sábado, 5 de outubro de 2019

A imagem do dia

"Digam à minha mulher que não devo dançar por umas duas semanas", foi o que respondeu Graham Hill quando lhe perguntaram se tinha alguma mensagem para a sua mulher, enquanto levava para o hospital.

Uma imagem arrepiante de um acidente, em Watkins Glen, há precisamente meio século. Graham Hill já voou algures fora do seu carro e irá contorcer-se no relvado, descobrindo que tinha fraturado ambas as pernas. Foi uma tarde contrastante na Lotus, pois enquanto Jochen Rindt comemorava a sua primeira vitória na Formula 1, o veterano piloto, então com 40 anos, ia acabar no hospital e começar uma reabilitação que iria demorar meses, mas o suficiente para voltar a entrar num carro na primeira corrida da temporada seguinte.

Não foi o melhor das temporadas para Hill, apesar da vitória no Mónaco. O campeão de 1968 tinha um bom carro, o modelo 49, e um excelente companheiro de equipa, Jochen Rindt, mas naquele ano, os Matra M80 e Jackie Stewart não deram quaisquer chances à concorrência. E pelo caminho, Colin Chapman perguntava a Rob Walker se não quereria os serviços dele para o futuro...

Hill foi o quarto na grelha em Watkins Glen, com o seu companheiro de equipa na pole. Enquanto Rindt e Stewart, o terceiro da grelha, começaram um duelo que terminou na volta 33, quando o Matra do escocês acabou por encostar à berma por causa de problemas com a pressão de óleo. Quanto a Hill, tinha sido superado por três Brabhams, os oficiais e o privado - inscrito por Frank Williams - de Piers Courage

Na volta 88, Hill passa por uma mancha de óleo e faz um pião, e o motor desliga-se. Ele sai do carro e empurra-o para voltar à pista, desconhecendo que tinha sofrido um furo. Quando voltou, sentiu isso e tentou voltar às boxes sem se despistar. Infelizmente, não conseguiu porque o pneu explodiu pelo caminho.

Muitos pensaram que aquele seria o final de carreira de Hill. E até poderia ser um bom pretexto para sair ainda por cima, mas ele tinha a paixão das corridas no sangue, e queria provar que tinha algo a dar. Andou todo o inverno em recuperação e em reabilitação até poder voltar a entrar dentro de um carro, o que conseguiu fazer a 1 de março do ano seguinte, em Kyalami, no Lotus da Rob Walker Racing. Conseguiu terminar essa corrida na sexta posição, conseguindo um ponto. E foi como se tivesse vencido de novo. 

CPR 2019 - Rali Vidreiro (Final)

Foi um duelo ao segundo, mas José Pedro Fontes bateu Ricardo Teodósio por menos de um segundo e foi declarado o vencedor do Rali Vidreiro, que terminou esta tarde na Marinha Grande. Mais concretamente, 0,6 segundos separaram ambos os carros. Bruno Magalhães acabou por ser terceiro, a 8,2 segundos.

E isso fez com que a candidatura do piloto da Citroen ao título esteja mais ativa, pois agora, faltará apenas o Rali do Algarve.

Depois das três primeiras classificativas, onde Fontes e Teodósio andaram a lutar pelo comando, com 1,7 segundos entre ambos, o duelo continuou ao longo deste sábado, nas duas passagens por Mata Mourisca e Assanha da Paz. Na primeira passagem, Teodósio partiu ao ataque e venceu a especial, 2,7 segundos na frente de Fontes, enquanto Bruno Magalhães era terceiro, a 5,8 segundos. Aqui, o piloto algarvio alargava a vantagem para 4,4 segundos para o piloto da Citroen.

Na primeira passagem por Assanha da Paz, foi Fontes que reagiu, vencendo com quatro segundos de vantagem sobre Bruno Magalhães e cinco sobre Ricardo Teodósio. O suficiente para que o piloto da Citroen chegar ao comando do rali, com Bruno Magalhães em terceiro, a 7,1 segundos.

A segunda passagem por Mata Mourisca assistiu à reação de Teodósio, mas o vencedor foi... Bruno Magalhães, que venceu, com uma vantagem de 0,8 segundos sobre o piloto algarvio e 1,5 sobre José Pedro Fontes. Pedro Meireles era quarto, mas a 8,8 segundos, enquanto Armindo Araújo era quinto, a 10,8. Assim sendo, os três primeiros estavam separados por 5,7 segundos, e os dois primeiros... por 0,1.

Teodósio continuou a atacar, e na segunda passagem por Assanha da Paz, acabou por vencer, mas a diferença para Fontes foi apenas de 0,2 segundos, enquanto Bruno Magalhães foi terceiro, a 1,2. A diferença ficou-se nos 0,3 segundos, num duelo de cortar a respiração e de resultado incerto. Contudo, ambos os pilotos sabiam que isto não estava resolvido, e a especial de São Pedro de Moel iria decidir tudo.

Assim foi: Fontes venceu a especial, com 0,9 segundos de vantagem sobre Teodósio, e foi o suficiente para sair do rali como vencedor, 0,6 de diferença entre ambos. E Magalhães a consolidar o terceiro posto.

Depois do pódio, Pedro Meireles foi o quarto no seu Volkswagen, a um minuto e 3,5 segundos, na frente de Armindo Araújo, muito discreto neste rali, ficando a 1.19,3 segundos do vencedor. João Barros foi sexto, a 2.03,2, na frente de Pedro Almeida, sétimo a 2.28,6. Luis Rego foi o oitavo, no seu Ford Fiesta R5, a três minutos e 33 segundos, e a fechar o "top ten" ficaram o Hyundai de Manuel Castro, a 4.05,6 e o Skoda de Miguel Correia, a 4.27,2.

WRC 2019 - Rali de Gales (Dia 1)

Ott Tanak é o melhor no final do primeiro dia do Rali de Gales, decorridas as dez primeiras classificativas. O piloto  tem uma vantagem de 3,4 segundos sobre Sebastien Ogier, no Citroen C3 WRC, enquanto Kris Meeke é o terceiro, a 3,6 segundos num rali disputado entre quatro pilotos - Thierry Neuville é quarto, a 8,4 segundos - e que já teve uma baixa importante, o de Jari-Matti Latvala, que se despistou na sétima especial.

Num rali que começou na véspera numa especial desenhada no circuito de Oulton Park, Kris Meeke foi o primeiro líder do rali, ganhando 2,1 segundos a Thierry Neuville e 3,3 a um surpreendente Petter Solberg, que faz o seu rali de despedida num Volkswagen Polo GTI R5. 

