sábado, 10 de março de 2007

GP Memória - Canadá 1981

Quinze dias depois de Monza, máquinas e pilotos tinham atravessado o Atlântico para correrem o Grande Prémio do Canadá, disputado no circuito de Notre-Dame, em Montreal. Sendo a penúltima prova do campeonato daquele ano, a luta pelo título estava ao rubro, com cinco candidatos: o argentino Carlos Reutmann, o australiano Alan Jones, o brasileiro Nelson Piquet e os franceses Jacques Laffite e Alain Prost. O argentino liderava com três pontos de avanço sobre Piquet, mas Laffite, Jones e até Prost, o vencedor da corrida italiana, tinham hipóteses de alcançar o campeonato.

O "paddock" canadiano fervilhava de especulações e decisões. Na Arrows, o italiano Siedfried Stohr decidiu colocar um ponto final na sua carreira, ainda a batalhar os efeitos do seu acidente na partida do GP da Belgica, onde atropelara o mecânico da sua equipa. No seu lugar, a equipa contratou... Jacques Villeneuve, irmão de Gilles.

Mas outra bomba cairia naquele paddock no final de semana canadiano: Alan Jones, o campeão de 1980, decidira anunciar a sua retirada, com efeito no final da época. Esperava vencer as corridas que seguiam para revalidar o título e sair por cima da situação. Era possivel, mas não era fácil. mas havia outros rumores nesse paddock, um deles falava de um teste feito na McLaren a Niki Lauda em Silverstone, e parecia que o austriaco tinha voltado a ganhar vontade em correr...

As duas sessões de qualificação decorreram em clima seco, onde apesar de Laffite ter dominado, a "pole-position" acabou nas mãos do Brabham de Nelson Piquet, com o Williams de Alan Jones a seu lado. Na segunda fila estava o segundo Williams de Carlos Reutemann, seguido pelo Renault de Alain Prost. O Lotus de Nigel Mansell era quinto, seguido pelo segundo Brabham do mexicano Hector Rebaque. Elio de Angelis, no segundo Brabham, era o sétimo, e René Arnoux era o oitavo. O "top ten" fechava com o McLaren de John Watson e o Ligier de Jacques Laffite.

Logo a seguir, no 11º posto, estava o piloto da casa, Gilles Villeneuve, no seu Ferrari. E teve muito melhor sorte do que o seu irmão Jacques, que foi um dos seis pilotos não qualificados nessa corrida. Os restantes cinco azarados foram os Fittipaldi de Chico Serra e Keke Rosberg, os Toleman de Brian Henton e Derek Warwick e o Osella de Beppe Gabbani.

O dia de corrida começou com chuva miudinha, mas à medida que a hora da largada se aproiximava, as condições meteorológicas agravavam-se, alagando a pista e tornando a condução mais difícil. Após quase hora e meia de atraso, os organizadores decidiram não esperar mais e dar a largada, mesmo com a chuva a cair. Quando apareceu a luz verde, Piquet teve uma má largada e foi superado pelos Williams. Reutemann queria aproveitar, mas Jones estava mais rápido do que ele e o superou numa manobra tão ousada que o argentino teve de levantar o pé, ocasião aproveitada por Piquet e Prost para o ultrapassar. Atrás, Arnoux estava entalado entre os Ferrari de Pironi e Villeneuve e acaba por tocar na traseira do carro numero 28, fazendo-o despistar.

À medida que a corrida continuava, sob condições pouco recomendáveis, os incidentes continuavam. Na volta sete, Jones faz um pião e cede o comando a Prost. Ao mesmo tempo Laffite começa a fazer uma corrida de recuperação. Aos poucos, ultrapassa Watson, Reutmann e Piquet, e aproxima-se da frente. entretanto, Jones desiste na volta 24, devido a problemas de direção do seu carro, e assim deitava fora as suas hipóteses de título. Enquanto isso acontecia, Laffite aproxima-se de Prost, com Villeneuve logo atrás, na terceira posição. e fica com a liderança, distanciando-se do seu compatriota.

Entretanto, Gilles Villeneuve luta com o Lotus de Nigel Mansell pelo terceiro lugar e no gancho do Casino, um toque entre os dois faz com que a asa dianteira do Ferrari ficasse danificada. É aí que começa a dar espectáculo, pois o seu o bico da frente desfaz-se aos poucos, bloqueando-lhe a visão. Ele tenta removê-lo por todos os meios possíveis, mas enquanto faz isso, no meio da chuva, a multidão entra em delírio! Os comissários, bem pelo contrário, não estão felizes e querem penalizar Villeneuve com a bandeira preta, mas quando isso estava para acontecer, a parte da frente consegue sair dali e podia continuar a sua corrida. Mais uma exibição para atiçar o mito…

Na volta 45, Prost, que tinha caído para quarto, começava a ser ameaçado pelo Lotus de Mansell, e este decide passar pelo francês. contudo, a manobra foi mal calculada e os dois tocam-se. Mansell abandona logo, enquanto que Prost aguenta ainda mais três voltas, até ser vítima de acidente. E para o jovem francês, era o fim da sua candidatura ao título…

No final, a bandeira de xadrez é mostrada na volta 63, sete menos do que as 70 previstas, devido ao fato de se ter alcançado o limite das duas horas. Laffite corta a meta totalmente feliz: para além de ganhar, a sua candidatura ao título estava relançada, e tinha de apenas repetir a façanha dali a quinze dias, no parque de estacionamento do Ceasar’s Palace, em Las Vegas. John Watson era segundo, no seu McLaren, e Gilles Villeneuve ficava com o lugar mais baixo do pódio, mas com mais uma exibição para os anais da história do automobilismo. Nos restantes lugares pontuáveis ficavam o Alfa Romeo de Bruno Giacomelli, o Brabham de Nelson Piquet e o Lotus de Elio de Angelis.

