sábado, 13 de janeiro de 2018

Dakar 2018: Sainz é o novo líder

Depois de um dia de descanso, máquinas e pilotos voltaram hoje à estrada, em terras bolivianas, entre La Paz e Uyuni, numa etapa-maratona, sem assistência externa, com os pilotos a repararem os seus próprios carros. Foi uma etapa onde Stephane Peterhansel perdeu muito tempo (uma hora e 45 minutos) devido a um problema na suspensão do seu carro, que o obrigou a várias reparações no seu Peugeot.

No final, venceu Carlos Sainz, com onze minutos e 21 segundos de avanço para os Toyotas de Giniel de Villiers, enquanto que Nasser Al-Attiyah (Toyota) terminou na terceira posição a 13 minutos e 51 segundos. Com isto, o piloto espanhol é o líder do Dakar, com uma hora e onze segundos sobre Nasser Al Attiyah e uma hora e vinte sobre Giniel de Villiers, desconhecendo-se se Peterhansel irá ou não continuar. O piloto francês acabou por fazer, mas a liderança está perdida.

Nas motos, Juan Barreda Bort esteve imparável e venceu a etapa. Mas... mesmo ganhando quase três minutos à concorrência, Barreda sofreu uma queda e feriu-se no joelho, desconhecendo-se está capaz de continuar o rali.

Decidi andar forte logo no inicio da etapa e até ao quilometro 300 andei a um ritmo muito alto, no entanto sofri uma queda forte numa saída de pista num riacho e a moto caiu-me em cima  e aleijou-me o joelho o que fez com que tivesse alguma dificuldade em colocar o pé no chão, sobretudo nas curvas para a esquerda. A partir desse momento decidi reduzir o ritmo por causa das dores e agora vamos ver o que podemos fazer, mas parece muito complicado continuar em prova”, afirmou no final da etapa o piloto espanhol.

Atrás de Barreda, ficou Adrian ven Beveren, que com os quase três minutos de desvantagem sobre o piloto espanhol, ficou com a liderança do Dakar, pois Kevin Benavides acabou a oito minutos e dois segundos sobre Barreda, e o piloto francês da KTM é agora o novo líder, com 3 minutos e 14 segundos sobre o argentino. Barreda Bort é o terceiro, a quatro minutos e 45 segundos do líder.

Amanhã, a caravana do Dakar sairá de Uyuni e chegará e Tupiza, cumprindo um total de 584 quilómetros, dos quais 498 serão cronometrados. Vai ser a última etapa totalmente feita em solo boliviano, antes de entrarem na Argentina.

Formula E: Buemi é pole em Marrocos

O suíço Sebastien Buemi fez a pole-position no circuito de Marrakesh, em Marrocos, conseguindo bater Sam Bird e Lucas di Grassi na SuperPole para o ePrix de Marrocos, a terceira corrida da temporada. O piloto suíço fez 1.20,355, e fez a nona pole da sua carreira, melhorando o seu recorde.

A qualificação ficou marcada pelos problemas de Edoardo Mortara e as batidas de Nick Heidfeld e António Félix da Costa, que por causa disso, acabaram por largar no fundo da grelha.

O sábado em terras marroquinas começou com frio e névoa, que condicionaram um pouco as voltas dos pilotos no circuito de Marrakech devido à dificuldade de aquecer os pneus dos seus carros, aliado ao vento, que trazia as areias do Sahara para a pista. Mas por alturas da qualificação, a neblina tinha já levantado e os pilotos estavam prontos para fazer as voltas quer iriam definir a grelha de partida.

No grupo 1, com Andre Lotterer, José Maria Lopez, Lucas Di Grassi, Jérôme D'Ambrosio e Tom Blomqvist. o piloto alemão da Techeetah tentou mostrar-se, mas foi o argentino da Dragon que foi o melhor de todos, marcando um tempo que o catapultou entre os melhores da qualificação.

Contudo, na parte final, Lucas di Grassi marcou 1.20,314 e liderou o grupo, maranco um tempo suficiente para tentar a sua sorte na SuperPole.

Poucos minutos depois, no Grupo 2, com Sébastien Buemi, Alex Lynn, Luca Filippi, Maro Engel e Nicolas Prost, foram os pilotos da Renault e.dams a marcar o ritmo, com Buemi a conseguir o (até então) terceiro melhor tempo, deixando para trás boa parte da concorrência.

No Grupo 3, Felix Rosenqvist foi veloz, fazendo 1.20,115 e acabou por ser o melhor até então. Jean-Eric Verrgne tentou, mas foi apenas nono, não conseguindo ir à SuperPole, antes de Mortara ter ficado parado na pista devido a problemas de potência. E quando voltou a qualificação à normalidade, esta foi por pouco tempo: Nick Heidfeld deu um forte toque no muro, danificando o seu Mahindra e terminando a sua qualificação por ali.

No grupo 4, com o Jaguar de Piquet, o NIO de Turvey, o Andretti de Félix da Costa e o Audi de Abt, o brasileiro começou a marcar tempos, sendo sétimo, até que mostraram bandeiras vermelhas da pista, por causa do forte embate do piloto português na curva 7, depois de falhar a travagem. Quando a sessão recomeçou, Abt e Turvey tentaram marcara tempos, mas ficaram atrás de Piquet, não conseguindo entrar no "top five" da SuperPole. 

Assim sendo, o Renault de Buemi, o Dragon de Lopez, o Virgin de Bird, o Mahindra de Rosenqvist e o Audi de Di Grassi.

Na Superpole, Sam Bird foi o primeiro a sair da pista e marcou um tempo de 1.20,615, mais alto do que tinha feito anteriormente. Depois, Sebastien Buemi tentou a sua sorte e melhorou bastante, marcando 1.20,355 e desafiando também a concorrência. José Maria Lopez tentou a sua sorte, mas conseguiu um tempo 1,1 segundos mais lento, e quando foi a vez de Lucas di Grassi, não conseguiu bater o seu rival, contentando-se com o quarto tempo desta sessão de qualificação.

Com isto, Buemi tornou-se no favorito nesta terceira corrida do campeonato. Mais logo, a corrida. 

Formula E: Rosenqvist foi o vencedor em Marrakesh

Felix Rosenqvist foi o vencedor da terceira prova da temporada da Formula E. O piloto sueco da Mahindra foi o melhor corrida marroquina, batendo Sebastien Buemi depois de o passar a seis voltas do fim da corrida. Sam Bird ficou com o lugar mais baixo do pódio.

Quando a António Félix da Costa, depois de ter partido no fundo do pelotão, devido ao seu acidente na qualificação, esteve ao ataque, chegando aos pontos, mas depois foi prejudicado na sua paragem nas boxes - aconteceu durante um "full course yellow" - e ficou na 14ª posição, apesar de ser um dos mais velozes na pista. Para piorar as coisas, ainda teve uma penalização de cinco segundos, acrescentado ao tempo final.

Na partida, Buemi ficou na frente de Bird e Lopez, sem grandes incidentes no pelotão nas primeiras curvas da corrida. O inglês da Virgin estava em cima dele, mas atrás, o seu companheiro Alex Lynn levou um toque de Daniel Abt e fez um pião na curva 1, caindo para o final do pelotão. Di Grassi conseguiu passar Lopez no final da segunda volta para ser quarto. O argentino respondeu, mas um excesso fez com que caísse para o sétimo posto. Atrás, outro toque estragou a corrida de Nicolas Prost, fazendo-o cair para o fundo do pelotão.

Na frente, Di Grassi pressionava Rosenqvist para ser terceiro classificado, enquanto que Buemi andava relativamente longe de Sam Bird. Atrás, António Félix da Costa apanhava Nick Heidfeld para fazer a volta mais rápida, por enquanto.

Na oitava volta, Di Grassi pára no meio da pista, com problemas para fazer arrancar o carro. Ele acabou por chegar às boxes, mas o final do pelotão era inevitável. Atrás, Felix da Costa andaram ao ataque, chegando na volta 15 aos pontos.

