sábado, 26 de maio de 2018

Rumor do Dia: Raikkonen de regresso ao WRC?

Os rumores no Mónaco são interessantes. Ora tens aqueles que indicam que Brendon Hartley poderá estar a disputar a sua última corrida e será logo substituido na Toro Rosso, ora há os que desejam ver rebaixado Max Verstappen em troca com Pierre Gasly - que até está a fazer uma temporada bem interessante - mas hoje, o tabloide finlandês "Ilta Sanomat" afirma que Kimi, de 38 anos, poderá abandonar a Formula 1 e regressar ao WRC, a bordo de... um Toyota oficial, seis anos depois da sua primeira passagem pelos ralis.

Tommi Makinen foi visto nas ruas de Monte Carlo neste fim de semana e também no iate que Kimi tem no porto. Claro, associaram um e outro a colocou-se a hipótese de estarem a elaborar um contrato, pois a sua presença é cada vez mais contestada - e o piloto mais velho do pelotão. Por outro lado, Makinen quer arranjar um substituto para Jari-Matti Latvala, que está cada vez mais a desiludi-lo, pela sua incapacidade de apanhar Sebastien Ogier, e porque é constantemente batido pelo estónio Ott Tanak, que chegou este ano à Gazoo Team.

"O Kimi poderá ser piloto da Toyota", disse Mia Miettinen, numero dois da marca e citada pelo jornal, "mas primeiro precisa decidir se continuará a sua carreira na Ferrari".

Já agora, Makinen e Raikkonen são bons amigos. 

Contudo, o seu grande rival no lugar é Kalle Rovanpera, que é quase vinte e um anos mais novo que Raikkonen. Filho de Harri Rovanpera, Kalle está a ser preparado desde criança para ser piloto de ralis e corre na Letónia desde os 16 anos, pois foi o único país que lhe deu uma licença desportiva para fazer ralis. Este ano está no WRC2, a bordo de um Skoda Fabia R5 e o potencial é enorme.

Contudo, as performances de Raikkonen tem sido melhores nas últimas duas temporadas, desde que Vettel chegou à Scuderia. O piloto alemão sempre disse bem de Raikkonen, especialmente nas suas relações pessoais, afirmando que cria um bom ambiente na equipa. Contudo, os contratos são renovados temporada a temporada e cabe a ele decidir se pretende continuar em 2019.

Curiosamente, neste mesmo fim de semana, Fernando Alonso foi visto nas boxes da Ferrari, e claro, as especulações sobre um regresso apareceram logo...

A imagem do dia

Nesta que é a semana do GP do Mónaco, recuo 50 anos no tempo, para quando Graham Hill vencia pela quarta vez nas ruas do Principado. Era também a segunda vitória seguida do campeonato, e quinta seguida da Lotus, desde o GP dos Estados Unidos de 1967. O título desta capa do mês seguinte é pura e simplesmente um belo caso de humor britânico.

- O que anda aqui a fazer, Graham?
- Treinar para o Mónaco - responde.

Um detalhe salta à vista: as raparigas estão vestidas como coelhinhas da Playboy porque é isso mesmo: em 1968, a revista americana tinha um clube em Londres.

Nesse anos, ainda se lambia as feridas do acidente mortal de Jim Clark, mês e meio antes. E ainda por cima, outro Lotus tinha tirado a vida a Mike Spence, em Indianápolis. No seu lugar na BRM tinha sido chamado Richard Attwood.

Não foi uma grande corrida: apesar da ameaça vinda da Matra, tudo ficou decidido na volta 16, quando o pelotão ficou reduzido a cinco carros a circular no circuito. Todos rebentaram ou tiveram acidentes nas primeiras voltas, e bastou a Hill levar o carro até ao fim.

A segunda vitória seguida dava um grande avanço sobre a concorrência. E claro, no meio das tragédias, podia gozar o momento, fosse no casino, fosse noutro lado qualquer.  

GP Memória - Mónaco 1963

Nunca um campeonato começou tão tarde assim como foi o de 1963. Quase em junho, a Formula 1 iniciava a sua temporada nas ruas do Principado, já que as suas saídas exóticas - Estados Unidos, México e África do Sul - ficaram para o final do ano, em novembro e dezembro. 

O campeonato anterior encerrara com um duelo entre Graham Hill e Jim Clark, BRM contra Lotus, convencionalidade contra inovação, já que o modelo 25 da marca de Colin Chapman era o primeiro monocoque de aluminio, mais leve e mais resistente.

Clark e Hill mantiveram-se nos seus lugares, e os seus companheiros de equipa eram os mesmos: Trevor Taylor na Lotus, Richie Ginther na BRM.

A grande novidade tinha sido na Ferrari, onde John Surtees tinha sido contratado. "Big John" corria para uma equipa vasta, com compromissos na Endurance. E no Mónaco, teria como companhia o belga Willy Mairesse. A Cooper também alinhava com dois carros, para Bruce McLaren, o vencedor do ano anterior, e o sul-africano Tony Maggs. Jack Brabham tinha já montada a sua equipa, mas apenas havia um carro, para o americano Dan Gurney, vindo da Porsche, que se tinha retirado no final da temporada anterior. Quanto a "Black Jack", iria guiar um Lotus.

Se a Porsche estava de fora, esperavam-se mais duas equipas, ATS (Automobili Turismo & Sport) e a Scirocco. A primeira, constituida por um grupo de renegados da Ferrari, tinha inscrito o ATS 100 com Phil Hill e Giancarlo Baghetti como pilotos, mas o carro não estava pronto para o Mónaco. E a mesma coisa para a Scirocco, que tinha inscrito o britânico Ian Burgess e o americano Tony Settember para os guiar.