No final dessa corrida, outro piloto feliz da vida era Nelson Piquet. Apesar de ter acabado em quinto, os seus rivais da Williams não tinham pontuado: Jones desistira, e Reutmann tinha acabado num pálido décimo posto, a três voltas do vencedor. Reutemann ainda liderava, mas bastava a Piquet ficar à frente dele e o título era seu. E esperava fazer isso em Las Vegas...

Fontes:

A Red Bull e o seu humor peculiar...


Conseguem ler as letras pequenas?...

sexta-feira, 9 de março de 2007

Levanta-te e ri...

Depois do Marco Horácio, dos Gato Fedorento e do Fernando Rocha, apareceu mais um grande humorista no espaço televisivo: Ralf Schumacher!

Pois é… apesar de só ter ganho seis GP’s na sua carreira, e cuja melhor classificação ter sido um quarto lugar no campeonato de pilotos, Schumacher afirma que é taõ bom como Kimi Raikonnen e Fernando Alonso. Coitadinho…

Eis as frases lapidares do maninho Ralf, publicadas no jornal alemão “Bild”:

«Considero estar entre os três melhores pilotos da F1 actual. Obviamente Alonso e Raikkonen são rápidos mas não vejo razões para me esconder atrás de quem quer que seja. Devo lembrar que o sucesso de um piloto está intimamente ligado aos carros que guia, e o meu irmão nunca teria ganho qualquer campeonato num Minardi, por exemplo.»

«A Toyota é, e continuará a ser a equipa do futuro. Todos os trabalhadores têm um único objectivo: tornar a Toyota a melhor do mundo. Em quase todas as áreas isto foi alcançado, e relativamente à equipa de F1 é só uma questão de tempo.»

Ele tem razão: afinal, eles estão a gastar 500 milhões de Euros todos os anos, sem resultados de jeito, com um carro que à partida pode ser outro "flop", o que mostra que não tem ninguém de jeito que entenda a Formula 1, principalmente depois de terem corrido com o Mike Gascoygne…

Noticias: Rossi dá "show" no Qatar


Valentino Rossi inicia este fim de semana a sua tentativa de recuperar o ceptro de MotoGP . E começa com o primeiro lugar da grelha de partida na corrida de amanhã, graças ao tempo canhão apresentado na qualificação para o Grande Prémio do Qatar.

O italiano assinou impressionante “crono” de 1m55,002s, batendo o australiano Casey Stoner por cinco décimos de segundo e pulverizando o recorde do australiano assinado no ano passado quando este conquistou a "pole-position".

Após os tempos rápidos de ontem e desta manhã, Colin Edwards começou por marcar o ritmo no início da sessão, mas acabou por ficar com o último posto da primeira linha da grelha. Os espanhóis Toni Elias e Dani Pedrosa, e o australiano John Hopkins completaram o Top 6, com este último a surpreender todos os presentes numa altura em que ainda não está fisicamente a 100 por cento.

O italiano Loris Capirossi vai largar da frente da terceira linha e contará com Randy de Puniet e o Campeão do Mundo Nicky Hayden logo ao lado.
Os 10 primeiros na grelha de amanhã, no Moto GP são estes:
Valentino ROSSI (ITA), 1'55.002 (Fiat Yamaha Team)
Casey STONER (AUS), 1'55.007 (Ducati Marlboro Team)
Colin EDWARDS (USA), 1'55.233 (Fiat Yamaha Team)
Toni ELIAS (ESP), 1'55.358 (Honda Gresini)
Dani PEDROSA (ESP), 1'55.361 (Repsol Honda Team)
John HOPKINS (USA), 1'55.833 (Rizla Suzuki MotoGP)
Loris CAPIROSSI (ITA), 1'55.851 (Ducati Marlboro Team)
Randy DE PUNIET (ESP), 1'55.933 (Kawasaki Racing Team)
Nicky HAYDEN (USA), 1'56.041 (Repsol Honda Team)
10º Marco MELANDRI (ITA), 1'56.222 (Honda Gresini)

Memento Mori: GP Mónaco 1967

A 7 de Maio de 1967, no Mónaco, o piloto italiano Lorenzo Bandini partia para o seu primeiro GP do ano, no Mónaco, confiante num bom resultado. A temporada tinha começado em vitória, ao ganhar as 24 Horas de Daytona, e os 1000 Km de Monza, com o neo-zelandês Chris Amon no modelo Ferrari 330 P4 da marca, e tudo parecia estar a correr bem.

Depois de uns bons treinos, conseguira partir no comando da corrida, mas um despiste causado pelo óleo do Brabham do seu fundador, faz com que caia para a terceira posição, atrás de Jackie Stewart e do neo-zelandês Dennis Hulme. Cedo desembaraça-se do escocês, mas não apanha Hulme.

Na volta 82, quando passava pela chicane do porto, no mesmo local onde o seu compatriota Alberto Ascari tinha caído ao mar 12 anos antes, o carro de Bandini passa depressa demais e bate nos fardos de palha, incendiando-se. Três pessoas tentam apagar o fogo, entre eles, o seu compatriota Giancarlo Baghetti. Quando finalmente o conseguem, Bandini tem queimaduras em 60 por cento do corpo. 72 horas mais tarde, a 10 de Maio, o piloto italiano está morto. Tinha 31 anos.

Depois deste incidente, os fardos de palha foram banidos como forma de protecção aos choques. Hoje em dia, em sua honra, existe um prémio com o seu nome, premiando o melhor piloto italiano. Para finalizar, uma curiosidade contada pelo nosso “Nicha” Cabral, seu companheiro nos tempos da Scuderia Centro-Sud. Bandini não tinha relações sexuais antes das corridas, acreditando que isso faria diminuir a concentração. Mera superstição ou facto científico?

L' Alliance Francaise - parte 2



Apresento-vos mais três grandes pilotos que a França deu nos anos 60 e 70: Henri Pescarolo, Jean-Pierre Beltoise e Francois Cevért.

