sábado, 5 de março de 2016

CNR 2016: José Pedro Fontes foi o grande vencedor em Fafe

Sabia-se que o Rali Serras de Fafe tinha tudo para ser um grande rali, e as expectativas não foram frustradas. Ricardo Moura liderou até abandonar, José Pedro Fontes e Pedro Meireles lutaram até ao fim para saber quem seria o vencedor, e ambos fizeram com que a derrota saísse cara. E no final, foi o piloto do Citroen DS3 R5, que levou a melhor sobre o Skoda Fabia R5 de Pedro Meireles por 7,2 segundos.

Foi um excelente trabalho da equipa, acho que merecíamos há muito esta vitória em terra. Fizemos aqui uma boa demonstração do trabalho sério que temos feito ao longo de todo este projeto e é toda a equipa que está de parabéns.”, começou por dizer Fontes, à chegada a Fafe.

O piloto elogiou também o seu Citroen DS3 R5 e a forte concorrência. “Temos um excelente carro e foi um rali muito difícil, com muito mérito da parte de todos os meus adversários, que andaram todos muito depressa. Mas nós ganhámos e ainda bem.”, concluiu.

Depois dos troços noturnos de Confurco, na véspera, onde Ricardo Moura tinha conseguido uma ligeira vantagem sobre José Pedro Fontes e Miguel Campos, o dia de hoje prometia luta pelos lugares da frente, e ainda por cima com carros de três marcas: Skoda, Citroen e Ford. Mas o dia começou com o abandono de João Barros, que depois da segunda especial, teve problemas com o seu diferencial por causa de uma peça partida e do qual não conseguiram repará-lo a tempo.

Quem também tinha abandonado o rali foi Ricardo Teodósio, mas este tinha saído de cena devido a problemas de travões no seu Ford Fiesta R5. 

Na primeira classificativa do dia, a primeira passagem por Luílhas, Campos mostrou que "quem sabe não esquece" e conseguiu vencer a especial na frente de Ricardo Moura, subindo ao segundo posto, e ficando a pouco mais de dois segundos do piloto açoriano. Campos explicou depois que tinha passado a noite a alterar a afinação no seu Skoda Fabia R5, para que fosse melhor nos pisos escorregadios que tinha de lidar. Quanto a Moura, foi apenas quarto, a 11,4 segundos, ficando atrás de Pedro Meireles - segundo, a 0,2 segundos - e José Pedro Fontes - terceiro, a pouco mais de oito segundos.

Quem se atrasava na geral era Carlos Vieira, que capotou na especial, com alguns danos no carro.

Campos continuou a acelerar, e na quarta especial, a primeira passagem por Montim, voltou a ser vencedor, ganhado 0,9 segundos a Moura, apertando os calos ao piloto da Ford. O piloto açoriano foi o terceiro, perdendo para José Pedro Fontes, que perdeu apenas 0,2 segundos para o piloto da Skoda. Pedro Meireles tinha feito o quarto melhor tempo, a um segundo do vencedor, e mantinha o quarto lugar, mas a 18,9 segundos do líder.

A quinta especial seria dramática para o piloto dos Açores, quando uma avaria mecânica - quebra da transmissão do seu Ford fiesta R5 - o atirou para fora da luta pela vitória neste rali. Mais tarde, lamentou o sucedido: “Este resultado é uma desilusão muito grande até por toda a preparação que a nossa equipa fez para este rali, nada foi deixado ao acaso”, contou, em declarações à Autosport portuguesa.

"É uma pena. É verdade que liderei o rali desde a primeira especial até ter desistido, mas mais do que tudo tinha a perfeita convicção de que estaria à altura de fazer um grande rali aqui, mas infelizmente as coisas não correram bem. Há dias assim…”, concluiu.

Apesar do vencedor ter sido José Pedro Fontes, Campos foi o terceiro, a 4,7 segundos do piloto da Citroen, e era o novo líder do rali, mas com uma vantagem de 1,7 segundos sobre Fontes, e 13,1 segundos sobre Pedro Meireles. Paulo Meireles, irmão de Pedro, era o quarto na geral, mas já tinha quase um minuto e meio de atraso para o líder, aproveitando os problemas de Fernando Peres, que se atrasara nesta especial, devido a problemas mecânicos no seu Ford. Carlos Martins era o quinto e Miguel Barbosa o sexto, mas já tinham mais de dois minutos de atraso.

Na sexta especial - a segunda passagem por Luilhas - mostrava um novo líder no rali. Apesar de ter sido apenas o segundo classificado - perdendo 3,3 segundos para Pedro Meireles - José Pedro Fontes era o novo líder do rali, beneficiando dos problrmas que sofrera Miguel Campos, que o fez perder mais de um minuto para a geral e caindo para o quarto posto. Assim, a diferença entre Fontes e Meireles era agora de 8,1 segundos, quando faltavam fazer as classificativas da tarde.

Pela tarde, Campos recuperou o fôlego e venceu a sétima especial, batendo Pedro Meireles por 3.1 segundos e José Pedro Fontes por 6,5 segundos. Este último mantinha a liderança, mas a diferença para o piloto de Guimarães era meramente de 4,6 segundos, com Campos a ser o terceiro, mas a 59 segundos. Nesta altura, Paulo Meireles já tinha abandonado o rali devido a problemas de travões. A seguir, Fontes tirou 1,6 segundos ao piloto da Skoda, com Campos a consolidar o terceiro posto.

Assim, as classificativas finais deixaram um pouco de incerteza no ar, e no final... José Pedro Fontes levou a melhor, vencendo as duas últimas especiais do dia, a terceira passagem por Luílhas e Montim, alargando a vantagem para 7,2 segundos sobre Pedro Meireles. Miguel Campos foi o terceiro, a um minuto e sete segundos, apesar de ter sido o segundo classificado na última especial.

Ontem perdemos muito tempo na segunda especial devido a uma ligeira saída de estrada, e isso prejudicou-nos. Hoje abrimos a estrada e a manhã nao foi fácil. Fiz a primeira passagem por Montim debaixo de chuva forte e depois tentámos forçar, mas mantendo sempre a calma. Tivemos também uma boa réplica por parte do Miguel, do Pedro e do Ricardo. Da tarde também foi difícil de gerir. Acho que foi um belo espetáculo para todos, estamos todos de parabéns e é para continuar”, comentou Fontes.

Carlos Martins levou a melhor sobre Miguel Barbosa e ficou com o quarto posto da geral, mas a mais de três minutos e 29 segundos, menos oito do que o piloto do Skoda Fabia R5. Diogo Salvi foi o sexto e o melhor dos Ford, a mais de quatro minutos e meio - 4.32,1 - não muito longe de Joaquim Alves, o sétimo. Manuel Castro e Elias Barros ficaram logo a seguir e Diago Gago fechou os pontos, na décima posição, e o melhor dos R4.

Com o Rali Serras de Fafe encerrado, máquinas e pilotos preparam-se para voltar a defrontar-se a 24 de abril, em Castelo Branco, no primeiro rali de asfalto da temporada nacional de ralis.

No Nobres do Grid deste mês...

(...) Nesse dia 5 de Março, a primeira etapa [do rali de Portugal] consistiam em duas passagens pela Serra de Sintra, de manhã e de tarde, e numa estrada muito estreita, a multidão acumulava-se nas bermas, numa posição perigosa. O primeiro aviso tinha sido dado quando o finlandês Timo Salonen, campeão do mundo em título, tocou com o seu Peugeot 205 um espetador no início da primeira classificativa da primeira passagem.

