sábado, 26 de setembro de 2020

Youtube Motorsport Video: A guerra CART-USAC

Há 40 anos, as coisas andavam agitadas no meio automobilístico americano. As equipas andavam de "candeias as avessas" com a organização que organizava as provas automobilisticas americanas, sendo a mais importante as 500 Milhas de Indianápolis. Depois de não gostar de ver certas coisas, em 1979, estas decidiram romper-se e criar a sua própria competição, a Championship Auto Racing Teams (CART).

Durante duas temporadas, houve competições e calendários paralelos. As equipas foram pressionadas, ameaçadas, houve corridas que foram marcadas e anuladas, numa guerra que durou até 1982, que ficou mais ou menos resolvida a favor da CART, que ficou com o controlo da competição por quinze anos até ao surgimento da IRL.

Mas hoje falo sobre a primeira divisão entre competições. 

CPR: Apresentado o Rali Vidreiro


O Clube Automóvel da Marinha Grande fez a apresentação do Rali Vidreiro, a quinta prova do campeonato de Portugal de ralis. A duas semanas da prova, a organização apostou fortemente num "livestream" da responsabilidade da Movielight, que detêm os direitos de imagem do campeonato. Ao todo, esperam transmitir cerca de doze horas, a partir da Marinha Grande  com ligações aos troços e entrevistas a partir do estúdio e Parque de Assistência.

"Montámos um rali que vai de encontro às discussões mantidas durante a pandemia com pilotos, equipas e federação. Não temos dúvidas que este é um rali do agrado dos pilotos, realizado num só dia, o que reduz significativamente os custos para quem não participa no Shakedown e Qualifying Stage”, começou por dizer o presidente do Clube Automóvel da Marinha Grande, Nuno Jorge.

Montar um rali em tempo de pandemia criou-nos naturais dificuldades, mas nem por isso nos tirou a vontade de sermos diferentes. Em parceria com a Movielight, vamos partir para uma verdadeira aventura online, ao qual se juntam duas personalidades carismáticas do desporto automóvel nacional, como é o caso da Diana e do Gonçalo. Esta será a edição mais desafiante de sempre, e tudo faremos para que corra bem esta transmissão, de forma a aproximar, ainda mais, os ralis do público”, explicou.

O rali acontecerá no fim de semana de 9 e 10 de outubro, e terá nove especiais de classificação, no total de 280 quilómetros, cem dos quais em troços cronometrados.

Formula 1 2020 - Ronda 10, Rússia (Qualificação)


A cidade balnear de Sochi gosta de se gabar que tem as quatro estações do ano num só lugar. Pode se banhar nas águas no Mar Negro quase todo o ano, mas nas montanhas do Caúcaso, pode-se esquiar com os rigores do inverno. Foi por isso que o regime de Vladimir Putin pegou no lugar e construiu ali os jogos mais caros da sua história, em 2014. A coisa foi tão cara, tão infamemente cara, e os seus métodos foram tão descarados que o país está a se transformar num pária internacional e dentro do seu país, os críticos do regime acabam por tomar chá radioativo... 

O fim de semana de Sochi começou com a noticia de que a Formula 1 iria ter um novo diretor. Chase Carey saia de cena para dar lugar a Stefano Domenicalli, um antigo homem da Ferrari e agora estava a mandar na Lamborghini. Sai "Bigotum Maximus" e entra "il Capo de tutti cappi", mas de uma certa maneira, não se crê que haja mudanças radicais na condução dos destinos da competição, especialmente numa altura em que irá começar a ficar dependente do dinheiro saudita.

E também Sochi vai entrar na história por ser a primeira corrida com número significativo de espectadores. já tinha havido gente em Mugello, mas três mil não é muita coisa. Agora, ali,será muito mais. Sol azul, muita gente, calor, final do verão, o que se poderá pedir mais? Um fim de semana emocionante, mas a pista não ajuda.

