sábado, 18 de março de 2017

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O GP da África do Sul de 1977, em Kyalami, iria ser marcante por muitos motivos. Um deles aconteceu na pista, de forma trágica, quando o Shadow de Tom Pryce atropelou um comissário de pista, matando-o, e acabando também por morrer, vitima do choque com o extintor que esse comissário levava.

Mas o que não sabiam é que outro piloto estava ali a fazer a sua última corrida, e dali a menos de duas semanas, acabaria por morrer. Era o brasileiro José Carlos Pace.

Muitos afirmam a sua frustração quando dizem que Pace poderia estar à beira de alguma coisa. Por ser veloz, por aquilo que tinha alcançado na corrida inicial, na Argentina, e por causa daquilo que o carro tinha conseguido tirar, agora que estavam no segundo ano da parceria com a Alfa Romeo, de uma certa forma, poderiam ter razão. Campeão do mundo? Não. Ainda era demasiado quebrável, aquele motor. Mas vencer as corridas que Niki Lauda acabaria por ganhar, em 1978, isso sim.

Bernie Ecclestone disse certo dia que se Pace não tivesse morrido, não teria contratado Lauda. De facto, pagou somas astronómicas para o ter, mas em 1979 foi a Parmalat que pagou o seu salário e não o "anãozinho tenebroso", uma expressão vinda da boca do próprio piloto. Talvez em 1977 e 78, Pace teria tido um ano como teve em 1975, onde venceu em Interlagos.

Mas enfim, o Destino tinha outros planos. E em tributo a Pace, eis esta foto da sua última corrida, em Kyalami, onde largou do segundo lugar da grelha.

sexta-feira, 17 de março de 2017

A imagem do dia

Na história da Formula 1, apenas três pilotos venceram como construtores: Jack Brabham, Bruce McLaren e Dan Gurney, como construtor da Eagle, no GP da Bélgica de 1967. Contudo,há um quarto piloto do qual poderemos dizer que também venceu a bordo das suas próprias máquinas. E ainda por cima, venceu por duas vezes no mesmo circuito! Trata-se de John Surtees, que venceu em 1970 e 71 na Gold Cup, disputado no circuito britânico de Oulton Park.

Como é sabido, no final de 1969, Surtees decidiu abandonar a BRM, depois de um ano infernal com eles, e achou por bem que construir o seu próprio chassis seria o ideal. Contudo, este não ficou pronto logo na temporada de 1970, e começou com um McLaren. Só teve o seu carro, o TS7, em Brands Hatch, no GP da Grã-Bretanha.

Poucas semanas depois, a 22 de agosto, Surtees alinhou em Oulton Park, para o International Gold Cup, uma das muitas provas extra-campeonato existentes um pouco por toda a Grã-Bretanha. Contra ele, tinha mais alguns carros de Formula 1, um dos quais o Lotus 72 de Jochen Rindt e o Tyrrell 001 de Jackie Stewart. Aliás, era a estreia do Tyrrell com chassis próprio, numa corrida de automóveis. O resto do pelotão era constituido por carros de Formula 5000, mais baratos, mas menos potentes.

A corrida teve duas mangas, e Surtees venceu a primeira, com o BRM de Jackie Oliver em segundo e o Lotus de Rindt em terceiro a 12,4 segundos. Na segunda corrida, Rindt venceu, mas Surtees foi o segundo, a 9,4 segundos, e no conjunto das duas mãos, Surtees acabou sendo o vencedor. Para Rindt, aquela seria a sua última vitória, pois iria morrer três semanas depois, em Monza.

No ano seguinte, Surtees voltou como vencedor, e claro, cabeça de cartaz da edição de 1971, como podem ver na imagem acima. Nesse ano, dos 24 carros que apareceram, oito eram de Formula 1, num pelotão de Formula 5000. Surtees andava no novo TS9, e entre os outros carros de Formula 1, haviam os BRM de Hownden Ganley e Peter Gethin ou os March 711 de Henri Pescarolo e Mike Beuttler.

Os Formula 1 foram mais velozes, com Gethin a fazer a pole-position, enquanto que Henri Pescarolo venceu na primeira manga. Surtees largava do quarto lugar na grelha e acabou em terceiro na primeira manga, enquanto que na segunda, aproveitou para passar os BRM e a desistencia do piloto francês para ficar com o primeiro lugar e vencer a Gold Cup, com Ganley em segundo. 

Curiosamente, nessa corrida, tinham alinhado mais dois Surtees, mas de Formula 5000: um para Alan Rollinson, que acabou em quarto, e outro para Mike Hailwood, que ficou no 12º posto, a cinco voltas do vencedor.