Nas primeiras três classificativas, as coisas estavam ao rubro. Henri Toivonen, Massimo Biasion e Markku Alen, todos pela Lancia, lutavam pelo comando, contra o Audi de Walter Rohrl e os Peugeot de Timo Salonen e Juha Kankunnen, os Austin de Tony Pond e Malcom Wilson e os Ford RS200 de Stig Blomqvist e Kally Grundel, e os pilotos locais tentavam acompanhar os oficiais: Joaquim Moutinho, no seu Renault 5 Turbo e Joaquim Santos, num Ford RS200.

Um pequeno parêntesis para falar sobre o panorama nacional dos ralis. Nessa altura existiam duas grandes equipas: a Diabolique e a Renault Portuguesa. A Diabolique era uma aventura de um médico do Porto, Miguel Oliveira, que era um enorme entusiasta do automobilismo, tinha encontrado o piloto ideal na figura de Joaquim Santos. Começando nem meados da década de 70, eram fiéis à Ford, graças aos seus modelos Escort. Santos era um excelente piloto e muitas vezes era o melhor português numa prova dessa dimensão, e muitas vezes conseguiam bons resultados. Em contraste, Moutinho, outro piloto nortenho, tinha consigo um Renault 5 Turbo que pertencia à representação nacional da marca do losango.

Nesses anos 80, tirando as entradas de pilotos como Jorge Otigão ou Carlos Bica, o duelo pelo campeonato nacional era muitas vezes uma “batalha” entre Santos e Moutinho, com este último a levar a melhor, porque graças à fidelidade da Diabolique à Ford, andavam com um RS1800 já datado, porque a Ford tinha perdido o comboio da evolução dos Grupo B.

Contudo, em 1986, a Ford tinha apresentado o RS200, e Santos (e a Diabolique) precisavam de ter uma unidade preparada o mais depressa possível. O rali de Portugal era o segundo onde esses carros iriam andar, e Santos não teve muito tempo para se adaptar ao carro, que era diferente em todos os aspectos, a começar pelo motor, que estava atrás do condutor e do navegador. Para ele, isto seria um rali de adaptação. (...)

(...) Na primeira classificativa, Joaquim Santos – carro numero 15 - andava a adaptar-se ao Ford RS200, recém-adquirido à fábrica e que serviria para o campeonato nacional de ralis, competindo contra Moutinho (carro imediatamente à frente, o 14) e Carlos Bica (que andava nesse rali num Lancia 037), os seus rivais mais diretos. E foi nessa altura de adaptação que a tragédia aconteceu. A meio da primeira especial, Santos perde o controlo do seu carro - uns falam por tentar evitar um espetador, outros falam que passou por uma zona húmida e perdeu aderência – e embate de frente contra um grupo de espetadores. Trinta e três pessoas ficaram feridas, e duas pessoas, uma mulher e o seu filho de nove anos, acabaram por morrer. Uma terceira pessoa acabaria por morrer mais tarde, num hospital de Lisboa. 

Miguel Oliveira diz sobre esse momento: “Houve uma pessoa que se colocou dentro da estrada e ele [Joaquim Santos] teve de corrigir a trajetória. E com isso, ele perdeu o controlo”.

“Ele estava em choque, totalmente em choque. Depois saiu do carro, foi para o meio da estrada, com os olhos esbugalhados e só perguntava: ‘O que aconteceu? Porque é que aconteceu?’

A prova foi interrompida nesse local, mas a organização decidiu prosseguir o rali até ao final da manhã, pois quando aconteceu, os pilotos da frente já estavam a fazer a terceira especial. (...)

No último Rali da Suécia, as relações entre os pilotos e a organização andou tão tensa que se considerou uma greve, por causa das más condições dos troços naquele pais nordico. Mas isso nãso teria sido inédito, pois há 30 anos, em Portugal. os pilotos decidiram boicotar o rali após o acidente mortal na Lagoa Azul, onde três pessoas acabaram por morrer, vitimas do acidente de Joaquim Santos, que corria naquele rali com um Ford RS200.

O rali de Portugal era muito popular entre o público e o magote de gente que assistia eram demais para carros cada vez mais potentes e cada vez mais leves. Os pilotos sabiam que um acidente grave iria ser uma inevitabilidade, e o que aconteceu foi o primeiro prego no caixão de uma era mítica nos ralis, confirmado dois meses mais tarde quando Henri Toivonen e Sergio Cresto mergulharam para as suas mortes, no Rali da Córsega. 

A historia desse rali, que este mês completa 30 anos, é o assunto que conto este mês no Nobres do Grid.

WRC 2016: Rali do México (Dias 1 e 2)

Os primeiros dois dias do Rali do México ficou marcado pelo domínio dos carros da Volkswagen nas longas especiais do estado de Guanajuato, enquanto que a concorrência se despistava pelo caminho. Se no primeiro dia, nas ruas do centro histórico de Leon, não houve muito a ser dito, o segundo dia, com as demolidoras - e longas - classificativas, viu-se a seleção natural acontecer. 

Mas o primeiro vencedor do rali foi... Thierry Neuville. O belga da Hyundai foi o vencedor na Street Stage do centro de Leon, com o italiano Lorenzo Bertelli a ser um surpreendente segundo classificado, a 0,1 segundos do piloto da Hyundai, com Sebastien Ogier a ser o terceiro, a 0,3 segundos. Mas nas especiais seguintes, Sebastien Ogier impôs a sua autoridade, vencendo-as e passando para a liderança, embora acabando o dia com uma vantagem de 1,7 segundos sobre Neuville. Jari-Matti Latvala era o terceiro, a 3.3 segundos dos líderes.

Não é uma liderança grande, mas é melhor que nada”, comentou Ogier no final deste primeiro dia.

O segundo dia começou com especiais enormes e com potencial para ser demolidoras. A primeira era o de El Chocolate, de 54,21 quilómetros, onde o melhor foi Jari-Matti Latvala, que conseguiu ser superior a Dani Sordo, o segundo classificado, a 22,1 segundos, com Sebastien Ogier a 0,2 segundos do espanhol da Hyundai. Com isso, o finlandês ficou com o primeiro posto, ao mesmo tempo que Thierry Neuville tinha problemas com a suspensão, despistou-se e via-se obrigado a abandonar.

"Eu faço o que posso, mas eu sinto que vou perder 30 segundos por aqui. Ser o primeiro na estrada com pneus "soft", o desgaste vai ser o normal, mas não há nenhuma aderência. Contudo, teria sido pior se fosse com o composto duro", disse Ogier.

"[A classificativa] estava muito escorregadia, então eu não sabia como eu estava a guiar, mas não, obviamente, posso dizer que tivemos uma vantagem pelo facto de [Ogier] limpar a estrada", comentou o finlandês.

Latvala voltou a ganhar na quinta especial, na primeira passagem por Las Minas, embora a distância para com Ogier foi apenas de 3,4 segundos, com Andreas Mikkelsen a ser o terceiro, a 5,7 segundos do seu companheiro de equipa. A seguir, na primeira passagem pela especial na cidade de Leon, Mikkelsen foi o melhor, com 0,2 segundos de vantagem sobre Ogier.

Pela tarde, na segunda passagem por El Chocolate, Latvala continuou a acelerar e a ampliar a liderança, com dez segundos de vantagem sobre Sebastien Ogier, e colocando a diferença nos 31,2 segundos. Dani Sordo, quarto na etapa, manteve o terceiro posto na geral, mas a mais de um minuto e onze segundos. A mesma coisa fez na segunda passagem por Las Minas, onde venceu a especial com uma diferença de 0,5 segundos sobre Ogier, e 4,4 sobre Sordo.

