sábado, 3 de outubro de 2009

Formula Renault: Felix da Costa vence em Spa-Francochamps

Apesar de já ser campeão na competição NEC, António Felix da Costa não deixa de competir para ganhar. Na última jornada dupla de um campeonato que dominou a seu bel-prazer, que acontece este fim de semana no circuito belga de Spa-Francochamps, Felix da Costa venceu a corrida desta tarde, depois de ter feito a pole-position na véspera. O seu dominio foi do principio ao fim, batendo o seu companheiro, o dinamarquês Kevin Magnussen, e o holandês Daniel de Jong, que o acompanharam no pódio.


No final da corrida, Felix da Costa explicou o que se passou nesta corrida: "Com o tempo instável, todos saímos com pneus slicks, sendo o meu set-up misto, o que me tirava alguma velocidade na recta, possibilitando a Magnussen, segundo classificado, alguma aproximação. Nunca me senti ameaçado, mas tive que me aplicar", afirmou o piloto.


Para além destas corridas, Félix da Costa recebeu um convite para integrar a equipa VIP nas 24 Horas de Karting "Race of Champions", que decorre este fim-de-semana perto de Spa. O piloto português terá como companheiros de equipa grandes nomes do automobilismo mundial como os belgas Bruno Thiry e Jerome D`Ambrosio, para além do seu companheiro de equipa Kevin Magnussen, entre outros. Não podendo recusar este importante convite, fará apenas um turno de condução, pois amanhã terá uma corrida importante e que se avizinha difícil, pois parte do oitavo posto. A última e derradeira corrida do NEC terá lugar amanhã às 13 horas.

WRC - Rali da Catalunha (Dia 2)

O segundo dia do Rali da Catalunha foi mais uma vez do dominio dos Citroën. Mas se ontem foi Dani Sordo a liderar as operações, com Sebastien Löeb muito de perto, hoje foi o piloto francês a apossar-se da liderança, embora o piloto catalão, decisivamente a correr em casa, não estar muito longe, a apenas 1.5 segundos do seu chefe de fila. contudo, ambos estão já muito longe do Ford de Mikko Hirvonen. Mais concretamente a 48,5 segundos...


Nas especiais da manhã, o equilíbrio entre os dois homens da Citroën já havia sido visível, tendo-se prolongado para a tarde, ao longo da qual tanto Sordo como Löeb foram trocando entre si a liderança. Na repetição da maior especial do rali, El Priorat / La Ribera d'Ebre 2, o espanhol logrou ganhar cerca de um segundo e meio a Loeb, mas nas duas classificativas seguintes, Les Garrigues 2 e La Llena 2, o piloto francês conseguiu recuper terreno, terminando o dia com os tais 1.5 segundos de avanço de Sordo.


Para Löeb, tudo está a decorrer como planeado: "Estou na liderança mas não por muito. Este troço [o 12º] era complicado, mas o mais importante foi passar o dia sem ter problemas ou furos. Estou muito contente por estar na liderança mas há um longo dia pela frente amanhã. Vamos ver como nos saímos", afirmou.

Já Hirvonen, terceiro classificado e já muito distante de Löeb, tenta minimizar os danos no campeonato, pois caso o rali termine desta forma, o piloto do Ford Focus WRC continuará na frente por apenas um ponto: "Os pilotos da frente têm estado numa grande luta, excepto neste último bocado. Espero que possa manter um bom ritmo amanhã e manter o Petter Solberg atrás, é tudo o que posso fazer. Falta um dia para o final", afirmou o finlandês, que tem uma vantagem de 22 segundos sobre Petter Solberg.


O piloto norueguês, que corre aqui num Citroen C4WRC, tem vindo a melhorar os seus tempos de forma regular e tem-se aproximado de Hirvonen, embora nas classificativas que ainda faltam seja complicado fechar ainda mais a distância para ele. O francês Sébastien Ogier, noutro Citroen C4WRC, está em quinto, enquanto que o segundo Ford Focus WRC de Jari-Matti Latvala tem passado ao lado da prova, não indo além do sexto posto. Matthew Wilson, num Stobart-Ford, e o argentino Frederico Villagra, no Munchi's-Ford, fecham os lugares pontuáveis.


O Rali da Catalunha termina amanhã.

Formula 1 - Ronda 15, Japão (Qualificação)

Foi tudo, menos tranquila, a sessão de qualificação para o GP do Japão, que este ano regressa ao traçado de Suzuka. Primeiro, o violento despiste de Mark Webber nos treinos livres, algumas horas antes da qualificação, e que implicou a sua ausência, e depois da qualificação própriamente dita, foram mostradas três bandeiras vermelhas, para o Toro Rosso de Jaime Alguesuari, o Toyota de Timo Glock e o McLaren de Heiki Kovalainen.


O espanhol e o finlandês despistaram-se na Curva Denger, uma das mais velozes do circuito, enquanto que Glock bateu no muro de pneus após a recta da meta, e ficou preso no carro. Apesar de estar bem, a participação do piloto alemão na a corrida de amanhã está em dúvida. Caso ele e Webber corram, terão de o fazer a partir das boxes.


No meio de toda esta agitação, quem levou a melhor foi o Red Bull de Sebastien Vettel, que conseguiu ser superior ao Toyota do veterano Jarno Trulli por 60 décimos de segundo (1.32,160 contra 1.32,220). Lewis Hamilton, no seu McLaren-Mercedes, fez o terceiro melhor tempo, com 1.32,395.


"Com todas estas interrupções foi difícil aquecer os pneus, e em especial na Q3, isso tem influencia nas cargas de combustível e nós tivemos sorte na altura em que saímos, tendo em conta que só tínhamos uma tentativa. O carro estava fantástico, fui o mais rápido da Q1, Q2 e Q3, a mais difícil foi a Q3 em que só tive uma volta com a gasolina a bordo e não foi em fácil, em especial nos esses, e com os pneus a não durarem muito mais do que uma volta", começou por afirmar Vettel no final da sessão, acrescentando que está muito contente "por voltar à boa forma e colocar o carro na pole".