CNR: Miguel Campos vai alinhar no Rali de Portugal

Miguel Campos quer alinhar no Rali de Portugal. O piloto, campeão nacional de ralis por uma vez, não alinhou nos três primeiros ralis do ano, afirmando que estava a arranjar patrocinadores para fazer alguns ralis em 2017, mas agora disse que pretende fazer o rali de Portugal, caso as conversações cheguem a bom porto.

Tenho a intenção de fazer algumas provas do CNR. Todas já decidi que não vou fazer, mas talvez faça as mais importantes, mas não sei ainda ao certo quantas vou fazer. Talvez comece no Rali de Portugal, estou a equacionar fazer essa prova, o Rali da Madeira e outra, que ainda não sei qual” começou por dizer o piloto de Famalicão.

Em relação ao carro, Campos está indeciso entre continuar com o Skoda Fabia R5 que andou em 2016 ou passar para um Ford Fiesta R5, revelando que há negociações nesse sentido, dependendo de um patrocinador. “Quanto ao carro ou vai ser um Ford Fiesta R5 ou Skoda Fabia R5, mas também ainda não sei qual, estamos em negociações”.

quinta-feira, 16 de março de 2017

A imagem do dia

Quase uma semana após o desaparecimento de John Surtees, dei de caras com o momento em que ele começou a passar das duas para as quatro rodas. A coisa interessante sobre o próprio "Big John" é que em 1960, quando essa transição aconteceu, ele não tinha qualquer intenção de se meter nas quatro rodas. No final, foi um misto de aborrecimento, escape de um contrato que lhe era desfavorável e oportunidade.

Tudo começou em 1959, quando Surtees estava no auge da sua carreira nas motos. Vencia tudo nas classes de 350 e 500cc, graças às máquinas italianas da MV Agusta. O conde Agusta estava feliz por saber que tinha o melhor piloto do pelotão, mas surtees estava aborrecido. Queria ter maior liberdade no seu contrato, especialmente para correr noutras máquinas, entre os Grandes prémios de motociclismo. Agusta recusou, e depois de pensar um bocado, recordou uma conversa que tinha tido algum tempo antes com Mike Hawthorn: de que deveria tentar os automóveis, não só porque tinham mais duas rodas que as motos, mas também "porque não cais tão facilmente", citando o primeiro campeão inglês de Formula 1.  

Como nada havia no seu contrato que impedisse de correr em quatro rodas, Surtees tentou a sua sorte num Aston Martin de Le Mans. Esse teste aconteceu em Goodwood e ele andou bem. Tão bem que... superou os tempos feitos por Stirling Moss no mesmo carro. Os resultados do teste chegaram aos ouvidos de Tony Vanderwell, dono da Vanwall, que ficou fascinado com o que Surtees tinha feito, e telefonou-lhe, oferecendo um dos exemplares do carro de 1958. 

Surtees contou esse episódio anos depois, à Motorsport: "Ele disse, 'o que diabos você estava a fazer dirigindo essa coisa? Por que você não me disse que queria experimentar um carro?' Ele me disse para estar em Goodwood no dia seguinte, onde havia um Vanwall de Formula 1 à minha espera."

Dito e feito: com o Vanwall à sua espera, Surtees saltou para o carro e fez tempos melhores do que Tony Brooks e Stirling Moss. Vencidas as reticências, Surtees alinhou na sua primeira corrida, uma prova de Formula Junior em Goodwood, no inicio de 1960. O seu maior rival na grelha? Um tímido escocês chamado... Jim Clark, que alinhava num Lotus. Surtees estava num Cooper-BMC inscrito por um madeireiro chamado Ken Tyrrell.

A corrida foi um duelo entre Clark (que estava a fazer a sua segunda corrida em monolugares!) e Surtees, que tinha feito a pole-position. Tudo acabou quando ele bateu contra um concorrente que iria dobrar. Mas a experiência - e a maneira como duelou com o escocês - foi mais do que suficiente para que corresse na Formula 1 logo nesse ano, no GP do Mónaco. A bordo de um Lotus 18, que tinha como companheiro de equipa... Clark.

A corrida nas ruas monegascas não teve o inicio que queria, desistindo ao fim de 17 voltas, mas em Silverstone, conseguiu o seu primeiro pódio, um segundo lugar. E na Boavista, conseguiu ainda mais: uma pole-position, a primeira de sempre da equipa de Colin Chapman. Liderou a corrida sem problemas até à volta 37, quando uma fuga de óleo o fez escorregar o seu pé do pedal do travão e causou uma batida contra os fardos de palha. Mas tinha convencido Chapman ao ponto de ele poder escolher o seu companheiro de equipa. Ele quis Clark, mas sentiu pena por Innes Ireland, com quem tinha uma boa relação de amizade, e decidiu ele mesmo sair da Lotus.

Mas ele já tinha feito a decisão de ir para as quatro rodas, retirando-se das duas no auge, com ambos os títulos de 350 e 500cc no bolso.