Dos privados, os destaques eram a BRP e a Rob Walker. A primeira corria com o escocês Innes Ireland e o americano Jim Hall, enquanto que a segunda tinha o suíço Jo Siffert e o sueco Jo Bonnier, que andava nesta corrida com um Cooper. A Reg Parnell Racing tinha dois pilotos no Mónaco, o veterano Maurice Trintignant e o novato Chris Amon, na altura com... 19 anos, contrastando com os 45 do piloto francês! 

No final da qualificação, Clark ficou com a pole, com Graham Hill a seu lado, quase uma repetição de 1962. John Surtees foi o terceiro, no seu Ferrari, seguido de Richie Ginther, no segundo BRM. Innes Ireland, no LOtus-BRM da BRP era o quinto, seguido do Brabham de Dan Gurney. Willy Mairesse era o sétimo, no segundo Ferrari, na frente de Bruce McLaren, no seu Cooper, do segundo Lotus de Trevor Taylor e do segundo Cooper do sul-africano Tony Maggs.

A corrida começou com Hill a ser melhor que Clark na partida, ficando com a liderança. Ginther segurava Surtees no terceiro lugar, e enquanto isso acontecia, os dois primeiros afastavam-se do resto do pelotão.

Clark e Hill trocavam de posições com frequência, causando emoção entre os presentes e deixando indefinição quanto ao resultado final. 

Contudo, na volta 78, a caixa de velocidades do piloto escocês cedeu e o duelo foi decidido a favor de Hill, que parecia ter um bom começo de temporada, rumo à vitória, a primeira nas ruas do Principado. E foi uma dobradinha, pois Ginther foi segundo classificado, na frente de Bruce McLaren, no seu Cooper.

Nos restantes lugares pontuáveis ficaram o Ferrari de Surtees, o Cooper de Maggs e o Lotus de Taylor.

Formula 1 2018 - Ronda 6, Mónaco (Qualificação)

Mónaco é tradição, realeza, glamour. É o sítio onde a maior parte os pilotos tem a sua casa, porque é ali onde podem gastar o seu dinheiro sem terem de pagar impostos, mas este é o primeiro ano desde 1994 que um monegasco pilota nas ruas caseiras a bordo de um Formula 1. Não é, Charles Leclerc?

Depois dos treinos livres, via-se que a REd Bull era a grande favorita e desejava ganhar, mas o grande momento deste sábado aconteceu na Q3, durante a manhã, quando Max Verstappen bateu forte na segunda chicane da piscina, antes de chegar à La Rascasse, acabando por destruir o carro e a trocar de caixa de velocidades, perdendo cinco lugares na grelha. Contudo, o holandês acabou por não alinhar na qualificação, e o último lugar era definitivamente dele.

Com Verstappen a ver tudo das boxes da Red Bull, a Q1 começava com os pilotos no tráfico intenso da cidade, mas o australiano conseguiu marcar 1.12,769, só como amostra. Depois, Fernando Alonso surpeendeu a todos ficando com o melhor tempo, depois Nico Hulkenberg fez a mesma coisa, mostrando a potência dos motores Renault. Tanto que Daniel Ricciardo, quando voltou à pista, fez 1.12,013 e foi com o melhor tempo.

Atrás, nas vagas que sobraram depois de Max Verstappen ter preenchido a sua, os últimos lugares ficaram no Williams de Lance Stroll, o Sauber de Marcus Ericsson, no Toro Rosso de Brendon Hartley (por estes dias, correm rumores da sua substituição) e o Haas de Kevin Magnussen.

Para a Q2, Ricciardo aproveitou o momento para fazer uma volta arrasadora de 1.11,353 batendo novo recorde da pista. A pista aquecia e os hipermoles funcionavam, tanto que Hamilton, Vettel, Raikkonen e Bottas também faziam tempos dessa amplitude. Mas Ricciardo era sempre o mais veloz de todos. Aliás, os Mercedes calçaram supermacios... e não funcionaram, quase foram eliminados. Os hipermacios foram a solução.

Na parte final, Ricciardo fez cair o recorde da pista para 1.11,278, mostrando mais uma vez que tinha o melhor carro. E se Ricciardo teve a companhia dos Mercedes, Ferrari, Force India, do Renault de Sainz, do McLaren de Alonso e do Toro Rosso de Gasly, fora do Q2 ficaram Sirotkin, Vandoorne, Grosjean, Hulkenberg e Leclerc.

Com Daniel Ricciardo na posse de um novo recorde da pista, a Q3 iria ser um momento decisivo. O australiano estava com fome de voltar a ser o "poleman", mas os Ferrari e Mercedes espreitavam esse lugar, especialmente Kimi Raikkonen, que ficou com esse lugar no ano passado.

Bottas faz 1,11,583, mas depois Hamilton melhora em três décimos, para ficar com o melhor tempo. Contudo, Riccardo consegue novo recorde da pista (e ouviu-se o "yhaa!" de Martin Brundle na Sky Sports) com 1.10,810. Raikkonen só conseguiu o terceiro tempo, atrás de Hamilton e era o melhor dos Ferrari, por agora, porque pouco depois, Vettel melhorou o seu tempo, para ser terceiro.

