sábado, 14 de março de 2015

Formula E 2015 - Ronda 5, Miami (Corrida)

As corridas da nova Formula E começam a ser emocionantes, não só por causa dos carros rodarem juntos, mas também pelo facto dos pilotos andarem sempre com o pé em baixo que acabam sempre no limite da energia. E nesta quinta corrida do ano, quinto vencedor diferente: Nicolas Prost venceu a sua primeira corrida, na frente do surpreendente americano Scott Speed, e do alemão Daniel Abt. Nelson Piquet Jr. foi o melhor dos brasileiros, na quinta posição, à frente de Antonio Félix da Costa, que fez uma corrida sempre a subir, ele que teve uma má qualificação, começando na 18ª posição da grelha.

Quatro horas depois da qualificação, máquinas e pilotos alinhavam na grelha de partida para a corrida, com Jean-Eric Vergne a ser o favorito para a vitória, mas Nelson Piquet Jr. estava à espreita para a vitória, ele que era um dos pilotos com mais pódios até então. Estava... estaria, pois a organização decidiu penalizá-lo em cinco posições, pois não abrandou em zona de bandeiras amarelas. Outro dos que perdeu cinco posições foi Jarno Trulli, que beneficiou pilotos como Félix da Costa, que subiu um lugar na grelha. 

A partida aconteceu sem incidentes, com Vergne na frente de Sam Bird e Nicolas Prost, enquanto que Piquet permaneceu para o sétimo posto. Nas voltas seguintes, o inglês tentou passar o francês da Andretti, fazendo com que ele estivesse em posição defensiva. Contudo, com o passar das voltas, não havia novidades. Só na volta 19, antes da paragem nas boxes, é que o britânico conseguiu passar Vergne para a liderança.

Imediatamente, o francês foi trocar de carro, mas Bird ficou na pista... o que foi um erro. As baterias acabaram para ele e lentamente, foi para as boxes. Quem beneficiou disto tudo foi Nelson Piquet Jr, que ficou mais uma volta na pista e ficou na liderança. Após a sua paragem nas boxes, o lider era Daniel Abt, que era pressionado por Nicolas Prost. Di Grassi era o terceiro, seguido dos Andretti de Vergne e Speed. Na volta 25, o americano conseguiu surpreender o francês e ficou com o quarto posto.

Apenas na volta 26 é que houve a primeira desistência da corrida, com Bruno Senna.

A parte final da corrida assistiu-se à pressão de Nicolas Prost sobre Daniel Abt, com Di Grassi a assistir e Speed a aproximar-se do trio. Atrás, Vergne perdia posições, e na volta 32, foi passado por Nelson Piquet Jr. Duas voltas depois, Scott Speed consegue o terceiro lugar, passando Lucas di Grassi. A partir dali, tentou aproximar-se de Prost, mas a duas voltas do fim, o francês passa Abt, e o americano aproveita.   

No final, com os carros a perder energia, Di Grassi perde posições para boa parte do pelotão, e a tentativa de Speed para alcançar a vitória é abortada com uma zona de bandeiras amarelas, dando ao francês a sua primeira vitória na competição. Speed foi o segundo e Abt o terceiro, também no seu primeiro pódio da temporada. Jerôme D'Ambrosio foi o quarto, seguido de Nelson Piquet Jr. e António Félix da Costa.

Com esta vitória, Prost ascendeu à liderança, com 67 pontos, mais sete do que Lucas di Grassi. Sam Bird é o terceiro, com 52, segundo de Nelson Piquet Jr. com 49. Sebastien Buemi é o terceiro, com 43, seguido por Félix da Costa, com 37, mais três do que Jerôme D'Ambrosio.

A próxima corrida da Formula E vai ser dentro de duas semanas, a 4 de abril, em Long Beach.

Formula 1 2015 - Ronda 1, Austrália (Qualificação)

Temporada nova, problemas velhos. Se quisermos resumir as coisas a uma única frase, esta seria a escolhida. É sabido que o dinheiro nas equipas abaixo da Lotus não abunda, e que os pilotos pagantes começam a ser tanto quanto os pilotos com talento, mas ao longo da pré-temporada, enquanto viamos as equipas a testar em Jerez e Barcelona, acompanhávamos a saga da Manor-Marussia para se colocar de pé, e que conseguiu mesmo à justa ter dois carros prontos para Melbourne.

Mas na semana da corrida australiana, a última coisa que esperávamos ver era um piloto a reivindicar o direito a correr num carro de Formula 1. E os eventos que rodearam a polémica entre Giedo van der Garde e a Sauber demonstraram alguns dos podres que existem nesta categoria do automobilismo. Que uma equipa como a que têm a sua sede em Hinwill estava tão desesperada por dinheiro era capaz de rasgar contratos porque apareciam pilotos mais endinheirados do que ele, e estes não lhe davam qualquer satisfação senão a do vil metal.

Claro, ele reagiu e apanhou Monisha Kalternborn com as calças na mão, pois sabia que se no mundo fechado da Formula 1 há muito vive numa bolha, pensa também que está  acima da lei. Não está, e o embaraço arrastou-se até este sábado de manhã, com ambas as partes a chegarem a um acordo. Mas isto não é o fim, são apenas tréguas.

Resolvida (provisóriamente) esta contenda, passamos aos factos. Se inicialmente disse que apesar da nova temporada, os vícios são os mesmos de 2014, nem tudo está certo. É verdade que a Mercedes corria o risco de dominar tudo, mas o que seria interessante de ver eram duas coisas: até que ponto esse dominio seria grande ou pequeno, e dos desafiadores, qual deles iria ser o melhor e quem iria vacilar. E os primeiros escândalos começariam logo a aparecer...

Com o Q1 a ver a Manor nas boxes - sem o software para ligar os seus motores Ferrari de 2014, eles não vão correr - todos queriam saber quem iria ocupar as três vagas que restavam. E ali, as surpresas apareceriam. A McLaren, que viveu um inferno na sua temporada de testes com o novo motor Honda, e o choque do carro de Fernando Alonso, que o deixou inconsciente e o obrigou a ausentar-se desta primeira corrida do ano, continuava a não melhorar e alcançou as raias de escândalo quando se descobriu que iria partir da última fila da grelha de partida, com tempos assustadoramente lentos. Mais lentos do que o Sauber de Marcus Ericsson!

Pior do que isto, em termos históricos, só no GP do Mónaco de 1983, quando Niki Lauda e John Watson não conseguiram se qualificar no principado.

Com o tempo a fechar-se em Melbourne, e a pista a arrefecer, havia um dilema sobre os pneus a usar. Se a maioria dos pilotos usava os pneus moles para fazer o melhor tempo possivel, os Mercedes andavam quase sempre com os médios, e mesmo assim conseguiam ficar na frente da concorrência. E no final da Q2, as saidas mais surpreendentes foram as de Max Verstappen - mas ele teve uma pequena saída de pista na sua volta mais rápida - o Red Bull de Daniil Kvyat, o Sauber de Felipe Nasr e os Force India. Isto significava que entre os que tinham passado para a Q3, havia um Toro Rosso e um Red Bull: Carlos Sainz Jr e Daniel Ricciardo.

Na Q3, uma verdade se impôs: os Mercedes monopolizaram a primeira fila da grelha. Mas a maneira como aconteceu ganhou contornos de crueldade, especialmente quando Lewisd Hamilton calçou os pneus moles. A sua primeira volta mais veloz deixou a concorrência a... 1,3 segundos, pulverizando-a. Na sua segunda tentativa, melhorou um pouco, mas Nico Rosberg ficou a meio segundo dele. Hamilton demonstrou que estava ali para ganhar, e a Mercedes para dominar, e parece que vai ser assim para o resto do ano.