Formula 1 em Cartoons: A nova pintura da Force India (Cire Box)

A nova pintura da Force India implicou não só uma nova cor nos carros, como também os seus capacetes também tiveram uma nova demão de tinta da mesma cor. Contudo, o "Cire Box" acha que ainda há mais, como por exemplo, as novas vestimentas...

"E para estarmos consistentes com a nova decoração, eis os vossos novos fatos! Sóbrios, discretos... tudo aquilo que eu gosto!", diz Mallya.  

A redescoberta de um carro mitico

Ano que vêm, "Bullitt" fará 50 anos. Um dos filmes mais míticos da década de 60, mostrou duas coisas: o ator Steve McQueen como "o rei do cool", no papel de Frank Bullitt e uma das perseguições mais míticas da história do cinema, com o duelo entre o Dodge Charger dos "maus da fita" (que na realidade, é guiado por Bill Hickman, um dos melhores duplos do seu tempo) e o Ford Mustang GT verde oliva de Bullitt, pelas ruas de São Francisco.

O filme mostra ambos os carros, mas o que os fãs gostam mais é do Mustang Fastback 350GT, um veloz coupé. Soube-se que eles usaram dois carros nessa cena, e que um deles está guardado num armazém há mais de 50 anos, e o proprietário não deseja vendê-lo, resistindo a várias ofertas do próprio McQueen, que queria comprá-lo. O segundo carro julgava-se perdido para sempre, de tão batido que tinha ficado durante as filmagens.

Contudo, há algumas semanas, foi feito um anuncio improvável: esse segundo carro foi encontrado. No México, e está a ser restaurado para ser mostrado ao mundo no ano que vêm, no cinquentenário do filme. 

Segundo se conta na noticia, o carro tinha sido encontrado na Baja California - ou seja, no México - numa sucata, abandonado e já sem o motor original. Tinha sido pintado de novo, com uma camada branca, mas conseguiu ser identificado graças à placa que acompanha todos os carros desde a sua construção na fábrica. A pessoa que o encontrou, Hugo Sanchez, tinha como objetivo inicial transformá-lo numa réplica da "Eleanor", o Mustang que aparece no filme de 2001 "60 Segundos", mas quando o trouxe para a oficina do seu amigo Ralph Garcia Jr, no outro lado da fronteira, e descobriram a placa, foram ver numa base de dados compilada por Kevin Merti e ficaram chocados com a descoberta.

"Não é a primeira vez que um desses carros de filmes antigos aparece num ferro velho, mas isso é raro", afirmou Marti, que foi ver o carro em pessoa, depois de ter sido contactado pelos proprietários. Apesar do carro ter sido encontrado sem caixa de velocidades, os eixos dianteiros e traseiros pertencem a um Mustang de 1967. Para além disso, descobriram buracos extra no porta-bagagens, indicativos de que tiveram câmaras montadas dentro do carro para as cenas "onboard" do filme.

Garcia apresentou o carro ao público no inicio deste mês em Mexicali, e já teve ofertas bem generosas para comprar o carro tal qual como está, mas recusou, afirmando que quer restaurar o carro de forma mais original possível, para poder apresentar no ano que vêm, altura em que o filme comemorará o seu 50º aniversário. 

quarta-feira, 15 de março de 2017

Como Donald Trump quase cancelou o Rali do México

A guerra de palavras entre o presidente americano e o governo do México quase fez uma vitima colateral: o rali do México. Mais do que as promessas de construir um muro na fronteira, é também a promessa de criar uma guerra comercial ou de taxar os produtos vindos do México que fizeram entrar a economia local em crise, e a moeda local, o peso, se desvalorizasse a tal ponto de não haver dinheiro suficiente para pagar os custos do rali.

Toda a história do Trump fez com que a moeda desvalorizasse 40 por cento numa semana”, disse Patrick Suberville, o diretor do rali mexicano ao site Motorsport.com. “A maioria das coisas que usamos [no rali] vem dos EUA e de repente, elas se tornaram muito mais caras”.

O evento estava em apuros este ano porque já tínhamos perdido o nosso patrocinador principal três meses antes da sua realização, nós soubemos que a Volkswagen abandonou o barco quando nós estávamos a assinar o contrato com eles".

O governo nos ajudou, eles viram que estávamos em apuros e nos ajudaram na nossa realização”, concluiu.

Para além disso, outra polémica surgiu durante a realização da competição. Na primeira noite, o rali fez uma super-especial no centro da Cidade do México, no sentido de atrair transmissões televisivas e mais espectadores a poder ver os carros no Zocalo, a praça central da capital mexicana. Contudo, se a transmissão televisiva noturna pode ter sido um sucesso, esta situava-se a 400 quilómetros de Leon, o centro nevrálgico do rali.