Na parte final, Vettel conseguiu melhorar o seu tempo, mas não desalojou Ricciardo da pole. Um primeiro lugar merecido, depois do que aconteceu com o seu companheiro de equipa na Q3. E na conferência de imprensa, ele deseja que amanhã "termine o trabalho", o que significa vencer. E vencer mesmo, algo do qual não conseguiu em 2016, quando Lewis Hamilton não o deixou.

Atrás dele, Vettel e Hamilton irão tentar contrariar o australiano, enquanto nos lugares intermédios, Esteban Ocon foi o melhor, na frente de Fernando Alonso e Carlos Sainz Jr. e Sergio Perez foi melhor que Pierre Gasly, que fechava o "top ten".

Amanhã, são 78 voltas no circuoto mais complicado da temporada. E metade do mundo vai torcer por Daniel Ricciardo, que quer acabar com o resto do fim de semana.

sexta-feira, 25 de maio de 2018

CNR: Apresentado o Rali Vidreiro

O rali Vidreiro/Centro de Portugal foi apresentado no final desta sexta-feira no Salão Nobre da Câmara Municipal da Marinha Grande, e o seu grande objetivo este ano é de homenagear o Pinhal do Rei, afetado pelos incêndios do passado dia 15 de outubro. É essa a missão da organização da prova, a primeira em asfalto no campeonato português de ralis (CPR). Perante um salão cheio, o Clube Automóvel da Marinha Grande (CAMG), apresentou um rali sem grandes alterações, apenas nas passagens por São Pedro de Muel (na sexta-feira) Pinhal de Rei (no sábado) para poder apanhar o máximo de mata não afetada pelos incêndios.

Com o seu começo - e fim - em São Pedro de Muel, o rali terá nove especiais, começando na sexta-feira com uma dupla passagem por São Pedro de Muel e a super-especial no Centro da Marinha Grande. No sábado, haverá duplas passagens por Mata Mourisca e Pinhal do Rei e Assanhas da Paz (que terá uma final mais longa do que no ano passado), uma passagem dupla de São Pedro de Muel, com a variante da passagem pela ligação na estrada de São Pedro.

Depois da intervenção da presidente da câmara municipal da Marinha Grande, que elogiou a capacidade organizativa da CAMG de fazer a prova uma marca representativa a região, da entidade organizadora e do organizador, que referiu o facto de ser importante o rali passar pelo Pinhal do Rei, menos de um ano depois dos incêndios que afetaram a zona.

"Queremos agradecer a todas as autoridades e à Câmara Municipal pelo esforço que fizeram para permitir que continuássemos a realizar o nosso rali neste espaço que nos diz tanto, como é o caso do Pinhal do Rei. As nossas matas sofreram muito este ano, perdemos aqui algo importante e todos nós sentimos isso. Mesmo por isso, é importante que este ano o rali se realize no interior das matas", disse Nuno Jorge, o presidente do CAMG.

Pedro Meireles, o vencedor do ano passado, elogiou a organização pela sua capacidade, pelo tributo feito às matas afetadas pelos incêndios e espera repetir a vitória este ano. "É com enorme prazer que volto a marcar presença nesta prova. Felizmente, ao fim de muitos anos, consegui vencer no ano passado o que é um bom tónico para este ano fazer um bom resultado. Estou ansioso que o rali comece para poder desfrutar de todos os momentos", afirmou o piloto do Skoda Fabia R5.

A imagem do dia

Salt Walther morreu naquele dia. Não, não é aquilo que vêm na sua biografia (ele morreu em dezembro de 2012, quase 40 anos depois do seu acidente), mas a sua vida acabou a 26 de maio de 1973, em Indianápolis, envolvido na carambola de doze carros na partida das 500 Milhas daquele ano. Ver na foto aqueles pés saindo do seu cockpit cortado a meio impressiona, mesmo para aqueles que viram muitos acidentes deste tipo.

Walther tinha na altura 25 anos. Tinha começado a sua carreira na motonautica - Salt era o seu apelido, verdadeiro nome era David Walther - e em 1973 era a sua segunda participação nas 500 Milhas, a bordo de um McLaren-Offenhauser. Na partida, o carro de Steve Krisloff teve problemas nos primeiros metros e uma espécie de engarrafamento acontecia quem vinha atrás, mais veloz do que ele. Todos foram para a direita, incluindo Walther, que acabou por tocar no carro de Jerry Grant, e no toque, o seu carro voou e cortou parte da rede de proteção, cortando um dos postes ao meio. E foi nesse impacto que perdeu o seu nariz, deixando à vista as pernas.

Walther acabou de cabeça para baixo, mas foi retirado por equipas de segurança e pilotos como Wally Dallenbach Sr., vivo, mas em estado critico, pois ficou com queimaduras em 40 por cento do seu corpo. Os dedos da sua mão esquerda foram parcialmente amputados (e a partir dali, usou uma luva preta), e a sua mão direita foi esmagada, mas recuperou com cicatrizes visíveis e os dedos posicionados de forma permanente para segurar um volante.

Walther voltou a competir em 1974, e durante a década seguinte, andou frequentemente na USAC e depois, na CART, com um nono lugar como melhor resultado em 1976, numa corrida encurtada devido ao mau tempo... como em 73. Mas o estrago estava feito.

Depois do acidente, Walther ficou viciado em analgésicos, nomeadamente dilauida. A sua carreira ficou interrompida por mais de uma década, depois de ter falhado a qualificação em 1980, e para piorar as coisas, as suas origens e a sua conduta pessoal - era considerado como um playboy arrogante que corria com o dinheiro do seu pai e um vaidoso que era o pior inimigo dele mesmo - não ajudaram muito. 