A parte final foram duas etapas no meio da cidade de Leon, onde Latvala levou a melhor na primeira, com 0,1 segundos de vantagem sobre Sordo, e com Ogier a ser mais veloz na segunda, igualado com Dani Sordo, e Latvala a ser o terceiro, a 0,4 segundos.

No final deste dia, o finlandês da Volkswagen tem uma vantagem de 32,8 segundos sobre Sebastien Ogier, que sofreu um bocado com o facto de abrir a estrada. Dani Sordo é o terceiro, no seu Hyundai, mas já tem um minuto e 15 segundos de desvantagem para com o piloto da Volkswagen. Anders Mikkelsen é o quarto, a um minuto e 46 segundos, já a alguma distância de Hayden Paddon, o quinto e o segundo melhor dos Hyundai. Mads Ostberg é o sexto, e o melhor dos Citroen, a dois minutos e 35 segundos, e já tem um avanço superior a três minutos sobre Ott Tanak, o sétimo e o melhor fdos Ford. Martin Prokop - que faz agora o seu primeiro rali da temporada - é o oitavo, com Lorenzo Bertelli e o finlandês Teemu Suninen a fechar o "top ten". O finlandês é o melhor dos WRC2.

O rali do México prossegue este sábado.

sexta-feira, 4 de março de 2016

A imagem do dia (II)

Os carros de ralis alinhados no Autódromo do Estoril, na véspera do arranque da edição de 1986. A calma antes da tempestade...

PS: O Ricardo Santos disse-me que a foto é, na realidade, do dia do acidente, quando os pilotos conferenciavam no Hotel Estoril-Sol sobe se continuavam ou não no rali. Mesmo assim, continua a ser uma foto impressionante.

A imagem do dia

Jim Clark, a receber o troféu de vencedor no GP dos Estados Unidos de 1966, no circuito de Watkins Glen. Curiosamente, foi a única corrida que venceu com o motor BRM H16, um dos mais complexos que a Formula 1 conheceu.

Se estivesse vivo, um dos maiores pilotos do automobilismo do século XX faria hoje 80 anos de idade. Marcou uma era, e foi piloto de uma só equipa. Todos o reverenciam, e quase 50 anos após a sua morte, aparece em quase todas as tabelas de pilotos como um dos cinco melhores de sempre. E têm razão: quando tinha um carro bom, dominava. Com um talento natural que ele tinha, e a sua timidez fora dela, este piloto foi aos Estados Unidos e em poucas corridas, ganhou a mais significativa de todas: as 500 Milhas de Indianapolis. 

E por causa disso, alcançou o respeito no outro lado do mundo.

Onde quer que esteja, lembramos sempre de ti. Feliz Aniversário, Jim Clark, o primeiro dos escoceses voadores!

CNR 2016: Ricardo Moura começa a liderar no Serras de Fafe

O primeiro dia do Rali Serras de Fafe colocou Ricardo Moura na liderança da competição, após as duas passagens dos pilotos na classificativa do Confurco, esta noite. De uma certa maneira, o campeonato começou onde acabou na temporada passada, com o piloto açoriano a ter José Pedro Fontes no seu encalço.

Com catorze carros da categoria R5 na lista de inscritos, uma das maiores da Europa, e com cinco campeões na liça, a primeira passagem por Confurco começou com Moura a ser o melhor, com um avanço de 2,5 segundos sobre o Citroen DS3 de José Pedro Fontes. Miguel Campos, no seu Skoda Fabia R5, foi o terceiro melhor, com 10,4 segundos de diferença para o piloto açoriano, 1,8 segundos mais veloz do que João Barros, no seu Ford Fiesta R5, seguido por Pedro Meireles, o campeão de 2014, e o veterano Fernando Peres, a 24,2 segundos do líder. 

Não apanhei grandes linhas do José Pedro Fontes, apenas duas travagens numa zona rápida. Mas correu tudo dentro da normalidade. Ainda posso puxar mais mas é preciso ter cuidado devido ao piso.”, afirmou Ricardo Moura. 

Já José Pedro Fontes afirmou sobre a primeira passagem pelo Confurco desta forma: “Correu bem, mas não tinha grandes referências na estrada. Fiz um troço com cautela, é preciso ter-se cuidado devido ao estado do piso. Além disso é de noite e sou o primeiro na estrada.

Carlos Martins e Carlos Vieira, ambos em Citroen DS3 R5, foram sétimo e oitavo, respectivamente, a 42,7 segundos cada um, enquanto que Miguel Barbosa foi o nono, a 43,7 segundos. Nada mau, para o seu primeiro rali da sua carreira. Paulo Meireles, irmão de Pedro e que está no Serras de Fafe de modo esporádico, foi o décimo, a 48 segundos do líder.

Na segunda passagem pelo Confurco, com mais chuva a molhar o terreno, Moura voltou a vencer, com 3,4 segundos sobre Miguel Campos, que aproveitou o atraso de José Pedro Fontes, que foi terceiro com 12,9 segundos de atraso para o piloto açoriano. Com isso, caiu para o terceiro posto da geral, a 13,8 segundos do líder. Pedro Meireles foi o quarto na segunda passagem, e subiu para o quarto lugar da geral. Carlos Vieira foi o quinto na especial, seguido por Fernando Peres e João Barros, que teve problemas na geral, depois de um toque numa pedra na primeira especial e o terreno não ajudar muito no seu Ford Fiesta R5. Agora é o sexto da geral, a 57 segundos de Moura.

Carlos Martins deu um toque numa pedra e fez um pião, perdendo 37,4 segundos na geral, caindo para o nono posto. Miguel Barbosa fechou o "top ten", acabando a 47 segundos de Moura, e agora está na mesma posição, a um minuto e 30 segundos da geral.

Amanhã, máquinas e pilotos vão fazer seis especiais para decidir quem é o primeiro vencedor do campeonato português de ralis.

quinta-feira, 3 de março de 2016

A imagem do dia (II)

É uma imagem de ontem, da reunião entre os pilotos e a FIA, em Barcelona, com Charlie Whitting presente. Ali, pode-se ver um Nico Rosberg "entusiasmado" com a conversa, e poderemos imaginar que estará a exprimir a sua opinião sobre o novo sistema de qualificação, enquanto que a plateia ouve, atenta.

Vale o que vale, mas eu creio que os pilotos deverão estar a assistir a tudo sentados numa espécie de muro, a ver "como é que vão parar as modas", mas creio que vão chegar a uma altura em que darão um murro na mesa e dirão "basta" a todas estas situações. Parece que estamos todos à espera de ver uma das partes tomar uma atitude mais radical, como ia acontecendo em 2009, quando as equipas, que se aliaram na FOTA, ameaçaram quebrar a Formula 1 em duas, se não corressem com Max Mosley e as suas ideias para o futuro do automobilismo. 

Não creio que cheguemos a esse ponto, porque as equipas nunca estarão totalmente unidas e teremos uma velha raposa como Bernie Ecclestone a aproveitar todas estas divisões enquanto for vivo, mas parece que caminhamos para uma situação extrema, com as tensões que conhecemos. Todos querem estabilidade nos regulamentos e uma espécie de recompensa aos mais velozes, e não uma arbitrariedade, onde os melhores são... penalizados.

Youtube Motorsport Onboard: Uma câmara nos óculos

O alemão Daniel Abt andou a experimentar um novo tipo de câmara no seu carro, durante os testes que a equipa com o seu apelido anda a fazer no Circuito Riccardo Palletti, em Varano, no norte de Itália.