E dois acidentes na estrada de ligação a Leon fizeram com que as especiais da manhã - as primeiras passagens por El Chocolate e as Minas - tivessem de ser canceladas.

Apesar de tudo, os construtores aprovaram a medida, pois lhes permitiu alargar o número de espectadores presentes.

Muito poucas pessoas da capital estarão em Leon para o rali, então a Cidade do México torna um grande interesse para os fabricantes”, disse Yves Matton, o patrão da Citroen.

Malcolm Wilson, da M-Sport, acrescentou: “Temos de tirar o chapéu a eles por aquilo que conseguiram neste tempo”.

Até que ponto isto é mesmo mau?

Toda a gente já viu que a McLaren poderá ter mais um ano difícil. O motor Honda foi redesenhado, e esperava-se que teria potência o suficiente para começar a andar ao nível da concorrência, e de uma certa forma, recuperar o nome da marca, agora que se acabaram de livrar de Ron Dennis e tentam iniciar uma nova era na Formula 1. Mas depois dos testes de Barcelona, tudo indica que o carro é um desastre, e o motor faz parte disso.

Os testes mostraram que a resistência não é grande coisa - o máximo que tiveram foi de onze voltas seguidas - mas os responsáveis da Honda já disseram que em Melbourne surgirá uma nova versão desse motor que estará mais evoluido do que aqueles que apareceram nos testes, mas por agora, estão muito longe da Mercedes e da Ferrari. E para piorar as coisas, uma terceira temporada com os japoneses, sem vitórias e sequer pódios, poderá ser demais para uma relação que está cada vez mais tensa e distante. E tal coisa já se falava desde esse tempo.

Esta semana o jornal britânico Daily Mail fala que o acordo, que foi assinado até... 2024, poderá ser abreviado até ao final deste ano, caso a McLaren queira. E numa altura em que o novo proprietário anda a romper com o passado de Ron Dennis, este poderá ser um deles.

"A McLaren tem um acordo de longo prazo com a Honda, até 2024, mas é sabido que há cláusulas de rompimento de ambos os lados. Se a McLaren desejar rompê-lo, poderá faze-lo no fim deste ano", destaca a publicação britânica. "Da mesma forma, se a Honda sentir que seus problemas estão causando mais danos à imagem do que podem encarar, eles também podem romper laços. (Porém), os dois lados querem evitar o cenário apocalíptico, demonstrando compromisso público um com o outro".

Contudo, outro jornal fala que caso ambas as partes continuem em 2018, poderão perder Fernando Alonso, pois este também tem uma clausula que diz que poderá sair da equipa antes do final do acordo atual, que termina este ano. E caso fique, isso poderá querer dizer que a McLaren romperá o acordo com a Honda. Em suma, para que um fique, o outro tem de se ir embora. 

E as coisas não estão fáceis. A Honda usou cinco motores em Barcelona e todos falharam ou apresentaram defeitos. E no melhor deles todos, descobriu-se que tem menos 50 cavalos do que os usados em Abu Dhabi, no ano passado, e é 30 km/hora mais lento do que a concorrência. Logo, parecem ser candidatos às últimas filas, o que não é muito bom para o piloto espanhol...

E isto tudo já teve baixas: na semana passada, soube-se que o consultor da Honda, Gilles Simon, foi dispensado das suas funções. Mas aí só demonstra outra coisa, mais tipica da cultura japonesa: a relutância em receber ajuda externa. E certas ideias pré-concebidas dentro da propria marca poderão ser o grande problema, pois não aceitar estrangeiros - ou estranhos à cultura da Honda - para resolver os seus problemas, poderá ser a razão porque o motor tem tantos destes problemas, ou é tão frágil. Provavelmente, feitas as contas, a grande conclusão é que isto pode não ter saída. A não ser que a próxima evolução do motor mostre um progresso verdadeiro e palpável e dê esperança para os lados de Woking.

Contudo, o mais interessante - pelo menos é o que fala a Autosport sobre este tema - é que, caso McLaren e Honda rompam o seu acordo, as outras fornecedores de motores serão obrigados a dar um motor competitivo. Ferrari, Mercedes e Renault terão de dar um motor - desde que se cumpram certas condições. A perspectiva é interessante, porque poderá surgir numa espécie de "sorteio", algo do qual um insider sarcástico sugeriu que tal acontecesse ao vivo no canal da Formula 1 no Facebook só para adicionar mais espectadores...

Uma coisa é certa: 2017 será uma temporada bem complicada para Fernando Alonso e Stoffel Vandoorne.

terça-feira, 14 de março de 2017

Rumor do Dia: Ogier desclassificado no México?

O Rali do México pode não ter acabado. É que a FIA está a investigar as caixas de velocidades do Ford de Sebastien Ogier para saber se estão ou não abaixo do peso regulamentado. E caso esteja, a FIA pode lhe retirar o segundo lugar do rali... e a liderança do campeonato.