Depois dos outros, a distribuição parece ser semelhante ao do ano passado, mas com nuances. Felipe Massa foi o terceiro, e a seguir ficou o Ferrari de Sebastian Vettel, com Valtteri Bottas no quinto posto, na frente de Kimi Raikkonen. Daniel Ricciardo só conseguiu tirar o sétimo lugar, na frente de Sainz Jr, enquanto que os Lotus fecham a quinta fila.

Daqui a 24 horas veremos que surpresas isto vai acarretar, mas a minha suspeita é que isto vai ser o longo passeio dos Mercedes. Veremos.

Formula E: Vergne o melhor na qualificação em Miami

Jean-Eric Vergne foi o melhor nas ruas de Miami, ao conseguir a sua segunda pole-position da sua carreira na Formula E, que aconteceu nesta tarde nas ruas de Miami, na Florida. Nelson Piquet Jr. parte a seu lado na grelha de partida, na frente de Nicolas Prost, enquanto que António Félix da Costa, o vencedor de Buenos Aires, não conseguiu mais do que o 18º melhor tempo, e vai partir da penúltima fila da grelha de partida. 

Debaixo de sol e calor, máquinas e pilotos preparavam-se para a qualificação da quinta prova do campeonato, a primeira de duas corridas em solo americano. No final do primeiro grupo, Prost foi o melhor, seguido por Heidfeld e Buemi. Mas no segundo grupo, Abt e Bird lutavam pelo terceiro melhor tempo, no meio das bandeiras amarelas causadas pelo acidente de Karun Chandhok. No final do segundo grupo, nenhum deles não conseguiu bater os tempos de Prost, com Sam Bird a subir ao segundo posto. Lucas di Grassi conseguiu o quarto melhor tempo, ao fim do segundo grupo.

No terceiro grupo, entraram os carros da China Racing, o Andretti de Jean-Eric Vergne, o Trulli de Vitantonio Liuzzi e o Venturi de Stephane Sarrazin. Pic sofreu um pequeno despiste, mas no final, Jean-Eric Vergne marca 1.05,9 e ficou na frente da tabela de tempos. Mas Nelson Piquet Jr. quase bate na sua tentativa de volta mais rápida e consegue o segundo melhor tempo, com 1.06,003 segundos.

Por fim, saiu o último grupo, com Jaime Alguersuari, António Félix da Costa, Salvador Duran, Jerome D'Ambrosio e Bruno Senna. Apesar dos esforços, apenas D'Ambrosio marcou um tempo relevante, pois foi oitavo na grelha. Senna e Félix da Costa tiveram dificuldades com os seus carros (o do português fugia de traseira nas travagens) e ficaram respectivamente com o 17º e 18º tempo da sessão.

No final, Vergne comemorava a sua segunda pole-position na sua carreira na Formula E e era o favorito à vitória na corrida da tarde nas ruas da cidade americana. 

CNR 2015 - Ronda 1, Rali Serras de Fafe (Dia 1)

Começou esta noite o Rali Serras de Fafe, a primeira prova do campeonato nacional de ralis. Apesar da grande maioria dos troços a serem disputados este sábado à volta de Fafe, na noite desta sexta-feira realizaram-se duas especiais na zona de Confurco, onde o Rali de Portugal costuma ter uma das suas classificativas mais emblemáticas. E após estas duas primeiras classificativas, o Ford Fiesta R5 de Ricardo Moura já lidera, com uma vantagem de 5,8 segundos sobre João Barros, também num Ford Fiesta R5.

Debaixo de muito público, máquinas e pilotos fizeram a primeira passagem por lá, onde o melhor foi o piloto açoriano, que conseguiu logo 4,8 segundos de vantagem sobre Barros. A 7,4 segundos, no terceiro lugar, ficava o Citroen DS3 R5 de José Pedro Fontes. Contudo, ainda na primeira passagem, Diogo Salvi, noutro Ford Fiesta R5, despistou-se e bloqueou a estrada, obrigando à neutralização do troço por parte da organização.

Foi muito bom mas não foi fácil pois havia muitos sítios onde não se via nada com autênticas paredes de pó. Mas senti-me confortável com o carro e as afinações pareceram-me bem”, começou por afirmar Ricardo Moura no final da primeira passagem.

O troço tinha muito gravilha e pó e isso condicionou o andamento. Mas acho que não estivemos mal para a entrada do rali. Contudo, houve alturas em que tive que travar a fundo por não ver nada. O set up não estava perfeito pois estava ligeiramente duro”, respondeu João Barros.

Na segunda passagem, Ricardo Moura alargou a liderança, ganhando 5,8 segundos sobre João Barros. Miguel Campos, no seu Peugeot 208 Ti16, foi o terceiro, a oito segundos do vencedor e trocando de lugar com José Pedro Fontes na geral, já que o piloto do DS3 R5 perdeu doze segundos para Moura nesta especial. Pedro Meireles (na foto) era o quinto, na frente de Carlos Martins, ambos em Skoda Fabia S2000.

Foi ótimo entrar desta forma, estou confiante. Senti.me confortável, o carro está bem afinado e a diferença menor na segunda passagem tem a ver com o facto de eu entrar sempre mais forte nas primeiras passagens, enquanto os meus adversários não costumam entrar tão bem", afirmou Moura, após a segunda especial.

Correu bem, estou na luta e fiquei com a certeza que tenho carro e ritmo para andar a lutar pela vitória”, respondeu João Barros, então o segundo classificado, enquanto que Miguel Campos manifestava algumas queixas. “Foi melhor do que estava à espera. Correu tudo bem, ainda que ache que o tempo atribuído foi injusto, e devia ter sido tempo do Ricardo Moura”, comentou.

Em relação aos estrangeiros, o espanhol Pepe Lopez é o melhor, ocupando o 11º posto no seu Peugeot 208 R2, enquanto que Max Vatanen é o 14º no seu Ford Fiesta R4.

O rali Serras de Fafe continua amanhã. 

sexta-feira, 13 de março de 2015

Última Hora: Sauber e Van der Garde chegaram a um acordo

Sauber e Giedo van der Garde chegaram a um acordo na noite desta sexta-feira (manhã de sábado em paragens australianas) em que o piloto holandês decidiu abdicar do seu direito de correr, libertando a equipa suiça dos seus compromissos no fim de semana australiano. O acordo foi anunciado quando ambas as partes estavam presentes na sala da Suprema Corte de Melbourne, na Austrália.

Após o julgamento, Van der Garde escreveu na sua página de Facebook que tomou esta decisão em nome do supremo interesse do desporto:

"No que diz respeito ao interesse do automobilismo, e à Formula 1 em especial, eu decidi abdicar dos meus direitos legais para a corrida deste fim de semana em Melbourne. Como eu sou um piloto de corridas, esta decisão foi muito difícil para mim." começou por comentar.

No entanto, também gostaria de respeitar o interesse da FIA, Sauber Motorsport, bem como [os pilotos] Nasr e Ericsson. Os meus gestores vão continuar a negociar com a Sauber no início da próxima semana para encontrar uma solução mutuamente aceitável para a situação atual do qual estamos agora.

Estou certo que será encontrado a tal solução e quando acontecer, irei informar os media." concluiu.

Por agora, a Sauber poderá correr no resto do fim de semana, com Felipe Nasr e Marcus Ericsson aos comandos dos carros da equipa suíça. Mas a Suprema Corte do Estado de Vitória disse no Twitter que o processo ainda corre e não foi anulado com este anuncio de acordo, logo, poderá haver surpresas.