Na volta 17, começaram as paragens nas boxes, numa altura em que a corrida tinha entrado em "full course yellow" (FCY), devido ao carro de André Lotterer parado na escapatória. Os primeiros a parar foram Félix da Costa, Evans e Abt, que ficaram prejudicados com este FCY, apesar de terem parado uma volta antes do resto do pelotão.

Na frente, Buemi agora tinha de aguentar os ataques de Felix Rosenqvist, que tinha passado Sam Bird imediatamente antes da sua paragem nas boxes. Piquet era quarto, seguido por Vergne e Lopez. O sueco andou a pressionar Buemi para ver se ele cometia um erro, mas o piloto suíço aguentava bem. Já Sam Bird também aguentava os ataques de Piquet Jr.

Na volta 29, Rosenqvist foi ao ataque e conseguiu passar Buemi para liderar a corrida. O suíço tentou retaliar, mas não conseguiu. Depois disso, o sueco da Mahindra foi-se embora, conseguindo uma vantagem decisiva. 

A dias voltas do fim, Mortara e Heidfeld sofreram um toque, que ainda por cima prejudicou a corrida de ambos. O alemão ficou sem uma parte do carro e Mortara foi para as boxes de vez.

Contudo, tudo isto não prejudicou Rosenqvist, que conseguiu a sua segunda vitória do ano, com Buemi e Bird a acompanhá-lo no pódio. Nelson Piquet Jr foi o quarto e ainda fez a volta mais rápida, na frente de Jean-Eric Vergne e José Maria Lopez.

No campeonato, Blomqvist é o líder, com 54 pontos, contra os 50 Bird. A Formula E vai agora para a América do Sul, para correr a 3 de fevereiro nas ruas de Santiago do Chile. 

sexta-feira, 12 de janeiro de 2018

Rumor do Dia: Williams escolheu Sitrotkin

A Williams escolheu o russo Serguei Sitrotkin e deu a Robert Kubica o papel de terceiro piloto, com a possibilidade de andar no FW41 em algumas sessões de treinos livres durante a temporada. Pelo menos é isso que o jornal francês L'Equipe anuncia esta sexta-feira no seu sitio oficial.

Já se ouve há semanas que Robert Kubica, apesar de ter andando bem nos testes de final de temporada em Abu Dhabi, não mostrou uma diferença abismal que pudesse marcar a diferença em relação a Lance Stroll, por exemplo. Os seus tempos por volta eram semelhantes a Felipe Massa, que como é sabido, anunciou a sua retirada no final do ano passado. Apesar de Sirotkin também andar mais ou menos ao nível de Kubica e Stroll, na realidade, tinha uns bolsos mais cheios do que o piloto polaco.

Aqui, o dinheiro também entra em cena: apesar da Martini ter dito que preferiria ter um piloto veterano no "lineup" - eles injetam 25 milhões de euros na equipa de Grove - o banco russo SMP está disposto a injetar 15 milhões de euros na equipa, que é quase o dobro que Robert Kubica conseguiu arranjar na sua Polónia natal, cerca de oito milhões de euros.

Por agora, a Williams não confirmou esta noticia. Mas sabe-se que um anuncio será feito na semana que vêm em relação a quem será o companheiro de equipa do piloto canadiano.

Formula 1: McLaren admite construir os seus próprios motores

Se a Cosworth já disse que não pensa em reentrar na Formula 1 sem o auxílio de um contstrutor maior, já a McLaren, que está na categoria dá mais de meio século, afirma que poderá pensar em construir os seus motores a partir de 2021, caso os novos regulamentos simplifiquem um pouco a sua arquitectura e facilitem um pouco a sua construção. 

Com um acordo com a Renault prestes a começar, Jonathan Neale, diretor operacional da marca, afirmou que as discussões sobre os motores podem fazer repensar os seus planos de longo prazo, e isso poderia implicar que poderiam construir os seus próprios motores, se a oportunidade surgir, agora que também são construtores de pleno direito.

Na Fórmula 1, a McLaren nunca fez o seu próprio motor. Acabámos de assinar um acordo com a Renault. Os regulamentos estão a mudar, e apenas 50 por cento do mapa foi informado até agora, por isso, não conhecemos o caminho [exato] da viagem", começou por dizer Jonathan Neale ao site F1 Fanatic.co.uk. 

"Temos grandes equipas, como a Mercedes, que está a gastar uma quantidade significativa de dinheiro com uma grande organização e uma infraestrutura integrada. A Ferrari faz 35 mil motores por ano para a Maserati, ou algo assim, bem como 8000 para si mesma. Quando se chega a esse nível de volume, quando se olha para o tipo de retorno de vendas que se obtém, nós ainda somos um fabricante de nicho, apesar de fazermos 4000 carros por ano. Ainda não somos um fabricante de peso, mas estamos a manter uma mente aberta e olhamos para a próxima fase da Fórmula 1 e existe a possibilidade de usar o nosso capital com mais sabedoria. Mas não temos nenhum plano imediato para fazer nada além de trabalhar bem com a Renault”, concluiu.

Cosworth de regresso? "Pouco provável"

As discussões sobre os novos motores a partir de 2021 tiveram a participação de vários construtores e preparadores para saber se têm chances de entrar na Formula 1. Um dos que estiveram presentes foi a Cosworth, a preparadora britânica com muitos pergaminhos na competição. Falando no Autosport International, Bruce Wood, o diretor da preparadora, acha que, apesar da abertura da Formula 1 nesse caso, a realidade é bem mais complexa:

Primeiro que tudo, adoraríamos lá estar. Tem sido noticiado que temos estado muito envolvidos nas discussões em curso. Desde o começo que afirmámos que seria improvável vermos uma Cosworth completamente independente. Isso é improvável porque acho que é difícil de funcionar do ponto de vista económico”, disse, em declarações à motorsport.com.

Esperamos que possamos lá estar em parceria com um pequeno construtor que deseje fazê-lo no que esperamos de um novo regulamento que permita um compromisso financeiro muito menor para estar na Formula 1. Não é segredo que o actual nível de tecnologia na Formula 1 é proibitivo, mesmo para alguém com a Cosworth, porque há vários elementos de ponta. A recuperação da energia térmica iria requerer um investimento de dez milhões de euros”, concluiu Wood.

A preparadora britânica, fundada em 1960 por Mike Costin e Keith Duckworth, associou-se à Ford em 1966 para fazer um motor de 3 litros, o DFV (Double Four Valve) que equipou no ano seguite os Lotus de Formula 1, levando a um domínio na competição, alcançando 155 vitórias até 1983. A Cosworth voltou depois em 1989, mas sem o sucesso de tempos passados, fabricando motores V10 até 2006. Em 2010 voltou à Formula 1, abastecendo as novatas Caterham, Hispania e Virgin-Marussia, mas acabou por sair em 2013, nunca largando o fundo do pelotão. 

quinta-feira, 11 de janeiro de 2018

Dakar 2018: Etapa 6, Arequipa - La Paz

A sexta etapa do Dakar marca a saída da caravana do Peru para a Bolivia, e onde eles vão abandonar o nível do mar para começar a andar nas altitudes dos Andes, pois vão chegar até perto dos 4700 metros de altitude, que é onde se situa a capital boliviana.

Nos carros, Carlos Sainz foi o vencedor da etapa, conseguindo uma diferença de quatro minutos sobre Stephane Peterhansel, que contudo, mantêm o comando do rali. Quanto a este, contudo, andou a etapa num duelo com Nasser al Attiyah para ver se terminava a etapa à frente do piloto qatari da Toyota... e conseguiu. Por meros 59 segundos, mas conseguiu. 

Giniel de Villiers e Cyril Després fecharam o "top cinco" nesta etapa.

Em termos de geral, Peterhansel continua a comandar o rali, e agora tem 27 minutos e dez segundos sobre Carlos Sainz, enquanto que o holandês Bernard Ten Brinke é o terceiro, no seu Toyota, na frente de Nasser Al Attiyah e Giniel de Villiers.

Já nas motos, Kevin Benavides deu o seu melhor para bater a concorrencia... e conseguiu. Claro, havia uma recompensa nisso que era a liderança na categoria. Num dia em que a especial foi encurtada em 118 quilómetros para as motos e os quads porque... nevou naquela zona da Bolivia, cuja cidade, La Paz, está a 4700 metros de altitude.

