

Veremos qual vai ser o impacto que esta entrevista terá, nos dias quem vem a seguir.
Esta é um pouco mais pessoal. Hoje é o dia de aniversário da Ingryd Lamas, que chega hoje ao seu 21º aniversário. O post que serve para assinalar o seu aniversário tem uma comparação curiosa, entre aquilo que eramos ontem e o que somos agora. Confesso o meu desconhecimento daquilo que era antes (apesar de ela me ter contado algumas coisas desde a altura em que nos conhecemos virtualmente, há cerca de oito meses atrás) mas sei o que ela é agora: uma miuda que decidiu perseguir os seus sonhos numa terra distante, e uma verdadeira apaixonada pelo automobilismo, pelo que ando a ver.
Espero ainda vê-la durante a sua estadia europeia, pois ando a dever isso, mas a falta de tempo (e agora de dinheiro) impedem de concretizar essa promessa. Acho que, estando eu mais perto dela do que poderia imaginar, não posso desperdiçar esta oportunidade de a ver em carne e osso, e também a oportunidade de por os pés, mais uma vez, na "Velha Albion". Ainda por cima, este é o fim de semana de Goodwood...
A ela, desejo-lhe mais uma aniversário, e muitos anos de vida bem preenchidos com amizade, amor e... muito automobilismo.
Mas raramente vemos as suas caras, ou quando eles estão em acção, de máquina a tiracolo, concentrados para tirar as fotos que aparecerão no final do dias em revistas, jornais e na Net. Pois bem, agora tem uma oportunidade. Espreitem a partir daqui no blog daquele "soviético" para terem a chance de os ver, carne e osso.
Pois foi: Gilles Villeneuve e René Arnoux disputaram a segunda posição como se o amanhã não existisse. O estilo sempre agressivo e louco do canadiano, combinado com outro "pé pesado", como era o piloto francês, era um cocktail explosivo pronto a explodir. Isso aconteceu, qual combinação astronómica, na tarde do dia 1 de Julho de 1979, faz hoje 30 anos.
Quem vê o video pela primeira vez, julga que isto é a luta pela vitória. Nada mais errado. É apenas a tentativa de Villeneuve para ficar com o segundo posto, evitando uma dobradinha da Renault no seu solo, ainda por cima com uma Ferrari que se debatia com problemas de pneus, já que Villeneuve partiu na frente da corrida e lá ficou até meio, quando foi ultrapassado por Jabouille.
E as últimas três voltas foram de arrepiar. Toques um no outro, ultrapassagens "no limite", por fora e por dentro, mas conseguiram o milagre de não destruirem o carro, nem de perder o seu controlo. Ficou na retina de todos os que viam na TV, um pouco por todo o mundo, e certamente na pista. A partir dali, para mim, o 1º de Julho é sempre Dia de São Gilles e São René.
No final, os espectadores entraram em delírio, e em Itália, a "lenda Villeneuve" começava aqui, fazendo com que entrasse no coração dso "tiffosi". Mas se era assim entre os espectadores, no lado dos pilotos, eles não gostaram muito do gesto deles, especialmente Emerson Fittipaldi e Niki Lauda, na altura presidente da GPDA. O Ico contou a história no ano passado:
"Na corrida seguinte, em Silverstone, Gilles Villeneuve e René Arnoux foram chamados a uma reunião com a cúpula da GPDA na época, formada por Niki Lauda, Emerson Fittipaldi, Clay Regazzoni e Jody Scheckter. Lauda acusou: 'Vocês pilotaram em Dijon de maneira perigosa e danificaram a imagem do esporte'. Arnoux respondeu de imediato: 'Com você, isto jamais teria acontecido... porque você levantaria o pé logo de cara!'. Gilles virou as costas aos pilotos e deixou a sala. Rindo."
Já escrevi várias vezes sobre esta corrida. Há dois anos e pouco, escrevi a crónica dessa corrida, e tem lá inscrito um video comentado pelo Jeremy Clarkson, o "Mr. Top Gear". Mas hoje coloco um link onde se pode ver como aquelas últimas voltas foram vistas em Itália, a pátria da Ferrari. O narrador nem acreditava no que via...
Eis um excerto do post dele: "Além de todo esse incansável trabalho de fomentador, Paulo ainda consegue escrever análises de um bom leque de várias categorias e excelentes — senão as melhores — análises do mundo político da F1, com uma visão européia da F1, só que escrita e expressa em nossa inculta e bela língua portuguesa, algo absolutamente raro."