Liuzzi substitui Cerruti na Trulli

E a pouco mais de 24 horas da corrida de Miami, houve mais uma mudança no pelotão da Formula E. Soube-se nesta quinta-feira à noite que a Trulli GP iria substituir Michela Cerutti por Vitantonio Liuzzi, deixando o pelotão da Formula E sem mulheres, e tendo mais um ex-piloto de Formula 1 por lá. Liuzzi, de 34 anos, teve entre 2005 e 2011 passagens pela Red Bull, Toro Rosso, Force India e HRT, e no ano passado corria no Japão, pelos Super GT.

A mexida, do qual eu falo ali no Motordrome, apanhou Liuzzi tão desprevenido que nem trouxe o seu fato de competição: "A primeira grande tarefa será a de encontrar um fato de corrida! Não se surpreenda se você me ver num dos capacetes de Jarno!", comentou.

Com isto, mantêm-se o número de italianos correndo na competição, mas aumenta o numero de pilotos que tiveram passagem pela Formula 1. Agora são catorze, em vinte pilotos presentes.

A foto do dia

Podia hoje ter falado da Formula 1 e da Formula E, que correm neste fim de semana, mas este final de semana (dizendo melhor, hoje à noite!) começa o Campeonato Nacional de Ralis (CNR), com o Rali Serras de Fafe, em percursos que daqui a dois meses verão o Rali de Portugal.

Provavelmente, este deve ser um dos carros a ver não só neste rali, como na temporada: o Citroen DS3 R5 de José Pedro Fontes, que foi vice-campeão em 2014 com um Porsche 911. Ver este carro ao lado dos Ford Fiesta RRC ou dos Skoda Fabia S2000 é uma interessante curiosidade, num pelotão que está mais rico em termos de carros do que no ano passado. E ainda falta o Peugeot 208 de Miguel Campos...

E a lista de inscritos é enorme para os padrões nacionais: 76 carros. É que por ali ainda andarão alguns pilotos estrangeiros, como o Max Vatanen, o filho do Ari Vatanen, e o belga Guillaume de Mévius, filho de Gregoire De Mévius.

Em suma, o campeonato nacional de ralis deste ano promete muito. 

A minha contribuição para o podcast do Portal Sportszone

O Deivison da Conceição, do Portal Sportszone, pediu-me para que colaborasse no podcast dele e foi o que fiz esta semana, quando falei da antevisão do campeonato de Formula 1 de 2015. Ainda acho que vai ser um passeio das Mercedes, mas espero que a concorrência me surpreenda!

Bom, caso me queiram ouvir, eis o link: http://portalsportszone.com.br/?p=3449

Formula 1 em Cartoons - A espera australiana (Cire Box)

Para quem vive na Europa, como eu, é assim que vemos quando acontecem as corridas na Ásia e na Austrália...

Formula 1 em Cartoons - GP Austrália 1986 (Pilotoons)

O GP da Austrália é a prova de abertura do mundial, mas até 1995, era a prova de... encerramento. E claro, foi local de eventos decisivos. E o maior de todos foi a da edição de 1986, quando Nigel Mansell tinha o titulo na mão, mas um furo a alta velocidade na Brabham Straight fez perder essa chance a favor de Alain Prost.

E é isso que o Bruno Mantovani lembra hoje nos seus Pilotoons.

A minha entrevista ao 16 Valvulas

De quando em quando acontecem destas coisas. Fui entrevistado nesta quinta-feira para o programa de rádio online 16 Valvulas, onde dei as minhas opiniões - ou "bitaites" - sobre a temporada de Formula 1 que se avizinha. Quem vai ganhar, quem vão ser os pilotos debaixo de olho, que acho sobre o que aconteceu ao Fernando Alonso nos testes de Barcelona.

A conversa foi ótima e fluida, e o resultado final pode ser ouvido por aqui, através deste link.

http://radio16valvulas.podomatic.com/entry/2015-03-12T15_23_15-07_00

Vá, percam uns minutos da vossa vida para me ouvirem.


Um teatro chamado Van der Garde e a Sauber

Não sei se isto vira novela, comédia, ou caso de policia, mas Giedo van der Garde virou o homem do momento e todos os holofotes estão apontados para ele. Por todas as razões... menos as desportivas. Como podem ver, coube no fato de competição do Marcus Ericsson, que aparentemente, iria ser o sacrificado neste fim de semana australiano.

Mas isto pode não ser tudo: é que nesta madrugada, segundo conta o jornalista Adam Cooper, o advogado de Giedo van der Garde está no tribunal para pedir... a detenção de Monisha Kalterborn, a patroa da Sauber. O caso está a ser acompanhado pelo Twitter do jornalista, e segundo ele, está a acusá-la de obstrução à justiça.

Por muito que as pessoas odeiem e o mostrem como o "mau da fita", Van der Garde não faz mais do que valer os seus direitos. O "mau da fita" é a Sauber, na figura de Kalternborn, por ter permitido validar um contrato e assinar outros dois, por pilotos pagantes - que pagaram bem caro pelo seu direito de correr por ali - e depois um deles têm de ser sacrificado porque o outro piloto, que levou menos dinheiro, valeu os seus direitos trabalhistas sobre um contrato que não foi anulado, ou que os advogados se esqueceram de o anular devidamente.

Já agora, a FIA já lavou as mãos deste assunto, qual Pôncio Pilatos, afirmando que "é uma questão entre Sauber e Van der Garde". E é verdade: é uma questão trabalhista entre duas partes. E para vos ser honesto, a Sauber não têm hipótese nenhuma. O tribunal está a pedir uma lista de bens para apreender, caso chegue a esse ponto, e Monisha Kalternborn já saiu do circuito, provavelmente rumo ao tribunal.

Mas esta foto acima é um teatro, para inglês ver. Se parecia que Marcus Ericsson iria ser o sacrificado para cumprir uma decisão de um tribunal local, a realidade é outra. E essa se chama Super-Licença. É que a ela não foi renovada para o piloto holandês - apesar de ter feito alguns treinos livres no ano passado - e apesar de poder correr nos primeiros treinos livres com ela - não poderá correr no resto do fim de semana, porque este não chegará a tempo. É que em média, a FIA demora cerca de 15 dias para os emitir. 

Portanto, tudo isto é mais teatro do que outra coisa. Mas Van der Garde é o grande vencedor do fim de semana. Fez valer os seus direitos e denunciou um erro cometido por uma equipa, que julgava que podia rasgar contratos e sair impune. Não foi assim, mas a novela ainda não acabou.

quinta-feira, 12 de março de 2015

A foto do dia

Michael Schumacher comemorando a vitória no GP da Austrália do ano 2000, com o seu irmão Ralf Schumacher em segundo plano. A foto, tirada por Paul-Henri Cahier, mostra precisamente o momento em que, há 15 anos, começava o domínio dos Ferrari na Formula 1.

O piloto alemão entrava na sua quinta temporada em Maranello, e o ano anterior tinha sido frustrante, com o seu acidente em Silverstone e cortar a meio essa temporada. Só voltou para as duas últimas corridas do ano, para tentar ajudar Eddie Irvine a ser campeão, mas não conseguiu, a favor de Mika Hakkinen.

A temporada de 2000 foi um autêntico "vai ou racha", para demonstrar que a sua ida não tinha sido um erro, que a Ferrari era uma potencia no automobilismo, que o peso da sua história não o dobrava e não o ficasse a viver do passado, dos troféus. Sem vencer um campeonato de pilotos desde 1979, com Jody Scheckter, tinha também de justificar os muitos milhões que Maranello lhe dava. A ele, a Ross Brawn, a Jean Todt, a Rory Bryne. E também a Luca de Montezemolo.