A uma semana da próxima ronda da Formula E, no Autódromo Hermanos Rodriguez, no México, ele decidiu filmar uma volta ao circuito a partir de um câmara montada nos seus óculos, protegido pela viseira, para nos dar a sensação de guiar um carro a alta velocidade, com o vento a bater no capacete.

Quem me mandou este video foi o Julio César Kronbauer


A imagem do dia

Kimi Raikkonen no teste de hoje, em Barcelona, com um sistema de proteção do cockpit. Os puristas colocaram as mãos à cabeça e já fazem o funeral da Formula 1, esquecendo-se que esta competição sempre foi uma evolução e uma montra da tecnologia no automobilismo, e nem tanto o entretenimento que julgam que deveria ser, e do qual haveria áreas onde nem sequer se deveria tocar, como por exemplo, que os pilotos deveriam andar sempre de cabeça descoberta, e o capacete mais o HANS, já seriam suficientes para o proteger.

O grande problema é que o público mais generalista não tolera mortes ditas "evitáveis", e nos últimos anos já tivemos pelo menos quatro pilotos a levarem com objetos na cabeça, sejam eles pequenos ou grandes. E em três desses casos, terminaram com a morte do piloto.

Digam o que disserem, é algo do qual tinha de ser ensaiado. Esta não é a versão final, outras surgirão. Mas é bom saber que se faz alguma coisa em relação a isso. Se os pilotos gostam ou não? Eles vão experimentar outras coisas, mas em 2017, poderemos ver as primeiras proteções de cockpit nos carros. E a Formula 1 sobreviverá e os adeptos aceitarão as mudanças, como sempre. 

Uma confusão chamada qualificação, e o espelho da Formula 1 que vivemos

É sabido desde há cerca de duas semanas que as equipas acordaram com um novo sistema de qualificação, onde se decidiu dar um pouco mais de espectáculo à sessão, eliminando os tempos mortos. Uma metade a marcar tempos e outra onde os pilotos terão um minuto e meio para fazer uma marca, sob pena do piloto mais lento ser eliminado até que sobrem dois pilotos lutando pela pole-position. 

As construtoras tinham chegado a um acordo e todos esperavam pela reunião do Conselho Mundial da FIA, marcada para amanhã, para ver rectificado este novo sistema de qualificação, e esperavam por Melbourne para vê-la em prática, para que os espectadores pudessem dizer de sua justiça. Contudo, no inicio da semana... Bernie Ecclestone veio baralhar tudo, dizendo primeiro que o software não estaria pronto a tempo da primeira corrida europeia, em Barcelona. E começaram as polémicas.

“[O novo sistema de qualificação] não vai acontecer porque não conseguimos ter as coisas prontas a tempo, não conseguiremos lidar com o software em tempo útil, portanto o novo sistema só deverá estar pronto para Espanha. O software tem que ser rescrito”, começou por dizer um baralhado Eclestone, que deixou claro que a sua preocupação nunca foi este tipo de alterações: “O que eu quero não é nada disto, mas sim baralhar a grelha para que o autor da pole não arranque para a corrida e desapareça. Se ele é rápido em qualificação porque razão seria lento em corrida?“, continuou.

Nos dias seguintes, surgiram outras vozes a colocarem dúvidas sobre esse novo sistema. Sergio Marchionne, o presidente da Ferrari, disse em Genebra - onde fora apresentar a sua marca no Salão Automóvel daquela cidade - que “são precisas mais discussões em torno do novo formato da qualificação. É preciso cuidado para não prejudicar o sistema, e não me parece que a Ferrari possa apoiar esta ideia do Bernie. Ainda é preciso compreender melhor como funcionam, e não me parece que todas as equipas estejam de acordo com a proposta”, afirmou, baralhando ainda mais as coisas.

Em Barcelona, a tensão cresceu entre pilotos e responsáveis das equipas sobre os "manda-chuvas" da FIA e da FOM, tentou-se chegar a um acordo de compromisso, onde a partir de Melbourne, o novo sistema de qualificação seria misto, ou seja, com o novo sistema para a Q1 e Q2, com o Q3 a usar o sistema antigo.

Claro, os pilotos começam a ressentir-se de todos estes avanços e recuos. Nico Rosberg, revoltado, disse o que tinha a dizer: “Estes avanços e recuos não são positivos. Não é uma mudança assim tão grande, portanto é bom que estejamos a considerá-la e incorporá-la agora”, referiu, apontando também “a imagem pouco profissional” que a Formula 1 está a passar para o mundo.

Valtteri Bottas apontou que é um risco introduzir estas alterações a meio da época: “É muito estranho que de repente haja uma mudança. Ainda não vou ouvi ninguém a queixar-se e estou de acordo com o sistema. Mas talvez não seja bom mudá-lo a meio do ano. De qualquer modo se decidirem fazê-lo será igual para toda a gente”, comentou.

É certo que toda esta discussão - há uma imagem onde foram vistos alguns pilotos a ter uma postura agitada perante Charlie Whitting numa das reuniões que aconteceu no circuito catalão - faz com que a Formula 1 não tenha uma grande imagem perante os seus fãs. Sempre que o velho Bernie abre a boca, nunca perde uma chance para denegrir a competição que ajudou a construir, e Jean Todt já veio a público criticar estas posturas.

Podem imaginar alguém que vá ver um filme se o seu diretor disser – ‘o meu filme é uma m…’? Se queremos vender um produto, a crítica deve ser interna, não externa. Temos de voltar a representar uma imagem positiva da Fórmula 1”, afirmou Todt, que recentemente fez 70 anos.

De facto, se a imagem que temos da Formula 1 é de confusão, as razões são muitas. A principal é a de uma luta interna pelo controlo da competição. As equipas querem ter uma palavra a dizer, mas nunca se entenderam totalmente sobre que tipo de competição querem. Bernie Ecclestone, que tornou a Formula 1 naquilo que é hoje, sempre explorou as divergências entre equipas para levar adiante a sua ideia, e não é surpreendente que o antigo patrão da Brabham tenha o controlo do calendário, do mershandising da Formula 1 - os dinheiros da televisão, dos contratos com os circuitos e os patrocinadores lhe rendem 15 por cento dos lucros - e a FIA gostaria de voltar a ter uma palavra a dizer, que foi retirada em 2002 por Max Mosley com o seu famoso "acordo dos cem anos", que entregou a sua parte do quinhão a Bernie, que o vendeu à CVC Capital Partners, um fundo financeiro que ganha, sem apertar um parafuso sequer, cerca de 35 por cento das receitas da Formula 1, avaliadas em 2014 em 1,8 mil milhões de dólares.

Portanto, de uma certa maneira, tudo isto pode não passar de uma luta pelo poder, com tecnologia pelo meio. Toda esta confusão por causa de regras e regulamentos acontece porque um homem quer controlar tudo, ao arrepio de equipas ou de entidades. Até nos admiramos como é que isto não chega a extremos...

A vida dele vai dar... uma banda desenhada!

Este ano comemoram-se os 45 anos da morte de Jo Siffert, e também o seu 80º aniversário natalício. Piloto versátil, o suíço pode ter ganho apenas duas corridas na Formula 1, mas foi um dos melhores pilotos da Endurance do seu tempo, onde apesar de ter sido vencedor em Daytona e Sebring, e ajudado a Porsche a ser vencedor na Endurance em 1971, com o mexicano Pedro Rodriguez, não ganhou as 24 Horas de Le Mans.

