sábado, 9 de fevereiro de 2008

A minha imagem do dia

O villickx, um dos famosos foristas do Autosport, todo fanático pelo Jacky Ickx (boa escolha!), meteu esta fotografia, num daqueles desafios de "onde, quando e como", para que os outros tentem adivinhar que corrida é aquela.




Como podem reparar, a foto é mais uma pintura, mas a história é fascinante. Trata-se da Race of Champions de 1974, uma corrida extra-campeonato que decorreu em Brands Hatch, a 17 de Março desse ano. A Lotus, com o seu modelo 72D, alinhou com Jacky Ickx ao volante, à chuva, disputava a liderança com o austriaco Niki Lauda, no seu Ferrari. Então, quando ambos se aproximavam da vertiginosa Paddock Bend (uma das curvas mais lendárias do automobilismo), o piloto belga ultrapassou por fora e à chuva, o Ferrari do austríaco, e ganhou a corrida. Seria a sua última vitória na Formula 1.

Continental Circus, 1º aniversário (IX): O texto do Pandini

O texto publicado hoje vem de um dos senhores que respeito muito no panorama bloguistico/automobilistico brasileiro. Luiz Alberto Pandini, dono do excelente blog Pandini GP, é um homem respeitado no meio automobilistico de lá contá as suas histórias do automobilismo brazuca e não só. As suas "Moscas Blancas" são deliciosas e recomendáveis para qualquer adepto deste meio...

Já agora, o bloguismo é de familia: Alessandra Alves, a mulher, tem outro excelente blog (tenho que lá ir mais vezes), e já passaram o bichinho ao filho. Aos sete anos de idade, Gabriel Pandini deve ser o blogger mais novo de sempre, pelo menos em lingua portuguesa...



Bom, a seguir podem ler o texto dele. E Pandini, obrigado por tudo!



"Confesso: não tenho lembrança nítida da primeira vez que acessei o 'Continental Circus' do amigo virtual Speeder 76 (Paulo Alexandre, para os íntimos). A blogosfera é assim: um amigo/site/blog recomenda outro, por meio deste você acha mais um, e quando percebe está envolvido em uma rede de relacionamentos que inclui os seus pares d'além-mar. Nos tempos pré-email, isso era coisa de fanático; hoje, tornou-se a coisa mais corriqueira do mundo. Ainda bem!


"O 'Continental Circus' integra minha lista de sites recomendados por várias razões. O Paulo gosta de corridas tanto quanto eu, conhece profundamente o assunto e sabe dar a seus blogs aquele tempero que os fãs de corridas não encontram mais na cobertura das mídias 'tradicionais' (há honrosas exceções, é verdade, mas elas apenas confirmam a regra). Leitura obrigatória para quem gosta de automobilismo e quer ficar bem informado sobre o assunto.


Parabéns, Speeder! Continue nesse andamento. (Luiz Alberto Pandini, www.pandinigp@blogspot.com)

Pequenas noticias da Formula 1

Sem testes a decorrer, e ainda faltando pouco mais de um mês para que a temporada começe, é tempo de colocar as mais recentes noticias sobre o mundo da Formula 1, numa espécie de "weekend update"...


1 - Adrian Sutil espera ano difícil. O piloto alemão da Force India (à esquerda, na foto) não é tão optimista como Giancarlo Fisichella, em relação à época que se avizinha. Apesar do aumento no orçamento para 2008 (120 milhões de Euros), Sutil não desarma: «Será um ano difícil e acho que não devemos esperar muito. Ainda precisamos de mudar alguns pontos na aerodinâmica para nos podermos aproximar dos nossos adversários. Estou confiante, mas ainda não sabemos se essas melhoras serão suficientes», afirmou, em declarações captadas pelo jornal português Autosport.

2 - Super Aguri procura parceiros. Sutil devia estar optimista para 2008: ao menos não ficará na última linha. Isto porque a Super Aguri passa por grandes dificuldades em arranjar financiamento para ter uma temporada 2008 completa. Assim sendo, procura investidores para que estes comprem uma parte da equipa. Entre os vários investidores apontados pela impresnsa nas últimas semanas, fala-se no espanhol Alejandro Agag, e dos indianos da Spice Group, que querem Narain Kathikeyan nas fileiras.

Contudo, Aguri Suzuki diz que os parceiros são outros: «Estamos a conversar com algumas empresas que ainda não foram mencionadas. Não acredito que faremos negócios com algum dos investidores referidos na imprensa. Nós chegamos a falar com eles, mas vários factores impediram de ir avante com o negócio» referiu o ex-piloto japonês ao jornal inglês Autosport.

3 - Bernie Ecclestone quer um Grande Prémio russo. Bernie Ecclestone não desiste de ter uma corrida na Rússia. Depois das Arábias (Bahrein, Emirados Arabes Unidos), e da Ásia (China, Malásia, Singapura), Ecclestone falou com as autoridades russas no sentido de construir um autódromo nos arredores da São Petersburgo.

«Ainda não está nada assinado, mas poderá significar uma boa evolução para o desporto. Gostaríamos de ter esta prova no calendário, mas isso depende da construção do circuito.» referiu Ecclestone, em declarações ao jornal inglês Daily Mirror.

A intenção clara de Ecclestone passa por levar a Fórmula 1 para paragens onde a publicidade ao tabaco é permitida, algo que acontece na Rússia. Menos um ponto para Portugal, que faz parte da União Europeia...

