mês na ilha de São Miguel.

domingo, 18 de março de 2018

A entrevista de Tiago Monteiro à Playboy portuguesa

A Playboy portuguesa deste mês tem coisas bem interessantes nas suas páginas (e não, não é isso que vocês pensam, seus pervertidos). Quero dizer que está uma entrevista bem interessante a Tiago Monteiro, onde ele fala sobre a sua carreira, e especialmente, sobre o seu acidente há quase seis meses em que andou todo "vesgo" e que colocou a sua carreira em risco.

Há coisas interessantes sobre esta "entrevista de vida", e começa logo com a sua passagem pela Formula 1. Desde ser operado por Colin Kolles (sim, ele é dentista de formação!) até ao infame GP dos Estados Unidos de 2005, onde ele conquistou o terceiro lugar, numa corrida com... seis carros.

P - Ser operado antes de uma corrida por um diretor que também era dentista foi a coisa mais esquisita que e aconteceu na Formula 1?

R - Muito provavelmente foi o mais caricato que tive na carreira, quase de certeza. Para já, teres um abcesso e uma inflamação no fim de semana não é fácil, nunca é agradável mas depois tens a coincidência de ter um dentista como patrão. É uma pessoa que não é muito agradável, é brilhante, mas não é muito simpático e tinha um aspecto assim muito agressivo e tal, por isso era a última pessoa que escolherias como dentista e a relação que tinha com ele era muito profissional, não própriamente de amizade. Não estava para aí virado, mesmo cheio de dores, e imaginar que iria ser tratado pelo Colin Kolles, estava mesmo muito preocupado. Mas olha que ele foi uma grande surpresa, o homem tinha umas mãos de fada e foi incrível, muito bom mesmo. 

(...)


P - E a corrida em que chegaste ao pódio foi a mais estranha da tua vida? [GP dos Estados Unidos de 2005, em Indianápolis]

R - Foi também algo muito caricato, inédito até hoje, toda a gente se lembra dessa corrida, aquele boicote dos concorrentes com os pneus Michelin e óbviamente foi a grande oportunidade, estavamos no sitio certo, na altura certa, mas nesses seis era preciso estar o mais à frente possivel e a luta lá atrás era feroz mesmo.

P - Então sentiste a pressão.

R - Ah sim, talvez a maior da minha carreira. Porque eu estava consciente que era uma oportunidade única. Era um fim de semana onde podia haver oportunidade de pontos, mas nunca imaginaria que seria assim, que houvesse tanta adesão ao boicote e iríamos ser só seis carros. A partir do momento em que víamos que éramos seis foi ainda pior. Um dos meus concorrentes na altura era o meu companheiro de equipa [o indiano Narain Karthikeyan], a luta era muito renhida entre nós e qualquer um poderia ter acabado em terceiro.

Felizmente naquele fim de semana estava muito forte, confiante. A equipa a meio da corrida, quando já estava com um bom avanço, deu-me indicações que estava com uns problemazitos da temperatura de caixa, etc, e que tinha de abrandar um bocadinho o ritmo que eu não queria. Não queria perder a minha concentração, manter aquele meu ritmo, estava confortável assim e não queria estar sob pressão no final da corrida. Por isso continuei a atacar ao máximo ate aos três quartos da corrida. 

Se perguntares quem fez quarto, quinto e sexto, quase já ninguém se lembra, por isso foi mesmo importantíssimo estar ali em terceiro. Se aquilo foi bom ou mau, não tenhas dúvidas que aquilo não foi fantástico para a Formula 1, mas fez parte daqueles pontos na história que eles se lembram, a bem ou a mal, tanto faz, mas o importante é que estava lá e agarrei aquela oportunidade.

A partir daqui, a entrevista fala sobre a passagem anterior pela então ChampCar, onde em 2003 foi piloto da Fittipaldi-Dingman, que surgiu depois de ele ter feito um teste com o Renault de Formula 1, no final de 2002, onde estava, entre outros, Sebastien Bourdais. E que o facto do teste e a final do programa de jovens piloto da marca do losango o fez migrar para a América e assentar boa parte do ano em Miami.

Também fala do seu filho, que já corre em karts, e depois fala do acidente que teve em setembro e que colocou a sua carreira em perigo.

P - Mas algum dos teus acidentes te fez pensar se deverias parar?

R - Sabes que, em 20 anos, o acidente que tive agora em setembro foi o primeiro onde realmente me magoei, passei perto de uma catástrofe muito maior. Estar aqui hoje a falar contigo já foi um milagre, segundo os médicos todos, e estar a andar, a mexer-me, é outro milagre, porque se não tivesse ficado lá o mais provável é ter ficado tetraplégico. Portanto, o facto de estar agora a treinar como estou a treinar, a andar como estou a andar, a falar...