O mais interessante destas três personagens é que todos eram muito mais do que simples pilotos de Formula 1: Beltoise começou nas motos, Pescarolo teve uma grande carreira nos Sport-Protótipos, especialmente como vencedor das 24 Horas de Le Mans, (1972 a 1974,1984) e o “sex-appeal” de Cevért… bom, faria hoje corar qualquer aspirante a Beckham!

Para além disso, há a ligação familiar: a irmã de Cevért casou-se com Beltoise, fazendo-os cunhados. Também há a ligação deles à banda desenhada, pois eram assíduos frequentadores da equipa Valliant. Sim, na minha infância li imensas histórias em que quer Cevért, quer Beltoise ajudavam Michel Vaillant a superar os seus obstáculos...

Enfim, três grandes pilotos que a França nos deu…

quinta-feira, 8 de março de 2007

Formula Chopper



Há gostos para tudo, certo? Pois bem, alguns de vocês devem ver aqueles programas que dão do Discovery Channel sobre transformações de carros e motos, tipo “Monster Garage”, ou o “Pimp My Ride”, que dá na MTV.

Pois bem… um desses pequenos construtores teve a peregrina ideia de montar uma “chopper” com motor Ferrari. Isso mesmo: uma moto Ferrari! O bicho ficou bonitinho, logo eu, que não gosto muito de motos…

Aqui está o vídeo. Divirtam-se, caros “tiffosi”!

Extra-Campeonato: Mestre Alves e as previsões para 2007



Outro dia estava a ver algo que um amigo meu me tinha mandado, e vi algo que tive pena de não ter visto na altura devida: as previsões para 2007 de um tal “Mestre Alves”, feitas no 1 de Janeiro no Porto Canal

Ora, à medida que via aquilo, não parava de rir, não só com as “bacoradas” que mandava devido ao seu mau português, mas também pelo facto de, agora que passaram 3 meses sobre isto, a maior parte das suas previsões já terem ido pelo cano abaixo.
Eis algumas pérolas (cortesia do www.pasteleironoddy.blogspot.com)
- "Sobre a morte do saddam Husaiiiinnn"; "ele sigurava nakilo" (era com a mão ou com a boca?)
- "Este ano de 2007 vai haver 2 coisas sobre o nosso CLIMAS..." (não sabia que essa palavra tinha plural…)
- "Graus centrifegos", "nas ordes dos 3/4%" (4% de quê?)
- "Selche" (eu traduzo: ele queria dizer Chelsea)
- "Reinaldo.... Cristiano Reinaldo" (esse jogador não o conhecia… é da Trofa?)
- "O Benfica vai até aos oitavos....hmmm meias... oitavos... hmmm
quartos..."
(homem, decida-se!)
- "O F.C.P este ano vai até ás meias finais..." (LOL... o FCP já ardeu com o selche... )
- "O campeão europeu vai ser o Barcelona!" (pena ter sido eliminado pelo Liverpool... lol)
Em suma: Quem é que dá dinheiro por este homem?

Especial Dia da Mulher: Lella Lombardi



No Dia Internacional da Mulher, que se comemora hoje, não seria bom se deixasse de passar ao lado a biografia da mulher mais bem sucedida na categoria máxima do desporto automóvel: Lella Lombardi.

Lombardi nasceu a 26 de Março de 1941 em Alessandria, na província da Lombardia. Começou a sua carreira nos karts, para em 1965 passara para os monolugares, na Formula Monza. Em 1968 passa pela Formula 3 italiana, onde consegue resultados de relevo. Em 1974, tenta a sua sorte na Formula 5000, onde se classifica no quinto lugar do campeonato. Esses bons resultados foram o trampolim para tentar a sua sorte na Formula 1.

Nessa altura, só uma mulher tinha tentado a sua sorte: outra italiana, Maria Teresa de Fillipis. Sem resultados de relevo, abandonou a Formula 1 em 1959, depois de correr em três Grandes Prémios no ano anterior. Mesmo assim, Lombardi tentou a sua sorte e com um Brabham privado, tentou qualificar-se para o GP de Inglaterra de 74. Não conseguiu.

No ano seguinte, parte com outra ambição: graças ao patrocínio dos Cafés Lavazza, consegue um lugar na equipa oficial da March, fazendo com que corra toda a temporada de 1975. Não participa nas duas primeiras corridas, Argentina e Brasil, mas a partir do GP da Africa do Sul, a sua presença é frequente. E a 27 de Abril de 1975, no circuito de Montjuich, o polémico GP de Espanha dá a Lombardi algo inesperado: pontuar. Na altura em que a corrida é interrompida devido ao acidente do austríaco Rolf Stommelen (1943-1983) que matou quatro pessoas, dando a unica vitória da carreira a Jochen Mass, Lombardi terminava a corrida na sexta posição. Torna-se na primeira (e única) mulher a chegar aos pontos. Mas como aqui, só contam metade dos pontos, ela fica com o insólito pecúlio de… 0,5 pontos!
Lombardi ainda tem outra boa performance no GP da Alemanha, onde acaba a corrida em sétimo lugar. Nada mal, num circuito tão desafiador como o grande Nurburgring. No final da temporada, Lombardi termina em 21º lugar do campeonato, com os tais 0,5 pontos.

Em 1976, tenta a sua sorte, a bordo de um dos carros da equipa Williams, mas a sua aventura fica-se pelo GP do Brasil. A meio da temporada, corre com um Brabham da equipa RAM, mas só colecciona não-qualificações. A sua ultima corrida é o GP da Áustria de 1976, onde acaba em 12º e último lugar, a 4 voltas de John Watson, o vencedor da corrida.

Passada a aventura da Formula 1, Lombardi andou boa parte da década de 80 nos Sport-Protótipos, sem resultados de relevo. Morre a 3 de Março de 1992, a poucas semanas de fazer 51 anos, em Milão, vitima de cancro. Por alturas da sua morte, o pelotão da Formula 1 voltava a ter uma mulher-piloto, a sua compatriota Giovanna Amati, ao volante de um Brabham. Também não teve resultados de relevo, e cedo foi-se embora.