WRC - Rali da Suécia, Dia 2

No segundo dia do Rali da Suécia, os Ford e os nórdicos dominam, com Jari-Mari Latvala a ganhar uma importante vantagem sobre Mirko Hirvonnen, que se situa neste momento nos 50 segundos. Caso assim continue, a hipótese de Latvala ganhar o seu promeiro rali WRC da sua carreira é bem real.



Entretanto, com a desistência de Sebastien Löeb e o atraso de Dani Sordo, que é sétimo na geral, a Citroên bem pode dizer "adeus" a esta prova, que se revelou um desastre para as suas cores. Aqui, a Ford ganha em toda a linha, já que mete o italiano Giggi Galli na terceira posição, batendo o Subaru de Petter Solberg.


Entretanto, na Produção, os pilotos portugueses aguentam-se: Armindo Araújo é sétimo na categoria, enquanto Bernardo Sousa, que sofreu um capotamento de manhã, está agora na nona posição.

Apresentado o novo Autódromo do Algarve

Hoje foi o dia do Autódromo do Algarve se apresentar ao mundo. Numa cerimónia em Portimão, onde estiveram presentes o Ministro da Economia, Manuel Pinho, e o Secretário de Estado do Desporto, Laurentino Dias, foi hoje apresentado o complexo do Parkalgar, situado nos arredores de Portimão, um projecto avaliado em 115 milhões de Euros, permitindo criar, quando tudo estiver concluido, 1500 postos de trabalho.


Concebido como um parque tecnológico, mas virado também para o turismo, com a construção de um hotel de cinco estrelas e 160 apartamentos turisticos, vai ter um autódromo com capacidade para 115 mil pessoas, com a possibilidade de ser usado em 64 configurações diferentes, e um "paddock" de 82 mil metros quadrados (que o tornaria no maior da Europa). O projecto, pensado desde 2000, terá fundos exclusivamente privados, e é um projecto PIN (Projecto de Interesse Nacional).


As obras do Autódromo estão a todo o vapor, prevendo-se que tudo esteja concluido este mês de Outubro, a tempo de albergar a última etapa do Mundial de Superbikes, bem como uma prova dos Turismos Portugueses (PTCC). Contudo, o objectivo é que a FIA conceda ao Autódromo uma homolgação de Grau 1, com capacidade para acolher a Formula 1. Nunca o regresso da Formula 1 a Portugal esteve tão próximo...


Na cerimónia de apresentação, Laurentino Dias afirmou-se esperançado que este projecto traga de volta das grandes competições: "No final do ano estará apto a receber as melhores corridas do mundo. É uma esperança enorme para o desporto em Portugal, a promoção dos pilotos e do turismo", arirmou em declarações captads pelo jornal "Record".


Entretanto, a Parkalgar já anunciou que tem um acordo verbal com Tony Teixeira, o luso-sul africano patrão da A1GP, no sentido de se instalar ali toda a componente tecnológica da competição. Um desses exemplos seria a construção dos chassis.

Bolides Memoráveis: Hesketh 308 (1974-75)

Não é todos os dias que falo do carro de um piloto, de um projectista e de um proprietário. Mas se falar dos anos 70, de Harvey Postlethwaithe, de Lord Alexander Hesketh e de James Hunt, então é porque estou a falar de uma das combinações mais excêntricas e mais memoráveis que a formula 1 jamais teve. E falo do carro que os levou até à glória: o Hesketh 308.


Em 1972, Lord Alexander Hesketh, então com 22 anos, mas herdeiro de uma considerável fortuna, conheceu Alexander “Bubbles” Horsley. Tendo em comum uma paixão por automóveis, decidiram entrar com um carro no Europeu de Formula 3, com o objectivo de se divertirem o mais possível. Se em termos de festa, o objectivo foi conseguido, em termos de resultados, estes foram maus. No ano seguinte, Horsley e Hesketh conhecem um jovem e talentoso piloto inglês, que procurava um carro para correr: James Hunt.


No início de 1973, adquirem um Surtees para correrem na Formula 2. Depois do carro ter acabado na sucata após o GP de Pau, Hesketh, Horsley e Hunt decidiram que a melhor solução seria… correr na Formula 1!


Compraram um March modelo 731, foram correr no GP do Mónaco, onde Hunt fez boa figura até desistir, e na segunda corrida, em França, o britânico foi sexto. À medida que a época avançava, as classificações foram melhorando até que Hunt consegue ser terceiro em Zandvoort (na prova em que o seu rival na Formula 3, Roger Williamson, morre), e na prova final do campeonato, em Watkins Glen, acaba em segundo lugar, não muito longe do Lotus do vencedor e seu grande amigo, o sueco Ronnie Peterson.


Entretanto, para ajudar no desenvolvimento do carro, Hesketh vai buscar um engenheiro de 29 anos que trabalhava na March, de seu nome Harvey Postlethwaithe. Contudo, ao longo do ano, as modificações foram tantas que no início de 1974, o March tinha virado o Hesketh 308. O carro deveria albergar um motor V12 construído e financiado por Hesketh, mas isso nunca viu a luz do dia. Com um motor Cosworth V8 de 3 Litros, e um caixa de velocidades Hewland, parecia que seriam uma equipa como todas as outras, mas dois factores fizeram com que a equipa capturasse a imaginação dos fãs nos loucos anos 70: o seu estilo de vida extravagante, e as performances de Hunt em pista. Em pista, o inglês coleccionou três pódios, e alcançou a vitória no International Trophy em Silverstone, uma prova extra-campeonato.