O dia começa com Evans a vencer na primeira passagem por Elsi, com Meeke logo atrás, a meio segundo, enquanto Ott Tanak é terceiro, a 2,8. Na primeira passagem por  Penmachno, Tanak vence, mas Meeke fica a 1,6 segundos e mantêm a liderança, agoa com uma vantagem de 9,2 segundos sobre Sebastien Ogier. Tanak volta a vencer em Dyfnant, separado de Latvala pela margem mínima, enquanto Meeke é oitavo, perdendo 4,7 segundos devido a um pião. no final da manhã, em Aberhirnant, Latvala volta a vencer, mas desta vez empatado com Elfyn Evans. Meeke é sexto, a 4,7 segundos, mas mantêm a liderança, agora com Thierry Neuville em segundo, a seis segundos.

A especial fica marcada pelo despiste de Hayden Paddon, suficiente para ser parcialmente neutralizada.

A parte da tarde começa com a segunda passagem pelas especiais da manhã, com Ogier ao ataque e a ser o melhor na sexta classificativa, batendo Thierry Neuville por 1,6 segundos e Meeke por 2,2. Esapekka Lappi despistou-se e não regressou a estrada. A seguir, na segunda passagem por Penmachno, foi a vez de Latvala se despistar e acabar na valeta, não continuando mais. Ogier voltou a vencer, 3,8 segundos na frente de Teemu Suninen e 4,1 sobre Kris Meeke. O francês aproximava-se do britânico e não iria parar.

Neuville vence na especial de Slate Mountain, 0,9 segundos na frente de Andreas Mikkelsen e 1,2 sobre Sebastien Ogier, enquanto Meeke perdia mais tempo: oitavo, a 2,2 segundos. Os quatro primeiros estavam separados neste momento por menos de cinco segundos.

A nona especial, segunda passagem por Dyfnant, viu Tanak ao ataque, vencendo a especial com uma diferença de 5,7 sobre Mikkelsen, 5,8 sobre Ogier e 6,3 sobre Meeke. E agora era Tanak que estava mesmo perto de Meeke: 0,6 segundos separavam ambos.

No final do dia, Meeke cede o comando para Tanak e Ogier, afirmando que tinha sido devido a um susto que apanhou na especial. "Eu escorreguei e fiz 'aquaplaning' com um pouco de lama na traseira, então fiquei um pouco cauteloso depois disso! Ainda não acabou - haverá algumas diferenças de horário hoje à noite, espero.", contou o piloto da Toyota no final da especial.

Depois dos quatro primeiros, Andreas Mikkelsen é o quinto, a 25,7 segundos, no seu Hyundai i20, com Craig Breen não muito longe, a 33,5 segundos. Teemu Suninen também anda perto, a 37,4. Elfyn Evans é o oitavo, a 51,4, e a fechar o "top ten", o Ford Fiesta de Pontus Tidemand, a 2.56,6, e o Skoda Fabia de Jan Kopecky, a quatro minutos, 1,1 segundos.

O rali de Gales prosseguiu este sábado, com mais sete especiais.

sexta-feira, 4 de outubro de 2019

Formula E: Hong Kong cai do calendário

Saiu hoje o calendário oficioso da Formula E, onde em catorze provas da competição, na temporada 2019-20, a grande novidade foi a saída de Hong Kong, devido à agitação politica na cidade-estado controlada pela China. No seu lugar aparecerá Marrakesh, que será realizada a 29 de fevereiro, e será a quinta prova do campeonato. 

Após cuidadosa consideração e após conversas com as principais partes interessadas, a Fórmula E e os organizadores do evento, [eles] concordaram em não competir em Hong Kong na sexta temporada. Todas as partes, incluindo o governo da região autónoma de Hong Kong, continuam comprometidas em continuar competindo na cidade no futuro, garantindo a excelência operacional de nossos eventos.”, afirmou um porta-voz da Formula E.

Para além da saída de Hong Kong, as entradas de Seul, Jakarta e Londres, numa jornada dupla serão as novidades no calendário. A prova de Ad Diryah, na Arábia Saudita, será dupla, no fim de semana de 22 e 23 de novembro e as únicas provas de 2019. E Londres também será uma jornada dupla, no fim de semana de 25 e 26 de julho.

Eis o calendário completo:

22-23 de novembro - Ad Dyriah (Arábia Saudita)
18 de janeiro - Santiago (Chile)
15 de fevereiro - Hermanos Rodriguez (México)
29 de fevereiro - Marrakesh (Marrocos)
21 de março - Sanya (China)
4 de abril - Roma (Itália)
18 de abril - França (Paris)
3 de maio - Seul (Coreia do Sul)
6 de junho - Jakarta (Indonésia)
21 de junho - Berlim (Alemanha)
11 de julho - Nova Iorque (EUA)
25-26 de julho - Londres (Reino Unido)

CNR 2019 - Rali do Vidreiro (Dia 1)

Ricardo Teodósio é o primeiro líder do Rali Vidreiro, realizadas as três primeiras especiais. O piloto tem uma vantagem de 1,7 segundos sobre o Citroen de José Pedro Fontes e o Hyundai de Bruno Magalhães. Estes três já têm uma vantagem de 13 segundos sobre João Barros, no seu Skoda Fabia R5.

O rali começou no Pinhal do Rei, nos arredores da Marinha Grande, onde José Pedro Fontes saiu melhor, 1,2 segundos na frente de Ricardo Teodósio, no Skoda Fábia R5. Pedro Meireles, no seu Volkawagen Polo R5, é o terceiro, a 1,3, na frente de Armindo Araújo e Bruno Magalhães, ambos em Hyundai.

A seguir, em São Pedro de Moel, Bruno Magalhães levou a melhor, batendo Ricardo Teodósio por dois segundos, enquanto José Pedro Fontes era o terceiro, a 3,8. João Barros era o quarto, a 9,7, e isso colocou Teodósio na frente, com 0,6 segundos de vantagem sobre José Pedro Fontes.

Noite cerrada, os carros acabaram o dia na Marinha Grande, onde perante uma multidão, João Barros conseguiu ser o melhor, 0,8 segundos mais veloz que Ricardo Teodósio. Bruno Magalhães foi o terceiro, a 1,1, enquanto João Pedro Fontes é o quarto melhor, a 1,9.

Depois dos quatro primeiros, Armindo Araújo é o quinto, a 14,3 segundos, na frente e Pedro Meireles, sexto no seu Volkswagen Polo R5, a 18 segundos. Pedro Almeida é o sétimo, a 36 segundos, com Paul Meireles oitavo, a 37,1. E a fechar o "top ten" estavam o Ford Fiesta de Luis Rego, a 41,8, e o Hyundai i20 R5 de Manuel Castro.

O Rali Vidreiro volta amanhã para a estrada no sentido de cumprir as restantes cinco especiais.

Formula 1: Divulgado o calendário de 2020

Saiu hoje o calendário para a próxima temporada. E são 22 as provas que farão parte deste calendário, com duas entradas e uma saída. As entradas são do Vietname e da Holanda, que faz o seu regresso em 35 anos, e a saída da Alemanha. 