Em termos de especial, Antoine Meo foi o vencedor, no seu KTM, e esta foi a sua terceira vitória em especiais neste Dakar. Benavides chegou a seguir, a 30 segundos de Meo, mas tinha ganho dois minutos e 57 segundos a Adrien Van Beveren, que hoje foi apenas décimo. Agora, um minuto e 57 segundos separam os dois primeiros classificados, num Dakar que será disputado até à última nessa categoria. Toby Price foi o terceiro, 30 segundos atrás do segundo.

Joan Barreda Bort esteve hoje mais discreto. Depois do recital dado na véspera, hoje o piloto espanhol da Honda abriu a pista, mas esteve mais apagado. Acabou na 11ª posição e perdeu tempo para todos os mais diretos rivais.

Amanhã, a caravana do Dakar descansa em La Paz.

CNR: Manuel Castro que o "top five" em 2018

Manuel Castro deu nas vistas em 2017 por ter sido o primeiro piloto a adquirir um Hyundai i20 R5 para fazer o campeonato nacional de ralis. A temporada foi muito problemática para ele, apesar do bom inicio no Serras de Fafe, e que acabou de forma inesperada no Rali de Portugal, quando o seu carro pegou fogo e depois teve um imbróglio com a companhia de seguros, que encurtou a sua temporada.

Em entrevista que deu esta semana a Gonçalo Sousa Cabral, no podcast 16 válvulas, Manuel Castro falou sobre o passado, presente e futuro. 

2017 foi um ano muito caricato para mim, desde logo por ter estreado um carro em Portugal, o novíssimo Hyundai i20 R5, por termos trabalhado a comunicação como nunca tinha sido feito nos ralis em Portugal, e, infelizmente, devido a algumas peripécias durante a temporada que nos impossibilitaram de fazer o campeonato completo, tal como queríamos, e que nos deixaram um amargo de boca que não foi fácil de superar", começou por dizer. 

"De positivo deixámos o mais interessante, como a competitividade do carro, como ficou provado em algumas especiais, o ritmo não foi sempre o melhor, também por azares alheios à equipa. Sabíamos que era um ano 0, um carro novo, com poucos quilómetros em terra, e fomos um pouco vítimas disso, mas estávamos cientes de que podia acontecer. Sou persistente nas minhas decisões e não vamos desistir. No geral, acabou por ser um ano positivo, apesar dos dissabores” continuou.

Castro fez um resumo da temporada desta forma: “Iniciámos no Serras de Fafe, em que fomos obrigados a desistir por defeito de uma peça que os Hyundai tinham e que foi imediatamente resolvido pela marca. Depois, nos Açores, fomos muito competitivos, conseguimos estar sempre entre os quatro ou cinco primeiros do nacional e era apenas a minha terceira vez lá e com poucos quilómetros de testes no carro. Lembro-me que, aqui, o ano passado foi perguntado o que achava da mudança para o R5, sabia que seria difícil porque os meus adversários já estavam muito mais habituados aos R5, e realmente foi, mas mesmo assim a adaptação correu bem, consegui alguns bons tempos, o que me deixou animado, mesmo sabendo que podia melhorar. O Rali dos Açores também foi bom, apesar das peripécias logo a abrir com o capot não estar bem preso e partir-me o para-brisas e perdemos dois minutos e 40 segundos. Fez-me começar muito atrás, apesar de depois ter conseguido recuperar e terminar em sexto no CPR, mas ainda podíamos ter estado melhor", declarou.

Já em relação a 2018 e com o carro novo, Castro acredita que este carro tem potencial para andar bem melhor do que a concorrência.

"O carro é fantástico em asfalto, mesmo com chuva tem muita estabilidade, o que me deixa ainda com mais vontade para 2018. Como sabem, adquirimos um novo i20 R5, com o chassis 35, que é totalmente igual ao outro, só tem um mapa do motor diferente que permite mais potência e mais binário e nota-se bastante esta diferença. Agora tenho de ver em terra onde posso melhorar. Já temos alguns quilómetros de trabalho e temos evoluído, infelizmente não pude fazer mais quilómetros pelo motivo que todos conhecem e que foi alheio à nossa equipa", começou por afirmar. 

"Acho que é um carro que pode provar em Portugal que pode ganhar, fruto de A, B ou C e já o fez em asfalto. Na terra foi melhorado pela Hyundai Motorsport e acredito que temos todas as condições para ter um carro muito competitivo; foi por isso que avançamos para a compra de um segundo carro, mesmo sem o apoio do importador, apesar de termos tentado” disse.

Sobre o segundo carro da marca, que foi o seu carro na temporada de 2017, Castro afirma que existem boas possibilidades de arranjar um piloto para o conduzir nesta temporada, sem abrir o jogo sobre o nome do piloto que o irá guiar. 

Neste momento temos algumas possibilidades, uma delas será muito interessante e que eu, como gestor da Racing 4 You, estou muito interessado, porque é um piloto muito rápido, campeoníssimo e que permitia a internacionalização da equipa, penso que em duas semanas será possível saber. Se não for esta opção, existem outras, quer para o Nacional, quer para o Regional da Madeira, mas uma coisa posso garantir: o carro vai estar à partida do Serras de Fafe”, concluiu.

Formula E: AFC consciente dos limites do seu carro

A Formula E está de volta à competição com a terceira corrida do campeonato, em Marraquexe, depois de uma ronda dupla em Hong Kong, no mês passado. Para António Félix da Costa, o piloto da Andretti Autosport, espera que tenha uma jornada positiva para as suas cores, como aquela que teve na primeira corrida do ano, onde acabou no sexto posto, algo do qual ele afirma ter sido "um resultado acima das suas próprias expectativas".

Para o piloto português - que desta vez tem a companhia do britânico Tom Blomqvist - os objectivos não mudaram, apesar da confiança crescente que tem pela marca:  

"[Sinto] cada vez mais o envolvimento da BMW, com mais engenheiros presentes e mais tecnologia de forma a evoluirmos o nosso carro, no entanto a base dos motores, baterias e caixa de velocidades não podemos mudar, portanto temos obviamente algumas limitações. No entanto como se viu em Hong Kong, se extrairmos ao máximo o potencial do carro e não cometermos erros, poderemos estar perto do top 5, pelo que este fim-de-semana aqui em Marraquexe vamos procurar voltar a pontuar e recolher toda a informação possível para a BMW continuar a trabalhar com os olhos postos no futuro, que acredito vai ser muito bom!"

O circuito Moulay El Hassan conta com doze curvas, num total de 2990 metros de perímetro, e o programa do fim-de-semana tem lugar exclusivamente no Sábado, com duas sessões de treinos livres, seguida de qualificação, com a corrida a acontecer pelas 4 da tarde, hora de Lisboa.

Youtube Motorsport Crash: O insolito acidente da Yazid al-Rahji


O saudita Yazid Al-Rajhi tem fama de ser um piloto veloz, quer no todo o terreno, quer nos ralis, onde faz uma "perninha", normalmente ao volante de um Ford Fiesta. Contudo, este ano de 2018, o piloto de 36 anos vai ficar na memória por ter sido o protagonista do acidente mais insólito do Dakar, que hoje entra em La Paz, antes do dia de descanso. É que o piloto, que tripula um Mini (e navegado pelo alemão Timo Gottschalk), acabou um dos seus saltos... no mar!

Lá conseguiu tirar o carro do sitio onde estava, mas perdeu mais de duas horas na etapa.

quarta-feira, 10 de janeiro de 2018

1968: O tricampeonato de Jim Clark (última parte)

(continuação do capitulo anterior)


LONGFORD: COURAGE VENCE NA CHUVA, CLARK CAMPEÃO POR POUCO



Como já foi visto anteriormente, a diferença entre Jim Clark e Chris Amon era de meros seis pontos, insuficiente para que o campeonato não fosse decidido antes da última prova do ano. Logo, Longford, a pista mais veloz de toda a competição, tornou-se bem mais atrativo em termos de interesse, pelo menos em relação às temporadas anteriores.