Em 1975, Postlethwaithe apresenta a versão B do carro, com modificações ao nível dos radiadores, quer do chassis. A competitividade do carro melhorou, e Hunt passou a ser favorito à vitória. Começou o campeonato sendo segundo na Argentina, e ganhou em Zandvoort, uma vitória comemorada até altas horas, como era de costume na equipa… Ainda conseguiram mais dois segundos lugares, em Paul Ricard e em Zeltweg, ficando com 33 pontos e o quarto lugar no campeonato de construtores.


No final de 1975, Hunt foi para a McLaren, substituindo Emerson Fittipaldi, e Lord Hesketh, sem muito dinheiro, decidiu que era altura para se retirar. Contudo, os chassis que foram fabricados ainda ficaram nas mãos de pilotos privados, que tentaram a sua sorte, mas sem qualquer resultado. Guy Edwards foi o mais famoso desses pilotos privados, pois pilotou um desses carros, com o patrocínio da revista “Penthouse”, uma das revistas rivais da “Playboy”. Para além disso, foi um dos quatro pilotos que ajudou Niki Lauda a sair do seu carro em chamas, no circuito de Nurburgring.


A Hesketh continuaria até 1978, com Alexander Horsley ao seu comando, mas os seus dias de glória e extravagância tinham acabado há muito. Mas foi bom enquanto durou…

Carro: Hesketh 308
Projectista: Harvey Postlethwaithe
Motor: Cosworth V8 de 3 Litros
Pilotos: James Hunt, Ian Scheckter, Alan Jones, Torsten Palm, Harald Ertl, Brett Lunger.
Grandes Prémios: 25
Vitórias: 1 (Hunt)
Pole-Positions: 0
Voltas Mais Rápidas: 1 (Hunt)
Pontos: 43 (Hunt)


Fontes:

http://www.gpracing.net192.com/teams/61.cfm
http://en.wikipedia.org/wiki/Hesketh_308
http://www.grandprix.com/gpe/con-heske.html

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

Continental Circus, 1º aniversário (VIII): O texto de joancrfe

Continuando com as homenagens ao primeiro aniversário do meu blogue, que decorrerão ao longo deste mês, hoje chegou a vez de José Ferreira, o homem que assina como joancrfe, e detêm o blog Quatro Rodinhas.


Há muitos blogs de miniaturas automobilisticas, mas o dele é excelente, pois mostra o automobilismo nacional e internacional, bem como a história por detrás desses modelos. Confesso que uma das razões porque comecei a meter textos de modelos de Formula 1 foi por causa do blog dele. Ah! e é fã do Niki Lauda. Portanto, já tenho com que fazer no dia 22... e obrigado por tudo.


Eis o seu texto:


"Quando o Paulo me pediu para escrever um texto para comemorar o primeiro aniversário do seu blog fiquei indeciso e apreensivo sobre o que iria escrever. A responsabilidade de escrever sobre alguém ou algo que não é nosso é grande, pensei. Ainda coloquei a hipótese de escrever sobre Formula 1 e como este desporto me despertou a atenção mas… bem, estaria a falar sobre mim e não é isso que se pede. Então resolvi falar sobre o primeiro contacto com o Continental Circus, as primeiras impressões.


Já não me lembro quando “entrei” pela primeira vez no “Continental Circus” mas recordo-me perfeitamente de ter feito uma associação mental no mínimo curiosa, isto é, pelo menos para mim. E que foi a seguinte, associei a palavra “Circus” aos Monty Phyton’s Flying Circus dos quais sou um fã incondicional… E agora algo completamente diferente… eheheheh! Depois verifiquei que o autor do blog, o Paulo Alexandre (tenho um irmão que também se chama Paulo) era e é benfiquista (ai o nosso Benfica…) e gosta de Formula 1, tal como eu. Definitivamente este sujeito é um bom tipo, pensei eu.


Deste então visito regularmente o “Continental Circus” mas não se pense que foi pelo seu benfiquismo e/ou a sua paixão pela Formula 1, com as quais eu me identifico. É verdade e não sou o único que o diz, o Paulo escreve muito bem e como é um excelente dinamizador do seu blog, tornou o “Continental Circus” numa visita cativante e obrigatória. Pelos vários contactos que fomos tendo ao longo destes 12 meses verifiquei isso mesmo, a grande qualidade e dinâmica do “Continental Circus”.

Para terminar, o “Continental Circus” recebe-nos com uma excelente frase, “A vida é medida por realizações, e não por anos”, que se aplica muito bem ao autor do Continental Circus, o Paulo Alexandre Teixeira. Pelo que sei és jornalista, não sei se exerces, mas noto que aqui, neste espaço virtual, te vais realizando profissionalmente. Apaixonado pela Formula 1, escreves sobre este desporto (e não só) mas como não é loucura, cada crónica é melhor que a anterior. E como a vida é medida por realizações e não por anos, espero que consigas, não só aqui, as realizações que persegues na vida…

Ah! E vida longa para o “Continental Circus”!