Em termos de datas, o circuito holandês será a prova de entrada na Europa, antes de Barcelona, na semana seguinte. E há algumas corridas que acontecerão em semanas seguidas, como a de Melbourne-Shakir, Zenavoort-Barcelona, Baku-Montreal, Singapura-Sochi e Austin-México. O calendário será apresentado no Conselho Mundial da FIA para depois ser aprovado.

Quanto a testes de pré-temporada, a primeira bateria acontecerá entre os dias 19 e 21 de fevereiro, e a segunda, entre os dias 26 e 28 do mesmo mês, ambos em Barcelona. E não haverá testes a meio, como aconteceu este ano.

Eis o calendário oficioso:


15 de março - Melbourne
22 de março - Shakir
5 de abril - Hanoi*
19 de abril - Xangai
3 de maio - Zandvoort*
10 de maio - Barcelona
24 de maio - Mónaco
7 de junho - Baku
14 de junho - Montreal
28 de junho - Paul Ricard
5 de julho - Osterreicring
19 de julho - Silverstone
2 de agosto - Budapeste
30 de agosto - Spa-Francorchamps
6 de setembro - Monza
20 de setembro - Singapura
27 de setembro - Sochi
11 de outubro - Suzuka
25 de outubro - Austin
1 de novembro - Hermanos Rodriguez
15 de novembro - Interlagos
29 de novembro - Abu Dhabi

* sujeito a confirmação

Youtube Motoring Test: O teste do Renault Zoe

O Renault Zoe, um dos quatro carros elétricos mais vendidos na Europa, teve uma nova versão, com 50 kW, e o pessoal do canal do Youtube Fully Charged decidiu levar dois desses carros para a Sardenha, num teste de longa duração para ver como se comportaria na estrada.

O resultado desse teste pode ser visto neste video.

quinta-feira, 3 de outubro de 2019

Formula 2: Correa operado com sucesso

A familia de Juan Manuel Correa lançou esta quinta-feira o seu mais recente comunicado, para afirmar que a operação, que aconteceu este domingo, correu bem. E o próprio piloto aproveitou para agradecer as mensagens de carinho ao longo das últimas seis semanas, enquanto esteve em coma induzido e agora, na operação que durou cerca de 17 horas para reconstruir o tornozelo, pé e perna direitas, que correram risco de amputação.

"Essas últimas semanas foram extremamente difíceis, mais difíceis do que qualquer coisa que eu já enfrentei tanto física quanto mentalmente", começou por dizer o piloto de 20 anos no comunicado oficial. 

Encaro meu futuro com relação à recuperação das minhas pernas, especificamente minha perna direita ainda é bastante incerta e que minha reabilitação física será extremamente longa e complicada. Ainda estou a processar tudo o que tem e está acontecendo." continuou.

Quero agradecer a cada pessoa que, de um jeito ou de outro, me mostrou seu apoio. Sinto-me humilde pelo imenso número de mensagens afetuosas que recebi. Obrigado a todos do fundo do meu coração e sabem que seu encorajamento e positividade estão a fazer a diferença.", concluiu.

Correa, de 20 anos, envolveu-se no passado dia 31 de agosto no acidente que acabou por matar Anthoine Hubert na primeira corrida da Formula 2 em Spa-Francorchamps

Noticias: Campos anunciou intenção de entrar em 2021

Os novos regulamentos da Formula 1 estão previstos para entrar em 2021, e embora haja ainda muitas arestas para limar, uma delas poderá ser o controle de custos. E isso poderá ser interessante para alguns, pois se poderia colocar a chance de ter mais equipas no pelotão da categoria máxima do automobilismo. Há algumas semanas, soube-se do projeto da Panthera Team Asia, e agora, esta quinta-feira, soube-se de outro projeto, vindo de uma cara conhecida: Adrian Campos. O antigo piloto e empresário espanhol tentou há dez anos entrar na Formula 1, mas abandonou o projeto a meio, tornando-se depois na Hispania.

Ele e o seu sócio, Salvatore Gandolfo pretendem usar o apoio financeiro da Monaco Increase Management, uma empresa fundada por Gandolfo que tem Daniele Audetto, ex-membro de Ferrari, Arrows e Super Aguri, como consultor. Embora Gandolfo tenha dito que o "projeto de longo prazo" abrange "os grandes desafios que temos pela frente", a ideia é mesmo entrar em 2021, e já tiveram reuniões com Chase Carey e Ross Brawn nesse sentido.

"Com o novo limite de orçamento, a nova distribuição de renda e os novos regulamentos, há uma grande oportunidade para equipes menores competirem e, finalmente, tornar o Campeonato Mundial de Fórmula 1 da FIA mais interessante e equilibrado novamente", disse Gandolfo ao motorsport.com.

O site afirmou que o aerodinamista Ben Wood e Peter McCool, antigo designer-chefe da Super Aguri, já foram recrutados para o projeto da Campos, e já apontaram um possível piloto: o alemão Pascal Wehrlein, que está na Formula E, pela Mahindra. Quanto a motores, caso entrem em 2021, a chance de um acordo com a Renault, como cliente, está em cima da mesa.

O anuncio da Campos acontece algumas semanas depois de se ter ouvido falar de que um outro projeto, a Panthera Team Asia, estar a preparar-se para entrar na Formula 1. Sobre isso, Jean Todt já afirmou em Singapura que qualquer destes projetos ainda não são suficientemente sérios para serem considerados.

A última equipa que entrou na Formula 1 foi a anglo-americana Haas F1 Team, em 2016, com alguns bons resultados e que está atualmente com o francês Romain Gosjean e o dinamarquês Kevin Magnussen. Curiosamente, este projeto pretende usar alguns dos métodos da Haas, que é de espalhar as instalações por alguns países e terceirizar algumas partes dos carros, para diminuir custos.

CPR: João Barros quer terminar no Vidreiro

Apesar de estar este anos a fazer uma temporada em part-time, João Barros voltou aos ralis na segunda metade do ano e no Terras D'Abororeira, conseguiu subir ao lugar mais baixo do pódio. Assim sendo, para o Rali do Vidreiro, o piloto está otimista para esta prova, apesar de não a ter feito em 2018.

Vamos ao Vidreiro com a mesma ambição. O nosso objetivo é sempre tentar o pódio e nesta prova de asfalto, de que tanto gosto, vamos sempre lutar pelo melhor lugar possível, apesar de não ter participado na edição do ano passado. Estamos otimistas”, disse o piloto, que guia um Skoda Fabia R5.

O rali Vidreiro, que passará pela Marinha Grande, São Pedro de Moel e Pombal esta sexta e sábado, em oito especiais de classificação, todas em asfalto.

Formula E: Jaguar confirma Calado para a próxima temporada

A Jaguar confirmou esta quarta-feira que o britânico James Calado será piloto da equipa na Formula E, ao lado do neozelandês Mitch Evans. Calado, de 30 anos e a correr na Endurance ao serviço da AF Corse, faz o seu regresso aos monolugares após seis anos de ausência.