Hoje em dia, se quisermos ver mulheres-piloto em acção, temos que atravessar o Atlântico. Lá, na IRL ou na CART, pilotos como Danica Patrick, Sarah Fischer ou Katherine Legge dão cartas contra os seus colegas masculinos. E Patrick já tem estatuto de estrela, não por causa dos seus lindos olhos, mas porque luta pela vitória: em 2005, quase ganhou as 500 Milhas de Indianapolis

Será que vamos voltar a ver uma mulher-piloto na Formula 1? Pessoalmente, acho que sim, e se calhar mais cedo do que se pensa. Danica Patrick tem 25 anos, e se quiser, pode tentar a sua sorte neste lado do Atlântico, caso consiga ter um carro ganhador. Seria óptimo para o “marketing” e atraia mais espectadoras para um meio à partida machista. Mas se calhar, uma mulher para ganhar o respeito neste meio, tem que trabalhar o dobro do tempo do que os seus colegas homens…

quarta-feira, 7 de março de 2007

Kimi Raikonnen é apanhado a beber... outra vez!

Pode ter trocado de equipa, mas os costumes continuam os mesmos. O diário finlandês “Iltalethi” publica hoje fotos de um Kimi Raikkonen demasiado... alegre num bar "karaoke" da cidade de Helsinquia.

Uma das testemunhas descreveu que o novo piloto da Ferrari, rouco, passou a noite bebendo cerveja às goladas. Ao ir embora, autografou ainda uma garrafa de Koskenkorva Viina.

Como sabem, Raikkonen tem um grande histórico de “pileques”, sendo apanhado – inclusive em video - por diversas vezes em situações constrangedoras, fato que irritava profundamente o seu ex-chefe Ron Dennis.

Enfim... os velhos hábitos não morrem nunca!

O piloto do dia: Jean-Pierre Jarier



Continuando a “Alliance Francaise”, hoje falo de outro grande piloto francês que andou no pelotão da formula 1 nas décadas de 70 e 80: Jean-Pierre Jarier.

Jarier pertence a aquele restrito pelotão de pilotos que tiveram uma longa carreira, mas que nunca ganharam corridas: o neo-zelandês Chris Amon e o italiano Andrea de Cesaris. O italiano até é o recordista de Grandes Prémios sem ganhar: 204 GP’s.

O francês viu a luz do dia a 10 de Julho de 1946 na vila de Charenton, perto de Paris. Começa a sua carreira na Formula France, onde obtêm excelentes resultados, acabando em terceiro no campeonato de 1970. Em 1971 muda-se para a Formula 2, onde obtêm bons resultados, e em Monza, a bordo de um March, estreia-se na Formula 1, no GP mais renhido de sempre, onde cinco pilotos ficam separados por 0,5 segundos… Foi a sua única tentativa naquele ano.

Em 1972, fica apeado devido a fazões financeiras. Mas em 1973 consegue um lugar na equipa oficial da March, e corre boa parte da época, mas sem conseguir pontuar. Entretanto, na Formula 2, arrasa a concorrência e sagra-se Campeão Europeu. No final da época, as suas prestações tinham chamado a atenção de Enzo Ferrari, que lhe ofereceu um lugar na sua equipa. Mas a transferência foi abortada porque… Max Mosley não quis! Assim sendo, ofereceu o mesmo contrato a um certo Niki Lauda

Assim sendo, em 1974 vai para a americana Shadow, onde consegue o seu primeiro resultado de relevo, ao conseguir um terceiro lugar no GP do Mónaco. De facto, foi uma necessária injecção de moral na equipa, dois meses depois da morte de Peter Revson… No final da época, obtêm seis pontos, um pódio e o 14º lugar final.

Em 1975, continua na Shadow, onde consegue uma entrada de leão: duas “poles”, na Argentina e no Brasil. Contudo, a sorte que tem nos treinos não o acompanha na corrida. Em Buenos Aires, a transmissão falha na volta de aquecimento, e em Interlagos, um problema no sistema de injecção de combustível faz com que abandone a corrida à volta 32. O melhor que consegue é um quarto lugar no fatídico GP de Espanha, em Montjuich. No final da época, tenta mudar de motor, correndo com um Matra V12, mas a experiência é um fracasso. Nas contas finais, Jarier vai para casa com duas poles, uma volta mais rápida (Brasil) e 1,5 pontos no bornal, dando-lhe para o 18º lugar.

Em 1976, continua na Shadow, mas os resultados são piores, e o máximo que consegue é um sétimo lugar na Africa do Sul. Zero pontos.

Para 1977, decide correr numa equipa nova, a ATS Wheels, com chassis Penske. A sua primeira corrida com eles, em Long Beach, é um milagre: acaba em sexto lugar. Mas isso foi de curta duração. No final, esse ponto dá-lhe o 20º lugar final.

Em 1978, continua na ATS, mas sai depois do GP do Mónaco, chateado devido ao carácter polémico do seu dono, Gunther Schmidt. No final da época, a Lotus precisa de um substituto para o malogrado Ronnie Peterson. Jarier é o escolhido, e aproveita bem este momento de glória: a bordo do seu 55, faz a volta mais rápida em Watkins Glen, a "pole" e liderança em Montreal, mas em nenhuma das vezes, ele termina nos pontos.

Mas isso é suficiente para lhe dar um bom lugar em 1979, na Tyrrell. E ele foi proveitoso: dois pódios, na Africa do Sul e em Inglaterra dão-lhe a sua melhor posição de sempre: 12º lugar, com 14 pontos. A parceria continua em 1980, mas o melhor que consegue foi três quintos lugares. O 13º lugar final, com seis pontos, mostra a longa decadência em que a Tyrrell estava mergulhada.