WRC - Rali da Suécia, Dia 1

Está a ser uma prova cheia de surpresas, o Rali da Suécia. A primeira grande surpresa reside no capotamento, e consequente abandono, de Sebastien Löeb, no seu Citroen C4. O piloto francês perdeu mais de três minutos no capotamento, que deixou o carro em mau estado, e depois, no Parque de Assistência, onde se descobriu que o Citroen tinha uma embreagem partida. Assim sendo, a equipa não teve outra hipótese senão desistir. Não se sabe se regressará para o "Super Rally", mas o pessoal da Citroen por enquanto não considera essa possibilidade.

Entretanto, o comando do rali após o primeiro dia pertence ao finlandês Jari-Mari Latvala, que tem uma vantagem de quase um minuto sobre o segundo classificado, o surpreendente norueguês Henning Solberg. O irmão de Petter Solberg (5º classificado) tem cerca de dois segundos e meio de diferença sobre o seu companheiro de equipa, Mirko Hirvonnen. Um duelo interessante a seguir... O patrão da Ford, Malcolm Wilson, já veio a público dizer que Latvala tem “mãos livres” para vencer. Pudera, com Löeb fora da estrada e Dani Sordo muito atrasado, a Suécia torna-se na coutada da Ford...


Na Produção, o sueco Patrick Sandell lidera, enquanto que Armindo Araujo e Bernardo Sousa decidiram-se por preservar o carro e terem andamentos cautelosos, numa superfície que tem fama de traiçoeira. Assim sendo, Araujo é nono da geral, enquanto que Bernardo Sousa optou por um andamento cauteloso, e terminou na 11ª posição na categoria.


«Apenas fizemos um pequeno acerto na suspensão que permitiu elevar o carro ligeiramente. Ficou obviamente melhor e isso verificou-se nos tempos por troço. Quanto ao equilíbrio da máquina, não há nada a assinalar. Teve um comportamento exemplar o que nos permite estar confiantes para o resto do rali.», prosseguiu o piloto de Santo Tirso ao jornal Autosport.


«Estamos muito tranquilos e seguros. Não tivemos qualquer problema e o carro portou-se lindamente. As classificativas são muito difíceis, mas também muito bonitas, dando imenso prazer conduzir depressa sobre neve e gelo… Acho fantástico o que me está a acontecer! Estou muito concentrado e tentarei manter-me assim até final, para acabar a prova e contribuir para a saúde do meu pai… É que ele prometeu deixar de fumar se eu acabasse a Suécia! Não posso falhar…», afirmou o jovem piloto madeirense à mesma publicação.

Noticias: CART e IRL podem fundir-se

Fusão iminente nos Estados Unidos. Há muito tempo que se fala neste hipótese, mas hoje surgiram noticias de que a CART e a IRL podem ter chegado um acordo para se fundirem, ainda este ano.


Robin Miller, um dos homens mais entendidos sobre o assunto, comentou hoje na Speed TV que Tony George, o patrão de Indianápolis e responsável pela IRL, e Kevin Kalkhoven, o responsável pela CART, podem ter chegado a um acordo de principio, e a fusão pode acontecer já este ano, caso se ultrapassem alguns obstáculos finais, nomeadamente o destino das corridas europeias e a oval de Motegui, propriedade da Honda, a actual fornecedora de motores para a IRL, ou as categorias de acesso às competições, como a Indy Pro e a Formula Atlantic.


Segundo o noticiado pela Autosport portuguesa, o acordo da fusão passa pela integração já este ano das corridas de Long Beach (Califórnia), Edmonton (Canadá) e Surfers Paradise (Austrália) no calendário da IRL, e a oferta de chassis Dallara e motores Honda de graça a qualquer equipa da Champ Car interessada, juntamente com um incentivo de 1,2 milhões de dólares.


Proprietários da CART como Jimmy Vasser, Eric Bachelart e o actor Paul Newman, a metade da equipa Newman/Haas, deram o acordo para a fusão, mas reconhecem que ainda há muito a percorrer. Caso as negociações cheguem a bom porto, seria uma excelente noticia para os adeptos das "open wheels", que tem vindo a perder espectadores e pilotos a favor da NASCAR, que está em expansão não só na América, mas no resto do mundo. Contudo, com as várias arestas soltas referidas anteriormente, um campeonato conjunto só poderá acontecer realisticamente em 2009.

E cheguei às 90 mil visitas!

Muito perto do 1º aniversário deste blog, chego hoje à marca das 90 mil visitas. Foi um longo caminho, desde que isto começou, sempre a todo o vapor. Está valendo a pena, ainda mais quando agora, no momento em que comemoro um ano de vida, se vê o carinho que as pessoas têm por este blog e quão inspirador e importante ele é para as vidas deles. Um exemplo e uma referência.

Obrigado a todos, e espero que em Fevereiro de 2009, com a ajuda de vocês, comemore as 200 mil visitas.

Momento Caras da Force India

O Wagner Brandt comentou ontem a apresentação da Force India (ex-Spyker, ex-Midland, ex-Jordan...), em Bombaim, para gaudio dos locais. Ele reparou na quantidade de fotos dos pilotos e do Vijay Maliya (uma amostra de Flavio Briatore) e as suas poeses, e não perdeu tempo para comentar o "Momento Caras". Credo...

Carreguem na imagem para verem as legendas. São imperdíveis!

O último dos moicanos: Tony Rolt (1918-2008)

Esta quarta feira, morreu o último piloto ainda vivo que participou na primeira corrida de Formula 1 da história, o Grande Prémio de Inglaterra de 1950. O seu nome era Anthony Rolt, e se a sua participação na Formula 1 foi pequena (três corridas, nunca acabou), a sua vida merece um filme.