Estou longe dos monolugares desde há algum tempo, mas você não se esquece disso e quando voltei a um cockpit pela primeira vez, estava no ritmo após duas ou três voltas”, começou por dizer Calado ao e-racing365.

"Obviamente, há muito o que aprender na Fórmula E porque é totalmente diferente dos monolugares normais, mas está indo muito, muito bem até agora. Não trabalho com eles há muito tempo, mas honestamente a equipe é incrível e eles são realmente apaixonados pelo que fazem."

"Eles estão me ensinando muito bem, ando bastante no simulador, principalmente em relação à conservação de energia e como gerir isso", concluiu.

Para James Barclay, o diretor desportivo da marca, a experiência da Calado pode ser uma mais-valia para a equipa britânica. 

"A experiência [de Calado] em várias fórmulas e ritmo absoluto será um grande trunfo para a equipa. Aprendemos a vencer como equipa na última temporada e estamos famintos por mais [vitórias]. Para ter sucesso na Fórmula E, você precisa de dois pilotos que possam competir por pódios em todas as corridas. Com Mitch e James, podemos aproveitar o sucesso da temporada passada, garantindo ainda mais pontos, pódios e vitórias.", declarou.

quarta-feira, 2 de outubro de 2019

CNR: Armindo vai ao ataque no Vidreiro

Armindo Araújo vai encarar o Rali Vidreiro com vontade de vencer. O piloto de Santo Tirso, vencedor da edição de 2018 e nesta prova, terá de se aproximar na luta pelo título, na penúltima prova do campeonato de Portugal de Ralis, depois de um despiste em Amarante o ter obrigado a desistir, perdendo pontos fundamentais para a luta pelo título.  

"A melhor forma de voltarmos a aproximar-nos do topo do campeonato é com uma vitória na Marinha Grande. Sabemos que o CPR está muito equilibrado e há vários pilotos com chances de ganhar. Mas, nesta altura, nós não temos nenhuma outra alternativa se não atacar e tentar vencer”, referiu o piloto da Hyundai.

Com oito especiais a disputar entre sexta e sábado, vai ser uma luta pela vitória entre Bruno Magalhães, José Pedro Fontes, Miguel Barbosa e Bruno Magalhães, entre outros.

Formula E: NIO considera um piloto chinês nas suas fileiras

A NIO pensa seriamente em testar um piloto chinês nas suas fileiras. A marca chinesa passa por uma série de decisões internas, uma das quais a sua possível aquisição por outra marca local, a Brilliance, que poderá pensar em chamar alguns pilotos chineses para testar o seu carro em Valencia, nos testes colectivos da competição.

"Estamos em muitas discussões com os pilotos sobre a próxima temporada, mas gostaríamos de ter um piloto chinês", disse Vincent Wang, CEO da Brilliance in Excellence à e-racing365

Entre os que estão a ser considerados, para além de Ma QinghuaGuanyu Zhou, que compete na Formula 2, e Ye Yifei, que está na Formula 3. Zhou é atualmente sétimo classificado na Formula 2, com quatro pódios e uma pole-position, enquanto Yifei foi mais modesto, apenas 21º, com quatro pontos. Já Ma Qinghua participou em sete corridas, em três temporadas, sem pontuar.

Para além desses três, o francês Tom Dillmann poderá ser chamado para ajudar nestes testes com vista à nova tmeporada da Formula E, que acontecerá no fim de semana de 23 de novembro, em Ad Diyriah, na Arábia Saudita. 

CNR: Bruno Magalhães dá favoritismo aos outros

Nas vésperas do Rali Vidreiro, Bruno Magalhães prefere dar o favoritismo aos outros. O piloto da Hyundai Portugal, que já foi vice-campeão europeu de ralis, não se considera favorito à vitória à prova na Marinha Grande, deixando isso para outros, apesar de ele ter três vitórias no palmarés, entre 2007 e 2009. 

Sim, é um facto que tenho três vitórias neste rali, mas a última delas foi há 10 anos e não tenho a certeza se essa experiência anterior será assim tão importante. É óbvio que é importante ter algumas referências dos troços, ao contrário do que aconteceu por exemplo no Terras D’Aboboreira, onde ainda assim estivemos na luta pela vitória. Sinto-me bem, o nosso Hyundai i20 R5 tem estado muito competitivo e o objetivo é dar mais um passo em frente na luta pelo título”, afirmou.

Neste seu regresso a este rali, que contará com oito troços, vai ter a concorrência de boa parte dos favoritos, entre os quais o seu companheiro de equipa, Armindo Araújo, José Pedro Magalhães, Pedro Meireles e Ricardo Teodósio, entre outros.

Sobre Leclerc, Vettel e ter dois primeiros pilotos na mesma equipa

No final do GP de Itália, Lewis Hamilton disse na rádio que tinha aprendido muito com Charles Leclerc ao segui-lo até à meta. Durante a segunda parte dessa corrida, o britânico da Mercedes tentou passar por duas vezes o monegasco da Ferrari, mas numa delas, na travagem para Variante Roggia, o piloto do carro 16 desviou-se ligeiramente para a direita. Propositado ou não, foi o suficiente para Hamilton não ter outra escolha senão ir para a escapatória, para evitar uma colisão.

Charles Leclerc tem 22 anos e já mostrou que tem estofo de campeão. É multivencedor e determinado. E quando quer, pode ser impiedoso. Mas tem um problema: está na Ferrari, e a Scuderia tem outro primeiro piloto, tão disposto a vencer como ele. Só que Sebastian Vettel teve uma má temporada, do qual Leclerc aproveitou bem. Tanto que muitos já queriam a existência de uma hierarquia e secretamente - ou mais às claras - queriam a aposentadoria do alemão de 32 anos.

Só que recentemente, Vettel recuperou o seu equilíbrio emocional. Venceu em Singapura, e ficou feliz por isso. Mas nessa mesma corrida, Leclerc queixou-se do momento em que o alemão saiu das boxes para ficar com o primeiro posto. Via-se a cara de ambos no pódio, com o ar de enfado de Leclerc contra a tranquilidade de Vettel. Ele já julgava que era o primeiro piloto, que as estratégias de corrida deveriam beneficiá-lo e o seu companheiro de equipa limitaria a segui-lo, numa hierarquia... que não existe. Mas quer forçá-lo.

Agora, em Sochi, Leclerc e Vettel combinaram um trato: o alemão passaria para a frente e depois, devolveria a posição para o monegasco, para prejudicar os Mercedes. Só que não disse quando é que faria essa passagem, ou qual seria a altura combinada. Leclerc queria o mais cedo possível, e logo na segunda ou terceira volta, já se queixava no radio que o ettel não estava a cumprir com o trato. Como poderia, se estava a ser um segundo por volta mais veloz? E tinha pneus moles, contra os médios dos Mercedes, que por sua vez, iriam durar mais no asfalto pouco abrasivo de Sochi?