Com isso tudo em mente, a qualificação começava com Bottas a marcar tempo: 1.32,556, enquanto Hamilton começava a ter algumas dificuldades em responder. Um tempo fraco, 1,6 segundos mais lento que o previsto, e mais tarde anulado porque tinha excedido dos limites de pista na Curva 2, parecia fazer soar os sinais de alarme. Lá fez um tempo de 1.32,983, suficiente para passar à Q2, mas atrás do finlandês, o que parecia não ser lá muito bom. Atrás, não eram os Red Bull a marcar passo, mas sim a Racing Point, especialmente Setgio Perez, que era quarto. Max Verstappen era sexto, atrás de Carlos Sainz Jr. E aqui havia competividade, porque o 13º colocado, George Russell, era menos de um segundo mais lento que Perez.

Na parte final, Esteban Ocon conseguiu uma boa volta e passou para cima, com o terceiro melhor tempo, ao mesmo tempo que Kimi Raikkonen era o último e não passava, fazendo companhia ao seu companheiro de equipa, António Giovinazzi, Nicholas Latiffi, da Williams, e os carros de Kevin Magnussen e Romain Grosjean. Sebastian Vettel esteve muito perto de lhes fazer companhia, mas se esforçou para evitar tal humilhação.


Para a Q2, quase toda a gente tinha calçado os pneus médios para fazer as suas voltas de qualificação, e apesar de haver avisos de pingos de chuva, ninguém mudou de pneus e Lewis Hamilton marcou um tempo suficiente para bater Bottas: 1.32,085. Mas... ele exagerou na última curva e o tempo foi apagado. Mais sarilhos para o campeão. Com o finlandês a fazer um tempo suficiente, mas não fabuloso, quem comandava as coisas era... Daniel Ricciardo, no seu Renault, seguido por Sainz e Perez. Bottas melhorou, mas insuficiente para bater Ricciardo. E Hamilton?

Ele ia a caminho de fazer uma boa volta quando Sebastian Vettel perdeu o controlo do seu carro na Curva 4, batendo no muro. Leclerc quase foi apanhado de surpresa, mas safou-se. Bandeira vermelha colocada, sessão parada para recolher os pedaços. Quando voltou, Hamilton decidiu mudar de estratégia, colocou macios, porque o que queria era marcar uma volta que o colocasse nos dez primeiros. Ainda teve problemas na curva 2, mas depois marcou o tempo que queria, 617 centésimos mais lento que o piloto da Renault. Assim, não fez companhia a Charles Leclers, Sebastiam Vettel, Daniil Kvyat, George Russell e Lance Stroll.

Para a Q3, todos foram para a pista com pneus macios, E apesar da emoção, todos já sabiam que a primeira fila teria dono. Mas o primeiro a marcar foi Daniel Ricciardo, que fez 1.32,364, antes de ser superado por Bottas e Hamilton, que marcou, sem falhas e saídas onde não devia... 1.31,391, praticamente um segundo mais veloz. No final, Bottas tentou a sua sorte, mas não conseguiu, e ainda viu Max Verstappen fazer um tempo que o colocou na segunda posição e dividiu os Flechas Negras, enquanto Hamilton ainda tirou mais, fazendo 1.31,304, novo recorde da pista. Perez fez 1.32,317, quarto na grelha e na frente de Ricciardo, que alternava na posição com Carlos Sainz Jr, no seu McLaren. Ocon, Norris, Gasly e Albon fechavam o "top ten". 


No final, apesar das emoções e dificuldades de Hamilton, acaba por ser como a Alemanha no futebol: são 22 carros e o fim de semana é da Mercedes. Claro, hoje é apenas a primeira parte, amanhã é a segunda, e espera-se uma corrida sem história, com um vencedor esperado. Mas em Monza, duas corridas antes, apareceu uma placa a dizer que Hamilton iria vencer ali no dia seguinte a sua 90ª corrida no campeonato, e não foi isso que aconteceu...

sexta-feira, 25 de setembro de 2020

Noticias: Domenicalli substitui Chase Carey como CEO da Formula 1


A Liberty Media anunciou esta sexta-feira que o americano Chase Carey será substituído pelo italiano Stefano Domenicalli a partir da próxima temporada. O antigo diretor desportivo da Ferrari e agora o CEO da Lamborghini, também faz parte do Conselho de Monolugares da FIA, onde é presidente.