Jerôme Torquet, o responsável técnico da FIA, irá estudar minuciosamente a caixa de velocidades do carro do piloto francês depois de ter sido retirado e selado pelos oficiais da FIA no México. Espera-se que a decisão aconteça até antes do Rali da Córsega, quarta prova do Mundial, no inicio de abril, para saber se tem ou não o peso ideal, e depois dele mandar o seu relatório para a comissão Tecnica da FIA.. 

Jerôme [Torquet] está a verificar as tolerâncias e também comparar como outras caixas de velocidades. A decisão de examinar mais em detalhe tem a ver com o facto de não existir tempo suficiente na inspeção após a prova para se chegar a uma conclusão. Em termos de penalizações se o carro tiver qualquer infração aos regulamentos o castigo pode ir de uma penalização à desclassificação”, confidenciou uma fonte próxima ao responsável técnico da FIA.

Nesta altura, Ogier é o líder do campeonato, com 66 pontos, mais onze do que Jari-Matti Latvala. Em caso de desclassificação, perderá os 22 pontos que conseguiu em terras mexicanas (18 do segundo lugar mais os quatro pontos da Power Stage), e como seria de esperar, a liderança do campeonato.

As novas cores da Force India

A Force India tem novo patrocinador "master" e uma das suas condições era que pintasse o carro com as cores do patrocinador. O acordo foi feito e a equipa fez a sua parte, com o carro a sair de um prata/preto/laranja para um... rosa. A BWT é uma empresa de tratamento de águas residuais, e todos os carros que anda a patrocinar na DTM têm essa cor. Só que, como chegaram agora à Formula 1, é algo do qual todos começam a ser notados. E comentados.

Vijay Mallya, chefe de equipa e director da Sahara Force India, frisou a importância desta nova parceria, que substitui a Sahara: “A chegada da BWT à Formula 1 é uma grande notícia e representa uma das parcerias mais importantes dos nossos dez anos de história. A mudança das cores dos nossos monolugares é uma indicação da força desta nova parceria e uma declaração de intenções da BWT no início da sua relação com a Formula 1”.

É verdade que agora, o pelotão da Formula 1 fica mais colorido. Já tinha ficado menos cinzento quando a McLaren voltou ao "Papaya Orange", depois de mais de quatro décadas de ausência, e mesmo a Haas largou o seu cinzento-prata para um mais escuro... apesar de não deixar de ser cinzento.

Mas na história do automobilismo, o que não falta são carros cor de rosa. E não, não falo da Barbie. Falo de monstros, como por exemplo, o Porsche 917/20 "Pink Pig" que foi usado nas 24 Horas de Le Mans de 1971. O carro tinha um conceito interessante: era para ser usado com modificações aerodinâmicas cm vista a uma futura participação na Can-Am. Guiado por Reinhold Joest e Willi Kahusen (curiosamente, mais tarde, ambos construíram equipas com os seus próprios nomes...) onde andaram bem na corrida até que à sétima hora da prova, os travões do 917/20 falharam, com Joest ao volante...

Mas sobre cores, a única coisa que digo sobre isso é a mesma coisa que Enzo Ferrari costumava dizer dos carros: o que interessa é que ganhem, independentemente da cor, da aerodinâmica ou da beleza do bólido. E o próprio Commendatore provou mais do que uma vez que ganhava, mesmo quando os seus carros não estavam pintados de vermelho. 

segunda-feira, 13 de março de 2017

WRC 2017: Rali do México (Final)

Kris Meeke venceu o Rali do México, terceira prova do Mundial de Ralis. O piloto britânico tornou-se no terceiro vencedor diferente no WRC 2017, no terceiro carro diferente, desta vez num Citroen C3 WRC. Para além dos 25 pontos da vitória, poderia também ter conseguido mais alguns pontos na Power Stage... se não tivesse despistado a pouco mais de um quilómetro da meta, perdendo tempo, mas não a vitória. Sebastien Ogier foi o segundo e é agora o novo líder do campeonato, depois de Jari-Matti Latvala ter sido apenas o sexto classificado com o seu Toyota Yaris. E Thierry Neuville fechou o pódio para a Hyundai, depois de ter conseguido o seu primeiro pódio do ano.

O último dia do rali mexicano tinha ainda duas longas especiais: La Calera e Derramadero, a Power Stage. Na primeira, e apesar de Meeke dizer que queria levar o carro até ao fim, conseguiu ser o vencedor, com mais 6,3 segundos sobre Sebastien Ogier. Stephane Lefebvre foi o terceiro na especial, a 12,6 segundos, com Thierry Neuville a ser quarto, a 12,9 segundos do vencedor.