Em 2006, ele foi o sujeito de um documentário feito por Men Lareida, "Live Fast, Die Young", mas dez anos depois, ele será o sujeito de uma banda desenhada. Desenhado por Olivier Marin, vai estar à venda a partir do dia 22 de junho em paragens francesas. 

quarta-feira, 2 de março de 2016

O aviso da FIA à Argentina

O Rali da Argentina corre sérios riscos de sair do WRC. Pelo menos, foi esse o aviso deixado hoje por Jarmo Mahonen, o representante da FIA no Mundial de Ralis, na semana em que acontece o Rali do México. Os incidentes com Dani Sordo e Hayden Paddon na edição do ano passado, em que alguns espectadores saíram feridos, fez com que a FIA puxasse as orelhas à organização, avisando que caso repitam a mesma graça, acabariam excluidos do campeonato.

Nunca tinha visto nada igual com o que assisti o ano passado na Argentina, quando deixaram Dani Sordo sair para o troço (PowerStage) depois de um acidente que todos viram na TV. Tudo porque a prova estava a ser transmitida em direto. Isto não pode voltar a acontecer, se há um acidente o rali tem que parar, a TV não tem qualquer tipo de autoridade.” começou por dizer Mahonen.

Se voltarmos a ter os mesmos problemas na Argentina, o cartão amarelo torna-se vermelho e saem do calendário. No papel tudo é muito fácil, mas quando se faz um rali deve haver comissários suficientes para cumprir com todas as regras de segurança”, concluiu.

O Rali da Argentina vai ser este ano a quarta prova do campeonato, e vai acontecer entre os dias 22 e 24 de abril, à volta de Córdoba.

Uma antevisão do Campeonato Nacional de Ralis

No próximo fim de semana de 4 e 5 de março, arrancará o campeonato nacional de ralis, com o Serras de Fafe. Rodado em pisos de terra, usa as classificativas mais famosas do Rali de Portugal, e este ano, serão dez especiais à volta de quatro classificativas: Confurco, Luílhas, Lameirinha e Montim.

Contudo, o mais interessante deste campeonato nacional de ralis de 2016 é o seu parque automóvel, pois estão "apenas" 14 carros de classe R5, apenas abaixo do WRC. E essa concentração é inédita num campeonato nacional em toda a Europa, como diz a Autosport na edição desta semana, num artigo escrito pelo jornalista José Luis Abreu:

"Sendo verdade que apesar do campeonato arrancar com mais de uma dezena de carros do agrupamento R5, nem todos os pilotos estão em condições de lutar pelas vitórias e muito menos pelo campeonato, até porque há muita incerteza relativamente a alguns projetos de topo.. Mas seja qual for a forma de olharmos para a questão, não há volta a dar. A exemplo do que se sucede no todo o terreno nacional, o CNR deste 'cantinho á beira mar plantado' arrisca-se a ser dos melhores da Europa.

E para o provar, nada melhor do que olhar um pouco para alguns dos principais países da Europa dos ralis. França é um caso à parte, sempre foi. Não é por acaso que os melhores pilotos têm de lá saído, tem um plantel imenso nas suas várias competições de topo. Já a Finlândia, tem dois R5 e listas de inscritos com centena e meia de carros. A Alemanha, três Porsche 997 GT3, dois Skoda Fabia R5, quatro Skoda Fabia S2000, com listas de inscritos que variam entre os 85 e os 130 concorrentes, para além da ADAC Rally Cup e a Citroen Racing Trophy. 

Na Holanda, um pais mais comparável a Portugal, entre 28 e 54 inscritos, correm todo o tipo de carros, mas nem sequer um R5, mas sim muitos WRC e Mitsubishi lancer Evo X. Na Austria, 50-90 inscritos, cinco S2000. Na Turquia, cinco S2000 e listas de 30 inscritos. Na Noruega, três R5, um WRC, listas de 80-120 inscritos. Na Bélgica, cinco R5, um Porsche R-GT. lista de 50-90 inscritos. Republica Checa, quatro R5, listas de inscritos enormes, quatro S2000. Polónia, sete R5, 50-95 inscritos. Itália, oito R5, dois S2000. Portugal terminou o ano de 2015 com sete R5 e dois S2000."

Como é de esperar, nem todos alinharão em toda a temporada. Todos estes carros estarão presentes no primeiro rali do ano, em Fafe, mas há pilotos como João Barros (na foto) que afirma alinhar esporadicamente, ou Ricardo Teodósio, que poderá aparecer em mais um ou outro rali durante a época. O piloto algarvio - que vai correr num Ford Fiesta R5 - foi até protagonista de um momento durante a pré-temporada, quando recorreu aos seus fãs para o apoiarem, pelo método "crowdfunding". Teodósio queria 5000 euros, mas não conseguiu mais do que dez por cento do valor proposto.

Mas destes 14 carros, há um grupo que se destaca. Não só porque vão fazer todo o campeonato, como também têm a experiência do seu lado. José Pedro Fontes, o campeão de 2015, no seu Citroen DS3 R5, o açoriano Ricardo Moura, tricampeão entre 2011 e 2013, num Ford Fiesta R5, João Barros, no seu Ford Fiesta R5 Evo (que como foi dito, este ano pretende aparecer de forma esporádica), o vimaranense Pedro Meireles, campeão em 2014, num Skoda Fabia R5, e os regressados Fernando Peres, num Ford Fiesta R5 e Miguel Campos, num Skoda Fabia R5, todos eles têm boas condições de vencer, já em Fafe.

Para estes dois últimos, são regressos. Fernando Peres foi um dos melhores pilotos nacionais na década de 90, tendo vencido três campeonatos nacionais, sempre num Ford Escort RS, chegando a ser um dos poucos pilotos com um WRC - os outros eram Rui Madeira e Pedro Matos Chaves - tendo depois se dedicado à sua equipa, correndo com um Mitsubishi Lanver Evo IX no Regional Norte. Este ano, para comemorar o seu 50º aniversário natalício, decidiu voltar a competir com os mais novos, numa máquina à altura deles, para ver se continua a ter ritmo para eles.

Já Miguel Campos, anda nestes últimos anos a fazer ralis de forma esporádica. No passado recente, apareceu com um Peugeot 208 R5, quer no Rali da Madeira, quer no Serras de Fafe, e não fez muito feio, mas não andou a fazer uma temporada inteira, por alguma falta de apoios. Contudo, este ano, decidiu apostar um pouco mais alto, com um Skoda Fabia R5, e é provável que vá fazer mais ralis do que o Serras de Fafe.

Dois pilotos de áreas diferentes vão fazer uma incursão pelos ralis: Carlos Vieira e Miguel Barbosa. O primeiro, de Braga, vêm da velocidade, mas já anda nos ralis desde meados da temporada passada, primeiro num Porsche GT no Rali Vidreiro, e depois num Fiesta R5 nos dois últimos ralis da temporada, onde acabou por liderar o Rali do Algarve, antes de se despistar e abandonar. Agora voltou a tempo inteiro, com um Citroen DS3 R5, semelhante ao carro de José Pedro Fontes. Ele afirma que pretende aprender, mas nada garante que possa andar a par dos melhores, pois rapidez não lhe falta.

Já Miguel Barbosa, depois de andar no Todo o Terreno - com participações no Dakar - decidiu apostar este ano no CNR, a bordo de um Skoda Fabia R5, com o intuito de aprender. E é um projeto a longo prazo, pois pretende andar aqui por três anos, com o objetivo de se tornar campeão nacional.

Claro, não há bela sem senão:

"Portugal tem uma competição de excelência. Ainda com muitos problemas, de maior ou menor facilidade de resolução, mas só um deles pode minar tudo. Não tem existido grande renovação, não há muitos jovens pilotos a entrar nos ralis e a subir a "escada"...", escreve o jornalista no mesmo artigo do Autosport.