Ali - não sabiamos ou somente os mais crentes queriam acreditar - começou uma era dourada para o Cavalino Rampante. Quebrado o domínio da McLaren, a partir dali, transformou-se numa "Formula Ferrari" ou "Formula Schumacher", tanto que houve regras que foram mudadas para atenuar o dominio da Ferrari, de tão óbvio que era. Só foi quebrado em 2005, com uma nova geração, com Fernando Alonso, mas houve tempo mais do que suficiente para dourar as páginas de história e conseguir uma nova geração de adeptos. E foi esse momento, há 15 anos, que tudo começou.

Youtube Formula 1 Ad: Uma paragem "like a sir"

A Hackett é uma forma de roupas britânica que a partir deste ano é patrocinadora da Williams. E para anunciar a nova parceria, decidiu... fazer uma paragem nas boxes "Like a Sir"! 

As filmagens foram feitas em Jerez e vi isto pela primeira vez no WTF1.co.uk.

Formula 1 em Cartoons: "Van der Lawyer" em Melbourne

Não sei quem é o cartoonista, mas esta vi no BrieF1ng, do Felipe Vaamonde. Já agora, a expressão no canto inferior direito é um ser a perguntar "será que esta gente da Sauber não poderia fazer time-sharing?"

Post-Scriptum: Em tempo, o cartoon é da autoria do australiano Mark Knight, do jornal local Herald Sun, de Melbourne.

GP Memória - Austrália 2000

Três meses depois do final emocionante do campeonato de 1999, favorável pela segunda vez consecutiva ao finlandês Mika Hakkinen, a Ferrari queria fazer este ano o definitivo, onde "ou vai ou racha" para ver se quebravam a malapata de 21 anos em termos de títulos mundiais de pilotos, que estava pendente desde que Jody Scheckter venceu o mundial em 1979.

Para Michael Schumacher, a temporada de 1999 tinha sido para esquecer. O seu acidente em Silverstone o colocou fora de combate por meia temporada, regressando apenas nas duas últimas corridas do ano, e demonstrando que estava em forma. E tinha aproveitado o inverno para se fortalecer ainda mais, determinado que estava em vencer um campeonato pela Scuderia. ao seu lado iria ter um novo companheiro de equipa, na figura de Rubens Barrichello, vindo da Stewart.

Na McLaren, tudo na mesma. Mika Hakkinen e David Couthard ficavam na equipa, determinada a tentar o terceiro titulo consecutivo para Mika Hakkinen, no poderoso motor Mercedes, e esperava-se que a criação de Adrian Newey, o McLaren MP4-15, continuasse a ser superior aos Ferrari.

Em contraste, na Williams, os tempos eram de mudança. Frank Williams tinha conseguido um bom acordo com a BMW para lhe fornecer os motores, naquela que era um regresso da casa bávara à categoria máxima do automobilismo desde 1986. Quanto aos pilotos, Williams decidiu dispensar Alessandro Zanardi depois da sua má temporada na Formula 1, e achou que seria melhor se desse uma chance a alguns jovens pilotos. Depois de experimentar num "showdown" com o brasileiro Bruno Junqueira, o escolhido foi um jovem de 20 anos, o britânico Jenson Button, que tinha feito uma boa temporada na Formula 3 britânica. A escolha foi algo polémica, pois Williams tinha dispensado Bernoldi, bem mais experiente. Mas o Tio Frank sabia que era uma opção de futuro.

A Jordan tinha acabado de ter uma temporada de sonho, com Heinz-Harald Frentzen a lutar pelo título mundial, depois de ter conseguido duas vitórias em Magny-Cours e Monza, e Eddie Jordan esperava que no ano 2000 a equipa pudesse dar "o salto" para estar nos lugares da frente e lutar pelos títulos mundiais, ao lado de McLaren e Ferrari. O alemão continuava, mas em substituição de Damon Hill, que se tinha retirado no final da temporada passada, veio o italiano Jarno Trulli, que no ano anterior, estava na Prost Grand Prix. 

Entretanto, Ford decidiu comprar a equipa de Jackie Stewart por cerca de 60 milhões de dólares, enriquecendo o ex-piloto agora dono de equipa. Com a aquisição, decidiu rebatizá-la de Jaguar, para vender a marca britânica um pouco por todo o mundo. E decidiu contratar o irlandês Eddie Irvine, mantendo no lugar o veterano Johnny Herbert, que ia agora para a sua decima temporada na Formula 1.

A Benetton estava em decadência desde 1997, data da sua última vitória em corridas, e no ano anterior, apesar de um segundo lugar de Giancarlo Fisichella no Canadá, tinha conseguido apenas 16 pontos, a sua pior pontuação de sempre. Com os motores "Playlife" - outra maneira de dizer que tinham os envelhecidos V10 da Renault - Fisichella e o seu companheiro de equipa, o austríaco Alexander Wurz ficavam por ali pela terceira temporada consecutiva.

Ao mesmo tempo, a BAR, depois de uma péssima temporada inicial, onde não alcançou qualquer ponto, decidiu mudar de motores nessa temporada, dos Supertec para os Honda, mantendo a dupla de pilotos constituida por Jacques Villeneuve e Ricardo Zonta. Eles esperavam que com o novo conjunto chassis-motor, as alterações fossem imensas e os resultados estivessem ao nível do expectável para uma equipa que tinha investido imenso na temporada anterior.

Na Prost Grand Prix, Alain Prost lutava contra uns motores Peugeot que eram demasiado pesados para a concorrência. Contudo, na sua busca para manter uma "Ecurie de France", manteve o contrato e decidiu ter uma dupla totalmente nova para substituir Trulli e o francês Olivier Panis: o veterano francês Jean Alesi, que tinha sido seu companheiro de equipa nove anos antes na Ferrari, e o estreante alemão Nick Heidfeld.

A Sauber aproveitou os serviços de Mika Salo, que se tinha dado bem como substituto de Michael Schumacher, e iria ter a seu lado o brasileiro Pedro Diniz. Na Arrows, mais uma equipa com os motores Supertec V10, Pedro de la Rosa ficava para uma segunda temporada, acompanhado pelo holandês Jos Verstappen. E por fim, a Minardi mantinha Marc Gené, enquanto que Luca Badoer era substituido pelo argentino Gaston Mazzacane.

Os treinos mostraram um equilibro entre McLaren e Ferrari, mas no final, foi a equipa de Woking a monopolizar a primeira fila da grelha de partida, com Hakkinen a ser melhor do que Coulthard, enquanto que na segunda fila tinha outro monopólio, mas da Ferrari. Michael Schumacher era mais veloz do que Rubens Barrichello em 27 milésimos, enquanto que na terceira fila estava outro monopólio, mas da Jordan, com Heinz-Harald Frentzen a ser melhor do que Jarno Trulli. Eddie Irvine era sétimo no seu Jaguar, seguido pelo BAR-Honda de Jacques Villeneuve, enquanto que o "top ten" terminava com o Benetton de Giancarlo Fisichella e o Sauber de Mika Salo.

Dos estreantes, Nick Heidfeld dera-se melhor, com o 15º posto, enquanto que a última fila era preenchida pelo Williams de Jenson Button e pelo Minardi de Gaston Mazzacane.

A corrida começou com Jean Alesi a arrancar das boxes devido a problemas no seu Prost. Na largada, Hakkinen, Coulthard e Schumacher mantiveram as suas posições, mas Barrichello foi superado por Frentzen. Atrás, Button tentava recuperar o tempo perdido, passando seis carros logo na primeira volta, subindo para o 15º posto, enquanto que Marc Gené ia às boxes para reparar o seu carro, danificado depois de uma colisão com Nick Heidfeld.