A última década da sua vida foi uma descida aos infernos: as dificuldades em largar o seu vicio e os problemas legais - não pagava a pensão ao seu filho, e as dividas tinham sido acumuladas até atingirem os vinte mil dólares em 2007. Entre 1998 e 2007, entrou e saiu da prisão por três vezes, e chegou até a fugir da policia por violar os termos da sua liberdade condicional. A sua última sentença, em novembro de 2007, resultou em três anos de prisão.

Acabaria por morrer aos 65 anos, a 27 de dezembro de 2012. Mas provavelmente a sua vida acabou muito tempo anos, naquele dia de maio de 1973.

ERC: Aloísio Monteiro regressa na Acrópole

Depois de uma ausência no Rali Canárias, Aloísio Monteiro regressa ao Europeu de Ralis a bordo do seu Skoda Fabia R5 com o objetivo de continuar a evoluir no Skoda Fabia R5. Na prova estão inscritas 34 equipas, entre as quais 15 viaturas da categoria R5. 

Reconhecendo as dificuldades que vai encontrar pelo facto de não conhecer o traçado, o piloto do Porto, navegado por André Couceiro, acredita nas possibilidades de um bom resultado. 

Estamos de volta. Nos Açores mostrámos uma boa evolução ao longo do evento e os tempos acabaram por aparecer. A concorrência neste Europeu é muito forte, por isso, temos de fazer um rali competente e consciente das nossas limitações ao nível do conhecimento do traçado”, começou por dizer o piloto apoiado pela ARC Sport.

Penso que podemos sair da Grécia com um bom resultado se soubermos gerir a mecânica ao longo dos quilómetros das duras especiais. Tanto eu como o André Couceiro teremos de efetuar todo um esforço adicional durante os reconhecimentos e prova para conseguir completar com sucesso este desafio”, concluiu.

O rali da Acrópole, terceira prova do Europeu de Ralis, terá doze especiais no total de 887,72 quilómetros, 237,89 quilómetros dos quais em percursos cronometrados.

quinta-feira, 24 de maio de 2018

GP Memória - Mónaco 1998

Duas semanas depois de terem corrido em Espanha, a Formula 1 rumava para o principado, na sexta prova do Mundial de Formula 1. Num duelo entre Michael Schumacher de Mika Hakkinen, onde o finlandês ganhava de três corrida a uma (mais uma prova vencida por David Coulthard), os McLaren eram os claros favoritos à vitória. Aliás, à chegada ao Mónaco, Hakkinen tinha doze pontos de avanço sobre o alemão da Ferrari.

Depois de duas sessões de treinos, o melhor foram os McLaren: Mika Hakkinen foi melhor do que David Coulthard, com Giancarlo Fisichella a ser melhor que Michael Schumacher, ficando com o terceiro lugar na grelha de partida. Heinz-Harald Frentezen era o quinto, no seu Williams, na frente de Alexander Wurz, no segundo Benetton. Eddie Irvine era sétimo, na frente do Arrows de Mika Salom que surpreendia o pelotão, e a fechar o "top ten" estavam o Sauber de Johnny Herbert e o Prost de Jarno Trulli.

Ricardo Rosset não conseguiu qualificar pela segunda vez consecutiva o seu Tyrrell.

Na partida, os McLaren sairam perfeitamente, com Fisichella a ficar em terceiro, na frente de Schumacher. Os carros afastaram-se do resto do pelotão, enquanto Irvine conseguia passar Frentzen para ser quinto... de um forma pouco ortodoxa, batendo nele. Irvine safou-se, o alemão da Williams, não. Pouco depois, na volta 18, o motor de Coulthard explodiu e Fisichella era segundo.

Schumacher parou primeiro, na volta 30, para reabastecer, com Fisichella logo depois. Mas o alemão foi melhor e ficou na frente, indo atrás de Alexander Wurz, que ainda não tinha parado. Eventualmente, Schumacher apanhou-o e tentou passá-lo ao pé do gancho do hotel Loews, mas Wurz resistiu e ambos tocaram-se. Schumacher ficou com danos e arrastou-se até às boxes, e quando voltou à pista, perdeu três voltas para o líder. Quanto a Wurz, não foi longe: um acidente bem forte à saída do túnel deixou o carro todo destruído.

Depois disto, não houve grande coisa até ao final. Jean Alesi andou muito tempo no quarto lugar, até ter problemas com a caixa de velocidades e retirar-se, na volta 72.

No final, Mika Hakkinen venceu pela quarta vez na temporada, com Fisichella em segundo e Irvine em terceiro. Nos restantes lugares pontuáveis ficaram Mika Salo, no seu Arrows, Jacques Villeneuve, no seu Williams, e Pedro Diniz, no segundo Arrows.  

A imagem do dia

Arrepia, não é? Mas o mais incrível é que viveu mais algum tempo depois disto. Eu falei no inicio do dia sobre o que foi esta corrida de 1973, uma das mais polémicas da história das 500 Milhas - em paralelo com as edições de 1976, 82, 92 e 95, creio eu.

Nunca houve - nem antes, nem depois - uma corrida que durasse três dias, de ameaças de cancelamento por parte de... oficiais de saúde locais porque as condições se tinham tornado insalubres. De acidentes nos metros iniciais, de chuva intensa e persistente, que durou alguns dias, e claro, os acidentes. De Salt Walther, que praticamente acabou a sua carreira e a sua vida (acabaria por morrer quase 40 anos depois, em 2012, mas isso merece outra história) e claro, Swede Savage.