No final, a troca aconteceu nas boxes, igual a Singapura, e como seria o mais lógico. Mas as queixas de Leclerc agitaram toda a gente: porquê Vettel não carregou o pedal de travão e não o deixou passar? Porque nunca teve espírito de segundo piloto. Nunca teve.

E sabem quem nunca teve espírito de segundo piloto? Ayrton Senna. A mesma coisa de Sochi tinha sido combinada entre ele e Alain Prost no GP de San Marino de 1989, onde o primeiro a fazer a curva Tosa, então o primeiro ponto de travagem forte do circuito, era o primeiro piloto para o resto daquela temporada. Prost foi o melhor, mas entretanto, atrás, Gerhard Berger bateu forte na Tamburello e a corrida foi reiniciada. Na segunda partida, Senna foi melhor, e acabou como vencedor, mas no final da corrida, o francês disse que o que contava era a primeira vez, algo do qual Senna negou. E foi isso que aumentou a tensão e terminou em Suzuka, como todos sabemos.

E outro piloto que nunca teve espírito de "empregado do mês" foi Lewis Hamilton. Logo na sua temporada de estreia, em 2007, não teve qualquer problema em bater de frente com Fernando Alonso, conseguindo um pódio na sua primeira corrida e a sua primeira vitória no Canadá, na sétima corrida desse ano. E com a temporada a passar e Alonso cada vez mais incomodado, a tensão explodiu nos treinos do GP da Hungria, quando o espanhol ficou parado de propósito para prejudicar o seu companheiro de equipa. Junta-se isso ao "Spygate", e no final, ambos viram Kimi Raikkonen ser campeão do mundo "sem saber ler ou escrever".

E destes dois exemplos de cima. todos aplaudem. Porque não é assim com Vettel, que tem o mesmo tipo de espírito? Terá a ver com algum ódio anti-alemão, alguma frustração por não ter visto isto com Michael Schumacher

Sobre este alemão - que como sabem, nunca teve espírito de segundo piloto - contam se episódios sobre o seu comportamento com os que estão à sua volta, mecânicos e engenheiros, quer na Benetton, quer na Ferrari. Este alemão sabia os nomes de quase todos os que trabalhavam à volta do seu carro, porque por muito que desse na pista, estava dependente dos que mantinham o seu bólido. E tinha sempre uma palavra de apreço por eles, quando passavam momentos bons ou maus, especialmente no Natal, quando lhes dava uma recordação a cada um deles, apreciação pelo seu esforço. E digo isto por causa de uma imagem que a Scuderia divulgou esta terça-feira de Vettel, em Maranello, a preparar Suzuka com os seus engenheiros. Se Leclerc quer ganhar, também tem de ter a seu lado os engenheiros. Nesse campo, essa imagem é também uma mensagem. Não ficaria admirado se o destinatário estivesse em paragens monegascas...

Voltando ao alemão: muitos podem se lembrar de Turquia 2010 e Malásia 2012, e na altura, muitos foram os que defenderam que ele deveria obedecer às ordens e andar atrás de Mark Webber. Mas agora recordo o exemplo onde a história mostrou que o australiano era um segundo piloto num carro de primeira.

Após o GP de Itália de 2010, Vettel era quinto na classificação, com 163 pontos e um atraso de 24 sobre Webber. Apesar de ter desitido na Coreia, o alemão conseguiu vencer nas três das últimas quatro corridas do ano. E depois do seu triunfo no GP do Brasil, o australiano tinha pedido à equipa para que estabelecesse uma hierarquia e fosse ele o vencedor. Christian Horner e Helmut Marko não fizeram isso e o alemão venceu convincentemente em Abu Dhabi, enquanto Alonso ficava preso atrás de Vitaly Petrov e Mark Webber não conseguia ser mais que oitavo, batendo-os em cima da meta.  

Em suma, eu já vi isto no passado. Vamos a ver o que acontecerá se a Ferrari der um carro capaz de superar as Mercedes em 2020. Quem será o melhor? O puro-sangue ou aquele que sabe como é o carro por dentro e por fora?

No Nobres do Grid deste mês...

O mês que passou não foi simples para o automobilismo. O acidente mortal de Anthoine Hubert, durante a primeira corrida da jornada dupla de Formula 2, em Spa-Francochamps, mostrou que o automobilismo, há um jogo de gato e rato com a morte, onde à medida que se adota um procedimento de segurança, um acidente e os seus acasos fazem com que tudo seja repensado de novo. Por causa disso, Hubert, de 22 anos, pagou o preço mais alto quando queria alcançar o sonho da Formula 1. E ainda por cima, nas vésperas do aniversário da morte de outro piloto mítico, Stefan Bellof, cujo acidente mortal aconteceu 150 metros mais abaixo do local deste, na veloz Eau Rouge.

Contudo, no acidente, outro piloto ficou gravemente ferido, o equatoriano Juan Manuel Correa, que corre com licença americana. Aos 20 anos, também tinha o sonho da Formula 1, mas o seu acidente poderá ter colocado isso em suspenso. Ferido em ambas as pernas, sofreu também um traumatismo toráxico, que o colocou em coma artificial por alguns dias, para retirar os líquidos acumulados devido ao trauma.

Sobre Hubert e Correa, lembrei-me de Ernst Hemingway, que escreveu a seguinte frase: "Tourada, automobilismo e montanhismo são verdadeiros desportos. Tudo o resto são jogos".

(...)

Quando soube no passado dia 19 que Robert Kubica iria abandonar a Williams, provavelmente para não mais voltar a correr num Formula 1, tirei o meu chapéu – virtualmente, claro – à sua perseverança, à sua luta para voltar a um carro de Formula 1, oito anos depois de um acidente onde ficou com a sua mão direita muito maltratada, e que andou meses - senão anos - a fazer fisioterapia para recuperar o máximo de movimentos possível. Para mim, este seu regresso é um feito tão grande quanto a do Alex Zanardi teve para voltar a correr num carro de corridas depois do seu acidente em Lausitzring, em 2001 onde, como sabem, perdeu ambas as pernas.

E tiro o chapéu porque, normalmente, este tipo de acidente seria uma sentença de morte. E foi isso que muitos deram na altura. Lembro-me daquilo que diziam quando ele voltou aos automóveis e andou nos ralis por algum tempo, chegando até a correr no WRC. 95 por cento das pessoas diziam nas redes sociais frases como "pobre coitado, acabou a sua carreira na Formula 1", "se não fosse o acidente, seria grande", etc, etc. Essa gente dizia - jurava, até - que não o veriam mais a guiar um Formula 1. Quanto muito, só o faria de um modo simbólico.