A segunda especial, e a Power Stage, acabou por ser inesperadamente interessante. E por muito pouco, Kris Meeke não deitava tudo a perder para ele mesmo e para a Citroen. A um quilómetro da meta, o inglês saiu de estrada e perdeu tempo para poder voltar, bem a tempo de manter a distância para Sebastien Ogier e de comemorar a sua quarta vitória da sua carreira, e claro, a primeira dele e da Citroen em 2017.

Acho que vou contar esta história centenas de vezes…", começou por dizer Meeke, depois da corrida. "Estou irritado comigo mesmo por ter cometido este erro. O carro saiu largo depois de uma curva e fomos muito sortudos. Procurei a maneira mais rápida de voltar à estrada porque sabia que ainda podíamos ganhar. O principal é que mostramos o potencial do C3 WRC ao assegurar a sua primeira vitória, estou orgulhoso de toda a equipa, este resultado é deles”, concluiu.

Yves Matton, chefe da equipa Citroen, não ganhou para o susto: “O que aconteceu na Power Stage é até difícil de acreditar, mesmo que isto já tivesse acontecido. No início existiu alguma confusão sobre o que tinha acontecido, a imagem onboard fazia parecer que a saída tinha sido grande, mas o sistema de tracking dizia que o carro ainda estava a andar. Quando cruzaram a meta ficamos emocionados e todo o drama e tensão desapareceram. Esta primeira vitória mostra que a equipa da Citroen Racing fez um bom trabalho durante o desenvolvimento. Agora podemos trabalhar de uma forma mais relaxada na procura de o ainda melhorar mais”.

Depois de Ogier e Neuville, não houve alterações em relação a ontem. Tanak foi o quarto classificado, na frente de Paddon e dos Toyota, Sordo foi o oitavo classificado e Elfyn Evans o nono, na frente de Pontus Tiedmand, o melhor dos WRC2.

Na geral, Ogier lidera com 66 pontos, seguido por Latvala com 58, e Tanak com 48. O próximo rali do Mundial será na Córsega, entre os dias 7 e 9 de abril.

Ralis: Bruno Magalhães corre nos Açores

Bruno Magalhães vai participar no Rali dos Açores, a bordo de um Skoda Fabia R5 da ARC. O anuncio foi confirmado esta tarde pelo próprio, depois do seu nome ter aparecido na lista de inscritos do próprio rali, que encerrará amanhã. 

Magalhães, vencedor deste rali em 2008 e 2010, também está inscrito no campeonato nacional de ralis, e poderá dar luta aos inscritos em ambos os campeonatos. Também vai ser o seu regresso aos ralis desde a polémica participação no Rali Vinho da Madeira, onde acabou por ser suspenso por seis meses, acusado de ter interferido no rali e acabado or ser penalizado em 35 segundos, depois de ter ganho na estrada. 

O Rali dos Açores acontecerá entre os dias 31 de março e 2 de abril e para além de ser a terceira prova do campeonato nacional de ralis, será a prova de abertura do Europeu.

The End: Patrick Néve (1949-2017)

O belga Patrick Néve, conhecido por ter sido o primeiro piloto da Williams na sua segunda encarnação, morreu este domingo aos 67 anos. Em 14 Grandes Prémios, entre 1976 e 78, não pontuou em qualquer corrida, embora o seu melhor resultado tenha sido um sétimo lugar no GP no GP de Itália, em Monza.

Nascido em Liége, de uma familia de classe alta, a 13 de outubro de 1949, Nève começou a envolver-se no automobilismo indo para a Jim Russell Racing School, trabalhando por lá para pagar os seus estudos, apesar das suas origens. Depois, foi correr na Formula Ford, pnde venceu a BRDC Formula Ford 1600 em 1974, para depois passar para a Formula 3 no ano seguinte, com algum sucesso. A sua chegada à Formula 2 aconteceu ainda em 1975, quando tentou correr no Safir, que basicamente era a segunda encarnação da Token, que tinha terminado no ano anterior. Os novos proprietários adquiriam o chassis e fizeram outro para a Formula 2, mas ele acabou por não largar. No ano seguinte, entrou na equipa oficial da March, onde conseguiu o terceiro lugar e a volta mais rápida na primeira prova do ano, em Silverstone.

Contudo, não continuou mais na equipa, andando numa variedade de carros. Por exemplo, venceu em 1976 nas Três Horas de Saltzburging ao volante de um BMW 3.0. Mas foi também nesse ano que teve a sua chance de se estrear na categoria de topo do automobilismo. Primeiro, num Brabham BT44 da RAM Racing, onde conseguiu qualificar-se num digno 19º posto (algo que Jacky Ickx e Emerson Fittipaldi nem conseguiram!), mas a sua corrida terminou ao fim de 19 voltas, com uma quebra no eixo do seu carro.