Savage, como vêm nesta imagem, luta pela vida. Sobreviveu, com queimaduras graves em 20 por cento do corpo, mas uma infeção no sangue acabou por o matar 33 dias depois, a 2 de julho, quando tinha 26 anos de idade. Potencial para vencer a corrida, tinha, pois era segundo e iria ficar com a liderança, pois à frente dele, Al Unser Sr. iria parar para reabastecer quando algo - ou quebra no eixo ou uma mancha de óleo - causou o seu despiste e colisão com o guard-rail.

Passados 45 anos, as imagens do acidente ainda arrepiam. E quando pensas o que foi aquele ano em termos automobilísticos, custa a crer como é que foi e como podiam ver, fim de semana sim, fim de semana não, um piloto a morrer desfigurado ou queimado em acidentes absolutamente horríveis.

WRC: Meeke despedido da Citroen

A Citroen dispensou os serviços de Kris Meeke, depois da sua participação no Rali de Portugal ter acabado com um acidente. Aliás, a justificação dada pela marca francesa para o seu despedimento é "o excessivo numero de acidentes".

"Devido a um número excessivamente elevado de acidentes, alguns dos quais foram particularmente graves e que poderiam ter tido sérias consequências em termos de segurança da tripulação", justificou a marca francesa no seu comunicado oficial, acrescentando que "os riscos que Meeke assumiu não eram justificados pelas apostas em jogo", continuou.

Pierre Budar, o diretor de equipa, afirmou que a decisão foi dificil, mas a mudança foi feita devido a questões de segurança. "Esta não foi uma decisão fácil de tomar porque afeta um piloto e um co-piloto, mas é em grande parte fundada em questões de segurança que vêm sob minhas preocupações como diretor de equipa. Por conseguinte, escolhemos tomar essa decisão como medida preventiva".

O melhor resultado de Meeke nesta temporada foi um terceiro lugar no México, e neste momento é sexto classificado na geral, com 43 pontos. Quanto a substituto, apesar de alinhar com Craig Breen e Mads Ostberg, no caso do piloto norueguês, é a tempo parcial, com o norueguês a participar agora nas próximas duas provas, depois de ter regressado à equipa em Portugal.

Quanto a Sebastien Loeb, o piloto nove vezes campeão do mundo só irá aparecer mais uma vez na temporada, em Espanha, logo, há uma chance de chamar Stephane Lefebvre "à primeira divisão", pois alinha este ano com um C3 R5.

A decisão não é nova na Citroen. Em 2017, Meeke tinha sido dispensado do Rali da Polónia "para poder refletir", depois de excessos durante a temporada, apesar de ter vencido duas provas nessa temporada, no México e na Catalunha. Ao todo, o piloto de 38 anos (nasceu a 2 de julho de 1979) já venceu cinco provas desde 2013, altura em que começou a colaborar com a marca do "double chevron".

A(s) image(ns) do dia








Antes dos treinos livres, uma "sessão nostalgia" no Principado para celebrar a única dupla vencedora "pai e filho" por lá. Keke Rosberg, muitas vezes injustiçado pelos adeptos pelo modo como ganhou o Mundial de 1982 e relegado a um plano secundário por tudo o que fez nos anos 80, especialmente na Williams, e o seu filho Nico Rosberg, três vezes vencedor no Principado e campeão em 2016, deram uma volta juntos nos carros que os fizeram campeões. 

Na linha de meta, ambos foram congratulados por Chase Carey e o Principe Alberto II do Mónaco, e eles, de facto, são ilustres cidadãos da cidade-estado. Rosberg pai vive desde meados dos anos 80 e Rosberg filho vive ali desde criança. Não são cidadãos monegascos, mas quase poderiam ser, pois conhecem bem aquelas ruas.

No final, o público aplaudiu a sua presença, reconhecendo a contribuição. É o que interessa, mais do que falam os críticos. 

Youtube Formula 1 "Classic": A volta que ninguém viu

E se disserem que nunca existiu a filmagem da volta canhão de Ayrton Senna? Sim, é verdade. Não existiu. Nas filmagens reais dessa sessão de treinos - podem pesquisar no Youtube - o realizador atualmente seguiu a volta de uma das Arrows - Derek Warwick ou Eddie Cheever, não se sabe - e eles não conseguiram apanhar para a posteridade aquela que foi das melhores voltas de sempre de um piloto de Formula 1 em qualificação.

Então, o que se fez, trinta anos depois? A McLaren colocou um video do F1 2017, tirou o Murray Walker da reforma (ele tem 94 anos!) e pediu-o para comentar a tal volta que não foi filmada, em tributo ao seu aniversário. E ficou assim.

Ah, e a "tal" volta que é mostrada no "Senna", é de 1990, só para vos esclarecer.

Youtube Motorsport Classic: Indianápolis 500, 1973



Vai fazer agora 45 anos sobre uma das corridas mais atribuladas da história das 500 Milhas de Indianápolis. Uma prova que durou três dias, matou dois pilotos e um mecânico, e marcou para sempre na história do automobilismo. 

Primeiro, a chuva no dia da corrida, segunda-feira, 28 de maio, fez adiar a prova por quatro horas, das onze da manhã para as três da tarde, e na largada, uma carambola de onze carros, começada por Salt Walther, causou a confusão na grelha. Pilotos e espectadores ficaram feridos - Walther foi o pior de todos - e a prova foi adiada para o dia seguinte, dar tempo para que se pudesse fazer as reparações e continuar a corrida.