Longford, na Tasmânia, era um longo circuito de estrada, com cerca de 7,5 quilómetros de extensão. Um circuito veloz, mas com obstáculos que poderiam ser perigosos, como árvores, pontes e valas. Mas isso não impediu que Jim Clark fosse o mais veloz nos treinos, fazendo 2.17,4 na primeira sessão, com pneus Firestone calçados. Frank Gardner foi o segundo, com 2.19,6, enquanto que Amon conseguiu ser terceiro, com 2.20,6. Contudo, no dia seguinte, ele tirou cinco segundos ao recorde da pista, fazendo 2.12,8, contra 2.13,6 de Hill e 2.13,8 de Amon. Como prémio, Clark conseguiu cem garrafas de champanhe.

Contudo, no dia da corrida, as coisas ficaram complicadas. O tempo ficou cinzento e choveu bastante até à hora da corrida, cerca das 14:45. Depois de uma conversa com os organizadores, pois em algumas zonas da pista, a carga de água era tal que já apareciam inundações, apesar dos esforços da organização para limpar as sarjetas, acordou-se que a partida seria adiada por duas horas, esperando que a chuva parasse e a pista secasse. Contudo, tal não aconteceu na hora prevista, logo, a corrida foi encurtada para 15 voltas, e esperando que não existisse qualquer incidente de maior.

A corrida começou com Clark na frente, seguido por Amon e Hill. Todos faziam as primeiras voltas com cautela, devido às condições do circuito, e no final, descobriu-se que alguns pilotos se davam melhor com certos pneus do que outros, como Attwood, que se dava bem com os seus Dunlops. Ele passou Hill na volta 2 e aos poucos, aproximava-se dos primeiros lugares, mas quem ia bem melhor era Courage, que aproveitou e passou, primeiro Gardner, depois Rodriguez, e por fim Clark, para ser o líder, no final da terceira volta.

A partir dali, Courage afastou-se da concorrência. Na volta seis, tinha quase dez segundos de vantagem sobre Gardner, Rodriguez e Attwood, que era quarto, depois de passar Clark. Amon e Hill estavam atrás de si, e não eram ameaças à sua liderança. No final, ele teve uma vantagem de 55 segundos sobre o segundo classificado, que acabou por ser Rodriguez, depois de uma batalha contra Gardner, que se resolveu na última volta, a favor do mexicano da BRM.

Attwood foi o quarto, na frente de Clark, Hill e Amon, assegurando assim o seu tricampeonato na Tasman Series, um feito nunca alcançado até então por qualquer piloto, demonstrando que ele era provavelmente o melhor que aquela década deu.

Era o dia 4 de março de 1968, o dia do 32º aniversário do piloto escocês. A partir dali, só teria mais 33 dias de vida.

Dakar 2018: Etapa 5, San Juan de Marconda-Arequipa

A etapa de hoje, entre San Juan de Marconda e Arequipa, num total de 770 quilómetros, dos quais 264 são cronometrados, marcou a despedida da caravana do Dakar ao Peru e à chegada à altitude dos Andes, pois a cidade se situa a mais de 2400 metros, com a Bolivia à vista. 

Como sempre a etapa continuou a acontecer junto ao mar, com as dunas de areia a fazerem os seus estragos - especialmente as de Tanaca - e foi esta a etapa onde aconteceu outra baixa de vulto: Sebastien Loeb, o nove vezes campeão do WRC e que pretendia vencer também o Dakar, abandonou depois de um acidente que deixou magoado o seu navegador e amigo, Daniel Elena. Mais uma baixa de peso na caravana da Peugeot, na sua luta contra a Toyota neste Dakar.

Rodamos a cerca de 30 km/hora, e assim não vejo como podemos continuar”, disse Loeb. Elena ficou magoado no esterno, e também não está bem do cóccix, e não planeia retomar a corrida: “Sou  duro, mas isto assim não dá. Se eu tivesse algo no braço ou se fosse apenas o esterno, talvez? Mas assim… ”, afirmou um magoado Elena.

Aliás, não foi só Loeb que teve dificuldades. Dos Peugeot, somente Peterhansel é que se safou das dunas peruanas, enquanto que Sainz demorou mais tempo, perdendo 18 minutos à geral.

Nas motos, Joan Barreda Bort arrasou, mostrando a imprevisibilidade que está a ser esta Dakar nesta categoria. O piloto espanhol começou a tirada ao ataque tal como tinha acontecido ontem, e acabou com uma vantagem de quase 10 minutos e meio sobre o austríaco Matthias Walkner, da KTM. Adrien van Beveren não esteve muito bem na etapa e viu reduzida a sua vantagem para um minuto sobre o argentino Kevin Benavides.

O chileno Pablo Quintanilla teve também para esquecer. Segundo da classificação geral no início da jornada, o homem da Husqvarna cedeu 28 minutos e 52 segundos para Barreda Bort, depois de não ter evitado uma queda. Assim, ele caiu para nono na geral e está a 16 minutos e 12 segundos de Adrien Van Beveren.

Amanhã, o Dakar sai de Arequipa, no Peru e acaba em La Paz, a capital da Bolivia, numa etapa que terá 758 quilómetros, 313 dos quais em especial cronometrada, e que levará os concorrentes às altitudes dos Andes.

Dakar 2018: Etapa 4, San Juan de Marconda-San Juan de Marconda

A paisagem pode ter sido bela - à beira do Oceano Pacifico - mas os concorrentes que andaram à volta de San Juan de Marconda, palco da quarta etapa, não tiveram mãos a medir por causa das dunas à volta daquela localidade peruana. E que deu cabo das mentes e dos corpos de muita gente, deste Dakar que está a ser bem duro para todos.

Nos automóveis, foi um grande dia para a Peugeot. Sebastien Loeb foi o grande vencedor, conseguindo uma vantagem de um minuto e 35 segundos sobre Carlos Sainz. Stephane Peterhansel foi o terceiro, a três minutos e 16 segundos para o seu companheiro de equipa. Mas nem tudo foram maravilhas para a Peugeot: Cyril Després acabou por abandonar a competição, fruto de um embate numa pedra que danificou gravemente a zona traseira direita do seu 3008 DKR Maxi.

No final, o nove vezes campeão do mundo de ralis estava contente: “Foi um dia divertido: uma especial longa com muitas dunas e uma partida diferente, lado-a-lado, na praia. O terreno era traiçoeiro, pelo que o mais importante era não ficar atolado e penso que alguns concorrentes perderam algum tempo com isso. Mas, felizmente, passamos bem por todo lado e acabámos por vencer. O mais incrível é a diferença ter sido de apenas um minuto, ou seja, andamos todos muito perto uns dos outros, sem grandes vantagens entre nós. Hoje seremos os primeiros na estrada e a navegação não vai ser fácil. Por isso, vai ser importante ter os nossos colegas de equipa por perto”, disse.

Nasser Al Attiyah teve alguns problemas, perdendo 54 minutos para Loeb, mas acabou no quarto lugar da etapa, ficando no mesmo posto em termos da geral, apesar de ter já perdido mais de uma hora para o líder. Outro que perdeu muito tempo foi Gininel de Villiers, que se atrasou em mais de uma hora, e provavelmente deve ter perdido todas as suas chances de vitória. “Mesmo assim, ainda sentimos que estamos na luta”, disse Attiyah: “Esta corrida está longe de terminar e continuaremos a insistir”, continuou o piloto qatari.

Quem teve um bom dia foi Carlos Sousa, que foi 13º na etapa, e com os atrasos e as desistências, subiu ao 15º posto da geral, mas a mais de duas horas dos líderes. Apesar de estar contente, Sousa diz que foi uma etapa muito dura.

Este foi o dia mais duro desde que partimos de Lima. Uma especial muito dura e difícil, tal como aprecio. Com muitas dunas, com muito ‘fesh-fesh’ e algumas travessias de rios com muitas pedras. O Duster resistiu a tudo e o Pascal (Maimon) fez um excelente trabalho ao nível da navegação”, contou.

Ao quilómetro 40 partiu-se o coletor de escape e, por causa disso, o motor perdeu alguma potência. Por estarmos no deserto, optámos por baixar ainda mais a pressão dos pneus e a opção revelou-se bastante acertada, pois ultrapassámos as dunas com uma extraordinária eficácia", concluiu.