Greg Maffei, o CEO da Liberty Media, deu as boas-vindas a Domenicalli e diz que estão entusiasmados para o acolher na organização. "Estamos entusiasmados por acolher o Stefano Domenicali como Presidente e CEO da Fórmula 1. O Stefano traz um rica história de sucesso na Fórmula 1, na Ferrari e na indústria automóvel, com a Audi e a Lamborghini”.

O Chase fez um trabalho fenomenal. Reuniu uma organização comercial e desportiva de topo, que tem uma longa lista objetivos, que incluíram o aumento da presença digital, o estabelecimento de novos regulamentos técnicos, a garantia de um teto orçamental pela primeira vez na história da F1, e a obtenção de um novo Acordo da Concórdia. As suas ações reforçaram a Fórmula 1 como pináculo do desporto motorizado”, finalizou.

Carey manter-se-á na estrutura, mas agora como presidente não-executivo.

O novo CEO da competição já se mostrou entusiasmado com o novo desafio. “[Estou] entusiasmado por me juntar à Fórmula 1, um desporto que fez sempre parte da minha vida. Nasci em Imola e vivo em Monza, estou ligado ao desporto através do meu trabalho na Comissão de Monolugares da FIA e estou ansioso por ligar-me às equipas, promotores, patrocinadores e muitos parceiros, à medida que continuamos a impulsionar o negócio. Os últimos seis anos na Audi e depois a liderança da Lamborghini deram-me uma perspetiva e experiência mais amplas, que levarei comigo para a Fórmula 1”, afirmou, no comunicado oficial. 

Por fim, Chase Carey deixou algumas palavras de apreciação pelo trabalho e desejou um bom trabalho ao seu sucessor no comando da Fórmula 1. 

Tem sido uma honra liderar a Fórmula 1, um desporto global, com um passado histórico de sucesso nos últimos setenta anos. Estou orgulhoso da equipa que não só navegou por um 2020 desafiante, mas que regressou com propósito e determinação acrescidos nas áreas da sustentabilidade, diversidade e inclusão. Estou confiante de que construímos os alicerces para o crescimento do negócio a longo prazo. Tem sido uma aventura e tenho gostado de trabalhar com as equipas, a FIA e todos os parceiros. Estou ansioso por continuar envolvido e apoiar o Stefano”.

Aos 55 anos de idade, Domenicalli começou a sua carreira em 1991 ao serviço da Ferrari, subindo na hierarquia até chegar a chefe de equipa em 2008. Lá ficou até 2014, onde foi substituido por Maurizio Arrivabene, para depois seguir para a Audi, num cargo diretivo. Em 2016, passou para a Lamborghini, para ser o presidente e diretor executivo. 

quinta-feira, 24 de setembro de 2020

Youtube Formula One Video: Lando Norris terá estofo de campeão?

Lewis Hamilton está no topo do mundo. Ele irá ficar com todos os recordes existentes, e se calhar com mais Grandes Prémios na sua carreira. Isso é inevitável. Mas Hamilton corre desde 2007, e isso já é muito tempo, porque sem darmos conta, ele está a caminho dos 36 anos. Pode ser competitivo até aos 40 anos, e se calhar um pouco mais além, mas chegara o dia em que pendurará o capacete, como muitos antes dele.

E como a Grã Bretanha adora fazer da Formula 1 a sua coutada, a pergunta "quem será o próximo campeão britânico" é tão importante como saber se a Terra continuará a girar à volta do sol ou se o meridiano continuará a ser o de Greenwich. Assim sendo, a busca para o próximo campeão, o da nova geração, já está a acontecer, e se alguns falam de George Russell - que ainda não pontuou na Williams - há outros que falam que Lando Norris "is the man". Como o Josh Revell, que hoje colocou o seu mais recente vídeo onde ele dá as justificações porque acredita mais no atual piloto da McLaren.

Youtube Motorsport Vídeo: Quem era Gordon Smiley?