Nève voltou a ter uma chance de correr, desta vez no GP de França, a bordo do Ensign, em substituição de Chris Amon, que se tinha magoado na corrida anterior, na Suécia. Penúltimo na grelha, chegou ao fim no 18º posto, a uma volta do vencedor.

Só voltaria a correr no ano seguinte, quando Frank Williams o contratou para a sua nova equipa. Tinha saído da Wolf a meio do ano anterior, tinha contratado Patrick Head e decidira adquirir um March 761 no sentido de ter um "ano zero" para construir uma equipa e captar patrocinadores. Nève foi o escolhido para correr com eles, a partir do GP de Espanha. Ora conseguia qualificar-se no fundo da grelha, ora falhava a qualificação, e mesmo o seu melhor resultado, o sétimo posto em Monza, conseguiu-o... a duas voltas do vencedor, e pouco menos do que isso do sexto classificado, o Tyrrell de Ronnie Peterson.

Sem lugar no ano seguinte, tentou a sua sorte no ano seguinte, no seu proprio March, no GP da Bélgica, em Zolder, mas não conseguiu a qualificação. Sem ele saber, tinha entrado na história como o último piloto a participar num Grande Prémio de Formula 1 a título individual. No final do ano, chegou a testar no carro que a Kahusen queria usar em 1979, mas não ficou com o lugar. Por esta altura, também andava na Formula 2, sendo piloto da Onyx em 1979, sem terminar qualquer corrida, continuando a correr nessa competição até 1983.

Por esta altura, também tinha participado na Endurance. Em 1980, tinha alinhado num BMW M1 inscrito pela... March, ao lado dos alemães Manfred Winkelhock e Michael Korton, fazendo apenas 38 voltas antes de desistir. Voltando em 1982 com um carro da March, e ao lado do sueco Eje Elgh e do americano Jeff Wood, não fez mais do que 78 voltas antes de abandonar. 

A sua carreira acabou nos anos 90, guiando Turismos. Por esta altura, o seu irmão Guy Nève também participava no automobilismo, seguido os passos do seu irmão, seis anos mais novo do que ele. Contudo, Guy sofreu um acidente mortal a 28 de junho de 1992, na pista de Chimay, quando o seu Porsche capotou e incendiou-se, acabado por o matar, aos 37 anos de idade.

No Top Gear desta semana...


Top Gear S24 E02 por dailyTubeTV
Esta semana, no segundo episódio da nova temporada, o pessoal do Top Gear andou de Alfa Romeo, com o Giulia, foram passear em Las Vegas com um Ferrari e um Lamborghini, e algumas coisas mais.

E corram, antes que tirem o video fora do ar!

domingo, 12 de março de 2017

WRC 2017: Rali do México (Dia 2)

Kris Meeke parece estar a caminho de uma vitória no Rali do México, podendo tornar-se no terceiro vencedor diferente, no terceiro carro diferente no WRC 2017. O piloto britânico tem agora 30,9 segundos sobre Sebastien Ogier, quando faltam duas especiais para o final do rali. Thierry Neuville é o terceiro, no seu Hyundai, mas está a mais de um minuto dos primeiros.

O dia de sábado também ficou marcado pela recuperação de Ogier, que tentou apanhar o piloto da Citroen, mas um pião deitou tudo a perder, deixando Meeke mais à vontade.

Com nove especiais para cumprir neste sábado, o rali do México parecia ser interessante num duelo entre um Meeke com um carro a responder bem às altitudes mexicanas, e um Ogier disposto a recuperar o atraso do dia anterior, onde sai sempre prejudicado quando abre a estrada. Depois de começar o dia a perder menos de um segundo para o piloto da Ford na nona especial, a primeira passagem por Media Luna, Meeke reagiu e recuperou 1,7 segundos nas duas classificativas seguintes colocando assim a sua vantagem em 23,5 segundos.

No entanto o homem da Citroën sabia que as dificuldades iriam surgir mais adiante, como comentou no final da 11ª especial: “Hoje senti-me bem. Tenho uma tarde difícil pela frente”.

Nessa altura, Thierry Neuville era o terceiro, a mais de um minuto da frente, pois apesar de ser o melhor na 11ª especialo, perdeu terreno nos dois sectores selectivos anteriores em que fez dois quartos lugares. No final dessa manhã. o belga da Hyundai admitia não ter velocidade para acompanhar os rivais à sua frente. Quem estavam mais discretos eram os pilotos da Toyota, que eram sexto e sétimo, respectivamente.

A parte da tarde começou com a segunda passagem por Media Luna... e por Ogier ter voltado ao ataque. Venceu e parecia ir a caminho da recuperação, mas Meeke respondeu na especial seguinte, não só vencendo, mas também abrindo uma vantagem de 18,2 segundos sobre o francês, apenas o terceiro. Sabia que seria um troço decisivo. Foi decisiva para mim com os pneus duros na frente e os macios atrás. Foi um bom tempo mas ainda falta muito para acabar”, comentou.