Pois bem, voltou a um Formula 1. Não uma, nem duas, nem três, mas as vezes suficientes para mostrar que ainda era alguém válido, onde volta após volta, fosse no simulador, ou fosse num carro real, as suas impressões eram suficientemente válidas para os engenheiros, para uma equipa. E foi por isso que a Williams o contratou para a temporada de 2019, quando em 2018 preferiu dar uma chance a Serguei Sirotkin, do qual acharam que não rendeu aquilo que esperavam.

O último mês foi marcante, e não foi fácil para os amantes do automobilismo. A 31 de agosto, durante uma prova de Formula 2, em Spa-Francorchamps, o francês Anthoine Hubert encontrou a morte depois de uma carambola onde foi envolvido numa colisão em T com o carro do equatoriano Juan Manuel Correa, causando também ferimentos graves no piloto de 20 anos, que já esteve em coma induzido e que ainda corre risco de perder a perna direita.

O acidente de Spa é a recordação de que o automobilismo continua a ser perigoso, apesar de todos os avanços no capitulo da segurança. É como se fosse um jogo de gato e rato com a Morte.

Três semanas mais tarde, em Singapura, Robert Kubica anunciou que abandonaria a Williams no final da temporada, e provavelmente, a Formula 1. Oito anos depois de ter sofrido um grav3e acidente que mutilou o seu braço e mão direita, e depois de uma presença nos ralis, regressou à Formula 1 como titular. Contudo, a Williams fez aquilo que se pode considerar como o pior chassis desde 1975, e os resultados são muito maus. Ironicamente, o único ponto que a equipa conseguiu nesta temporada é graças... a Kubica, décimo no GP da Alemanha.

Apesar dos comentários derrisórios de muita gente, só se pode tirar o chapéu por ter andado num Formula 1, um desporto exigente, e não passar muita vergonha. E ele é um elemento ainda válido que logo depois de ter anunciado a sua saída, Racing Point e Haas disseram que o contactaram para saber se gostaria de ser piloto de testes nas suas equipas, devido à sua capacidade de transmitir dados aos engenheiros.

terça-feira, 1 de outubro de 2019

CNR: Fontes acredita na vitória

Na semana do Rali Vidreiro, penúltima prova do Campeonato de Portugal de ralis, José Pedro Fontes fala sobre da possibilidade não só da vitória neste rali, como também na chance de chegar ao título nacional, especialmente depois da vitória no rali anterior, o Terras D'Aboboreira.

Foi, de facto, uma vitória muito bonita e um resultado que já merecíamos, premiando todo o esforço de um conjunto de pessoas que compõem o Citroën Vodafone Team”, começou por referir José Pedro Fontes, sobre esse rali situado em Amarante. 

Para mais foi conseguida em luta direta com os nossos adversários, num rali praticamente disputado ao segundo e onde o nosso C3 R5 esteve impecável, em frente ao muito público que se espalhou pela região norte, no triângulo Baião, Marco de Canaveses e Amarante”, continuou.

Sobre o carro em si, Fontes acredita que a fase de adaptação já passou e o carro mostrou o seu potencial para vencer e lutar por títulos, e está confiante de que neste fim de semana, poderá sair vencedor deste rali, como tem acontecido nas últimas edições. 

O DS 3 R5 já mostrava ser um modelo com bastantes aptitudes para asfalto, mas o novo C3 R5 é substancialmente superior em diversos parâmetros, como temos vindo a demonstrar desde que o estreámos em junho de 2018. Passado mais de um ano e numa altura em que estamos já muito mais à vontade com as suas reações, diferentes set-ups possíveis e pneus mais adequados, acreditamos que podemos ir cada vez mais longe e lutar, de igual para igual, com todos os nossos adversários nas provas do CPR”, acrescentou. 

No final deste Rali Vidreiro e não havendo percalços, poderemos repetir esse feito que eu, a Inês e grande parte dos elementos do Citroën Vodafone Team alcançámos nesta prova há três anos.”, concluiu.

O Rali Vidreiro acontecerá na sexta e sábado, com a realização de oito especiais.

Noticias: Tilke defende-se das criticas sobre os seus circuitos

No quesito dos novos circuitos, Hermann Tilke é um "alvo a abater", e quase nunca se ouve um resposta por parte de ele mesmo. Pois bem, Tilke falou agora, um pouco para defender a razão porque certos circuitos estão a ser desenhados de determinada maneira. E ele afirmou que em muitos casos, ele não tem uma folha em branco para desenhar.

Nunca temos uma folha limpa para desenhar”, começou por dizer Tilke. “Mas existem directrizes: existe a terra da qual não somos proprietários, a história deve ser respeitada, a altitude e também outros elementos, como a filosofia do ‘feng shui’ em Xangai. Existem regras de segurança que evoluíram e Imola ensinou-nos isso com Ayrton Senna. Há também os custos, os investidores querem instalações multiusos. As despesas para um circuito de Fórmula 1 variam de 100 milhões a mil milhões, como é o caso de Abu Dhabi, que incorpora um hotel.

Tilke acrescentou que Sochi terá sido um dos seus maiores desafios - o circuito está situado no meio do parque olímpico - enquanto Hanói, a capital do Vietname e que entrará em 2020, também ofereceu obstáculos a serem superados.

Sochi foi provavelmente o projecto mais difícil. Tivemos que inseri-lo no parque dos Jogos de Inverno de 2014, não foi fácil. Em Hanói, esperamos estar prontos para o próximo ano, o tempo disponível é curto, mas estamos habituados. É um desafio interessante, especialmente para uma configuração que exige que usemos quase 70 por cento das estradas normalmente abertas ao tráfego e as demais completamente novas. Duas retas curtas, uma muito longa por 1,5 quilómetros, algumas curvas muito rápidas que não são comuns nos circuitos da cidade”, concluiu.

Bem vistas as coisas, tem de se dizer que quase todas as pistas fora da Europa são um exclusivo "tilkeano" e poucas são aquelas que proporcionam corridas excitantes. E quando acontece, não tem a ver com a pista em si, mas tem a ver com os carros e os pilotos. E em contraste, são as clássicas que proporcionam as corridas mais interessantes este ano, com a excepção de Paul Ricard. Pode ser porque têm escapatórias mais pequenas ou quando há, são de gravilha, em vez do asfalto típico.

Mas também foi Tilke que desenhou excelentes circuitos como o de Kurtkoy, na Turquia, agora fora do calendário da Formula 1, e Austin, que este ano passou a estar no calendário da IndyCar Series. De uma certa forma, nem tudo é desperdício, embora o facto de ter desenhado mais de uma dezena de circuitos - não se conhece quem tenha desenhado tantos circuitos - o fazem um alvo fácil.

The End: Ben Pon (1936-2019)

Ben Pon Jr., antigo piloto holandês com participações nas 24 Horas de Le Mans e na Formula 1, morreu esta segunda-feira aos 83 anos de idade. Para além do automobilismo, também foi atirador e foi dos poucos pilotos que também participaram nos Jogos Olímpicos se Verão, a par do Principe Bira e do argentino Roberto Miéres.