Anthony Peter Roylance Rolt nasceu a 16 de Outubro de 1918 em Bordon, no Hampshire, centro de Inglaterra, foi educado no selecto Eton College, e seguiu os passos do seu pai, um militar. Seguiu para a academia de Sandhurst, onde se graduou em 1939, quando a II Guerra Mundial começou. Enquanto isso, Holt corria em eventos motorizados, ao volante de um ERA, onde ganhou em 1936 o British Empire Racing Trophy, com apenas 18 anos.


Em 1940, o seu batalhão foi chamado para defender a cidade de Calais do imparável rolo compressor alemão, com os seus "Panzers" e "Stukas", numa estratégia conhecida como "guerra relâmpago". Foi feito prisioneiro pelos alemães no final dessa operação, mas nos quatro anos seguintes, não fez outra coisa senão tentar fugir do campo de prisioneiros. Tentou escapar por sete vezes, sempre sem resultado.


Após a sua sétima tentativa de fuga abortada, os alemães levaram-no em meados de 1943 para Colditz, o equivalente alemão a Alcatraz. Um castelo alto, na parte leste da Alemanha, com muros tão altos que era virtualmente impossivel escapar de lá. Mas mesmo ali, Rolt sempre teve a fuga em mente. Foi ele que concebeu o ardil mais engenhoso de todos: um planador com capacidade para duas pessoas. Contudo, a guerra acabou sem ele colocar o plano em prática.



Quando voltou, foi promovido a Major e recebeu a Military Cross, pelos seus feitos em Calais. Após isso, demitiu-se do exército e foi atrás da sua segunda paixão: o automobilismo. Juntamente com um mecânico, Freddy Dixon, dedicou-se à uma causa: as quatro rodas motrizes. Fundou a Rolt Dixon Manufacturing, que mais tarde se transformou em FF Developments, quando convenceu Harry Ferguson, o magnata dos tractores, a entrar no negócio. "Gentlemen Driver" por excelência, partilhou com Peter Walker um ERA na partida para o GP de Inglaterra de 1950, em Silverstone, onde não terminou.


Em 1953, foi contratado pela Jaguar para fazer parte da equipa oficial nas 24 Horas de Le Mans, ao lado de Duncan Hamilton (1920-1994), num Jaguar Tipo C. As histórias desse fim de semana na mítica prova francesa entraram na lenda. Durante muitos anos contou-se como estória verdadeira de que durante os treinos, correram com outro número, e os organizadores os desqualificaram. Tristes, foram para um bar local para "carpir as suas mágoas". Contudo, o "manager" da Jaguar, Lofty England (nome esquisito, hein?), convenceu os organizadores para que eles os reintegrassem. Quando os conseguiu, estavam tão bêbados que tiveram que dar café a Hamilton para que este se mantivesse acordado e alerta. Para piorar as coisas, Hamilton colidiu com um pássaro, partindo o seu nariz. Contudo, resistiu o suficiente para passar o carro para Rolt, que o levou até à vitória final.


Estória engraçada, não? Recentemente, foi reposta a verdade: eles nunca se estiveram bêbados quando souberam da sua reintegração na corrida. A unica coisa verdadeira foi o pássaro a bater na cara de Hamilton...



No ano seguinte, voltaram a Le Mans ao volante de um Jaguar Tipo D, e foram segundos classificados, sendo batidos pelo Ferrari 375 de Froilan Gonzalez e Maurice Trintignant.

No final dos anos 50, Rolt largou as corridas e convenceu Ferguson a financiar a construção de um carro de quatro rodas motrizes: o Ferguson P99. Correu em algumas ocasiões em 1961, sendo o seu momento de maior glória a vitória na International Gold Cup, em Oulton Park, quando foi guiado por Stirling Moss. Foi também a última vitória de um carro com motor à frente. Anos depois, o piloto disse que foi o melhor carro que jamais guiou.




Até à sua retirada de cena, trabalhou na sua empresa de engenharia, desenvolvendo tecnologia baseada nas quatro rodas motrizes, que mais tarde foi implementada na industria automóvel. O Jensen FF, de 1966, é um bom exemplo disso. Tudo isso o fez um homem rico, e passou relativamente tranquilo o resto dos seus dias, até esta quarta-feira, o dia da sua morte, aos 89 anos. Ars lunga, vita brevis.


Fontes:

http://www.grandprix.com/ns/ns20018.html
http://en.wikipedia.org/wiki/Tony_Rolt
http://www.timesonline.co.uk/tol/comment/obituaries/article3329031.ece
http://www.kolumbus.fi/leif.snellman/dr.htm

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

Rali da Suécia - Prólogo

Amanhã começa a segunda etapa do Mundial WRC de 2008, com a realização do Rali da Suécia. Depois de ameaças de cancelamento devido à falta de neve, esta veio em força na semana passada, dando aos organizadores o ingrediente necessário para a sua realização.

Normalmente, diria que Sebastien Löeb é o favorito, mas desta vez estamos na Suécia, em neve, e aqui, quem manda são os pilotos "da casa". Portanto, pilotos como Peter Solberg, Mirko Hirvonnen ou Jari-Mari Latvala têm bastantes hipóteses de vitória.