Em relação à sessão agitada de qualificação que passou, Vettel afirmou o seguinte: "Foi uma sessão estranha mas o mais importante é que todos os pilotos estão bem. Na qualificação tentamos sempre procurar os limites mas na curva 9, onde muita gente saiu, é difícil quando se passa muito do corrector, uma vez que nos tornamos num passageiro e quando voltamos [à pista] não conseguimos reduzir a velocidade e a escapatória não é muito grande e o muro está perto e penso que é por isso que bateram nos muros".


Quanto a Jarno Trulli, de regresso à boa forma, comentou a qualificação da seguinte forma: "Foi uma sessão de loucos, o carro está bom desde o inicio da sessão, os mecânicos têm feito um bom trabalho com o meu carro, permitindo-me regressar à luta pelos lugares de topo. Sabia que ia ser difícil, mas apenas tratei de manter a concentração e fazer o melhor possível na altura certa", declarou, acrescentando que "para amanhã, a minha preocupação é a degradação dos pneus - porque vimos hoje que a degradação é muito grande - e a partida, uma vez que não temos feitos grandes partidas este ano", concluiu.


Já Lewis Hamilton era um homem feliz com o seu terceiro posto, pois não tinha um carro devidamente equilibrado para esta pista. Contudo, isso não impediu de elogiar a pista de Suzuka: "Já sonhava vir aqui há muitos anos e estou muito contente. Os japoneses tratam-nos como reis a pista é muito especial", começou por dizer, referindo ainda que não esperava obter esta posição "porque o carro de manhã estava muito mau, mas fizemos algumas alterações que resultaram para a tarde."


Contudo, o final da qualificação não significou a definição da grelha. Algumas horas depois, sete pilotos foram penalizados com a perda de cinco lugares cada um, "revolucionando" a grelha de partida: os Brawn de Jenson Button e Rubens Barrichello, o Renault de Fernando Alonso, os Force India de Vitantonio Liuzzi e Adrian Sutil, o McLaren de Heiki Kovalainen e o Toro Rosso de Sebastien Buemi. Dos sete, os Brawn, o Force India de Sutil, o Renault de Alonso e o Toro Rosso de Buemi foram penalizados pelo facto de terem ultrapassado sob amostragem de bandeiras amarelas, enquanto que os restantes dois elementos (Liuzzi e Kovalainen) aconteceram por terem trocado a sua respectiva caixa de velocidades.

E com isto tudo, na próxima madrugada estaremos acordados para saber como é que as coisas irão decorrer e acabar nesta mítica pista japonesa. E se vai ser aí que saberemos quem vai ser o novo campeão do mundo.

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

A 5ª Coluna desta semana

A 5ª Coluna desta semana fala essencialmente sobre os eventos do passado fim de semana em Singapura e as recentes movimentações do plantel da Formula 1 para 2010, onde o assunto principal por estes dias foi o anuncio da chegada de Fernando Alonso na Ferrari, substituindo Kimi Raikonnen.



Sobre isso, refiro o seguinte:


"(...) este anúncio poderá ter aberto a verdadeira 'silly season' para 2010. Porque isso pode dar num verdadeiro 'efeito-dominó' em termos de contratações. Porque fala-se desde há umas semanas valentes a esta parte que para além do regresso de Raikonnen para a Ferrari, teríamos Nico Rosberg na Brawn-Mercedes (um piloto alemão a conduzir um motor alemão), que seria trocado por Rubens Barrichello (num carro que teria motor Renault ou Cosworth), enquanto que Heiki Kovalainen, que sairia da McLaren, seria um possível substituto de Timo Glock na Toyota. Com uma pré-temporada com mais oito novas vagas, em princípio (tenho dúvidas sobre se a USF1 e a Campos terão chassis prontos a tempo) a dança das cadeiras promete ser frenética. Ainda mais quando se sabe que Timo Glock foi dispensado da Toyota. Se ficarem, uma dupla Kovalainen – Nakajima não seria descabido de todo..."


Para ler o resto do meu artigo no site SCN, sigam este link.

Extra-Campeonato: Rio de Janeiro 2016!

Já está. A decisão tem alguns minutos: os Jogos da XXXI Olimpiada, que se realizarão entre 5 e 21 de Agosto, vão para Rio de Janeiro, no Brasil. Provavelmente a cidade mais emblemática do Brasil, da América do Sul, e um dos cartões de visita do Planeta Terra, vai ser a primeira cidade em lingua portuguesa a receber a maior realização desportiva do mundo, dois anos depois de receber, provavelmente, a final do Mundial de futebol.

Essa vai ser uma década cheia de eventos para o Brasil, onde estará no centro do Mundo. Provavelmente será uma altura próspera para o país, que pode aproveitar para "limpar" a sua imagem como pais de Terceiro Mundo. Mas diminuir o crime, eliminar a corrupção e a pobreza (apesar dos esforços do Presidente Lula), parece ser mais uma utopia do que própriamente um feito. Mas o Brasil é um feito e merece o seu lugar no mundo por direito próprio.


Pessoalmente, se estou feliz com esta decisão? Mais ou menos. Custa-me, como automobilista que sou, saber que boa parte dos recintos desportivos serão feitos sob o "cadáver" do Autódromo de Jacarépaguá, que acolheu a Formula 1 em 1978, 1981 a 1989. Saber que um dos circuitos mais emblemáticos do Brasil e do mundo desaparecerá em nome de um parque olimpico cujo uso depois de 2016 estará em dúvida faz-me pessoalmente partir o coração. E se nessa altura andar por lá, em serviço ou apenas como mero espectador, certamente me lembrarei disso.

WRC - Rali da Catalunha (Dia 1)

O primeiro dia do Rali da Catalunha, unica prova em asfalto do Mundial WRC de 2009, mostrou a superioridade dos pilotos da Citroen, Sebastien Löeb e Dani Sordo, sobre o Ford de Mikko Hirvonen, actual lider do campeonato, e provavelmente sem grande necessidade de atacar, dado que com cinco pontos de diferença sobre o pentacampeão francês, só tem de controlar os estragos e partir para a última prova do ano, no Pais de Gales, em posição de vantagem.

E esse pensamento está presente nas declarações que ele fez no final do dia: "Estou a pensar no campeonato, e o segundo lugar era o que precisava, pois se o Loeb ganhar aqui, só me bastava o segundo posto na Grã-Bretanha. Contudo, se eu for terceiro, só levo um ponto de vantagem e o segundo lugar atrás de Loeb já não será suficiente. Tudo bem! Vamos ver, mas se ficar assim será uma grande luta na Grã-Bretanha.", referiu.