Em 1981, começa por ser o substituto de Jabouille na Ligier, nos dois prieiros Grandes Prémios. Depois vai para uma nova equipa: a Osella, uma equipa do fim do pelotão. Sem resultados de relevo, acaba a temporada tal como começou: zero. Mas no inicio de 1982, com Reutmann a hesitar se devia continuar a correr, depois do fracasso no ano anterior, Jarier foi uma forte hipótese para ser o seu substituto. Mas Frank Williams escolheu Derek Daly, e mais uma boa chance foi esfumada…

Quando a temporada começa, faz a temporada completa a bordo do Osella, dando-lhe o seu melhor lugar de sempre: 4º lugar em San Marino, no GP em que metade das equipas do pelotão boicotaram a corrida. Isso deu moral à equipa para os dramas que vinham a seguir, como a morte do seu companheiro de equipa Ricardo Paletti, no Canadá. No final, os 3 pontos de San Marino dão-lhe um 20º lugar final.

Em 1983, tem uma última temporada com a Ligier, mas a equipa tem um carro que é um verdadeiro fracasso de estrada, e acaba tal como começou: a zero.

E assim acaba aos 37 anos a sua carreira na Formula 1: 143 Grandes Prémios, espalhados por 12 temporadas, nenhuma vitória, três pole-positions, três pódios, três voltas mais rápidas, 31,5 pontos.

Depois da sua carreira na Formula 1, Jarier esteve afastado da competição, mas em 1994, volta a correr. Primeiro na Porsche Supercup, depois na categoria GT, ganhando o campeonato francês em 1998 e 1999. Por esta altura, decide virar para o cinema, onde ajuda como duplo. Primeiro no filme “Táxi”, depois no “Ronin”, de John Frankenheimer, o mesmo homem que 30 anos antes tinha rodado o emblemático “Grand Prix”.

As histórias que me contam... Parte 4



Latada de 2003. Noite Pimba (terça-feira depois do cortejo). O pessoal já anda todo bêbado e cansado, depois de mais um longo cortejo, mostrando aos caloiros como é que são as festas na Lusa Atenas.

Como já tinha dito anteriormente, o cabeça de cartaz neste dia é sempre o Quim Barreiros, mas há grupos que actuam antes, algo que para muita gente é uma chatice pegada, e muitos até hostilizam esse pessoal. Já passaram por isso cantoras como a Rute Marlene, a Ana Malhoa, etc…

Como já foi dito, em 2003 a banda que iria aquecer o palco, antes do "Grande Quim" eram as Delirium. Essas três meninas até conseguiram com que o público não fosse tão hostil para elas… O espectáculo corria bem, até mais ou menos a meio, quando elas queriam que algum do pessoal subisse ao palco. Lá subiram alguns rapazolas, de traje académico e já “tocados”, e uma delas, a Mónica, perguntou a um desses rapazolas o que estava a achar do espectáculo.

A resposta foi lapidar: “o espectáculo não sei, mas tu és boa como o milho. Queria era kekar contigo e com as tuas amigas!” E pronto... foi aí que a casa foi abaixo…

As histórias que me contam... Parte 3



Quem conhece a Queima das Fitas, em Coimbra, sabe que as terças-feiras, dia do Cortejo Académico, e a “noite pimba”: os bilhetes são a cinco euros, o pessoal está todo cansado e bêbado, e o que quer é divertir-se. Todos sabem também que o “showman” é, desde há anos a fio, o Quim Barreiros, autor de grandes músicas como o "Bacalhau", "Mestre de Culinária", etc...

No ano passado, na Festa da Latada (A recepção do Caloiro em Coimbra), fui à "noite pimba" para ver o espectáculo do costume, mas os meus amigos tinham-me falado de outra personagem, de seu nome… Leonel Nunes!

Esse senhor, mestre no piano e no acordeão (tal como o Quim), tinha algo imbatível: um garrafão de cinco litros! Garrafão esse que estava cheio do tintol… o concerto que eu vi era o primeiro que o pessoal via tal personagem. Ora, quando começou o espectáculo, à meia-noite em ponto, reparava que a cada canção que cantava, bebia o seu golinho. Golinho aqui, golinho ali… pela 1:30 da manhã, altura em que o espectáculo deveria acabar, para dar lugar ao Quim Barreiros, o homem já estava ébrio! Só tocava, deixava as musicas a meio… era espantoso! Eu fartava-me de rir com aquele espectáculo

Depois, um amigo meu da organização contou-me que o Quim estava na Pampilhosa, e a coisa tinha-se atrasado um pouco, e então tinha-se pedido ao Leonel Nunes para que “aguentasse os cavalos”. Com a “cachiba” que levava em cima… Jasus! Estava encontrado o rival do Quim na noite pimba! Foi uma noite inesquecível…

Noticias: As novas cores da Spyker



Depois dos responsáveis da Spyker repararem que o seu novo carro laranja era absolutamente igual ao novo Ferrari, gerando diversas confusões para os jornalistas e adeptos, decidiram dar uma nova pintura no carro, e apresentaram-no hoje, no circuito inglês de Silverstone, e com o alemão Marcus Winkelock ao volante.
O carro ganhou uma cor preta nos lados do carro, algo que ficou mais sensual e apelativo do que anteriormente. O chato é que possivelmente nao deve ser suficiente para sair dos ultimos lugares da grelha...

terça-feira, 6 de março de 2007

GP Memória: Espanha 1981



O GP de Espanha de 1981 é marcante, por vários aspectos: foi a última vitória de Gilles Villeneuve, mas também foi uma corrida onde se mostra toda a genialidade do piloto canadiano, ao volante de um carro inferior ao da concorrência. Afinal de contas, os quatro pilotos classificados a seguir ficaram separados por 1,24 segundos…

Mas a corrida começou muito antes: no Sábado, Jacques Laffite, no seu Ligier, tinha obtido a polé-position, tendo a seu lado o Williams de Alan Jones. A seguir na grelha estavam o outro Williams de Carlos Reutmann e o McLaren de John Watson. Villeneuve, o vencedor do GP do Mónaco, três semanas antes, era apenas sétimo, atrás do Renault de Alain Prost e o Alfa Romeo de Bruno Giacomelli.