Comparar-me a Mário de Andrade é um excercício interessante, confesso. Há coisas que são absolutamente reais: o meu trabalho de pesquisa, o instigador de novos blogueiros (instiguei tantos que já não tenho tempo para ver todos...) e a minha análise pessoal sobre a actualidade da Formula 1 e conhecendo o impacto que este blog tem na comunidade brasileira, mostrar a eles o que se faz por estas bandas.
E depois, quando leio sobre a obra dele, decubro que, entre outras coisas, que existe uma biblioteca em São Paulo com o seu nome, e que chegou a ser a face de uma nota de 500 mil cruzeiros, em 1993. Não espero que acabe numa nota de banco (agora Portugal faz parte de um sistema monetário transnacional), mas num selo de correio seria engraçado... LOL!
No final, isto é uma prenda antecipada, pois no dia 12, o mesmo dia do GP da Alemanha, comemoro o meu 33º aniversário natalicio. No final, confesso a minha supresa e agradeço enormemente pela homenagem que me fez, mas considero que existem muitos outros blogueiros que fazem um trabalho tão bom ou melhor do que eu. Não vou conseguir lembrar de todos, dada a extensão da lista, portanto, peço antecipadamente desculpas.
Como digo, existem blogueiros tão grandes como eu, se calhar melhores, como o Daniel Medici, o "soviético" Rianov Albinov, o Ron Groo e os seus maravilhosos contos, o Alexandre Carvalho e as excelentes entrevistas que faz às personagens laterais da Formula 1, o Luiz Antonio Pandini, a Ingryd Lamas e as suas crónicas de Londres, enfim... toda uma plateia de grandes nomes da blogosfera em Português, que fazem tudo para que mostrem não só o seu amor pela velocidade, como também a usem para expor os seus próprios talentos.
E no final, regresso ao título: só posso agradecer pelo tributo.
P.S: O Germano Caldeira, do Blog 4x4, ainda me deu mais uma prenda para mim. Decidiu pegar nos meus dados a fazer isto: um selo pessoal. O meu desejo foi concretizado mais cedo do que pensava...
Jari Matti-Latvala é um piloto talentoso, do mesmo leque de "finlandeses voadores" como Henri Toivonen e Ari Vatanen. Contudo, nos últimos tempos, anda mais a destruir carros do que a acabar corridas. Após o seu acidente em Portugal, muitos são os que dizem que Latvala está a mais na equipa. que não sabe usar a cabeça, que corre rápido demais para as classificativas, etc, etc... Contudo, a vitória no Rali da Sardenha acalmou um pouco os ânimos, e o segundo lugar na Grécia parecia confirmar que ele já tinha encontrado um ponto de equilibrio entre a sua rapidez e a capacidade de terminar bem classificado nos ralies.
Só que num troço que deveria ser de espectáculo, acaba por quebrar uma suspensão num ressalto e acabar contra os ralis. Tudo isto à frente de... Malcom Wilson, o patrão da M-Sport, que estava com uma garrafa de champanhe na mão à espera que os dois carros terminassem o troço.
Latvala explica o acidente: "Não estava a conduzir muito rápido mas entrei na curva demasiado cedo e toquei num barril que estava cheio de areia." Para o homem que perdeu o 2º posto com a meta à vista "este é o maior erro que já cometi. Desapontei toda a gente."
Wilson tem sido o maior defensor de Jari-Matti Latvala, perdoando-lhe erros, encontrando sempre uma forma de o ajudar. E mesmo depois da situação de hoje, Wilson confirmou Latvala para correr na Finlândia em Agosto. "De cada vez que ele comete um erro tendo sempre a ser uma situação diferente, mas garantidamente este foi o maior erro da sua carreira," afirmou Wilson.
O homem da M-Sport explicou que há muitos anos que não vê uma classificativa, porque sempre que via acontecia algo. Abriu uma excepção na super-especial da Polónia para estar presente com a equipa nos festejos e afinal viu "in loco" a perda de um excelente resultado. "Escusado será dizer que não esperava ver o que vi na Super-Especial mesmo à minha frente. Inacreditável!"
Wilson e toda a equipa tiveram um verdadeiro "balde de água fria". "Podem imaginar o chique que foi para nós. Estava ali a equipa toda para festejar a fantástica 'dobradinha' num rali novo. Depois aconteceu aquilo. Três dias de excelente trabalho evaporaram-se em frente dos nossos olhos. Simplesmente inacreditável..."