É raro, mas acontece assistir a coisas bonitas e bem feitas. Godron Smiley foi um piloto que os mais entendidos conhecem pelas piores razões, pelo seu acidente mortal na qualificação para as 500 Milhas de Indianápolis de 1982, num dos piores acidentes que o automobilismo já assistiu, precisamente uma semana depois do acidente mortal de Gilles Villeneuve.

Mas para além disso, poucos sabem quem foi realmente ele. Um americano do Midwest, nascido em 1946, que tinha ambições para correr na Formula 1, estudou jornalismo e relações públicas e foi para as 500 Milhas porque achava que aquele lugar era o melhor para dar o pulo para a categoria mais importante do automobilismo. E era mesmo rápido. 

E essa é uma boa razão para ver este vídeo.  

quarta-feira, 23 de setembro de 2020

Youtube Automotive Video: O Citroen SM

O Jay Leno tem uma coleção admirável de carros, e faz um programa no Youtube para os apresentar e andar com eles na estrada, para que todos entendam o que são. Boa parte deles são carros únicos, ou raros, e em muitos aspetos são joias de design sobre rodas. Como este Citroen SM, que entre 1969 e 74 foi um dos carros mais belos que andava na estrada, a par do DS. Curiosamente, ambos tiveram dedo do francês Robert Opron, embora no caso do DS, apenas desenhou as versões mais tardias, não o original, que esse é de Fiammino Bertone.

Portanto, temos meia hora para apreciar um carro que alguém disse não há muito tempo que "era um vislumbre do século XXI". Já passaram 50 anos desde que apareceu... 

terça-feira, 22 de setembro de 2020

WRC: Toyota toma conta da sua operação a partir de 2021


Depois dos sucessos que Tomi Makinen está a ter com o seu programa de ralis no WRC, a Toyota decidiu que a partir de 2021 as operações serão feitas a partir da fábrica. Makinen ficará como conselheiro da equipa. Apesar desta mudança de mãos, tudo fica na mesma:  a base de operações é nas instalações de Puppola, perto de Jyväskylä, na Finlândia, enquanto a construção dos carros é em Tallinn, na Estónia.

No comunicado oficial, Tomi Mäkinen afirmou que o “objetivo do projeto da Toyota no WRC era retornar às operações no mundo dos ralis com uma organização flexível, algo que só acontece com uma companhia pequena. Posso dizer, com felicidade, que esse objetivo foi atingido e agora é tempo de eu ter outros desafios com a Toyota. Quero agradecer ao Akio Toyoda [Presidente da Toyota Motor Corporation] por ter confiado em mim e apoiado este projeto”.

Desde que a Toyota regressou ao WRC, em 2017, a Toyota ganhou o Campeonato do Mundo de Construtores em 2018 e levou Ott Tänak e Martin Järveoja ao título Mundial em 2019. Em 2020, a equipa lidera também o Campeonato de Construtores e no Campeonato tem dois dos seus pilotos nos dois primeiros lugares: o galês Elfyn Evans e o francês Sebastien Ogier.

segunda-feira, 21 de setembro de 2020

A imagem do dia



No meio das marés das triplas de pilotos, havia algumas excepções. Aliás, duas excepções. Duas triplas de mulheres, a primeira um Ferrari 488 GTE Evo da Iron Lynx, na classe GTE Pro, com a italiana Manuela Gostner, a suíça Rahel Frey e a dinamarquesa Michelle Gattling. E a segunda, a mais importante, era o carro da Richard Mille Racing Team, um Oreca 07 Gibson, que tinha como tripla a colombiana Tatiana Calderon, a holandesa Beitske Visser e a alemã Sophia Florsch. E é sobre elas que pretendo falar hoje.

Depois de anos de obscurantismo, o automobilismo está a despertar para a ideia de formar e incentivar as mulheres a correr. Uma classe de mulheres está a aparecer, todas muito jovens - Florsch tem 20 anos, Visser 25 e Calderon 28 - e apesar de não chegarem á Formula 1 porque ela se tornou numa classe muito fechada, estão a chegar a outras categorias, onde se podem mostrar contra os rapazes. Como a Endurance,  e o Mundial.