No Domingo, 21 de Junho, um dia de muito calor, Laffite fez uma má partida, que Jones e Reutmann aproveitaram para passar para a frente. Villeneuve faz uma das duas “loucas” partidas, saltando para o terceiro lugar, danificando até a asa frontal de Prost nessa manobra… No final da recta da meta, já no inicio da segunda volta, Villeneuve consegue ultrapassar Reutmannn e é segundo, tendo apenas Jones à sua frente.

Jones foge aos poucos do canadiano, mas despista-se na volta 14, deixando o Ferrari na liderança. O argentino Reutmann fica atrás dele e tenta ultrapassá-lo. Entretanto, o inglês Watson, o francês Laffite e o Lotus do italiano Elio de Angelis (1958-1986) ficam atrás dos dois pilotos e começa a concurso “quem consegue ultrapassar Gilles Villeneuve”. O Ferrari do canadiano era potente nas rectas, permitindo que escapasse dos seus rivais. Mas nas curvas, Reutmann, e depois Laffite, tentavam ultrapassá-lo, mas sem sucesso.

E assim foi até à volta 80, altura em que foi mostrada a bandeira de xadrez. Villeneuve ganhou a corrida, seguido de quatro pilotos muito frustrados por terem aturado aquele canadiano lento

John Watson diria, ainda a quente: “Aquela horrorosa Ferrari esteve sempre no nosso caminho. Nas últimas 15 voltas bloqueou-nos. Ridículo.”

Villeneuve replicou: “Não percebi porque não me passaram. Nas primeiras 65 voltas andei no limite. Mais: três deles partiram à minha frente.”

Mas foi Gordon Murray, projectista da Brabham, que afirmou o óbvio: “Aquela Ferrari era péssima, mas Gilles, apesar de toda a pressão dos outros, jamais cometeu um erro”. Era isso tudo: tinha sido mais uma demonstração magistral de pilotagem de Gilles Villeneuve, num carro “impossível”, duas semanas depois de outra "vitória impossível", no Mónaco.

As histórias que me contam... Parte 2



A segunda história que tenho para contar envolve a minha prima e o Mario Jardel.
A minha prima é dona de um clube de video em Aveiro. De Agosto a Janeiro deste ano que um dos seus clientes era, nada mais, nada menos que... Mario Jardel! Sim, o famigerado e decadente "Super Mário", que voava sobre os centrais... ela afirmava que enquanto o atendia, tinha que suster a respiração devido ao bafo de alcool que emanava da sua boca. De facto, com os trambolhoes que ja deu na carreira...
Outra historia que ela me contou, foi que, certa vez, o alarme da loja disparou, com o Jardel lá dentro. Aparentemente fez um escambeche, dancou e gritou: "É penalty!". Restava saber se ele estava ou nao com o alcool no sangue...
Já agora: sabem qual é o novo nome de Jardel no clube onde joga, no Chipre? É "Vortel". Devidamente traduzido, significa simplesmente... "Porco Gordo"!

As histórias que me contam...



A primeira história do dia foi-me contada por um grande amigo meu quando o fui visitar a Coimbra, por alturas da Latada do ano passado. Este apresentou-me a um rapaz, que tinha sido durante uns tempos engenheiro de som do... José Cid!
Conta ele que certa noite "a mãe do rock português", numa jantarada bem regada, confessou que a melhor "mamada" que já lhe tinham feito fora realizada... por um homem! Eu fiquei xéxé, mas acreditei naquilo que me tinham dito, né? Ainda por cima, como o Cid é de Mogofores, uma pequena aldeia a meio caminho entre Coimbra e Águeda, acreditei na história.
Pensei que a coisa iria ficar por aqui, mas qual foi o meu espanto quando uns dias depois, aparece um amigo meu que escreve no seu blog:
"Some people were made to succeed...
Some people were made to suck Cid..."
Que história, não acham?

Moto GP: Rossi mostra a sua nova montada



Saindo um pouco das habituais rubricas de Formula 1, falo da nova montada do maior piloto de motos da actualidade: Valentino Rossi. Ora, "The Doctor" mostrou ontem a sua nova montada, com os seus novos patrocinios. É com esta Yamaha YZR-M1 que Rossi atacará o titulo mundial de Moto GP, que começa este fim de semana no Qatar.

Rossi vai correr com as cores da Fiat, uma parceria que vai durar dois anos, e que para Luca Di Meo, director-comercial da Fiat: "É óptima esta ligação entre o mundo das motos e dos carros. Além disso, é muito importante ter uma companhia italiana dando suporte à outra."

Ora vejamos... Fiat é accionista da Ferrari, que emprestou um dos seus carros de Formula 1 a Valentino Rossi para dar umas voltas em 2005/2006, e que foi tido como hipótese para substituir Michael Schumacher... ora, quando é que acabam os contratos do Raikonnen e do Massa?

segunda-feira, 5 de março de 2007

A jornada futebolistica - Sporting



Acho que com o resultado de ontem à noite, o Sporting "foi de vela" em relação ao titulo nacional. Com o empate a zero contra o União de Leiria, e com Liedson expulso com um vermelho directo, o "Sportem" fica agora a 10 pontos do Porto, e a 10 jornadas do fim, tornam-se quase impossiveis as possibilidades de conquista do campeonato nacional por parte dos "leões".
Portanto, como meio de "salvar" a epoca e o coiro do Paulo Bento... devem agora virar-se para a Taça de Portugal. Parece que o adversario que lhes calhou no sorteio de hoje para o jogo das meias-finais (Beira-Mar) é forma de os fazer "pagar" pelos erros da epoca... Mas sou eu que estou a dizer, né?
Já agora: acham que Liedson vai levar mesmo dois jogos de suspensão?

Noticias: Toyota preocupada com o novo carro




Soaram as luzes de alarme na sede da TTE, em Colónia: o novo TF 107 é um mau carro. Aparentemente, o chassis é tão mau que os responsáveis temem que no Grande Prémio inicial, na Austrália, eles estejam a competir com os Spyker, Toro Rosso e Super Aguri pelos últimos lugares da grelha.