Filho de Ben Pon, um empresário que foi o primeiro importador da Volkswagen e da Porsche na Holanda, para além de ter sido o idealizador da Kombi, nasceu a 9 de dezembro de 1936 em Amersfoort, na Holanda. Com o seu pai a enriquecer com o sucesso da marca alemã, teve uma educação privilegiada, mas cedo também se revelou ter um talento indomável. Foi para o Canadá aos 15 anos, onde teve contacto com o automobilismo. De regresso à Holanda, as suas primeiras corridas em Zandvoort foram com um Carocha montado com um motor Porsche, e cedo conheceu um compatriota seu, Carel Godain de Beaufort.

Beaufort era o fundador e dono da Ecurie Maasbergen, que corrida com Porsches pintados de laranja, a cor nacional da Holanda. A amizade foi formada e Ben Pon correria com ele especialmente nas provas de Turismo, Endurance e GT's, com máquinas da Porsche. Em 1961, participa pela primeira e nas 24 Horas de Le Mans, ao lado do alemão Herbert Linge, acabando no décimo posto, mas vencendo na categoria 1600.

Em 1962 participa no GP da Holanda de Formula 1, num Porsche inscrito pela Ecurie Maasbergen. A sua aventura durou pouco: na segunda volta, despista-se na curva Schelvlak, capotando e sendo projetado para fora do carro, sem ferimentos graves. Apesar de tudo, jura que não correria mais em monolugares, concentrando-se na Endurance e GT's. Vence o GP do Limburgo em 1963 e continua a participar em Le Mans até 1967, onde ao lado de Vic Elford, foi sexto e venceu na categoria de dois litros.

Por esta altura, Pon decide abandonar as quatro rodas e ai praticar outro desporto: o tiro aos pratos. Em 1972, em Munique, fará parte da equipa holandesa de tiro, mas a sua participação é modesta, acabando na 31ª posição. Curiosamente, esta é a única edição dos Jogos Olímpicos de Verão que teve outro antigo piloto de Formula 1: o Principe Bira, que competia pela sua Tailândia natal, na modalidade de vela.

A partir dos anos 90, Pon dedicou-se ao negócio dos vinhos, estabelecendo uma vinharia em Carmel Valley, na California, especializada em Sauvignons. Para além da vinha, também tinha um hotel de luxo, que incluiu na Pon Holdings, um dos mais importantes da Holanda, e claro, continuando a ser a representante da Volkswagen e da Porsche na Holanda natal. E era frequentemente conidado pela Porsche nas reuniões da marca, especialmente quando esta ia a Le Mans.

segunda-feira, 30 de setembro de 2019

A imagem do dia

Há quarenta anos, no Canadá, assistimos a este duelo. Em Montreal, a 30 de setembro de 1979, o campeonato está acabado a favor da Ferrari e de Jody Scheckter. Assim sendo, a Scuderia libertou os seus pilotos, especialmente Gilles Villeneuve, que pretendia voltar a ganhar na sua terra natal.

O fim de semana canadiano foi agitado com a retirada inesperada de Niki Lauda, no seu Brabham, casado de "andar em circulos", como disse pouco depois. E pronto para o substituir - ele contou tempos depois que tinha sido prevenido por Bernie Ecclestone por causa dos sinais que Niki Lauda tinha dado - o argentino Ricardo Zunino entrou no seu carro, que iria ser um dos mais notáveis do seu tempo: Brabham BT49.

A corrida foi o que se viu na fotografia: um duelo entre o então presente e o que viria a ser o futuro. O Williams FW07, que tinha aparecido no inicio do ano em Long Beach, era um dos primeiros carros de efeito-solo que conseguiam ser eficazes e andarem a par dos Renault Turbo, que conseguiam ser potentes... quando estavam em pista, antes de se quebrarem.

Nunca perderam a vista um do outro. Gilles foi para a frente, com Jones logo atrás, e foi um duelo até à volta 50, com Nelson Piquet a observá-los ao longe. Os pneus do canadiano começaram a desgastar-se e o australiano o pressionou, com o piloto da Ferrari a defender-se enquanto podia. No final, foi uma manobra no gancho - que naquele ano era antes da meta - com direito a toques nos pneus, que deu a liderança ao australiano, para não mais largar.

Seria de esperar que o piloto da Williams fosse embora, mas não. Villeneuve continuou atrás dele, e nunca o perdeu de vista, passando de presa a caçador. Fez valer cara a sua liderança, e ele não desistiu enquanto tentou tê-la de volta. Para piorar as coisas, os consumos de combustível eram marginais, e Jones tinha de ver se chegava ao fim sem reabastecer. Mas o australiano abrandou, aguentou e ficou com a vitória, enquanto Clay Regazzoni ficou com o lugar mais baixo do pódio, depois de Piquet abandonar com problemas de caixa de velocidades.

No final, Jones reconheceu que o canadiano lhe deu muita luta e fez cara a sua vitória. Afinal de contas, o segundo lugar da classificação ainda não estava resolvido. Algo que só aconteceria em Watkins Glen. 

Youtube Formula 1 Video: As comunicações da Ferrari em Sochi

Definitivamente, a Ferrari foi a equipa do dia, bem como os seus pilotos. E a Formula 1, no seu canal do Youtube, foi eloz em fazer um video com um compacto das suas comunicações de rádio. 

Formula E: Porsche apresenta seus pilotos de desenvolvimento

A marca alemã apresentou esta segunda-feira dois pilotos de testes e desenvolvimento para a sua equipa de Formula E. A suíça Simona de Silvestro e o alemão Thomas Preining trabalharão no desenvolvimento dos carros, ao lado dos pilotos titulares, o suíço Neel Jani e o alemão Andreas Lotterer.

Para Silvestro, de 31 anos, que foi piloto da Andretti entre 2014 e 2016, conseguindo quatro pontos, esta colaboração é vista como uma grande honra em trabalhar com uma marca importante como a Porsche. "É uma grande honra trabalhar para esta marca de prestígio", começou por dizer a piloto suíça à e-racing365.com, que atualmente corre nos Supercars australianos.

Estou realmente ansioso pelo meu novo papel como piloto de teste e desenvolvimento da equipa de Fórmula E da Porsche. Nos últimos anos, adquiri muita experiência com meus envolvimentos anteriores na Fórmula E. Farei o meu melhor para ajudar a Porsche no caminho do sucesso.", continuou.

Para Preining, de 21 anos, e que corre na Endurance desde 2016, a participação no projeto da Porsche é algo do qual o faz sentir honrado por trabalhar para uma grande marca.

"Eu acompanho a Fórmula E de perto desde o seu inicio", começou por comentar Preining. “Estou muito animado para ver como é dirigir o Porsche 99X Electric na pista. É ótimo poder apoiar a Porsche em sua temporada de estreia na Fórmula E e fazer parte desse projeto voltado para o futuro.”, concluiu.