O dia foi todo de Löeb e Sordo. Com os carros em toada de ataque, no final das seis classificativas do dia, é Sordo que comanda, mas apenas com uma vantagem de 1.6 segundos sobre o piloto francês. Hirvonen é terceiro, mas a sua distância já é de 34,2 segundos sobre Löeb. Contudo, a diferença que tem sobre o quarto classificado, o norueguês Petter Solberg, agrora a correr num Citroen C4 WRC, é de 25,5 segundos. Sebastien Ogier, no terceiro Citroen, é quinto, a mais de um minuto de Sordo, mas andou parte do dia a sofrer com os travões. Jari-Matti Latvala, no segundo Ford oficial, é apenas sexto, não muito longe de Ogier.

Amanhã é o segundo dia do Rali Catalunha.

Formula 1 - Ronda 15, Japão (Treinos)

Foi debaixo de chuva que decorreu esta madrugada os treinos livres do GP do Japão, que este ano regressam ao circuito de Suzuka para ficar. No primeiro treino do dia, apesar de não chover drante os 60 minutos da sessão, esta começou molhada, mas à medida que esta secava e se delineava uma linha por onde os carros poderiam passar com pneus slicks, os tempos começaram paulatinamente a melhorar.


O mais rápido nessa primeira sessão de treinos acabou por ser o McLaren-Mercedes de Heiki Kovalainen, que fez o seu melhor tempo nos instantes finais, batendo por três décimos de segundo o Williams-Toyota de Kazuki Nakajima. O finlandês fez 1.40,356, contra o 1.40,648 do japonês da Williams. O alemão Adrian Sutil foi o terceiro melhor, no seu Force India, indicando que provavelmente os motores Mercedes estarão em vantagem no circuito japonês, dado que estão quatro carros dessa marca nos nove primeiros lugares. Mas a Ferrari consegue meter também os seus carros, com Giancarlo Fisichella a fazer o quarto melhor tempo nesta sessão, à frente do suiço Sebastien Buemi, no Toro Rosso-Ferrari. Lewis Hamilton foi sexto, à frente de Fernando Alonso, o novo recruta da Ferrari.

A segunda sessão do dia foi rodado totalmente em pista molhada, já que choveu mais intensamente durante essa sessão. Semdo assim, os tempos foram ainda mais irrelevantes, com Adrian Sutil a ser o melhor, no seu Force India. Sebastian Vettel foi segundo, na frente do segundo Force India e de Vitantonio Liuzzi, no segundo Force India.

Quanto à Brawn, rodou pouco na sexta-feira. Rubens Barrichello foi nono na ptimeira sessão, enquanto que Jenson Button não rodou nas sessões de hoje, por causa da chuva. A mesma coisa fez Barrichello na segunda sessão, provavelmente porque sabem que na próxima madrugada, a qualificação será em tempo seco...


Nestas sessões de treinos, a grande novidade foi a estreia do japonês Kamui Koboyashi, que fez o papel de terceiro piloto na escuderia sediada em Colónia. Koboyashi substituiu Timo Glock, que se encontra hoje adoentado, emboa se espera que volte ao seu lugar na qualificação de amanhã. Koboyashi, actual campeão da GP2 Asia, foi o penultimo nesta sessão de treinos, a mais de três segundos de Kovalainen, demonstrando as habituais dificuldades de adaptação a um Formula 1, aliado à pista molhada. Na segunda sessão, melhorou a sua performance e fez o 12º melhor tempo, a 1.793 segundos de Adrian Sutil.

Amanhã de madrugada será a altura da qualificação. como em principio será em tempo seco, estes tempos e a posição destes pilotos é neste momento irrelevante.

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

The End: Penti Airikkala (1945-2009)

O piloto finlandês Pentti Airikkala, um dos "finlandeses voadores" das décadas de 70 e 80, mas mais conhecido por ter vencido o Rali RAC de 1989, ao volante de um Mitsubishi Galant, morreu ontem aos 64 anos, vítima de um cancro da próstata.

Nascido em Helsinquia a 4 de Setembro de 1945, teve uma carreira mais esporádica do que os seus contemporâneos Markku Alen ou Hannu Mikkola, entre outros. Boa parte dele concentrou-se em Inglaterra, onde competia e foi campeão nacional em 1979. Cinco anos antes foi campeão finlandês de ralies. Aliás, o RAC, 1000 Lagos e o Rali da Suécia foram os três ralis do campeonato do mundo onde competia regularmente, entre 1973 e 1990. Começou a sua carreira a bordo de carros como o Chevette HS e o Magnum, ambos sob a marca Vauxhall, e carros essencialmente de tracção traseira. Também correu com Ford Escort, onde foi segundo nos 1000 Lagos de 1976, seu melhor resultado em 13 anos.

Em 1981, correu na Rothmans Rally Team, com um Ford Escort 1800, sendo companheiro do seu compatriota, e futuro campeão do Mundo, Ari Vatanen. Nessa temporada, nos três ralies do costume, classificou-se em boas posições, sendo a melhor um terceiro lugar no Rali da Suécia. Ao longo dos anos 80, a sua participação torna-se ainda mais esporádica, correndo com máquinas como o Lancia 037 Rally ou o Mitsubishi Lancer Turbo.

Aliás, será no declinar da sua carreira que vai alcançar a sua coroa de glória. No Rali RAC de 1989, ao serviço da Rallirart, e com um Mitsubishi Galant VR-4 de Grupo A e tendo como navegador o irlandês Roman McNamee, Airikkala surpreende tudo e todos, incluindo os dominantes Lancia Delta Integrale e o Toyota Celica de Carlos Sainz, para vencer este rali, sendo um dos mais velhos pilotos de sempre a ganhar uma etapa do Mundial. Esse resultado fez com que corresse na equipa oficial da Ford na temporada de 1990, no Sierra 4x4, onde o melhor que teve foi um 11º lugar no Rali de Sanremo.