Ralf Schumacher admite essa preocupação: “Nossa preparação tem sido catastrófica. Estamos a uma certa distância dos times de ponta e precisamos trabalhar para diminuir essa diferença. Não há razão para escondermos isso. Com certeza, teremos um início de campeonato bastante complicado. Eu estaria muito mais ansioso se nós não tivéssemos tantos problemas para resolver”, concluiu.


A escuderia niponica ainda fará um último teste nesta semana em Jerez, antes de embarcar os seus carros para Melbourne.

Noticias: Barrichello gosta de estar na Honda



Rubens Barrichello disse hoje que se sente muito mais em casa a correr pela Honda este ano, do que na mesma altura de 2006. Na última época, o brasileiro teve dificuldades de adaptação ao carro da Honda no início, após muitos anos a correr pela Ferrari.
"Pude completar algumas boas longas distâncias com o carro, e ele tem fiabilidade, o que é positivo", disse Barrichello. "É difícil prever onde estamos em relação às outras equipas, e apesar de me sentir confortável com os resultados, ainda temos algum trabalho de desenvolvimento por realizar. Estou muito ansioso pelo começo da época, pois sinto-me muito mais em casa com a equipa e com o carro este ano, e penso que podemos realizar um bom trabalho juntos", acrescentou.
Depois de ouvir este comentário, só posso dizer uma coisa ao Rubinho: aproveita bem esta época e dá o teu máximo, pois caso contrário fazes companhia ao Montoya na NASCAR...

O piloto do dia: Tom Pryce


Hoje, 5 de Março, faz 30 anos que morreu este grande talento do automobilismo inglês, vitima de um dos acidentes mais chocantes que a Formula 1 jamais assistiu. Foi o resultado da ingenuidade ou negligência que existia nessa altura na competição. E assim perdem-se grandes talentos…

Tom Pryce nasceu a 11 de Junho de 1949 em Ruthin, no País de Gales. Seu herói de infância era o escocês Jim Clark, e as noticias da sua morte, em Abril de 1968, abalaram-no. Aos 16 anos, ele abandonou a escola, mas a conselho da mãe, tirou um curso como mecânico de tractores agrícolas, no sentido de ganhar conhecimentos.

Aos 20 anos, mete-se na aventura. Primeiro na Formula Super Vee, e depois na formula 3, onde se bate contra pilotos como James HuntRoger Williamson e Jochen Mass. Em 1973, mete-se na Formula Atlantic e na Formula 2, onde é piloto da equipa Rondel, cujo proprietário era… Ron Dennis.

Em 1974, entra na Formula 1 por intermédio da Token, uma equipa estreante na competição. Estreia-se no GP da Bélgica, onde desiste à 66ª volta, vitima de uma colisão com o Tyrell de Jody Scheckter. Na corrida seguinte, no Mónaco, os organizadores barraram a sua entrada, por acharem que era “demasiado inexperiente”. Sendo assim, inscreveu-se na corrida de Formula 3 e ganhou por uma larga margem!

Essa corrida impressionou os responsáveis da Shadow, que procuravam um substituto para o americano Peter Revson, morto uns meses antes, a Africa do Sul. Começou a correr no GP da Holanda e cedo mostrou os seus dotes de piloto rápido: quando foi o piloto mais rápido na primeira sessão do GP de Inglaterra, em Brands Hatch, a equipa ofereceu-lhe… 100 garrafas de champanhe! No GP da Alemanha, acabou em sexto lugar, a única vez que chegou aos pontos naquele ano.

Em 1975, as coisas melhoraram: foi terceiro no chuvoso GP da Áustria, mas só ganhou metade dos pontos, e fez a “pole-position” no GP de Inglaterra, a única da sua carreira. Foi também nesse ano que Pryce ganhou a sua única corrida na Formula 1; a Corrida dos Campeões, uma prova extra-campeonato disputada em Brands Hatch. No total. Pryce obteve oito pontos, o que lhe deu um décimo lugar na classificação geral.

Na temporada de 1976, Pryce consegue outro pódio, no GP do Brasil, prova inaugural do campeonato. Depois disso, mais dois quartos lugares fizeram com que o piloto galês obtivesse 10 pontos e um 12º lugar na classificação.

Por esta altura, o seu talento não tinha passado despercebido. Colin Chapman queria-o na Lotus, no final de 1975, mas as condições financeiras da altura impediam que ele pudesse contratá-lo. Tentou então uma troca com o sueco Ronnie Peterson, mas também não teve sucesso.

As coisas prometiam na Shadow quando a temporada de 1977 teve o seu inicio, mas Pryce não terminava as corridas. Na Argentina não se classificou, no Brasil abandonou com uma falha mecânica, quando rolava em segundo lugar, à volta 34. Na corrida seguinte, na Africa do Sul, fez um brilharete nos treinos de sexta-feira, ao ser o mais rápido à chuva. Mas no Sábado fez uma má qualificação, partindo do 15º lugar, e para piorar as coisas, partiu mal, passando em último à primeira volta.

Mas desde então estava a fazer uma corrida “de trás para a frente”, e na volta 21, estava na 13ª posição, colado ao March de Hans Stuck. Nessa altura, o seu companheiro de equipa Renzo Zorzi tinha encostado à berma da recta da meta com um princípio de incêndio. Então, dois comissários atravessaram a pista, numa zona em que a visibilidade era nula quer para eles, quer para os pilotos. Um dos comissários era um rapaz de 18 anos, Jenson Van Vuuern, que levava um extintor. No momento que ambos atravessam a pista, os carros de Stuck e Pryce passam por eles. O alemão evita-o, mas não Pryce. O Shadow atropela-o, matando-o instantaneamente. O extintor que Van Vuuren transportava atinge Pryce na cabeça, matando-o.