Neuville mantinha a consistência no terceiro posto, seguido por Ott Tanak e Hayden Paddon. O neozelandês tinha uma margem superior a um minuto para Juho Hänninen,. Este tinha sido prejudicado devido a uma escolha errada de pneus, que dificultou muito a vida do homem da Toyota.

Tanak venceu na segunda passagem por El Brinco, com vantagem minima sobre a concorrência, antes das chegada à super-especial de Leon, onde Elfyn Evans venceu nas duas passagens. Ogier venceu a última especial do dia, mas não tirou mais do que 2,5 segundos sobre Meeke.

Com isto, Meeke tinha 30,9 segundos sobre Ogier, com Neuville a um minuto e dez segundos dos dois primeiros. Ott Tanak era o quarto, a dois minutos e doze segundos do primeiro, logo, o belga de Hyundai estava tranquilo. Hayden Paddon era o quinto, a três minutos e 25 segundos, na frente dos Toyotas de Latvala e Hanninen, que estavam juntos, com Dani Sordo a segurar o oitavo posto. Elfyn Evans era o nono, na frente do primeiro dos WRC2, o sueco Pontus Tiedmand.

O rali do México termina neste domingo, com a realização das duas últimas especiais do dia. 

CNR 2017: Rali de Castelo Branco (Final)

José Pedro Fontes foi o vencedor do Rali de Castelo Branco, numa batalha ao segundo sobre Carlos Vieira. O duelo entre os pilotos da Citroen prendeu os espectadores ao asfalto, pois a incerteza pairou até à última especial. No final, meros 2,6 segundos separaram o atual campeão nacional de Carlos Vieira, também num Citroen DS3 R5. O lugar mais baixo do pódio foi ocupado por João Barros, a 33,4 segundos do vencedor.

Depois de no final de ontem ver que os três primeiros estavam separados por pouco menos de quatro segundos, o dia de hoje prometia duelo até ao fim entre José Pedro Fontes, João Barros e Carlos Vieira. Dois Citroens e um Ford, todos especialistas em asfalto. E as hostilidades abriram com Vieira a ganhar o PEC4, batendo José Pedro Fontes por 4,1 segundos e colocando a diferença entre os dois na geral em meros... 0,5 segundos. João Barros perdeu 5,3 segundos para Vieira, e parecia atrasar-se em relação aos dois primeiros.

No Grupo N, Ricardo Teodósio e Carlos Martins entretinham-se entre si, com o algarvio a ser superior por 0,1 segundos. 

A seguir, Vieira reagiu e venceu a quinta especial, a primeira passagem por Fonte Longa, batendo José Pedro Fontes por 1,1 segundos, ficando com a liderança, enquanto que João Barros perdia mais 2,9 segundos para Carlos Vieira, consolidando o seu terceiro posto. Atrás, Teodósio conseguiu mais 2,4 segundos sobre Carlos Martins e alargava a liderança no Grupo N para 12 segundos. 

Na sexta especial, a primeira passagem por Alvito, Fontes conseguiu tirar mais 2,7 segundos a Vieira, para voltar a ficar com a liderança, enquanto que João Barros perdia mais 6,6 segundos para o primeiro. Miguel Barbosa era o quarto na especial, a 28,4 segundos. Agora, a diferença entre Fontes e Vieira estava em 2,1 segundos. Vieira tentou reagir na sétima especial, mas foi batido por Fontes por meros... 0,6 segundos. Barros foi de novo terceiro, a 3,5 segundos, enquanto que Miguel Barbosa era o quarto, a 8,9 segundos. Ricardo Teodósio era o quinto e o melhor dos Grupo N.

As coisas estavam agitadas no rali, e para piorar as coisas, a oitava especial, a segunda passagem por Fonte Longa, Vieira foi o melhor por 1,7 segundos, suficiente para encurtar a distância para Fontes em... um segundo. Parecia que o Vieira poderia tentar um assalto final da última especial, mas Fontes reagiu e conseguiu a vitória com 1,6 segundos de vantagem sobre Vieira, colocando a sua distância em 2,6 segundos, uma margem bem curta, mostrando um excelente duelo entre ambos.

Depois de Barros ter ficado a 33,4 segundos do vencedor, o quarto foi Miguel Barbosa, a dois minutos e 49 segundos, no seu Skoda Fabia R5, enquanto que Ricardo Teodósio foi o quinto, e o melhor do Grupo N, a quatro minutos e 34 segundos, conseguindo bater Carlos Martins, o sexto, a cinco minutos e 16 segundos. 

José Pedro Fontes sai de Castelo Branco como o novo líder do campeonato, e a seguir, máquinas e pilotos vão aos Açores para a terceira etapa no nacional, que também conta para o Europeu de ralis.