Para além disso, consciente de que precisam mais incentivos, existe desde 2019 a W Series, uma competição que pega nas raparigas que estão no karting e as coloca numa "feeder series".

Mas neste ano, com as três que estão ali, as expectativas eram altas. É a classe mais populada, são provavelmente as pilotas mais velozes do pelotão atual e claro, são jovens. E nunca tinham corrido juntas. De uma certa forma, todos esperavam o melhor delas. E de uma certa forma, cumpriram. Chegaram ao fim, foram nonas na classe e 13ª na geral, a 23 voltas do vencedor, seis do campeão da classe, o carro da United Autosports guiado pela tripla Filipe Albuquerque, Paul di Resta e Phil Hanson.

No final, mais do que terem cumprido a sua missão de levar o carro até ao fim, numa corrida que começa a parecer mais um "sprint" que dura um fim de semana, foi também de monstrar que estão ali para andar a par dos homens, e claro vieram para ficar. Elas são vencedoras, estão na história e colocaram a fasquia alta no sentido do futuro, para que apareçam outras e façam melhor. Parabéns!

WRC 2020 - Rali da Turquia (Final)


Que reviravolta! É verdade que as classificativas turcas são conhecidas por serem demolidoras, mas não esperava que fossem assim desta maneira. É que no final, em quatro especiais, Elfyn Evans, o quarto classificado no final do segundo dia, deu uma volta espectacular e acabou como vencedor, triunfando pela terceira vez na sua carreira, a segunda a bordo do seu Toyota nesta temporada, depois do Rali da Suécia, e tornou-se no candidato ao título mundial.

No final do rali, o piloto galês disse o que se sentia, após terminar um rali duro como este.

Foi um fim de semana difícil. Estivemos lá ou lá quase todo o fim de semana e pensamos que ontem à tarde tínhamos perdido a nossa chance de vitória. Nós realmente tentamos dirigir bem e ficar no meio da estrada. Estou bem ciente de que há um pouco de sorte para seguir seu caminho e eu nunca gosto de herdar posições de outros dessa forma. Essa é a natureza do Rally da Turquia, e sabíamos disso [quando] chegamos ao fim de semana. Fiquei muito feliz - não é a vitória mais doce quando você sabe que talvez tenha sido um pouco mais conservador, mas esse é o objetivo do jogo."

Com Neuville na frente, e os Sebastiões igualados no segundo posto, o último dia, com quatro especiais, prometia alguma coisa interessante, especialmente com as suas passagem por Çetibeli, com 38,15 quilómetros cada. Logo na primeira passagem, Evans arrasou, vencendo-a com 31,6 segundos de vantagem sobre Ott Tanak, 1.14,5 sobre Ogier, o quarto, na frente de Gus Greensmith, e 1.20,0 sobre Loeb, o quinto, que tivera um furo no pneu frente-direito. Com isso, Evans deu o pulo para a liderança, 46,9 segundos de avanço sobre Ogier, deiando Neuville, apenas sexto na especial, a quase dois minutos do piloto galês. 

Começava a revolução na classificação, pois entre os que ficavam para trás, estava Teemu Suninen, que perdera uma roda, e Pierre Loubet, que tivera problemas mecânicos e acabava por desistir.

Neuville venceu na primeira passagem por Marmaris, 4,5 segundos na frente de Loeb, e 4,8 sobre Ogier, o suficiente para ascender à segunda posição. Evans perdeu 5,5 segundos e fora quinto, mas mantinha calmamente a sua liderança.

Na segunda passagem por Çetibeli, Neuville acabou por ser o vencedor, mas Evans tinha tudo controlado, sendo 5,3 segundos mais lento e 9,4 segundos sobre Loeb. Ogier viu o seu motor explodir e ficar-se pelo caminho, numa altura em que tal não pode acontecer, porque este é um campeonato muito mais pequeno, e qualquer problema é sinónimo de fim de campeonato. 