Depois do choque, o carro sai desgovernado pela recta da meta, atingindo o Ligier de Jacques Laffite. O francês escapa ileso. Depois do acidente, circulou o rumor que Pryce tinha sido decapitado, devido ao facto do seu capacete ter sido encontrado na berma da pista. Isso não era totalmente verdade, pois Pryce ficou sem metade da cara devido ao choque. A corrida foi ganha por Niki Lauda, a primeira vitória do piloto depois do seu acidente quase fatal em Nurburgring, mas ninguém queria festejar. Pryce tinha 27 anos.

O seu palmarés: 42 Grandes Prémios espalhados em quatro temporadas, uma “pole-position”, dois pódios, 19 pontos no total. O seu melhor resultado final foi o décimo lugar no Mundial de 1975.

A passagem de Tom Pryce pela Formula 1 não passou despercebida. David Tremayne, um dos grandes jornalistas ingleses de automobilismo, e autor do livro “The Lost Generation”, deu o nome de Tom ao seu filho, e há hoje em dia o “Tom Pryce Trophy” dado ao piloto galês mais promissor. E este ano, trinta anos depois da sua morte, a sua cidade natal, Ruthin, vai erguer uma estátua em sua homenagem. Pryce está enterrado no cemitério St. Bartholomew em Otford, no condado de Kent, a mesma Igreja onde dois anos antes, ele tinha casado com a sua mulher Nella.

Parem as máquinas, ele está de volta!



Juan Pablo Montoya ganhou hoje a sua primeira corrida na NASCAR Busch Series, ocorrida no Autodromo Hermanos Rodriguez, na Cidade do México.

Foi uma boa corrida para o colombiano. Largou do terceiro lugar da grelha, mas um reabastecimento mal calculado fez com que caisse até ao 21º lugar. Então, ele faz uma recuperação "na raça", fazendo com que chegasse ao segundo lugar, altura em que a oito voltas do fim, tentou passar o lider Scott Pruett, no final da enorme recta da meta. Pois é... eu digo tentar, pois o resultado foi isto:

Pois é... Montoya is back!

domingo, 4 de março de 2007

Comparação entre estilos: Senna e Prost






O Blog do Capelli de hoje faz um comparativo interessante entre dois grandes pilotos, num Grande Prémio que está na memória de muitos: Ayrton Senna e Alain Prost, nos treinos do GP do Japão de 1989.




Não interessa falar da corrida, ou se perferirem, da "Batalha de Suzuka" isso é assunto para outro dia. O que é interessante agora é ver os seus estilos de condução que cada um tinha. Este video mostra isso.




Contudo, o Capelli faz um aviso: "a volta de Alain Prost era quase 2s mais lenta, por isso teve sua velocidade acelerada em cerca de 3% para que a comparação de estilos pudesse ser possível."




Vejam e gozem!

GP Memória: Africa do Sul 1977

Hoje e amanhã assinalo aqui os 30 anos do acidente mortal de Tom Pryce, ocorrido no circuito de Kyalami, durante o GP da Africa do Sul de 1977.

Toda a gente sabe mais ou menos o que aconteceu, mas agora mostro o panorama completo: o fim de semana do GP.

Antes de Kyalami, o “Grande Circo” já tinha estado na Argentina e no Brasil, corridas onde o equilíbrio tinha sido a nota dominante. Se em Buenos Aires, assistiu-se à espantosa vitória de Jody Scheckter, a bordo do estreante Wolf, em Interlagos viu-se uma corrida tumultuosa, com a vitória do argentino Carlos Reutmann.

O fim-de-semana do GP da Africa do Sul começou chuvoso. Na sexta-feira, o Shadow de Tom Pryce mostra que é o melhor no molhado. Mas no Sábado, o tempo melhora e o McLaren de James Hunt leva a melhor sobre o Brabham de José Carlos Pace e o Ferrari de Niki Lauda. Scheckter, o piloto da casa, parte em quinto, e Pryce, o homem que deslumbrou na chuva do dia anterior, sai em 15º lugar na grelha.

A corrida começa sem incidentes, com Lauda a levar o melhor sobre Hunt, uma reincidência das lutas do ano anterior. Entretanto, Pryce atrasa-se na partida a passa em último no final da primeira volta. A corrida segue o seu ritmo normal até à volta 21, altura em que o italiano Renzo Zorzi para o seu Shadow na berma da recta da meta.

O carro começa a pegar fogo e logo dois comissários de pista vão socorrê-lo. Mas para lá chegaram, têm que atravessar a pista, e no sítio onde estão, a visibilidade é pouca, pois em Kyalami, a recta da meta começa numa subida, para descer vertiginosamente a partir da linha de meta (é o famoso The Dip”). Um dos comissários é um bagageiro de 18 anos: Jensen Van Vuuren.

Na altura em que atravessam a pista, quatro carros passam pela recta da meta: Pryce, o alemão Hans-Joachim Stuck, o francês Jacques Laffite e o sueco Gunnar Nilsson (1948-1978). Stuck consegue ver os dois comissários e guina para a direita, evitando-os. Mas Pryce, que estava colado a Stuck, não os vê e atropela Van Vuuren, matando-o. Mas no momento em que o atropela, o extintor que Van Vuuren transportava atinge o capacete de Pryce, matando-o imediatamente.

Mas isto não acaba aqui. O carro descontrolado de Pryce vai de encontro ao Ligier de Laffite e arrasta-o para a berma do final da meta. O francês escapa ileso, mas nada se podia fazer pelo piloto galês. Tinha 27 anos.

Depois disto, a corrida continua. Pace atrasou-se, Hunt também, e Lauda acaba por vencer a corrida, a sua primeira vitória depois do pavoroso acidente de Nurburgring, sete meses antes. No pódio, sabendo o que tinha acontecido antes, afirmou: “a morte de Pryce tirou todo o prazer da minha vitória”.

Em 13º lugar classificou-se o brasileiro José Carlos Pace. Seria o seu último GP. Treze dias depois, morre num acidente aéreo na Serra da Cantareira, em São Paulo. Tinha 33 anos. O Autódromo de Interlagos tem agora o seu nome.