Mas na terça-feira, a chuva fez das suas, com precipitação para o resto do dia, e novo adiamento para quarta-feira, 30 de maio. Aí, o céu estava limpo e a prova arrancou, continuando até que Swede Savage - um protegido de Dan Gurney, mas naquele ano corria com Vince Granatelli - sofreu outro acidente horrível na volta 59, quando seguia no segundo posto, atrás de Al Unser Sr. O acidente causou a destruição do seu carro e ferimentos graves no piloto californiano, que por incrivel que pareça, sobreviveu ao acidente, que desintegrou o seu carro, e o posterior incêndio, graças ao fato que usava na altura. 

E na confusão do salvamento, um veículo de socorro atropelou mortalmente o mecânico Armando Teran, que cuidava do carro de Graham McRae. As reparações duraram hora e meia, antes de recomeçar.

Quando a prova chegou à volta 129, mais de metade da corrida, a chuva fez das suas, interrompendo-a quatro voltas depois, desta vez de vez, uma prova que os jornalistas já chamavam de "72 Horas de Indianápolis". Gordon Johncock foi declarado vencedor, e o ambiente estava de tal forma abatido que o jantar da vitória tinha sido cancelado e a equipa comemorou comendo hamburgeres num restaurante local. 

Savage acabaria por morrer mês e meio depois, a 2 de julho. E não foi dos ferimentos, mas sim de uma hepatite, que lhe causou uma septicémia fatal. 

Aqui meto não um, mas dois videos, dos acidentes, Em cima, o acidente da partida, e depois, o acidente de Savage, que tinha acabado de reabastecer e perdeu o controle do seu Eagle na curva 4, com a confusão a seguir. Tudo comentado pela voz do lendário Jim McKay, da ABC, e dos comentários de outra lenda, Chris Economaki... e de Jackie Stewart, que esteve nos dois primeiros dias, antes de partir para correr no GP do Mónaco, no final da outra semana. 

quarta-feira, 23 de maio de 2018

A imagem do dia

Ayrton Senna comemora mais uma vitória, nas ruas de Monte Carlo, na objetiva de Paul-Henri Cahier. Provavelmente não foi a mais épica das suas vitórias, mas foi aquela que lhe deu o título que era de Graham Hill: o de "rei no Mónaco", o maior vencedor nas ruas do Principado, desde 1929.

Contudo, há fatores interessantes desse dia. Senna não dominou essa corrida - herdou-a. Herdou-a da penalização de Alain Prost à partida e dos problemas que Michael Schumacher teve no seu Benetton, pois caso contrário, poderia ter ficado com o lugar mais baixo do pódio e ter ficado para sempre empatado com Graham Hill.

Mas a testemunhar no pódio estava o filho dele, Damon. Aos 32 anos, era "rookie" na Williams e conseguia ali o seu terceiro pódio da sua carreira, e via o recorde do seu pai cair. Curiosamente... nunca ganhou lá, tivemos de esperar até 2014 para ver o primeiro filho vencedor de um pai vencedor, neste caso Nico Rosberg, filho de Keke. Mas Damon sempre disse que o título estava bem entregue, de alguém que ao longo desses anos, sempre se sentiu em casa e sempre deu espectáculo naquelas ruas. Deu na primeira vez que andou, à chuva, e nove anos depois, da última vez que lá esteve. No lugar mais alto do pódio.

Vinte e cinco anos depois, o seu recorde irá durar por, provavelmente, mais uma geração. Nico Rosberg venceu três vezes seguidas antes de se retirar, e Lewis Hamilton, Sebastian Vettel e Fernando Alonso tem ambos duas vitórias. E os três já chegaram à casa dos trinta anos. Ou seja, não há muito tempo pela frente para os três, a não ser que os vejamos correr na próxima década. E quantos dos que, na grelha de partida do próximo domingo, não serão futuros vencedores?

Em suma, este é um recorde que vai permanecer para além das vidas e das gerações.

Youtube Motorsport Classic: Indianápolis 500, 1968


Há meio século, as 500 Milhas de Indianápolis eram o ponto alto da temporada americana, e onde os europeus iam ali para correr em busca dos dólares. A Lotus tinha apresentado o seu modelo 56 de Turbina, e era considerado como o favorito, mas após uma qualificação atribulada pelas mortes de Jim Clark e Mike Spence, os carros tinham chegado à frente graças a Joe Leonard e Art Pollard. E claro, Graham Hill.

Ao longo de 41 minutos, eis o resumo do que foi esta corrida, onde Bobby Unser conseguiu levar a melhor sobre esses carros a turbina. Narrado pelo lendário jornalista Jim McKay, vê-se todos os momentos decisivos desta corrida.

terça-feira, 22 de maio de 2018

A imagem do dia

Na foto, Max Cohen-Olivar, a bordo do Porsche 908/2 da André Wicky, nas 24 Horas de Le Mans de 1971. O piloto fazia ali a sua estreia na maior prova de Endurance, aos 27 anos de idade (tinha nascido a 30 de abril de 1945), e à quinta hora, rolava entre os cinco primeiros classificados, entre os Porsche 917 de 5 litros e os Ferrari 512, na mesma cilindrada. Mas acabou por não terminar a corrida.

Primeiro detalhe exótico: Cohen-Olivar era marroquino. E acabaria por entrar na historia das 24 Horas de Le Mans como sendo um dos nove pilotos que participaram em mais de vinte edições da competição, ao lado de pilotos como Henri Pescarolo, Francois Migault, Claude Ballot-Lena e Bob Wollek, entre outros. Mas os seus resultados foram modestos: dois décimo-segundo lugares, um em 1982 num Lancia Beta Montecarlo, e outro em 2001, num Porsche 911 GT3.