Neuville acabou por vencer na Power Stage, na frente de Tanak e Evans, mas estava tudo controlado. Com Evans, Neuville e Loeb no pódio, ambos estavam bem longe de Kalle Rovanpera, quarto a 2.35,9, na frente de Gus Greensmith, a 4.08,9, na sua melhor classificação de sempre. Esapekka Lappi foi o sexto, a 5.36,2, na frente de Kajetan Kajetanowicz, que consegue aqui os seus primeiros pontos no WRC, e ser o melhor no WRC2, a 12.35,5. Pontus Tidemand foi o oitavo, noutro Skoda Fabia Evo2, a 12.59,7, e a fechar o "top ten" ficaram o francês Adrien Formieux, num Ford Fiesta R5, a 14.42,6, na frente do boliviano Marcio Bulacia Wilkinson, num Citroen C3 R5, a 14.46,4.

O Mundial continua em terras italianas, entre os dias 8 e 11 de outubro.

domingo, 20 de setembro de 2020

A(s) image(ns) do dia



Quando já sabes quem vai ganhar as 24 Horas de Le Mans, qual vai ser o motivo que te vai agarrar à televisão durante boa parte do tempo? No meu caso em particuar, será saber se irei ver um português no lugar mais alto do pódio numa das classes e vê-lo corar como vencedor. E melhor: poder vê-lo ser campeão do mundo. E não era o António Félix da Costa.

No caso do Filipe Albuquerque, piloto de Coimbra e um dos condutores do Oreca 07 da United Autosports, a ideia era de mostrar em Le Mans o que tinha feito nas três corridas anteriores do Mundial WEC, quando subiu ao lugar mais alto do pódio na sua categoria em pistas como Spa-Francochamps, por exemplo. Ao lado de Phil Hanson, e em Le Mans pelo escocês Paul di Resta, ele mostrou toda a sua velocidade e a sua capacidade de não quebrar sob pressão. 

E agora, com umas 24 Horas de Le Mans que cada vez mais se assemelha a uma prova de "sprint", pois as quebras mecânicas são cada vez menores, mas os erros humanos ainda estão lá, foi um teste à mente. E ele disse, com razão que "foram as 24 horas mais longas da minha vida e os últimos minutos de corrida foram de loucos".

Isso porque o outro carro, o Oreca 07 da Jota, tinha entre eles, outro português, António Félix da Costa. Ao lado de Antonhy Davidson e Roberto Gonzalez, embora compita menos que o seu compatriota, ele tem o título de campeão da Formula E nas suas costas, e tinha de o mostrar. E a batalha entre eles foi épica, onde no final apesar de terem acabado a 17 voltas do Toyota vencedor, entre eles ficaram 32 segundos de diferença. Ao fim de 24 horas de condução contínua, diga-se.

Acreditamos sempre e lutámos até à última volta para vencer, mas sabíamos que não tínhamos o carro mais rápido, portanto a estratégia foi a de não cometer erros e procurar espreitar uma oportunidade”, referiu o piloto de Cascais. Mas teve o fair-play de dizer que, a perder, ao menos que fosse para um seu compatriota. "Fico contente com a vitória do Filipe e ficam os meus parabéns, foram uns justos vencedores e foi um prazer lutar durante toda a corrida, foi uma grande batalha e terminar uma corrida de 24 horas separados por 32 segundos mostra bem isso”, concluiu.

Pontualmente já o conseguimos, mas regulamentarmente precisamos de alinhar na última corrida no Bahrein. Por isso, para já, podemos festejar a vitória em Le Mans, o resto virá a seu tempo. A equipa fez um trabalho extraordinário, nós pilotos demos sempre o nosso melhor e não tenho dúvida que somos justos vencedores. Esta vitória é fruto de muito trabalho, muito empenho e muita garra! Estamos todos de Parabéns. Um obrigado especial a todos aqueles que têm acompanhado o meu percurso e que nunca deixaram de acreditar nele”, concluiu Albuquerque.