É óbvio que todos estes R5 num campeonato como o nosso tem um lado negativo: as outras categorias são negligencidas, como os GT's, que sendo mais favoráveis no asfalto, nunca tiveram grande projeção em Portugal, apesar do José Pedro Fontes quase ter ganho o campeonato de 2014 com um Porsche. E aqui, no Serras de Fafe, não aparecerão nenhum, e provavelmente no campeonato não aparecerão mais, apesar da possibilidade de aparecerem no Rali da Madeira, através dos pilotos locais.

E outro "derrotado" é a falta de uma categoria de iniciação nos ralis, para os pilotos mais novos ou com aspiração nesse sentido. Há muito tempo que não existe um troféu monomarca, com um orçamento a ter em conta para toda uma temporada - na ordem dos 25/30 mil euros - apesar das tentativas nesse sentido. Este ano existirão alguns Cirtroen DS3 R1 e R2, mas não serão muitos, comparados com os R5. E claro, continuarão a surgir os inevitáveis Mitsubishi Lancer de Grupo N, sempre fiáveis, mas desde há muito que não há uma máquina nova nesse campo, para além dos japoneses. Este ano, Adruzilo Lopes vai encostar o seu Subaru Impreza, pois anda à procura de um R5, e não se sabe se alguém pegará no seu carro para correr com ele.

Apesar de tudo, o Campeonato Nacional de Ralis será este ano uma competição que valerá a pena seguir, por causa desta lista de inscritos. E como será um campeonato que será seguido pela televisão, através da Motors TV, o canal internacional do automobilismo, vai ser algo do qual valerá a pena seguir.

terça-feira, 1 de março de 2016

A imagem do dia

Os testes da Formula 1 em Barcelona são isso mesmo: testes. Testar soluções novas nos carros de 2016 com vista à temporada que aí vêm. Ora, a McLaren trouxe isto para o circuito, e todos ficaram a admirar. Será que isto é legal? e se sim, será eficaz? Passou nos "crash-test" da FIA? e será que isto é a arma que faltava para apanhar os Mercedes dominadores?

Vamos a ver no que isto vai dar. Mas como digo: um teste é um teste.

CNR: José Pedro Fontes assume a defesa do título

Em equipa que ganha, (quase) não se mexe. José Pedro Fontes vai manter o Citroen DS3 R5, mas vai ter de regresso a sua navegadora, Inês Ponte, na defesa do título nacional de ralis, que começa neste fim de semana em Fafe, ao serviço da Citroen Vodafone Racing Team.

"O nosso objectivo passa, naturalmente pela defesa do título conquistado em 2015. Este é o nosso segundo ano com este carro e o trabalho que realizámos no ano passado vai, certamente, dar resultados", começou por afirmar o piloto do Porto, vencedor de dois ralis na temporada passada. 

Contudo, Fontes admite que a concorrência está bem mais forte este ano, por causa da grande quantidade de R5 que estão inscritos neste rali, que são 14 só em Fafe: 

"Estou ciente de que, uma vez mais, esta não será uma temporada fácil... O leque de adversários é vasto e bem apetrechado. Temos vindo a trabalhar com afinco no sentido de arrancar em força a temporada que se inicia já nos primeiros dias de Março. O trabalho “de casa” é fundamental e esperamos conseguir materializar esse esforço. Estamos confiantes nas capacidades do DS3 R5 que deu bastas provas do seu potencial. Agora é só esperar pelo primeiro rali, onde prometemos estar, como sempre, na luta pela vitória final”, referiu.

Youtube Motorsport Video (II): Ghynkhana Eight, de Ken Block

Não foi só o nosso amigo Antti Kalhola que lançou o seu video de automobilismo. O americano Ken Block lançou o seu nono "Ghynkhana" e para isso foi longe: decidiu filmar tudo nas ruas do Dubai, num video com mais de nove minutos de duração, com o seu novo Ford Fiesta WRC, e com um conjunto de carros da mesma marca, numa acrobacias dignas desse nome.

Enfim, são nove minutos de entretenimento. 

Apresentações 2016: O Toro Rosso STR11

Já tínhamos visto na semana passada, sem pintura, mas hoje foi o dia em que foi mostrado com a decoração que vai ter ao longo desta temporada. O Toro Rosso STR11 foi apresentado em Barcelona com Carlos Sainz Jr. e Max Verstappen como pilotos, e não há grandes alterações face à temporada anterior, com a grande excepção a ser o motor, que trocou o Renault pelo Ferrari.

Havia enorme suspense sobre a pintura que iriam apresentar em 2016, pois eles correram na semana passada apenas com um chassis simples, mas na realidade, a montanha pariu um ratinho. Pelo menos na decoração...

James Key, o projetista do novo bólido, acredita que este ano terá um chassis bem equilibrado que poderá alcançar melhores resultados dos que teve em 2015, acabando mais vezes nos pontos. "No ano passado nós não conseguimos alcançar isso porque nós simplesmente perdemos a fiabilidade que é necessária para alcançar este objetivo. Nós tivemos 12 abandonos: dois causados pelos pilotos, mas o resto foi pela equipa. Espero que neste ano nós possamos ver a bandeira de xadrez em todas as corridas e, se este for o caso, estou convencido que a equipe vai estar em posição de terminar o campeonato entre os cinco primeiros”, declarou.

O STR11 vai continuar a testar ao longo desta terça-feira, nos testes coletivos de Barcelona.

Youtube Motorsport Video: Tempo

O tempo voa, é mais do que certo. E o tempo é importante no automobilismo, pois é assim que vemos quem é o mais veloz, quer na qualificação, quer na corrida, quer nas boxes... tudo.

É cada vez mais raro ver por aqui, mas sempre que aparece, é bem vindo. Este é o mais recente video do Antti Kalhola, que amanhã fará 25 anos de idade. "Hyvää syntymäpäivää, Antti!

segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

A imagem do dia

Hoje é um dia que se assinala de quatro em quatro anos, como se fosse um ano olímpico (e por coincidência, calha em ano de Jogos Olímpicos). E neste dia especial, lembro de uma personagem no automobilismo, de seu nome Masten Gregory, que não só pilotava com óculos, como teve a coincidência de nascer num 29 de fevereiro. 

Aliás, se estivesse vivo, faria agora 84 anos.

Aqui, Gregory em Buenos Aires, no GP da Argentina de 1960, a bordo do Behra-Porsche, uma foto tirada por Bernard Cahier

CNR: Eis o programa e a lista (provisória) para o rali Serras de Fafe

Quando falta cerca de uma semana para o inicio do Campeonato Nacional de Ralis, foi apresentada a lista provisória de inscritos para a competição, onde se pode ver pelo menos quinze carros inscritos na categoria R5, o que é bastante numa competição nacional. Contudo, é uma inscrição provisória, pois fala-se que Ricardo Moura - que não está nessa lista de inscritos - irá participar na competição organizada pela Demoporto.

Alguns dos pilotos como Diogo Salvi e Joaquim Alves, irão mudar de "montada" a meio do ano logo, os carros que irão ter em principio são os que vão andar no Serras de Fafe.

Já em relação ao rali propriamente dito, ao contrário de 2015, onde as atividades ficaram espalhadas por três dias, desta vez o rali começa na sexta-feira à noite e termina no dia seguinte, depois de serem completadas dez especiais à volta da vila de Fafe.

E como no ano passado, a sexta-feira à noite vai ser marcada por duas passagens pela zona do Confurco, a primeira pelas seis de meia da tarde, e a segundo pelas nove da noite, enquanto que no dia seguinte vai ser dividido por duas seções, com duas passagens por Lameirinha e três passagens pelas classificativas de Luilhas e Montim, começando às 9 horas e terminando pelas 16:45. 