Com o passar das voltas, os três primeiros afastavam-se de Frentzen, enquanto que na sétima volta, o Arrows de Pedro de la Rosa sofre um despiste devido à falha de um elemento da suspensão, que o projeta para o muro de proteção. Eddie Irvine, ao tentar evitar bater no piloto espanhol, despista-se e deixa morrer o seu motor Cosworth, numa posição perigosa na pista. E por causa disso, o Safety Car foi acionado.

Quando a corrida retoma na décima volta, o primeiro drama: Coulthard reduz drasticamente a sua velocidade, queixando-se do seu motor. Foi às boxes, mas cedo descobriu-se que o problema tinha a ver com uma válvula pneumática do motor Mercedes e retirou-se na volta seguinte, deixando Hakkinen e Schumacher à luta entre os dois. Mas mais drama iria acontecer na volta 18, quando Hakkinen também se retira com o mesmo problema, deixando Schumacher solitário na liderança, com Frentzen no segundo posto, mas a mais de 16 segundos.

Schumacher pararia apenas uma vez para se reabastecer, na volta 29, deixando os Jordan liderar temporariamente. A corrida de Frentzen acabaria na volta 36 devido a problemas de caixa de velocidades, deixando Barrichello no segundo lugar, já que este tinha conseguido passar Trulli nos reabastecimentos (tinha-se decidido que ele iria fazer dois). A sua leveza e maior velocidade de ponta fazia com que passasse Schumacher na volta 45, imediatamente antes de fazer a sua segunda paragem.

No final, a Ferrari conseguia uma dobradinha, com o lugar mais baixo do pódio a ser ocupado por Ralf Schumacher, a bordo do seu Williams. Nos restantes lugares pontuáveis ficaram o BAR de Jacques Villeneuve, o Benetton de Giancarlo Fisichella e o Sauber de Mika Salo. Porém, poucas horas depois, os comissários de pista decidiram desclassificar o finlandês da Sauber devido a uma irregularidade no seu chassis, e no seu lugar veio o segundo BAR de Ricardo Zonta.

A chuva de franceses em Miami

Se as coisas em Melbourne andam agitadas no muito da Formula 1, em Miami, palco da quinta etapa da Formula E é tudo mais pacifico. Dragon Racing e China Racing colocaram este fim de semana dois pilotos franceses nos seus bólidos, e ambos têm prestigio: Loic Duval é vencedor das 24 Horas de Le Mans, ao serviço da Audi, enquanto que para Charles Pic (na foto, em Pequim) que vai correr na China Racing no lugar de Ho-Pin Tung, é um regresso, depois de ter sido quarto lugar na ronda de abertura do campeonato, em Pequim.

Pois bem, esta tarde escrevo no Motordrome que Duval deverá correr para o resto da temporada, já que o seu anterior titular, o catalão Oriol Serviá, decidiu pendurar o capacete, para ser um dos diretores desportivos da equipa quer na Formula E, quer na IndyCar, que vai começar no final do mês não muito longe dali, em St. Petersburg. E estes dois pilotos franceses juntar-se-ão a outro estreante, o americano Scott Speed.

Quanto à "chuva de franceses" no inicio do título, não creio que seja um exagero assim. É que para além destes dois ainda temos Nicolas Prost, Stephane Sarrazin e Jean-Eric Vergne. E cinco pilotos em vinte carros são cerca de um quarto do atual pelotão da Formula E...

Van der Garde e a aquisição hostil

O Gabriel Lima lembrou nesta quarta-feira no site Total Race a última vez em que um piloto apelou aos tribunais o direito de correr num carro de Formula 1. Foi em junho de 1991, quando o italiano Alessandro Caffi, que tinha ficado de fora após um acidente bem feio na qualificação do GP do Mónaco - o carro ficou partido em dois! - descobriu que a Arrows, a equipa onde corria, queria ficar com o sueco Stefan Johansson, o seu substituto nas duas corridas no qual ficou ausente. 

Caffi, para fazer valer os seus direitos, foi a tribunal e eles lhe deram razão. Contrariados, deixaram que ele voltasse e lá ficou até ao final dessa temporada, a pior de sempre da Arrows por causa do V12 da Porsche, um notório fracasso por ser demasiado pesado e pouco potente.

Ao contrário de Caffi, Van der Garde não esteve lesionado nos últimos tempos. Bem pelo contrário, passou todo o defeso a estar em boa forma para poder entrar num carro a qualquer momento, e podendo lançar o seu ataque no momento exato, o que fez nesta segunda-feira na Corte Suprema do estado de Vitória, de onde Melbourne é a capital. Mas tudo isto não é só um caso de um piloto fazer valer os seus direitos. Por trás disto está um dos homens mais ricos da Holanda e o sonho de ter uma equipa de Formula 1.

A história é contada pelo Victor Martins, no Grande Prêmio: o sogro de Van der Garde, Marcel Boekhoorn, dono da marca de roupas McGregor, tentou em meados do ano passado comprar a equipa por um bom preço, mas foi rechaçado por Peter Sauber e por Monisha Kalternborn. Dinheiro não é problema: Boekhoorn é dono de uma fortuna avaliada em dois mil milhões de euros, embora no ano passado tenha dado "apenas" oito milhões de euros para o seu genro...

A razão porque foi preterido a favor de Nasr e Van der Garde é simples e conhecida: eles deram mais, vinte milhões cada um. E com esses 40 millhões de euros, mais o dinheiro que a FIA deu à equipa por ser a décima classificada no Mundial de Construtores, tentou salvar a temporada, pagando as dívidas mais pendentes. Aliás, saíram noticias de que o desenvolvimento do carro ficou parado. E provavelmente, Sauber e Kalternborn apostaram todas as fichas no desempenho deste ano - o chassis do ano passado era um desastre porque tinha menos 15 por cento de downforce do que a concorrência, entre outros.

Em suma, Van der Garde é um "testa de ferro", provavelmente a fazer valer os seus direitos, que são legitimos, pois o contrato que assinou lhe prometeu um lugar como piloto titular em 2015, mas na realidade, é um pretexto para que o sogro compre a equipa. E não é algo novo: lembro que algures em 2010 ou 2011, Boekhoorn esteve interessado na Williams, mas o Tio Frank rechaçou as ofertas, pouco tempo antes de ele encontrar Toto Wolff e vender uma parte minoritária. Ele voltou à carga e no final do ano passado voou até Hinwill para comprar a Sauber, mas a oferta foi rechaçada.

Contudo, no imediato, a situação era muito delicada. A equipa contestou a decisão desta quarta-feira (mas perdeu de novo) e espera-se que hoje eles entreguem na FIA quem seria a dupla de pilotos neste fim de semana. E havia algo a seu favor: aparentemente, Van der Garde, no meio destas coisas, não pediu a tempo a renovação da Super Licença. E sem isso, a FIA não deixa correr, pelo menos em Melbourne. Mas Van der Garde já disse que isso "é o menor dos problemas". Mesmo que as coisas se resolvam agora por algum "milagre", o problema permanece.

E isso poderá desgastar toda a gente, incluindo os patrocinadores. Segundo conta nesta quarta-feira o jornal brasileiro Folha de São Paulo, o Banco do Brasil, o patrocinador de Felipe Nasr, já disse que caso seja ele o preterido, irá retirar o patrocínio e pedir o dinheiro de volta. Tão a ver a Sauber devolver vinte milhões de euro-notas? Pois é... 

Pelos vistos, ninguém sairá inocente deste caso. 