Depois retirou-se da competição e fundou uma escola de pilotagem, a Left Foot Braking, onde passaram por lá futuros campeões de ralies como Colin Mcrae, Richard Burns e Jari-Matti Latvala. Ainda voltou à activa em 2003, pilotando um Mitsubishi Lancer EVO VI no Rali de Gales, não conseguindo chegar ao fim. Ars Lunga, vita brevis.

O piloto do dia - Jean-Dénis Deletraz

A história da Formula 1 está cheia de pilotos que, tendo dinheiro no bolso e uma vaga para preencher, para pagar as contas de alguma equipa com "a corda na garganta", realizam o seu sonho de andar na categoria máxima do automobilismo. Ignorando (ou talvez não...), esses pilotos conseguem ser um embaraço, tornando-se "chicanes móveis" perante os pilotos mais rápidos, como também se tornam num perigo numa competição onde a velocidade é alta e um erro é "a morte do artista". Neste piloto em particular, a biografia que se apresenta não é só porque ele comemora o seu 46º aniversário natalicio, como tamém tem a particularidade de se ter tornado no último piloto suiço na Formula 1, antes das aparições de Sebastien Buemi e Romain Grosjean (embora a correr sob licença francesa), na temporada de 2009. Hoje é dia de falar sobre Jean-Dénis Deletraz.


Nascido a 1 de Outubro de 1963 em Genebra, Deletraz começou a correr em França, dado que na sua Suiça natal, as provas de automobilismo estarem proíbidas. Em 1983 participou no Volant Avia, onde terminou na segunda posição. A sua participação nos monolugares continuou na Formula Ford, onde correu durante duas temporadas, tendo sido terceiro classificado em 1985. Em 1986 passou para a Formula 3 francesa, onde correu num chassis Swica, algo anormal para a altura. Os resultados foram escassos, e continuaram a ser no ano seguinte, quando se mudou para um chassis Ralt. Ainda teve uma passagem para Formula 3 britânica, mas os resultados foram também escassos.


Para piorar as coisas, Deletraz tinha fama de ser um homem com a carteira recheada, que compensaria a sua falta de talento. Mas mesmo aqui, a sua "carteira" era mais recheada de ar do que propriamente com dinheiro. Deixa muitos mecânicos e donos de equipa desesperados devido às suas contas por pagar. Certo dia, ainda nos tempos de Formula 3, os mecânicos bloqueiam o seu carro, um Ferrari 512BB vermelho, e decidiram não sair dali enquanto não pagassem o que devia. A solução que ele arranjou foi o de... aparecer na próxima corrida a correr por outra equipa, e com o seu Ferrari pintado de azul!


Em 1988, vai correr para a Formula 3000. O seu primeiro ano é prometedor, com dois pódios seguidos, em Zolder e Le Mans, apesar de não ter conseguido qualificar-se por duas corridas e ter tido dois acidentes feios. No final dessa temporada foi 13º, com oito pontos, empatado na classificação com Pierre-Henri Raphanel. No ano seguinte, compra a FIRST, uma equipa de competição, e continua a correr até 1991, sem conseguir qualquer resultado de relevo. Em 1991, chega a não correr parte da temporada por causa dos pagamentos. Melhor dito: da falta deles. O seu companheiro de equipa nesse ano, Giovanni Bonnano, colocou-o em tribunal e penhorou os seus carros quando estes chegaram à fronteira italiana, como forma de agilizar pagamentos que estavam em atraso.


Em 1992, passa para os Turismos franceses, onde corre a bordo de um Seat, sem resultados de relevo. Continua a correr no ano seguinte, incluindo uma passagem pela Porsche Supercup, pela sua FIRST, mas nesse ano, continuava a ter problemas com os pagamentos. Um dia, os seus mecânicos fartaram-se com tanto atraso nos pagamentos e decidiram bloquea-lo na sua boxe quando este ia alinhar numa das corridas. Eles ficaram à frente do seu carro por três voltas, até que ele concordou em pagar todos os ordenados em atraso, alguns deles datados dos seus tempos da Formula 3000!


Em 1994, sem muito com que fazer, tem a sua primeira oportunidade de correr na Formula 1, quando no fim de semana anterior ao GP da Austrália, ultima etapa daquela temporada, a Larrousse precisa de dinheiro para pagar as despesas de viagem até lá. Deletraz é o homem escolhido, e correrá no lugar de Eric Comas, ao lado do japonês Hideki Noda. Apesar de ser notoriamente lento, consegue surpreender muita gente ao conseguir qualificar-se na 25ª posição, melhor do que os Pacific e o Simtek de Dommenico "mimmo" Schiartarella.


O suiço, incrivalmente lento na corrida, foi ultrapassado facilmente pelos lideres na nona volta da prova, Damon Hill e Michael Schumacher, e continuou a "pisar ovos" e a fazer-se de "chicane móvel" até à volta 57, quando desistiu com uma falha na caixa de velocidades. Alegadamente, por essa altura, tinha um atraso de... dez voltas sobre os lideres. Sobre ele, o então comentador da BBC e ex-piloto de Formula 1 Jonathan Palmer, afirmou: "Sim... Deletraz não tem nada a ver com esta Formula 1. E está a demonstrá-lo aqui mesmo: está a gastar tudo o que tem e não tem em manter o seu carro em pista!"


Em 1995, vai correr no BPR Global Series, uma série de carros de Turismo, antecessora do Mundial de FIA GT, a bordo de um McLaren F1 GTR BMW. Foi aqui que descobriu a sua vocação, uma categoria do qual continua a correr até aos dias de hoje. Mes nesse ano, para além de ter sido quinto classificado em Le Mans e terceiro em Zuhai, teve a oportunidade de voltar uma segunda vez à Formula 1, desta vez a bordo de um carro da Pacific.


Nesse ano, a equipa tinha como pilotos o belga Bertrand Gachot e Andrea Montermini, e como a falta de dinheiro era um problema demasiado óbvio, Gachot decidiu colocar-se no lado de fora do "cockpit" no sentido de arranjar outro piloto para pagar as despesas até ao final do ano. Durante quatro corridas, o escolhido foi o italiano Giovanni Lavaggi, e a partir da etapa do Estoril, Deletraz foi o piloto seguinte, com um contrato assinado por cinco corridas.