Quem já desistiu desde Dakar foi o mediático André Villas-Boas, que caiu mal depois de uma passagem numa duna, acabando por ser evacuado para o hospital para avaliação médica.

Nas motos, o dia foi marcado pela desistência de Sam Sunderland, vitima de queda, e do dominio de Adrian van Beveren, que com a vitória, ascendeu ao primeiro posto da geral. Juan Barreda Bort aproveitou para recuperar algum fôlego, depois da etapa desastrosa do dia anterior. Aliás, foi "o dia da vingança" da Yamaha, depois do mau dia anterior. No terceiro posto ficou Matthias Walkner, que foi o melhor representante da KTM num dia duro para eles, por causa do abandono de Sunderland.

Na geral, Van Beveren assumiu o comando da corrida. O piloto da Yamaha tem agora um minuto e 55 segundos de vantagem sobre o chileno Pablo Quintanilla, piloto que tem vindo a fazer uma corrida discreta, mas que agora é segundo classificado e com potencial para vencer. Barreda Bort, ponta de lança da Honda, é apenas o 13º a 22 minutos do comando.

Esta quarta-feira, máquinas e pilotos preparam-se para fazer a etapa entre San Juan de Marconda e Arequipa, num total de 770 quilómetros, dos quais 264 são cronometrados.

terça-feira, 9 de janeiro de 2018

1968: O tricampeonato de Jim Clark (parte 4)

(continuação do capitulo anterior)


WARWICK FARM: CLARK VENCE DE NOVO


Uma semana depois de Surfers, em Warwick Farm, acontecia a sexta etapa da competição onde a diferença entre Clark e Amon se tinha reduzido para uns meros três pontos. O fim de semana foi um daqueles típicos de verão, com temperaturas acima dos 30 graus Celsius, e isso fazia mossa nos motores dos carros. 

Quem fez uma aparição por ali foi Jack Brabham, num dos seus carros. Teve uma participação modesta, também porque os seus motores não colaboraram ao longo do fim de semana, vítimas do calor.

Já Clark aproveitou bem e fez 1.27,4 e fez a pole-position, com Hill a fazer 1.28,0, ambos a baterem o recorde de pista de Frank Gardner, que era de 1.29,9. Amon "apenas" marcou 1.28,2 E Hulme a Courage fizeram o mesmo tempo: 1.28,6. Brabham tinha feito 1.30,6 e teve de mandar para ali mais um motor Repco para ver se conseguia fazer a distância toda. E Hulme, para combaer o calor, tentou colocar gelo... no seu cockpit.

Na partida, Clark superou Amon e Hill para ficar com a liderança, enquanto que Brabham tentava fazer uma corrida de trás para a frente, tentando chegar-se o mais possivel dos Lotus. Na volta três, era sétimo, atrás de Hulme, e esses carros estavam já a abrir uma enorme vantagem em relação ao resto do pelotão.

Com o passar das voltas, Gardner começou a assediar Courage, e este foi atrás de Amon. Mas foi Brabham que subiu posições, depois de passar Hulme, antes de na volta 22, se despistar e ter de ir às boxes para trocar de óleo, que perdia muito no seu motor. Acabou por voltar à pista com uma volta de atraso, na décima posição.

Na frente, Clark e Hill controlavam tudo, enquanto que Amon, que sentia a pressão de Courage, perdeu o controlo do seu carro na volta 30, perdendo o terceiro posto para Courage, que ficaria com o lugar mais baixo do pódio. As coisas ficariam assim até ao final, e quando cruzou a meta, não só Clark era o vencedor da corrida, como o novo comandante do campeonato, graças à sua segunda vitória consecutiva, terceira no campeonato, superando Amon. 


SANDOWN: CLARK E AMON PALMO A PALMO


Naquele ano, o GP australiano era em Sandown, nos arredores de Melbourne. E a meio de fevereiro, tal como em Warwick Farm, as condições também não eram boas, pois estava muito calor e os motores sofriam por isso. Aliás, ao longo desse fim de semana, as temperaturas roçaram os 40 ºC. 

Nos treinos, Brabham marcou logo o ritmo, fazendo 1.06,7, com Amon depois a fazer 1.06,8, e Clark a fazer 1.07,4. Hill veio depois, com 1.07,7, e melhorou para 1.07,3, mas foi superado por Leo Geoghegan, que fez 1.07,1. 

O dia da corrida continuava a ser de muito calor, com a temperatura a alcançar os 38 ºC logo de manhã, e os pilotos pediram que a parada de pilotos, bem como a volta de aquecimento, fosse cancelada, devido ao calor intenso. Algo que a organização acedeu.

Na partida, Clark levou a melhor, seguido por Amon, Hill, Gardner e Brabham, que partiu muito mal. Duas voltas depois, ele conseguiu apanhar Gardner e Hill para ser terceiro. A partir dali, tentou apanhar Clark e Amon, imprimindo um ritmo elevado para os apanhar. Eventualmente, apanhou o neozelandês na volta 13, e começou uma batalha entre eles para ver quem levava a melhor. Contudo, na volta 22, o motor Repco decidiu calar-se e o australiano limitou-se a ir às boxes, para não mais sair dali.

Com Brabham fora de jogo, as atenções centraram-se em Clark e Amon, que não estavam longe um do outro, enquanto que Hill lutava com Garnder pelo terceiro posto. O piloto da Ferrari tentou passar o escocês da Lotus por algunas vezes, mas este levava sempre a melhor. No final, Clark foi o vencedor, com Amon a 0,2 segundos, numa luta bem disputada e que excitou quem assistiu na pista, combatendo o calor. Gardner tentou suplantar Hill, mas não foi bem sucedido. Ambos também ficaram separados por 0,2 segundos, mas a quase um minuto de Clark e Amon.

Se o neozelandês tivesse passado, ele poderia ter diminuido a vantagem para o escocês e deixar tudo para Longford, a última corrida do ano. Contudo, agora Clark tinha 42 pontos, contra os 36 de Amon, e ele teria de desistir para que ele tivesse uma chance para alcançar o título. Courage era o terceiro na geral, com 26 pontos, enquanto que Hill era quarto, com 16. 


(continua amanhã)

Agag: "Daqui a 40 anos seremos a principal competição do automobilismo"

Alejandro Agag, o homem por trás da Formula E, está confiante de que o futuro será dele. Feliz por ter já várias construtoras de automóveis na sua competição, apesar desta estar apenas na sua quarta temporada, e com alguns contratempos no caminho, como o recente cancelamento da corrida de Montreal, ele está confiante de que numa geração, a Formula E será a maior competição automobilística do mundo.  

"Eu acho que a Fórmula E vai ficar realmente muito grande. Creio que em 20, 30 ou 40 anos, seremos [a única competição de] automobilismo lá fora", disse Agag à ESPN durante um evento da Fórmula E em Londres. "Pode haver outras [competições], mas provavelmente seremos a principal [competição do] automobilismo, porque o mundo será elétrico. Se o mundo não for elétrico em 20 ou 30 anos, estaremos com problemas. Portanto, mesmo que isso aconteça, a Fórmula E será a campeonato dos carros", continuou.

Entretanto, a Formula E vai ter um novo patrocinador, a sueca ABB, que segundo conta o site ESPN.com, valerá 15 milhões de dólares por ano até ao ano 2025, mostrando o crescente interesse das companhias pela competição. Recentemente, por exemplo, a marca alemã Hugo Boss decidiu abandonar a sua longa associação com a Formula 1 e trocar pela competição elétrica.

A Formula E volta neste final de semana a correr, desta vez no circuito de Marraquexe, em Marrocos, para a terceira prova da temporada.

segunda-feira, 8 de janeiro de 2018

A(s) image(ns) do dia



O Rally Dakar tem doses iguais de aventura e dureza. É ao mesmo tempo fascinante e desgastante. Daí ter atraído milhares de pessoas, quer em motos, carros, camiões e quads, entre outros, para as areias do deserto, fosse ele em África ou na Anérica do Sul. A grande maioria são homens, mas já houve dezenas de mulheres a participarem no rali. Aliás, já houve uma vencedora, a alemã Jutta Kleinschmidt.