O chassis da Manor... e o problema de software

Sem patrocínios, eis o Manor MR03, montado e com a sua dupla de pilotos constituida por Will Stevens e Roberto Merhi. De uma certa forma, é uma história de sucesso partindo do principio que 99 em cem pessoas acreditava que eles estavam falidos e os seus bens seriam leiloados em praça pública. Com novo nome, com novos financiadores e administradores, com o seu carro modificado e passado no "crash test" só falta uma coisa: o software da programação dos motores Ferrari de 2014!

É que, segundo conta o Jaime Boueri no Motordrome, esse software perdeu-se quando os computadores da empresa foram formatados para irem a leilão no final do ano passado. E para piorar as coisas, não fizeram "backup" com alguma pen-drive e nem a casa-mãe já têm esse software consigo!

Em suma... toda esta aventura poderá acabar antes de começar por causa de um dispositivo eletrónico. E com a história da Sauber, arriscamos a ver, na pior das hipóteses, 16 carros no domingo na grelha de partida do GP australiano. 

Os pilotos pós-Senna e a passagem inexorável do tempo

Esta semana lembraram-me de algo que estava mais ou menos escondido na minha mente, mas não tinha associado: este vai ser o primeiro ano em que teremos os primeiros pilotos pós-Senna. Ou seja, pilotos que nasceram após a morte do piloto brasileiro, a 1 de maio de 1994. Carlos Sainz Jr, filho de Carlos Sainz, nasceu a 1 de setembro desse ano, em Madrid, enquanto que Max Verstappen, filho de Jos Verstappen, nasceu a 30 de setembro de 1997, dois dias depois do seu pai ter feito o Grande Premio do Luxemburgo ao serviço da Tyrrell.

A esses dois junta-se o russo Daniil Kvyat, que nasceu a 26 de abril de 1994 na cidade de Ufa. E todos estes três pilotos têm algo em comum: foram pilotos da "cantera" da Red Bull. Se Kvyat está na equipa principal, Sainz e Verstappen estão na Toro Rosso. A combinação das duas idades, 37, é apenas dois anos superior a de Jenson Button e de Kimi Raikkonen, os pilotos mais velhos do pelotão. E claro, metade da combinação das idades dos pilotos da McLaren: aos 35 de Button, juntam-se os 33 de Fernando Alonso... quando ele voltar a correr.

Aqui entre nós, que ninguém nos ouve... suspeito que o Verstappen Jr. ainda é virgem.

Para muitos dos que viveram esses dias enquanto jovens adolescentes, como eu, é sinal de que estão a caminhar para a inexorável velhice. É verdade que existiram muitos sinais para isso - cabelos brancos ou careca, filhos ou barriga, doenças ou cansaço. O corpo envelhece, mas para quem cresceu nos tempos de Ayrton Senna, Michael Schumacher, Damon Hill, Rubens Barrichello, David Coulthard, Mika Hakkinen e companhia, ainda pensamos que vimos essa gente toda a correr num "ano passado", que na realidade já vão uns quinze ou vinte anos. Aliás, esta quinta-feira faz 15 anos sobre a estreia de outro "jovem", que causou polémica na sua altura devido às dúvidas sobre a sua preparação para correr num carro de Formula 1. Era um tal de... Jenson Button.

É certo que estes são os factos irrefutáveis da vida, mas recordo que estes pilotos que falei de inicio, os herdeiros de pilotos talentosos nesses tempos idos, da minha adolescência, e do qual me faz sentir velho sempre que a partir de agora, os verei correr, foram contestados devido à sua juventude. E quando a Toro Rosso anunciou no verão passado que Verstappen junior, que tinha apenas uma temporada de monolugares, iria correr num Formula 1 em 2015, a FIA reagiu mudando os critérios da Super-Licença. Agora, ninguém com menos de 18 anos poderá tê-la, e terá obrigatoriamente de fazer toda a "escadaria de acesso", ou seja, Formula 4, Formula 3, GP3, GP2 ou Formula 2. Ninguém mais poderá vir de baixo ou mesmo os "pilotos pagantes", esses têm de ter muito talento, para além da carteira cheia.

O mais interessante nestes tempos que correm é que estes pilotos serão escrutinados, mais escrutinados do que o habitual. Têm de fazer provar que merecem o lugar, numa pressão ainda maior daquela que a Red Bull faz sobre os seus pilotos, num assédio que já têm contornos de lenda, do qual muitos foram vitimas ao longo do caminho. Numa Toro Rosso em que há a obsessão de aparecer o próximo Sebastian Vettel, só ele, Daniel Ricciardo e Daniil Kvyat é que se safaram, ascendendo para a equipa principal. Ricciardo já ganhou três corridas e obrigou Vettel a ir para a Ferrari, enquanto que se espera do russo que faça um looping com um Airbus A380 ou algo assim, para que possam dizer que é um futuro campeão do mundo. Mas eles precisam de ter um chassis de sonho, e parece que esses dias de gloria podem já estar distantes, graças à Mercedes.

Estes três pilotos podem ter crescido apenas a ver os videos das corridas do Ayrton Senna no Youtube, mas o seu assédio vai ser ainda maior. Vamos a ver o estofo que é feito esta nova geração. 

quarta-feira, 11 de março de 2015

A foto do dia

A 11 de março de 1990, começava nas ruas de Phoenix, no Arizona americano, o Mundial de Formula 1. Havia expectativas para saber o que Alain Prost faria, agora que estava na Ferrari, e Ayrton Senna, depois de um campeonato que tinha acabado com uma espécie de Terceira Guerra Mundial, com os eventos de Suzuka.

A qualificação foi um autêntico "cabeça para baixo", com Pierluigi Martini a dar à Minardi a sua melhor qualificação de sempre, seguido pelo Dallara de Andrea de Cesaris e o Tyrrell-Cosworth de Jean Alesi, todos à frente de Ayrton Senna. Em muitos aspectos, o que aconteceu foi o resultado de um sábado chuvoso, algo raro naquela zona do globo.

Graças a essa qualificação, nasceu uma estrela. Gerhard Berger, o "poleman", tentou manter a liderança, mas foi superado na primeira curva por um jovem francês de 25 anos, que estava na equipa do velho lenhador desde meados da temporada anterior, e que pelo meio tinha sido o campeão da Formula 3000. Nas 23 voltas seguintes, aguentou os ataques de Ayrton Senna, e numa das vezes, ele reagiu, surpreendendo o brasileiro e voltando à liderança. Só que Senna aprendia rapidamente e quando o jovem francês tentou repetir a façanha, ele defendeu-se.

No final, Senna venceu e viu o seu rival parado na pista, vitima de problemas mecânicos. Era um começo perfeito numa temporada em que queria vingar os eventos do final da temporada anterior. Para a Tyrrell, foi o melhor resultado em sete anos, desde a vitória de Michele Alboreto em Detroit, e eles tinham mais alguns truques na manga, especialmente no carro que o seu projetista, Harvey Postlethwaithe, estava a desenhar. Mas isso fica para outro dia.

Quanto a Jean Alesi, este era apenas o seu primeiro grande feito daquele ano.

Post-Scriptum: Já agora, podem ver por aqui na narração da ESPN americana a corrida na integra. Tirem duas horas da vossa vida para poderem ver. 

IndyCar: Simona de Silvestro assina acordo com a Andretti

Depois de um ano a ser piloto de testes da Sauber, Simona de Silvestro regressa à IndyCar ao serviço da Andretti Autosport, pelo menos na etapa de St. Petersburg, que vai acontecer no final do mês, mas ruas daquela cidade da Florida. A piloto de 26 anos faz assim o seu regresso numa das equipas mais cotadas da categoria, a par da Chip Ganassi e da Penske. E terá como companheiros de equipa os americanos Ryan Hunter-Reay e Marco Andretti, bem como o colombiano Carlos Muñoz.