Para nós portugueses, intressa-nos o Mundial de Produção, pois temos este ano dois pilotos, ambos ao volante de Mitsubishi Lancer Evo IX: Armindo Araújo e Bernardo Sousa. Se Araújo vem repetir e tentar melhorar as suas performances do ano passado (já afirmou que é candidato ao título), Bernardo Sousa, apoiado pela Red Bull, é o benjamim da prova, pois tem apenas 20 anos.

Esta tarde, decorreu em Karlstad o prólogo da prova. Quem levou a melhor por hoje foi o Subaru de Petter Solberg, que conseguiu meio segundo de vantagem sobre o Ford Focus de Jari-Mari Latvala. Sebastien Löeb foi terceiro, no seu Citroen C4, enquanto que Henning Solberg, irmão de Peter, foi quinto.

Quanto à Produção, Armindo já marcou a sua presença, ao ser segundo, atrás do checo Martin Prokop. Bernardo Sousa também teve uma prestação meritória, ficando no "top ten".

Amanhã, o rali começa "a doer".

Olha, elegeram-me! Então vou eleger também.

Estava eu a fazer a minha "visita de médico" ao Blog do Nuvolari, quando li o seu mais recente post. Basicamente elegeu este blog como "não sendo mau de todo". Obrigado, é essa a minha missão! E para provar isso, as quase 90 mil visitas em um cerca de um ano de existência.


Mas claro, acima de tudo estou agradecido pela escolha dele. Ainda por cima é um blog estrangeiro que me escolhe! É mais um sinal de que o talento português é reconhecido no estrangeiro...


Bom, o prémio do Nuvolari tem uma segunda parte: tenho que escolher os meus sete blogs favoritos na Blogosfera. Nâo é uma tarefa muito fácil, já que alguns desses blogs também foram escolhidos pelo Nuvolari, mas creio que se esforçar, até consigo fazer um bom trabalho.


Aqui vão os meus escolhidos:


1 - Blig do Groo. O seu estilo de escrita é o que me fascina no meio disto tudo. Fala de automobilismo, claro, mas também de outras matérias, e o estilo de escrita dele é apaixonante. Pura e simplesmente, não dá para desligar. E também ele é uma joia de pessoa, conversar com ele é um prazer.


2 - jcspeedway. Este tinha que ser escolhido, inevitavelmente. A maneira como o João Carlos Viana escreve sobre o automobilismo, eespecialmente os eventos passados, faz com que às vezes eu fique corado de vergonha com a maneira como as escreve. Pareço um aprendiz de feiticeiro... devia ser mais visitado do que é agora, porque ali há talento.


3 - Quatro Rodinhas. É o blog do José António, da vila de Mangualde, distrito de Viseu. Ele tem uma colecção enorme de miniaturas, do qual descreve as suas histórias, sejam elas de Formula 1, Ralies, Sport-Protótipos e outros. Não devem perder, de qualquer forma.


4 - Dispenso. É o blog do Filipe Sousa, um amigo meu da Universidade. Esteve desactivado durante uns tempos, mas recentemente voltou em força. Não fala de automobilismo, mas a maneira como aborda certos assuntos da nossa sociedade, de forma desempoeirada e algo sarcástica (com o seu punchline "Foi Profundo!"), fazem-me rir. Já foi citado pelo jornal "Público"... Recomendável.


5 - Blog F1 Grand Prix. É o blog do Gustavo Coelho. É um pouco como o meu, cheio de actualidades sobre o mundo do automobilismo em geral, mas ele tem uma particularidade (é o que temos todos nós), que é o "Top Ten" de tudo que é interessante: as Corridas Mais Emocionantes, as Corridas Mais Confusas, as Melhores Ultrapassagens... outro belo blog para ser visitado. Muitas Vezes.


6 - Castelo de Beja. Este é o blog do jocasipe (José Carlos Pereira), sediado em Beja. Para além do automobilsmo, ele fala também sobre a cidade em que vive, especialmente quando compara com o passado. Para além disso, também coloca umas larachas sobre o estado do nosso país e do nosso governo...


7 - F1 Girls. Foi o primeiro blog feminino que eu descobri. São quatro mulheres, todas viciadas no automobilismo, e falam sempre da actualidade, com algumas incursões pelo humor. Mais outro blog a não perder, pessoal!


E pronto, eis a minha escolha. Desculpem-me lá se não meti o Blog F-1, o Blog da Aline, o Blog Guard Rail, ou o Octeto Racing Team. O Nuvolari já as tinha escolhido, e hoje quis escolher blogs que ainda não tinham sido escolhidos. Se ele não vos tivesse, estariam aqui de certeza. E desculpem os outros, pois escolher sete num universo de dezenas de blogs não é tarefa fácil. Espero que me perdoem!

Continental Circus, 1º aniversário (VII): O texto de Priscilla Bar

Bom, e ao sétimo dia, coloco aqui o texto de alguém que anda por aqui há pouco tempo, mas que já marcou presença neste nosso universo. A Priscilla Bar, brasileira de nascimento, mas a viver actualmente nas Ilhas Canárias, escreveu um texto simpático para mim, neste aniversário do blog.

Já agora, ela é a rapariga por detrás do Guard Rail, que é um blog interessante, pois não é todos os dias que se tem um blog que está no "centro do furacão", pelo menos em termos alonsistas...