CPR: Pedro Almeida troca de navegador

Pedro Almeida, que faz o campeonato de Portugal de Ralis a bordo de um Skoda Fabia R5, vai trocar de navegador antes do Rali Vidreiro, passando de Nuno Almeida para Miguel Ramalho, bem mais experiente - já navegou Armindo Araújo na sua aventura do WRC, por exemplo.

Nas vésperas do rali, o piloto de Famalicão falou sobre esta nova aventura. 

Na impossibilidade de o Nuno Almeida me acompanhar no Rali procuramos fazer encontrar um navegador que nos trouxesse a confiança necessária para continuar o percurso e perseguir os objetivos que delineamos para esta temporada no CPR, que são os de evoluir e elevar o nosso ritmo, chegando mais à frente no campeonato”, começou por dizer.

O Miguel é um navegador muito experiente e a adaptação que fizemos foi muito fácil. Será sempre um rali diferente porque é a nossa estreia juntos, mas vamos procurar evoluir desde o primeiro quilómetro”, continuou.

Em relação aos objetivos para este rali, Pedro Almeida acredita que poderá fazer mais e melhor em termos de classificação geral.

Entramos na fase final do Campeonato, os adversários estão cada vez mais rápidos e nós vamos procurar andar nos limites. No Rali d’Aboboreira somamos pontos mas ficou-nos a sensação de que poderíamos ter feito um pouco melhor. Nestes dias corrigimos algumas coisas e vamos para o Rali Vidreiro concentrados em fazer um rali em que a sensação final seja de total satisfação”, concluiu.

O Rali Vidreiro acontecerá nos dias 4 e 5 de outubro, nas estradas à volta de Marinha Grande e São Pedro de Muel.

domingo, 29 de setembro de 2019

Formula 1 2019 - Ronda 16, Rússia (Corrida)

Sochi é um lugar idílico, onde as quatro estações do ano bem combinam naquele lugar. Situado aos pés do Cáucaso, os russos escolheram-na para sediar os Jogos Olímpicos de Inverno de 2014, gastando mais de 50 mil milhões de dólares em infraestruturas. Contudo, para evitar o deserto inevitável depois de realizada a Olimpíada, decidiram colocar um circuito - desenhado por Hermann Tilke, claro - para fazer com que alguém viesse a aquele lugar todos os anos e fizesse ter uma razão. Calhou a Formula 1 - que não é um desporto olímpico - mas por 25 ou 30 milhões se dólares, faz o seu trabalho, embora a pista seja considerada uma das mais aborrecidas do calendário.

Contudo, o GP da Rússia de Formula 1 - que desde 2014 é vencida pela mesma equipa - teve o mesmo vencedor, mas com algumas incidências que resultaram no mesmo desfecho. Alguns poderão afirmar que foi azar dos outros, outros refutarão que tem a ver com uma hierarquia que já deveria acontecer, mas a direção deixa que corram. Vá-se lá entender o que os fãs querem.

O que os fãs também deveriam entender é que isto já está decidido há muito tempo, e apenas vivíamos um interregno. 


A história desta corrida começa assim: com Alex Albon a partir nas boxes, a partida começou com Charles Leclerc a superar Lewis Hamilton, que tentava ficar com a liderança. Mas depois de impor o seu carro, acabou por ser superado por Sebastian Vettel. O britânico chegou a aguentar os ataques de Carlos Sainz Jr, que esteve a seu lado, mas depois o superou, enquanto atrás, Romain Grosjean bateu forte no muro, por causa do toque com António Giovinazzi, que por sua vez, causou um furo no Renault de Daniel Ricciardo. Resultado final? Safety Car. O primeiro da corrida


Foi assim durante quatro voltas, até que o carro volte às boxes, tempo suficiente para ouvir que havia ordens de equipa: Leclerc e Vettel iriam trocar de lugares. Contudo, Leclrc queria que ele trocasse logo de imediato, mas o alemão estava veloz, fazendo voltas mais rápida atrás de volta mais rápida. E o monegasco começava a queixar-se de que o alemão não estava a cumprir o combinado. E na volta 15, o alemão tinha uma vantagem de 3,5 segundos.

Com o passar das voltas, a degradação dos pneus era tão ligeira que na Mercedes, comunicava-se que os médios calçados poderiam aguentar por mais quinze voltas. E na volta 20, parecia que todas as janelas de paragem nas boxes tinham ido embora. E sem as paragens, parece que a emoção vinha mais na tensão entre pilotos para saber se apanham uns aos outros. Apenas na volta 22, a primeira paragem entre os da frente, com Lando Norris, da McLaren, que trocou para médios.

Duas voltas depois, Leclerc parou nas boxes, para médios, onde conseguiu 2,5 segundos. O monegasco caiu para quarto, atrás dos Mercedes, enquanto Hamilton tinha quase sete segundos de desvantagem sobre Vettel. E na volta 26, foi a vez do alemão parar, fazendo três segundos, e saindo atrás do monegasco.

Mas foi por pouco tempo: subitamente, sem aviso, o Ferrari fica sem potência e encosta na berma. Com Safety Car Virtual, muitos pilotos aproveitaram e trocaram de pneus, enquanto Hamilton decidiu trocar para moles, suficiente para que ficasse na liderança, provavelmente o suficiente para vencer a corrida.

Mas logo a seguir, George Russell falha a travagem e do virtual passou para o real, pela segunda vez na corrida. Muitos dos que tinham partido com médios aproveitaram para ir às boxes e trocar para moles, e isso incluiu... Lelcerc, que trocou para moles. Com isso, ele ficou atrás dos Mercedes, provavelmente entregando a dobradinha aos Flechas de Prata.

A corrida recomeçou na volta 32, com os Mercedes na frente, e Bottas aguenta Leclerc nas voltas seguintes, o momento decisivo para que o britânico pudesse escapar para o monegasco. Mas isso não aconteceu e aos poucos, as distancias alargavam-se. Atrás, no meio do pelotão, os Red Bull conseguiam ser superiores aos McLaren, com Alex Albon - que partia das boxes - a chegar à quinta posição.

E no final, Hamilton, tranquilamente, venceu em paragens russas. Não foi tanto pela sorte (ou aar dos outros), mas a estratégia também ajudou. O britânico mostrou que não só merecia a vitória, como vai ser o campeão, talvez em Austin. De uma certa forma, foi como dizer que já foi a altura dos outros deixarem de se mostrar que têm carro, porque eles são eles os mais consistentes. E esta vitória mostrou um pouco o nosso estado de espírito no inicio deste verão, ms tinhamos esquecido, com estas vitórias da Red Bull e da Ferrari: que os Flechas de Prata iriam ficar com tudo, mais uma vez.

Agora passamos a um clássico, mas até lá chegarmos, passarão duas semanas.