"Estou muito animada em integrar a equipa Andretti e fazer parte desta história de sucesso", começou a afirmar a piloto. "É uma sensação muito especial ter conseguido essa oportunidade com eles. Quero agradecer imensamente ao Michael por acreditar em mim e não vejo a hora de começar a trabalhar com toda a gente na equipa. Além disso, estou ansiosa para voltar ao volante da Indy", concuiu. 

A piloto suíça estará na semana que vêm em Barber, no Alabama, nos testes coletivos da IndyCar, até à sua estreia no final do mês. Por agora, é só na primeira corrida do ano, mas ela espera que arranje verba suficiente para fazer o resto da temporada.

"Estamos realmente felizes com a vinda dela para St. Pete. Ela será uma grande força para a equipa e espero que possamos construir um programa, para fazê-la correr em algumas provas ou talvez até na temporada toda", afirmou Michael Andretti, o diretor de equipa.

De Silvestro está na Indy desde 2010, começando a correr pela HVM, passando para a KV em 2012, onde foi companheira de equipa de Tony Kanaan. Na prova de Houston, em 2013, conseguiu o seu melhor resultado, um segundo lugar.

Clarkson, a petição e as consequências

Chamem o que quiserem: "TopGearGate" ou "ClarksonGate", digam que ele têm a culpa ou apenas reagiu a uma provocação, digam que ele deveria ser preso ou ainda pior, mas este caso não deixou ninguém indiferente. Vinte e quatro horas depois de sabermos que Jeremy Clarkson foi suspenso e o programa retirado do ar da BBC, as reações dos espectadores foram imediatas e enérgicas, quer para um lado, quer para o outro.

E o melhor exemplo disso é uma petição que está a circular no site Change.org, onde em cerca de 24 horas já alcançou... mais de 450 mil assinaturas. E promete não parar por ali. A petição, iniciada por um tal "Guido Fawkes", afirma numa única frase para que a cadeia de televisão britânica reinstale Jeremy Clarkson e retome as emissões do programa, quando faltam três episódios para terminar a 22ª temporada.

Como é sabido, Clarkson alegadamente esmurrou um produtor do programa, um incidente que aconteceu na semana passada, mas a BBC só ontem é que soube do sucedido, mandando suspender tudo com efeito imediato. Resta saber como é que isto irá acabar, pois nos últimos tempos Clarkson sempre foi alvo de polémica, devido às suas tiradas alegadamente racistas, ou as suas visões sobre grevistas, onde chegou a afirmar que "deveriam ser abatidos em frente às suas famílias".

Esta manhã, Clarkson tinha a imprensa acampada à porta da sua casa, afirmando estar tranquilo e que "ia a caminho do centro de emprego". E parece que ofertas não faltarão: a ITV pode estar a preparar uma proposta de dez milhões de libras e a Sky também está interessada no polémico apresentador.

A direção da BBC já avisou repetidas vezes que se contivesse, caso contrário seria despedido, e só não aconteceu no verão passado porque o diretor da BBC teve remorsos e pensou nas consequências para o programa e para a cadeia de televisão. Agora, pode ser que o despedimento aconteça e abra uma Caixa de Pandora de consequências imprevisíveis. É que pelo apoio que ele têm, a decisão, qualquer que ela seja, será controversa.

Post Scriptum: Entretanto, a filha de Jeremy, Emily, já pediu via Twitter à BBC para que o reintegrasse por uma razão: "ele começou a cozinhar". Algo me diz que não gosta dos cozinhados dele...

Formula 1 em Cartoons - "Van der Lawyer" na Sauber (Pilotoons)

Existe os pilotos pagantes, mas parece que a Formula 1 inventou o "piloto advogado". É verdade que o Giedo Van der Garde apenas exerceu os seus direitos, mas a situação criou um autêntico imbróglio na Sauber, que deixou dois pilotos muito descontentes e com o lugar em risco, graças a uma decisão judicial. 

E um dos pilotos com esse lugar em risco é brasileiro, como indica bem o Bruno Mantovani...

Van der Garde ganhou. E agora?

Ontem falei que o holandês Giedo van der Garde tinha ido a tribunal para forçar a Sauber a cumprir o contrato que assinou para que ele corresse nesta temporada ao serviço da equipa suíça. Como já tinha dito, a justiça suiça deu-lhe razão e ele foi atrás deles na Austrália para que a ordem fosse cumprida. A justiça de Melbourne deu como válida a sentença e obrigou a equipa e ceder um lugar para ele, em detrimento de Felipe Nasr ou de Marus Ericsson.

Sobre o assunto, escrevi esta noite no Motordrome Brasil, e lá pode-se ler na sentença do juíz Clyde Croft que Van der Garde "permanece pronto e capaz de retomar suas obrigações" de piloto e indicou ao advogado da equipa de Hinwill que "o contrato de Van der Garde deve ser honrado". Eles já responderam que irão recorrer da decisão.

Uma coisa é certa: como dizemos por aqui, isto é um grande 31. E a história, claro, não acaba aqui. Resta saber com quem é que alinharão no domingo e se a saga continua na Malásia, China, Bahrein, etc...

terça-feira, 10 de março de 2015

A foto do dia

Beitske Visser faz hoje vinte anos de idade. E provavelmente esta piloto holandesa é a melhor chance de vermos uma mulher na Formula 1 num futuro próximo. Começa agora a sua quarta temporada nos monolugares, correndo na World Series by Renault ao serviço da espanhola AV Formula, depois de duas temporadas na Formula ADAC Masters, onde venceu três corridas e deu nas vistas o suficiente para que a Red Bull a incluísse no seu Junior Team. Ficou apenas um ano, mas mostrou-se.

Se olharmos para a cara dela, ainda parece uma adolescente. Mas desde os tempos do karting que ela mostrou ter talento para se ombrear entre os rapazes, e foi por isso que ela conseguiu lugar nos monolugares. Só falta é ter uma boa temporada numa competição onde possa impressionar o suficiente para alavancar a sua carreira.

Mas apesar de ter resultados, ao contrário de outras, Beitske não é bonita. Não é a Carmen Jordá ou a Milka Duno, não é uma modelito, ou se preferirem, "não é fotogénica". É por causa disso que não lhe dão uma chance para ser "piloto de desenvolvimento" numa equipa de Formula 1, nem com todo o "photoshop" possível e imaginável. Portanto, vê-la a bordo de uma máquina de 850 cavalos, nem que seja para testes, parece ser uma quase impossibilidade, a não ser que demonstre muito talento.

Mesmo assim, creio que ela tem todo o potencial para ser muito bem sucedida neste desporto, no meio dos rapazes. Francamente, precisamos de exemplos como a dela, para inspirar mais garotas neste desporto elitista e algo machista. Tentar ver garotas e mulheres noutros lugares que não nas grelhas a segurar cartazes e a sorrirem para as cameras seria ótimo, e as que entrassem, fossem vistas pelo seu talento e não se têm um peito grande ou se o rabo cabe ou não cabe dentro do "cockpit".

Se no Dia da Mulher, todos são pela igualdade, nos outros dias do ano, essa igualdade têm de ser dada através de exemplos, de gestos. E para mim, o melhor exemplo para o mundo é ela. 

Parabéns Beitske, e que tenhas uma grande temporada em 2015! 

Sobre a suspensão do Jeremy Clarkson da BBC

Jeremy Clarkson vai ser sempre uma personalidade polémica. A "alma" do Top Gear há mais de dez anos, a par de Richard Hammond e James May, as suas diatribes politicamente incorretas já lhe deram imensos avisos por parte da BBC, que aos poucos lhe cortaram o pavio da paciência, provavelmente até a um ponto de não retorno.