Assim sendo, eis a lista ainda incompleta, com números fixos para toda a temporada:

1 - José Pedro Fontes - Citroën DS3 R5
3 - João Barros - Ford Fiesta R5
4 - Diogo Salvi - Skoda Fabia R5 / Ford Fiesta R5
5 - Carlos Martins - Citroën DS3 R5
6 - Elias Barros - Ford Fiesta R5
7 - Joaquim Alves - Ford Fiesta R5 / Skoda Fabia S2000
8 - Miguel Campos - Skoda Fabia R5
9 - Paulo Neto - Citroën DS3 R3T Max
10 - Pedro Meireles - Skoda Fabia R5
11 - Francisco Teixeira - Mitsubishi Lancer Evo X
12 - Gil Antunes - Renault Clio R3T
15 - Ricardo Teodósio - Ford Fiesta R5
16 - João Costa - Opel Adam R2
17 - Vitor Ribeiro - Mitsubishi Lancer Evo IX R4
18 - Marco Reis - Mitsubishi Lancer Evo X
21 - José Barbosa - Mitsubishi Lancer Evo X
22 - Paulo Moreira - Skoda Fabia R2
26 - Manuel Inácio - Subaru Impreza STI R4
27 - Carlos Vieira - Citroën DS3 R5
28 - Miguel Barbosa - Skoda Fabia R5
33 - Manuel Castro - Skoda Fabia S2000
50 - Fernando Peres - Ford Fiesta R5

Apresentações 2016: o Sauber C35

Até hoje, só faltava uma equipa mostrar o seu chassis para a temporada 2016, e essa equipa era a Sauber. Pois bem, o C35 foi hoje apresentado na sua sede em Hinwill, na Suiça, com algo mais do que a manutenção da dupla de pilotos e mais alguns patrocinadores, como fez na semana passada. Baseado no chassis anterior, o carro da Sauber segue a tendência da Formula 1 nesta temporada, que é o de continuidade, por causa das modificações para 2017 que os carros irão sofrer.

Contudo, Mark Smith, o diretor técnico da equipa, afirmou que apesar das aparências, houve muitas mudanças no chassis deste ano. “Para o desenvolvimento do Sauber C35-Ferrari, mudamos um pouco a filosofia de como desenvolvemos o carro aerodinamicamente. Parece pouco, mas o impacto sobre o desenvolvimento do carro é muito significativo. Ao olhar para o Sauber C35, nota-se uma grande evolução”, afirmou o engenheiro.

Monisha Kalterborn, a diretora da marca, afirmou que o grande objetivo da marca é de se consolidar no meio do pelotão, ao lado da Toro Rosso ou da Force India. "Nós queremos claramente melhorar. Obviamente, esta é a posição que nós gostaríamos de alcançar. Mas, para começar assim, é importante começar a se estabelecer no meio do pelotão. Só então é que vamos nos concentrar em posições individuais”, começou por comentar.

Sobre os seus pilotos, Kalterborn elogia-os pela sua competência. “Ambos entregaram uma boa primeira temporada para nós. Falando sobre Marcus e Felipe, eles cometeram alguns erros. E eles aprenderam com isso. Agora, eles vão ter de mostrar como vão seguir trabalhando com seus respectivos talentos e ganhar experiência”, disse.

Quanto aos pilotos, o brasileiro Felipe Nasr vai para a sua segunda temporada na Formula 1 de forma cautelosa em relação aos seus objetivos para 2016. “É difícil para mim prever quantas posições nós estamos atrás das equipas de ponta nesta temporada e onde vamos conseguir alinhar na grelha de partida. Vamos colocar inovações na pista, da mesma forma que nossos concorrentes. É quase impossível fazer qualquer previsão nestas circunstâncias. Toda a equipe tem trabalhado duro para explorar áreas do carro que podem ser melhoradas”, começou por declarar.

É por isso que estou confiante de que fizemos progressos. A temporada vai mostrar em quais posições nós vamos conseguir fazer isso”, comentou o brasileiro de 23 anos.

O sueco Ericsson, por sua vez, vai para sua terceira temporada na Formula 1, e a segunda como piloto da Sauber começou por comentar “A luta por posições na grelha está a ficar cada vez mais acesa”, salientou. “Mas estou convencido de que, com o novo carro, vamos dar um passo em frente para que possamos terminar nos pontos com maior consistência e com nossas próprias forças. No ano passado, tivemos um bom começo. Na segunda metade da temporada, foi mais difícil para nós marcar pontos. Nesta temporada, gostaria de nos ver na briga por pontos e lutando em um nível onde a velocidade é decisiva. Sei o quanto todos em Hinwil estão trabalhando duramente nesse sentido”, concluiu.

O novo carro irá começar a andar nos segundos - e últimos testes - da temporada, que vão acontecer de novo em Barcelona. 

CNR: Ricardo Moura espera um rali animado

O açoriano Ricardo Moura vai regressar a Fafe no primeiro rali do campeonato nacional, sem ter a certeza se o vai fazer na sua totalidade. Pilotando um Ford Fiesta R5, o antigo campeão nacional de ralis está feliz por voltar ao norte do país, e espera que o Rali Serras de Fafe, bem como o campeonato de 2016, seja uma competição muito animada.

É óptimo estar de regresso aos fantásticos troços de Fafe. Este rali promete animação com uma belíssima lista de inscritos, com inúmeros candidatos aos lugares do pódio. Em relação ao meu futuro nos ralis apenas tenho uma certeza, que farei todo campeonato dos Açores ao volante do Fiesta R5, inserido no team Além Mar. Farei certamente mais ralis, mas neste momento, não tenho nada confirmado”, afirmou.

Augusto Ramiro, o responsável pela ARC Sport, elogia a lista de inscritos não só do rali, mas como dos pilotos que irão disputar boa parte do campeonato nacional de ralis, já que vai haver pelo menos 15 carros na categoria R5. “Este é um campeonato com um parque automóvel de fazer inveja a muitos campeonatos da Europa. Espera-se, por isso, que seja muito competitivo e que por parte da FPAK exista uma grande atenção, uma vez que os investimentos são enormes. Como é nosso hábito, estamos todos muito motivados para lutar pelos melhores resultados para todos os nossos pilotos”, declarou.

O Rali Serras de Fafe vai acontecer nos dias 3 e 4 de março, com dez especiais.

domingo, 28 de fevereiro de 2016

A imagem do dia

Hoje faz anos uma lenda americana... perdão, uma lenda italo-americana. Mário Andretti faz 76 anos e é bom recordar um piloto que teve uma carreira bem longa no automobilismo, só parando de correr na IndyCar em 1994, quando tinha... 54 anos de idade.

Na foto, de Bernard Cahier, Andretti estava a caminho da sua última vitória na Formula 1, no GP da Holanda de 1978, a corrida que lhe deu o seu título mundial.  

CNR: Carlos Vieira quer adquirir experiência

A uma semana do inicio do Campeonato Nacional de Ralis, com o Serras de Fafe, Carlos Vieira apresentou o seu projeto de correr a tempo inteiro, a bordo de um Citroen DS3 R5. Piloto originário de Braga com experiência em pistas, Vieira virou-se para os ralis no ano passado, primeiro correndo com um Porsche a partir do Rali Vidreiro, para depois passar para um Ford Fiesta R5 na segunda parte do campeonato, chegando a liderar o Rali do Algarve até abandonar por acidente.