Portanto, eis a mensagem que ela deixou:

"Sou nova nessa "profissão" de blogueira, mas Deus sabe o quanto eu gostaria de ter começado antes pra ter conhecido as pessoas bacanas que conheço hoje.

Os blogs alcançam o mundo... Nossas palavras são lidas em todo o mundo. Agora mesmo estou aqui, escrevendo das Ilhas Canárias, Espanha (Sim,Espanha!Nao África...rs) enviando esse e-mail pra Portugal, que será lido por pessoas de lugares que eu nem conheço.

Pois é, Speeder! Parabéns! Seu Continental Circus é lido no mundo inteiro e vai fazer aniversário dia 12 com mais e 90000 visitantes...Se Deus quiser! Sendo seu blog"aquariano" não me estranha o sucesso...hehe (sou do dia 14).

Contar algo sobre você seria mentir, porque ainda nao nos conhecemos tanto, mas sobre o seu blog , já te digo: sou figurinha fácil aqui. E sabe de que eu mais gosto? Informaçoes "fresquinhas" sobre os "portugas"...heheheh

Parabéns mais uma vez e que tudo siga assim de bom, viu?!Beijos.

Priscilla Bar - Blog Guard Rail"

Obrigado por tudo, Priscilla. Já tem mais um adepto fiel do teu blog, viu?

Ecos de Bombaim - O novo Force India VJM-01

A Force India (ex-Spyker, ex-Midland, ex-Jordan...) apresentou hoje na capital financeira da India o seu o seu primeiro carro sob nova gerência. E nova gerência significa novas cores. O bordeaux dos testes deu lugar a um carro branco e dourado, com um grande patrocinio da Kingfisher, a cerveja (e companhia aérea) detida por Vijay Maliya.


O proprietário mostrou-se orgulhoso para fazer parte de uma elite. «Existem somente onze equipas na Fórmula 1, pelo que sinto uma grande honra em fazer parte desse restrito lote.», referiu. Apesar de um investimento pessoal na ordem dos 120 milhões de dólares, só este ano, dificilmente a equipa sairá dos lugares do fundo de pelotão. Contudo, apesar desta apresentação, o novo chassis só estará pronto para testar em pista no próximo dia 25 deste mês.

A equipa apresentará este ano os pilotos Adrian Sutil e Giancarlo Fisichella. O veterano corredor italiano, ex-Benetton, ex-Jordan e ex-Renault, entre outros, está confiante que levará o carro aos lugares pontuáveis: «O meu objectivo é obter grandes resultados por esta equipa. Este ano vou procurar pontuar e em 2009 chegar ao pódio. Progredimos nos últimos testes e os resultados são bastante animadores», declarou à Autosport inglesa.

Quando as coisas se tinham acalmado...

Eis Fernando Alonso a agitar as águas e a alimentar especulações sobre uma ida para a Ferrari já em 2009. O piloto espanhol, que assinou pela Renault esta temporada, sempre se mostrou esquivo em relação às perguntas sobre a duração do seu contrato.




Hoje, porém, alimentou mais a especulação, ao afirmar na revista suiça Motorsport Aktuell que o eventual permanência na Renault em 2009 está condicionada por três factores: «A competitividade do meu monolugar, o ambiente na equipa e o elemento financeiro», referiu.


As afirmações de Alonso estão a mostrar que ele deve ter em mente um contrato com a Ferrari, que provavelmente deve estar apalavrado, senão assinado, com Luca de Montezemolo, para 2009. O unico obstáculo deve ser Felipe Massa, cujo "manager" é Nicolas Todt, filho de Jean Todt.


Entretanto, a entrevista serviu também para falar sobre as suas hipóteses para o título mundial nesta época: «A reconquista do título é um objectivo a médio prazo. Será muito difícil lutar com a Ferrari e com a McLaren, portanto os objectivos para 2008 passam por lutar pelos pódios.», referiu o piloto das Asturias.

O piloto do dia - Richard Seaman

Ainda continuo nos anos 30, a época das "Flechas de Prata", para falar de um piloto que, muito antes de Mike Hawthorn, Stirling Moss, Tony Brooks ou Peter Collins, levou o nome da Inglaterra bem alto nas pistas europeias, numa altura em que as relações entre esta e a Alemanha eram tensas, prevendo uma devastadora guerra à escala mundial. Hoje falo de Richard "Dick" Seaman.


Nascido a 4 de Fevereiro de 1913 em Chichester, no sul de Inglaterra, era filho de um rico homem de negócios e de uma aristocrata. Logo, viveu sempre em berço de ouro, o que ajudou a pagar desde cedo a sua paixão pelos automóveis. Educado em colégios de elite (Rugby School) e na Trinity College, na Universidade de Cambridge, começou a correr em subidas de montanha. Em 1934, foi para a Europa ao volante de um MG, para ganhar experiência. Ganhou o GP da Suiça na categoria de Voiturettes, o que lhe motivou a correr ainda mais.



A familia estava contra, pois queria que ele desistisse das corridas para que este seguisse uma carreira como advogado ou como deputado "Tory". Mas este estava decidido a ter uma carreira nas corridas. Tanto que quando o seu pai morreu, em 1935, Richard pressionou sempre a sua mãe para que lhe desse dinheiro para comprar um carro ERA para correr. Ao lado de Guido Ramponi, antigo engenheiro da Alfa Romeo, verificou que não ia a lado nenhum com esse carro, e comprou um Delage, onde conheceu o sucesso em 1936.