Pois bem, esta terça-feira, a imprensa britânica noticia que Clarkson foi suspenso da BBC e que o Top Gear não será apresentado neste domingo, quando faltam três programas para terminar esta temporada. A razão, segundo conta o Jalopnik no seu Twitter oficial, foram divergências com um produtor do programa. E ao usar o termo "fracas", o que me ocorre é algo bem grave, como pancadaria...

Ainda é tudo muito cedo para saber o que aconteceu. A BBC já confirmou a suspensão e o programa já foi retirado da grelha, mas resta saber várias coisas: primeiro, a versão dele dos acontecimentos, e segundo, até que ponto vai esta suspensão. Eu sei que, se há cem apreciadores do programa, há outros cem que têm um ódio a ele e o querem ver preso por ser machista, racista, sexista e outros "istas". Mas as pessoas tendem a esquecer que isto é uma mina de ouro da BBC, que têm receitas acima de três milhões de libras por ano, e que os três apresentadores são homens bem ricos. Ou seja, fazem isto por gozo.

Também é preciso saber se isto é o principio do fim do programa. É que já houve muitos "principios do fim" anunciados, mas para vos ser franco - e parafraseando Winston Churchill - ainda nem sei se isto é "o fim do principio". É mesmo que o pior aconteça - tirar o programa da BBC - nada os impede de criar o seu próprio canal de televisão na Net, porque dinheiro e espectadores não faltam.

Post Scriptum: De acordo com a americana Road & Track, Clarkson esmurrou um produtor e o resto da temporada do Top Gear está cancelada. Não se sabe quem foi o esmurrado e também não se sabe se ele a suspensão vai dar origem a um despedimento, mas tudo indica que será inevitável. Mas pelo que se vê no Twitter, os apresentadores estão a encarar tudo com... leveza.

Dailymotion Rally Classic: A história dos Grupo B


BBC - Madness on Wheels - Rallying's Craziest... por eduardogeorge
Este é um excelente documentário que descobri nas minhas pesquisas nas redes sociais, e é precioso, pois tem o carimbo de qualidade da BBC. Fala sobre aquele periodo entre 1982 e 1986, quando os construtores fizeram os carros que constituiram o Grupo B, e onde os ralis entraram numa espécie de "corrida às armas" com as consequências trágicas que conhecemos.

Um dos capítulos mais dramáticos foi o acidente do Joaquim Santos, na serra de Sintra, no rali de Portugal de 1986, onde ele perdeu o controle do seu Ford RS200 e entrou dentro de um grupo de espectadores, matando três pessoas e ferindo 60. Ali, há o testemunho do navegador, de uma das testemunhas e um dos feridos do acidente. 

Tirem uma hora do vosso dia, quando puderem, e vejam isto. 

Noticias: Roberto Merhi é o segundo piloto da Manor-Marussia

A Manor anunciou esta noite que o espanhol Roberto Merhi será o segundo piloto da Manor-Marussia para a temporada de 2015. A noticia foi dada pela sua conta oficial do Twitter. Assim sendo, o piloto de 23 anos e terceiro classificado da World Series by Renault em 2014, será o terceiro piloto espanhol no pelotão da Formula 1, ao lado de Fernando Alonso e Carlos Sainz Jr., e alinhará ao lado do britânico Will Stevens.

Apesar de se estrear na Formula 1 no final desta semana, Merhi não é virgem na categoria máxima do automobilismo. no final do ano passado, foi o terceiro piloto da Caterham nas corridas de Monza, Suzuka e Sochi. Aparentemente, a equipa afirma que poderá estar nas primeiras corridas do campeonato, já que ele está inscrito pela Pons Racing para a temporada de 2015 da World Series by Renault.

Merhi, nascido a 22 de março de 1991 em Castellon, na região de Valencia, foi o campeão da Formula 3 Euroseries em 2011, a bordo de um carro da Prema Powerteam, um ano depois de ter sido o sexto classificado na temporada inaugural da GP3 Series, com três pódios. Em 2012 foi para o DTM, correndo com um Mercedes, primeiro pela Persson, depois pela HWA, onde alcançou um pódio e 26 pontos, todos na temporada de 2013.

Em 2014, ao serviço da Zeta Corse, venceu três corridas e terminou no terceiro lugar do campeonato, sendo batido apenas por Carlos Sainz Jr e pelo francês Pierre Gasly.

segunda-feira, 9 de março de 2015

A foto do dia

Teo Fabi, em Nurburgring, a caminho de um dos momentos mais incriveis da Formula 1: uma pole-position com o Toleman TG185 com motor Hart Turbo. O piloto iraliano comemora hoje o seu 60º amiversário, e creio que é altura de lembrar alguém com uma carreira tremendamente versátil em ambos os lados do Atlântico. Não só na Formula 1, como também na CART e nos Sport-Protótipos.

Nascido em Milão, chegou a pensar ir aos Jogos Olimpicos representando... o Brasil. Mas o bicho do automobilismo pegou-o logo e em 1980 foi terceiro classificado no Europeu de formula 2, antes de se envolver no projeto da Toleman, em 1982, sem sucesso.

No ano seguinte, parte para a América. Já lá tinha estado, em 1981, para ser vice-campeão da Can-Am, numa máquina inscrita por Paul Newman (sim, o ator de Hollywood!) e em 1983, foi para a CART para correr pela Forsythe, e em Indianápolis, surpreendeu tudo e todos quando conseguiu a pole-position. Não venceu, mas a segunda parte da temporada quase o fez campeão da categoria, falhando por pouco.

Mostrada a sua competividade, voltou para a Formula 1, onde sendo segundo piloto da Brabham, conseguiu um terceiro lugar em Detroit, isto, quando podia, pois dividia o carro com o seu irmão Corrado Fabi, por causa dos seus compromissos com a competição americana. No final, conseguiu nove pontos. No ano seguinte, aproveitou a compra da Toleman por parte da Benetton para dar um ar da sua velocidade, com a famosa pole em Nurburgring, mas na realidade... nunca liderou uma volta, porque fez uma má partida e afundou-se na classificação.

Nos dois anos seguintes, na Benetton, conseguiu mais duas pole-positions e duas voltas mais rápidas, mostrando a potência do motor BMW Turbo, que chegava a valer 1200 cavalos na qualificação. Mas em termos de resultados, só em 1987 é que teve melhor, com um terceiro lugar na Austria e doze pontos no total.

A partir dali, voltou para a CART, atraido pelo projeto da Porsche. Em 1989, foi quarto classificado, com uma vitória, mas no final de 1990, decidiu ir para os Sport-Protótipos, para ser campeão da categoria em 1991. A terceira passagem pela categoria americana, em 1993, foi mais modesta, e arrumou o capacete em 1996, aos 41 anos de idade.

Hoje, o reformado Fabi faz 60 anos de idade. Já não é muito recordado, mas a sua eclética carreira merece o nosso reconhecimento. Assim sendo, Feliz Aniversário, Teo!

Os "gifs" do dia!


Crashtor Crashonaldo... perdão, Pastor Maldonado faz hoje 30 anos. Apesar de o recordar aqui na sua colisão com o mexicano Esteban Gutierrez no GP do Bahrein do ano passado, tenho de pensar que quando ele não bate é provavelmente dos pilotos mais velozes e aguerridos do atual pelotão da Formula 1. 

E ainda por cima, parece que este ano poderá ter um excelente conjunto chassis motor, o que dá a ideia de que o regresso aos feitos de 2012 pode ser uma realidade. Isto... se ele deixar de bater tanto.

Mesmo assim, comemoremos a data. "Cumpleaños Feliz, Pastor!" E tente não bater muito nesta temporada.