A sua carreira foi longa. Mais de 50 anos a correr - a sua primeira prova foi em 1962 - e competitivo até recentemente. Em 2016, no circuito Moulay El Hassan, em Marrakech, venceu duas provas do campeonato nacional, num protótipo Funyo da classe CN. Aos 71 anos de idade!

Cohen-Olivar participou em várias provas, sobretudo de Endurance, nos anos 70, 80 e 90, e correu em carros como o 956 e o 962, que sempre achou como o mais poderoso, e sempre como um "gentleman driver", ou seja, um amador muito veloz, e que prestigiou o seu país lá fora.

Max Cohen-Olivar morreu esta segunda-feira, aos 73 anos. Ars longa, vita brevis.

Youtube Motorsport IndyCar: A volta da pole de Ed Carpenter

Ed Carpenter é o poleman para a edição numero 102 das 500 Milhas de Indianápolis. O piloto-chefe de equipa conseguiu ser o mais veloz na Pole Day, e aos 37 anos, vai largar pela terceira vez do primeiro posto, depois de o ter conseguido em 2013 e 2014. Nada mau para quem corre apenas em ovais...

Assim sendo, eis a volta que lhe deu o primeiro lugar, filmado das tribunas. 

O regresso do Dakar a África?

As dificuldades da organização do Rali Dakar em fazer um percurso extensivo para a edição de 2019 - que vai ser totalmente em solo peruano - faz com que se fale cada vez mais no regresso a África a partir de 2020. Já se falou há uns tempos que representantes do governo argelino estiveram em Paris a falar com a Amaury sports Organization (ASO) e agora, esta terça-feira, a Autosport britânica fala de novo que a hipótese africana está em cima da mesa, algo que não acontece desde 2008.

Em declarações à Autosport britânica, Ettiéne Lavigne, o diretor da ASO, coloca essa chance. "Você pode imaginar que com o contexto deste ano, é uma necessidade para nós pensarmos noutros locais, porque não podemos continuar sofrendo com decisões dos quais não podemos controlar", disse. 

Lavigne fala sobre a decisão do governo chileno que decidiu à última da hora abdicar de receber o rali, o que fez adiar a decisão da organização em apresentar o rali por uma semana.

E a matéria não só confirma os contactos com o governo argelino, como também fala de contactos com os governos de Angola e Namíbia, no sentido de receber a prova no deserto do Kalahari. "Começamos a trabalhar há vários meses para construir contatos em outros países, como Argélia, Angola e Namíbia. Fizemos várias viagens à Argélia para nos reunirmos com os líderes políticos e sabemos que há uma disposição para organizar um evento deste tipo", contou.

"Todas as equipas e pilotos esperam todos os anos para ter um Dakar atraente e interessante. É por isso que você tem que pensar em outros países para as próximas edições", concluiu.

A Argélia era um dos países originais a receber o Dakar, entre 1979 e 1993, enquanto Angola e Namibia foram dois dos países onde o Dakar passou em 1992, quando decidiu ligar entre Paris e a Cidade do Cabo.

Youtube Motorsport Classic: Indianápolis 500, 1955


Muito do trabalho de qualidade dos filmes nos anos 40 e 50, especialmente os a cores, deviam-se a filmes pagos por empresas. E é neste caso do Perfect Circle, uma empresa de anéis de pistões para motor, que filmou a edição de 1955 das 500 Milhas de Indianápolis, quando a Speedway ainda tinha partes com tijolo, o famoso "Brickyard".

Numa corrida marcada pela vitória de Bob Swickert, a prova foi marcada pelo dominio e acidente mortal de Billy Vukovich, que vencer as duas edições anteriores da prova. O piloto, então com 36 anos, liderava a prova.

Uma coisa muito interessante: a prova contava... para o Mundial de Formula 1, algo do qual permaneceu durante uma década, de 1950 a 1960, e claro, só os americanos é que participavam nesta prova. 

segunda-feira, 21 de maio de 2018

A imagem do dia

Há precisamente 40 anos, uma certa modernidade chegava à Formula 1. Colin Chapman apresentara ao mundo a sua nova criação e preparava-se para dominar o mundo. Era o Lotus 79 e tornou-se num dos carros mais carismáticos da história do automobilismo. Mas para chegar ao topo, primeiro, tinha de se bater no fundo.

Em 1976, Chapman queria voltar a dominar com a sua Lotus, mas não vencia desde o GP de Itália de 1974. O modelo 72 tinha chegado ao final da sua vida útil, o 76 tinha sido um fracasso e o 77 não era fabuloso. Foi então que começou a estudar sobre aerodinâmica e pediu os serviços de Tony Rudd, especialmente na parte do "efeito de Bernoulli" e no conceito de asa invertida. Testes e experiências no túnel de vento do Imperial College viram que tal ideia poderia ser viável, especialmente se usasse uma espécie de "saias" aerodinâmicas nas laterais do carro, para maior eficácia aerodinâmica.

O Lotus 78 foi o resultado, mas apesar das suas seis vitórias e de ser o melhor chassis do ano, não lhe deu o campeonato. O modelo 79 foi uma refinação, com linhas mais fluídas e o evitar das turbulências, especialmente na parte traseira do carro. E o carro era tão fluido e fazia o seu trabalho de forma tão eficaz que Mário Andretti disse que "parecia estar pintado na estrada".