Em Portugal, teve problemas com a caixa de velocidades, que o colocaram na última posição da grelha, a mais de 12 segundos (!) do poleman David Coulthard, e a mais de cinco segundos do piloto que estava à sua frente. Combinado isto tudo com a sua falta de experiência, e a sua incrivel lentidão, a imprensa de então afirmou que era tão lento que o seu antecessor Lavaggi "fazia parecer Tazio Nuvolari", segundo as palavras do jornalista Nigel Roebruck. Outra pessoa que não tinha grande impressão dele era Damon Hill, que afirmou: "Espero que desista cedo".


Na corrida, os desejos de Hill foram concretizados: esta acaba 14 voltas depois de a começar, devido a... câimbras no seu braço esquerdo. Mas antes disso, Deletraz perdera 40 segundos na sua primeira volta, e era dobrado ao fim de dez. Tudo isto antes de acabar a sua corrida.


Ainda correu em Nurburgring, palco do GP da Europa, onde até fez uma performance melhor, embora tenha se qualificado na última posição. Na corrida conseguiu ter a proeza de levar o carro até ao final, a sete voltas do vencedor e na 15ª posição final. Foram belas experiências, mas no final, os pagamentos falharam (mais uma vez!) e a Pacific achou por bem ir buscar Gachot para correr nas três últimas provas do ano, e a sua pífia carreira chegava ao fim:

A sua carreira na Formula 1: Três Grandes Prémios, em duas temporadas (1994-95), zero pontos.

Após encerrar a sua carreira na categoria máxima do automobilismo, dedicou-se aos GT's, com a FIRST e o seu novo sócio, o francês Fabien Giroix. Depois de boas corridas em 1996 e 97, com um McLaren F1 GTR e um Lotus Elise GT1, em 1998 experimenta as corridas sobre gelo, no Troféu Andros, em Chamonix, num Peugeot 306. Em 1999, volta a correr num Ferrari, modelo 333SP, no International Sports Racing Series. Sem resultados de relevo, diga-se.


Em 2000, foram os primeiros a experimentar o modelo 550 Maranello, na categoria GT1, e a temporada foi um desastre. Primeiro, atrasos na conclusão do projecto levaram a falhar algumas rondas, para depois terem vários problemas de ordem mecânica, pois não consluiram qualquer prova nesse ano. Em 2001, corre nas 24 horas de Le Mans, na classe LMP675, onde com um Lister Storm, vence na sua classe. Vai repetir o feito em 2002 e 2004. Ainda em 2002, todo o trabalho com o Ferrari compensou, quando em conjunto com Andrea Piccini, ao serviço da BMS Scuderia Itália, venceu quatro provas na série, terminando na quinta posição da série. Depois de 2003, a sua carreira no automobilismo tornou-se mais espaçada, apesar de algumas participações e bons resultados, como uma vitória na classe GT1 nas 24 Horas de Spa-Francochamps, a bordo de um Chevrolet Corvette C6.R.

Fontes:

GP Memória - Espanha 1989

Uma semana depois dos acontecimentos no Estoril, máquinas e pilotos deslocavam-se para o desolado Autódromo de Jerez de la Frontera, onde a Ferrari só alinhava com um carro para esta corrida, cumprindo o castigo que Nigel Mansell tinha sido punido por ter desobdecido à ordem de parar, e ter colocado Ayrton Senna fora de caminho. Mansell protestou a suspensão, ameaçando até retirar-se da competição de forma imediata, mas o bom senso apossou-se dele e obedeceu à sanção. Nesta corrida espanhola, Senna tinha uma unica chance, muito longa e quase impossivel de impedir que o campeonato caisse nas mãos de Prost: vencer as três provas que faltava, pois ainda beneficiava da regra dos onze melhores resultados, algo que não iria acontecer a Prost, que devido à sua regularidade, iria deitar pontos fora. Independentemente disso, esta era uma tarefa digna de Jim Phelps, o homem da Missão Impossivel...

Entretanto, no enorme pelotão da Formula 1, a Rial, do volátil Gunther Schmidt, trocava de pilotos. O alemão Christian Danner foi substituido pelo suiço Gregor Foitek, que tinha corrido anteriormente pela Eurobrun. Foitek não melhorou muito mais a situação da equipa alemã, e para piorar as coisas, o piloto suiço sofreu um forte embate contra os rails, devido a uma quebra no aerofólio traseiro, quase no mesmo sítio onde um ano mais tarde, o irlandês Martin Donnely terá o seu grave acidente, que acabou com a sua carreira na Formula 1. Mas desta vez, e para alivio de todos, Foitek saiu incólume.


Na pré-qualificação de sexta-feira de manhã, para surpresa de alguns, os Osella de Piercarlo Ghinzani e Nicola Larini conseguiram passar, acompanhados pelo Larrousse de Philippe Alliot e pelo Onyx de J.J. Letho, que conseguiu ser mais rápido do que o do seu companheiro Stefan Johansson, que tinha conseguido um pódio na corrida anterior, e o Larrousse de Michele Alboreto, que não conseguiram a qualificação.


No final de ambas as sessões de treinos, o melhor foi o McLaren de Senna, com Gerhard Berger, no seu Ferrari, a seu lado. Alain Prost era o terceiro, com o Minardi de Pierluigi Martini a aproveitar a boa onda e a qualificar-se na quarta posição da grelha. Na terceira fila estava o Larrousse de Alliot, que tinha a seu lado o Williams-Renault de Riccardo Patrese. Na fila a seguir estavam Nelson Piquet, no seu Lotus-Judd, e o Brabham-Judd de Martin Brundle, e na quinta fila, para fechar os dez primeiros, estava o jovem Jean Alesi, no seu Tyrrell-Cosworth, e o Benetton de Emmanuele Pirro.


Três pilotos falhavam a qualificação. Para além dos dois Rial de Foitek e Pierre-Henri Raphanel, o Ligier de René Arnoux também não conseguia ficar entre os 26 pilotos que faziam então parte da grelha de partida.


Apesar de uns ameaços de chuva na hora anterior à partida, a corrida começa com tempo seco. Senna parte na frente, seguido de Berger e Prost. A meio do pelotão, Ivan Capelli e Satoru Nakajima colidiam, com o japonês a abandonar e o italiano da March a perder cinco voltas com o incidente. À medida que as voltas eram cumpridas, via-se a longa fila de carros, numa corrida longa e extenuante, dado a sinuosidade do circuito. E não havia grandes emoções na frente, apesar dos problemas que Berger sofria no seu motor, especialmente quando curvava à esquerda. Mas nada de demais existiu nessa corrida, com a excepção de uma troca tardia de Patrese, que perdeu o quarto lugar em favor de Alesi.