Estive uma semana sem falar, estive um mês sem andar, estive bloqueado à direita, estive sem ver praticamente, durante alguns meses, ou seja, tive muita sorte na forma como as coisas estão agora a resolver-se. No entanto, se me perguntares se me fez pensar, óbviamente que num mês e meio acamado num hospital tive tempo para pensar em tudo e mais alguma coisa. Se me pensar em parar, acho que nunca, e não sei se isso é grave ou não, é um lado inconsciente que podemos ter. Acho que nem nos dias seguintes, quando comecei a recuperar os sentidos, nunca pensei em parar, antes pelo contrário, só queria recuperar o mais rápido possível, mas também acho que me deu a força para lutar, porque a recuperação foi muito dolorosa, fisicamente e psicologicamente também. Acho que se não tivesse esse objetivo de querer voltar, teria deixado andar as coisas, se calhar ficava deitado a ler um livro que é muito mais fácil. Ao inicio os médicos estavam bastante preocupados e alguns não sabiam se eu voltaria a andar.

P - Quando ficaste consciente já sabias que não ias ficar tetraplégico?

R - Eu só estive inconsciente oito horas. Quando acordei nas primeiras horas, estava completamente sedado, os primeiros dias não percebia nada do que é que se estava a passar, não tinha noção da realidade da situação, achava que a questão da visão foi só do impacto, que numa questão de dias iria passar, achava que não me mexer também era uma questão de dias, por isso não, não tens consciência. A pancada é tão forte, foste tão abalado e as drogas que te dão por causa das dores, estás completamente noutro planeta. 

Mas pouco a pouco, nas semanas seguintes, vais começando a perceber a gravidade das coisas mas também ao mesmo tempo sim, percebes que foi muito mais grave mas há uma boa hipótese de recuperar e foi isso que, apesar de algum negativismo em médicos que estavam mais pessimistas, felizmente havia alguns também optimistas e que me deram essa força. E tinha uma equipa fantástica à minha volta. O objetivo era voltar o mais rapidamente possivel, alguns médicos diziam-me no mínimo dois anos de recuperação até voltar a estar mais ou menos normal. Isso para mim, fora de questão. Aliás, durante o primeiro mês e meio, dois meses, era das oito da manhã até às oito ou nove da noite, fisioterapias todas, homeopatias, optometria, oftamologia, todos os tratamentos possiveis e imaginários, eu estava a fazê-los.

Agora passaram cinco meses e meio, ainda ontem estive com estive com um médico que me viu logo no início, um dos que dizia que isto. no mínimo, um ano e meio, dois e estava muito surpreendido, óbviamente, com a recuperação. Feliz, mas surpreendido. E isso eu acho que faz dar esta força, senão sabes, em vez de fazer oito horas por dia, se calhar já só fazes duas horas de tratamento e tal, o tempo vai passando e depois tenho 40 anos, se tivesse 20 era uma coisa, com 40 é outra.

P - como foi estar a liderar o Mundial e vê-lo escapar sem poder fazer nada?

R - Essa foi a parte mais difícil, uma coisa é estares em pista e as coisas não correrem bem, mas estás a lutar. Outra coisa é estares em tua casa, ou nos tratamentos, seja o que for e ver na televisão os outros a roubarem-te os louros. Foi um exercício psicológico duro, mas interessante ao mesmo tempo, porque descobri muitas coisas sobre mim próprio, obrigou-me a uma luta interna óptima, uma força muito grande para aceitar isso e passar à frente. Ainda fiquei uma corrida à frente do campeonato, apesar de não estar lá, e na segunda perdi a liderança, mas por meio ponto. E faltavam duas para acabar, ou seja, se voltasse à terceira corrida ainda dava. Não foi possível e foi uma fase difícil de aceitar mas só deu mais vontade que nunca.

Não digo que isto foi bom, isto não foi bom para nada, mas por um lado estou consciente de que vou saír disto muito mais forte. Foi uma bofetada muito forte, estão a roubar-te o campeonato, claro que ninguém me garante que eu tivesse ganho mas toda a gente sabe que era o maior candidato à vitória e roubar-me dessa forma é muito frustrante. Não digo que tenha perdido a paixão, antes pelo contrário, mas deu-me uma nova vontade, um novo alento de ir buscar o que é meu e de voltar à competição. Quando fazes isto há 20 anos, nem todos os dias é fantástico, é como tudo, há dias em que estás cansado, dias em que não te apetece tanto, e quando vais três/quatro dias para Barcelona ou para Valência no inverno, está um gelo e tu lá o dia todo no carro, com dores de cabeça, dores no corpo, não é fácil. Mas mesmo dessa parte agora estou com vontade, voltou a dar.me uma motivação interna incrível. 

A parte final da entrevista têm a ver com o novo WTCR, que basicamente é uma união entre o WTCC e o TCR, e um pouco sobre a atual Formula 1, e as hipóteses de ver pilotos portugueses a subirem a escada para o topo do autonmobilismo.

P - E agora, o que vai mudar no WTCC, para além do nome?

R - A grande diferença é o regulamento do carro, que é muito mais simples, ou seja, também muito mais limitado, não deixa tanta abertura de desenvolver o carro, para limitar os custos. Não podes partir de uma folha branca e fazer o que queres, tens de partir de um carro que já existe e desenvolvê-lo dentro dos parâmetros que são controlados, por isso todas as marcas têm muito interesse porque esse tipo de carros é mais fácil, não precisam de 50 engenheiros e designers para fazer um carro, partem de uma base que já existe. Obviamente alteram tudo e mais alguma coisa, mas dentro de certos parâmetros e tens um equilíbrio entre marcas muito maior. Dá um interesse para a marca, porque não só estão a vender carros e peças também, ao mesmo tempo fazem publicidade, são os carros deles que estão a andar. Continua a ser a Eurosport a promover o evento e a ter o carimbo da FIA, que também é muito importante.