Este ano não é excepção. Uma das concorrentes é a argentina Alicia Reina, que concorria com o seu Toyota Hilux. Nem toda a gente está ali para vencer, muitas das vezes, chegar ao fim do Dakar é a maior vitória de todas. Contudo, este ano, os organizadores decidiram que os primeiros dias do Dakar, nas dunas peruanas, serviriam para separar o trigo do joio, diremos assim. E as pessoas andam espantadas sobre a quantidade de carros e motos que tem sido destruídos por causa destes obstáculos. E claro, imagine-se os sonhos destruídos de muita gente, que tenta cumprir a frase dita por Thierry Sabine, quase 40 anos antes: "Um desafio para os que partem, um sonho para os que ficam".

Para Alicia, o Dakar acabou hoje. O seu Toyota começou a pegar fogo, provavelmente devido a algum sobreaquecimento ou porque se rompeu algum tubo de combustível. Ela e a sua navegadora sairam do carro e limitaram-se a vê-lo virar num monte de metal queimado. Foi duro, e elas se sentiram derrotadas. Toda a gente deve ter sentido arrepios ao ver isto e entendeu o que se passou na mente delas, porque já houve muitos que devem ter passado por isso. 

E como forma de consolo, até Etiénne Lavigne, o diretor da ASO, e por consequência, do Dakar, foi ter com ela e lhe deu um abraço. Fazer das fraquezas, forças, não é fácil, especialmente depois de ver todo um sonho se esfumar em chamas. As centenas de milhares de euros que deverão ter sido gastos para comprar aquele jipe e montar uma estrutura para o acompanhar no bivouac, pensando na meta em Cordoba. Uma meta que ela não vai atravessar este ano, e por vezes, dá-nos pena.

Dakar 2018: Etapa 3, Pisco-San Juan de Marconda

Nasser Al-Attiyah foi o grande vencedor na etapa de hoje, nas dunas peruanas entre Pisco e San Juan de Marconda, mas em termos de geral, a Peugeot é que manda, com Stephane Peterhansel a ser o líder da etapa.

O piloto do Toyota passou para a frente depois do primeiro "waypoint", acabando com mais de quatro minutos de avanço sobre Peterhansel. Com este resultado, ascende ao terceiro lugar da classificação geral, a sete minutos e 43 segundos do novo líder. Cyril Després não foi além do quarto lugar na etapa, perdendo sete minutos e 43 segundos para o piloto qatari, mas é o segundo da geral, a três minutos e onze segundos da liderança.

Segundo na etapa foi Carlos Sainz, enquanto que Sebastien Loeb não foi além de sexto. A etapa também ficou marcada pelo acidente de Nani Roma, que capotou o seu jipe. Acabou a etapa, mas é provável que abandonem, pois ambos - piloto e navegador - apresentam traumas no corpo. O que mostra que este ano, este Dakar está a ser muito duro.

Nas motos, Sam Sunderland decidiu atacar e conseguiu vencer a etapa, beneficiado do erro de Joan Barreda Bort que se perdeu na etapa e cortou a linha de chegada com um atraso de 27 minutos face a Sunderland, caindo para a 15ª posição da geral, podendo ter dito adeus ao Dakar. 

Não vi o que se passou com Joan Barreda, contudo no  Dakar temos que manter a regularidade todos os dias. A verdade é que me senti revoltado depois da queda que sofri no inicio da etapa, mas hoje tínhamos decidido atacar e às vezes estas coisas acontecem”, disse Sunderland, na meta.

"Senti-me bem, contudo esta foi uma etapa muito difícil e sofri uma queda logo no inicio da etapa. Ao passar uma duna, calculei mal e acabei por cair. Foi um susto, mas nada de grave”, sublinhou.

O segundo classificado é agora Kevin Benavides, a quatro minutos e 38 segundos, enquanto que o chileno Pablo Quintanilla é o terceiro, a cinco minutos. O francês Adrien Van Beveren desceu de segundo para sétimo e está agora a dez minutos e 37 segundos de Sunderland.

O Dakar continua amanhã, entre as dunas peruanas, numa etapa que começa e acaba em San Juan de Marconda, num total de 444, 330 dos quais em troços cronometrados. 

WRC: Bouffier será o terceiro piloto da Ford

O francês Bryan Bouffier andará no terceiro carro da Ford nos ralis de Monte Carlo e da Córsega. Ele fará ambos os ralis num carro apoiado pela M-Sport ao lado de Sebastien Ogier e Ott Tanak, ele que é especialista em asfalto e que já conseguiu bons resultados nos ralis.

Que boa notícia, não é? Nunca imaginei que iria pilotar um carro tão bom, nem nos meus sonhos, e vou ter a oportunidade de o fazer, quer em Monte Carlo, quer na Córsega com a M-Sport. É fantástico e um grande desafio”, escreveu o piloto na sua conta no Twitter.

Bouffier já venceu em Monte Carlo, em 2011, quando o rali fazia parte do IRC e era a edição do centenário. Em 2014, já a fazer parte do WRC, Bouffer foi segubdo classificado, a sua melhor posição de sempre, também num Ford Fiesta WRC. Na Córsega, o piloto de 39 anos já venceu na edição de 2013 e foi oitavo na edição de 2015, já a contar para o Mundial.


1968: O tricampeonato de Jim Clark (parte 3)

(continuação do capitulo anterior)


TERETONGA: INESPERADO MCLAREN


Em 1968, McLaren começava a construir a sua equipa de competição, com chassis para a Formula 1, Formula 2 e Can-Am, mas nesta Tasman Series de 1968, ele corrida para a equipa oficial da BRM, dado que ainda tinha problemas para fazer chassis vencedores na Formula 1, e ele usava motores desta marca nos seus carros durante a temporada anterior. Aliás, foi nesse conjunto McLaren-BRM que Dennis Hulme participara no GP sul-africano, no Ano Novo.

Num circuito situado no extremo sul da South Island, os treinos começaram sem os BRM presentes - só chegariam no dia da qualificação - e com Clark a não querer forçar muito o seu motor, que seria o único do fim de semana para ele. Nos treinos, Clark e Amon marcaram o mesmo tempo, mas o neozelandês foi o primeiro a fazê-lo, logo, a pole foi dele. Para piorar as coisas, o escocês teve um problema e despistou-se, ficando por ali para o resto da sessão. Gardner foi o terceiro, seguido pelos BRM, com Rodriguez a ser melhor do que McLaren.

O dia da corrida amanheceu com mau tempo e chuva. Com uma corrida preliminar de dez voltas, onde o motor de Amon não funcionou e Clark ganhou com sobras, na partida da corrida próriamente dita, agora com tempo seco, Clark também largou bem, superando Gardner e McLaren, com Amon a ser sexto, atrás de Rodriguez. O escocês foi-se embora do pelotão, com uma diferença de 3,3 segundos ao final da terceira volta, com Amon a subir para terceiro, depois de superar Gardner e ter apenas McLaren na sua frente. Ele ultrapassou-o na sétima volta, mas por esta altura, Clark já tinha uma vantagem de sete segundos, que o alargou para 10,2 no final da décima volta.

Contudo, o tempo voltou a fazer das suas e na volta 17, a chuva começou a cair. Nessa altura, os pilotos não paravam para trocas de pneus, pois eles serviam para todas as ocasiões, mas as distâncias ficaram estáticas entre os pilotos. Rodriguez desistiu na volta 21 devido a problemas de motor, e Hulme atrasou-se devido a problemas num das valvulas do seu motor.

Mas o tempo fazia das suas. Amon e Gardner despistaram-se e perderam tempo, fazendo com que McLaren ficasse no segundo posto, mas bem distante de Clark. Contudo, na volta 53, o escocês teve problemas com o seu acelerador e também se despistou, indo para as boxes e perdendo o suficiente para ficar sem a liderança. McLaren, inesperadamente, via-se na liderança e acabou por ser o vencedor, dez segundos na frente de Clark e Gardner, todos na mesma volta do vencedor. Amon foi quarto, na frente de Courage e Hulme.