No final da corrida, Senna tinha cumprido a sua missão, com Berger em segundo e Prost em terceiro. Nos restantes lugares pontuáveis ficaram Alesi, Patrese e Alliot, dando à Larrousse e à Lamborghini o seu primeiro ponto do ano. Agora máquinas e pilotos arrumavam os seus carros e preparavam-se para correr dali a três semanas, no circuito japonês de Suzuka. Sabia-se que aquela iria ser a etapa decisiva do Mundial, mas desconhecia-se então até que ponto aquela corrida iria ser marcante naquele ano, e na história da Formula 1...


Fontes:


Santos, Francisco - Formula 1 1989/90, Ed. Talento/Edipromo, Lisboa/São Paulo, 1989.


http://en.wikipedia.org/wiki/1989_Spanish_Grand_Prix
http://www.grandprix.com/gpe/rr482.html

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Sistema KERS pode não ser usado em 2010?

Já queria falar sobre isto ainda ontem, mas só consegui arranjar tempo agora.


O sempre insuspeito site inglês de automobilismo "Grand Prix", afirmou ontem que as equipas inscritas na FOTA poderão ter feito este fim de semana em Singapura um acordo de principio respeitante ao mal amado sistema de recuperação de energia KERS. Todas elas acordaram tácitamente que não utlizarão o sistema na temporada de 2010, mas seriam livres de desenvolver e utilizar, a partir de 2011, sistemas mais desenvolvidos e mais eficazes de recuperação de energia.


Aparentente, a FOTA queria tomar esta medida há mais tempo, mas a Williams se opôs a isso por estar a desenvolver um sistema mais eficaz de recuperação, que esperava estar pronto no próximo ano. Contudo, houve atrasos no desenvolvimento deste sistema, logo, as objecções foram agora levantadas.


Ainda não existem anuncios oficiais sobre este caso, mas o facto do sistema KERS, imposto pela FIA e por Max Mosley, ter sido algo incompreendido pelas equipas, devido ao seu peso e a sua pouca eficácia, pelo menos nesta temporada. Algumas equipas nunca o instalaram, outras retiraram-no ao fim de algumas corridas, e outras, como a McLaren, Ferrari e Renault, tem-no instalado nos seus carros, embora somente a equipa de Woking ter sido beneficiada com este sistema, dado que graças à sua crescente eficácia, Lewis Hamilton ter sido o primeiro a ganhar corridas com ele instalado.

Troféu Blogueiros - As notas de Singapura

Com um dia de atraso, bem sei (só consegui ver isto hoje...), mostro-vos agora as notas que os blogueiros deste painel deram às performances dos pilotos no monótono GP de Singapura.




Não se pode dizer que haja aberrações em termos de notas, porque aqui venceu o melhor piloto durante o fim de semana (também numa corrida monótona...) e ninguém colocou notas mais altas daquelas que verdadeiramente mereciam, digo eu!




E agora... vamos para Japão!

Já é oficial! Fernando Alonso é piloto da Ferrari

E pronto: a Ferrari anunciou oficialmente aquilo que já se sabia há eras: Fernando Alonso vai ser o seu piloto a partir da temporada de 2010, num contrato que terá a duração de três épocas. Substituirá Kimi Raikonnen na equipa, que provavelmente irá para a McLaren.


"Estamos orgulhosos em poder dar as boas vindas à nossa equipa a mais um piloto 'vencedor', que já demonstrou o seu grande talento, ao vencer dois Campeonatos do Mundo de Formula 1. ", começou por referir Stefano Domenicali, acrescentando: "Queremos agradecer ao Kimi por tudo o que fez durante a sua estadia na Ferrari. Foi Campeão no primeiro ano com a equipa, e teve um papel primordial nos títulos de Construtores da equipa em 2007 e 2008.", concluiu.


Já Kimi Raikonnen, se pronunciou relativamente ao anúncio da sua substituição por Fernando Alonso na Ferrari, dizendo-se "muito triste pelo desfecho", mas resumiu a sua passagem pela Scuderia como três anos "fantásticos".


"Acordámos em terminar a nossa ligação que se estendia até ao fim de 2010. Estou muito triste por deixar uma equipa com quem passei três anos fantásticos, durante o qual venci muitas corridas e onde, juntos, vencemos 50% dos títulos mundiais. Consegui o título de pilotos em 2007, alcançando assim, a meta a que me propus no início da minha carreira. Sempre me senti como se estivesse em casa e irei ter muitas lembranças felizes deste período com a equipa.", concluiu.


Agora que esta novela terminou, o que acho disto tudo? Para já, só explanarei isto com mais calma a partir de amanhã. Mas digo o seguinte: ainda se lembram do final de Nurburgring 2007? Vão lá ao Youtube para verem o que se passou, se já vos apagou a memória... espero que Massa seja forte, pois este vai ser o maior desafio de todos, provavelmente maior do que o seu acidente na Hungria. É o que penso, por agora.

GP Memória - Canadá 1979

Depois do pelotão da Formula 1 comemorar os títulos de pilotos e construtores da Ferrari, na sua casa de Monza, era a altura de correr as duas etapas finais deste campeonato, em paragens americanas. A primeira dessas corridas era em Montreal, no Canadá, onde o agora vice-campeão do mundo, Gilles Villeneuve, se sentia em casa, e queria repetir o feito do ano anterior, onde venceu a corrida.


Na lista de inscritos havia algumas alterações significativas. A Fittipaldi inscrevia um segundo F6 para Alex Dias Ribeiro, enquanto que a Tyrrell tinha um terceiro carro para o irlandês Derek Daly. A Alfa Romeo tinha levado para Montreal os seus dois carros, para Bruno Giacomelli e Vittorio Brambilla, preparando-se para a temporada de 1980, onde apareceriam em força. Ao todo estavam 30 carros, para 24 lugares, e os problemas começaram a surgir para os organizadores. Assim sendo, pediram à Alfa Romeo para que participassem sozinhas numa pré-qualificação, onde o melhor entraria. A equipa recusou, dizendo que tinham direito a correr da mesma forma que os outros pilotos. A organização impediu inicialmente que os Alfa Romeo corressem em pista, mas no final chegou-se a um compromisso, deixando apenas um carro, o de Brambilla, enquanto que o outro carro, o de Giacomelli, ficava de fora.