Agora, na temporada de 2016, Carlos Vieira tem uma máquina nova, um Citroen DS3 R5, semelhante a aquele que José Pedro Fontes alcançou o seu título nacional, com o objetivo de mostrar o seu potencial nas classificativas, mas ele admite que os seus objetivos são mais modestos, perante o cenário que vai encarar nesta temporada. Ou seja, quer ganhar experiência para depois atacar os lugares cimeiros. 

Os objetivos nesta fase, não são mais do que adquirir o máximo de experiência possível. Neste momento a minha experiência continua limitada pois qualquer situação diferente é sempre nova para mim, até uma mudança no tipo de piso durante o rali. É claro que num dos testes que fiz andei num piso muito semelhante ao que vou encontrar, como noutro teste, experimentei andar na gravilha. Acho que por aí, já sei o que esperar desta prova, mas qualquer situação extra será sempre uma novidade. Como por exemplo, se os pisos estiverem húmidos, ou pior, se estiver a chover, a minha experiência é nula”, explica Carlos Vieira em declarações à Autosport portuguesa.

Ali ele fala no que gostaria de alcançar em termos de classificação: “Primeiro tentar terminar a prova. Caso esteja seco, seria muito bom para mim, porque é aí que tenho mais experiência e gostava de saber onde podemos estar no final de cada troço, e principalmente onde me posiciono no final da segunda e terceira passagem. Se a previsão de chuva se confirmar, pois, parece que sim, será novo e nada bom para mim neste primeiro rali, mas para tudo há uma primeira vez, e se assim for, no final logo se vê onde acabamos”, continuou.

É sempre complicado andar no topo quando tudo é novo. É claro que o meu desconhecimento face aos concorrentes é uma desvantagem grande, tanto a nível de especiais, como de carro, tal como o rigor nas notas de andamento. Sei que, como é lógico, evoluí muito, mas ainda tenho um caminho a percorrer”, admite.

E quanto à experiência com o carro, ele afirma que tem pouca: “Fiz dois testes de mais ou menos 100 quilómetros cada um, como mencionei antes, e assim o carro não é completamente novo para mim. Toda a adaptação tem um tempo como é claro. Não vou dizer que quando tiver 1000 quilómetros, ou mais, neste tipo de carros, não vou estar mais à vontade, mas as coisas são como são, e por isso estou contente com a minha adaptação”, concluiu.

O que aprendemos destes testes? (parte 2)

Depois de falarmos na primeira parte sobre algumas das equipas que testaram esta semana em Barcelona, nesta segunda parte falaremos sobre McLaren, Red Bull, Renault, Williams e Sauber. De uma certa maneira, estas equipas tiveram um comportamento mais modesto, para não dizer que os seus tempos e precalços preocuparam um pouco por este tempo.

Comecemos pela McLaren. A equipa apresentou o seu MP4-31 numa altura agitada pelos lados da Honda, quando os seus responsáveis. Hideo Sato e Yashuisa Arai foram afastados, substituídos por Yusuke Hasegawa, um engenheiro considerado da velha guarda e que conseguiu redesenhar o motor japonês, que vai ser supervisionado por Yoshiyuki Matsumoto. O resultado é que houve um aumento da potência, mas a fiabilidade ainda é uma questão forte. E essa potência mostrou-se logo no primeiro dia, Com Jenson Button ao volante, quando andaram mais de cem voltas sem problemas de maior.

Mesmo com Fernando Alonso a guiar no segundo dia, as coisas correram bem, apesar do rumor de que ele poderia bater a porta, caso não tivesse a potência que desejava. O espanhol logo desmentiu os rumores, dizendo que o carro se portou bem. Mas nos dois dias seguintes, problemas do foro hidráulico fizeram com que o McLaren rodasse pouco. Fernando Alonso deu apenas três voltas na sexta-feira, ficando o resto do dia a observar os outros a andar na pista, mostrando que o carro não é tão fiável quanto o resto da concorrência, deixando mais preocupações à equipa de Woking.

Contudo, noticias vindas do local informaram que ontem, dia reservado para filmagens, o carro rodou sem problemas, deixando escapar um sinal de alivio a todos.  

Já no lado da Red Bull, depois da apresentação da nova pintura, e depois do novo chassis, o carro andou em pista, de forma bem discreta, alternando entre Daniel Ricciardo e Daniil Kvyat. E quando dizemos "discreto", é no sentido das algumas equipas: sem problemas de maior, marcando tempos próximos de Mercedes e Ferrari. Mas o motor TAG-Heuer (Renault) parece ser uma grande pecha para eles, marcando tempos inferiores. Ricciardo marcou 180 voltas em dois dias, Kvyat andou um pouco menos, mas rodou de forma consistente, pois o objetivo era de marcar mais quilómetros possivel.

No lado da Renault, as coisas não foram fáceis. O RS16 não andou tanto quanto queriam, devido a problemas mecânicos e do seu motor. Quem pagou por esses problemas foi o novato Joylon Palmer, que apenas deu 79 voltas em dois dias, deixando Kevin Magnussen a guiar o novo bólido nos restantes dias, acumulando três vezes mais voltas do que o filho de Jonathan Palmer: 264 ao todo. 

E ali, não só a fiabilidade apareceu à tona, como teve tempos do meio da tabela, mesmo usando pneus macios e médios, no sentido de acumular quilómetros e ver como andam em relação à concorrência. Pelo que se aprecebe, vão ter um longo caminho para apanhar a concorrência, já que andam ao nivel da Toro Rosso. Sem duvida que os anos da Lotus prejudicaram um pouco...

Sem o chassis novo, a Sauber andou a experimentar novos compostos no chassis do ano passado, com um único objetivo: acumular quilómetros e experiência. Eles andaram bem, sem problemas de maior, e marcaram tempos relativamente do meio da tabela, sem usar os supermacios e os ultramacios. Resta saber como vai ser com o chassis novo, que vai ser mostrado ao mundo nesta terça-feira.

Para finalizar, a Williams. Para os lados de Grove, o novo FW38 deixou alguns assomos de preocupação na equipa. Não no sentido da Honda, que teve os problemas de fiabilidade descritos acima, mas sim o facto de terem andado num ritmo médio - para acumular quilómetros como os outros - e ter tempos abaixo do esperado, com os pneus médios. Valtteri Bottas andou dois dias com o carro e disse depois que não tinha ficado impressionado, enquanto que Felipe Massa andou nos outros dois dias, com mais alguns problemas de fiabilidade para encarar - andou cerca de metade de Bottas - e teve um tempo ainda mais modesto.

Claro, isso fez soar as campainhas, e aparentemente, vem um novo bico a caminho dos testes, no sentido de ser experimentado. Já agora, esse novo bico faz lembrar o que foi usado pela Mercedes na quinta-feira, embora não se diga que tem o tal "S-Duct" que os "alemães de Brackley" têm instalado...

Bom, com a primeira parte dos testes encerrados, pode-se dizer que há uma aproximação entre as equipas. Mas essa aproximação é mais para a corrida do que para uma qualificação, onde dependendo dos pneus, as diferenças podem ser maiores. Mas será que pode-se dizer que a Ferrari está em condições de apanhar os Mercedes? Ou será que temos de ser pessimistas como Felipe Massa, que afirmou que 2016 vai ser mais do mesmo, com os Mercedes a dominar? Bom, a unica certeza nisto tudo é que os carros estão cada vez mais fiáveis. Tão fiáveis que na Mercedes, tiveram de alterar as vezes em que os pilotos iam para os carros, para não os cansar tanto nesta altura do ano... em vez de um deles ficar o dia todo, Hamilton e Nico Rosberg faziam meio dia cada um.

Na semana que vem, teremos mais testes em Barcelona, os últimos antes do inicio da temporada.