E com isto, terminavam as corridas na Nova Zelândia, com Amon a liderar com 27 pontos, contra os 15 de Clark e Courage, os 11 de McLaren e os 10 de Gardner. Dali a duas semanas, máquinas e pilotos estavam na Austrália para fazer as quatro provas seguintes, em quatro fins de semana seguidos.


AUSTRÁLIA: DUPLO LOTUS EM SURFERS PARADISE


Chegados à Austrália, havia novidades no pelotão. Graham Hill juntava-se a Clark na Lotus, para o ajudar a ver se conseguia chegar ao campeonato, enquanto que na BRM, Bruce McLaren era substituido por Richard Attwood. No lado da Ferrari, Amon continuava sozinho, mas tinha um novo motor, melhorado e capaz de fazer frente aos Lotus e BRM, que ameaçavam a sua liderança. Daí ele precisar de vencer pelo menos mais uma corrida para que as coisas ficassem complicadas para a concorrência. Mas não iria ser fácil.

Este ano, o GP da Austrália iria ser em Sandown, dali a duas semanas, pois antes, eles iriam estar em Surfers Paradise, na Gold Coast. Os locais neozelandeses davam lugar aos locais australianos, e pilotos como Frank Matich ou Leo Geoghegam faziam companhia a Frank Gardner.

Nos treinos, Courage começou a marcar um tempo de 1.11,7 no seu McLaren, batendo o recorde de Gardner, estabelecido no ano anterior, mas depois Amon pulverizou-o, colocando-o em 1.09,7. Clark conseguiu apenas 1.09,9, enquanto que Hill fez 1.10,3. Nos bastidores, havia polémica: os novos regulamentos em termos de cores nos carros não estavam de acordo com os regulamentos locais, e a organização exigia que fossem repintados ou os seus patrocinadores fossem tapados, o que ia em contradição com os regulamentos... da FIA. A Lotus e a BRM chegaram a ser barrados de entrar na pista, mas depois de muita discussão e algumas multas, ambas as equipas foram permitidas na pista.

Na partida, Clark conseguiu passar Amon e Courage, enquanto que Hill ficou-se pelo quarto posto, atrás do piloto da McLaren. Pouco depois, Courage vai ter problemas de motor e cairá quatro posições.

Nas voltas seguintes, a diferença entre os três primeiros é de dois segundos, mas na volta 11, Clark excede-se numa curva e deixa Amon passar. Contudo, contra-ataca e fica com o primeiro posto algumas curvas depois. Por esta altura, Courage já era quarto, a apanhar Hill, e na volta 19, seria terceiro classificado. A luta entre os dois primeiros andava boa até à volta 24, quando o motor de Amon explode, deixando Clark a respirar bem melhor.

Assim, Courage era agora segundo, mas na volta 28, o motor começava a tossir o que não devia, e sofreu um pião que o fez perder tempo, sendo passado por Hill e Geoghegam. Ele acelerou o seu McLaren e em quatro voltas, assegurou o lugar mais baixo do pódio, atrás dos dois Lotus.

Com este resultado, Clark fazia nove pontos bem importantes no campeonato, reduzindo a distância para meros três pontos (27 contra 24) e fazendo com que o campeonato estivesse ao rubro. Courage era terceiro, com 19 pontos, mas estava dependente dos azares dos pilotos da frente para marcar pontos importantes para o campeonato.

Agora, era Warwick Farm que estava diante deles.

(continua amanhã)

domingo, 7 de janeiro de 2018

Dakar 2018: Etapa 2, Pisco-Pisco

A segunda etapa, que levou os concorrentes à volta das dunas de Pisco, no Peru, e depois de um dia onde os Peugeot estiveram discretos, hoje dominaram, com Stephane Peterhansel e Cyril Després a ficarem com os três primeiros lugares, com Sebastien Loeb a ficar com o lugar mais baixo do pódio, a três minutos do vencedor.

Giniel de Villiers foi o quarto e o melhor dos Toyota, a sete minutos e 26 segundos, na frente do Mini de Orlando Terranova, o quinto e o melhor dos Mini. Nasser Al Attiyah, o anterior líder do rali, acabou apenas na oitava posição, perdendo quase 15 minutos por causa da doença do seu navegador, Matthieu Baumel.

A etapa ficou marcada pelo aparatoso acidente do americano Bryce Menzies, no seu Buggy Mini X-Raid, deixando o seu carro em muito mau estado, mas os pilotos sairam ilesos. 

Na geral, Peterhansel passa para a frente da prova com 14 segundos de avanço para Després, com Sébastien Loeb agora a quatro minutos e dois segundos da frente, um pouco melhor do que estava ontem, apesar do tempo perdido.

Giniel de Villiers é agora o quarto classificado e o melhor dos Toyota, a cinco minutos e seis segundos do líder. Carlos Sainz encerra o top 5, onde estão os quatro Peugeot. O melhor dos Mini, Orlando Terranova, surge na sexta posição, a quase seis minutos da frente, com Al Attiyah estando agora a seis minutos e 43 segundos, mas numa boa posição para atacar amanhã, ao contrário do que sucedeu hoje, onde foi o primeiro a entrar na estrada.

Nas motos, o melhor foi Johan Barreda Bort, da Honda, que ficou de novo na frente de Adrien Van Beveren, na sua Yamaha, com dois minutos e 54 segundos entre os dois, enquanto que Sam Sunderland, da KTM, perdeu cerca de cinco minutos e 17 segundos para o vencedor, e teve de entregar a sua liderança para Barreda.

No final, o espanhol andava satisfeito, mas ainda se queixou de... velhos problemas físicos.

Era uma etapa complicada e na primeira parte com as Dunas, num salto ressenti-me da lesão na mão, algo que já prevíamos e algo que vamos ter de melhorar para ver se amanhã estou em condições. A partir dai não foi fácil, encontramos alguns sítios mais complicados, bastante confusos e onde podíamos cometer um erro de navegação, mas tudo correu bem. Já  na segunda parte da etapa mantive um bom ritmo e pude recuperar o tempo que tinha perdido no início da etapa e por isso estou muito feliz por esta vitória porque sabíamos que estes primeiros dias de Dakar não vão ser fáceis”, afirmou.

Mathias Walkner foi o terceiro na etapa, enquanto que Pablo Quintanilla foi apenas o sexto, a cinco minutos e 45 segundos do vencedor.

A terceira etapa acontecerá amanhã entre Pisco e Sean Juan de Marcona, no Peru, uma especial com 501 quilómetros, 295 dos quais em especiais de classificação.

Youtube Formula 1 Classic: Brabham-Yamaha, Suzuka 1991

Parecendo que não, esta foi a última corrida em que um Brabham pontuou na Formula 1. Numa temporada em que a equipa tinha motores Yamaha V12, a dupla Martin Brundle e Mark Blundell andava toda a temporada com um motor que era potente, mas pouco fiável e pouco potente, num regresso à Formula 1 depois de 1989 desastroso na Zakspeed e terem andado toda a temporada de 1990, a tentar melhorar o carro no sentido do seu regresso, no ano seguinte.

Foi uma temporada modesta, com a equipa a fazer as pré-qualificações, por vezes, com resultados desastrosos. Mas em Spa-Francochamps, Blundell conseguiu algo fantástico quando acabou no sexto lugar, dando à Yamaha o seu ptimeriro ponto na Formula 1. Contudo, poucas corridas depois, em Suzuka, Blundell teve problemas na sua caixa de velocidades e não conseguiu qualificar-se. Quanto a Martin Brundle, as coisas correram tão bem que acabou a corrida na quinta posição, o seu melhor resultado do ano, e a última vez em que a Brabham pontuou na sua longa história.

O video desse fim de semana está narrado em japonês, mas tem algumas (más) legendas em inglês.

IndyCar: Binder vai fazer part-time na Juncos Racing

O austriaco René Binder será piloto da Juncos Racing em pelo menos, quatro provas da IndyCar Series em 2018, andando ao lado de Kyle Kaiser. Binder vai começar a correr em St. Petersburg, também vai correr em Barber, Toronto e Mid-Ohio.