Se não estava, não andava longe. O carro estreou-se em Zolder e... Andretti dominou. Ronnie Peterson, seu companheiro de equipa, andou (ainda) com o 78, mas juntou-se a ele numa dobradinha da marca, fortemente comemorada para os lados de Hethel. E a partir dali, o verão de 78 foi negro e dourado, infelizmente, com um final triste. 

Mas sobre isso, falaremos na altura. Agora, é falar de um dos carros mais reconhecíveis - e vitoriosos - na Formula 1.

Rali de Portugal: Armindo Araujo duplamente satisfeito

Foi um rali duro, mas quem sabe, não esquece. Armindo Araújo, aos 41 anos de idade e no regresso aso campeonato nacional, ao volante de um Hyundai i20 R5, conseguiu ser o melhor português no Rali de Portugal, tendo acabado no 14º posto e sétimo entre os R5. E ainda por cima, saiu da prova com a liderança no campeonato, depois de ter vencido pela segunda vez, após a sua vitória em Mortágua. 

"Foi um rali de Portugal que nos correu na perfeição," começou por afirmar Armindo na chegada à Exponor. "Atacamos quando deveríamos ter atacado, defendemos quando deveríamos ter defendido. Os nossos dois grandes objectivos para esta prova foram atingidos, levamos o máximo número de pontos para o campeonato nacional com uma vitória, e em termos de rali de Portugal fomos os melhores portugueses.", continuou. 

Num rali duro, o piloto de Santo Tirso realçou que "o Hyundai foi um excelente aliado para este resultado mas nós também não cometemos erros. O carro esteve em grande nível e a equipa também, por isso saímos daqui completamente satisfeitos com tudo o que se passou", concluiu.

Agora, acabada a parte da terra, começa a do asfalto, que terá o seu inicio no fim de semana de 9 e 10 de junho com o Rali Vidreiro, na Marinha Grande. E amanhã, Armindo vai entrar logo em ensaios.

"Já amanhã vou andar em asfalto, vão ser dois dias de testes em pisos de asfalto. Vamos tentar preparar-nos bem pois nada está ganho e nada é facilitado. Se continuarmos a trabalhar como temos trabalhado até agora as coisas podem sorrir-nos, contudo temos de ter ponderação," concluiu.

domingo, 20 de maio de 2018

WRC 2018 - Rali de Portugal (Final)

E como seria de esperar, Thierry Neuville foi o grande vencedor do Rali de Portugal. O piloto da Hyundai conseguiu os 25 pontos da vitória, mais quatro do segundo lugar da Power Stage, contra o "zero" de Sebastien Ogier, e vai sair de terras lusitanas com o comando do mundial nas mãos. O piloto belga acabou com uma vantagem de 40 segundos sobre Elfyn Evans e do finlandês Teemu Suninen, da Ford. Para Evans, foi o primeiro pódio do ano enquanto Suninen, aos 24 anos de idade, alcança aqui o primeiro pódio da sua carreira no WRC. 

Com passagens duplas por Montim e Fafe, e outra em Luílhas, com a Power Stage a ser no mítico Confurco, o dia começou com Esapekka Lappi a tentar chegar ao pódio. Foi por isso que venceu na primeira passagem por Montim, 0,6 segundos á frente de Teemu Suninen, e com isso, chegava ao quarto lugar, em troca com Dani Sordo, e com Suuninen a apenas 17,9 segundos. "É bom estar à frente, mas um ou dois segundos não serão suficientes! Precisamos de mais!", dizia o piloto da Toyota.

Contudo, Lappi foi terceiro na primeira passagem por Fafe, e viu Sordo ser melhor em 1,1 segundos. perdendo o quarto lugar para o piloto espanhol. Mas Lappi recuperou em Luilhas, mas foi segundo, a 1,7 do vencedor, Jari-Matti Latvala, e beneficiou do atraso de Sordo, que perdeu 5.5 segundos e foi quinto na especial. 

Entretanto, Teemu Suuninen melhorou e venceu na segunda passagem por Montim, ganhando 1,7 segundos a Lappi, mas sobretudo, ganhando 2,5 segundos a Sordo. "Sim, está perto! É difícil ganhar segundos para ser honesto, mas estou tentando o tempo todo. Vamos ver como terminamos, mas definitivamente está difícil", dizia à entrada da Power Stage.

E Lappi levou a melhor, vencendo a especial - e conseguindo alguns pontos extra - mas com Suninen a ser quarto, perdendo apenas 3,3 segundos, não conseguiu alcançar o pódio. Mas os pontos extra estavam garantidos. Entre eles, Neuville foi segundo, a 1,9 segundos do melhor.

Com os cinco primeiros garantidos - Neuville, Evans, Suuninen, Lappi e Sordo - Mads Ostberg foi o sexto, no seu regresso à Citroen. Craig Breen ficou a seguir, a cinco minutos e 23 segundos, no segundo melhor Citroen. O sueco Pontus Tidemand foi o oitavo, o melhor dos R5, no seu Skoda Fabia R5, na frente do polaco Lukasz Pieniazeck. E fecvhar o "top ten" esteve outro R5, o francês Stephane Lefebvre. 

Armindo Araújo conseguiu chegar ao fim como melhor português, na 14ª posição, a 22 minutos e 35 segundos do vencedor. Com a segunda vitória seguida no Nacional de Ralis, o piloto de Santo Tirso é agora o líder do campeonato.    

Terminado o Rali, Neuville tem agora 119 pontos, contra os cem de Ogier, e os 72 de Ott Tanak. O Mundial regressará à estrada na Sardenha, entre os dias 7 e 10 de junho.