Quem observou deliciado os pormenores deste jovem corredor inglês era Alfred Neubauer, o director desportivo da Mercedes. No final desse ano, pediu a Seaman para que fosse testar um dos seus carros em Monza. Impressionado com os resultados, pouco tempo depois, e com aprovação do próprio Adolf Hitler, assinou contrato com a equipa. Desta vez, a mãe ficou duplamente preocupada: para além do automobilismo, ele iria correr pela Alemanha nazi, a maior ameaça à paz da Europa.


O ano de 1937 foi de adaptação, onde o seu melhor resultado foi um segundo lugar na Vanderbilt Cup, em Nova Iorque. Em 1938, um novo regulamento entrava em vigor, onde os carros não podiam ter motores de três litros, e o novo carro da Mercedes iria demorar algum tempo a estar pronto. Sendo assim, tirou férias e entranhou-se na vida social alemã. Foi aí que conheceu Erica Popp, então com 18 anos, filha de um dos fundadores da BMW. Imediatamente se apaixonaram e no final de 1938, casaram-se. Mas a mãe de Seaman não aprovou o casamento, devido ao facto de ela ser alemã, e os dois cortaram relações.


Em termos competitivos, o ano de 1938 para Seaman começou em Junho, no GP de França. Apesar de não ter acabado, isso não abalou a sua confiança e na corrida seguinte, em Nurburgring, o novo carro esta pronto e Seaman marcou o terceiro posto nos treinos. Na corrida, Seaman era segundo, atrás de Manfred Von Brauchitsch, quando este foi para a box trocar de pneus e teve um principio de incêndio. Liderando a corrida, não mais abandonou até final, surpreendendo a Alemanha e Hitler. O embaraço foi maior quando este fez a saudação nazi. Apesar do gesto ter caido bem na Alemanha, a coisa não foi lá muito bem recebida em Inglaterra, já que se aproximava a primeira grande crise europeia, com a questão dos Sudetas, na Checoslováquia.


Mas imune a todas as politiquices, Richard Seaman somente disse: "Gostaria que esta vitória tivesse acontecido ao volante de um carro britânico"



Essa vitória foi o suficiente para que Seaman visse o seu contrato renovado para a temporada de 1939. Estava ansioso para se mostrar como primeiro piloto, especialmente quando os Mercedes e a Auto Union aparecessem para o Grande Prémio da Grã-Bretanha, em Donnington Park, que estava marcado para o dia 30 de Setembro desse ano. A primeira grande oportunidade que teve que Seaman teve para se mostrar foi no GP da Belgica, a 25 de Junho de 1939.


O dia tinha amanhecido chuvoso, e a corrida iria acontecer nessas condições. Na partida, Seaman perseguiu Rudolf Caracciola, que era o "Regenmeister", mestre da chuva. Na volta nove, Caracciola despistou-se e Seaman passou para a liderança. Nas 12 voltas seguintes, Seaman lutou contra uma pista onde havia zonas secas e molhadas, pois a chuva entretanto tinha parado. Mas na volta 22, o desastre acontece: no gancho de La Sorce, alargou demais a sua trajectória e despitou-se, batendo numa árvore. O carro ficou de pernas para o ar, e para piorar, o depósito de combustível rebentou e pegou fogo. Dois comissários conseguiram tirá-lo do carro, mas Seaman estava gravemente queimado.


No hospital, disse a um destroçado Rudolf Ulenhaut, o unico membro da equipa que sabia falar inglês, o seguinte: "Ia depressa demais para as condições da pista. A culpa foi minha, desculpem-me". Cerca da meia noite desse dia, Richard Seaman estava morto. Aos 26 anos.


A Mercedes ordenou que todos os seus concessionários colocassem uma fotografia de Seaman. Representantes das duas marcas foram ao seu funeral, em Londres, e o próprio Adolf Hitler mandou uma enorme coroa de flores ao seu funeral. Pouco mais de dois meses depois, Inglaterra e Alemanha estavam em guerra um contra o outro, quatro semanas antes do GP da Grã-Bretanha, em Donnington. Obviamente, não se realizou.


Até aos dias de hoje, a Mercedes ainda cuida da sua campa.






Fontes:


Bandeira da Vitória - Ed. Autosport, Lisboa, 1996


http://www.ddavid.com/formula1/seaman.htm
http://observer.guardian.co.uk/osm/story/0,6903,782811,00.html
http://en.wikipedia.org/wiki/Richard_Seaman

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

Noticias: Bakkerud companheiro de Parente na Super Nova

No dia em que Alvaro Parente assinou pela Super Nova para a GP2 em 2008, a mesma equipa anunciou a contratação não do espanhol Roldan Rodriguez, mas sim do dinamarquês Christian Bakkerud.




É uma dupla que se junta de novo: em 2005, Bakkerud e Parente foram companheiros na Carlin, mas o dinamarquês foi sempre o mais fraco dos três membros da equipa (o terceiro elemento era o americano Charlie Kimball)


Bakkerud esteve na GP2 no ano passado, pela equipa DPR, ao lado do espanhol Andy Souchek, mas não marcou pontos. Agora em 2008, está na equipa para a GP2 Asia Series, e parte para uma segunda temporada que tem de ser muito melhor daquela que passou, pois asim vai ser como há três épocas atrás: sem ver de vista o carro do português...