"Tenho a honra de fazer parte da IndyCar para a temporada de 2018", começou por dizer Binder. "Sou um grande fã do IndyCar e aquilo que a série tem para me oferecer como piloto. Tive [de tomar] uma decisão difícil de fazer no final do ano sobre o caminho que eu tomaria na minha carreira, e estou confiante de que tomei a decisão certa", continuou.

"Neste momento, assinamos por quatro corridas, mas espero adicionar mais à medida que a temporada avança", concluiu.

Ricardo Juncos, o chefe de equipa, deu as boas vindas a Binder: "Estou feliz em lhe dar as boas-vindas a René para a nossa equipa e estamos entusiasmados por fazer parte de sua estréia na América do Norte.

"Rene tem uma trajetória de sucesso na World Series V8 e GP2, juntamente com o teste que ele fez na Fórmula 1, e eu sei que ele vai levar esse impulso para a IndyCar Series neste ano. O momento é ideal para um piloto talentoso para se juntar como René, já que todos irão começar com os novos componentes aerodinâmicos da IndyCar", comentou.

Binder, de 26 anos (nasceu a 1 de janeiro de 1992), vem de uma familia de pilotos. Hans Binder, seu tio, foi piloto de Formula 1 nos anos 70, correndo pela Surtees e ATS, entre 1976 e 78. René entrou nos monolugares em 2009, depois passou no ano seguinte pela Formula 3, ficando por aí até 2012, quando foi para a GP2. Ali ficou ate 2015, sem resultados de relevo, passando em 2016 para a Formula 3.5 Renault, vencendo quatro corridas e acabando no quarto lugar na temporada 2017, ao serviço da Lotus.

Dakar 2018: Etapa 1, Lima-Pisco

A primeira etapa do Rally Dakar, entre as cidades de Lima e Pisco, parecia ser curta em termos de especiais de classificação, mas era imensamente dura, pois acontecia entre dunas e a navegação assistida era muito pouca, arriscando penalizações para quem não as cumprisse. Se nos carros, Nasser Al Attiyah era o melhor na etapa, já Sébastien Loeb e Carlos Sousa perderam mais de cinco muntos e 30 segundos para o vencedor da tirada. Loeb teve problemas com os travões do seu Peugeot, após... três quilómetros de especial, ficando só com travão de mão. E para piorar as coisas, Sousa penalizou mais de duas horas e meia, caindo para o final da classificação, e praticamente viu vaporizadas as suas chances de alcançar o "top ten".

Os Toyota deram um ar da sua graça, com o holandês Bernard Ten Brinke a ser segundo, enquanto que Nicholas Fuchs foi um surpreendente terceiro, ao "jogar em casa" com o seu Borgward. O melhor Mini é o de Bryce Menzies, no quarto posto à frente de Nani Roma. Os Peugeot, por agora, estiveram todos mal, fora do "top ten", com Stephane Peterhansel a perder dois minutos, Cyril Després é o 15º na etapa, na frente de Carlos Sainz.

Nas motos, Sam Sunderland tornou-se no primeiro líder do Dakar, numa prova marcada pelo acidente de Joaquim Rodrigues Jr, no seu Hero Speedbrain, onde foi levado ao hospital e sofreu um ligeiro traumatismo craniano, acabando por ali o seu rali. Snuderland bateu o francês Adrian van Beveren por 32 segundos, enquanto que Pablo Quintanilla foi o terceiro, a 55 segundos, um segundo na frente de Joan Barreda Bort.

Amanhã, o rali Dakar vê mais dunas à volta de Pisco, ida e volta na mesma cidade, num percurso de 278 quilómetros, 267 dos quais em especial de classificação.

1968: O tricampeonato de Jim Clark (parte 2)

(continuação do capitulo anterior)


CHRIS AMON, PARTE DOIS


Uma semana depois de Pukehoke e do GP da Nova Zelândia, máquinas e pilotos estavam na pista de Levin para a segunda ronda da Tasman Series, e claro, a segunda em solo "kiwi". Chris Amon estava moralizado, era certo, mas sabia que Jim Clark era um adversário formidável e tinha ganho apenas porque ele tinha tido problemas. A Lotus trouxe um novo motor Cosworth para Clark, que lhe dava um pouco mais de torque, e claro, a pole-position. Frank Gardner foi o segundo e Amon o terceiro na grelha, que tinha como ausente Dennis Hulme, sem chassis para correr depois do seu acidente em Pukehoke.

Na corrida, Gardner teve um fabuloso arranque e ficou com a liderança nas duas primeiras voltas, colocando Clark e Amon em sentido. Pedro Rodriguez era quarto, na frente de Bruce McLaren e Piers Courage numa corrida que iria ter 73 voltas numa pista... com menos de dois mil metros. As voltas eram feitas na casa dos 48 segundos, suficiente para que ao fim de sete voltas, os pilotos da frente apanhavam a cauda do pelotão. Nessa altura, Clark passou Gardner para ficar com a liderança, mas na volta 14, ele comete um erro e sai da pista. Ele caiu para terceiro, atrás de Amon e Rodriguez, já que Gardner tinha saído de pista duas voltas antes, acabando por bater na barreira de proteção.

Amon andava confortavelmente na frente do mexicano da BRM, com Clark a tentar recuperar o tempo perdido. Passou Rodriguez e aproximou-se de Amon, ficando logo colado na sua traseira, mas na volta 32, o escocês tocou na berma e danificou a suspensão de forma definitiva, acumulando o seu segundo abandono nesta Tasman Series.

Mais adiante, Rodriguez teve problemas com o seu BRM e cedeu o segundo posto a McLaren, que por sua vez viu Courage passá-lo e abrir distância para ele. McLaren iria abandonar na volta 58, com problemas de sobreaquecimento. 

No final, Amon comemorava uma segunda vitória consecutiva e 18 pontos no campeonato, com Courage a ser o segundo e o local Jim Palmer a ficar com o lugar mais baixo do pódio. 


AS NOVAS CORES DA LOTUS


Por esta altura, noutro lado do mundo, Colin Chapman fazia o melhor negócio até então. Por sessenta mil libras, todos os seus carros, desde a Formula 1 até à Formula Ford, deixariam de ter o British Racing Green para serem carros pintados a vermelho e dourado, as cores da Gold Leaf. Chapman tinha assinado um contrato publicitário com a Imperial Tobacco e iria ser a primeira grande equipa a ter as cores do patrocinador nos seus bólidos. Não era novo, pois a Gunston tinha feito isso nos seus carros na África do Sul, logo no Ano Novo.

Claro, quando a 20 de janeiro, todos se reuniram em Wigram para a terceira prova da Tasman Series, na Nova Zelândia, Jim Clark tinha já o seu Lotus 49 pintado com essas cores. No aeródromo local, Clark conseguiu ser mais veloz, apesar do tempo chuvoso ao longo dos treinos, com um tempo de 1.20.0, contra os 1.20,6 de Amon e 1.20,9 de Gardner, que ficaram logo atrás dele. 

No dia da corrida, o tempo tinha amainado e na partida, debaixo de sol e pista seca, Gardner teve problemas na partida e perdeu-se, caindo para o fim do pelotão. Clark ficou na frente, seguido por Amon e Courage, com McLaren e Rodriguez a seguir. Gardner recuperou até ao sexto posto, enquanto que Hulme aproveitava os BRM mais lentos para ser terceiro, no seu Brabham de 1.5 litros. Contudo, Courage não desistia e queria o terceiro posto do neozelandês.

Na volta oito, Gardner desistia com problemas numa válvula, e de uma certa forma, as coisas estavam decididas em termos de corrida. Pedro Rodriguez teve problemas no seu acelerador, algo preso, e deu o quinto posto a McLaren, que não teve possibilidade de apanhar nem Courage, nem Hulme. O neozelandês resistiu aos impetos de Courage e ficou com o terceiro posto, com Clark a ser, por fim, vencedor nesta Tasman Series. Mas Amon pontuou, e diferença diminuiu em apenas três pontos: 24 contra nove.

Uma semana depois, todos iriam a Teretonga para a última prova em solo neozelandês, antes de partirem para a segunda parte do campeonato, na Austrália.

(continua)