Com este compromisso alcançado, máquinas e pilotos foram para a pista correr, mas na sexta-feira à tarde, o paddock da Formula 1 é abalado pela inesperada notícia da retirada de Niki Lauda. Após nove anos de competição e dois títulos mundiais, o piloto austríaco, que estava a ter uma má temporada nesse ano, decidira que era altura de retirar-se da competição e dedicar-se ao seu projecto aéreo, a Lauda Air. Apanhado de surpresa pela decisão (mas não tanto, como veio a saber-se mais tarde), Bernie Ecclestone foi buscar o argentino Ricardo Zunino para correr no seu carro para esta corrida. Chegou a pedir pelos altifalantes do circuito se havia algum piloto disponível para correr, e Zunino apareceu.


Depois disto, a qualificação prosseguiu, com Alan Jones e conseguir superar o ídolo local Gilles Villeneuve e fazer a “pole-position”, com Villeneuve logo a seu lado. Na segunda fila estava o segundo Williams de Clay Regazzoni, que tinha a seu lado o Brabham-Alfa Romeo de Nelson Piquet. Na terceira fila estava o Ligier-Cosworth de Jacques Laffite e logo atrás o Tyrrell-Cosworth de Didier Pironi. A quarta fila tinham os Renault de Jean-Pierre Jabouille e René Arnoux, e para fechar o “top ten” estavam o Ferrari de Jody Scheckter, agora campeão do Mundo, e o Lotus-Cosworth de Mário Andretti.


Ricardo Zunino portou-se bem e ficou com o 19º tempo na qualificação, imediatamente atrás de Vittorio Brambilla e o seu Alfa Romeo oficial, enquanto que havia cinco pilotos não-qualificados: o Arrows-Csoworth de Jochen Mass, o Wolf-Cosworth de Keke Rosberg, o Ensign-Cosworth de Marc Surer, o Merzário-Cosworth de Arturo Merzário e o Copersucar-Coaworth de Alex Dias Ribeiro.

No início da corrida, Villeneuve leva a melhor sobre Jones e passa para a liderança. Regazzoni é terceiro, seguido por Piquet. Na volta seguinte, o brasileiro fica com o terceiro lugar, enquanto que Jones persegue Villeneuve. A corrida foi um constante perseguição entre Jones e Villeneuve, com o canadiano, graças ao poder do seu Ferrari, a conseguir superar um Williams que era melhor em termos aerodinâmicos. Esta perseguição durou mais de metade da corrida, até à entrada da 50ª volta. No final da virada do Casino, Jones atacou a liderança do canadiano, e conseguiu superá-lo, com uma ultrapassagem louca, pois ambos os pilotos tocaram nas rodas. Aparentemente esta estava a ser uma manobra usual nas pistas nessa temporada…


Após isso, Jones passou a caça e Villeveuve era o caçador. Perseguido a partir dali, o canadiano quis reempossar a liderança que a tinha tirado no inicio da corrida, mas Jones conseguiu segurar o piloto local, e estava disposto a fazê-lo até ao final da corrida. Mais atrás, Piquet estava num sólido terceiro lugar e a caminho de um pódio mais do que certo. Contudo, a poucas voltas do fim começou a ter problemas com a caixa de velocidades do seu Brabham e começou a perder posições. Mais tarde, acabou por abandonar. Assim, o terceiro lugar ficou nas mãos de Regazzoni.


No final da 72ª volta, a bandeira de xadrez era mostrada e Jones tinha levado a melhor sobre Villeneuve, em solo canadiano, com Clay Regazzoni a acompanhá-los no pódio, na terceira posição. Aquele que viria a ser o último pódio do piloto suíço na sua longa carreira na Formula 1. Nos restantes lugares pontuáveis focaram o novo campeão do Mundo, Jody Scheckter, o Tyrrell-Cosworth de Didier Pironi e o McLaren-Cosworth de John Watson. Agora, máquinas e pilotos rumavam a Watkins Glen para um devido encerramento da temporada.

terça-feira, 29 de setembro de 2009

Videos do Mantovani - GP de Singapura



O video desta semana do Bruno Mantovani, sobre o GP de Singapura deixa-nos a penasr: quem serão os que se escondem na sombra? Alguns falam no retorno de Briatore e Symmods, mas outros, a ver pelo aparecimento da última persongaem neste video, pode julgar que tem a ver com os pilotos que espreitam as novas vagas para 2010. Regressos e algumas coisas mais... é bem capaz.


Enfim, cada um que tire as suas conclusões.

"Guerilla Marketing" em Singapura!



Ponham-se a pau, meus amigos, que momentos destes não faltarão até ao dia 23 de Outubro, dia das eleições para a presidência da FIA. Se muitos acreditam que Jean Todt tem a eleição na mão, creio que se deve pensar maus algumas vezes. Depois de ontem ter lido que Todt desprezou o representante sul-africano e este ter reagido furiosamente (don't mess with South Africa, Jean!), no Domingo, as câmaras seguiam a "entourage" de Todt, que vinha acaompanhado de Bernie Ecclestone.


Só que não contavam com o "raid" de Ari Vatanen, o outro candidato à presidência, qual Emplastro (no bom sentido), que decidiu entrar ali sem pedir autorização a ninguém, para sacar um cumprimento a Todt. Pode-se ouvir Ecclestone a dizer algo como "watch it!", mas ele nem se importava... Confesso que dei as minhas risadas, nesta pérola que vi no site da RTP dedicado a Formula 1!

Noticias: Alonso na Ferrari, Raikonnen a caminho da McLaren

Os sites de hoje acordam com duas noticias perfeitamente relacionadas: Kimi Raikonnen vai para a McLaren, e no seu lugar entra Fernando Alonso, proveinente da Renault.