P - E as três corridas no fim de semana, vão fazer muita diferença?

R - Não faço ideia, acho que a intenção é dar mais importância e interesse ao sábado, até agora eram treinos e qualificação, e agora ao final da tarde era mais atividades comerciais e coisas assim e quiseram por uma corrida também ao sábado. Francamente, não sou muito a favor porque já temos uma agenda muito preenchida, agora se vai trazer mais espectáculo, talvez.

P - Os testes para a nova época, não vais ser tu a fazê-los.

R - Não, por enquanto não estou, mas também mais uma vez os testes tem uma limitação, nos últimos anos no final de fevereiro, já tinha feito para aí uns 15 dias de teste. Desta vez foram feitos dois ou três dias de testes, lá está, para limitar um pouco os custos. Por isso não estou a perder assim tanto e vou, em princípio, começar a testar em março. 

P - Como vês a atual F1?

R - Altos e baixos. Não a vejo em grande forma para certas coisas, mas é claro que a F1 é sempre a F1, mas com esta nova compra dos americanos [Liberty Media] eles estão a procurar ainda, qual será o melhor formato, estão a tentar moldar a F1 às novas tecnologias, hoje em dia a forma de veres corridas, de veres televisão, mudou completamente. Já não é aquela situação de domingo à tarde que tens três canais na televisão, toda a gente via F1 porque era quase o que havia, hoje tens muito mais escolha, tens muito mais desportos interessantes. A F1 está a combater uma dificuldade de angariação de novos fãs muito grande porque querem coisas mais radicais, mais espectaculares e têm acesso a essas coisas. A nível desportivo, acho que não está mal, é verdade que houve um domínio nos últimos anos da Mercedes, mas com algumas lutas interessantes por parte da Red Bull, da Ferrari também. Tenho seguido obviamente de muito perto e acho que há muitas coisas interessantes mas têm de ser mais valorizadas.

(...)

P - E agora, é ir buscar o campeonato?

R - Tem de ser. Não tenho ainda garantias de estar a 100 por cento em abril, mas se me derem o OK para correr e começar o campeonato desde o inicio, o meu objetivo vai ser lutar pelo campeonato, não há dúvida. Apesar de ser um campeonato novo, os circuitos alguns são novos, carros novos, produtos novos, muita coisa nova, no entanto, sei que posso lá estar e lutar pelo campeonato e é isso que quero. Claro que não sei como é que vai estar o carro, isso também vai obviamente ter interferência nestas ambições, mas tenho experiência e capacidade para isso, vamos ver.

P - Quem é que dá esse OK? É mesmo a FIA?

R - Primeiro, vão ser os meus médicos cá em Portugal e depois tenho de fazer uma série de exames com a FIA. eles querem assegurar-se que não será um perigo para mim nem para os outros, e que não seja ainda prematuro a nível fisico, porque não é o facto de apto, é o facto de voltarmos a ter um acidente, muitas vezes os regressos são adiados por causa disso. Estás de perfeita saúde para pilotar ao mais alto nível, no então estão aí algumas lesões que podem estar um bocado fragilizadas e que, se voltas a ter um acidente grave, aí pode ser uma catástrofe e eles não querem arriscar isso.

Formula E: Félix da Costa desiludido com o resultado

António Félix da Costa ficou desiludido com o resultado final da sua corrida em Punta del Este. Na sexta prova do Mundial de Formula E, o piloto português ficou à porta dos pontos depois de uma prova onde ele teve problemas com o software do seu carro, condicionando as suas prestações.

Partindo do 13º lugar da grelha, o piloto português da Andretti conseguiu subir até nono durante a primeira parte da corrida, mas um problema no carro condicionou a estratégia para o resto da prova, na qual acabou por cair para 11º, ficando fora dos lugares pontuáveis pela terceira vez nesta temporada. 

"Penso que até tínhamos ritmo para ter saído daqui de Punta del Este com um oitavo ou nono lugares, mas a nossa gestão de energia não foi eficiente, as estratégias de software da equipa não funcionaram bem e perdemos muito tempo de uma forma que, eu dentro do carro, nada posso fazer. Temos de olhar bem, melhorar muito neste aspecto pois é uma área muito importante que tem de estar otimizada a cem por cento", disse o piloto luso. 

Numa corrida vencida por Jean-Eric Vergne, que resistiu aos ataques de Lucas Di Grassi até à meta, o piloto francês aumentou a sua vantagem na liderança para 30 pontos, já que o segundo classificado, o sueco Felix Rosenqvist, da Mahindra, foi quinto na prova uruguaia. Já Félix da Costa é agora 14º, com os mesmos 16 pontos.

A Formula E agora move-se para a Europa, onde a 14 de abril vai correr nas ruas de Roma.