Já agora, o quinto lugar do Filipe Albuquerque iguala o seu melhor resultado na prova, que a alcançou em 2017, também num LMP2 da United Autosports, enquanto o sexto posto de Félix da Costa é, naturalmente, o seu melhor resultado pessoal, na sua terceira participação na prova. Nenhum dos dois, porém, ainda bateu o palmarés de Pedro Lamy, duas vezes segundo classificado da geral, em 2007 e 2011, e uma vitória na classe GTE Am, em 2012. 

No final, ficamos todos felizes ao vê-los no lugar mais alto do pódio, numa classe que todos dizem ser a mais equilibrada, numa altura em que aí vêm os Hypercarros e os LMPh, os carros DPi americanos, usados na IMSA, que terão uma motorização semelhante e que está atrair construtores para este mundial de resistência, desde e Toyota à Peugeot, com outros a interessarem-se, incluindo a Ferrari. E creio que toda esta gente está a olhar para estes pilotos que andam na segunda classe com ideias de os ter nos seus carros e dar o seu melhor quer no Mundial, quer na prova de La Sarthe, que em 2021 espera que volte a ser em junho, como costuma ser.

Mas hoje comemoremos este feito português, num "annus mirabilis" para as nossas cores.

WRC 2020 - Rali da Turquia (Dia 2)


O belga Thierry Neuville lidera o Rali da Turquia, passadas oito especiais de classificação, e com uma vantagem de 33,2 segundos sobre... os Sebastiões, com Loeb na frente de Ogier. Ambos estão longe de Elfyn Evans, a um minuto e oito décimos da frente.

Depois de sexta-feira, as classificativas de sábado começaram com Ogier ao ataque, acabando por tiunfar na primeira passagem por Yeşilbelde, 1,8 segundos sobre Neuville e 8,8 sobre Evans, acabando na liderança. Loeb perdia 18,1 segundos na especial. A etapa também ficou marcado pela paragem de Ott Tanak na especial, ficando de fora. 

Tivemos algum tipo de problema de direção, mas não sabemos o que ainda. O carro ainda está na floresta e temos que esperar até ele voltar ao estacionamento. Não houve nenhum aviso, foi bastante instantâneo. Não seja uma grande preocupação consertar o carro para amanhã.", comentou o piloto estónio.

Ogier aproveitou a primeira passagem por Datça para alargar a sua liderança sobre Neuville e dar 2,1 segundos sobre Evans, mas Neuville reagiu na primeira passagem por Kızlan, 1,4 segundos na frente de Ogier e dois segundos sobre Evans. 

A tarde começava com a segunda passagem por Yeşilbelde, com Neuville de novo a vencer, mas dando mais de dez segundos à concorrência, nomeadamente, Loeb (a 10,1) e Evans (a 11.1). Ogier sofreu um furo e perdeu 31,5 segundos. Neuville voltou a vencer sobre Ogier e Loeb por margens mínimas, na sétima especial, a segunda passagem por Datça, e na segunda passagem por Kizlan, Loeb conseguiu ser o mais rápido, mas Neuville ficou a 0,9 do veterano francês.

Obviamente a tarde foi muito melhor do que a manhã. Eu estava muito mais feliz com o carro esta tarde, especialmente nas seções difíceis. Estou satisfeito com o trabalho que a equipe fez. Amanhã [ domingo] tem a fase mais difícil do rali. evite furos e qualquer dano no carro, mas ainda precisamos dirigir rápido. Vimos que Ogier teve um furo, mas ele continuou a dar o máximo e ainda está no segundo posto", comento o belga no final da etapa.

Depois dos quatro primeiros, Kalle Rovenpera era quinto, a 1.18,8, enquanto Teemu Suninen já estava mais distante, a 1.35,0. Esapekka Lappi era sétimo, a 2.28,0, na frente de Gus Greendmith, a 3.15,4, e a fechar o "top ten", estava o Hyundai de Pierre Loubet, a 4.20,4, e o polaco Kajetan Kajetanowicz, o melhor dos WRC2, já a 6.11,5.

O rali da Turquia termina no domingo, com a realização das últimas quatro especiais.