Esta manhã, a BBC Sport anuncia no seu site de que asturiano Alonso assinará um contrato por dois anos, com um valor anual de 19 a 25 milhões de euros por ano, com mais uma extensão de contrato de dois anos, e ainda uma sexta temporada como extra, dependente de várias circunstâncias. No final, Alonso poderá ficar na marca do Cavalino até 2014, altura em que terá 33 anos, ideal para encerrar a sua carreira na Formula 1. Segundo o próprio site, apesar do anuncio oficial ser feito este fim de semana, durante o GP do Japão, Alonso poderá ter chegado a um entendimento com a marca de Maranello desde Julho de 2008.

Quanto ao seu substituto na Renault, o grande candidato ao lugar é o polaco Robert Kubica, que viria da BMW Sauber.

Quanto a Kimi Raikonnen, o seu destino na Formula 1 é mais um regresso. Alguma imprensa desportiva aponta que o piloto finlandês de 29 anos poderá ir para a McLaren, fazendo parelha com Lewis Hamilton, mais uma "dupla de sonho" que a marca de Woking já nos habituou, desde os tempos de Lauda/Prost, em 1984/85, que teve como auge a relação tempestuosa entre Senna/Prost, em 1988/89. Raikonnen quis cumprir o contrato até ao final, mas com a Ferrari a indicar-lhe o caminho de saída, ele não teve outra hipótese que negociar a sua saída.

Quanto a Heiki Kovalainen, o seu destino ainda é desconhecido. Mas com o "engordamento" da Formula 1 previsto para 2010, lugares não faltarão.

Noticias: Glock dispensado da Toyota

Depois de duas temporadas na Toyota, Timo Glock foi libertado pela sua equipa para procurar novo poiso na Formula 1. A noticia surgiu primeiro na imprensa alemã, mas depois foi o próprio que o confirmou este fim de semana em Singapura, antes do piloto alemão conseguir igualar o seu melhor resultado de sempre, o segundo lugar no circuito citadino noturno.


"Agora, tenho de procurar alternativas. Tenho várias possibilidades e estou muito confiante. Vamos ver o que acontece esta semana", afirmou Timo Glock.


Esta noticia poderá ser para muitos analistas um sinal de que a Toyota poderá anunciar a sua retirada neste fim de semana, no Japão, para se concentrar de novo em Le Mans, mas ainda nada se sabe sobre o destino de Jarno Trulli, o outro piloto da marca, que está lá desde o final de 2004. Outra hipótese que se fala é que marca nipónica poderá colocar no lugar de Glock um piloto da casa, nomeadamente Kazuki Nakajima, que em principio ficará sem lugar na Williams no final desta temporada, uma vez que esta irá trocar os seus propulsores Toyota a favor de Renault ou Cosworth.


Glock, actualmente com 27 anos, está na sua terceira temporada na Formula 1, depois de uma estreia a meio gás em 2004, ao serviço da Jordan. Correu na CART e na GP2, onde foi campeão da categoria em 2007, para correr na marca nipónica a partir da temporada seguinte. Ao serviço da Toyota conseguiu três pódios, uma volta mais rápida e 56 pontos no total. Esta temporada está na nona posição do campeonato, com 24 pontos.

Historieta da Formula 1 - Como Bernie Ecclestone arranjou um substituto para Niki Lauda

Faz agora 30 anos sobre a primeira saída de Niki Lauda da Formula 1. Dois dias antes do Grande Prémio do Canadá de 1979, um Niki Lauda frustrado e saturado chegava-se ao pé de Bernie Ecclestone, seu patrão da Brabham, e dizia que não queria mais correr, perferindo dedicar-se à sua companhia aérea, a Lauda Air.


De repente senti um vazio, uma total falta de interesse no que estava fazendo. Fui para as boxes e acabei com tudo. Havia outro mundo lá fora. Foi uma decisão que tomei sozinho, só depois falei com Ecclestone e com os patrocinadores. Eles entenderam. Afirmei muitas vezes que um bom piloto de Formula 1 tem que ter um coração e uma cabeça muito especiais. Não sei qual dos dois mudou em mim, se o coração, se a cabeça”. (…)


Foram basicamente dez anos felizes para mim. Perfeitos. Fiz algo que gostei e me tornou rico. Que mais poderia querer? Digo que me enriqueceu, mas acima de tudo, enriqueceu a minha alma, não a minha carteira. De repente tinha o suficiente. Por isso a minha necessidade de outras coisas, o meu interesse pela aviação. Talvez daqui a dez anos, talvez mais cedo, procure outra coisa, outros objectivos. Rotina não faz o género de pessoas como eu”, afirmou semanas mais tarde, quando justificou a sua retirada das pistas.

Ecclestone aceitou a decisão do seu piloto, mas via-se a braços com um problema: quem e onde iria arranjar um substituto naquele momento, de perferência a tempo de alinhar na corrida de Domingo? Ainda por cima, iria estrear ali o novo modelo BT49, que entraria em força na temporada de 1980...

Conta-se que Ecclestone pediu a alguém para que anunciasse no sistema de altifalantes do circuito para que alguém com experiência de automóveis, fosse ter à boxe da Brabham... para pilotar o carro. O argentino Ricardo Zunino, que era piloto e que estava em Montreal como espectador, habilitou-se a aparecer na boxe... e foi ele o escolhido! E esta é a versão oficial da coisa.



A verdade não anda muito perto disso. É certo que Zunino estava lá como espectador, mas ele já tinha testado na Brabham a meio desse ano, e tinha corrido na Formula Aurora, a série britânica de Formula 1 onde se corria em chassis mais antigos. A sua estadia em Montreal não era só ver os seus companheiros andarem em circulos, mas provavelmente dentro da Brabham, Ecclestone já sabia que Lauda estava desmotivado, e Zunino estava lá como alternativa, caso o piloto austriaco o deixasse na mão numa situação inesperada, como acabou por acontecer.

Zunino foi correr no chassis novo e até se portou bem. Foi 19º na grelha e terminou a corrida na sétima posição, à porta dos pontos. Era até um bom começo, e ficou na equipa para a temporada de 1980, mas o seu andamento era claramnte inferior que o seu comapnheiro de equipa, o brasileiro Nelson Piquet. Após o GP de França, Zunino foi dispensado dos seus serviços e substituido pelo mexicano Hector Rebaque.